EMBANEWS Nº 366 - Setembro/Outubro 2020

ANO 30 | EDIÇÃO 366 | SETEMBRO-OUTUBRO 2020

NA LINHA DE FRENTE

APP ZAPPAR

A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA EM TEMPOS DE PANDEMIA, POR NELSON MUSSOLINI

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#EMBALAGEM PARAECOMMERCE

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EMBALAGEM INTERATIVA

EMBALAGEM DE AÇO

UM MERCADO EM EXPANSÃO

MAIS E MAIS UMA PLATAFORMA MULTIMÍDIA

UMA NOVA ERA DO CONSUMO

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SUMÁRIO

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ENTREVISTA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ESTÁ PERTO DE REPETIR OS BONS RESULTADOS OBTIDOS NOS ÚLTIMOS ANOS, COM TAXAS DE CRESCIMENTOS ANUAIS NA FAIXA DOS 10%. MAS HÁ DESAFIOS: O DÓLAR ALTO, O SALTO NO CUSTO DOS INSUMOS E DO FRETE, A ELEVADA TRIBUTAÇÃO. POR NELSON MUSSOLINI, PRESIDENTE EXECUTIVO DO SINDUSFARMA.

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#EmbalagemParaEcommerce #TecnologiaDeEmbalagem #EmbalagemEspaçoDeMidia PESQUISA EMBALAGEM INTERATIVA EMBALAGEM NO MARKETING CENTRO BRASIL DESIGN EMBALAGEM DE AÇO FRONTEIRAS COMPETITIVIDADE

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NO EMBALO

VOCÊ PRESTA ATENÇÃO NO QUE ESTÁ LENDO?

A

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

correria do dia-a-dia, a enxurrada de in-

Administração: Rejane Doria

formações (principalmente nos meios

editorial@embanews.com / redacao@embanews.com

digitais) faz com que cada vez mais pres-

Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com

temos menos atenção no que estamos

Fabio Mestriner, Gustavo Moraes, Henry Assef, Juliana Buso,

lendo. Isso vale para tudo, até mesmo nas informações contidas nas embalagens e propagandas. Estamos vivendo numa verdadeira

Redação: Elizabeth Keiko Sinzato Publicidade: comercial@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Leda Coltro, Thaís Fagury Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

pandemia de desinformação no meio de tan-

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN

tas informações. Saber filtrar as informações é

CIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409-

cada vez mais imprescindível, isso ajuda tam-

Telefones: (11) 3064-2405 / 3064-2418 - WhatsApp 11+94721-4102

bém na identificação da veracidade. Precisa-

Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro

mos ter mais atenção no que lemos (quando lemos) para depois não termos prejuízos ou não absorvermos conhecimento. Fica a dica se você conseguir ler este pequeno texto. Cuidado quando você vê junto a um texto 2 minutos de leitura e no outro 5 minutos, nem sempre o mais curto tem as informações que você pre-

COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMER001 • São Paulo/SP • Brasil

de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados

cisa. Ler somente o título de uma noticia ou

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Boa leitura!

Ricardo Hiraishi Setembro/Outubro de 2020

site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews twitter.com/Embanews facebook.com/Embanews Exemplar avulso: R$12,50 Assinatura Anual: R$140,00

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#EmbalagemParaEcommerce

Em um mercado em expansão,

pequenas empresas ganham soluções individualizadas

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ão é novidade que as compras por meio do comércio eletrônico, que já vinham em curva ascendente no Brasil, deram um verdadeiro salto durante a pandemia. Segundo pesquisas, no Brasil, o e-commerce representava em média de 5,5% a 6% do faturamento do varejo; com a pandemia, alcançou picos de 12%. A estimativa é de que no pós-pandemia esse índice permaneça num valor intermediário, em torno de 9,5% a 10%.

Para a Klabin, que passou a atuar com mais força no mercado de embalagens para e-commerce há cerca de dois anos, a alta nesse segmento de negócios chegou a 3 dígitos no primeiro semestre deste ano, comparada ao mesmo período de 2019, com uma taxa de cres-

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cimento em torno de 125%.

“Com o boom no e-commerce este ano, vimos a oportunidade para criar o e-Klabin, nossa estratégia que visa dar escala e acelerar os resultados nas vendas de embalagens para o comércio eletrônico, trazendo novos negócios para a companhia”, disse Roberto Bisogni, gerente de embalagens da Klabin.

A atuação da Klabin no negócio de e-commerce está estruturada em três frentes: o atendimento aos marketplaces, ao e-commerce de grandes empresas de bens de consumo e o Klabin ForYou, o e-commerce da Klabin.

“Para os marketplaces, que são as grandes redes de varejo e e-commerce, a Klabin desenvolve soluções específicas para suas demandas, que giram principalmente em torno da confiabilidade do produto, custo e segurança no atendimento.

No caso do segmento representado pelo e-commerce de empresas de bens de consumo, apresentamos soluções diferenciadas, pois a experiência do consumidor com a marca assume um papel importante. Aqui, enfatizamos soluções não-convencionais, layouts diferenciados, e sustentabilidade”, afirma o executivo. “Já o Klabin ForYou

Possibilidade de personalização de embalagens por impressão digital

tem como foco os pequenos e médios empreendedores”.

Bisogni conta que o Klabin ForYou nasceu como um e-commerce de embalagens há cerca de um ano, a partir de uma startup na companhia. Ao longo do ano, evoluiu para um marketplace de soluções de papel, e além de embalagem, fornece brinquedos, móveis, artigos para pets, etc. “Nosso foco são os pequenos empreendedores, as pessoas que, por conta da pandemia, passaram a fazer

Soluções de embalagem em pequenos volumes

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artesanato e a vender pela internet, a fazer doces e a querer uma embalagem que as ajude a criar uma boa imagem para o seu negócio. A principal força da plataforma reside na capacidade de vender pequenas quantidades de embalagem, em um lote mínimo de 50 embalagens, para um mercado que cresce muito”, afirma. “Sabemos que a representatividade dos pequenos sites vem crescendo forte.

No ano passado 27% dos e-commerces do Brasil faturavam até 250 mil ao ano; agora no 1º semestre de 2020, essas empresas já são 48%”, diz.

Outro diferencial do Klabin ForYou é a possibilidade de personalização na impressão das embalagens por impressão digital. O serviço conta ainda com a opção de pagamento com cartão de crédito, facilitando a compra.

Por meio de um equipamenbalado. A solução vai trazer uma significativa redução de custos, to instalado em nossa linha de seja na quantidade de material produção de chapas de papelão utilizada, seja no espaço ocupaondulado, chamado fanfold, são produzidas pilhas de papelão do no transporte. Além da ecodobrado contínuo, como nas pinomia, há um ganho relevante na sustentabilidade do proceslhas de formulário continuo. “Na operação do nosso cliente, essas so, com a redução nas emissões pilhas são cortadas no formato de CO2”, conclui Bizogni. das embalagens em uma plotCircle Eco., 132 200 mm, pt53-AZ001 08/19 ter, que recebe asxinformações do pedido do cliente, com as dihttps://klabin.com.br; https://www.klabinforyou.com.br mensões do produto a ser em-

SOLUÇÃO DE EMBALAGEM ON DEMAND – UMA EVOLUÇÃO Para o início do próximo ano, a Klabin anunciou o lançamento de uma solução específica para os marketplaces, de fornecimento de embalagens on demand (sob medida). “Quem nunca recebeu em sua casa uma embalagem do tamanho de uma televisão para um par de sapatos, cheio de recheios para proteção. A solução que estamos trazendo vai permitir que, ali na linha de embalagem do centro de distribuição do marketplace, ao embalar um par de sapatos, seja produzida na hora uma caixa do tamanho do par de sapatos, sem folgas ou necessidade de material de proteção adicional”, explica Bizogni.

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O futuro é circular Embalagens plásticas podem ser sustentáveis?

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#TecnologiaDeEmbalagem

O uso de atmosfera modificada em

embalagens de pães

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ães e outros produtos de panificação têm elevada taxa de desperdício, pois facilmente emboloram, tornando-se impróprios para consumo. O uso de conservantes, utilizados para preservar as características do produto e aumentar a vida útil, tem sido cada vez mais evitado pelas pessoas em busca de uma alimentação mais natural.

Foi pensando na qualidade e na ampliação da vida útil dos produtos, que a Jasmine Alimentos - empresa especializada em alimentos saudáveis - foi pioneira ao introduzir no Brasil uma planta dedicada para a produção de pães e bolos sem glúten, que conta com tecnologia de atmosfera modificada nas embalagens.

A operação da Jasmine começou de forma artesanal no Paraná, há 30 anos. Desde 2014 a marca pertence ao grupo francês Nutrition et Santé, detentor de outras marcas líderes no segmento saudável na Europa.

“Já usávamos essa inovação na nossa matriz, na França. Trouxemos o know how francês e adaptamos ao que tínhamos disponível no Brasil, em termos de equipamentos e ingredientes, desenvolvendo a primeira planta dedicada para a produção de pães e bolos sem glúten - e ainda com o uso de embalagens com atmosfera modificada”, afirma a engenheira de processos da Jasmine, Mariane Bento.

Embalar um produto em atmos10

fera modificada significa substituir a atmosfera natural existente na embalagem por uma mistura de gases, que garantem vida longa ao alimento, conservando suas características sensoriais com segurança e qualidade.

Desde 2015, quando o projeto começou a ser desenhado, a empresa investiu cerca de R$ 8 milhões para criar e produzir a linha de pães e bolos sem glúten, com a tecnologia de atmosfera modificada, e já há estudos para uma futura ampliação. Segundo Mariane, o processo garante vida longa aos alimentos, com validade de seis meses, conservando suas características sensoriais, como odor, sabor, textura e aspecto. “Utilizamos uma embalagem termoformada de alta barreira, para garantir que não ocorra troca de gases de dentro da embalagem com o ambiente externo”, afirma. A embalagem termoformada é fornecida pela Parnaplast.

Antes de chegar às gôndolas dos supermercados, a especialista em assuntos regulatórios da Jasmine, Fabiane Costacurta, garante que há um processo de controle rigoroso para assegurar a qualidade dos produtos. “A nova solução aumenta não somente a proteção química, mas também a proteção física do pão. O seu manuseio requer menos cuidados que o tradicional pão de forma em sacos de polietileno e assim reduz também as perdas logísticas. Trabalhamos com uma tecnologia para compro-

var a ausência de danos na embalagem, para garantir a segurança efetiva do produto e os benefícios para o consumidor”, comenta.

LANÇAMENTO DE NOVOS SABORES DE PÃES SEM GLÚTEN A inovação na produção dos pães fatiados sem glúten chegou aos supermercados em 2016.

Em 2017, a Jasmine Alimentos criou tamanhos diferentes de embalagens, para se adequar às variadas demandas dos consumidores e assim reduzir ainda mais o desperdício de alimentos. Em 2018, a marca lançou bolos sem glúten a partir da mesma tecnologia, com os sabores “chocolate com gotas” e “laranja com chia”. No mesmo ano, a empresa investiu nos pães de hambúrguer australiano e tradicional, para atender à demanda de consumidores que buscam alimentos sem glúten.

Em 2020, a Jasmine Alimentos está lançando dois novos sabores de pães fatiados sem glúten - pão com coco e pão com chia e ervas finas - ampliando a linha que já corresponde a 12% do faturamento da empresa. O design das embalagens é assinado pela Spice Design. www.jasminealimentos.com; www.spicedesign.com.br; www.parnaplast.com.br

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#EmbalagemEspaçoDeMidia

A EMBALAGEM NO APOIO AO FUTEBOL FEMININO

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Guaraná Antarctica vai estampar em suas latinhas os logos das marcas que apoiarem o futebol feminino. Depois de instalar placas no Brasileirão Feminino A1 incentivando outras empresas a apoiarem a modali-

dade, Guaraná Antarctica lança campanha inédita, em que a marca irá conceder para as empresas apoiadoras o seu espaço de mídia mais relevante: as latas!

Essas empresas terão os logos impressos nas latinhas de Guaraná Antarctica, que passarão a circular pelas mãos de inúmeros brasileiros a partir de 2021.

“Sabemos da exposição que as nossas latas têm e acreditamos que essa visibilidade possa nos ajudar a conquistar novos apoiadores para fortalecer o futebol feminino, que recebe muito menos patrocínio de marcas”, explica Julia Chieppe, marketing

de Guaraná Antarctica. “Este é mais um passo para dar força para as mulheres no esporte e ajudar a modalidade a crescer no país”, conclui Julia.

As marcas que entrarem para o time de apoiadores junto ao Guaraná irão colaborar diretamente na formação de base do esporte feminino. A ação irá apoiar o projeto Meninas em Campo, criado em 2016, que oferece treinos de futebol para meninas entre 9 e 17 anos.

O regulamento para a participação das empresas está disponível no site www.guarana. com.br

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PESQUISA

COVID-19 E EMBALAGENS PARA ALIMENTOS – 1ª PARTE

QUAIS SÃO AS POSSIBILIDADES DE CONTAMINAÇÃO DE EMBALAGENS DE DIFERENTES MATERIAIS

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m 17 de setembro foi realizado pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, um webinar sobre a possibilidade de contaminação pelo SARS-CoV-2 por alimentos e embalagens para alimentos e os impactos ambientais da pandemia.

O evento, que tratou de tema bastante relevante para o momento atual, está disponível no canal do YouTube do instituto (https://www. youtube.com/user/tecnoalimentos).

O webinar trouxe respostas baseadas nos últimos trabalhos científicos para muitos dos questionamentos que tanto preocupam a população e contou com mais de 460 inscritos, recebendo diversos elogios dos participantes. A seguir, resumimos as palestras apresentadas, neste artigo, dividido em duas partes.

Contaminação A possibilidade de contaminação pelo SARS-CoV-2, coronavírus responsável pela atual pandemia de Covid-19, por alimentos ou embalagens para alimentos, ainda preocupa o consumidor no momento da compra nos supermercados e quando chega em sua casa.

Embora as embalagens sejam um mecanismo possível de contágio, autoridades sanitárias e científicas, como a Food and Drug Administration (FDA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Food Packaging Forum, concordam que a principal via de contaminação é o

contato direto de pessoa para pessoa quando alguém infectado fala, tosse ou espirra. Essas autoridades dizem ainda que até o momento não existem comprovações científicas de que alimentos ou embalagens para alimentos contribuam para a disseminação do vírus.

Alguns estudos demonstram que o SARS-CoV-2 pode ser detectado em superfícies plásticas por períodos variando entre quatro e mais de sete dias, quatro dias para superfícies vítreas e de oito horas a mais de sete dias em metal, com degradação mais rápida em cobre do que em aço inoxidável. Superfícies porosas como papel mostraram-se menos favoráveis à persistência do vírus, com viabilidades variando entre três horas e cinco dias, e persistência de até dois dias em papelão ondulado.

Embora esses tenham sido os valores observados para esses materiais comuns, alguns especialistas da área contestam a aplicação dos dados no cenário real. Emanuel Goldman, professor de microbiologia da Escola Médica de Nova Jersey afirma que as cargas virais iniciais utilizadas nesses trabalhos (104 a 107 partículas virais/mL) são superiores em muitas ordens de magnitude às cargas virais eliminadas por uma pessoa contaminada. Outros pesquisadores afirmam ainda que as condições ambientais como temperatura e umidade relativa variam o tempo todo no cenário real, podendo dificultar a permanência do vírus em uma superfície inanimada.

Este artigo continua na próxima edição.

Referências: U.S. Food and Drug Administration. Shopping for Food During the COVID-19 Pandemic - Information for Consumers. Disponível em: https://www.fda.gov/food/food-safety-during-emergencies/shopping-food-during-covid-19-pandemic-information-consumers. Acesso em 05/08/2020.

Food Packaging Forum. Coronavirus and Packaging. Disponível em: https://www.foodpackagingforum.org/coronavirus-and-packaging.

Acesso em 05/08/2020.

World Health Organization. Q&A: Food Safety and Nutrition related to COVID-19. Disponível em https://www.who.int/westernpacific/ news/q-a-detail/food-safety-and-nutrition. Acesso em 05/08/2020.

Chan K. H. et al. Advances in Virology, 2011 Chin A. W. H. et al. The Lancet Microbe, vol. 1, n. 1, 2020 Duan S. M. et al. Biomedical and Environmental Sciences, vol. 16, n.

3, 2013 Liu Y. et al. medRxiv, 2020 Rabenau H. F. et al. Medical Microbiology and Immunology, vol. 194, n. 1, 2004 van Doremalen N. et al. The New England Journal of Medicine, v. 382, n. 16, p. 1564-1567, 2020 van Doremalen N. et al. Eurosurveillance, v. 18, n. 28, 2013 Lai M. Y. Y. et al. Clinical Infectious Diseases, vol. 41, n. 7, 2005 Goldman E. The Lancet, vol. 20, n. 8, 2020 Feber, D. et al. Beyond COVID-19: The next normal for packaging design. Disponível em: https://www.mckinsey.com/industries/paper-forest-products-and-packaging/o/ur-insights/beyond-covid-19-the-next-normal-for-packaging-design. Acesso em 05/08/2020.

Hale, R. C.; Song, B. Single-Use Plastics and COVID-19: Scientific Evidence and Environmental Regulations. Environmental Science and Technology, v. 54, n. 12, pp. 7034-7036, jun. 2020.

Felton, D. Packaging Digest. 4 Inevitable Packaging Changes After COVID-19. Disponível em: https://www.packagingdigest.com/covid-19/4-inevitable-packaging-changes-after-covid-19. Acesso em 05/08/2020.

Food Packaging Forum. Coronavirus and Packaging. Disponível em: https://www.foodpackagingforum.org/coronavirus-and-packaging.

Acesso em 05/08/2020.

Lingle, R. Packaging Digest. COVID-19 Raises Consumers’ Packaged Food Concerns. Disponível em: https://www.packagingdigest.com/ food-safety/covid-19-raises-consumers-packaged-food-concerns.

Acesso em 05/08/2020.

Packaging Insights. COVID-19 updates. Disponível em: https://www. packaginginsights.com/news/covid-19-updates-296549.html. Acesso em 05/08/2020.

GUSTAVO MORAES e

LEDA COLTRO Pesquisadoras do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), atuam no Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea); da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

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EMBALAGEM INTERATIVA

A ESTRATÉGIA ALWAYS ON PARA EMBALAGENS

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A EMBALAGEM SE TORNA MAIS E MAIS UMA PLATAFORMA MULTIMÍDIA, QUE ACOMPANHA TODOS OS MOVIMENTOS DA MARCA

onectar embalagens com consumidores através da tecnologia já está passando de tendência para item obrigatório no escopo de comunicação de muitas marcas pelo mundo.

Conteúdos interativos em Realidade Aumentada ou outras tecnologias, que antes eram apostas e ações isoladas, começam a conquistar um espaço definitivo com a chamada estratégia ALWAYS ON de marcas como Nestlé, Beiersdorf, Coca-Cola, Unilever, Reckitt Benckiser e Kellogg’s, que estão abraçando essa nova abordagem para embalagens conectadas, inteligentes e interativas.

Casar embalagem com campanhas da marca, driblar custos e processos para troca de embalagens e toda logística para que produto e mensagem atual da marca cheguem juntos nas mãos do consumidor são alguns dos desafios vencidos pelas embalagens interativas.

Tratar embalagem como plataforma multimídia, que acompa16

nha todos os movimentos da marca com atualizações constantes, é a base da estratégia ALWAYS ON, onde a interatividade na embalagem não é mais uma ação pontual, mas um atributo permanente da embalagem.

Com isso, promoções, eventos, patrocínios, ações sociais, informações sobre rastreabilidade e o que mais a marca desejar comunicar pode ser atualizado na embalagem até em tempo real. Por meio de botões interativos, que integram plataformas e, principalmente, entregam o que o consumidor 4.0 deseja, de forma rápida e simples, os conteúdos atendem uma demanda de consumidores ávidos por experiências interativas.

Não se trata apenas de colocar um código na embalagem. Mais do que nunca, a interatividade é uma demanda do consumidor que, durante a pandemia, passou a buscar com mais frequência por soluções digitais em todos os níveis. Esse comportamento, acelerado por tudo o que vivemos em 2020, foi

responsável por um crescimento de 40% nos acessos aos conteúdos digitais presentes nas embalagens no setor de alimentos e bebidas. Além do crescimento nas visualizações, a retenção da audiência também aumentou. A média de permanência dentro de conteúdos interativos dobrou, chegando a 4 minutos.

Nos EUA, a Kellogg’s tornou essa descoberta fundamental na sua estratégia on-pack para conectar seus clientes ao propósito da marca, através de seus vários produtos: de Special K a Frosted Flakes.

Agora é definitivo: embalagem é conexão. E quanto mais rápida e estável, melhor.

HENRY ASSEF

Executivo de tecnologia na Massfar e criador da plataforma de conteúdo Embalagem Interativa: www.embalageminterativa.com

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EMBALAGEM NO MARKETING

KEEP CALM AND CARRY ON*

*mantenha a calma e continue...

ESTE É O ESPÍRITO PARA ATRAVESSAR ESTES TEMPOS, SEM CEDER AO PÂNICO E TOMAR AS DECISÕES ERRADAS

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urante a segunda guerra mundial, quando Londres e a Inglaterra estavam sendo severamente bombardeadas sob ataque dos nazistas, a coroa britânica mandou imprimir e afixar no país milhares de pôsters com os dizeres: “Keep calm and carry on”. Este cartaz que expressava com clareza solar o espírito dos ingleses se tornou uma das mais famosas peças de propaganda da história, assim como o inesquecível discurso de Winston Churchill que ele finalizou com a frase: “Nunca nos renderemos!”

Quem não conhece a história não pode se beneficiar de seus ensinamentos, e o que aprendemos com esta lição é que, por pior que seja a situação e o ataque que estamos sofrendo como povo, jamais devemos nos render enquanto existirem meios para enfrentar a ameaça que se abate sobre nós, nem ceder ao pânico e ao medo exagerado que nos leva a tomar decisões erradas.

Pois bem, esta pandemia que estamos atravessando (a palavra que devemos usar neste caso é ”atravessar”) nos ensina tantas coisas que só com o tempo se tornarão aprendizado útil, aquele que usaremos em eventos futuros, mas que por enquanto estão embaralhados pelas narrativas que lutam para “ter razão” em vez de querer ajudar na solução do problema.

Pegando como exemplo o setor de embalagem no qual atuamos, podemos verificar que no 18

início houve uma série de dúvidas justificadas pois este vírus chinês surgiu como uma ameaça mortal que encheria as ruas de cadáveres, algo assustador que fez com que muitas empresas decidissem parar tudo e esperar para ver o que ia acontecer. Já outras resistiram às incertezas e seguiram com os planos que haviam traçado. Estas últimas saíram mais fortes, pois a falta de embalagem foi uma das consequências da pandemia e as que tinham para entregar tiveram forte alta nas vendas.

No momento, muitas destas empresas estão vendo seus números melhorarem e a possibilidade de fecharem o ano no azul não é mais excesso de otimismo, mas uma possibilidade factível. Existe também a possibilidade do setor de embalagem empatar ou mesmo terminar o ano no positivo.

Muitos dos que atuam em nosso setor ignoram que a embalagem é um dos componentes fundamentais da economia do mundo onde vivemos e que quando surge uma grande crise ou uma catástrofe, ela é a primeira a ser convocada pois o abastecimento de itens vitais como alimentos, bebidas, medicamentos e demais itens de primeira necessidade não cessam com a crise. Pelo contrário, ganham uma nova dinâmica, havendo, muitas vezes, como aconteceu nesta pandemia, uma corrida para fazer estoques, o que fez com que o fornecimento de embalagens para alimentos e bebidas disparasse (está faltando embalagem

neste segmento, especialmente bebidas).

Outros acontecimentos provocados pelo “lockdown” mudaram a forma como as pessoas viam e se relacionavam com suas casas gerando a tendência chamada “Home Improvement” que desencadeou uma enxurrada de melhorias nas residências e reformas que fizeram as vendas dos materiais de construção dispararem (está faltando embalagem para muitos itens deste segmento).

E finalmente para não me alongar, o e-commerce que já vinha crescendo disparou para as alturas demandando novas embalagens para embalar os itens (a maioria deles já embalados) que seriam entregues. O mesmo aconteceu com o delivery de alimentos que explodiu na pandemia gerando uma nova onda de embalagens para entrega de comida!

Ou seja, estamos atravessando e a lição que fica para o setor de embalagem é: “Embalagem é um item fundamental na sociedade em que vivemos e seu consumo não cessa por pior que sejam os acontecimentos e as circunstâncias”.

Portanto, “Keep calm e carry on”.

FABIO MESTRINER Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM, Autor do Livro Inovação na Embalagem Método Prático e Design de Embalagem – Curso Avançado fabio@mestriner.com.br

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ENTREVISTA

A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NA LINHA DE FRENTE OS BONS RESULTADOS E OS DESAFIOS QUE MOVEM UMA INDÚSTRIA REGIDA PELA BUSCA DA QUALIDADE, SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS MEDICAMENTOS

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rotagonista ao concentrar os esforços para o desenvolvimento de vacinas contra a atual pandemia de Covid-19, a indústria farmacêutica mundial está sob os olhares de todos em busca de notícias sobre os progressos nas pesquisas.

Como uma atividade essencial, a indústria farmacêutica manteve suas operações em funcionamento em todo o período e, no Brasil, ela deve chegar perto de repetir os bons resultados obtidos nos últimos anos, em que tem registrado taxas de crescimentos anuais na faixa dos 10%, segundo o Sindusfarma - Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos. Em 2019, o mercado farmacêutico total registrou vendas de R$ 69,039 bilhões, com crescimento de 10,74% sobre 2018. Em unidades, foram 4,356 bilhões de unidades em 2019, alta de 4,66% sobre o ano anterior. O mercado de medicamentos genéricos cresceu 14,87% em 2019, com R$ 9,827 bilhões em vendas e 1,482 bilhões de unidades.

O Sindusfarma - Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos foi fundado em 1933, e é a maior entidade representativa da indústria farmacêutica no país, congregando atualmente 450 empresas nacionais e internacionais que detêm mais de 95% do mercado de medicamentos brasileiro.

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Nelson Mussolin, presidente executivo do Sindusfarma, conversou com a EMBANEWS. Ele é advogado e tem uma carreira de 42 anos dedicados à indústria farmacêutica, na qual começou ainda estudante na Fontoura-Wyeth, atualmente Pfizer, e prosseguiu na Ciba-Geigy, depois Sandoz e hoje Novartis. Foram 30 anos nas duas empresas. Depois trabalhou por um ano na Eurofarma e de lá, abriu sua consultoria, sendo convidado seis meses depois a assumir a presidência executiva do Sindusfarma, em que está desde 2009.

Em sua gestão houve um aumento do número de associados de 120 para 450, com a abertura da categoria dos fornecedores da indústria farmacêutica. “Havia uma necessidade da cadeia que atende a indústria farmacêutica conhecer melhor todas as suas regras regulatórias, que não são poucas. E hoje esse é o nosso principal papel como entidade. Temos um foco forte em educação e realizamos uma série de cursos, além da elaboração de manuais técnicos, para transferir conhecimento, e ajudar no desenvolvimento da indústria farmacêutica e dos seus parceiros”, disse Mussolini.

EMBANEWS: Como está se comportando o mercado de produtos farmacêuticos este ano?

NELSON MUSSOLINI: O nosso setor não sofreu efetivamente com a pandemia, pelo contrário, continua-

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mos trabalhando, nossas fábricas se mantiveram em funcionamento, e o mercado, até agora está crescendo em torno de 10%, no acumulado do ano até setembro, sobre o mesmo período do ano passado.

E também houve um aumento na venda de genéricos, em consequência, resultando no aumento de embalagens vendidas, o que também tem sido positivo para a indústria de embalagens. O problema que a indústria farmacêutica enfrenta este ano é que ela deve ter a menor rentabilidade dos últimos 10 anos.

EMBANEWS: E qual é a causa dessa baixa rentabilidade?

NELSON MUSSOLINI: Nós começamos com um dólar entre R$ 4,00 a R$ 4,30 no ano passado, para um dólar que está em R$ 5,60 hoje, e variando. Cerca de 90% da composição dos medicamentos é de matéria prima importada, cujo custo chegou a saltar em alguns casos de US$ 1.800 o kg foi para US$ 5.000 o kg, devido a problemas em países como Índia e China, dos quais somos importadores. Além disso há um aumento na demanda mundial por essas matérias-primas, elevando os preços.

O frete de nossos produtos da Ásia para o Brasil, por exemplo, custava em média US$ 2,00 o kg transportado; passou para US$ 15,00 o kg transportado. Quem subsidia o transporte aéreo, que é o mais utilizado pelo setor, é de fato o passageiro. Com a diminuição do número de passageiros na pandemia, as cotas para o transporte de cargas caíram de forma drástica, o que fez com que o preço do quilo de carga transportada aumentasse.

Tirando os medicamentos isentos de prescrição, os medicamentos de forma geral têm seus preços controlados pelo governo. O aumento médio este ano foi de 4%, dois meses depois da data em que que ocorre o reajuste anual do setor. Por todo esse quadro, fica visível que a rentabilidade do setor foi afetada.

que auditam o setor estão prevendo um crescimento de 5% no 2º semestre e para o ano a projeção é de um crescimento de 8%. Ainda assim seria o menor crescimento dos últimos anos. Temos crescido de 10 a 11% todos os anos, em unidades e em valores. Eu particularmente acho que ainda vamos conseguir fechar nos 10%. Porque a população brasileira envelheceu e precisa de mais medicamentos. O que aperta o nosso negócio é o nível de desemprego. Quando estão desempregadas, as pessoas deixam de comprar medicamentos.

O medicamento não pode ser visto pelos governos como despesa, é sim como investimento. Doentes, as pessoas deixam de ser produtivas e pagar impostos, tornam-se dependentes da previdência e aumentam as despesas.

EMBANEWS: Com o início da produção de vacinas contra a Covid, aguardado por todos, acredita que o parque industrial de embalagens no Brasil esteja preparado para atender a demanda?

NELSON MUSSOLINI: Eu acredito que o parque de embalagens não vá ser muito impactado pela produção das vacinas, nem que a embalagem venha a ser um gargalo da produção. Uma das possíveis vacinas, inclusive, a chinesa, já viria embalada num primeiro momento. E nós temos uma indústria de embalagem de vidro bem posicionada no Brasil. É preciso que se diga, a vacina contra a Covid vai ser aquela com aprovação e produção em menor tempo da história. Mas ainda acho prematuro esperar pela vacina. O melhor ainda é a prevenção. Acho que vamos perpetuar hábitos que já estavam bem fortalecidos nos países asiáticos, como o uso de máscaras, e os hábitos de higiene serão incorporados de forma duradoura por aqui.

Outro costume que vai mudar na sociedade brasileira, infelizmente, é o abraço e o aperto de mão. O carinho vai ficar restrito ao olhar.

EMBANEWS: Chegou a faltar medicamentos em algum momento?

NELSON MUSSOLINI: Não. E esse foi o lado positivo.

Conseguimos abastecer o mercado sem que houvesse falta de medicamentos, e mesmo a questão dos anestésicos foi pontual. O que aconteceu é que no Brasil tínhamos 3.000 leitos de UTI que usavam em média 6 horas por dia de anestésicos. De repente passamos a ter 12.000 leitos, ou seja, multiplicamos por 4 o número de horas de tratamento com anestésicos. De fato, houve alguns problemas, mas a indústria farmacêutica de uma forma geral, tanto a nacional como a internacional, conseguiu suprir essa falta, e o Brasil não precisou importar anestésicos.

EMBANEWS: E há medicamentos para a Covid em desenvolvimento?

NELSON MUSSOLINI: Sim, estão sendo feitos estudos de medicamentos para a Covid, inclusive com produtos mais antigos para se conhecer sua eficácia. Há um ponto bastante claro para a indústria farmacêutica: só se deve disponibilizar à sociedade produtos que sejam comprovadamente seguros e eficazes. Investimos bilhões de dólares para provar a segurança e eficácia de um produto. Seria uma falha muito grande não continuar a fazer isso. Uma coisa é certa: a vacina é a cura e a prevenção. E a cura das pessoas que estão nos hospitais depende de dois fatores: o material humano, médico e enfermeiras, e da indústria farmacêutica.

EMBANEWS: Como acredita que deva se comportar o mercado da indústria farmacêutica no pós-pandemia?

NELSON MUSSOLINI: A nossa estimativa é que o 2º semestre agora seja um pouco mais fraco. Os órgãos

EMBANEWS: O que mudou no comportamento das pessoas nestes tempos?

NELSON MUSSOLINI: A maior mudança veio com a telemedicina, que em minha opinião é um caminho SETEMBRO/OUTUBRO 2020

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ENTREVISTA sem volta, pois houve muitos avanços. Outro hábito que chegou para ficar é a compra online de medicamentos, no entanto, acredito que as farmácias físicas permanecerão ativas ainda por muito tempo em nosso país. Vimos que, diferentemente da comida, a ida à farmácia, a conversa com o farmacêutico em busca de orientação, é um hábito que, mesmo durante a pandemia, não mudou, e deve continuar.

EMBANEWS: Qual o impacto do envelhecimento da população brasileira sobre a indústria farmacêutica?

NELSON MUSSOLINI: A indústria farmacêutica trabalha com foco no desenvolvimento de produtos para manter as pessoas vivas com qualidade de vida. E a partir dos avanços na medicina e na indústria farmacêutica é que a expectativa de vida tem aumentado.

Eu sou de 1958 e quando eu nasci a expectativa de vida do brasileiro era de 48 anos. Hoje é de 74 anos de idade. E já se sabe que nasceu a criança que vai viver com qualidade de vida até os 100 anos de idade. É o reflexo do grande número de pesquisas sobre doenças relativas ao envelhecimento.

EMBANEWS: Como está a questão da rastreabilidade dos medicamentos?

NELSON MUSSOLINI: O prazo para implementação da rastreabilidade de medicamentos vai até o final de 2021 e as empresas se preparam para atender as normas assim que a Anvisa soltar o decreto. É preciso dizer que neste período houve uma mudança no cenário que motivou a implementação da rastreabilidade. Quando ela foi pensada lá atrás, deveria ser um meio para se evitar a falsificação e o roubo de medicamentos. Depois de uma série de medidas adotadas pela indústria, pelo governo e até pela legislação – a falsificação de medicamentos virou crime hediondo – hoje o nível de roubo de medicamentos e falsificação é muito baixo, e começa a se tornar questionável esse alto investimento. Sua função vai ser mais limitada ao rastreio do medicamento em caso de problemas, o que é muito raro na indústria farmacêutica.

EMBANEWS: Como foi este ano a realização do Prêmio Sindusfarma?

NELSON MUSSOLINI: O Prêmio Sindusfarma de Qualidade foi realizado no dia 6 de outubro, em um evento virtual, cuidadosamente planejado e um grande sucesso. Este ano profissionalizamos a auditoria do Prêmio, que chega à 24ª edição, e é uma grande festa do setor. O Prêmio torna visível o quanto a qualidade dos fornecedores tem evoluído ao longo do tempo.

A cerimônia foi transmitida de um estúdio instalado no World Trade Center (WTC), em São Paulo, apresentada pela jornalista Amanda Klein. No ano que vem fazemos Bodas de Prata e queremos fazer uma linda festa para homenagear os fornecedores da indústria que muito nos ajudam no desenvolvimento da saúde em nosso país.

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EMBANEWS: Como vê os desafios para a indústria farmacêutica no futuro?

NELSON MUSSOLINI: Sem dúvida, o maior desafio é o custo do desenvolvimento de novos produtos. A cada dia a regulação para se lançar um novo produto torna-se mais restritiva. Hoje só se pode lançar um produto que tenha mais eficácia ou mais segurança do que os que já estão no mercado. Tudo isso tem um custo.

No Brasil, temos ainda problemas em relação à regulamentação dos preços na indústria farmacêutica. Essa legislação é de 2003 quando nem existiam os medicamentos genéricos. O mundo evoluiu e precisamos modernizar a legislação que trata da regulamentação de preços na indústria farmacêutica.

Outra questão é a tributação. O Brasil já é hoje o país que mais paga impostos sobre medicamentos, cerca de 33%. Há países da América do Sul como o Chile que tem tributação zero. A média mundial, excetuando o Brasil, é de 6%. E há ainda tentativas de fazer alguns produtos, hoje isentos, serem tributados no futuro. É um dos motivos do alto custo dos medicamentos. É preciso parar de olhar o medicamento como fonte de renda tributária e como uma despesa para o governo e passar a olhar como um investimento para se dar uma condição de vida melhor para a população. www.sindusfarma.org.br

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CENTRO BRASIL DESIGN Juliana Buso**

A SINERGIA ENTRE MADEIRA E EMBALAGEM, UM CASE PREMIADO: PIPOT

I

O RESULTADO É UM PRODUTO QUE ENVOLVE TECNOLOGIA, SUSTENTABILIDADE E DESIGN

maginem uma embalagem de madeira. O que vem a sua mente?

A embalagem PIPOT do designer brasileiro Bruno Camargo foi premiada na disciplina Packaging do aclamado iF DESIGN AWARD na edição de 2019.

Trata-se de uma embalagem de madeira com aparência rústica e sofisticada. Tem uma série de aplicações em linhas finas de produtos da indústria alimentícia, cosmética, de joias, entre outras. A PIPOT é uma spin-off da empresa Embalare Embalagens Exclusivas, que iniciou seu trabalho nesta linha fina produzindo embalagens para queijos camembert da marca Polenghi.

Um atributo relevante é que a embalagem pode ser construída em formatos personalizados, convertida em seções: circular, quadrado, retangular e triangular. É um produto que envolve tecnologia, sustentabilidade e design.

A matéria prima é madeira cozida! Que super inovação em processo! É resistente à umidade, aquecimento e resfriamento, incluindo sua “impressão” que é aplicada direta-

mente na madeira. O material usado na produção da PIPOT é madeira de reflorestamento produzida de maneira sustentável, com baixa pegada hídrica e pensada na economia circular. Considerada uma embalagem amigável, de forma intuitiva oferece ideia de reuso ao consumidor, reduzindo o descarte e ou passivo ambiental. É uma embalagem atóxica e biodegradável.

O consumo consciente é algo que precisamos compartilhar, e mais, agir! É necessário consumir de forma consciente, trata-se de uma urgência geral para o meio ambiente, para a sustentabilidade financeira e também para a consciência pessoal. A PIPOT é uma linha de embalagens que atende fortemente estes pilares.

Segundo Bruno Camargo, o designer e idealizador da embalagem e de seu processo construtivo, ganhar o iF DESIGN AWARD 2019 foi impactante. “O iF atesta que o conceito faz sentido e promove uma validação de dimensão global”. É um reconhecimento justo para grande esforço desprendido, além de expor seu talento de forma merecida em uma das melhores vitrines do ecos-

O Centro Brasil Design atua há 21 anos trabalhando com indútrias, serviços, governo, criativos e a sociedade por meio de iniciativas nas áreas de design, inovação e sustentabilidade.

Possui uma metodologia própria chamada Design na Prática® - que auxilia a inserção do design na indústria - e representa nacionalmente o maior e mais conceituado prêmio de design mundial, o iF DESIGN AWARD (www.cbd.org.br)

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sistema de inovação e design.

Bruno encubou a spin-off / startup na Hotmilk, escola de negócios da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Durante o programa de aceleração houve uma palestra com Daniel Scandian, CEO da curitibana Madeira Madeira, onde então houve a conexão entre estes dois empreendedores. Na sequência, Bruno foi convidado para integrar a equipe do Madeira Madeira como head de design, focado na linha criativa e desenvolvimento de produtos private label, marca própria da Madeira Madeira, que até então não existia. O objetivo é claro e alinhado com um propósito: tornar o design acessível e estar presente dentro da casa das pessoas.

Bruno está alinhado com a ideia de mudar o mercado de como as pessoas montam as suas casas e vender a proposta de ter bom design dentro de qualquer casa!

Hoje a PIPOT vem expandindo e preparando seus produtos e processos com olhares para o mercado internacional.

O design brasileiro tem características únicas e um grande potencial.

** JULIANA BUSO

Coordenadora de Projetos e Relações Internacionais do Centro Brasil Design e atua nas áreas de gestão do design, design estratégico, design thinking e políticas públicas.

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EMBALAGEM DE AÇO

Economia circular e a nova era do consumo PRECISAMOS REPENSAR, DE FORMA CRIATIVA, EM COMO TRAZER DE VOLTA 100% DOS MATERIAIS, PARA QUE CONSTRUAMOS, DE FATO, UM FUTURO

F

alando em consumidor e consumo, hoje estamos extremamente pautados pelo modelo de consumo linear, o qual é baseado em produção, consumo, descarte e esgotamento de recursos. Há, neste modelo, desejo de consumo, fortemente impulsionado pela publicidade e com grande geração de resíduos. A grande geração de resíduos é um problema sistêmico, difícil de tangibilizar e concretizar imediatamente aos olhos do consumidor. O modelo de consumo linear acelera o esgotamento de recursos e não considera a revalorização de resíduos.

Mas, felizmente, se por um lado temos um hiperconsumo com grande geração de resíduos, de outro temos a construção de uma nova ética de consumo, voltada à conscientização do consumidor frente a suas escolhas. Nesta nova ética, entra a economia circular, com uma nova forma de produzir, consumir e se relacionar.

Com a economia circular surgem a informação, a possibilidade de uso integrado, o 26

reaproveitamento, o repensar e o compartilhamento, reduzindo o desperdício. A circularidade muda a alma da economia.

Na circularidade, o futuro é mais importante que o passado.

Na circularidade, vale a atitude do consumidor. Na circularidade, criamos sistemas inspiradores para reflexão e decisão.

Na economia circular não pensamos em resultado, mas sim em prosperidade.

Dentro do conceito circular, podemos pautar o aço para embalagens, o qual preserva o valor inicial e é 100% reciclável e 100% reaproveitado. 80% de todo o aço produzido no mundo ainda está em uso, mas ainda há muito que se fazer.

Precisamos repensar, de forma criativa, em como trazer de volta 100% dos materiais, para que construamos, de fato, um futuro. E esse é mais um dos desafios da Prolata, associação criada pela Abeaço, com o foco na correta destinação de latas de aço para reciclagem; e da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

O modelo de reciclagem instituído pela Prolata foi inspirado

nos cases da Suécia e Suíça, países bem-sucedidos não apenas em seus índices de reciclagem, que chegam a 82% no caso das latas de aço, mas também nos modelos instituídos, que geram eficiência e preveem o compartilhamento de responsabilidade entre todos os elos da cadeia. O modelo de reciclagem que a Prolata está adotando no Brasil foi estabelecido após um rigoroso trabalho de benchmark em países europeus.

Contudo, ações como essa não serão possíveis se não motivarmos o consumidor a colaborar. É fundamental que os consumidores compreendam que levar produtos embalados em materiais recicláveis e reciclados de fato, como o aço, é uma economia para toda a sociedade.

THAIS FAGURY Presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço)

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FRONTEIRAS

DESDE A COLÔMBIA: SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR

C

omo pode-se saber pelo filme “El Sueño del Paraíso”, de 2006, ou numa visita à região de Barranquilla, localizada ao norte da Colômbia, há muitos descendentes de japoneses neste país, assim como no Peru e no Brasil.

A colônia japonesa é muito influenciadora, seja nos esportes, como no caratê, como nas opções mais saudáveis de alimentação. Podemos perceber vários legados da cultura japonesa na gastronomia da região.

Hatsu nasceu em 2010, como marca premium de alimentos e bebidas, que rapidamente se tornou uma das mais importantes da Colômbia. A ponto de despertar interesse de grandes empresas como Postobón (Pepsico).

Hatsu quer dizer: em primeiro lugar, primeiro. Fazendo alusão à premissa de que a saúde e a qualidade devem ser o mais importante e também ao fato de que eles são os melhores, os primeiros.

Significados à parte, a linha tem crescido e suas embalagens têm sido cuidadas como o nome sugere.

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CASE TRAZ ELEMENTOS DA CULTURA JAPONESA SOBRE MARCA PREMIUM DE ALIMENTOS E BEBIDAS

O primeiro produto da marca foi o chá, hoje uma referência da categoria, com uma linha de vários sabores. É apresentada em garrafas de vidro decoradas com rótulos termoencolhíveis de cores sólidas, que “vestem” as embalagens até o topo, onde funcionam como lacre para garantir a segurança. Cada variante usa apenas uma cor, criando um painel colorido muito interessante e que destaca os produtos no ponto de venda. Os sabores são sempre misturas surpreendentes com frutas e sem açúcares.

A soda tem uma garrafa de vidro flint (transparente) com rótulo no label look fosco com textos suaves em branco. A bebida gaseificada tem notas de melancia e manjericão, sem adição de açúcares, corantes e saborizadores.

A linha de snacks mantém a proposta de saúde e segue sempre com embalagens monocores e textos em branco, que destacam os benefícios do produto. As “bandeirolas” trazem os resumos da tabela nutricional no painel frontal com destaque, afinal a marca tem o que contar!

Os snacks saudáveis de frutas desidratadas têm chia com iogurte.

Tem uma embalagem stand-up pouch com zíper para o consumo em porções. Também há opções em quantidades menores em flow pack para o consumo de uma só vez. As embalagens de snacks, como são propostas “diferentes”, trazem foto dos produtos no verso para se apresentarem aos consumidores.

A escolha de um conceito de design clean, no qual menos é mais, com cores sólidas definidas pelo sabor, textos brancos e fontes simples está muito alinhada à entrega de produtos saudáveis da marca para os seus consumidores. Embalagem melhor. Mundo melhor. Sempre.

ASSUNTA N. CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@ideembalagens.com.br

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Como uma forma de manter em curso a interpack, de 25 de fevereiro a 3 de março de 2021, a Messe Düsseldorf concordou, junto com seus parceiros da indústria e associações comerciais, além do conselho consultivo da feira, com novas condições gerais para os expositores.

Devido à pandemia de COVID-19 em andamento e temores de que haja um menor número de visitantes, todas as empresas participantes receberão descontos nas condições de participação. Além disso, existe um direito especial temporário de rescisão para todos os expositores que não possam ou não queiram participar.

“Compreendemos perfeitamente as reservas e preocupações de nossos expositores na situação atual. Por outro lado, também recebemos feedback sobre a importância do intercâmbio pessoal para nossos clientes e o significado da interpack para a indústria de processamento e embalagem. Acreditamos que, com a nossa oferta, podemos proteger melhor os interesses de todas as partes envolvidas. Gostaríamos de agradecer aos nossos parceiros por sua cooperação construtiva", afirma o Diretor do Projeto Thomas Dohse.

A interpack 2021 acontecerá sob condições de higiene e proteção contra infecções já testado em campo, para a segurança de expositores e visitantes. Para obter mais informações, visite www.interpack.com ou entre em contato com a Emme (www.emmebrasil.com.br) representante da Messe Düsseldorf no Brasil.

Av. Cachoeira, 1059 Vila Industrial Barueri/SP - 06413-000 Fone: (11) 4168-1153 Fax: (11) 4168-1365 embaclass@embaclass.com.br www.embaclass.com.br ** Sopro e Injeção de plásticos. ** Linha Standard de Embalagens Plásticas: Frascos, Potes, Tampas, Bisnagas ** Desenvolvimento de Projetos e Moldes Exclusivos ** Mercados de atuação: Cosmético / Automotivo / Veterinário / Farmacêutico / Alimentício / Químico

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O PRESENCIAL E O DIGITAL

A Fispal Tecnologia está marcada para 22 a 25 de junho de 2021, no São Paulo Expo (SP). Assim como a maioria dos demais eventos e feiras de negócios, a Fispal foi cancelada em 2020 devido à pandemia. E para fazer frente ao desafio de manter a cadeia de alimentos, bebidas e embalagens conectada e informada, e gerar novas oportunidades de negócios para o setor, a Informa Markets, organizadora do evento, realizou em outubro o evento online Fispal Tec Digital Week, que faz parte da Fispal Tecnologia Híbrida, que une o evento presencial, que seguirá tradicionalmente no mês de Junho de 2021, com experiências também no ambiente digital.

Para a edição de 2021, a Fispal Tecnologia está diversificando a sua programação para atender novos empreendedores, profissionais de pequenas e médias empresas, e profissionais de grandes indústrias de alimentos, bebidas, laticínios, frigoríficos e embalagens.

Entre algumas das atrações já confirmadas estão Arena FispalTec, uma arena 360º focada em conteúdo de qualidade; Innovapack, um espaço colaborativo de co-criação para toda cadeia de valor da embalagem; Conexão Startup, espaço de matchmaking com startups, expositores e visitantes; Foodflix, espaço em conjunto com o Senai para valorizar a criação de novos produtos; entre outros. www.fispaltecnologia.com.br

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COMPETITIVIDADE

JORNADA RUMO

À INDÚSTRIA 4.0

N

POR QUE COMEÇAR?

o texto publicado na edição anterior da EMBANEWS apresentei a chamada Jornada rumo à Indústria 4.0 e duas questões urgentíssimas: a) iniciar ou não a jornada? b) custa caro? Não pode haver nenhuma dúvida quanto às respostas: sim e não, respectivamente.

Por que começar é imprescindível?

A nada confortável 71ª posição do Brasil, entre 141 países do ranking de competitividade elaborado pelo Fórum Econômico Mundial em 2019 (The Global Competitiviness Index 4.0 2019 Rankings) exige ações de curto, médio e longo prazos. Se em 2018 o País estava no 72º lugar, pode-se pensar que houve melhoria. No entanto, em 2017 era 2

o 69º colocado. Em outras palavras, não houve!! Há que progredir!!!

Dentre os 12 pilares utilizados pelo Fórum, mostrados na Tabela 1, um merece especial atenção: o de número 6 (Skills) que tem 10 indicadores e o Brasil é 96º. Uma análise mais aprofundada mostra que em habilidades da força de trabalho o mergulho continua até o 131º. Some-se a isso, recente pesquisa da Korn Ferry evidencia a futura falta de talentos no mundo.

Esses dados mostram porque se deve falar em skills quando o tema do texto é Indústria 4.0. Sem a preparação de cérebros e a formação de talentos não haverá ponto de partida para a jornada. Retardar o seu início trará a certeza de que nos próximos anos, a competitividade será ainda menor e que oportunidades de conseguir 2

TABELA 1: POSIÇÃO DO BRASIL EM CADA UM DOS INDICADORES DO RANKING DE COMPETITIVIDADE DO FÓRUM ECONÔMICO O MUNDIAL PILARES

POSIÇÃO BRASIL (*)

1

Instituições

99

2

Infraestrutura

78

3

Adoção de tecnologia de informação e comunicação

4

Estabilidade macroeconômica

5

Saúde

6

Habilidades

7

Mercado - produtos

124

8

Mercado de trabalho

105

9

Sistema financeiro

55

10

Tamanho do mercado

10

11

Dinamismo dos negócios

67

12

Capacidade inovadora

40

(*) entre 141 países

34

67 115 75

vantagem competitiva poderão estar perdidas. Não há alternativa: é iniciar ou iniciar. Ponto!

Custa caro?

Não!!!! Caros são os desperdícios e as perdas: de tempo (paradas não programadas); com estoques elevados de matérias primas e produtos acabados; com vendas não efetivadas; com embalagens defeituosas perdidas ou reprocessadas; com retrabalho; com falhas de equipamentos e mais de uma dezena de situações. Por isso, preparar pessoas e reduzir esses efeitos indesejáveis poupará (em vez de gastar) recursos.

Proponho uma frase para resumir esse texto: é sensato ganhar dinheiro (em vez de perder com desperdícios) até a inevitável chegada da Indústria 4.0!

_______________________________________________________________________________

1 The Global Competitiviness Index 4.0 2019 – Disponível em https://www.weforum.org/reports/ global-competitiveness-report-2019, acesso em 14 de novembro de 2020.

2 https://www.kornferry.com/insights/articles/talentshortage-future-of-work e https://focus.kornferry. com/wp-content/uploads/2015/02/The-Global-Talent-Crunch.pdf

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ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) acabral@maua.br

SETEMBRO/OUTUBRO 2020

COMPETITIVIDADE.indd 34

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FINANCIAMENTOS OFICIAIS A CONTERV é uma assessoria especializada em financiamento para obtenção de recursos para a expansão e realinhamento de capital, com metodologia Tailor-Made que oferece soluções ágeis e adequadas ao perfil de cada cliente.

Nossa atuação abrange todas as etapas do processo: da identificação das possibilidades, trâmite com os orgãos públicos e elaboração do projeto até a liberação dos recursos.

O seu crescimento é nosso objetivo!

DE 2011 ATÉ 2019 OBTIVEMOS MAIS DE R$ 510.000.000,00 EM FINANCIAMENTOS APROVADOS PARA 54 EMPRESAS

Empresa: ABC Technology Agentes Financeiros: BNDES / DesenvolveSP Montante Total: R$ 6.744.749,00

Empresa: Agasus Soluções em TI Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 4.968.000,00

Empresa: Agrotechnica Agrícolas Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.800.000,00

Empresa: Arinos Química Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 3.000.000,00

Empresa: Barcelos & Cia Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 1.618.449,00

Empresa: Bionnovation Implantes Agentes Financeiros: BNDESPAR/ BNDES Montante Total: R$ 8.024.685,67

Empresa: Clark Solutions Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 2.400.000,00

Empresa: Comtrafo Transformadores Agentes Financeiros: FINEP/ BNDESPAR Montante Total: R$ 47.084.854,29

Empresa: Contem 1g Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 7.000.000,00

Empresa: Copaf Fruit Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 6.974.000,00

Empresa: Copaf Frutas Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 3.905.000,00

Empresa: CP2 (Bug Agentes Biológicos) Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 1.962.000,00

Empresa: Deu Certo Peças Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 134.606,40

Empresa: Devex Tecnologia Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 9.453.000,00

Empresa: Digital Pages Agentes Financeiros: BNDES/DesenvolveSP Montante Total: R$ 6.755.000,13

Empresa: Embrasa Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 7.000.000,00

Empresa: JLA Brasil Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.370.000,00

Empresa: Flux Game Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.676.974,00

Empresa: Fototerra Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 5.005.562,52

Empresa: Grupo Honest / keep Lives Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ R$ 422.000,00

Empresa: Interplayers Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.000.000,00

Empresa: Evo W12 Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 2.933.000,00

Empresa: M3 Health Agentes Financeiros: BNDES/DesenvolveSP Montante Total: R$ 75.000.000,00

Empresa: Magnamed Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 1.800.000,00

Empresa: Nortene Plástico Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 2.006.000,00

Empresa: Koblitz Energia Empresa: KA Lighting (Grupo Energia) Agente Financeiro: BNDESPAR Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 1.400.000,00 Montante Total: R$ 10.000.000,00

Empresa: Lab Tec Laboratório Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 12.040.000,00

Empresa: Málaga Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 5.288.000,00

Empresa: Nilza Agente Financeiro: BNDESPAR Montante Total: R$ 75.000.000,00

Empresa: Nilza Agentes Financeiros: BNDESPAR/ BNDES Montante Total: R$ 33.805.104,00

Empresa: Nova A3 Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 6.380.000,00

Empresa: Nuvital Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 3.000.000,00

Empresa: Ober Tecnologia Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 2.416.435,00

Empresa: Ótica Diniz Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 192.240,00

Empresa: Pet Care Veterinário Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.580,000,00

Empresa: Pixe House Soluções Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 3.400.000,00

Empresa: Plantech Engenharia Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 5.840.000,00

Empresa: Poly Easy Agentes Financeiros: BNDESPAR/ BNDES Montante Total: R$ 12.027.795,33

Empresa: Pomar Industrial Agente Financeiro: BNDESPAR Montante Total: R$ 7.000.000,00

Empresa: Procable Energia Agente Financeiro: BNDESPAR Montante Total: R$ 19.002.852,92

Empresa: Recominte Indústria Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 958.074,81

Empresa: Indústria São Carlos Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 18.400.000,00

Empresa: Saúde Santa Celina Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 976.120,00

Empresa: Sobit Tecnologia Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 1.600.000,00

Empresa: STN Empreendimentos Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 1.000.000,00

Empresa: Superbom Agente Financeiro: AGERIO Montante Total: R$ 3.999.486,00

Empresa: Sysmap Solutions Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 6.502.000,00

Empresa: Syspro Quality Agentes Financeiros: BNDES/ DesenvolveSP Montante Total: R$ 2.703.000,00

Empresa: Tevec Sistemas Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 3.000.000,00

Contato:

Empresa: Turn 2 Lite Agente Financeiro: DesenvolveSP Montante Total: R$ 1.800.000,00

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Empresa: Unilogística Business Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 25.275.000,00

Empresa: Univen Refinaria Agente Financeiro: BNDES Montante Total: R$ 21.000.000,00

Empresa: VTX Brasil Agentes Financeiros: BNDES/ DesenvolveSP Montante Total: R$ 3.632.000,00

(21) 2262-5213 (11) 99269-4710 rvieira@conterv.com.br www.conterv.com.br

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