ANO 30 | EDIÇÃO 367 | OUTUBRO-NOVEMBRO 2020
VINHOS E DESTILADOS: UM ANO DE DESAFIOS E ABERTURA PARA INOVAÇÕES P.20
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#ECONOMIA CIRCULAR
EMBALAGEM NO MARKETING
FRONTEIRAS
NESCAU AVANÇA NAS METAS DE SUSTENTABILIDADE
2021, O ANO DA EMBALAGEM
A TRADIÇÃO DA EMBALAGEM DE VIDRO NA ALEMANHA
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SUMÁRIO REPORTAGEM A INDÚSTRIA DE BEBIDAS DESTILADAS E VINHO, QUE VIVE AS DIFICULDADES DO SETOR DE BARES E RESTAURANTES, APOSTA EM PLATAFORMAS ONLINE. SUSTENTABILIDADE DEVE PUXAR A INOVAÇÃO.
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08 #EconomiaCircular 10
#DesignDeEmbalagem
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#MáquinaseTecnologia
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EMBALAGEM NO MARKETING
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24 CENTRO BRASIL DESIGN 26 COMPORTAMENTO 28 FRONTEIRAS SAIBA COMO INTERAGIR COM A REALIDADE AUMENTADA DISPONÍVEL NA EMBANEWS: PASSO 01
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TROCANDO IDEIAS
COMPARTILHANDO IDEIAS
U
ma boa maneira de encontrar soluções
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi
aos problemas do nosso cotidiano é a tro-
Administração: Rejane Doria
ca de ideias que talvez tenha sido um dos
editorial@embanews.com / redacao@embanews.com
pontos fortes durante a pandemia do co-
Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com
Redação: Elizabeth Keiko Sinzato Publicidade: comercial@embanews.com Colunistas desta edição: Assunta Camilo, Carlos Vale, Claudia
ronavÍrus pela qual ainda estamos vivenciando.
Ishikawa, Fabio Mestriner, Gustavo Moraes, Leda Coltro
Através de lives com interação junto ao público
Projeto Gráfico: FlyJabuti Design
espectador ou mesmo utilizando os aplicativos
Brasil e Portugal
de mensagens de texto ou de voz e videochamadas, a troca de experiências impulsionou diversas ações e atitudes práticas para resolver problemas do nosso dia-a-dia. Observei que
Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar
A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil Telefones: (11) 3064-2405 - WhatsApp 11+94721-4102 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro
no início da pandemia todos estávamos meio
de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.
perdidos, sem saber o que fazer, e no decorrer
Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cos-
do tempo parte das pessoas foram se adaptan-
aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens;
do com a situação, o que é totalmente normal,
ção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos
afinal temos que estar vivos e sobrevivermos e,
dores de serviços de apoio, associações, universidades e insti-
para isso, temos que sair de nossas residências e irmos à luta que inclui o deslocamento para o trabalho e outras atividades importantes, afinal, nem tudo se pode fazer através dos meios digitais. O equilíbrio e a disciplina é que vão fa-
méticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecpara envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestatuições ligadas ao ramo de embalagem. As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização..
zer toda a diferença em nos mantermos vivos e sadios de corpo e mente. Ricardo Hiraishi Outubro/Novembro de 2020
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#EconomiaCircular
Nescau avança nas metas por embalagens sustentáveis até 2025
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escau, marca de achocolatados da Nestlé, está avançando em suas ações visando minimizar o impacto de suas embalagens no meio ambiente, em consonância com o objetivo global da companhia de até 2025 tornar todas as suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis, em um trabalho que passa por repensar materiais, desenvolver cadeias de coleta seletiva e engajar e educar consumidores e parceiros. Entre as medidas já em curso no Brasil, está a retirada de 100% dos canudos plásticos de suas bebidas a partir de dezembro de 2020. A marca adotará canudos de papel em 100% de seu portfólio de bebidas. A iniciativa é uma continuação da jornada iniciada em 2019, com o anúncio da retirada de parte dos canudos plásticos de Nescau Prontinho. A substituição vai se estender também para todo o portfólio de bebidas da Nestlé, o que vai fazer com que a empresa deixe de utilizar mais de 300 milhões de canudos plásticos por ano a partir de 2021, totalizando cerca de 128 toneladas de plástico a menos. O investimento foi de R$ 50 milhões - que inclui nova linha de produção, adaptações em fábrica e comunicação - e integra as comemorações de 100 anos da Nestlé no Brasil, que serão completados no próximo ano.
REDUÇÃO NO USO DE MATERIAIS Além da eliminação dos canudos plásticos, Nescau deu também importantes passos para a redução de uso de materiais de embalagens em sua linha de bebidas, fabricadas na unidade de Feira de Santana (BA). Após diversas pesquisas e investimentos, os plásticos que mantêm unidas as embalagens de Nescau Prontinho nos packs de três, nove e 27 unidades serão eliminados e substituídos por envoltórios de papel, resultando na redução do uso de 278 toneladas de plástico. Utilizando um novo sistema, com uso 8
de cola para manter os pallets unidos, a companhia também conseguiu retirar os plásticos que envolviam os produtos que saíam da fábrica para distribuição. Com isso, serão eliminadas mais 16 toneladas de materiais plásticos por ano. No total, as ações de retirada dos canudos, shrink e stretch film juntas vão resultar na redução de mais de 420 toneladas de plástico. “Essa é uma jornada de transformação e nosso compromisso é que nenhuma de nossas embalagens vá parar no meio ambiente. Para isso, estamos atuando em diferentes frentes que vão desde repensar nossas embalagens, desenvolver novos materiais e soluções, até promover iniciativas de conscientização pelo descarte correto de resíduos e da proteção ao ecossistema”, afirma Fabiana Fairbanks, diretora de bebidas da Nestlé Brasil.
EMBALAGEM SEM TAMPA Outra inovação é o desenvolvimento de uma embalagem sem tampa plástica para o primeiro produto orgânico da marca, o Nescau Orgânico Pronto para Beber. A nova embalagem vai evitar o uso de mais de 610 mil tampas plásticas por ano, o que equivale a cerca de 2,6 toneladas de plástico. Além disso, evita um
outro grande problema já que, por serem muito pequenas e leves, muitas vezes essas tampas não são descartadas corretamente e podem parar no meio ambiente, inclusive nos oceanos e se soma a outras iniciativas de sustentabilidade da marca. Para criar uma embalagem que mantivesse a segurança e durabilidade do produto sem a necessidade da tampa, a marca investiu em diferentes frentes, que vão do redesenho do recipiente ao ajuste de processos produtivos e equipamentos na fábrica. A solução encontrada pela companhia foi desenvolver um envoltório feito de filme PET que abraça e protege a totalidade da embalagem, incluindo o seu topo onde se localiza o lacre, funcionando como um rótulo termoencolhível e um envoltório de segurança. Um picote no envoltório permite acessar o lacre de forma fácil, facilitando a abertura e seu conceito de pronto para beber.
EDUCAÇÃO E ENGAJAMENTO As ações também se somam ao projeto #JogaJunto, um grande movimento liderado por Nescau desde o ano passado e que convida os consumidores a participarem de uma jornada de evolução, jogando junto com a marca pelo bem da natureza. Em fevereiro de 2019, dentro da iniciativa, a marca anunciou uma parceria com o Projeto TAMAR, um dos principais projetos socioambientais do país que atua na busca pela preservação das tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção. Desde então, as ações em parceria com o TAMAR se desdobraram em diversas frentes de conscientização ambiental, educação e apoio à pesquisa e trabalho em campo com as tartarugas. www.nestle.com.br/nescau
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#DesignDeEmbalagem
VISUAL FACILITA A IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO NO PDV
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Total Brasil Distribuidora, empresa da Total Brasil - uma filial do Grupo Total, uma companhia de energia – apresenta toda a sua gama de lubrificantes TOTAL e ELF, com novas cores, novos rótulos e um design mais ergonômico em suas embalagens. Com este projeto em particular, a Total Lubrifiants, empresa do grupo que fabrica e comercializa os lubrificantes, vai reduzir o peso dos frascos e a emissão de carbono em quantidade equivalente a 9.500 toneladas de CO2 a cada ano, contribuindo para a ambição do Grupo em se tornar a principal companhia em energia responsável do mundo.
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A EVOLUÇÃO DAS EMBALAGENS Quem nunca se pegou olhando as prateleiras de óleos de motor sem saber qual produto escolher? Além de mais práticas de usar, as novas embalagens de TOTAL e ELF possuem rótulos mais claros e fáceis de ler. Os clientes podem identificar rapidamente o produto de que precisam, graças ao código de cores: dourado para produtos sintéticos de primeira linha, prata para produtos semissintéticos de linha intermediária, e bronze para produtos minerais padrões. O rótulo simula o painel de um carro, que mostra as informações essenciais do produto, tendo o nome da marca ao centro. Dados como a viscosidade, as aprovações do fabricante e um código QR que pode ser usado para confirmar a autenticidade do produto em um piscar de olhos, estão dessa forma dispostos de forma a facilitar a visualização pelo consumidor.
Também em novo formato, os frascos, por sua vez, ganharam alça mais ergonômica que facilita o manuseio e o transporte do produto. A tampa também foi redesenhada para facilitar o preenchimento do cárter de óleo ao substituir ou reabastecer. A CBA Design, situada em Levallois Perret, na França, foi a agência responsável pelo desenvolvimento do design das novas embalagens. “Este novo projeto da Total representa uma nova visão de performance para o mercado de lubrificantes! Com isso, ganhamos maior competitividade e credibilidade de marca no país ao oferecer ao consumidor mais autonomia, confiança e facilidade”, afirma Antonio Miranda, diretor de Lubrificantes da Total Brasil. Os novos frascos TOTAL e ELF serão lançados gradualmente no mercado brasileiro para exibir essa nova visão de performance. www.totalbrasil.com; www.cba-design.com/fr
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#MáquinaseTecnologia
KRONES DO BRASIL EXPORTA SERVIÇOS TÉCNICOS
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Krones do Brasil está ampliando a atuação de seus técnicos de serviços no exterior. Entre 2015 e 2019, a empresa exportou 16.000 dias de trabalho de seus consultores de serviços externos para a América Latina, aproveitando a capacidade disponível de seu corpo técnico em períodos de baixa demanda no país para serviços no exterior, atendimentos emergenciais e planejados para clientes no Brasil com operações em vários países ou suporte para a sua matriz, na Alemanha. Em 2020, o serviço foi duramente impactado pela pandemia do novo coronavírus. A Krones do Brasil, no entanto, estabeleceu rígidos protocolos de saúde e segurança para seguir atendendo às demandas externas, mesmo que de forma mais restrita. Até o final de novembro deste ano, foram 592 dias de trabalho de seus técnicos fora do Brasil, incluindo mercados até então inexplorados, como em Gana e Camarões, na África. E o ótimo trabalho realizado nesses dois países abriu portas para que a empresa entrasse na Ásia – já há a
previsão de 220 dias de serviços no Japão, entre janeiro e fevereiro de 2021. Em 2020, a subsidiária brasileira também estabeleceu laços com os Estados Unidos, além de fortalecer a parceria com clientes da Krones no México. A Krones do Brasil possui há cinco anos um moderno Centro de Treinamento, que possibilita uma capacitação de alto nível de seus profissionais de serviços externos, englobando, além dos conhecimentos técnicos nas diversas tecnologias da empresa, estudos de idiomas e de formação humana. A empresa também conta com o seu Programa de Trainees, que tem investido, desde 2013, na formação de jovens consultores técnicos, incluindo a seleção e formação de mais mulheres para a área de Serviços. Em 2020, Lorena Almeida (foto), que faz parte do time presente em um cliente de Acra, capital de Gana, é a segunda consultora mulher brasileira a atuar em uma nação da África – a primeira foi Gabriela Pereira, que trabalhou no Mali em 2014. https://www.krones.com/br-pt
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EMBALAGEM NO MARKETING
2021, O ANO DA EMBALAGEM DEPOIS DO ANO DA PANDEMIA, VIRÁ O ANO DA VACINA
O
ano de 2020 está entrando para a história como “O Ano da Pandemia”, esta palavra que designa uma epidemia que alcança escala global. Surgido na China, o vírus denominado Covid-19 se espalhou rapidamente pelo mundo gerando um noticiário aterrorizante que colocou em pânico as populações do mundo afora levando as autoridades da saúde e os governantes a baterem cabeça tomando medidas controversas e promovendo idas e vindas em decisões que contribuíram mais para confundir do que para esclarecer. Nesta mesma época do ano passado, escrevi um artigo aqui na EMBANEWS, cujo título se tornou profético, mas pelo motivo errado. O título era: “Em 2020 o problema não vai ser vender, vai ser entregar”. Neste artigo, mencionei que faltaria embalagem no Brasil, uma vez que havia a previsão de que nossa economia cresceria cerca de 3,5%, o que consequentemente levaria à falta de embalagem para suprir o aumento da demanda. Isso porque há anos não experimentamos um crescimento desta magnitude e nossa cadeia produtiva não teria capacidade de responder rapidamente a uma produção que atendesse este crescimento. 2020 tinha tudo para ser um ano extraordinário para o país, pois todas as condições para o crescimento estavam dadas. Mas veio a surpresa, o acontecimento inesperado e imprevisível e tudo mudou, menos o resultado que eu havia previsto. Faltou embalagem! 14
Estamos às portas de um novo ano e tudo indica (salvo algum novo imprevisto) que 2021 será o “Ano da Vacina”, palavra que dominará o noticiário no lugar de “Pandemia”. Neste novo ano, nossa economia retomará o ritmo de crescimento e os 14,1 milhões de brasileiros desempregados retomarão sua luta para melhorar de vida apesar de todas as adversidades e a demanda por embalagens voltará a crescer. Milhões de embalagens de vacina serão produzidas, o e-commerce continuará crescendo, o mesmo acontecerá com o delivery do food service e a indústria vai ter que se virar para entregar o volume que atenda esse aumento de demanda, agora já sabendo que ela precisa correr atrás porque os fatos estão mostrando e os clientes exigindo que isso aconteça. Dito isso, fica evidente que para atender os anseios e as necessidades da sociedade é preciso cada vez mais embalagens pois ao contrário do que muitos desejam ou imaginam, o mundo só anda para frente e todos os dias, milhões de refeições precisam ser servidas, banhos precisam ser tomados e os dentes escovados. A população não para de crescer, as pessoas estão vivendo mais tempo, vidas mais saudáveis e ativas (a expectativa de vida das mulheres brasileiras em 2021 deve ultrapassar os 80 anos), a renda per capita dos países não para de crescer e o comércio internacional, com a ajuda do container, “a embalagem que encolheu o mundo”, está cada vez mais expressivo. Muita coisa mudou em 2020, o home office, o ensino à distância e
as compras online se ampliaram, gerando novas demandas; a casa das pessoas ganhou uma nova dimensão em suas vidas, o chamado “home improvement” ou melhoria da casa gerou uma demanda sem precedentes de material de construção, tintas, móveis e tudo que o as pessoas perceberam que pode melhorar o ambiente doméstico. Faltaram impressoras, computadores, televisores e a cozinha ganhou uma nova dimensão, pois fazer as refeições em casa se tornou mais comum para os milhões que antes almoçavam no trabalho. Enfim, muita coisa mudou, mas a pergunta que mais me fazem continua sendo: “mas por que está faltando embalagem?” A resposta está brevemente descrita acima, mas pode ser resumida no seguinte: a embalagem não está ligada apenas ao consumo, a embalagem é uma necessidade humana que não cessa, pois está ligada à sobrevivência física e a necessidades de tantas naturezas, que fazem dela um item fundamental na sociedade em que vivemos. Portanto, minha gente, vamos trabalhar para entregar as embalagens que a sociedade precisa, pois agora vem a vacina e a retomada da economia e ambas exigirão mais embalagens.
FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor. Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br
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COVID-19 E EMBALAGENS PARA ALIMENTOS – 2ª PARTE
QUAIS SÃO AS POSSIBILIDADES DE CONTAMINAÇÃO DE EMBALAGENS DE DIFERENTES MATERIAIS
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m 17 de setembro foi realizado pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, um webinar sobre a possibilidade de contaminação pelo SARSCoV-2 por alimentos e embalagens para alimentos e os impactos ambientais da pandemia. O evento está disponível no canal do YouTube do instituto www.youtube.com/user/tecnoalimentos). Esta é a segunda e última parte do artigo que trata da questão.
TENDÊNCIAS A pandemia de Covid-19 acelerou tendências para o mercado de embalagens para alimentos que já estavam em ascensão no período anterior a ela. Tendências de desenvolvimento de embalagens sustentáveis (uso de monomateriais, redução de espessura, busca por polímeros de origem não-fóssil e design otimizado) terão que ser balanceadas com questões de saúde como facilidade na higienização dos materiais. A digitalização da cadeia de valor com o uso de internet das coisas, inteligência artificial e tecnologias de rastreio de embalagens por radiofrequência e comunicação de campo próximo estarão mais presentes. O isolamento social imposto pela pandemia fez explodir serviços como e-commerce e delivery, cujas embalagens terão que ser adaptadas aos desafios específicos dessas modalidades de comércio. A pressão sobre as margens dos bens de consumo rápido, que antes da pandemia já eram repassadas aos convertedores, será ainda mais vista no pós-pandemia.
PLÁSTICOS A pandemia trouxe também questionamentos por parte do consumidor acerca do risco de contaminação por
materiais plásticos reutilizáveis devido à possibilidade de higienização ineficiente desse tipo de material. Os governos de cidades e países que restringiram o uso de embalagens de uso único e sacolas plásticas descartáveis vêm sofrendo pressão para afrouxar essas medidas. A campanha americana Bag the Ban inclui a assinatura da Associação das Indústrias de Plásticos e do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que alegam a permanência de vírus e bactérias em superfícies plásticas por três dias, podendo ser carregados por esses materiais. Esse tipo de campanha vai na contramão à tendência global de redução da utilização de plásticos de uso único. Embora seja compreensível que a população priorize questões de saúde à sustentabilidade, deve-se lembrar que ainda não existem evidências científicas de que objetos plásticos de uso único oferecem menos risco de contágio pelo novo coronavírus do que os objetos reutilizados pelo mesmo consumidor.
RECICLAGEM As atividades envolvidas na reciclagem de materiais no Brasil foram fortemente impactadas pela pandemia de Covid-19, pois houve paralisações. Para esse setor, espera-se uma recuperação econômica lenta. Os sistemas de triagem que já empregavam tecnologias de automação, como identificação dos materiais por sensores ópticos e separação mecânica, sofreram impactos menores e, por conta disso, a reciclagem nas localidades com esses sistemas tende a se recuperar de forma mais rápida. Fique ligado em nosso website (https://ital.agricultura.sp.gov.br/cetea) e acompanhe o artigo completo no Informativo Cetea que será publicado em breve.
Referências: U.S. Food and Drug Administration. Shopping for Food During the COVID-19 Pandemic - Information for Consumers. Disponível em: https://www.fda.gov/food/food-safety-during-emergencies/shopping-food-during-covid-19-pandemic-information-consumers. Acesso em 05/08/2020. Food Packaging Forum. Coronavirus and Packaging. Disponível em: https://www.foodpackagingforum.org/coronavirus-and-packaging. Acesso em 05/08/2020. World Health Organization. Q&A: Food Safety and Nutrition related to COVID-19. Disponível em https://www.who.int/westernpacific/ news/q-a-detail/food-safety-and-nutrition. Acesso em 05/08/2020. Chan K. H. et al. Advances in Virology, 2011 Chin A. W. H. et al. The Lancet Microbe, vol. 1, n. 1, 2020 Duan S. M. et al. Biomedical and Environmental Sciences, vol. 16, n. 3, 2013 Liu Y. et al. medRxiv, 2020 Rabenau H. F. et al. Medical Microbiology and Immunology, vol. 194, n. 1, 2004 van Doremalen N. et al. The New England Journal of Medicine, v. 382, n. 16, p. 1564-1567, 2020 van Doremalen N. et al. Eurosurveillance, v. 18, n. 28, 2013 Lai M. Y. Y. et al. Clinical Infectious Diseases, vol. 41, n. 7, 2005 Goldman E. The Lancet, vol. 20, n. 8, 2020 Feber, D. et al. Beyond COVID-19: The next normal for packaging design. Disponível em: https://www.mckinsey.com/industries/paper-forest-products-and-packaging/o/ur-insights/beyond-covid-19-the-next-normal-for-packaging-design. Acesso em 05/08/2020. Hale, R. C.; Song, B. Single-Use Plastics and COVID-19: Scientific Evidence and Environmental Regulations. Environmental Science and Technology, v. 54, n. 12, pp. 7034-7036, jun. 2020. Felton, D. Packaging Digest. 4 Inevitable Packaging Changes After COVID-19. Disponível em: https://www.packagingdigest.com/covid-19/4-inevitable-packaging-changes-after-covid-19. Acesso em 05/08/2020. Food Packaging Forum. Coronavirus and Packaging. Disponível em: https://www.foodpackagingforum.org/coronavirus-and-packaging. Acesso em 05/08/2020. Lingle, R. Packaging Digest. COVID-19 Raises Consumers’ Packaged Food Concerns. Disponível em: https://www.packagingdigest.com/ food-safety/covid-19-raises-consumers-packaged-food-concerns. Acesso em 05/08/2020. Packaging Insights. COVID-19 updates. Disponível em: https://www. packaginginsights.com/news/covid-19-updates-296549.html. Acesso em 05/08/2020.
GUSTAVO MORAES e
LEDA COLTRO Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), atuam no Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea); da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).
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São Paulo, 11 de setembro de 2020
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REPORTAGEM
UM A NO DE DE S A F IO S E A BE R T UR A PA R A INO VA ÇÕE S A INDÚSTRIA DE BEBIDAS DESTILADAS E VINHO, QUE VIVE AS DIFICULDADES DO SETOR DE BARES E RESTAURANTES, APOSTA EM PLATAFORMAS ONLINE. SUSTENTABILIDADE DEVE SER PRINCIPAL MOTOR DE INOVAÇÃO
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ste ano, a pandemia de COVID-19 trouxe desafios para todos os setores econômicos, para alguns, mais, e para outros, menos. Para o mercado de bebidas destiladas e vinhos, que será o foco aqui, o fechamento de bares e restaurantes no segundo trimestre mostrou-se um revés, que deverá representar uma queda de volume, apenas nas vendas de bebidas destiladas no comércio, de 27% em 2020, contra uma projeção de crescimento de 1% prevista inicialmente para 2020 durante uma pesquisa realizada em maio de 2019 (antes da disseminação do COVID-19), pela Euromonitor. Isso não leva em conta as consequências de uma possível segunda onda da pandemia no final do ano. O maior isolamento social trouxe por outro lado um aumento nas vendas de bebidas online. A Evino que
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está entre os maiores e-commerces de vinho da América Latina conta com mais de um milhão de clientes cadastrados. Agora, está lançando sua segunda marca própria de vinho, o rosé Vivid, uma aposta da marca para o verão, que pode ser degustado com pedras de gelo, feita em parceria com a Castel Frères. A estreia no mercado como produtora se deu com o lançamento do vinho Vibra!, sua primeira linha própria, em lata, com quatro diferentes tipos: tinto, rosé, branco e espumante. Quem também aposta no lançamento de vinho em lata é a Ponto Nero, empresa de espumantes do Grupo Famiglia Valduga, que apresenta a marca Becas de vinhos frisantes em lata, em três variações, Joy Blanc, Fun Rosé e Sweet Moscato. Becas vem atender a uma demanda de um público jovem, apresentada em doses individuais de 269 ml. Algumas marcas de bebidas, principalmente vinhos e cervejas artesanais, lançaram linhas em latas de alumínio, em parte para fazer frente à falta de oferta de embalagem de vidro no país, em contrapartida a um aumento de capacidade na oferta de embalagens de alumínio este ano.
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Outra edição especial foi lançada pela Jack Daniel’s. A lata colecionável, exclusiva para o final de ano, é produzida em metal, e simula uma caixa, embalando uma garrafa do tradicional Jack Daniel’s Old Nº07. Com edição limitada, a embalagem toda preta e com ricos detalhes em alto relevo leva a assinatura de seu criador, Mr. Jack, e sua icônica frase: “Every day we make it, we’ll make it 132 200 mm, CC-pt46-AZ012 03/19nós thex best we can” (Todos os dias fazemos isso, nós faremos da melhor forma possível) gravada na lata.
EDIÇÕES ESPECIAIS Para celebrar 200 anos de existência, Johnnie Walker, o celebrado uísque escocês do portfólio da Diageo fez o lançamento de sete rótulos comemorativos em versões limitadas. Além de edições limitadas comemorativas das garrafas tradicionais dos uísques Johnnie Walker Red Label, Black Label, Gold Label e Blue Label, as novidades contemplam três uísques recém-criados - Legendary Eight, Celebratory Blend e Bicentenary Blend - em versões exclusivas, que representam uma celebração da incrível jornada e do espírito, que começou em 1820, com o fundador da marca, John Walker. A empresa também investe na coquetelaria, já em alta antes da pandemia, que ganhou reforços com a TheBar, e-commerce da Diageo. Lançou o TheBar Box, uma ferramenta para que todos possam fazer drinks clássicos - dos bares mais badalados do mundo - de forma descomplicada em suas casas. As caixas contam com as receitas e os insumos já porcionados, oferecendo facilidade e as noções básicas para os fãs da coquetelaria.
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REPORTAGEM
SUSTENTABILIDADE, PRINCIPAL FRONTEIRA A edição limitada de Absolut lançada no final de 2019, Absolut Comeback, é um ícone que representa a inovação e sustentabilidade como valores da marca. A garrafa é produzida com mais de 41% de vidro reciclado, assim como em todas as garrafas de Absolut, marca da Pernod Ricard. A diferença é que nesta garrafa, o design foi pensado para promover e tornar visível os benefícios da reciclagem. Produzida pelo Ardagh Group, primeiro foi criada uma escultura anexando cacos de vidro de garrafa Absolut reciclada a uma impressão 3D de uma garrafa Absolut, para manter a aparência e forma icônicas da garrafa. A escultura foi digitalizada pelo sistema de modelagem e em seguida o design foi reconstruído para se adequar às linhas de produção. Já a Bacardi desenvolveu uma garrafa 100% biodegradável, que se decompõe em 18 meses e não deixa resíduos no meio ambiente. A iniciativa visa disponibilizar até 2023 uma garrafa de bebidas alcoólicas sustentável que deverá eliminar, pelo menos, 3 mil toneladas de plástico produzidas anualmente e utilizadas em 80 milhões de garrafas plásticas pela companhia. Em colaboração com a Danimer Scientific, que atua no desenvolvimento e fabricação de produtos 22
biodegradáveis, o material da embalagem será substituído pelo Nodax™ PHA, um biopolímero derivado dos óleos naturais de sementes como palma, canola e soja.
GARRAFAS DE PAPEL LIDERAM INOVAÇÕES As garrafas de papel em teste em várias empresas representam uma nova fronteira para a indústria de embalagem. A Diageo apresentou a primeira garrafa de destilados do mundo 100% livre de plástico. A embalagem fará sua estreia no mercado no início de 2021 com Johnnie Walker, o scotch whisky número um do mundo. A empresa também anunciou uma nova parceria com a Pilot Lite, uma empre-
sa de venture management, para lançar a Pulpex Limited, nova líder mundial em tecnologia de embalagens sustentáveis e responsável por desenvolver a garrafa à base de papel escalável “inédita”, que pode ser totalmente reciclada. A embalagem foi projetada para conter uma variedade de produtos líquidos. A Absolut Company está rodando uma produção teste de 2.000 garrafas de papel no Reino Unido e na Suécia. O novo protótipo resulta de um desenvolvimento da The Paper Bottle Company – Paboco, uma joint-venture entre a empresa de papel BillerudKorsnäs e a fabricante de garrafas Alpla, com base no trabalho da startup EcoXpac. A garrafa ainda leva 43% de plástico em sua composição, para garantir a propriedade barreira; no entanto é totalmente reciclado e reciclável. Portanto, muitas mudanças estão sendo esperadas para 2021. A conferir!
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CENTRO BRASIL DESIGN ** Claudia Ishikawa
DESIGN EM SINTONIA COM O PROPÓSITO DA MARCA PROTETOR SOLAR COM INGREDIENTES NATURAIS E VEGANOS EMBALADOS EM PLÁSTICO VERDE
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Bioart é uma empresa brasileira pioneira na criação, no desenvolvimento e na produção de maquiagens ecológicas e biocosméticos com tecnologia verde que auxiliam no tratamento, na nutrição e embelezam a pele utilizando ingredientes naturais, orgânicos e vegano. Criou o primeiro protetor solar natural e vegano do país, o Bioart Solar. É um produto inovador com exclusiva tecnologia “solartechbio” de fotoproteção mineral e vegetal, protege a pele dos raios UVA e UVB com segurança, livre de toxinas e sem ingredientes e aditivos químicos sintéticos comuns nos cosméticos convencionais; não realiza teste em animais, além disso, sua formulação natural não polui os oceanos. Desenvolver um projeto de design em sintonia com o propósito da marca foi o desafio para a Yepá Estúdio. Segundo a designer Carolina Dentice, diretora do Estúdio, o maior desafio foi desenvolver uma embalagem com menor impacto ambiental, desde a sua produção até o descarte final pelo consumidor, e ao mesmo tempo foi preciso manter a percepção de alta qualidade dentro da categoria de cosméticos de proteção solar. Seguindo os conceitos de sustentabilidade, foi escolhida uma embalagem produzida com plástico verde – um bio-based 100% reciclável – fabricado a partir da cana-de-açúcar, uma matéria-pri-
ma renovável, que colabora com a redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa, reduzindo o impacto ambiental da extração ao descarte. O plástico verde é fruto da combinação de inovação, tecnologia e sustentabilidade, diferente dos plásticos que utilizam matérias-primas de fontes fósseis e não renováveis, como o petróleo. Para reduzir o desperdício e o descarte indesejável, o projeto não utiliza o cartucho como embalagem secundária. O Bioart Solar é um produto novo em sua categoria, no entanto, foi escolhido o formato bisnaga que mantém o padrão da catego-
O Centro Brasil Design atua há 21 anos trabalhando em projetos nacionais e internacionais mostrando que o design é uma ferramenta estratégica que traz resultados imediatos ao negócio, por meio da metodologia chamada Design na Prática®. (www.cbd.org.br) 24
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ria de cosméticos de proteção solar por preservar a praticidade no uso e permitir proteção contra ações externas de contaminação do produto. A sua tampa flip top traz facilidade no uso e por ser 100% natural não deve ficar exposto à luz, ao oxigênio e à umidade. Com o objetivo de criar uma identidade visual única em sua categoria, a embalagem se destaca pela utilização da cor verde, trazendo leveza e frescor, reforçando o conceito natural do produto, e se diferencia das cores utilizadas pelos cosméticos de proteção solar convencional. A embalagem tem ilustrações minimalistas de plantas, representando a delicadeza da natureza e em sintonia com o propósito da marca, evidenciando os atributos de maneira clara e objetiva. Para Soraia Zonta, fundadora da Bioart, a empresa segue um propósito aliado à sustentabilidade, desenvolve beleza em comunhão com a mãe natureza, da seleção e rastreabilidade dos ingredientes até a embalagem que chega ao consumidor final. O design é uma importante ferramenta para a promoção do consumo consciente das pessoas que consomem beleza. A Bioart traz ao mercado a inovação e a sustentabilidade em um só produto.
** CLAUDIA ISHIKAWA Coordenadora de projetos do Centro Brasil Design, com atuação nas áreas de gestão do design, design thinking, design estratégico e sustentabilidade.
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COMPORTAMENTO
AS PANDEMIAS DA PANDEMIA
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inda é cedo para conhecer os números definitivos, mas é bastante claro que a Covid-19 já não é o único grande problema de saúde pública que estamos enfrentando no momento. O isolamento social tem amplificado questões de saúde que ainda não conseguimos contabilizar perfeitamente: aumento do número de suicídios, abuso de drogas lícitas e ilícitas, aumento do sobrepeso e obesidade, divórcios (esses já temos alguns dados: aumentaram 54%, segundo o Colégio Notarial do Brasil — CNB/CF), luto por morte, problemas de pressão arterial motivados por falências e desemprego e por aí vai. A ideia de se estabelecer uma regra de isolamento conduz a um dilema doloroso para todos: ficar isolado e reduzir risco do contágio versus aumentar o número de problemas relacionados ao confinamento. Se considerar que dentro do sistema carcerário a pior pena é a solitária, estamos desconfortavelmente instalados entre extremos. Note: não sou eu aqui querendo dizer o que é certo ou errado, melhor ou pior. Aquele ímpeto colaborativo que vimos na primeira onda agora
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deve ser ampliado para essas outras questões e, acredite, elas não estão acontecendo somente dentro da sua casa. Antes das soluções que nós, do mundo corporativo, podemos prover a partir de ajustes nos portifólios de produtos e serviços de acordo com a capacidade produtiva da empresa ou na forma como eles estão posicionados e comunicados, aguardamos a constatação do óbvio pelas autoridades de saúde: que existem “pandemias dentro da pandemia”.
Então, por que esperar? Os agentes estressores já estão atuando pesadamente sobre a sociedade. Acredito que o setor privado pode contribuir para que os efeitos tão fortes desse stress possam ser de alguma forma atenuados melhorando, diretamente, a vida das pessoas e indiretamente até a economia, seja você um produtor de vacinas ou um entregador de pizza. Como nossas ações de posicionamento estratégico e nossas capacidades produtivas podem ajudar a gerar algum conforto e segurança para toda a sociedade em um espectro mais amplo do que somente a redução do contágio?
Não queremos mais mortos por Covid-19, assim como não queremos mais dependentes de álcool ou drogas, dependentes de tela, depressivos e suicidas. E se você teve a oportunidade de assistir aos debates dos candidatos às prefeituras já deve saber que as autoridades públicas não nos dirão o que fazer. Seremos nós os criadores de solução em diferentes níveis. O que cada um conseguir criar e propor será visto, usado, copiado e aprimorado e assim, quem sabe, tornar menos duros os números que em breve seremos forçados a conhecer. E talvez tentar contribuir seja o princípio da cura de alguns dos nossos males. Hora de colocar a sua equipe na sala (virtual) e começar a colar na parede os post-its com sugestões.
Quem começa?
CARLOS VALE Sócio-Fundador da Este Lado Para Cima e há 30 anos ajuda marcas globais e líderes de mercado a crescerem através do design
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FRONTEIRAS
ALEMANHA:
A TRADIÇÃO DA EMBALAGEM DE VIDRO
FOTOS: FUTUREPACK
E COM ELA, A CULTURA DO RETORNO E DA RECICLAGEM
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indústria de embalagens, como todas as demais, começou na Alemanha (na Europa de forma geral) antes da nossa industrialização. Com invernos rigorosos, a necessidade de embalar a produção de frutas e legumes durante a safra sempre foi algo importante para os alemães. Até hoje encontramos potes de vidro e tampas para serem comprados pelos consumidores que gostam de preparar conservas em casa. Além disso, a cultura de retorno de embalagens sempre foi praticada. Quando morei na Alemanha, cada pote de iogurte devolvido tinha um reembolso de 10 centavos, garrafas de suco, 20 centavos, e assim por diante. Todos devolviam. Hoje com o sistema de pfand (cupom ou voucher) este processo mudou. Códigos são estampados nas embalagens: as pessoas inserem as embalagens vazias em uma máquina que lê o código e gera um crédito para ser retirado no caixa. A reciclagem do vidro é tão valorizada que há caçambas enormes em vários lugares; sempre em trios: uma para vidros verdes, outra para 28
os marrons e outra para os transparentes (flints). Cada caçamba tem uma cesta (um engradado) separada para as garrafas e potes inteiros que são retornáveis. Vai para dentro da caçamba apenas o que está quebrado para ser reciclado. Ou seja, antes reutilizam. Quando a indústria começou a fornecer iogurtes, geleias, doces, méis, molhos, legumes em conserva, entre outros, e “competir” com a produção caseira, a embalagem de vidro foi a eleita. Ela era a mais próxima do praticado, além dos atributos de boa conservação, ser inerte, segura, pode ser aberta e fechada, entre outros, e permite a visualização do produto. Desta forma, até hoje, as embalagens de vidro são utilizadas para embalar iogurtes, geleias, méis, molhos e ainda há novas categorias, como sucos, sopas e pratos prontos. As embalagens de vidro ganharam designs diferenciados e sofisticados e tampas especiais. Os designs mais “ousados” dos frascos de vidro atraem os consumidores jovens e naturalistas. Muitos estão utilizando a extensão do rótulo para lacrar a tampa de forma evidente, como nas embalagens de
mel e antepastos. Tampas largas facilitam o consumo, a abertura e o fechamento da embalagem. Algumas vezes, os frascos de sucos são rotulados com termoencolhíveis, ora serigrafados, ou apenas com tinta branca, deixando a cor do suco transparecer e convencer. A geleia GLÜCK (felicidade, sorte) é apresentada em um pote de vidro, com formato novo e tampa de alumínio inusitada e larga. Sem rótulo, apenas com a marca serigrafada com fonte moderna, o produto se destaca nas gôndolas pelo impacto que gera, mostrando as amoras e despertando o desejo de degustá-las. O termo “Purer genuss” quer dizer: puro prazer! Aliás, reflete isso: Embalagem melhor. Mundo melhor. Sempre!
ASSUNTA N. CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@ideembalagens.com.br
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Em acordo com os seus parceiros e com o comitê consultivo de feiras, a Messe Düsseldorf decidiu cancelar a interpack e a components 2021, previstas para ocorrer de 25 de fevereiro a 3 de março, devido às restrições relacionadas à pandemia de Covid 19. “Fizemos tudo o que pudemos para fazer jus à tremenda importância da interpack para a indústria de processamento e embalagem, mesmo durante esta pandemia - acima de tudo porque recebemos incentivos da indústria para apoiar um evento presencial a partir de um conceito de higiene que foi experimentado e testado na prática para proteger todos os envolvidos. No entanto, o feedback atual de nossos expositores mostrou que a incerteza é muito grande e, portanto, não poderíamos hospedar um evento nos padrões esperados de uma feira comercial internacional líder no setor”, explica Wolfram N. Diener, CEO da Messe Düsseldorf. “Estamos agora nos concentrando na próxima edição da interpack, que acontecerá em maio de 2023 de acordo com o planejado, e que iremos complementar com ofertas online estendidas”, explica Diener. Até lá, a indústria pode acessar atualizações contínuas sobre as tendências, desenvolvimentos e inovações da indústria em www.interpack.de e em www.packaging-components.de Para informações aos brasileiros, entre em contato com a Emme (www.emmebrasil.com.br) representante da Messe Düsseldorf no Brasil.
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CANCELADA EM 2021, TRARÁ A ‘VIRTUAL.DRUPA’
Após consulta com expositores e parceiros, a edição de 2021 da drupa, a feira comercial líder mundial em tecnologias de impressão, será cancelada devido ao impacto da pandemia de coronavírus. O próximo evento acontecerá conforme programado de 28 de maio a 7 de junho de 2024. Para manter o ritmo até lá, os organizadores realizarão um evento digital de quatro dias intitulado ‘virtual. drupa’, que acontecerá de 20 a 23 de abril de 2021 durante o período originalmente programado para a drupa. “A pandemia causou muita incerteza entre expositores e visitantes em termos de participação na drupa 2021. Restrições de viagens e restrições de orçamento agravaram ainda mais a situação na indústria gráfica”, explica Erhard Wienkamp, COO da Messe Düsseldorf. “Tomamos essa decisão em consulta a nossos parceiros, que a apoiam inteiramente”. Lançada em outubro, a plataforma de visualização da drupa já oferece uma visão de como será a “virtual.drupa”. Isso dará às empresas a oportunidade de mostrar a si mesmas e a suas inovações de forma virtual, bem como manter os contatos existentes e estabelecer novos através do recurso de matchmaking. Haverá ainda a conferência drupa hot spots e o ‘Future Technologies in the Cube’, delineando o futuro da indústria. drupa.com
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