EMBANEWS Nº 319 - Outubro 2016

ANO 27 | EDIÇÃO 319 | OUTUBRO 2016

NEGÓCIOS

ENTREVISTA

FORA DA CAIXA

O ATRATIVO MERCADO DOS PETS

BERTRAND CHAMBERT-LOIR, CEO DO ATELIÊ DO SABOR

EMBALAGEM RETORNÁVEL PARA O SETOR AUTOMOTIVO

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SUMÁRIO

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REPORTAGEM A DIVERSIFICAÇÃO DO PORTFOLIO E A INOVAÇÃO NAS EMBALAGENS COMO ALAVANCAS DO CRESCIMENTO DO MERCADO DE REFRIGERANTES, QUE SE TRANSFORMA DIANTE DAS MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E DA CRISE.

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NEWS ENTREVISTA FORA DA CAIXA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EVENTO FRONTEIRAS TECNOLOGIA COMPETITIVIDADE

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NEGÓCIOS

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OUTUBRO 2016

O ATRATIVO MERCADO DOS PETS

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EDITORIAL

UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

A

esperança de dias melhores para o mercado está surgindo. Este é um momento de se ter muita paciência e olhar para frente, mas não esperando resultados imediatos. O brasileiro vai aprender a colher os resultados à médio e longo prazos, mas da pior forma: durante uma crise. Se tem algo de bom na crise é fazer a gestão do negócio sabendo onde cortar custos sem afetar a qualidade e credibilidade, se é que isso é possível. A EMBANEWS acredita que neste momento de transição e dificuldades é que devemos inovar e fazer parcerias duradouras.

Aproveito para parabenizar a jornalista e editora da revista EMBANEWS, Elizabeth Keiko Sinzato pelo prêmio na categoria Imprensa recebido pela reportagem ‘Um novo ciclo” na 16ª edição do Prêmio ABRE da Embalagem Brasileira, e também à ABRE pela linda cerimônia!

Enquanto isso, empresas do exterior continuam olhando para o Brasil como um país de oportunidades, como podemos conferir na Entrevista deste mês com Bertrand Chambert-Loir, CEO da Ateliê do Sabor no Brasil, do grupo francês Norac, que aposta no consumo de refeições práticas, porém frescas e saudáveis.

Na Reportagem, o setor de refrigerantes está buscando inovar através da diversificação de seus produtos visando conquistar novos consumidores frente à queda de consumo nos últimos anos. É o caso da Blondine com sua nova linha de refrigerantes naturais, Be Pop. Pegando carona na onda de inovação, aproveito para convidar os inovadores a participarem da 26ª edição do Prêmio EMBANEWS que está com as inscrições abertas até o dia 07 de novembro. Mais informações no site embanews.com, e-mail premio@embanews.com e telefone (11) 3864-2390.

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Publicidade: comercial@embanews.com Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com Circulação e Database: Gislaine Duarte Mucciolo assinatura@embanews.com Influencers desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Jair Calixto Projeto Gráfico e Diagramação: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal Impressão e Acabamento: Serzegraf Ind. Edit. Gráfi ca Ltda.

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Av. Francisco Matarazzo, 999 Conjunto 22 • CEP 05001-000 • São Paulo/SP • Brasil Tel/Fax: (11) 3864-2390 • (11) 3864-9621 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins.

Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista embanews. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação internet, digital, impresso, etc.

Boa leitura!

Ricardo Hiraishi Outubro de 2016

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embanews@embanews.com www.embanews.com Exemplar avulso: R$12,50 Assinatura Anual: R$140,00

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NEWS EMBALAGEM DE TRANSPORTE E EXPOSITOR A SIG Combibloc lançou o display HERO, uma embalagem secundária que cumpre a função de garantir proteção à embalagem durante o transporte e ter uma ótima apresentação no PDV. Foi desenvolvido para embalagens mais altas, como a garrafa combidome. A bandeja HERO é baixa na frente e praticamente todo o painel frontal da embalagem cartonada fica exposto, garantindo excelente visibilidade do produto. A parte traseira da bandeja é da mesma altura da embalagem cartonada, evitando amassamentos no transporte e permitindo que os paletes sejam empilhados em um número máximo de camadas. Na bandeja a formação é 2 X 4 embalagens cartonadas (empilhadas em 5 camadas), ou seja, é possível colocar 800 embalagens cartonadas, de 1 litro, em um palete padrão Euro. http://www.sig.biz/brazil

GARRAFA VERMELHA EXCLUSIVA

RELANÇAMENTO GLOBAL

Skol Beats Secret é a novidade da marca da Ambev em garrafa vermelha exclusiva, desenvolvida pela Owens Illinois. Segundo o Gerente de Produtos da Owens Illinois, Antonio Melo, o Red Glass foi elaborado com tecnologia exclusiva da O-I, que permite colorir o produto já no processo de fusão. Isso não acontece com nenhuma outra embalagem de vidro. “O maior desafio foi realmente criar industrialmente e de forma viável um vidro na cor vermelha que, além do aspecto visual, possui também uma proteção em relação à luz solar”. O processo é diferente do utilizado para a produção das garrafas das versões anteriores de Skol Beats. A marca foi desenvolvida com proposta moderna desde o design da garrafa, até as bebidas, que ganharam, depois da primeira, em vidro incolor, as versões Extreme (vidro preto), Senses (vidro azul), Spirit (vidro verde) e agora a Secret (vidro vermelho), cada uma delas com sabor e apelo diferenciados. “Somos a primeira empresa a conseguir produzir vidro na cor vermelha com composição química dentro dos níveis de metais pesados admitidos pelo Food Safety, ou seja, considerados próprios para embalar alimentos e bebidas, sem afetar a saúde do consumidor”, afirma. www.o-i.com

A Danone relançou a marca de iogurtes funcionais Activia com nova identidade visual, nova fórmula e mudanças na garrafa.

Com formato mais leve, clean e moderno, a nova garrafa foi desenvolvida em PET com a parceria da Plastipak. Seu design se destaca pela silhueta com curvas acentuadas e assimétricas, que além do diferencial estético, tornou a garrafa mais fácil de segurar, além de mais leve. Disponível nos formatos em 850 g e 1250 g, as garrafas em PET de Activia estão em média 22% mais leves que as garrafas anteriores em HDPE. A nova identidade visual é uma criação global da FutureBrand, adaptada no Brasil pela Bendito Design. w w w. a c ti v ia danone.com.br

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NEWS PORTAL DE INFORMAÇÕES PARA O SETOR FARMACÊUTICO A Videojet Technologies Inc. desenvolveu o portal (www.videojet.br. com/Pharma) para fornecer a fabricantes de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos uma fonte confiável e abrangente de informações para ajudá-los a atender as novas regulamentações no setor de saúde global, que trazem desafios cada vez maiores para os fabricantes, princi-

CURTINHAS Juan Moncada é o novo diretor geral para a América Latina da Eastman Chemical Company, companhia global de especialidades químicas. Com experiência de 25 anos na Eastman e carreira profissional consolidada, Moncada tem como meta de gestão o crescimento regional da empresa e a inovação de negócios.

Cristiano Gonçalves de Freitas é o novo Sales Development Manager para unidade de negócios EPS – Enterprise Productivity Software, da EFI, na América Latina. Seu objetivo é ampliar a participação da divisão da área de EPS, no setor de embalagens, um dos mais promissores do mercado de impressão e foco da EFI neste ano.

A Henkel concluiu a aquisição da Sun Products, sede em Wilton, Connecticut, nos Estados Unidos, tornando-se a segunda maior empresa de produtos do segmento de lavanderia na América do Norte. O valor do negócio foi de USD 3,6 bilhões, incluindo dívidas.

A francesa Ipackchem chegou ao Brasil e instalou, em Paulínia (SP), uma nova fábrica de embalagens para químicos e agroquímicos, em projeto de R$ 40 milhões, com apoio da Investe SP. A planta tem 3,4 mil m² construídos, em um terreno de 8,8 mil m². A expectativa é que a capacidade operacional da fábrica dobre já no ano que vem.

palmente para as empresas de pequeno e médio porte se manterem em conformidade. Os próximos três anos deverão ser os mais importantes para muitos fabricantes, segundo a empresa, para que se preparem e invistam em uma solução de marcação e codificação que os ajudem na tarefa de se manterem em conformidade com a legislação.

NEWS PARCERIA POR SEGURANÇA E PERFORMANCE

EMBALAGEM VALORIZA O PRODUTO

A Tetra Pak em parceria com a Henkel desenvolveu o Tetra Pak® TrayFix, um adesivo hot melt à base de poliolefina amorfa, de alta qualidade, para embalagens secundárias. O novo produto oferece redução de consumo na aplicação superior a 25% e alta estabilidade térmica. Além disso, o adesivo reduz a necessidade de limpeza das bombas, mangueiras, filtros e bicos dos equipamentos e aumenta a durabilidade dos componentes aplicadores, possibilitando o incremento do volume da produção. O Tetra Pak® TrayFix é indicado para máquinas de baixa e alta velocidade. A parceria entre as duas empresas foi firmada em 2010 para atender à crescente demanda da indústria de alimentos e bebidas por segurança alimentar, alta performance e qualidade. O objetivo é desenvolver um portfólio completo de adesivos para aplicação em tampas, canudos e embalagens secundárias Tetra Pak. http://www.tetrapak.com/br; www.henkel.com.br

Os feijões Agreco, produzidos pela Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, ganharam novas embalagens retort pouch a vácuo, que dispensa os produtos de refrigeração ou conservantes. A embalagem externa é produzida com papelcartão Ibema Impona 275g/m², pela Fraspaper Pack, e teve inspiração no mercado europeu. Desenvolvida pela equipe da DoDesign-s, é voltada para os novos casais e para pessoas solteiras que valorizam os alimentos orgânicos. Os Seminários Técnicos, realizados anualmente há mais de uma década pela Ibema, foram indutores da mudança, de acordo com os envolvidos no projeto. O consultor e palestrante Fabio Mestriner relembra que em todas as categorias em que os saquinhos plásticos ficam deitados nas prateleiras, há oportunidade para a entrada de uma embalagem em papelcartão, desde que o produto seja posicionado como premium ou de maior valor. www.agreco.com.br; www.ibema.com.br

EXPANSÃO DA PLANTA DE SOLUÇÕES DE EMBALAGEM A Krones vai ampliar as instalações de sua planta Rosenheim, em Raubling, na Alemanha, especializada em soluções de packaging, onde são construídos, produzidos e montados sistemas robotizados de paletização e despaletização, embaladoras, sistemas de acumulação e de fluxo de materiais, entre outras tecnologias. A Krones já havia investido na expansão desta mesma planta, que é a segunda maior do grupo, em 2013, com aplicação de capital próprio no negócio. Esta planta tem atualmente cerca de 6.000 m² de espaço de produção e o novo projeto de construção irá adicionar cerca de 12.000 m².

A expansão em Raubling vai permitir à Krones consolidar suas instalações produtivas, aumentando a eficiência desta planta. www.krones.com 10

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RESÍDUO ZERO A unidade fabril da Ford de São Bernardo do Campo eliminou totalmente o envio de resíduos para o aterro sanitário na região. O desafio faz parte do plano global da Ford Motor Company visando tornar-se um mo-

delo de práticas sustentáveis. Foi implementada continuamente a coleta seletiva na unidade, com segregação dos resíduos e destinação ambientalmente correta de cada um. www.ford.com.br

Folhas secas e restos de jardinagem são separados de resíduos de varrição e usados no processo compostagem, assim como resíduos dos restaurantes

4 toneladas/mês

A sílica (saquinhos de mineral), que serve como proteção na embalagem de peças e equipamentos mais sofisticados, é misturada na argamassa usada em obras civis na fábrica, o que ajuda a eliminar a umidade

7 toneladas

Os paletes de madeira são encaminhados para reaproveitamento

2 toneladas/mês

As madeiras chamadas inservíveis são transformadas em cavacos para queima em fornos de cerâmica

84 toneladas/mês

Papelão e isopor são encaminhados a empresas especializadas e transformados em cabides, molduras, porta-retratos ou rodapés

70 toneladas de papelão e 150 quilos de isopor

Latas de alumínio, garrafas PET e embalagens plásticas são separadas internamente e doadas a uma cooperativa de recicláveis de São Bernardo

3 toneladas/mês de copos plásticos transformados em produtos como sacolas plásticas

MAIOR EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DO PLÁSTICO VERDE A Braskem investiu entre 2013 e 2015 R$ 7,1 milhões em sua unidade de eteno verde em Triunfo (RS), na melhoria da eficiência do processo produtivo, e com isso conseguiu reduzir as emissões de CO2 na produção de Plástico Verde em 30%. A Braskem automatizou processos, implantou aparelhos para a redução de perdas, aperfeiçoou o processo de vaporização do etanol e diminuiu o consumo de combustíveis pelo gerador. Além disso, está desenvolvendo um sistema de reuso de efluentes aquosos para me-

lhor aproveitamento dos recursos hídricos. A empresa fez uma revisão e aperfeiçoamento dos estudos de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), o que resultou em uma captura de 2,78 toneladas de CO2 para cada tonelada de resina de origem renovável produzida, um aumento na comparação com a medição anterior. O do estudo foi realizado pela consultoria ACV Brasil e com revisão técnica do Institute for Energy and Environmental Research GmbH (IFEU) e pela Michigan State. www.braskem.com.br

NEWS POSICIONAMENTO PREMIUM A Amway, empresa global de vendas diretas, lançou no Brasil a linha premium de produtos para o cabelo Satinique, desenvolvidos com a tecnologia exclusiva e patenteada Enerjuve™.

A agência americana CBX criou o design dos produtos, otimizando o posicionamento da marca com base nas percepções do consumidor. As embalagens são de cores vibrantes metalizadas e suas formas foram criadas para transmitir elegância e facilidade

CURTINHAS Pedro Celso Gonçalves foi reeleito presidente da Apas – Associação Paulista de Supermercados, para o biênio 2016-2018. A entidade tem 1.328 associados, que somam mais de 2.830 lojas.

Segundo o Bureau de Inteligência Competitiva do Café, mais de 25% das residências norte-americanas possuem máquinas de café em cápsulas e em 2016 os norteamericanos devem gastar em torno de US$ 13,6 bilhões na compra do produto, em comparação com US$ 12,8 bilhões, em 2015, e US$ 11,9 bilhões, em 2014.

A Lanxess concluiu a aquisição da unidade Clean and Disinfect da companhia americana Chemours por € 210 milhões. O negócio compreende três linhas de produtos: desinfetantes, monopersulfato de potássio e dióxido de cloro, e atingiu em 2015 vendas de cerca de € 100 milhões.

A RadiciGroup Performance Plastics, que produz plásticos de engenharia, adquiriu a americana Invista, para fortalecer seu crescimento no setor de nylon. Entre os resultados do novo negócio está o impacto significativo na capacidade de produção nos EUA e na Europa, onde a Invista tem duas unidades de produção.

de utilização. O suave manuseio das tampas facilita a aplicação do produto com uma só mão. Ao contrário de outras marcas, a linha de tratamento é acondicionada em frascos, não em potes. Todos os produtos Satinique são concentrados, aumentando a sua durabilidade. Para o logotipo, a CBX espelhou o letterform em um ícone de gota rejuvenescedora que conversa com a identidade da marca. www.amway.com.br

NEWS PRÊMIO ABRE ANUNCIA VENCEDORES A Associação Brasileira da Embalagem anunciou os vencedores do Prêmio ABRE da Embalagem Brasileira, que em sua 16ª edição entregou 22 ouros, 21 pratas e 27 bronzes.

O grande destaque da noite foi a Aché Laboratórios Farmacêuticos, que foi eleita Empresa do Ano, e Manoel Manteigas de Oliveira, à frente de importantes instituições de ensino como Senai Theobaldo De Nigris, foi o Profissional Homenageado.

Na categoria Estudantes, o ouro foi para a Caixa Verde, de estudantes da Universidade São Judas Tadeu. Pelo voto popular, foi eleita a embalagem Rede Mel, da Cidade Refúgio, criada pela OBAH Design. Elizabeth Keiko Sinzato, da Revista Embanews, recebeu o prêmio na categoria Imprensa, pela reportagem ‘Um novo ciclo”.

Dividido em seis módulos, Embalagem, Design Gráfico, Design Estrutural, Tecnologia, Marketing e Especial,

este ano, o módulo “Especial” contou com uma nova categoria, a “Embalagens para a Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos”, que premiou a Nestlé Brasil na categoria ouro, Macpet Embalagens na prata e General Mills/Yoki com bronze. Veja a lista completa dos vencedores em www.abre.org.br

Aché Laboratórios, eleito Empresa do Ano, e Manoel Manteigas, Profissional do Ano, do Prêmio ABRE

O DIÁLOGO ENTRE O LOCAL E O GLOBAL Os membros da GLBA – Global Local Branding Alliance, Alemanha, Estados Unidos, Rússia, China, África do Sul, Turquia e Brasil, se reuniram para apresentar o Global Design Trends & Local Consumer Insights. O objetivo do encontro foi compartilhar experiências locais vivenciadas nos países, relevantes para as estratégias de marcas e produtos em escala global.

A agência brasileira a10 de Margot Takeda, que faz parte da aliança, sediou o evento. Também participam da GLBA as empresas Ceradini Brand Design (Estados Unidos), Berndt & Partner (Alemanha), Orhan Irmak Tasarim (Turquia), Stratcom (África do Sul), Flamesun (China) e Depot WPF (Rússia). Para Thomas Reiner, fundador da GLBA, há em curso no mundo uma rápida transformação e o formato de negócios criado pela GLBA, permite às empresas, mesmo em um período de baixa na economia, que continuem inovando sem a necessidade de elevados investimentos, e isso faz com que as empresas repensem a maneira de fazer negócios, porque hoje saber conversar com os consumidores faz a grande diferença. Na China, por exemplo, o e-commerce está em franco crescimento, 14

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movido pela população conhecida como Millenials, que hoje representam mais de 400 milhões de pessoas e estão por trás do boom tecnológico que está promovendo grandes mudanças nas formas de consumo desse povo. Na Turquia, há o fenômeno das ‘glocal tastes’, marcas globais que utilizam sabores locais e marcas locais tentando se globalizar. Destaque para o multiculturalismo da Africa do Sul e o orgulho de sua identidade; e a crescente busca dos norte-americanos pela conveniência, simplicidade e personalização. Na Rússia, os con-

sumidores são leais aos produtos e às marcas. Na Alemanha há um crescimento da população com mais de 40 anos e vive a busca pela qualidade de vida, principalmente através dos alimentos. Margot Takeda, da a10, falou sobre sua experiência como jurada do Cannes Lions, em que observou o evento cada vez mais focado em negócios, envolvendo tecnologia e inovação, que extrapolam o papel do design gráfico ou da marca como conhecemos, e passam a atuar no nível das mudanças comportamentais. glbabranding.com

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NEGÓCIOS

O MERCADO DE PET FOOD O CONSUMO DE PET FOOD NO BRASIL 2.500

2.490

2.488

CURTINHAS

2.380

2.300 2.260

2.100

Em toneladas

Os EUA são disparados o maior mercado de pet com 42% do total mundial, que é de US$ 102,2 bilhões.

2.170

2011

2012

2013

2014

2015

O MERCADO DE EMBALAGEM PARA PET FOOD EM MILHÕES DE UNIDADES

O Brasil é o quarto maior mercado do mundo em população total de animais de estimação com 132,4 milhões dos 1,56 bilhão da população mundial (2013).

487

425 196 171

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2011 2015

Sacos e invólucros

Latas de folha de flandres

Cartuchos

O Brasil é o terceiro maior faturamento mundial do setor pet, com R$ 18 bilhões em 2015, valor que representa 5,3% do total mundial.

67,3% do faturamento do mercado pet no Brasil é de pet food; 8,0% é de pet care; e 7,7%, de medicamentos veterinários.

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POPULAÇÃO PET NO BRASIL – EM MILHÕES O crescimento do faturamento do setor pet no Brasil em 2015 comparado a 2014 foi de 7,6%.

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30 22,1 18

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O Brasil importou US$ 6.609 milhões em produtos para pet em 2015 e exportou US$ 351,4 milhões.

Fonte: Abinpet

Cães Fonte: Abinpet 16

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ENTREVISTA

, r o a b s m o C o h n i r a c m co TENDÊNCIA PARA O CONSUMO DE REFEIÇÕES PRÁTICAS, PORÉM FRESCAS E SAUDÁVEIS, ABRE ESPAÇO PARA O ATELIÊ DO SABOR

Comer um lanche ou uma comidinha rápida é um habito já incorporado ao modo de vida das pessoas sempre apressadas dos grandes centros urbanos. Mas hoje, a preocupação com a saúde também é a realidade que impulsiona o mercado de alimentação fora do lar. O grupo Norac, um grupo industrial francês fundado por Bruno Caron, há 34 anos, chegou ao Brasil em 2011, com a criação da Norac do Brasil, e de sua marca Ateliê do Sabor.

Em 2013, abriu sua fábrica em Ibiúna, região do cinturão verde de São Paulo, a primeira planta fora da Europa, a partir de um investimento de R$ 55 22

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milhões, e apostou no crescimento desta tendência. Hoje, o Ateliê do Sabor abastece mais de 1.200 pontos de vendas em toda a grande São Paulo e cidades próximas, com 30 produtos divididos entre as categorias de Saladas, Wraps, Sanduíches Integrais, Sanduíches Cremosos, Ciabattas e Massas.

O grupo possui 23 fábricas na Europa, a maioria delas na França, e fatura cerca de 600 milhões de euros por ano, empregando mais de 4.200 pessoas. Atualmente a empresa investe também nos Estados Unidos, com a construção de uma fábrica na região

de Nova York.

A EMBANEWS entrevistou Bertrand Chambert-Loir, CEO da empresa no Brasil, francês que há 20 anos trabalha no grupo Norac. Por volta de 2010, o grupo começou a prospectar novos negócios fora da Europa, e o Brasil foi o país escolhido. Bertrand encabeçou o projeto com o apoio de todo o grupo e iniciou as operações da Norac no Brasil. Teve a seu favor o fato de ter morado no país em sua infância e falar um português perfeito, além de conhecer muito bem as atividades do grupo. No início, a unidade brasileira se resumia a dois franceses e hoje são

ENTREVISTA 160 funcionários, três deles franceses.

EMBANEWS: Quais foram os fatores que motivaram a vinda do grupo Norac ao Brasil?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: Em 2010, quando o grupo estava em busca de novos negócios para a sua expansão, pensamos no Brasil por vários motivos. O Brasil é um país com uma população numerosa, que tem grande participação de imigração europeia, com hábitos alimentares e uma culinária próximas ao do sul da Europa. Então, era mais fácil para nós fabricarmos e vendermos produtos alimentícios no Brasil do que em outros países, a exemplo da China ou da Índia, considerando países emergentes com um forte potencial de crescimento. Além disso, o Brasil vivia à época uma estabilidade política e econômica. Mesmo hoje, os atuais acontecimentos nessa esfera trazem dificuldades para o dia a dia das empresas, mas não travam os negócios; o Brasil é um país seguro em relação a outros para se fazer negócios. Foram esses fatores que nos atraíram para o Brasil.

O CONSUMIDOR DE UMA LOJA DE ALTO GIRO VAI COMER UMA ALFACE QUE ESTAVA NO CAMPO NO DIA ANTERIOR. É UM GRANDE DESAFIO E SÃO POUCOS OS QUE OFERECEM ISSO

EMBANEWS: Como avalia o mercado de alimentação fora do lar e de alimentação rápida que o Ateliê do Sabor atende?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: O mercado de produtos frescos e refrigerados está evoluindo muito, e acreditamos que vá se desenvolver muito ainda, como em outros países. É nesse contexto que estamos trazendo uma oferta nova, de alimentação mais fresca e mais saudável, participando da evolução desse conceito de comida pronta para se consumir a qualquer hora. Até há pouco, o mer-

cado se concentrava nos salgados e congelados. Hoje, há muitas redes de supermercado que vendem produtos de conveniência frescos, comida japonesa, por exemplo, saladas, etc., e isso tem tudo a ver com a profunda modificação no modo de vida dos brasileiros, concentrados em grandes capitais, com cada vez menos tempo, e à procura de uma alimentação mais rápida. Além disso há uma preocupação geral com a saúde e a alimentação. Acreditamos que tudo isso traga um grande desenvolvimento para o mercado.

Bertrand Chambert-Loir EMBANEWS: Como define o público dos produtos do Ateliê do Sabor no Brasil?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: É um público urbano ativo, que está sempre correndo e hoje também se preocupa com a alimentação. Abrange as pessoas que trabalham nos escritórios, estudantes... as pessoas que precisam comer rapidamente na hora do almoço porque vão aproveitar o resto do tempo para fazer compras, estudar, ou fazer outra atividade.

Muitas pessoas também estudam à noite, depois do trabalho, e precisam de uma alimentação rápida. E é um público que, acredito, independe da classe social, porque as pessoas que trabalham em escritórios, por exemplo, recebem ticket. Muitas poupam o ticket, trazendo a refeição de casa, o que nem sempre é fácil. E comprar um sanduíche, uma saladinha com uma bebida não sai tão caro, e é acessível à maioria das pessoas.

EMBANEWS: A Norac construiu uma fábrica em Ibiúna. Como sua parte produtiva está estruturada?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: Internamente, produzimos o pão, e as outras matérias-primas, como frios e laticínios, nós compramos. Os vegetais, adquirimos dos produtores da região de Ibiúna (SP), em que estamos localizados, bem no meio do cinturão verde. Os vegetais são lavados, higienizados, picados e depois, enviados à linha de montagem dos sanduíches e saladas. A particularidade é que nós usamos produtos muito frescos. Nós pedimos aos nossos produtores de alface – que é uma matéria prima essencial para nossas produções, para colher a alface de manhã cedo e nos

entregar no mesmo dia ainda pela manhã. E nós processamos a alface no mesmo dia, montamos os lanches e saladas, e os entregamos no dia seguinte pela manhã. Significa que o consumidor de uma loja de alto giro vai comer uma alface que estava no campo no dia anterior. É um grande desafio e são poucos os que oferecem isso.

EMBANEWS: Então, a logística é o ponto central?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: Exatamente, nós não estocamos os produtos. É um desafio bem maior do que produzir, congelar e estocar e depois entregar à medida que se tem o pedido. Hoje o Ateliê do Sabor faz entregas em toda a grande São Paulo, região de Campinas, Jundiaí e Sorocaba, Baixada Santista e também estamos iniciando a operação no Rio, pelos aeroportos. Em São Paulo, a distribuição é feita por frota própria, e para ampliar o nosso alcance geográfico, estamos trabalhando para desenvolver parcerias com empresas de transporte ou distribuição.

EMBANEWS: O que é importante para o produto manter essa qualidade e esse frescor?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: Há vários pontos que são importantes para o nosso produto. Primeiramente, a qualidade da matéria prima e a sua higienização. Depois, ter um ambiente muito limpo. A fábrica é totalmente refrigerada, com ar filtrado e pressão, com segregação entre as zonas sujas, intermediárias e limpas, e a circulação de pessoas muito bem controlaOUTUBRO 2016

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ENTREVISTA da. Há também um cuidado especial com a embalagem. Os nossos produtos são embalados em embalagem termoformada rígida de polipropileno, na qual se aplica vácuo e se injeta uma mistura de O2 e nitrogênio, a chamada atmosfera modificada.

Sem oxigênio dentro da embalagem, a oxidação e o crescimento de bactérias são inibidos. E a temperatura é controlada do início da produção até a entrega ao cliente. As embalagens dos sanduíches são termoformadas internamente e também recebem atmosfera modificada, o que lhes dá uma qualidade muito superior ao produto embrulhado em filme plástico e caixa de papel, normalmente encontrado no mercado. O shelf life é de 8 dias na loja, com qualidade ótima. É um shelf life curto porque usamos matérias primas variadas, o que já é um desafio.

EMBANEWS: Desde a inauguração da planta em 2013, houve

novos investimentos?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: A instalação da fábrica absorveu investimentos de R$ 55 milhões; desde então investimos cerca de 5 milhões por ano, em novas máquinas, na frota de caminhões, entre outros. Este ano vamos lançar uma nova linha de sanduíches, além de instalar mais linhas de preparação para frios e vegetais.

Temos sempre que fatiar, cortar em cubos, ralar... Enquanto a empresa se desenvolve temos que investir em novos equipamentos.

EMBANEWS: Como vocês definem os critérios para a escolha dos seus fornecedores?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: Para nós, o mais importante é a confiabilidade. Nós precisamos sobretudo de um produto de qualidade em um prazo certo. Não adianta ter um produto de ótima qualidade que é entregue com atraso. Ou ter um produto barato que apresente problemas de

qualidade e regularidade. O que mais pedimos para um fornecedor é que ele entregue um bom produto, com regularidade e na hora. Entre nossos fornecedores de embalagens estão Evertis, Converplast, CCL, Gráfica 43 e Penha.

A NOSSA IDEIA É EXPLICAR AO CONSUMIDOR QUE NÓS FABRICAMOS PRODUTOS COM SABOR, MAS TAMBÉM COM CARINHO E CUIDADO

EMBANEWS: Como foi desenvolvida a identidade da marca Ateliê do Sabor e qual a sua proposta?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: A nossa ideia é explicar ao consumidor que nós fabricamos produtos com sabor, mas também com carinho e cuidado.

Para nós, a palavra Ateliê representa esse universo de algo feito de forma artesanal, que remete ao cuidado, carinho e qualidade. Somos uma empresa que tem esse componente da praticidade, pois fabricamos refeições rápidas e práticas, mas para nós, é importante transmitir nossa qualidade e sabor. A agência que criou a identidade da marca é a Team Créatif.

EMBANEWS: As expectativas mudaram desde que a empresa chegou ao Brasil? Como você vê as oportunidades do mercado brasileiro para o futuro?

BERTRAND CHAMBERT-LOIR: A expectativa mudou um pouco, porque quando chegamos com esse projeto em 2011 o Brasil estava a todo vapor.

E hoje, na verdade, está mais difícil.

Agora vamos continuar a enfrentar essa crise; esperamos que a retomada do crescimento esteja próxima. É um grande desafio. Mas é sempre um desafio instalar uma nova empresa em qualquer lugar do mundo e é também um aprendizado. Porém, estamos aqui, temos uma ótima fábrica, um time muito bom de gerentes brasileiros e muitas ideias. Acreditamos muito no Brasil, temos tudo para conseguir, e acreditamos nisso. www.ateliedosabor.ind.br

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REPORTAGEM

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AMPLIANDO A PRESENÇA NAS MAIS DIVERSAS CATEGORIAS DE BEBIDAS E INVESTINDO EM INOVAÇÃO DE EMBALAGEM, AS EMPRESAS DE REFRIGERANTES BUSCAM PARTICIPAÇÃO EM TODAS AS OCASIÕES DE CONSUMO

ano de 2015 foi um ano difícil para a indústria de bebidas não-alcóolicas que apresentou queda no volume de produção, de 1,6% sobre 2014, considerando-se todas as categorias de bebidas não-alcoólicas, revertendo a tendência de alta dos últimos anos, mostram os dados da Abir – Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não-Alcoólicas. A produção de refrigerantes no Brasil, no entanto, apresentou uma queda mais acentuada, de 6,1% em 2015 sobre 2014, com 15,350 bilhões de litros. Segundo Igor Castro, diretor técnico da Abir, a crise econômica que impactou toda a indústria afetou também a produção de refrigerantes. Mas a crise tem afetado em graus variados as diferentes categorias de bebidas. No caso dos refrigerantes, houve redução dos 28

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índices de produção nos últimos cinco anos, com exceção de 2014, em que cresceu 1,6%.

No entanto, as atuais indústrias de bebidas que se ergueram como grandes marcas de refrigerantes, há muito perceberam o potencial da diversificação e as mudanças de comportamento do consumidor. “Nas últimas décadas, o mercado de bebidas não-alcoólicas se diversificou com a entrada das grandes companhias de refrigerantes em novas categorias de produtos”, diz Castro. “As estratégias de diversificação estão presentes, inclusive, dentro da própria categoria de refrigerantes, com a utilização de novos sabores e tamanhos diferentes de embalagens, por exemplo. O cenário de inovação tem oferecido

aos consumidores cada vez mais opções”, afirma o executivo da Abir.

A Datamark possui um índice, o Share of Throat, o ‘share’ de tudo o que você bebe, em tradução livre, que contabiliza o volume de bebidas necessário à manutenção do organismo humano segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde. Nessa contabilidade, tudo o que não é bebida industrializada, é calculada como água de torneira. Na última década, segundo a Datamark, o volume de água de

REPORTAGEM

torneira caiu de 51% (2004) para 29,4% (2014).

As empresas também estão atentas à crescente preocupação das pessoas com a saúde e a qualidade de vida. Um dos recentes capítulos foi a iniciativa da Coca-Cola, Ambev e Pepsico de não vender mais refrigerantes nas cantinas das escolas com crianças de até 12 anos, mas apenas água mineral, suco 100%, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos, em vigor desde agosto. O novo portfólio tem como referência diretrizes de associações internacionais de bebidas.

A Coca-Cola Brasil que já atua nos segmentos de águas, chás, refrigerantes, néctares, sucos, energéticos e bebidas esportivas, entre sabores regulares e versões de baixa ou zero caloria, ingressou no segmento de cafés, com o lançamento no mês de julho do Café Leão, marca com tradição no mercado de chás. Com o Café Leão, produto com grãos 100% arábica, cultivados, torrados e embalados no país, a Coca-Cola Brasil soma o café à sua linha de 140 produtos. Mas ela não para por aí. O Sistema Coca-Cola Brasil está concluindo a compra da Laticínios Verde Campo, de Lavras (MG) – e com isso fará sua estreia no segmento de lácteos no país. Ela já atua nos Estados Unidos, com a marca Fairlife de leites premium.

E junto com a engarrafadora mexicana Coca-Cola Femsa, a The Coca-Cola Company fechou um acordo para a compra do negócio de bebi-

das à base de soja AdeS da Unilever na América Latina, ainda sujeito à aprovação.

Toda essa movimentação, no entanto, não significa investir menos na categoria de refrigerantes. A mais recente inovação da Coca-Cola Brasil é a Coca-Cola com Stevia e 50% menos açúcares. O produto tem em sua receita o adoçante natural stevia e metade do açúcar da Coca-Cola original, além do rótulo verde.

Mas é principalmente através da embalagem que a inovação se evidencia na companhia. A Coca-Cola é uma empresa que tem na embalagem seu bem de mídia mais valioso, segundo James Sommerville, Vice-Presidente Global de Design da Coca-Cola, em declaração no site da empresa, por ocasião da divulgação da nova identidade visual da marca, que une todos os produtos da marca registrada Coca-Cola sob uma mesma identidade visual: Coca-Cola, Diet Coke/Coca-Cola Light, Coca-Cola Zero e Coca-Cola Life. A mudança faz parte da estratégia “One brand” e tem o Disco Vermelho da Coca-Cola como ícone das novas embalagens, lançadas no México em maio, devendo chegar aos demais mercados até 2017, em versões semelhantes.

Desde a icônica garrafa Contour, a Coca-Cola lança constantemente inovações em suas embalagens.

Ao completar 100 anos, foi lançado o pack promocional contendo seis garrafas em edições históricas que contam a transformação das garrafas de Coca-Cola até chegar à Contour. Essa embalagem recebeu o ouro na categoria Embalagem Promocional do Prêmio Abre 2016.

Ela é a marca que oferece a mais ampla gama de embalagens para atender as diversas ocasiões de consumo, latas de diversos tamanhos para todos os bolsos, garrafas PET para consumo individual e familiar, garrafas de vidro retornável, garrafas de alumínio, embalagens promocionais e comemorativas, a exemplo das embalagens lançadas por ocasião dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

FOCOS DE INOVAÇÃO A Ambev em parceria com a Whirlpool está investindo no mercado de máquinas e bebidas em cápsulas, com a criação da B.blend. O guaraná Antarctica em cápsulas foi o primeiro produto lançado no final do ano passado e com os resultados positivos a companhia decidiu investir em uma fábrica de cápsulas de bebidas em Sete Lagos, Minas Gerais, dentro de uma planta da Ambev.

Cinco novas marcas foram anunciadas pela empresa – os segmentos que serão foco da produção: Puro Gosto, de sucos 100% naturais, Levez, de néctares, Sunchai, de chás quentes e gelados, Fruá, de frapês, e Brown Town, de chocolates.

No caminho da inovação, a PepsiCo lançou no ano passado F!ZZ, uma nova maneira da companhia olhar o futuro, a partir dos drinks de refrigerantes, na onda mixologista, que combina sabores e ingredientes em novas experiências sensoriais. Os drinks são preparados com uma base de refrigerantes da Pepsico, como Moutain Dew, Pepsi, entre outros.

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REPORTAGEM A VEZ DO ARTESANAL Ao mesmo tempo, observamos um movimento na direção contrária ao mercado de massa, vocação original da indústria de refrigerantes. Assim como no segmento de cerveja, começa a despontar a indústria de bebidas artesanais. É o posicionamento proposto pela Blondine para sua nova linha de refrigerantes naturais, Be Pop. É composta por cinco sabores formulados a partir da polpa de fruta, previamente estabilizada microbiologicamente: 2 Limões (tahiti e siciliano), Pink Lemonade (limão com framboesa), Laranja, Guaraná, e Tônica com Pepino. “O refrigerante é voltado para o público adulto, pessoas que gostam de sabores diferentes, conceitos novos, arte, cultura, viagem e esporte. Uma geração que preza os produtos naturais e originais”, afirma Aloisio Xerfan, Diretor da Blondine Bebidas Artesanais. Segundo Xerfan, o Be Pop é um refrigerante natural porque sua composição não leva ingredientes químicos. “É um refrigerante feito com polpa de fruta e água, além de ter menos quantidade de açúcar e de sódio, e baixa carbonatação, com perlage fina. Isso faz com que as bebidas sejam mais saborosas e originais.

Para lançar Be Pop, a Blondine, conhecida por suas cervejas artesa-

nais, investiu em Branding através de conceituação da marca, rótulo e embalagem; pesquisa e desenvolvimento para criar as fórmulas e os padrões de produto; em Marketing para o lançamento do conceito Be POP e na área industrial, em que a empresa tem uma planta em Itupeva, no interior de São Paulo, investiu em equipamentos extras para a produção. A Blondine contou com o apoio do consultor de Branding Lincoln Seragini para desenvolver o produto e as embalagens.

O lançamento do produto vem de

CONCEITO DE BEBIDA QUE REMETE AO ESTILO DE VIDA Uma inovação mais radical foi o lançamento do conceito Drinkfinity, no final de 2014, um sistema de hidratação portátil e pessoal, trazida pela Pepsico, que permite que as pessoas customizem suas próprias bebidas de acordo com as necessidades do dia a dia. O sistema é composto por um Vessel, garrafa com design exclusivo, reutilizável, que pode ser abastecida com água filtrada, e pelos Pods, cápsulas contendo os ingredientes de sabor e nutrição, em pó e líquido, separadamente. Ao ser acoplado o pod ao vessel, a mistura de pó, líquido e água se transforma em uma bebida que reúne refrescância, hidratação e funcionalidade. A PepsiCo

apostou no projeto desde o início, sob a direção de Luis Montoya, Presidente da Divisão de Bebidas da América Latina da companhia; hoje o negócio evoluiu para uma startup dinâmica e independente. Segundo Montoya, Drinkfinity é a materialização das tendências de consumo de bebidas e sustentabilidade, e está aberta para ser aperfeiçoada ao longo do tempo. Ela reúne conceitos como praticidade, sustentabilidade, saudabilidade, personalização, cocriação e interatividade.

encontro à tendência global de valorização do produto artesanal. “O refrigerante artesanal é uma tendência nos Estados Unidos e temos sabores bastante diferenciados para fugir do produto de massa e ser especial. Acredito que essa valorização do artesanal vem do fato de criar uma identificação individual com empresas que compartilham os mesmos valores, como a ética e a qualidade dos produtos. Além da busca pelo saudável e natural, que é também uma tendência mundial”, afirma Xerfan.

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FORA DA CAIXA

Caixa passa por um tratamento hidro-repelente antifúngico que a torna resistente à umidade e a microorganismos

Rogério Junqueira Machado e Ernesto Pichler e a caixa retornável que já está em testes no setor automotivo

A MAIS COMPACTA

A

CAIXA RETORNÁVEL VIABILIZA LOGÍSTICA REVERSA NO SETOR AUTOMOTIVO

Reciclapac nasceu como uma startup a partir do projeto de uma caixa para o transporte de cargas pesadas, a princípio voltada para a indústria automobilística e de autopeças. Está localizada no CIETEC (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), no Campus da Universidade de São Paulo. O desafio era fazer uma embalagem retornável, que reduzisse o volume de resíduo descartado, e que fosse muito compacta para viabilizar a logística reversa, possibilitando empilhar uma quantidade maior de peças no retorno do caminhão. Além disso tinha que ser muito simples para o usuário montar e desmontar facilmente, sem o uso de parafusos, pregos ou clips.

“Daí surgiu a ideia de uma embalagem mista formada por compensados de madeira que se encaixam em perfis de aço em U. O perfil de aço tem longa duração e compõe a força estrutural do conjunto impedindo que envergue. Cada uma dessas colunas suporta 4 toneladas. E o tempo de montagem da peça é de menos de 1 minuto, sendo possível ser montada por uma só pessoa. Desmontadas, podem ser empilhadas 15 peças em cada pilha dentro de uma carreta. Hoje no mercado mundial não há embalagem que seja tão compacta quanto essa. Além disso, a caixa passa por um tratamento hidro-repelente antifúngico que a torna resistente à umidade e a microorganismos”, explica o pesquisador Ernesto Pichler, especialista na área de embalagens para transporte.

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A caixa da Reciclap está participando do programa do PIPE – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e está na segunda fase, de industrialização.

“Agora estamos procurando um local para a instalação da indústria”, afirma Rogério Junqueira Machado, fundador da Reciclap.

A empresa também está desenvolvendo um projeto em conjunto com o Senai, chamado Embalagens Logísticas Inteligentes, que visa solucionar um problema corrente na indústria automotiva, a gestão dos racks retornáveis que transportam as peças dos fornecedores para as montadoras.

O projeto consiste no uso de um sensor ativo para rastrear a embalagem pelo circuito que ela percorre e detectar e solucionar os problemas do processo, como por exemplo, a falta de racks para o acondicionamento das peças por problema no retorno. Tudo isso gerenciado por um software. Este projeto foi aprovado no Edital Senai Sesi de Inovação para ser desenvolvido em conjunto entre a empresa e a instituição.

“No momento, a embalagem está em teste de campo em duas empresas do setor automotivo, já em sua quinta viagem, e em ótimo estado”, garante Rogério. “A expectativa é que aguente 15 viagens, dependendo muito do cuidado dos operadores”, acredita Antonio Perez, consultor da Reciclapac. www.reciclapac.com

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

INDúSTRIA 4.0

N

A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA QUE ESTÁ EM CURSO E AS APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

a primeira parte deste artigo, publicado na EMBANEWS ed. 318, apresentei um resumo sobre as inovações tecnológicas que estão em desenvolvimento, e devem mudar as relações dentro da cadeia industrial.

Mas quais são as perspectivas de utilização destes conceitos na indústria farmacêutica? Podemos sonhar com algo assim? Minha resposta é: com certeza! Podemos identificar alguns exemplos na área da produção: (1) PAT. O process analytical technology encontra um forte potencial de aplicação na indústria farmacêutica.

Ele é o exemplo mais claro e concreto com possibilidade de uso do IoT na indústria farmacêutica. Ele prevê a transferência de análises de Controle de Qualidade para as linhas de produção, online/inline, por meio de equipamentos analisadores. O mais comum deles é o NIR (Infravermelho próximo).

Com o PAT, a economia de tempo de processo será significativa. Análises de teor, pH, testes de identificação, umidade, poderão ser realizadas simultaneamente à produção, liberando o produto imediatamente após sua finalização. Estas informações poderão ser coletadas por um sistema central e armazenadas diretamente na pasta do produto. Como os custos de produção diminuirão, os preços dos medicamentos tenderão a baixar.

(2) MES. Atualmente é utilizado o 34

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Manufacturing Execution Systems, sistemas focados no gerenciamento das atividades de produção e que estabelecem uma ligação direta entre o planejamento de produção (ERP) e o chão de fábrica. Os sistemas MES geram informações em tempo real que promovem a otimização de todas as etapas da produção. O MES pode importar dados de um sistema ERP e armazenar diversos tipos de dados e análises. Assim, os equipamentos do PAT podem estar conectados ao MES, fornecendo uma gama infindável de informações e o MES poderá estar conectado a um sistema central - Big Data Analytics-, concentrando todas as informações de cada produto, facilitando as decisões gerenciais.

(3) Dados de Controle de Qualidade.

Dados obtidos de softwares específicos do Controle de Qualidade e da Garantia da Qualidade, por exemplo o LIMS, poderão ser transferidos para um Sistema Central (Big Data Analytics) que avaliará os dados e gerenciará a aprovação e liberação do produto para comercialização.

(4) Tecnologias de Controle de Qualidade. Com a necessidade de controle regulatório, muitas das tecnologias evoluirão para propiciar análises em tempo real, com menor consumo de reagentes, mão de obra, recursos em geral, reduzindo o lead-time de produção e os estoques de materiais.

Outros sistemas podem ser desenvol-

vidos para automatizar processos e atividades manuais no controle e garantia de qualidade. Todas estas atividades poderão se integrar em um sistema central, acelerando o processo de tomada de decisão e fortalecendo a segurança da qualidade.

CONCLUSÕES O tema é ainda bastante complexo, mas com a disseminação das informações ao público e às empresas, a compreensão sobre o que é a Internet das Coisas se tornará cada vez mais clara em um futuro breve. Sua aplicação e uso na indústria farmacêutica é, a meu ver, muito desejável, pois a indústria farmacêutica tem baixo grau de inovação e automação quando comparada a outros setores da economia.

Tais avanços poderão levar a indústria a uma mudança de patamar na produtividade e qualidade dos serviços, aumentando a segurança dos processos e a segurança para o paciente, reduzindo lead-times, e o melhor de tudo, reduzindo os preços dos medicamentos.

Leia o artigo completo em www.embanews.com JAIR CALIXTO

Gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma. jaircalixto@sindusfarma. org.br

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EVENTO Plástico, participou da Interplast 2016, durante os três dias de feira, com a organização da Arena do Conhecimento. Foram realizadas palestras diárias sobre a transformação do plástico, novas tecnologias, gestão de empresas neste segmento, além de discussões sobre sustentabilidade. www.interplast.com.br; www.euromoldbrasil.com.br

INDÚSTRIA DO PLÁSTICO SE REÚNE NO SUL PERSPECTIVA É DE QUE INTERPLAST E EUROMOLD TENHAM GERADO NEGÓCIOS DE R$ 350 MILHÕES PARA OS PRÓXIMOS 12 MESES

A

Interplast e a Euromold Brasil, duas feiras de negócios do setor de plástico e de moldes industriais, se consolidam no mercado catarinense e do sul do país. Realizadas de 16 a 19 de agosto, no Expoville, em Joinville, as feiras reuniram mais de 380 marcas dos setores de plásticos, moldes e ferramentarias e receberam cerca de 22 mil visitantes de 17 países, entre eles Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Índia, Itália, Paraguai, Portugal, Suécia, Suíça, Tailândia e Uruguai.

A expectativa da organizadora Messe Brasil é de que sejam gerados R$ 350 milhões em negócios nos próximos doze meses.

O estado de Santa Catarina tem cerca de mil indústrias de transformação de plástico, somando mais de 32 mil empregos diretos nas fábricas, que processam aproximadamente um milhão de toneladas de 46 36

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plástico por ano. O sul do estado se destaca por sua indústria de descartáveis, o oeste pela produção de embalagens e o norte, pelas peças técnicas.

Foram realizados eventos paralelos, como o Cintec Plásticos – Congresso de Inovação Tecnológica, que proporcionou atualização para os profissionais, estudantes e empresários do setor, em que especialistas em suas áreas debateram as novidades do setor, falaram dos desafios e tendências, e abordaram evoluções em produtos e processos.

A Rodada de Negócios reuniu 10 empresas compradoras e 31 vendedoras. O evento foi realizado em um dia e a expectativa é que gere, nos próximos 12 meses, R$ 1 milhão em negócios.

O Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), uma iniciativa da produtora de resinas termoplásticas Braskem e da ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do

PETTALKERS DEBATEM QUESTÕES SOBRE O PET Santa Catarina recebeu este ano o evento da indústria de embalagens PET, o PETtalk Sul, realizado pela Abipet – Associação Brasileira da Indústria do PET, na Interplast, no dia 17 de agosto, na Expoville.

Os PETtalkers debateram as mais recentes tecnologias para a produção de embalagens e reciclagem de PET, além de participarem de palestras sobre a regulamentação do setor, que atraíram mais de 120 profissionais.

A décima edição do Censo da Reciclagem do PET no Brasil é o mais completo estudo sobre o setor e foi apresentado pela Abipet durante o evento. Além disso, a entidade discutiu o tema de como as empresas devem se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Anvisa esclareceu os principais pontos da regulamentação sobre o uso de PET reciclado para contato com alimentos. O Cetea – Centro de Tecnologia de Embalagem apresentou os requerimentos técnicos para produção de PET – PCR voltado a aplicações “food grade” em aplicações multilayer (lâminas para filmes e termoformagem) ou bottle to bottle. A Datamark deu um panorama geral sobre o mercado de embalagens e de embalagens PET. www.pettalk.org.br

Auri Marçon, presidente da Abipet

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FRONTEIRAS

DA CROÁCIA UM EXEMPLO A SER EVITADO

EM RECENTE VIAGEM DE PESQUISA PELO LESTE EUROPEU, ENCONTRAMOS NA SÉRVIA UMA EMBALAGEM CROATA QUE PODE NOS ENSINAR MUITO

O

s países do Leste Europeu são em sua maioria pequenos, portanto, suas empresas precisam considerar o mercado do bloco como um todo e, se possível, ainda incluir parte da ex-República Soviética para conseguir escala de produção e se tornarem minimamente competitivas.

Dessa maneira, é comum encontrarmos produtos da Croácia na Sérvia, na Macedônia ou na Albânia e, da mesma forma, produtos eslovenos na Croácia e assim por diante. Como consequência, há a necessidade de vários idiomas nas embalagens, sendo o russo normalmente um deles (até por causa do alfabeto diferente).

Embalagens que cruzam países demandam maior atenção e pesquisa sobre vários aspectos: legislação sobre questões fitossanitárias, tabela nutricional, rotulagem ambiental etc., além de reforço das embalagens de transportes para evitar perdas significativas. É importante também a pesquisa sobre os hábitos de consumo e preferência do consumidor que se pretende atingir. Nesses países em especial há enormes diferenças ét-

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nicas e religiosas, portanto, um deslize na comunicação pode ser fatal.

O Grupo Atlantic, da Croácia, é um conglomerado de empresas que se organizaram a partir de investidores que compraram pequenas indústrias instaladas nesses países.

Juntas, essas indústrias conseguem ser mais competitivas, pois têm maior mercado e redução significativa de custos graças à sinergia que têm entre si.

No entanto, a estratégia expansionista impõe também pesquisa básica sobre os produtos que se propõem a vender. Um exemplo é uma das empresas do grupo, a sérviaSTark®, tradicional marca croata que produz a sobremesa Bananica®.

O produto é uma “gelatina” em formato de banana coberta com uma camada de chocolate. O curioso é a ilustração mostrada na embalagem: o desenho de um coqueiro!

E, para finalizar, ainda há um splash com os dizeres “ jedinaprava” (o único verdadeiro).

Trata-se, portanto, de um exemplo que no mínimo denota a falta de uma pesquisa do nome da fruta e de onde ela vem. Será que cuidaram do desenvolvimento do pro-

duto da mesma forma? Tais gafes podem comprometer a marca e seu futuro.

No mesmo grupo ainda há uma linha de biscoitos sabor “napolitano”, que, para os napolitanos e boa parte do mundo, quer dizer que tem três sabores: creme, chocolate e morango. Porém o referido produto é sabor chocolate com avelãs!

Lamentavelmente esse tipo de descuido acontece também com empresas brasileiras: visitando o Panamá, encontrei na gôndola o biscoito tipo wafer sabor “floresta negra”!

Adivinha o que acontecia? Poucos compravam, pois lá ninguém lê em português e nem sabe o que significa a variedade “floresta negra”!

Estudar antes de lançar um produto é melhor e aumenta as chances de sucesso!

Se quiser mais informações e fotos dos produtos, é possível obtê-las no site: www.clubedaembalagem. com.br.

ASSUNTA N. CAMILO

Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutodeembalagens.com.br

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A próxima edição da Latamcan – Conferência Latinoamericana dos Fabricantes de Embalagens Metálicas já tem data e local definidos: acontecerá de 4 a 6 de outubro de 2017 no Grand Hayatt São Paulo, em São Paulo, no Brasil.

A Latamcan reúne os fabricantes de embalagens metálicas de aço e alumínio da América Latina, além de fornecedores de insumos e tecnologias, para apresentar aos usuários de embalagens e discutir os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos para o setor. Além disso, é uma excelente oportunidade para o networking e ambiente favorável aos novos negócios.

Os detalhes sobre o custo de registro, exposição e apresentações técnicas serão publicados no website em breve. Também será iniciada a chamada para as apresentações técnicas.

Aguardem! www.latamcan.com director@latamcan.com barbosa@latamcan.com

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CONGRESSO ABTCP 2016

PAPEL E CELULOSE EM DESTAQUE

O 49º Congresso Internacional de Celulose e Papel, promovido pela ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, acontece de 25 a 27 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo. Este ano, o tema do Congresso será “Setor Florestal e Industrial cruzando fronteiras: novos negócios, novos processos e novos produtos”.

Entre os especialistas que se apresentarão estão Carlos Alberto Farinha e Silva, vice-presidente da Pöyry, que falará sobre o mercado do setor de celulose e papel, com destaque para o segmento de papéis sanitário e embalagens. Sérgio Besserman Vianna vai abordar os efeitos das mudanças climáticas para o setor, além do panorama da economia global.

Este ano, o evento será ainda mais especial: contará com o lançamento dos 50 anos da ABTCP, que será realizado em 2017. www.abtcp2016.org.br

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CONGRESSO ABINAM

OS DESAFIOS PARA O SETOR DE ÁGUAS MINERAIS

De 9 a 11 de novembro, acontece o 25º Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais e o Expo Abinam’2016, no Tauá Hotel & Convention, em Atibaia, São Paulo, com o tema ‘Grandes Desafios para a Cadeia da Indústria de Águas Minerais’. O evento tem por objetivo propor reflexões sobre as perspectivas do mercado nacional e mundial para os próximos anos e reafirmar o compromisso dos produtores com a qualidade, em coerência com o avanço tecnológico e a expansão do conhecimento técnico científico do setor de águas minerais.

Paralelamente, estará sendo realizada a Expo-Abinam’2016, agora consolidada como a mais importante feira técnica do setor, reunindo inúmeros expositores, que estarão apresentando seus recentes lançamentos em máquinas, equipamentos, acessórios e serviços para a indústria de águas minerais.

O evento reunirá um público estimado de 1.500 participantes e 400 congressistas, além da presença de palestrantes renomados da esfera nacional. Este ano também estão sendo comemorados os 25 anos dos Congressos e da Expo-Abinam’2016 e as Bodas de Ouro (50 anos) do SINDINAM. www.abinam.com.br

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A Feiplastic – Feira Internacional do Plástico acontecerá de 3 a 7 de abril de 2017, no Expo Center Norte.

A organizadora do evento, Reed Exhibitions Alcantara Machado, decidiu manter a feira em cinco dias por solicitação dos expositores, alterando a decisão anterior por quatro dias.

Em sua última edição, a FEIPLASTIC, maior feira da cadeia produtiva do plástico na América Latina, movimentou R$ 40 milhões somente durante suas rodadas de negócios. Um dos eventos mais esperados para a cadeia do plástico, a feira é idealizada pela ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, com apoio do SIRESP - Sindicato das Indústrias de Resina do Estado de São Paulo, e realizada com toda a expertise da Reed Exhibitions Alcantara Machado.

A FEIPLASTIC reúne segmentos como máquinas, equipamentos e acessórios, moldes e ferramentas, resinas, instrumentação, controle e automação; serviços e projetos técnicos; produtos básicos e matérias-primas; transformadores de plástico e reciclagem. Em 2015, a feira reuniu 1.400 marcas - das quais mais de 200 novas - e mais de 66 mil visitantes.

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COMPETITIVIDADE

E

ste é mais um dos textos sobre “saber cuidar” do Sistema Embalagem (SE), que entendo seja vivo, dinâmico e sujeito às variadas influências do ambiente externo. O objetivo é contribuir para mantê-lo cada vez mais competitivo. Os conceitos que utilizo são detalhados por Boff (1999), e, especialmente, numa das suas frases: “a essência humana não se encontra tanto na inteligência, na liberdade ou na criatividade, mas basicamente no cuidado”. O foco é “Processamento e Estocagem” de produto acabado, como apontado na Figura 1.

FIGURA 1: O SISTEMA EMBALAGEM

PROJETO

CONSUMIDOR

CRIAÇÃO

ESPECIFICAÇÃO

SELEÇÃO DE FORNECEDORES

PDV

DISTRIBUIÇÃO

PROCESSAMENTO E ESTOCAGEM

COMPRA E ENTREGA

RECEBIMENTO E ESTOCAGEM

O tema é vasto e traz, subjacente a ele, a necessidade de método, ritmo e dis50

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ciplina, palavras chave das “Boas Práticas de Fabricação”. Foi parcialmente abordado em edições anteriores da EMBANEWS, com o olhar direcionado à “Eficácia do Sistema Embalagem” e ao “OEE no Sistema Embalagem”.

No que se refere ao método, proponho que o leitor reflita sobre as quatro etapas propostas por Descartes em seu “Discurso do Método”, página 23 do texto traduzido por Maria Ermantina Galvão (ver referência): 1. Nunca aceitar coisa alguma como verdadeira sem que a conhecesse como tal; ou seja, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e não incluir em meus juízos nada além daquilo que se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida; 2. Dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas fosse possível e necessário para poder resolvê-las; 3. Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para subir pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos;e supondo certa ordem mesmo entre aqueles que não se precedem uns aos outros; 4. Fazer em tudo enumerações tão completas, e revisões tão gerais, que eu tivesse certeza de nada omitir.

Creio que seguir essas etapas, especialmente a primeira, seja um bom

caminho para melhorar a eficiência operacional, a produtividade e tantos outros indicadores usados no cotidiano industrial.

O ritmo foi bem abordado por Goldrat (1992) ao apresentar, entre outros conceitos, os de Tambor e Pulmão.

Para o autor, o tambor dá o ritmo do processo. É o gargalo (ou restrição) da linha de envase (a envasadora). É o posto de menor capacidade e, por isto, não pode parar, respeitadas, uma vez mais, as “Boas Práticas de Fabricação”. Os equipamentos anteriores (alimentadores de embalagem, de tampas, lavadoras, entre outros) e os posteriores (tampadores, rotuladores, encaixotadores e paletizadores) devem ter capacidade superior a ele para compensar eventuais falhas. Embora todos trabalhem no mesmo ritmo a maior parte do tempo, esteiras bem dimensionadas entre eles atuam como pulmões, responsáveis pelo seu contínuo e bom funcionamento.

A disciplina é o “regulamento sobre a conduta dos diversos membros de uma coletividade, imposto ou aceito democraticamente, que tem por finalidade o bem-estar dos membros e o bom andamento dos trabalhos”. O conceito é autoexplicativo, mas vale lembrar que, sem disciplina, não será possível desenvolver e seguir qualquer método nem seguir qualquer ritmo. Sem ela, as ações, no ambiente empresarial, tendem a acontecer de forma reativa.

Uma frase conclui esse “devaneio” por três conceitos subjacentes às “Boas Práticas de Fabricação”: com método, ritmo e disciplina é mais fácil conhecer os limites do processo e melhorá-lo continuamente para aumentar a sua competitividade. Isso é “saber cuidar”.

Referência Bibliográfica BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

199p.

DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1996.

GOLDRATT, E. M.; COX, J. A meta. São Paulo: Educator / IMAM, 1992.

ANTONIO CABRAL Coordenador do Curso de Pós-graduação em Engenharia de Embalagem do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia acabral@maua.br

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