EMBANEWS Nº 368 - Novembro/Dezembro 2020

ANO 30 | EDIÇÃO 368 | NOVEMBRO-DEZEMBRO 2020

INDÚSTRIA QUÍMICA

EM 2020, ELA SAI MAIS FORTE QUE ENTROU, E PRODUÇÃO VOLTA A CRESCER P.20

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#EmbalagemParaCadeiaDoFrio

PESQUISA

COMPETITIVIDADE

PROJETO PARA TRANSPORTE DE ÓRGÃOS E VACINAS

E-COMMERCE DE ALIMENTOS

2020: UM ANO BOM!

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SUMÁRIO

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REPORTAGEM “2020 FOI O ANO DA PANDEMIA, E EVIDENCIOU A FORÇA DA CIÊNCIA, DA RESILIÊNCIA E O ÍMPETO DA INDÚSTRIA QUÍMICA” Marcos De Marchi, presidente do Conselho Diretor da Abiquim, durante o Encontro Nacional da Indústria Química, em novembro

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#EconomiaCircular #EmbalagemParaCadeiaDoFrio #EmbalagemReutilizavel PESQUISA EMBALAGEM NO MARKETING CENTRO BRASIL DESIGN PONTO DE VISTA FRONTEIRAS COMPETITIVIDADE

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TROCANDO IDEIAS

EMBALANDO ESPERANÇA

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o início da pandemia do Coronavírus, embalagens para álcool 70, produtos de limpeza, e-commerce, medicamentos, entre outras, tiveram bastante destaque em nosso cotidiano.

Agora, não é diferente, e estamos com os olhos nas embalagens para as vacinas que estão por vir no mundo e no Brasil.

Será fundamental que todo o sistema embalagem funcione de maneira impecável para acondicionar e proteger um produto tão valioso, mas isso só acontecerá, se estiverem sendo transportadas em condições totalmente apropriadas, principalmente na questão de temperatura e, também, acondicionadas sob refrigeração ou congeladas conforme especificações dos fabricantes das vacinas. Mais uma vez o papel das embalagens será de extrema importância para levar esperança para as nossas vidas.

Ricardo Hiraishi Novembro/Dezembro 2020

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com / redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Circulação e Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Ana Paula Reis Noletto. Antonio Cabral, Assunta Camilo, Carlos Vale, Claudia Ishikawa, Fabio Mestriner Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil Telefones: (11) 3064-2405 - WhatsApp 11+94721-4102 Registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização..

site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews twitter.com/Embanews facebook.com/Embanews Exemplar avulso: R$12,50 Assinatura Anual: R$140,00

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#EconomiaCircular

Selo eureciclo informa agora o quanto a empresa reciclou

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Crédito: Divulgação

preocupação com o impacto das ações humanas no meio ambiente tem aumentado em todas as esferas, inclusive entre marcas e consumidores. É nesse cenário que a certificadora de logística reversa eureciclo, tem expandido a sua atuação no país. Em 2019 a eureciclo conquistou 1.330 novos parceiros no Brasil e compensou ambientalmente 68.500 toneladas de embalagens. Em 2020 já são mais 1.044 novos clientes até o momento e 78.200 toneladas de embalagens compensadas.

Há 10 anos o Brasil dispõe da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são responsáveis por implementar a logística reversa com relação às embalagens após o uso do consumidor, com meta atualmente definida em 22% das embalagens inseridas no mercado.

A homologação dos operadores parceiros é um dos pontos-chave da operação da eureciclo, ao promover a formalização e o desenvolvimento do setor 8

Ao direcionar para reciclagem resíduos equivalentes aos seus, em peso e material, as empresas de bens de consumo remuneram os operadores de coleta e triagem pelo serviço ambiental prestado e recebem os Certificados de Reciclagem como forma de comprovação legal. Isso quer dizer que é possível que uma empresa invista na reciclagem de embalagens equivalentes, na proporção de 22% do que coloca no mercado, de 100% ou até mesmo mais do que isso.

A novidade é que agora elas terão selos diferenciados, de acordo com a proporção de embalagens compensadas. Para comunicar aos consumidores as empresas que têm esse compromisso, a eureciclo tem três selos: um que garante o cumprimento da compensação prevista em lei (22% do total de embalagens geradas), um que destaca a compensação de toda a sua produção (100%) e outro para quem se compromete em compensar ainda mais (200%). “Nós tínhamos apenas um selo que informava o cumprimento da meta estabelecida pela lei. Mas, com o tempo, sentimos a necessidade de deixar claro quando o engajamento é maior e ultrapassa a determinação legal”, explica Thiago Carvalho Pinto, CEO e cofundador da eureciclo.

COMO FUNCIONA A EURECICLO A eureciclo certifica a logística reversa de embalagens pós consumo de empresas de todo o Brasil, por meio de uma plataforma de tecnologia que rastreia os dados da cadeia de reciclagem e confere consistência e escalabilidade ao processo, fornecendo para a indústria certificados de reciclagem robustos e transparentes.

Para isso, utiliza o modelo de compensação ambiental, que consiste em garantir que uma massa de resíduos equivalente à das embalagens que uma empresa coloca no mercado foi destinada à reciclagem.

A homologação de seus operadores parceiros é um dos pontos-chave de sua operação, uma vez que promove a formalização e o desenvolvimento do setor e os torna aptos a receberem os investimentos provenientes das empresas que buscam a adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Elas recebem, então, o selo eureciclo para estampar suas embalagens e comunicar aos consumidores seu compromisso com a reciclagem.

Todo o processo é auditado pela Ernst & Young. A empresa é certi-

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ficada como Empresa B, conceito que indica um modelo de negócio voltado para o desenvolvimento social e ambiental e é a única brasileira presente no ranking 50 To Watch, lista que reúne companhias de todo o mundo que buscam soluções para combater a crise climática.

Para estimular o consumo consciente, “todas as empresas que utilizam o selo informam ao público que estão se responsabilizando pelos seus resíduos, e permitem que as pessoas engajadas deem preferência às marcas que investem em reciclagem”, diz Thiago. “Nosso principal objetivo é incentivar que cada vez mais embalagens retornem para a cadeia produtiva, aumentando as taxas de reciclagem no Brasil”, afirma.

um passo importante para o grupo”, des com o objetivo de estabelecer, conta Mariana Egert, Gerente de monitorar e avaliar os instrumentos Marketing da S2 Holding, que opeda Política Estadual de Logística Rera as marcas de vestuário e lifestyle versa e suas aplicações para atender à legislação.

Cantão, Redley e Kenner.

Recentemente, a certificadora As certificações fazem parte de um movimento mundial para que promoveu ações para tirar dúvidas sobre a adequação das empresas todos os envolvidos na cadeia de produção e consumo saibam que fluminenses e passou a integrar a Comissão Permanente de Logística estão fazendo escolhas conscienReversa, composta pela Secretaria tes. de Estado do Ambiente e SustenMagazin, 132 x 200 mm, ErgoBloc L tabilidade (Seas), Instituto Nacional do Ambiente (Inea) e outras entidawww.eureciclo.com.br

EXPANSÃO DA ATUAÇÃO NO RIO DE JANEIRO A eureciclo já conta com 280 empresas parceiras no Rio de Janeiro e compensou ambientalmente quase 4,5 mil toneladas de embalagens no Estado. Entre os parceiros estão Cantão, Redley, Lola Cosmetics, Embelezze e Grupo Trigo. De acordo com o CEO da eureciclo, o mercado e as marcas têm percebido, todos os dias, uma demanda de seus consumidores acerca do impacto ambiental que suas atividades e produtos causam.

“Além disso, as empresas estão revisitando seus propósitos e provocando uma transformação de dentro para fora”, diz. É o caso de marcas como Cantão e Redley, que já trabalham há mais de dez anos com sacolas retornáveis e outras iniciativas conscientes, como o reaproveitamento de tecidos, porém, enxergaram a necessidade de avançar nesse sentido.

“Temos a expectativa de, em breve, compensar a totalidade das nossas embalagens pós-consumo. Além do compromisso com a sustentabilidade, para nós é importante que o consumidor admire as marcas também por seu engajamento ambiental. A adoção do selo eureciclo em todas as nossas embalagens é

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#EmbalagemParaCadeiaDoFrio

PROJETO DESENVOLVERÁ EMBALAGEM PARA O TRANSPORTE DE ÓRGÃOS E VACINAS

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As escolas paulistas de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participam do projeto de pesquisa e desenvolvimento de embalagem autônoma inteligente para a cadeia fria, que deverá proporcionar mais segurança aos processos críticos durante o transporte de órgãos, tecidos humanos e células para transplante, além de insumos do sistema de saúde sensíveis à temperatura ambiente, como vacinas, por exemplo.

A ausência desse item dentro de um sistema logístico adequado é o principal motivo que leva a perdas superiores a 10% de órgãos para transplantes, pois são bastante dependentes de tempo de transporte, cuidados com manuseio e acondicionamento temporário adequado para a qualidade de sua integridade e para a efetivação do transplante.

O projeto interinstitucional encabeçado pela empresa São Rafael Câmaras Frigoríficas ficou em oitavo lugar entre os 83 aprovados, dos quais 11 foram subvencionados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), na linha temática Saúde 4.0 da seleção pública Subvenção Econômica à Inovação 04/2020 – Tecnologias 4.0. Com prazo de execução de até 26 meses, prorrogável a critério da FINEP, o projeto receberá R$ 1.854 mil de subvenção, com R$ 394 mil de contrapartida pela empresa subvencionada.

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“É extremamente importante para a Mauá participar desse projeto, uma vez que temos comprovada competência acadêmica de referência nacional para oferecer conhecimento e viabilizar o desenvolvimento dessas embalagens, aprimorando os protótipos já desenvolvidos de 2017 a 2019 com a empresa São Rafael. Estamos felizes e engajados nesse projeto e em prol da sociedade”, diz Ari Costa - pesquisador no Centro de Pesquisas do IMT. Ari ainda lembra que tudo começou em 2017, quando a Dr.ª Bartira Roza, da Escola Paulista de Enfermagem, fez o desafio para a elaboração do projeto. “A proposta foi aceita como objeto de Trabalho de Conclusão de Curso por dois grupos de alunos do curso de Engenharia de Produção do Instituto Mauá de Tecnologia, sob minha orientação, como professor do curso na época. O comprometimento da São Rafael na produção dos protótipos sob a orientação dos pesquisadores do ITAL CETEA, complementaram o irrestrito apoio do IMT por meio do Centro Universitário e do

Centro de Pesquisas no desenvolvimento do conceito e dos protótipos. Esse experiente grupo de pesquisa sente-se recompensado e comprometido em entregar num futuro próximo um produto de classe mundial para a saúde”, afirma o pesquisador.

“Contribuir para a garantia do transporte seguro de itens essenciais à saúde e à vida é uma grande honra e responsabilidade para nosso instituto, que, no Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), conta com infraestrutura e equipe experiente e capacitada para cooperar na viabilização dessa solução inovadora, que ao final poderá promover novas soluções tecnológicas para a logística da cadeia de frio”, afirma Eloísa Garcia, diretora geral do Ital, que será representada no projeto pelos pesquisadores Ana Paula Noletto, Danielle Ito e Maurício Bordin. sp.unifesp.br/epe; maua.br; ital.agricultura.sp.gov.br; saorafael.com.br; www.finep.gov.br

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#EmbalagemReutilizavel

CAIXA SE TRANSFORMA EM DISPLAY PARA CELULAR

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JustForYou, primeira beauty tech brasileira a usar inteligência artificial para desenvolver fórmulas personalizadas para shampoos e condicionadores, anunciou o lançamento da REbox, uma embalagem que se transforma em display para celular e pode ser personalizada com colagens, pinturas etc., de acordo com a preferência do cliente. A caixa leva este nome, pois pode ser reutilizada para apoiar os dispositivos móveis, ajudando as pessoas a ouvirem música, relaxar, fazer chamadas de vídeo, assistir um filme e recarregar as energias, minimizando os impactos ambientais.

Junto à nova embalagem, a pessoa recebe um QR Code, que direciona os usuários ao perfil da marca no Spotify, onde há playlists que

completam a experiência sensorial da ação. Para esta edição especial, os clientes recebem os produtos em frascos transparentes para evidenciar naturalmente seu conteúdo, acompanhados por um novo rótulo, além da carta tradicional da marca com dicas e explicação sobre os ingredientes que compõem os itens.

“Além de reciclar, entendemos que também devemos reutilizar o que antes era descartado, redefinir nossos padrões de consumo e hábitos, recalcular os impactos ambientais e sociais que causamos. Com essa ação, queremos estimular uma melhor reflexão sobre nossos comportamentos e trazer mais sustentabilidade para nossas vidas. Além disso, o kit proporcionará uma experiência única e completa, em to-

dos os sentidos, satisfazendo o tato, olfato, visual e sonoro do consumidor”, explica Caio de Santi, CEO da JustForYou.

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PESQUISA

E-commerce de alimentos e embalagens de transporte – 1ª parte

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SISTEMAS DE RECOMENDAÇÃO PODEM SER DE GRANDE AUXÍLIO NO CONSUMO ON-LINE NO VAREJO DE ALIMENTOS

e itens de mercearia a refeições prontas, a facilidade de adquirir alimentos de maneira remota, por meio de sites ou plataformas de comércio eletrônico, tem impulsionado muitos consumidores a aderirem a esse (não tão novo) jeito de comprar. A tendência de aumento de compras através da internet já era real antes da pandemia de 2020 e se tornou mais acelerada com seu advento.

Segundo Quevedo-Silva et al (2015), a economia de tempo influencia fortemente na decisão de compra remota, mas outros fatores como preço, comodidade e conforto também são importantes para a escolha desse canal.

No processo de compra os consumidores buscam, além do produto em si, estímulos sensoriais e o sentimento de diversão. A compra on-line viabiliza a escolha quase que ilimitada de produtos, além da sua personalização, comunicação interativa e entrega rápida (Yeo et al, 2017).

No Brasil, diversas redes varejistas e pequenos comerciantes já comercializam alimentos pela internet, mas até meados de 2010 a prática de adquirir alimentos on-line não era muito comum.

Com a popularização dos smartphones a partir de 2010 (Figura 1), as compras de alimentos pela internet foram fortemente impulsionadas. Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), a conectividade dos consumidores na internet, embora não possa mais ser considerada uma novidade, vem mudando mui-

tas facetas do mercado e não mostra sinais de desaceleração. Com o aumento da mobilidade e da conectividade, os cons um i d o r e s terão cada vez menos disp osição e tempo para examinar e avaliar as marcas e é com base nessa limitação que os Sistemas de Recomendação podem auxiliar o consumo on-line no varejo de alimentos.

Ricci et al. (2011) descrevem os Sistemas de Recomendação como ferramentas de software que fornecem sugestões para itens que podem ser usados por um usuário. As sugestões fornecidas visam apoiar os usuários em vários processos de tomada de decisão, como quais itens comprar, que música ouvir ou quais notícias ler. Segundo os autores, os Sistemas de Recomendação provaram ser ferramentas poderosas e populares no comércio eletrônico de diversos tipos de produtos, incluindo alimentos. (TRANQUILLINI et al, 2019).

Com a pandemia, o e-commerce no Brasil cresceu 71%, quando se compara o período de 24 de fevereiro a 24 de maio de 2020 com o mesmo período no ano passado e as compras em plataformas on-line de redes de su-

permercados tiveram forte influência nesse aumento (GUIMARÃES, 2020).

Este artigo continua na próxima edição.

Referências: GUIMARÃES, L. E-commerce brasileiro fatura R$ 27,3 bilhões e segue tendência dos EUA. Consumidor Moderno, São Paulo, 23 jun. 2020.

Disponível em: www.consumidormoderno.com.br/2020/06/23/crescimento-e-commerce-brasileiro/. Acesso em: 23 set. 2020.

Kotler, P., Kartajaya, H. & Setiawan, I. (2017). Marketing 4.0: Mudança do Tradicional para o Digital. Coimbra, Portugal: Conjuntura Actual Editora. Trad. Pedro Elói Duarte. (218 páginas). ISBN 9789896942083.

Quevedo-Silva, F., Freire, O., Lima-Filho, D.d.O., Brandão, M.M., Isabella, G. and Moreira, L.B. (2016), “Intentions to purchase food through the internet: developing and testing a model”, British Food Journal, Vol. 118 No. 3, pp. 572-587. doi.org/10.1108/BFJ-09-2015-0305 STATISTA. Global smartphone shipments forecast from 2010 to 2023 (in million units). New York, jan. 2020. Disponível em: www.statista. com/statistics/263441/global-smartphone-shipments-forecast/.

Acesso em: 23 set. 2020.

TRANQUILLINI, Bruno Cezar et al. Construção de Sistema de Recomendação de Produtos e Análise das Métricas das Regras de Associação para um Marketplace Online do Varejo de Alimentos. In: CLAV 2019. 2019.

Yeo, V. C. S., Goh, S. K., & Rezaei, S. (2017). Consumer experiences, attitude and behavioral intention toward online food delivery (OFD) services. Journal of Retailing and Consumer Services, 35, 150-162.

ANA PAULA REIS NOLÊTTO Pesquisadora no Centro de Tecnologia de Embalagem do Instituto de Tecnologia de Alimentos, da Secr. de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

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EMBALAGEM NO MARKETING

A IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM PARA O NEGÓCIO DA PEQUENA EMPRESA *Parte I

COMO A EMBALAGEM AGREGA VALOR AO PRODUTO

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ão importa o tamanho da empresa, empresários que têm a responsabilidade de conduzir seus negócios num cenário cada vez mais competitivo, como o que vivemos hoje, sabem da importância de contarem com todos os recursos que puderem ser aplicados para tornar seus produtos mais fortes e competitivos.

Pesquisas que realizamos com gestores da pequena empresa revelaram que muitos destes empresários conhecem bem o poder que uma boa embalagem tem de ajudar seus produtos a serem atraentes ao primeiro olhar e todos concordam que a embalagem é um componente importante na construção da imagem e do valor percebido pelos consumidores nos produtos de consumo.

Mas o que muitos ainda não perceberam é a importância e o tamanho da contribuição que uma boa embalagem pode oferecer, por isso, decidimos enumerar neste artigo a contribuição que ela tem para o negócio da pequena empresa e, principalmente, a forma como ela agrega valor aos produtos tornando-os mais desejados e atraentes.

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Existe uma sequência de etapas que a embalagem percorre até chegar à casa e a vida dos consumidores e em cada uma destas etapas ela precisa apresentar e confirmar seu valor.

Em primeiro lugar, a boa embalagem desperta o orgulho e o entusiasmo da empresa por seu próprio produto pois todo mundo percebe quando tem em mãos uma boa embalagem.

A empresa se sente mais confiante na capacidade de o produto transmitir seu valor e ganha maior convicção na hora de apresentá-lo ao mercado.

A boa embalagem, quando oferecida aos compradores dos estabelecimentos varejistas, ajuda no fechamento da venda, pois quem compra precisa sentir que o produto vai vender bem, e é aí que a boa embalagem ajuda a formar esta percepção.

Embalagens feias e ruins desvalorizam quem as compra e vendem mal a si próprias. Sendo que aquelas que não têm presença acabam gerando dúvidas nestes profissionais quanto à efetiva capacidade do produto vender bem.

Uma vez aceita pelos compradores do varejo, a boa em-

balagem ajuda o produto a ser exposto de uma forma melhor do que acontece com uma embalagem sem graça, pois os varejistas tendem a destacar aqueles produtos mais atrativos pois eles ajudam a compor o visual da gôndola e a chamar a atenção, inclusive para os produtos de uma mesma categoria.

Uma vez no ponto de venda, lado a lado com seus concorrentes, a boa embalagem precisa destacar o produto fazendo com que ele seja “enxergado” pelos consumidores. Existem muitos produtos, que por falta de destaque e atratividade de suas embalagens, acabam por nem serem vistos.

Este artigo continua na próxima edição.

FABIO MESTRINER

Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM Autor do Livro Inovação na Embalagem Método Prático e Design de Embalagem – Curso Avançado fabio@mestriner.com.br

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São Paulo, 11 de setembro de 2020

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REPORTAGEM

INDÚSTRIA QUÍMICA SAI DE 2020 MAIS FORTE QUE ENTROU

A

A PRODUÇÃO VOLTA A CRESCER EM 2020 APÓS TRÊS ANOS DE QUEDA

indústria química brasileira é uma das mais representativas no país. Está presente em uma longa cadeia, desde a produção de itens que vão direto ao consumidor final como produtos de limpeza e cosméticos, medicamentos, tintas e vernizes, entre outros, ao fornecimento de insumos intermediários para a indústria. Representa cerca de 2,3% do PIB – índice que se mantém estável há quase uma década, e deve fechar 2020 com um faturamento de R$ 508,7 bilhões, em um crescimento de 10,2% sobre 2019. Em dólares, deve fechar em queda de 14%, com US$ 101,7 bilhões.

Segundo o presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi, este ano a indústria química sai mais forte do que entrou. “2020 foi o ano da pandemia, e evidenciou a força da ciência, da resiliência e o ímpeto da indústria química”, disse durante o Encontro Nacional da Indústria Química, realizado de forma online em dezembro. Este ano, a indústria química, que foi considerada essencial ao país, aumentou a produção dos insumos mais procurados, como álcool em gel, álcool líquido, máscaras, protetores faciais, detergentes, sanitizantes em geral, embalagens, luvas, material hospitalar, etc.

Em muitos casos, foi preciso adaptar fábricas para aumentar a produção de itens emergenciais, como o álcool em gel, movimento que se mostrou positivo para a indústria.

Com tudo isso, a indústria química teve o melhor 3º trimestre em vendas internas nos últimos 10 anos, depois do tombo do 2º trimestre, e deve apresentar crescimento em 2020, depois de três anos de declínio na produção. O número de empregos do setor aumentou 2,9%.

A indústria química tem hoje o 3º maior PIB industrial do país, com 11,3%, depois da indústria de alimentos e bebidas, seguida pela de petróleo e biocombustíveis.

“Os produtos químicos de uso industrial, que são os produtos intermediários destinados a vários tipos de indústria, representam quase 50% do setor, e devem atingir um faturamento estimado de US$ 44,1 bilhões em 2020. Já a produção em toneladas deve crescer 2,3% em relação a 2019”, afirma o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino. É neste segmento se inserem as resinas termoplásticas, que representam US$ 7 bilhões em faturamento.

A indústria química abrange ainda indústrias de produtos finais, como a farmacêutica, com o segundo fa-

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turamento do setor, de US$ 15,6 bilhões estimados em 2020. Os defensivos agrícolas e os fertilizantes, quando somados, representam no entanto mais de US$ 20 bilhões. Em seguida, destacam-se a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, com US$ 8,7 bilhões e a de produtos de limpeza, que registra US$ 6,9 bilhões.

A indústria de produtos de limpeza, por sinal, deve fechar este ano com um dos melhores crescimentos do setor, com 15,4% no faturamento em reais, e é o único setor a apresentar crescimento em reais e em dólar. Todos os demais, apesar do crescimento em reais, apresentaram queda no faturamento em dólar.

A LUTA POR COMPETITIVIDADE A indústria química mundial representa um total de US$ 3,938 trilhões, liderada pela China, com US$ 1,3 trilhão, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 570 bilhões, Japão, Alemanha e Coreia. O Brasil ainda possui

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REPORTAGEM

a sexta maior indústria química do mundo.

Com a globalização, a indústria química foi a que mais perdeu PIB nos últimos anos, devido ao cenário de forte competitividade com outros países, por uma conjunção de fatores, e em parte gerado pelo alto custo da eletricidade e carência de alternativas mais baratas como o gás natural. Nesse contexto, está sendo bastante aguardada a aprovação do PL do Gás pelo Senado.

“Ele vai promover o desenvolvimento do mercado aberto e livre que pode nos levar a ter um custo de molécula mundialmente competitivo”, diz De Marchi O déficit na balança comercial da indústria química, que se alargou particularmente na última década, este ano deve ficar em US$ 29,3 bilhões, diminuindo 7,3% em comparação ao déficit de 2019. Tanto as exportações (US$ 40,2 bilhões), quanto as importações (US$ 10,9 bilhões) de produtos químicos tiveram queda em 2020, respectivamente, de (– 13,5%) e de (-8,8%).

conhecimento de esforços históricos do nosso setor na diminuição de emissões. Estamos engajados na Agenda 2030 da ONU, sabemos da importância do setor privado nesta agenda e lançamos em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global um portal com as contribuições da indústria química para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU”, afirma De Marchi.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, a mudança climática precisa ser enfrentada rapidamente. “A indústria química é o terceiro maior emissor global de carbono, com cerca de 1,5 bilhões de toneladas de CO2. A cada ano US$ 120 bihões em plásticos são perdidos para a economia no mundo, após um único uso, enquanto apenas 14% das embalagens plásticas são recolhidas para reciclagem.

Ao mesmo tempo, é na indústria química que estão se desenvolven-

do as principais contribuições para o desenvolvimento sustentável.

A química pode ser líder global na indústria sustentável, somos parte da solução e devemos focar na melhoria incremental e revolucionária, através da inovação”, afirma Soto.

Um exemplo que acaba de ser anunciado é o projeto feito pela Braskem, em conjunto com a Universidade de Illinois em Chicago (UIC), nos Estados Unidos, para pesquisar uma rota de desenvolvimento de eteno, matéria-prima utilizada na produção de resinas termoplásticas, aplicando tecnologia de captura e utilização do gás carbônico (CO2) emitido em processos industriais. Tais emissões são produzidas sempre que carvão, petróleo, gás natural ou outros combustíveis fósseis, ricos em carbono, são queimados para geração de energia, por exemplo. A tecnologia disruptiva da UIC em parceria com a Braskem possui grande potencial global para aplicações industriais, ao conectar a produção de polímeros à captura e conversão de CO2, um dos componentes do efeito estufa e um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas.

O projeto está em fase inicial de desenvolvimento e a Braskem terá a missão de aliar seu know-how na comercialização de matérias-primas e produção de polímeros ao tema para escalar a tecnologia, contribuindo para a validação dos estudos teóricos e experimentais, produzidos pela universidade. www.abiquim.org.br

MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA PAUTA Sobre o tema sustentabilidade, De Marchi ressaltou que o setor participou ativamente das discussões do Projeto PMR Brasil, que estuda a viabilidade da implementação de instrumentos para precificação de carbono no Brasil. “Nós defendemos a criação de um mercado de crédito de carbono que inclua todos os setores da economia e inclua o re22

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CENTRO BRASIL DESIGN ** Claudia Ishikawa

INOVADOR E SUSTENTÁVEL A EMBALAGEM CRIOU OPORTUNIDADE PARA UM NOVO MODELO DE NEGÓCIOS EM PRODUTOS DE LIMPEZA

O

empresário Marcelo Ebert, com mais de 10 anos de experiência no trabalho com produtos à base de compostos naturais como o terpeno cítrico para uso profissional, decidiu entrar no mercado home care de produtos de limpeza com uma proposta inovadora e sustentável, combinando tecnologia e design.

Avaliando o mercado de home care – produtos de limpeza domésticos, três grandes problemas foram mapeados: ingredientes de origem sintética e petroquímica utilizados pelas marcas de produtos de limpeza; embalagens com muito plástico, pouca inovação e a maioria sendo usada para transportar água; e a experiência de compra focada no varejo, onerando o dia a dia dos consumidores que precisam lidar com embalagens pesadas durante a longa cadeia compreendida entre a gôndola dos mercados até os lares dos consumidores.

A criação da marca YVY Brasil foi inspirada na sintonia do homem com a natureza, uma marca que

joga limpo com o consumidor e com a natureza, criando um novo jeito de cuidar da casa e das pessoas.

A linha contempla produtos inovadores sem petroquímicos, ácidos, soda, substâncias alcalinas, conservantes ou compostos corrosivos.

A YVY Brasil criou um sistema de assinatura de cápsulas de limpeza, com fórmula ultraconcentrada de ingredientes naturais embalada em cápsulas recicláveis e retornáveis.

As embalagens foram desenvolvidas pelo escritório DDID, e o design permitiu otimizar o uso de água pela indústria, resultando em economia e facilidades logísticas.

O sistema é composto por borrifador reutilizável de 500 ml e cápsulas concentradas para diluir na água. O funcionamento acontece por meio do encaixe das cápsulas nos borrifadores. A mistura entre água e química é feita pelo consumidor, já em casa, resultando em cinco diferentes produtos: desengordurantes, desinfetante, lava-roupas, multiuso e limpa piso, com aromas, cores e funções similares aos que são comprados no mercado.

O Centro Brasil Design atua há 21 anos trabalhando em projetos nacionais e internacionais mostrando que o design é uma ferramenta estratégica que traz resultados imediatos ao negócio, por meio da metodologia chamada Design na Prática®. (www.cbd.org.br) 24

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Ou seja, o consumidor recebe os borrifadores somente uma vez e depois passa a adquirir o refil do produto conforme a sua necessidade.

A comercialização do produto é por sistema de venda online, individual ou por assinatura mensal ou bimensal, e possibilita que os clientes recebam todos os meses a quantidade de produtos necessária para o cuidado com seus lares.

Desse modo, os próprios consumidores adicionam água ao produto, reduzindo não só a quantidade de plástico, 2/3 a menos que os produtos convencionais, mas também a emissão de CO2 ao longo de toda a cadeia de produção.

Além disso, a empresa realiza a logística reversa das cápsulas vazias sem custo para o consumidor.

“Queremos revolucionar esse mercado e oferecer um produto sustentável que otimiza tempo e espaço, além de contar com uma embalagem com um design moderno e reciclável. Precisamos lembrar a todos que não precisamos sujar o planeta para limpar a casa”, afirma o CEO da YVY, Marcelo Ebert.

** CLAUDIA ISHIKAWA Coordenadora de projetos do Centro Brasil Design, com atuação nas áreas de gestão do design, design thinking, design estratégico e sustentabilidade.

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PONTO DE VISTA

DEPARTAMENTO DE DESIGN DENTRO DA EMPRESA. TER OU NÃO TER?

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e perguntaram outro dia sobre o que eu achava a respeito de se ter um departamento de design dentro da empresa. Na verdade já me perguntaram isso várias vezes. A resposta é: “depende”. Se está entre as suas cogitações ou de alguém com quem você trabalha, arme-se desses argumentos que eu exponho abaixo e aumente sua chance de acerto.

Primeiro: o design é estratégico para a companhia? Para a Apple e para a Nike, por exemplo, é. E por isso eles mantêm departamentos de design com profissionais tier 1 e status de vice-presidência. Mesmo assim uma boa parte do trabalho é comprada de fora, de grandes estúdios e o design vai do produto à comunicação. Nem toda empresa tem vocação para o design que justifique um investimento desses.

Tem que ter algo na cultura. Tem que ser natural, aí sim.

Segundo: o design faz parte do produto? Às vezes a simbiose entre design e produto é tão grande que é praticamente impossível separar uma coisa da outra. A VISA possui um departamento de design responsável pela interface do usuário no aplicativo do cartão de crédito.

A tarjeta plástica enfiada na carteira não é o produto, é uma pequena parte dele e que muito em breve deve deixar de existir. Toda experiência de navegação do aplicativo da marca, intuitiva e agradável é parte do produto e foi desenvolvida pela equipe de design da VISA que se divide entre San Francisco, Austin e Singapura como você pode conferir 26

aqui: https://design.visa.com/index.html.

Recentemente o trabalho de “Digital Design System” da equipe de design da VISA foi premiado no Innovation by Design da revista Fast Company e, diga-se de passagem, merecido. A lista de exemplos poderia ser infinita.

rios, é possível contratar excelentes profissionais por preços bastante razoáveis. A não ser que a demanda por design seja muito alta e qualidade não seja o foco, não vejo nenhuma vantagem financeira nisso.

Nesse caso levante uma planilha com o seu CFO.

Terceiro: para quem vai responder a equipe de design? Se a equipe vai se subordinar a um departamento; como o marketing ou vendas eu sinceramente sugiro que você aborte a ideia. A simples possibilidade já mostra que a empresa não entende a importância do design e que deve ter uma outra razão que faz com que ela tenha sucesso no mercado, por exemplo ser única em seu segmento ou ter alguma fórmula ou matéria-prima que a diferencie.

O departamento de design deve ter status de vice-presidência e ter interlocução direta com a liderança da empresa sem ter que ser servil a qualquer outro departamento, tem que haver integração e não submissão. Vou me abster de citar exemplos de empresas (são muitas) onde o design se submete a outros departamentos. O resultado é uma equipe frustrada que vai sumir de lá o quanto antes por ter que prestar contas a pessoas que nem entendem a profundidade do trabalho que elas são capazes de fazer.

Quinto: inovação constante é rotina na empresa? Departamentos de design eficientes são capazes de colocar a companhia num vórtice de transformação contínua que nem toda cultura corporativa é capaz de suportar. Na acelerada competição contemporânea muitas empresas se vêem obrigadas a mudar sem parar e aí sim vão poder se beneficiar de um pensamento de design contínuo. Se o design é uma necessidade esporádica, melhor demandar de fora.

Quarto: A ideia é cortar custos? Hoje em dia, com o aumento da oferta de serviços e profissionais de comunicação e design no mercado, com a automação de parte das tarefas e a dispersão dos profissionais em estúdios próprios, fugidos da rotina massacrante dos grandes escritó-

Não tem certo nem errado. Muitas vezes você pode até combinar as duas soluções. O fato é que, mais importante do que ter ou não uma equipe interna, é entender as possibilidades que o design pode oferecer para o desenvolvimento do portifólio de produtos da sua empresa.

E, alinhado com aquilo que o mercado quer, o design é uma poderosa ferramenta de construção de sucesso dentro ou fora da empresa.

CARLOS VALE Sócio-Fundador da Este Lado Para Cima e há 30 anos ajuda marcas globais e líderes de mercado a crescerem através do design

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ESPANHA: ENTRE A TRADIÇÃO E O CONTEMPORÂNEO FOTO FUTUREPACK

COMO AS TENDÊNCIAS MUNDIAIS IMPACTAM A CULTURA LOCAL

Q

uando pensamos na Espanha e nos espanhóis sempre vem à mente imagens de exuberância, cores fortes, sabores intensos e tradição.

Ao visitarmos as gôndolas, notamos que há muito mais a se considerar. Todos nós estamos inseridos no mesmo universo. Eles também são impactados pelas informações, novidades, inovações e têm que se adequar à vida urbana corrida como grande parte da sociedade mundial.

Sempre observamos as nuances e preferências de cada povo/cultura; porém as grandes tendências mundiais de consumo podem ser observadas de forma clara através das embalagens.

Além dos “ jamons” (presunto), vinhos e azeites que mantêm suas embalagens tradicionais, notamos outros produtos com clara opção por embalagens clássicas.

As embalagens dos produtos lácteos artesanais PASTORET® refletem o posicionamento home made. O iogurte é embalado em um lindo pote que lembra uma terrine. O formato é muito charmoso e permite a visualização do produto pelo consumidor. Os ícones destacam a origem orgânica do produto.

A luva de papelcartão kraft reforça o apelo natural do produto.

O creme de chocolate da mes-

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ma marca foi além. O produto é apresentado em um pote de cerâmica super-retrô e com um “tag” pendurado. As ilustrações reproduzem pinturas feitas à mão, o que aumenta a credibilidade da proposta.

Nas gôndolas de bebidas, encontramos a linha de tônicas especiais Schweppes® Hibiscus envasada em uma maravilhosa garrafinha exclusiva. A marca ganha destaque com gravação em relevo e a cor do produto explica o sabor. A delicada gargantilha e a tampa no tom rosa antigo metalizado completam o conceito de design da embalagem que traduz a clara fusão de tradição e contemporaneidade.

A tônica artesanal INDI é apresentada em uma latinha de alumínio. O design remete ao estilo de vida Hindu, com as cores amarelo, azul e rosa que destacam a bebida na gôndola.

Para quem está preocupado com a saúde, a Sol & Azahar oferece a linha bienestar® pronta para beber. A moderna embalagem PET ilustra fotos dos produtos no rótulo e a transparência comunica o sabor para os consumidores.

Falando em inovação é importante destacar duas propostas interessantes. O “Quita esmalte “é um “conjunto pronto” para remoção de esmaltes de unha de forma muito rápida e prática. Dentro de um frasco de vidro de boca larga vem

uma espuma embebecida de acetona. A espuma já tem uma abertura para colocar o dedo e ao girá-lo o esmalte é removido sem fazer sujeira ou ter que fazer o uso de algodão e depois descartá-lo. Simples e prático.

A outra proposta que chamou a atenção é a embalagem da Pasta Lover da Gallo que entrega conveniência e praticidade aos consumidores. O macarrão seco é embalado em uma bandeja termoformada que permite o seu cozimento na própria embalagem, bastando adicionar água e levar ao micro-ondas por cinco minutos e a tampa funciona como um escorredor. Dentro da embalagem já vêm sachês separados de azeite e molho de tomate para finalização do prato que pode ser degustado na própria bandeja termoformada, sem sujar nenhum utensílio para preparar ou consumir. Fácil assim!

Embalagem tradicional ou prática melhor promove um mundo melhor.

ASSUNTA N. CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@ideembalagens.com.br

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Os preparativos para a Anuga 2021, a maior feira comercial mundial de alimentos e bebidas, marcada para 09 a 13 de outubro de 2021, em Colônia, na Alemanha, estão em pleno andamento. É o ponto de encontro mais importante da indústria, como os números de 2019 mais uma vez demonstraram: foram 7.972 expositores e cerca de 169.653 visitantes, o que a torna a feira de alimentos número um.

“Em tempos em que muitos parceiros de mercado se deparam com uma certa insegurança, é importante permitir aos nossos expositores o maior grau possível de planejamento, segurança e flexibilidade para sua participação na feira de negócios”, explicou Oliver Frese, Diretor Executivo da Koelnmesse, organizadora do evento.

Na atual campanha, vários expositores internacionais de 60 países já se inscreveram. A fim de aumentar ainda mais o alcance da Anuga em termos de visitantes e atingir o maior público-alvo relevante possível, haverá ofertas digitais e novos formatos na próxima edição, que complementam e completam a feira física. Além de garantir mais segurança durante a feira, a Koelnmesse desenvolveu um conceito sob a hashtag # B-SAFE4business, que prevê todas as medidas relativas à higiene, assistência médica e organização . www.anuga.com

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PROFISSIONAIS CONECTADOS E NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

A Fispal Tecnologia está marcada para 22 a 25 de junho de 2021, no São Paulo Expo (SP), com o principal objetivo de manter a cadeia de alimentos, bebidas e embalagens conectada, levar conteúdo relevante e continuar a gerar novas oportunidades de negócios para o setor.

Para a edição de 2021, a Fispal Tecnologia está diversificando a sua programação para atender novos empreendedores, profissionais de pequenas e médias empresas, e profissionais de grandes indústrias de alimentos, bebidas, laticínios, frigoríficos e embalagens.

Entre algumas das atrações já confirmadas estão Arena FispalTec, uma arena 360º focada em conteúdo de qualidade; Innovapack, um espaço colaborativo de co-criação para toda cadeia de valor da embalagem; Conexão Startup, espaço de matchmaking com startups, expositores e visitantes; Foodflix, espaço em conjunto com o Senai para valorizar a criação de novos produtos; entre outros.

“Nosso compromisso é contribuir para ajudar a indústria e os novos empreendedores a enfrentar os desafios para atender as novas demandas cada vez mais exigentes dos consumidores e desse novo mercado”, enfatiza a organizadora do evento, Informa Markets. www.fispaltecnologia.com.br

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COMPETITIVIDADE

2020: um ano bom!

APRENDEMOS, APESAR DE TODAS AS DIFICULDADES

E

stamos no final de 2020, um ano que trouxe muitos desafios, alegrias, tristezas e apreensões das mais variadas naturezas.

Muito se fala que não foi um bom ano! Talvez pela maneira um tanto otimista de viver, vejo de forma diferente.

Aprendemos, apesar de todas as dificuldades, a: ● utilizar melhor os recursos físicos, humanos e financeiros. Isso quer dizer, otimizar consumos de água e energia, redescobrir o potencial das pessoas que trabalham e convivem conosco e, não menos importante, gastar melhor o nosso dinheiro; ● usar melhor os serviços disponíveis para permitir que o nosso tempo seja dedicado a atividades que adicionem valor às nossas vidas. Uber, i-food, entre outros, são bons exemplos; ● conversar mais com as pessoas, de forma virtual, é claro, para perceber que cada um de nós é uma fonte quase inesgotável de experiências a compartilhar em prol da melhoria da qualidade de vida e do emprego dos recursos naturais; ● conviver mais com a família, planejar novos destinos, novos planos e enriquecer o cotidiano que às vezes se mostra difícil; ● usar mais embalagens, seja porque se aumentou o preparo e o 34

consumo doméstico de alimentos, seja porque as compras pela internet exigem maior proteção; ● ter mais cuidado com a nossa saúde; ● aproveitar o distanciamento social para procurar entender o próximo que está atrás das máscaras; ● destinar o tempo “economizado” em transporte – e não transformado em home office - para ler, estudar e nos prepararmos para o futuro que se nos afigura incerto e turbulento; ● reconhecer que é inevitável a chegada da chamada indústria 4.0 – termo concebido na Alemanha, ou manufatura avançada – expressão adotada no Brasil, ou ainda, quarta revolução industrial, entendida como plataformas ciber físicas que conectam pessoas, instalações, equipamentos; ● enfatizar que todas as empresas precisam entender a necessidade de iniciar imediatamente essa Jornada porque, se não fizerem isso, perderão seu espaço no mercado cada vez mais competitivo.

foi criado o curso de Pós-graduação em Indústria 4.0, alinhado ao conceito de jornada, preconizado pela ACATECH ; ● foi desenvolvido um conjunto de cursos, workshops e seminários diferenciados denominado “Curta Embalagem na Mauá”, nas versões on-line e presencial, que começa com “Marketing B2B 4.0 na Indústria de Embalagem”.

Sentimos falta (e quanta falta!!!) do convívio profissional (e familiar, por que não?) mais próximo, mas em pouco tempo, ele voltará. Estaremos mais fortes, mais ricos em competências e teremos muitos outros desafios pela frente. Um deles, talvez o mais importante: não esquecer todo esse nosso aprendizado.

Apesar de tudo, 2020 foi, realmente, um bom ano! ●

Feliz 2021 a todos!!!

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Todo esse aprendizado, que deve ser constante ao longo dos próximos anos, fortalece as competências. Por falar nisso, na Mauá: ● o curso de Pós-graduação em Engenharia de Embalagem foi reestruturado de modo a olhar mais atentamente para a inovação e para a Indústria 4.0;

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ACATECH: Academia Alemã de Ciência e Engenharia

ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) acabral@maua.br

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