EMBANEWS Nº 365 - Agosto/Setembro 2020

ANO 30 | EDIÇÃO 365 | AGOSTO-SETEMBRO 2020

NOVA FÁBRICA DA BOBST NO BRASIL JÁ NASCE SOB O CONCEITO DE UMA SMART FACTORY, PRONTA PARA ELEVAR O PADRÃO DE PRODUTIVIDADE DA INDÚSTRIA DE EMBALAGEM. POR EDUARDO PETRONI

VISÃO DE FUTURO

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INVESTIMENTO FABRIL

SUSTENTABILIDADE

INDÚSTRIA 4.0

BRASILATA INVESTE EM NOVA FÁBRICA NO RIO

O FÓRUM EMBALAGEM & SUSTENTABILIDADE

JORNADA RUMO À 4.0

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SUMÁRIO

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ENTREVISTA EDUARDO PETRONI, CEO DA BOBST LATINOAMERICA DO SUL, FALA SOBRE A NOVA FÁBRICA NO BRASIL, QUE REFORÇA A CRENÇA NO POTENCIAL DO MERCADO BRASILEIRO E SUL-AMERICANO

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#EconomiaCircular #EmbalagemInforma #EmbalagemParaPDV #PrêmioSindusfarma #InvestimentoFabril EMBALAGEM NO MARKETING CENTRO BRASIL DESIGN EMBALAGEM DE AÇO SUSTENTABILIDADE INDÚSTRIA 4.0

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NO EMBALO

CHEGAMOS AOS 30 ANOS

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FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

o mês de agosto a revista EMBANEWS completou 30 anos de atuação junto ao mercado de embalagens. Aproveitamos mais uma vez para agradecer aos leitores, anunciantes e parceiros que sempre estiveram conosco nesta trajetória, inclusive neste momento complexo pelo qual passamos com a pandemia do Coronavírus.

Como comentamos na edição anterior, devido a vários contratempos ocasionados pela pandemia do vírus da COVID-19, tivemos atrasos nas edições da EMBANEWS e estamos colocando no prazo mensal até o final do ano. Para isso, as edições serão publicadas conforme segue: agosto/setembro, setembro/ outubro, outubro/novembro, novembro/ dezembro e, em dezembro, já no próprio mês da capa.

Até a próxima edição!

Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com / redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Juliana Buso, Thaís Fagury Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil Telefones: (11) 3064-2405 / 3064-2418 - WhatsApp 11+94721-4102 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação internet, digital, impresso, etc.

site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews twitter.com/Embanews facebook.com/Embanews Exemplar avulso: R$12,50 Assinatura Anual: R$140,00

Ricardo Hiraishi Agosto/Setembro de 2020

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#EconomiaCircular

Edições especiais comemoram a sustentabilidade

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Nespresso possui um histórico de ações voltadas às práticas sustentáveis que vão do campo e percorrem toda a cadeia produtiva, até a reciclagem de suas cápsulas de alumínio.

Em sua campanha Nossas Ações Dizem Tudo, a Nespresso sintetizou sua narrativa através de três edições comemorativas à sustentabilidade. Três packs contendo 50 cápsulas, cada qual assinalada por uma cor distinta, afirmaram um dos compromissos: o pack Clima e Meio Ambiente, o pack Qualidade Sustentável e o pack Reciclagem.

“Esta campanha vem reforçar ainda mais o nosso compromisso com a cadeia do café e com todos os atores nela envolvidos. A base do negócio da

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Nespresso no Brasil e no mundo está ancorada neste ecossistema de cuidado e práticas sustentáveis”, diz Marcos Djinishian, Head de Marketing da Nespresso no Brasil.

O pack Clima e Meio Ambiente (verde) mostra o cuidado da marca com os produtores, com o meio ambiente e o futuro. Junto com a ONG SOS Mata Atlântica, a Nespresso ajuda a restaurar parte de um dos grandes biomas brasileiros, plantando 50 mil árvores e mais de 60 espécies nativas em uma das grandes regiões produtoras de café no Brasil.

O Pack Qualidade Sustentável (vermelho) fala sobre o programa Nespresso AAA, que capacita os profissionais nos campos e é responsável pela melhora das condições de trabalho. Junto com o programa

também foi criada uma certificação para produtores.

O Pack Reciclagem (azul) ressalta a escolha pelo uso de cápsulas de alumínio, um material capaz de proteger o café do ar, umidade e luz, e que pode ser infinitamente reciclável.

O design dos packs é criação da FutureBrand, produzido em papelcartão pela Centralpack.

Logística reversa e reciclagem de cápsulas Desde 2009, a Nespresso é membro fundador do ASI (Aluminium Stewardship Initiative), iniciativa responsável por criar os padrões para o alumínio sustentável no contexto ambiental e social. Em 2018, o primeiro alumínio produzido de manei-

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ra sustentável no mundo foi fornecido para a Nespresso através da Rio Tinto australiana. A meta da empresa em 2020 é a utilização de alumínio 100% proveniente de extração sustentável e de acordo com padrões ASI. No ano de 1991, a Nespresso deu origem a um sistema de coleta e reciclagem para as cápsulas de alumínio descartadas na Suíça. Hoje, existem três maneiras diferentes para devolver cápsulas usadas: nos pontos de coleta, nas Boutiques Nespresso ou através da Entrega Verde. Nas cidades onde ainda não há pontos de coleta, a reciclagem pode ser feita por meio da coleta seletiva. A meta da empresa para 2020 é reciclar 100% do alumínio.

As cápsulas usadas e recolhidas são destinadas ao Centro de Reciclagem da Nespresso, em Osasco, São Paulo. Lá, o material é selecionado e separado mecanicamente, sem utilizar água, num processo totalmente desenvolvido pela marca no Brasil. O pó de café é enviado a uma empresa que faz a compostagem e vira adubo orgânico.

O alumínio é destinado a uma indústria que irá fundir o alumínio para que entre novamente na cadeia de alumínio, utilizado para a fabricação de novos produtos como esquadrias, aros de bicicletas e outros produtos.

Desde janeiro de 2018, a Nespresso iniciou uma parceria com cooperativas de catadores.

Hoje, são mais de 60 cooperativas trabalhando ativamente com a Nespresso na região metropolitana de São Paulo, e a ação está sendo expandida para outras 14 cidades. São mais de 150 pontos de coleta de cápsulas usadas pelo Brasil, possibilitando a 80% dos clientes terem acesso a um ponto de reciclagem. Como resultado,

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houve um aumento de 4% no volume de reciclagem de 2016 para 2019, atingindo 23% de taxa de reciclagem efetiva em 2019.

https://www.nespresso.com/br; https://www.futurebrand.com/; Ao optar pela Entrega Verde (temporariamente suspensa http://www.centralpack.ind.br/; à Covid-19), além de receber09/20 as Portuguese magazine, 132 x 200 mm, devido MetaPure, CC-pt53-AZ002 https://aluminium-stewardship.org; cápsulas em casa entregues via bike, https://www.sosma.org.br é possível devolver as cápsulas usadas, através da EcoBag Nespresso.

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#EmbalagemInforma

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A Penalty apresenta ao mercado a linha Block, com artigos confeccionados com tecido que inativa vírus e bactérias. Criada a partir do fio de poliamida Amni® Virus-Bac OFF, fornecido pela Rhodia (Grupo Solvay), a linha Block oferece opções de vestuário masculino e feminino e máscaras para atividades esportivas de média e alta intensidade.

Um dos destaques é a embalagem das máscaras.

Manuseados com total segurança, os produtos vêm esterilizados e em embalagens lacradas.

A embalagem das máscaras apresenta uma régua ilustrativa para que o consumidor meça o rosto – a distância entre a linha dos olhos e a ponta do queixo – e acerte na escolha do tamanho da peça. Além disso, a comunicação traz instruções sobre a lavagem e a higienização das peças. Com fechamento em ziplock, o pack funciona também como um porta-máscara.

Todo processo de estudo, criação e desenvolvimento da embalagem foi realizado internamente por meio da house (agência interna de publicidade da Penalty) e área de marketing da companhia. A embalagem é produzida pela Plásticos Freddy: A linha Block Treino é composta por camisas, shorts, bermudas e as máscaras. Além de proteção, os produtos oferecem conforto, praticidade e design para atletas profissionais e amadores. As peças têm toque macio, proporcionam respirabilidade, absorção de umidade, easy care e são de fácil lavagem. Os artigos estão disponíveis para o público masculino e feminino, com variedade de cores, tamanhos e modelos.

“A proposta é que as pessoas possam praticar esporte com segurança, usando roupas e máscara confortáveis e sem o risco de levar vírus e bactérias para casa”, explica Emerson Shiromaru, Diretor de Operações Internacionais. www.penalty.com.br/institucional/quem-somos; www.plasticosfreddy.com.br 10

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A Smurfit Kappa desenvolveu uma solução exclusiva pronta para prateleira para a Docile Alimentos.

“Nosso desafio era encontrar um parceiro que desenvolvesse uma embalagem atrativa para o ponto de venda que se adequasse ao nosso processo de produção, reduzisse o trabalho realizado pelos repositores nos PDVs, posicionasse a nossa marca e ainda estivesse conectada com os princípios de sustentabilidade da nossa empresa”, afirma Ricardo Heineck, diretor da Docile Alimentos.

A embalagem desenvolvida pela Smurfit Kappa foi customizada para atender a todos esses requisitos.

Sendo 100% renovável, reciclável e biodegradável, a Companhia utilizou uma combinação de ferramentas que analisaram toda cadeia produtiva da empresa além de uma solução específica para o varejo, a ShelfSmart. Ela realiza uma avaliação do potencial de desempenho da embalagem antes de levá-la ao PDV, a partir de uma simulação em ambiente virtual 3D, aplicada aos consumidores reais, que demonstram qual das opções apresenta um melhor desempenho.

“Todas as nossas embalagens prontas para o varejo (SRP) seguem as diretrizes do Institute of Grocery Distribution, que envolvem facilidade de identificação, abertura, comercialização, compra e descarte”, afirma Manuel Alcalá, CEO da Smurfit Kappa Brasil. Outra ferramenta utilizada para avaliar a visibilidade das embalagens no PDV é o EyeScan, software capaz de capturar o movimento dos olhos do consumidor e realizar combinações de milhões de pontos para analisar o poder de atração das embalagens no ponto de venda.

Como resultado, a nova embalagem pronta para prateleira da Docile Alimentos gerou um aumento de visibilidade no PDV, com crescimento de 18% nas vendas e uma redução de 40% no tempo de reposição da prateleira ao eliminar a necessidade de se manusear unidades individuais do produto e facilitar ainda mais a sua distribuição em diversos tipos de canais.

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#PrêmioSindusfarma

Os fornecedores vencedores em 2020 Os 23 melhores fornecedores e prestadores de serviço da indústria farmacêutica foram agraciados com o Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2020 em cerimônia on-line realizada na noite de 6 de outubro, transmitida de um estúdio instalado no World Trade Center (WTC), em São Paulo. O evento foi apresentado pela jornalista Amanda Klein. O Prêmio Qualidade é concedido há 24 anos pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).

Maria Heloísa Simão é a personalidade da indústria farmacêutica homenageada este ano com o título de Patronesse do Prêmio Sindusfarma de Qualidade. Instituída em 2016, a premiação destaca executivos cuja atuação está ligada à qualidade e ao aprimoramento tecnológico e científico do setor. Formada em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), Heloísa Simão construiu sua carreira na indústria farmacêutica, na qual iniciou como estagiária na Bristol-Myers Squibb (BMS) a atual presidente da Zodiac. https://sindusfarma.org.br

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#InvestimentoFabril

BRASILATA inaugura nova planta de embalagens de aço

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Brasilata, companhia que atua na produção nacional de embalagens de aço, irá inaugurar duas novas unidades fabris no município de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, próxima da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, fornecedora da matéria-prima principal na produção das linhas de embalagens metálicas. A controlada CIMEP - Companhia Industrial de Metais e Plásticos, iniciou as operações da primeira unidade - de caráter transitório - no mês de agosto deste ano. Nesta primeira unidade, a empresa passou a operar em um galpão alugado de 8 mil m² no bairro Califórnia da Barra.

“A planta no estado do Rio de Janeiro era um sonho antigo da Brasilata, e a escolha do município se deu em função da sua localização privilegiada, não somente pela distância da CSN e posterior distribuição para outras unidades produtivas da Brasilata, mas também pela conhecida mão de obra qualificada do setor metal-mecânico da região”, diz Tiago Heleno Forte, CEO da Brasilata.

“Já adquirimos um terreno 16

para a construção da segunda planta – de caráter definitivo que terá 100 mil m² dos quais 18 mil m² serão, inicialmente, de área construída”, revela Forte ao mencionar que o investimento total do projeto está calculado em R$ 70 milhões, sendo que, até o final de julho, já foram investidos R$ 21,3 milhões na compra do terreno, em máquinas e instalações. A empresa também conta com 46 funcionários nesta etapa inicial e, até a finalização, o projeto deverá gerar aproximadamente 200 empregos na operação, além daqueles decorrentes das obras de construção da fábrica principal.

A nova unidade de Barra do Piraí será um hub que abastecerá as outras quatro plantas da Brasilata no país (além da planta de Barra do Piraí, a empresa possui mais 4 unidades: Jundiai-SP, Estrela-RS, Rio Verde-GO e Recife-PE). Na futura planta, o objetivo da empresa é contar com equipamentos de corte das folhas de flandres, envernizadeiras, prensas - que são as máquinas que fazem os componentes (tampas, anéis e fundos) das latas. Além disso,

está previsto o investimento em injetoras plásticas para fabricar as tampas e os componentes plásticos utilizados nas linhas de embalagens.

No primeiro semestre deste ano, a Brasilata havia transferido as operações de sua antiga unidade em São Paulo (SP) para uma nova fábrica no município de Jundiaí (SP). A unidade já opera com as linhas de latas para tintas e produtos químicos, atendendo normalmente o mercado. Além disso, a empresa também investiu em linhas de latas para alimentos.

Com todo esse conjunto de rearranjo logístico e operacional, a Brasilata projeta aumentar ainda mais sua produtividade e eficiência operacional, consolidando sua posição de liderança no setor de embalagens metálicas.

A Brasilata foi eleita a melhor companhia de embalagens para se trabalhar no Brasil nos anos de 2018 e 2019, e obteve destaque entre as Melhores Empresas para começar a carreira de acordo com a Revista Você S/A. www.brasilata.com.br

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EMBALAGEM NO MARKETING

NENHUM PRODUTO CONCORRE NO MERCADO... É PRECISO TER UM OLHAR ATENTO PARA A CATEGORIA EM QUE O PRODUTO SE INSERE

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sta frase do título é apresentada em minhas aulas quando faço referência à importância que tem a CATEGORIA para a competitividade dos produtos que nela concorrem pela escolha e preferência dos consumidores. Nenhum produto concorre no mercado, a margarina não concorre com o macarrão, este não concorre com o sabão em pó, que por sua vez, não concorre com o creme dental.

Todo produto concorre numa categoria e é nela que se encontram lado a lado as embalagens de seus concorrentes.

Há alguns anos, uma grande multinacional convocou um painel de especialistas pedindo a eles que avaliassem algumas embalagens de seus produtos, versus as embalagens de seus concorrentes.

Isto ocorreu porque apesar de todo o poder de sua marca, a empresa multinacional percebeu que caso suas embalagens estejam sendo superadas pelas de seus concorrentes, ela terá problemas, ou seja, não importa a força da marca, a embalagem de um produto não pode,

em hipótese alguma, ser inferior às embalagens de seus concorrentes.

Mas como podemos garantir que nossa embalagem não seja inferiorizada pelas de nossos concorrentes?

Uma das formas para descobrir a resposta a esta pergunta é aplicar um dos métodos de diagnóstico criados exclusivamente para esta finalidade, como o método PackScan* que, como me explicou Álvaro Azanha, avalia o que são considerados os 5 fatores críticos para a competitividade de uma embalagem no confronto direto de uma embalagem contra as embalagens concorrentes. São eles: 1- Design & Marketing, 2- Usabilidade & Experiência do Consumidor, 3- Fator Industrial & Otimização Logística, 4- Custos da Embalagem na composição do Produto e 5- Sustentabilidade da Embalagem.

Conhecer em profundidade a categoria na qual o produto compete e os concorrentes que nela participam é fundamental para garantir o que ensinou o mestre Sun Tsú em seu livro “A arte da guerra”, ou seja, é preciso conhecer bem seu produto, mas também é fundamental

conhecer bem seus concorrentes, pois um produto é sempre comparado com eles na hora da tomada de decisão no ponto de venda.

Uma pesquisa recente realizada pelo Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM revelou que, para os consumidores, cada categoria tem relevância e significados próprios e distintos das demais. Isso faz com que determinados produtos, pelo simples fato de pertencerem a uma categoria relevante, tenham exigências muito mais altas em relação aos atributos de suas embalagens do que aqueles que estão em categorias em que as compras são menos frequentes. Produtos de uso diário ou muito frequente são mais lembrados e mencionados, e seu design característico serve como facilitador para sua localização entre os concorrentes e guia para a recompra.

Não importa apenas que a embalagem seja bonita e tenha um bom design, é preciso avaliá-la em relação àquelas que estão a seu lado, porque é a categoria que determina o tipo de competição, e é dentro da categoria que a competição acontece. O posicionamento que cada produto terá na categoria depende do conjunto formado por todas as embalagens que o consumidor tem diante de si no momento da escolha. *PackScan https://pt.slideshare.net/fam5255/packscan-new-v2

FABIO MESTRINER Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM, Autor do Livro Inovação na Embalagem Método Prático e Design de Embalagem – Curso Avançado fabio@mestriner.com.br

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ENTREVISTA

VISÃO DE FUTURO BOBST INAUGURA SUA NOVA FÁBRICA EM ITATIBA, E TRAZ CONSIGO O CONCEITO DE COMPETENCE CENTER, COM PRODUTOS E ESTRUTURA VOLTADOS À PRODUTIVIDADE DOS CLIENTES

A

Bobst está de casa nova; acaba de entregar no início de setembro a primeira máquina dobradeira-coladeira EXPERTFOLD 110 produzida em sua nova unidade em Itatiba, em São Paulo, à Apice Gráfica.

A companhia suíça que chegou ao Brasil em 1972, trazendo de forma pioneira ao país a tecnologia de produção de máquinas para embalagens cartonadas, inicia uma nova fase, tendo como alicerce sua trajetória de sucesso construída nestes 48 anos.

Esta que está sendo considerada a fábrica que vai escrever o futuro da Bobst no Brasil, agora dentro de um novo projeto, acompanha um movimento que o Grupo Bobst está fazendo em todo o mundo. Construída sob o conceito de uma smart factory, é 100% conectada, e alinhada à visão do Grupo para a indústria global de embalagens, e seus pilares centrais de automação, digitalização, conectividade e sustentabilidade.

A nova unidade já traz consigo o conceito de Competence Center, uma área dedicada à demonstração de equipamentos e simulação de linhas de produção reais, que conta com uma completa infraestrutura de salas e auditório para treinamentos, reuniões, etc., voltada para clientes e colaboradores, e que ocupa mais de 1.500 m² dos 8.000 m² do espaço construído da fá-

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brica. As instalações oferecem o ambiente ideal para os clientes visualizarem, compreenderem e testarem soluções de impressão e conversão, sem interromper os cronogramas de produção planejados em suas fábricas.

“Esse investimento reforça a confiança do Grupo Bobst no futuro da América do Sul. Entendemos e conseguimos mostrar que o mercado sul-americano, a despeito das conjunturas econômicas globais, tem um potencial muito grande e vem correspondendo aos nossos esforços”, afirma Eduardo Petroni, que assumiu a liderança da Bobst Latinoamerica do Sul há cerca de dois anos e meio. “É um motivo de orgulho e satisfação participar do projeto da nova fábrica e de todo o trabalho que estamos realizando, com uma equipe bastante motivada, e ver os resultados positivos que estamos obtendo”. Anteriormente, Petroni atuou na Océ Technologies, uma empresa do grupo Canon, na área de comunicação visual, como Diretor Geral.

EMBANEWS: Quais foram os desafios para colocar essa fábrica em operação em tão curto espaço de tempo, desde que foi anunciada há pouco mais de um ano?

EDUARDO PETRONI: É importante dizer que esta foi uma façanha para todos nós. Assinamos o contrato para a construção desse prédio no dia 26 de junho de

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2019, e em pouco mais de 1 ano e 2 meses, a fábrica já estava em operação. Antes disso, o maior desafio, porém, foi convencer o grupo da viabilidade econômica do projeto para a América do Sul. A transição para a nova fábrica foi outro grande desafio. Nosso tempo era curto, tínhamos que estar operacionais na nova planta o mais rápido possível. Fizemos uma transição bastante profissional entre as duas fábricas. Entregamos a última máquina da antiga fábrica para um cliente do Paraná, a Kamaro Indústria Gráfica, no final de agosto, e dentro de 10 a 12 dias, já na nova fábrica, entregávamos a primeira máquina produzida à Ápice Artes Gráficas.

EMBANEWS: O que foi importante na decisão de manter Itatiba como sede da nova planta?

EDUARDO PETRONI: Nosso principal objetivo em manter a planta em Itatiba foi preservar e garantir a qualidade e o acesso de nossos profissionais à empresa, que são sem dúvida o nosso maior patrimônio. Nós não queríamos nos afastar dos moradores de Itatiba que representam hoje 60% da nossa força de trabalho; os outros 40% moram em cidades próximas. Hoje são 130 profissionais no Brasil que atendem toda América do Sul. EMBANEWS: Como você define o conceito sob o qual a nova fábrica foi concebida?

EDUARDO PETRONI: Esta fábrica nasce quase simultaneamente ao anúncio da nova visão do grupo Bobst, pelo CEO Jean-Pascal Bobst, em junho, em transmissão online, em virtude da pandemia, quando também apresentou os equipamentos que seriam lançados na drupa. É a visão de uma solução ponta a ponta para atender 100% de toda a cadeia produtiva da embalagem, da matéria-prima ao fabricante da embalagem, ao dono da marca, até o consumidor final. Essa é uma diretriz do grupo Bobst e todas as plantas estão caminhando nessa direção. Ela nasce com o conceito de smart factory ou fabrica inteligente, na qual todos os nossos equipamentos são automatizados, conectados, integrados. Isso permeia todos os processos da nossa operação e também todos os nossos produtos, desde hardwares, softwares, serviços, treinamento, etc. A fá-

brica já nasce com essa vocação de estar pronta para a cultura 4.0.

EMBANEWS: Quais foram as principais inovações apresentadas pelos equipamentos lançados este ano?

EDUARDO PETRONI: Os equipamentos lançados, nas várias áreas de atuação do grupo: papelcartão, papelão ondulado, flexíveis e label, são a tradução da visão do grupo, que traz como um dos pontos de vista estratégicos a produtividade. Todas as máquinas já saem das fábricas, inclusive a do Brasil, com configurações digitais e alto nível de conectividade, preparadas para oferecer diretamente dados e análises de produção em tempo real. Mais que isso todos os nossos equipamentos são prontos para receber arquivos digitais de set up que permitem reduzir o tempo de set up da máquina em quase 50%. Para o nosso cliente, é uma revolução.

A partir do momento em que ele faz o upload de um arquivo de set up em sua rede, ele é capaz de converter toda a linha de embalagens em processo end to end, e finalizar lá na frente numa caixa completa com outras embalagens, prontas para serem colocadas no processo de envase dos clientes finais.

EMBANEWS: Qual é o diferencial que as linhas de acessórios cumprem no processo produtivo do cliente?

EDUARDO PETRONI: Dentro dessa visão voltada para a produtividade, não apenas os processos otimizados, mas também as novas tecnologias em acessórios podem aumentar drasticamente a produtividade dos nossos clientes. O Accucheck, por exemplo, é um sistema de controle de qualidade, que faz a certificação da embalagem, com vários níveis de segurança, sem interferir na velocidade de produção, e tem sido particularmente empregado na indústria farmacêutica. Na área de tooling (ferramentas de corte), considerada estratégica, o Grupo adquiriu a Cito-System, fortalecendo as bases na área de papelcartão.

EMBANEWS: Quais equipamentos estão sendo produzidos na fábrica do Brasil?

EDUARDO PETRONI: A fábrica brasileira tem por vocação, desde o seu início, a produção de equipamentos para embalagem de papelcartão, basicamente a

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ENTREVISTA linha de entrada de equipamentos para corte e vinco e dobradeiras-coladeiras, além de acessórios. Corporativamente, porém, temos um compromisso com todas as outras linhas de produtos globais do grupo, que tem fábricas em vários países, pois nossa estrutura comercial e de serviços é preparada para isso. Somos também responsáveis pela tropicalização dos equipamentos do Grupo que são importados por empresas brasileiras e da América do Sul, visando o atendimento às normas e legislações locais.

EMBANEWS: Como está estruturada a parte de serviços?

EDUARDO PETRONI: A parte de serviços do Grupo é extremamente forte, principalmente na América do Sul, e ocupa um espaço importante do nosso Competence Center, de onde atendemos o Brasil e Cone Sul. Parte desse sucesso se deve a um time bem preparado e motivado, pois nossos equipamentos, sejam os produzidos no Brasil ou lá fora, são entregues e montados por uma equipe de especialistas, e estamos aptos a dar treinamento não só para a operação das máquinas, mas também para torná-las cada vez mais produtivas.

Isso se torna ainda mais relevante neste momento de resultados bastante positivos, com o aumento do número de pedidos, não só no Brasil, mas também na Argentina, Chile, Uruguai. A manutenção remota que já vinha sendo praticada, mas antes era apenas uma opção, hoje, com a pandemia, tornou-se de uma utilidade única para o cliente. Nossos técnicos estão sempre a postos, prestando atendimento online. Além disso, apoiamos os nossos clientes em todas as iniciativas de otimização de embalagens e processos; recentemente protagonizamos um desenvolvimento bem interessante para a indústria farmacêutica.

EMBANEWS: Pode nos contar sobre esse desenvolvimento?

EDUARDO PETRONI: Uma empresa da área farmacêutica propôs um projeto bastante desafiador para nosso cliente, a Gonçalves, que nos deu como premissa ao investimento a nossa capacidade de rodar um trabalho de características bem específicas: uma embalagem de cartão de dimensões muito pequenas, com espaçamento zero entre as embalagens, tornando bastante complexa a etapa de destaque das peças, sem danificá-las e mantendo a produtividade da linha. Nosso time local abraçou esse desafio e com uma equipe multidisciplinar conseguimos rodar o projeto que foi um grande sucesso.

EMBANEWS: Como a pandemia afetou ou não as operações da empresa?

EDUARDO PETRONI: O Grupo Bobst tem fábricas em países que foram severamente afetados pela pandemia e foi aprendendo a lidar com ela; primeiro, com a China, onde o grupo tem três fábricas, reagindo rapidamente e tomando as medidas necessárias. Mais tarde, com a Europa, onde temos fábricas na Itália, Inglaterra, Suíça, França, que foram países castigados pela 22

Covid. Nós, no Brasil, aprendemos com esses países, e pudemos nos mobilizar mais rápido e nos preparar, sem que afetasse nossa produção, nem o fornecimento de peças.

EMBANEWS: Como vê este momento para os mercados em que a Bobst atua?

EDUARDO PETRONI: Este é um momento único; não sabemos como irá se comportar no futuro. A área de cartão está crescendo a dois dígitos já há dois anos e foi o que, sem dúvida, lastreou o investimento do grupo na nova fábrica. Segmentos como o de medicamentos e limpeza tiveram forte aumento de demanda, enquanto outros, como equipamentos eletrônicos, sofreram queda, mas na média o mercado se manteve aquecido. Como resultado, estamos com a capacidade de produção de nossa fábrica até o final do primeiro semestre do próximo ano já preenchida.

O mercado de embalagens de papelão ondulado também cresceu, impulsionado pelas vendas pelo e-commerce que chegaram a crescer até 150%, dependendo da região.

O grupo Bobst continuou a investir no segmento de embalagens flexíveis, que hoje vive uma rápida evolução dos materiais e processos e está bem mais sustentável, e lançou um equipamento que está remodelando a tecnologia flexo, e nos adequa à demanda de nossos clientes por um produto mais sustentável. O resultado está sendo bastante positivo.

Por fim, também estamos no mercado de label, com equipamentos fabricados na Itália, em que também estamos experimentando um alto crescimento, com vários projetos no Brasil e América do Sul. EMBANEWS: Como a Bobst observa o mercado de impressão digital?

EDUARDO PETRONI: A Bobst atua através da Mouvent, que se consolidou como um braço da Bobst para impressão digital para duas aplicações básicas, têxtil e label. Estamos trazendo para o Brasil dois modelos da linha label e dois, da linha têxtil. Acreditamos no potencial do digital para o segmento label, pois os equipamentos são robustos e práticos de operar, de alta velocidade e produtividade. E contam com a qualidade da tecnologia, serviços e estrutura de atendimento Bobst.

Levando-se em consideração que o mundo digital não vai acabar com o mundo analógico, e vão conviver lado a lado, o nosso cliente vai ter a possibilidade de apresentar ao seu cliente final as várias opções disponíveis.

Somos hoje a única empresa no mundo que pode oferecer ao mercado de rótulos uma solução flexo banda estreita e banda larga, uma solução híbrida com impressão flexo e digital, que está sendo uma revolução no mundo, e uma solução totalmente digital; a escolha vai depender só das necessidades do cliente.

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Fonte: ANAP, 2019.

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CENTRO BRASIL DESIGN Juliana Buso**

CHAMAR A ATENÇÃO É SEMPRE MIÓ!

UMA EMBALAGEM, UMA EXPRESSÃO, MUITO DESIGN, CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E RECONHECIMENTO

E

u costumo dizer que o Brasil é o melhor país do mundo. Existe aqui uma riqueza única de pessoas, gastronomia, diversidade cultural e étnica, jeitos, maneiras, enfim, tudo muito colorido, feliz e admirável. Gostaria de compartilhar um case que é premiado em design tanto nacional quanto internacionalmente. Estou falando das embalagens Mió, da Drogaria Araújo, de Minas Gerais. As embalagens ganharam o Brasil Design Awards 2019 e o aclamado Oscar do design mundial, o iF Design Award 2020.

Se você já teve o privilégio de conhecer Belo Horizonte, com certeza reparou nas Drogarias Araújo. É a maior rede mineira de farmácias.

A rede é hoje líder no segmento de farmácias em Minas Gerais e tem planos de expansão. Conta com 200 lojas e 113 anos de atuação e

história no estado. Um exemplo brasileiro de destaque.

Uma expressão regional que virou uma marca que representa o DNA de Minas. Com a utilização do design como ferramenta de diferenciação, conquistou não só o mercado mineiro, mas também o mercado nacional pela beleza, inovação e ousadia.

A embalagem foi desenvolvida pelo escritório Greco Design, um dos escritórios de design com maior reconhecimento pelos principais selos do setor em âmbito mundial. O case Mió nasceu de uma expressão regional de Minas, que retrata a positividade e o otimismo em colocar em todas as falas a palavra Mió. Presente em diálogos diários e também em várias frases faladas pela população mineira.

A inspiração para o nome surgiu da expressão mineira “Mió” que

O Centro Brasil Design atua há 21 anos trabalhando com indútrias, serviços, governo, criativos e a sociedade por meio de iniciativas nas áreas de design, inovação e sustentabilidade.

Possui uma metodologia própria chamada Design na Prática® - que auxilia a inserção do design na indústria - e representa nacionalmente o maior e mais conceituado prêmio de design mundial, o iF DESIGN AWARD (www.cbd.org.br)

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remete a “Melhor”. É otimista, é simples, tem o DNA mineiro, é limpo, é bem resolvido, é o próprio mineiro, o próprio público-alvo atestando a qualidade dos produtos.

Segundo o pessoal da Greco Design, “na identidade da marca, ao priorizar os elementos como cor, tipografia e padrão gráfico nos seus pontos de contato, Mió aposta na diferenciação do que é tido como padrão no varejo brasileiro para se destacar em gôndola frente aos seus concorrentes”.

Aqui vemos que o design não utiliza barreiras, pode ser usado em qualquer segmento, as embalagens usam cores fortes e têm o objetivo de se destacar nas prateleiras. Os produtos da drogaria Araújo conversam com o público-alvo e cumprem o objetivo. Chamar atenção é sempre Mió!

** JULIANA BUSO

Coordenadora de Projetos e Relações Internacionais do Centro Brasil Design e atua nas áreas de gestão do design, design estratégico, design thinking e políticas públicas.

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EMBALAGEM DE AÇO

Logística reversa para estimular A reciclagem de embalagens O OBJETIVO DA PROLATA É CRIAR CONDIÇÕES PARA QUE A CADEIA DE RECICLAGEM DA LATA DE AÇO SE COMPLETE, ENVOLVENDO TODOS OS ELOS

O

Brasil gera cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e 70% dos municípios têm algum tipo de coleta seletiva. No entanto, os serviços públicos de limpeza não conseguem abranger nem metade do lixo produzido. O resultado do descarte incorreto de produtos que têm potencial de reciclagem gera danos ao meio ambiente e à saúde humana.

Muito tem sido discutido para indicar soluções capazes de reduzir os resíduos gerados por embalagens, enquadrando o setor nas exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Temos como exemplo de ação eficaz a Prolata, associação criada pela Abeaço, com o foco na correta destinação de latas de aço para reciclagem. A Prolata foi a primeira entidade gestora para logística reversa de embalagens reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente. Além de contar com quase 40 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em todo o País, a Prolata mobiliza hoje mais de 50 cooperativas de catadores e catadoras de materiais recicláveis, possui 6 entrepostos parceiros e 1 centro próprio de recebimento para grandes volumes.

Desde a fundação da associação, 26

em 2012, já foram coletadas e recicladas quase 33 mil toneladas de aço.

O objetivo da Prolata é criar condições para que a cadeia de reciclagem da lata de aço se complete, envolvendo os fabricantes de latas, fabricantes de produtos, cooperativas, consumidor final e indústria siderúrgica. Hoje, 100% das embalagens coletadas pela Prolata são recicladas por uma única siderúrgica parceira. Mas a iniciativa busca mais parcerias na indústria siderúrgica.

O modelo de reciclagem instituído pela Prolata foi inspirado nos cases da Suécia e Suíça, países bem-sucedidos não apenas em seus índices de reciclagem, que chegam a 82% no caso das latas de aço, mas também nos modelos instituídos, que geram eficiência e preveem o compartilhamento de responsabilidade entre todos os elos da cadeia.

O modelo de reciclagem que a Prolata está adotando no Brasil foi estabelecido após um rigoroso trabalho de benchmark em países europeus.

Embora a Alemanha, por exemplo, recicle 96% das latas pós-consumo, o modelo adotado é baseado em um padrão de logística reversa extremamente

caro, gerenciado por empresas com finalidade lucrativa. Já na Suécia estabeleceu-se um sistema em que a cadeia de produção tem que criar condições para que o consumidor deposite suas embalagens voluntariamente, já as separando por categoria, o que dá eficiência ao sistema e reduz o custo. Além disso, na Suécia a gerenciadora não possui finalidade lucrativa.

Contudo, ações como essa não serão possíveis se não motivarmos o consumidor a colaborar. Muitos consumidores adquirem produtos embalados em materiais que não são recicláveis. É fundamental que os consumidores compreendam que levar produtos embalados em materiais recicláveis e reciclados de fato, como o aço, é uma economia para toda a sociedade.

THAIS FAGURY Presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço)

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SUSTENTABILIDADE

PROPOSTAS DE EMBALAGENS MELHORES PARA UM MUNDO MELHOR EMBALAGENS DE RPET, EMBALAGENS RETORNÁVEIS E EMBALAGENS INCLUSIVAS ESTÃO ENTRE OS EXEMPLOS DE NOVAS TENDÊNCIAS

O

Fórum Embalagem & Sustentabilidade realizado no último dia 08 de outubro pelo Instituto de Embalagens, apresentou soluções para reduzir o impacto ambiental das embalagens que despontam como iniciativas disruptivas.

A indústria deverá ser protagonista na construção de um futuro sustentável para o planeta. Os governos podem regulamentar e a sociedade pode exigir, porém a realização será da indústria.

A Danone Waters que sempre foi criticada pelo uso do PET laranja em seus garrafões de água buscou uma solução. A partir do recolhimento dos seus garrafões nas próprias distribuidoras, a companhia acaba de lançar uma garrafa feita com 100% de PET reciclado pós-consumo e, além disso, sem rótulo. Segundo Thays Rosini, gerente de sustentabilidade da empresa, desde janeiro deste ano, todo o volume de plástico produzido pela Bonafont é recolhido e reciclado. Um exemplo de economia circular fechada, que foi além ao reduzir um item do sistema (o rótulo).

Neste mês, a companhia também lançou as garrafas tradicionais de Bonafont feitas de rPet 100%.

A marca comunica a iniciativa aos consumidores com uma mensagem estampada nas garrafas e no shrink do multipack: “SOU UMA GARRAFA A MENOS”.

Além de reciclagem, a retornabilidade é outra possibilidade de redução de impacto ambiental.

Este foi o caminho adotado pela Coca-Cola Brasil que desenvolveu a garrafa retornável universal e agora está expandindo para sua linha de sucos. Outra quebra de paradigma que promove uma relação melhor com o consumidor que pode trocar suas garrafas por bebidas diferentes da inicial e, até mesmo, acu28

mular pontos através de aplicativo.

A expectativa da empresa é chegar a 30% de garrafas retornáveis até 2025”.

A Phisalia lançou a Physalis, uma nova linha de cosméticos vegana que mantém a coerência entre a proposta da linha com a embalagem no tocante ao design, à comunicação e, sobretudo, aos materiais escolhidos. Luciana Amiralian, diretora de P&D e Inovação da Phisalia, afirmou que as embalagens dos frascos são feitas de resina PET 100% reciclada pós- consumo e os cartuchos são produzidos com papelcartão Vitacycle, da Papirus, que tem 30% de conteúdo reciclado pós-consumo e é certificado pelo FSC. Outro público bem atendido por embalagens coerentes com a proposta de produto e propósito de vida escolhida. Questão de respeito.

As práticas de sustentabilidade da Adimax, fabricante de pet food, vão além da questão ambiental e já atendem também a missão social e inclusiva da embalagem.

Conforme destacou Leonardo Dalmagro, gerente de pesquisa e desenvolvimento de embalagem da Adimax, recentemente a empresa quebrou paradigmas e incorporou a linguagem Braille e um QRCode nas suas embalagens flexíveis para a linha Fórmula Natural®. “Dar a opção aos deficientes visuais entenderem o que estão comprando é admirável e necessário. É dar a eles a possibilidade de escolha”. É uma Importante iniciativa, pois, já temos no Brasil mais de sete milhões de deficientes visuais. É a embalagem inclusiva!

Estas propostas provam que é sempre possível irmos além e rompermos paradigmas e desenvolvermos Embalagem melhor para um mundo melhor para todos, sempre!

FOTOS: FUTUREPACK

ASSUNTA N. CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

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A Messe Düsseldorf anunciou o seu plano de ação, #PROTaction, em um conceito abrangente de higiene e proteção contra infecções oficialmente coordenado para todos os visitantes, expositores e membros da equipe.

Por exemplo, o protocolo envolve capacidade ajustada de pessoas e áreas, marcações de distância, aumento de pessoal, divisórias transparentes, sinalização informativa e sistemas de orientação ao visitante.

Dispensadores higienizadores estarão nas entradas, corredores, transições de corredores e instalações sanitárias para uso frequente. E as superfícies altamente expostas serão regularmente limpas e desinfetadas.

Graças aos sistemas de tratamento de ar de alto desempenho em todo o local da exposição e - quando necessário - com fluxo de ar natural dentro dos corredores, haverá redução de microrganismos no ar.

Para regular a capacidade e o fluxo de pessoas em todos os eventos os ingressos diários estarão disponíveis exclusivamente online, com registros de visitantes e monitoramento por vídeo.

Estas e outras medidas podem ser acessadas em: https:// www.interpack.com/en/For_Visitors/Information/Hygiene_concept_PROTaction www.interpack.com

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DRUPA

DRUPA PREVIEW REFORÇA O NETWORK DIGITAL

A plataforma digital drupa preview foi inaugurada em 27 de outubro. Mais de 1.900 visitantes interessados participaram de painéis de discussão e sessões ao vivo na web como espectadores, receberam contribuições valiosas sobre questões atuais por meio de palestras em vídeo e se conectaram virtualmente com expositores e participantes da indústria. As três áreas ‘Exhibition Space’, ‘Conference Area’ e ‘Networking Plaza’ refletem os pilares da drupa digitalmente, atendendo às necessidades de comunicação entre agora e o próximo evento ao vivo.

A pandemia global tem sido um grande desafio para a indústria gráfica há meses. Isso faz da drupa preview uma ferramenta chave, oferecendo uma plataforma para que as empresas exibam seus produtos inovadores e alcancem seus públicos-alvo nestes tempos difíceis.

“A prévia da drupa também tem um significado especial para a Messe Düsseldorf: mostra que, mesmo em tempos de crise, podemos oferecer soluções para manter as indústrias interagindo e em rede”, afirma Erhard Wienkamp, COO da Messe Düsseldorf.

Em breve, todos os discursos e vídeos estarão disponíveis sob demanda em https://preview.drupa.com . O próximo drupa preview, com mais sessões ao vivo na web, acontecerá no dia 17 de novembro.

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INDÚSTRIA 4.0

A JORNADA RUMO

À INDÚSTRIA 4.0 ENTENDER ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS PODE EVITAR DECISÕES EQUIVOCADAS

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uitas empresas fabricantes e usuárias de embalagem têm tomado decisões que entendem como relacionadas à Indústria 4.0. Algumas vezes a relação existe, ainda que distante. Outras são atitudes que, embora tenham sido tomadas com boas intenções, são equivocadas.

Numa tentativa de contribuir no planejamento estratégico das empresas, este texto pretende trazer de volta ao leitor alguns conceitos que julgo fundamentais e que, se levados em consideração, podem evitar erros grosseiros e comprometer a competitividade.

Em primeiro lugar, é importante lembrar a definição de Indústria 4.0, expressão usada pelos alemães pela primeira vez na Feira de Hannover em 2011, na Alemanha.

Inteligências daquele país se reuniram para conceber um conceito de sistema produtivo que pudesse customizar a produção com custo competitivo. Para tanto, equipamentos, instalações e pessoas deveriam estar conectados para que a troca de informações pudesse ser instantânea e as subsequentes decisões pudessem ser as mais corretas possíveis.

Para chegar a essa situação padrão, a ACATECH elaborou um roteiro que pode ser esquematizado em seis etapas , representadas na Figura 1 com a cor azul e identificadas pelos números 1 a 6, alusivos aos diferentes graus de maturidade, com seus objetivos e características. A partir de uma avaliação criteriosa dos procedimentos de uma empresa, é possível determinar a posição em que ela se encontra, por onde começar e qual estratégia deve adotar. As tecnologias habilitadoras (IoT – Internet das Coisas, Data Analitycs, entre outras) devem ser entendidas como habilitadoras (perdoe, leitor, a repetição da palavra). Apenas isso!!! Elas não são a Indústria 4.0.

Na Figura 1, foi inserido um bloco verde que representa o “grau de maturidade zero” e mostra ser preciso eliminar desperdícios e executar tarefas básicas antes de iniciar a jornada. Em outras palavras, se existem operações com eficiência variável ou se os dados coletados são anotados em cadernos pelo operador e depois lançados no ERP, há uma importante “lição de casa” a ser feita.

A Jornada rumo à Indústria 4.0 foi abordada numa série de 3 we-

binars coordenados pelo IMT em convênio com a Symnetics e os vídeos estão disponíveis no YouTube. O primeiro, intitulado “Por que começar?”, procurou responder a duas questões: a) iniciar ou não iniciar? b) custa caro? Não pode haver dúvida: iniciar é o correto e não custa caro.

O segundo episódio (Como começar?) deixa clara a necessidade do autoconhecimento e de se ter um plano estratégico realista e bem desenhado. Não acreditar em soluções mágicas trazidas por um arcanjo que subitamente bata a sua porta é essencial.

O terceiro trouxe exemplos de sucesso e de insucesso e foi finalizado com algumas recomendações para a preparação psicológica para enfrentar as dificuldades que, com certeza, surgirão.

Em resumo, a Indústria 4.0 representa uma revolução de mentes (chamo de “mind revolution”) e é inevitável que, cedo ou tarde, chegue às empresas e as torne mais competitivas. A jornada é longa e não se preparar ou tomar decisões equivocadas como compra de super máquinas ou super softwares pode significar a falência. Por outro lado, e isso é muito bom, preparar-se de forma consistente permitirá gerar recursos para sobreviver até a sua chegada. _______________________________________________________________________________

ACATECH: Academia Alemã de Ciência e Engenharia Figura adaptada do documento ACATECH intitulado “Using the Industrie 4.0 Maturity Index in Industry” publicado em 2020.

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ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) acabral@maua.br

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