EMBANEWS Nº 378 - Setembro 2021

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ANO 31 | EDIÇÃO 378 | SETEMBRO 2021
#EmbalagemPresente O UNIVERSO DOS CHÁS ENCONTRA O DAS EMBALAGENS P.10 A FORÇA DAS EMBALAGENS ANTIMICROBIANAS P.28 TECNOLOGIA DE EMBALAGEM EMBALAGEM DE PAPEL P.34 INOVAÇÃO PARA UM SETOR AINDA MAIS SUSTENTÁVEL POR SUSANA MARTINS CARVALHO P.18 PROJETOS DE ECONOMIA CIRCULAR DA JBS AMBIENTAL REFORÇAM COMPROMISSO DO GRUPO NA JORNADA NETZERO ATÉ 2040
UM DESAFIO INADIÁVEL

SUMÁRIO

ENTREVISTA

“A JBS AMBIENTAL, UNIDADE DO GRUPO PARA PENSAR EM SOLUÇÕES DE GERENCIAMENTO E REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS, JÁ CONSEGUIU REAPROVEITAR EM 50% O TOTAL DE RESÍDUOS PRODUZIDOS EM SUAS OPERAÇÕES EM TODO O MUNDO”, POR SUSANA MARTINS CARVALHO

NA EMBANEWS:

4 SETEMBRO 2021 08 #InovaçãoNoMundoDaEmbalagem 10 #EmbalagemPresente 12 #Sustentabilidade 14 #EmbalagemDeLuxo 16 EMBALAGEM NO MARKETING 24 PESQUISA 26 FRONTEIRAS 28 TECNOLOGIA DE EMBALAGEM 34 EMBALAGEM DE PAPEL
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Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

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Redação: Elizabeth Keiko Sinzato

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Colunistas desta edição: Anna Lúcia Mourad, Assunta Camilo, Daniel Minozzi, Fabio Mestriner, Eloísa Elena Corrêa Garcia, Fernando Sandri

Projeto Gráfico: FlyJabuti Design

Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

Impressão e Acabamento: Gráfica Forma Certa

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Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, asso ciações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS

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6 SETEMBRO 2021
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TECNOLOGIA DE COLETA DE RESÍDUOS É INSTALADA EM RIO DA ÍNDIA

Para lidar com o lixo oceânico, um dos maiores desafios globais da atualidade, a Huhtamaki fez uma parceria com a RiverRecycle e VTT para desenvolver a tecnologia de um coletor de resíduos que vai ficar em operação no rio Mithi, em Mumbai, na Índia, pelos próximos 12 meses.

A Huhtamaki, empresa global em soluções de embalagens, doou € 600.000 para financiar o desenvolvimento e o piloto do coletor de resíduos de rio, inventado pela start-up de tecnologia limpa finlandesa RiverRecycle, como parte de sua solução criada para solucionar o lixo marinho.

O projeto Mithi River é administrado por uma parceria global entre a UNTIL (agora conhecida como UN Global Pulse), o Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia Ltd, a RiverRecycle e a Earth5R, um movimento ambientalista liderado por cidadãos com base na Índia. Além de construir, instalar e operar o limpador de rios por um ano, a doação da Huhtamaki foi usada para organizar workshops locais sobre gestão eficaz de resíduos e reciclagem, com o objetivo de impulsionar uma mudança sistêmica. O projeto também fornece informações para o Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia sobre os resíduos flutuantes e suas variações sazonais, que podem ser usadas para otimizar operações de limpeza e processos de reciclagem para o futuro.

A ambição da Huhtamaki é ter 100% de seus produtos projetados para serem recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2030. Na Índia, onde a Huhtamaki tem 16 unidades e fabrica principalmente embalagens flexíveis, além do projeto do Rio Mithi, ela está contribuindo para a construção da infraestrutura de reciclagem

necessária, estabelecendo uma planta piloto de reciclagem de embalagens flexíveis na Índia, que deve estar operacional até o final de 2021.

EMBALAGENS ATIVAS

www.huhtamaki.com; www.unglobalpulse.org; www.vttresearch.com; www.riverrecycle.com; https://earth5r.org

Embalagens que emitem um odor agradável, ou melhor, conseguem mascarar odores indesejáveis normalmente encontrados em alguns produtos, como fitoterápicos e nutracêuticos, por exemplo, é a proposta da linha Aroma-Can®, da Airnov Healthcare Packaging, empresa global que atua em embalagens de atmosfera controlada. Muitos nutracêuticos, como comprimidos de óleo de peixe e raiz de valeriana, têm odores intrinsecamente desagradáveis que desencorajam os clientes a tomar o produto, conforme prescrito ou a recomprá-lo. O produto emite um aroma agradável e também pode ser usado para aprimorar a experiência do cliente e o apelo da marca, adicionando um aroma associado a vitaminas, probióticos e outros suplementos dietéticos.

A empresa expandiu sua gama de produtos, com os novos sabores morango e menta, que se juntam à linha existente de laranja, limão e baunilha.

Aroma Can é um inserto plástico moldado por injeção, projetado para ser inserido na embalagem. É produzido com um polímero especialmente perfumado, que libera o aroma com o tempo. E tem o mesmo formato e tamanho que os cartuchos dessecantes padronizados de 1 grama da Airnov, tornando o processo de inserção totalmente automatizado e compatível com equipamentos disponíveis no mercado.

O produto é aprovado pelo FDA dos EUA para uso em aplicações nutracêuticas e alimentícias.

www.airnov-healthcare.com

#InovaçãoNoMundoDaEmbalagem 8 SETEMBRO 2021

RECICLAGEM QUÍMICA DE PP

As pesquisas com reciclagem química vem avançando e mostram que podem ser uma solução no caso de plásticos de difícil reciclagem, que poderiam parar em aterros ou no meio ambiente. Um case é o da Emmi Cafeè Latte, uma das principais marcas de café gelado pronto para beber na Europa, que começou a incorporar polipropileno reciclado quimicamente em suas embalagens. Os copos são produzidos pela Greiner Packaging e o material reciclado quimicamente vem da Borealis, player global em soluções de poliolefinas circulares.

A partir de setembro de 2021, Emmi usará pelo menos 100 toneladas de plástico com base no material reciclado a cada ano. A reciclagem química possibilita que mesmo plásticos de difícil reciclagem sejam recuperados, e transformados em materiais de pureza equivalente ao PP virgem baseado em combustível fóssil, adequado ao contato com alimentos.

O material reciclado quimicamente usado para o copo Emmi Cafeè Latte consiste total e exclusivamente em material ISCC (International Sustainability & Carbon Certification), com base no balanço de massa. O balanço de massa é uma metodologia que permite rastrear a quantidade e as características de sustentabilidade do conteúdo circular e / ou de base biológica na cadeia de valor e em cada etapa do processo.

A nova tecnologia de recuperação do polipropileno ainda está engatinhando, e a Greiner Packaging e a Borealis lideram, mas apenas quantidades limitadas de polipropileno reciclado quimicamente estão disponíveis atualmente.

www.emmi-caffelatte.com; www.greiner-gpi.com; www.borealisgroup.com

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uando o universo dos chás especiais encontra o das embalagens, o resultado pode ser muito exclusivo. É o caso das latas produzidas pela Loja da Lata para os chás da marca Talchá.

A Loja da Lata, Unidade de Negócios Digitais da Brasilata, mergulhou no universo de chás especiais da marca Talchá, e trouxe uma coleção incrível de latas redondas personalizadas com tampa metálica que conferem à excelente qualidade do produto o charme estético e decorativo da embalagem.

O chá é uma bebida que viaja o mundo, conta histórias, aquece a mente, o corpo e o coração, e Talchá buscou levar esse cuidado para a experiência de compra das pessoas: ao adquirir a lata da marca na primeira compra, o cliente ganha desconto no refil das diversas cartas de chás da loja, agregando praticidade e incentivo ao consumo consciente.

Nesse percurso, a Talchá escolheu a lata de aço como opção de embalagem, justamente por ser uma alternativa reutilizável, sustentável e contribuir com a redução do volume de lixo no meio ambiente e com a economia circular dos materiais.

“Queremos tornar todas as nossas embalagens sustentáveis e, nesse sentido, a lata de aço é uma aliada e foi a nossa escolha desde quando começamos no mercado, 11 anos atrás”, diz Mariana Schvartsman, sócia-diretora da Talchá.

A Loja da Lata também desen-

volve para a marca as latas comemorativas com edição limitada para o Dia das Mães, dos Pais, Natal, entre outros; além de brindes corporativos; e produziu uma embalagem especial quando a empresa completou 10 anos de atuação.

O CHÁ E A LATA, UM ENCONTRO EXCLUSIVO Q

Para dar um toque mais elegante, as latas da Talchá possuem acabamento fosco e impressão digital direta no aço, que faz toda a diferença na qualidade litográfica, precisão das cores e nitidez do layout. “As pessoas amam as latas e elas querem ter para colecionar. É uma embalagem que agrega valor ao nosso produto, pode ser reutilizada de diversas formas, e é versátil por trazer essas artes comemorativas”, observa Mariana. A lata também confere benefícios técnicos, como sua alta resistência e barreira contra a luz, que ajudam a prolongar as propriedades originais do chá, como aroma e sabor, que são fundamentais nesse modelo de negócio.

“A Talchá sempre teve o desejo de dispor de diferentes rótulos em pequenas tiragens, tanto para atender suas linhas sazonais e comemorativas, como para as linhas de chás temporais. A Loja da Lata veio para atender essa demanda da empresa, com o benefício de serem produzidas no Brasil, facilitando toda a logística de fornecimento e estoque das embalagens no cliente”, disse Daniel Speicys, gerente geral da Loja da Lata.

A Talchá é uma marca muito exclusiva e surgiu da paixão de

suas criadoras pelo chá, oferecendo um menu inédito com blends de sabores e aromas únicos, além de acessórios garimpados pelo mundo, trazendo opções que valorizam a originalidade, o design, a qualidade e inovação. Está presente em São Paulo (SP) com 4 lojas físicas e atua em todo o Brasil através de e-commerce.

A Loja da Lata tem um modelo de negócio inovador que possibilita a comercialização de latas de aço decoradas e personalizadas, de diferentes formatos, em pequenas e médias tiragens (mínimo de 50 unidades). Através do uso de impressão digital, a empresa amplia o uso da lata de aço e o estende a nichos de mercado, permitindo atender desde micro, pequenas e médias empresas até pessoas físicas.

www.lojadalata.com.br; www.talcha.com.br

10 SETEMBRO 2021
#EmbalagemPresente

EMBALAGEM DA LINHA DE COLORAÇÃO CAPILAR

REDUZ PEGADA DE CARBONO DA HENKEL

AHenkel Beauty Care, unidade de negócios de consumo da Henkel, incorpora embalagens sustentáveis na sua linha de coloração, através da Schwarzkopf Professional, a marca icônica de cuidados capilares da empresa alemã.

A linha Igora Royal, relançada na América Latina com nova apresentação, combina sua identidade visual contemporânea com a alta tecnologia em coloração que caracteriza o produto em nível global, reforçando ainda o seu compromisso com a sustentabilidade.

Entre as mudanças está o tubo feito de alumínio 100% reciclado, resultando em uma redução equivalente a 350 toneladas de alumínio virgem por ano. As tampas por sua vez são produzidas a partir de plástico 100% reciclado, gerando economia de 80 toneladas de plástico virgem anualmente. Por fim, as caixas utilizam em sua composição 96% de papel de cana-de-açúcar, evitando assim o consumo de 340 toneladas de papel virgem todos os anos.

A nova identidade visual foi desenvolvida pela InHouse da Henkel Beauty Professional. Os tubos de alumínio são fornecidos pela Alltub, as embalagens pela Pleg MM e as inserções pela Gamacolor.

“O cabelo é a identidade das pessoas. Com o relançamento da imagem do novo produto, Schwarzkopf Professional busca capacitar todos os coloristas da América Latina, com produtos confiáveis e de alto desempenho, com educação e serviços relevantes, somando-se ao objetivo de conseguir mais, com menos”, diz Borja Klett, Regional

Head of Beauty Care Professional Latin America.

Durante a última década, a Henkel fez progressos significativos em todas as dimensões de sua estratégia de sustentabilidade: No geral, a empresa reduziu em 39% sua pegada em três setores: emissões de CO2, de resíduos e consumo de água, ultrapassando significativamente a meta de redução de 30% estipulada para 2020.

Em seu objetivo de reduzir as emissões de CO2 e limitar o aquecimento global, a Henkel visa tornar-se uma empresa positiva para o clima até 2040.

A empresa tem uma meta ambiciosa de reduzir a pegada de carbono de sua produção em 65% até 2025. Em relação à eficiência energética, o esforço será no sentido de melhorar continuamente, utilizando somente eletricidade de fontes renováveis até 2030. Em março de 2020, a Science Based Targets Iniciative (SBTi) confirmou que as metas de redução de emissões da Henkel atendem aos requisitos para atingir as metas estabelecidas pelo Acordo Climático de Paris.

Além disso, a Henkel deseja aproveitar o amplo alcance de suas marcas e tecnologias em todo o mundo para ajudar seus clientes, consumidores e fornecedores a reduzir suas emissões de CO2. Depois de ter reduzido a emissão em mais de 55 milhões de toneladas no período de 5 anos até 2020, a empresa se esforça para atingir a meta de 100 milhões de toneladas até 2025.

www.henkel.com.br; www.alltub.com

#Sustentabilidade
12 SETEMBRO 2021

A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES É O QUE NOS MOVE

A Globoplast produz bisnagas plásticas de máxima qualidade para os segmentos cosmético, farmacêutico e veterinário, químico e de alimentos, com grande variedade de acabamentos e diâmetros. Investimos em tecnologia para oferecer produtos que atendam às novas demandas do mercado em sua relação com o consumidor final, sempre com qualidade, competitividade e sustentabilidade.

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POESIA EM FORMA DE EMBALAGEM

’Air du Temps, fragrância floral picante de Nina Ricci, tornou-se emblemática dos anseios de paz e liberdade do período pós-guerra, quando foi criada, em 1948, valores estes simbolizados pelas pombas recém-pousadas em seu frasco e as famosas volutas. O design original do frasco criado em 1950 pelo renomado René Lalique tornou-se um clássico da perfumaria, recebendo releituras ao longo dos anos.

A mais recente é uma edição limitada, criada por Calice Becker e projetada em colaboração com Antoinette Poisson.

Fundada em 2012 por um trio de restauradores de patrimônio, A Paris chez Antoinette Poisson deu

início ao renascimento de uma arte esquecida: a dominoterie, ou papel dominó. Esta técnica do século XVIII consiste em imprimir papéis decorativos por meio de blocos de madeira gravados, antes de realçá-los à mão ou com estênceis.

Com seus padrões geométricos ou espirais botânicas, todo o papel pintado a partir de blocos de madeira de Antoinette Poisson é produzido respeitando este método tradicional. É uma celebração do artesanato de estilo francês, tão apreciado por Nina Ricci.

Para esta edição limitada, Antoinette Poisson imaginou um padrão exclusivo de pombas esvoaçando em meio a um mundo de flores. Este desenho também homenageia uma habilidade puramente francesa: toile-de-jouy, um tecido nascido em Jouy-en-Josas, na França, em meados do século XVIII, reconhecível graças aos seus padrões monocromáticos bucólicos, repletos de poesia. É um tecido caro a Antoinette Poisson, que criou uma estampa estilizada em amarelo dourado, reproduzida infinitamente em um frasco lacado branco, com visual porcelanato. É um aceno à tradição, realçado pelo toque de modernidade.

A Eau de Parfum também é original. Nina Ricci confiou à Mes-

tre Perfumista Calice Becker a tarefa de reinterpretar esta essência emblemática, preservando a sua assinatura. A fragrância combina a Yuzu e grãos de pimenta rosa, notas aveludadas de tuberosa, jasmim e ylang ylang, sublinhado por sândalo e almíscar branco.

As embalagens são da Bormioli (frasco), Álbea (tampa), Silgan (válvula pump) e Egisa (caixa). As informações sobre os fornecedores das embalagens são da Luxe Packaging Insight.

www.ninaricci.com;

www.antoinettepoisson.com; www.bormioliluigi.com; www.albea-group.com;

https://silgandispensing.com; www.egisa.com

L
#EmbalagemDeLuxo
14 SETEMBRO 2021

NA BATALHA DO MARKETING, A EMBALAGEM ESTÁ NA LINHA DE FRENTE

egundo os dois dos maiores mestres do marketing, esta batalha acontece na mente do consumidor. O livro que eles escreveram, intitulado “Posicionamento – A batalha por sua mente”, foi eleito numa pesquisa feita com os diretores de marketing das maiores empresas dos Estados Unidos, como o mais importante livro que estes executivos leram em suas carreiras.

Pois bem, estes mestres nos ensinaram que a competição acontece na Categoria e que a categoria, na mente do consumidor, vem antes da marca, ou seja, o Consumidor pensa: “Vou comprar creme dental”. Depois deste pensamento, entram as marcas da categoria, entre as quais, uma delas será a escolhida.

Portanto, a competição acontece na categoria e na grande maioria das vezes, tendo apenas a embalagem como mediadora da competição, uma vez que cerca de 90% dos produtos que encontramos no mercado não dispõe de verbas de marketing, propaganda ou campanhas de comunicação.

Na linha de frente da com-

petição que acontece nas categorias, especialmente aquelas cujos produtos são expostos ao escrutínio do consumidor lado a lado com seus concorrentes, a embalagem é uma arma decisiva, conforme demonstram pesquisas realizadas pela Abre e pelo Comitê de Estudos da Embalagem da ESPM.

Todos sabemos que a embalagem é importante e que ela desempenha um papel fundamental na competição entre os produtos de consumo.

O que muitos ainda não perceberam é que, além de fundamental, é ela que está na primeira linha de combate quando se inicia o processo de escolha de um produto. É ela que faz o combate corpo a corpo com os adversários ao seu lado. Se perder no confronto direto nesta primeira linha, o produto dificilmente terá uma segunda chance de continuar como alternativa neste momento da competição.

Ou seja, o produto precisa ter uma embalagem competitiva, capaz de ser comparada com os concorrentes a seu lado sem correr o risco de ser inferiorizada por eles perante os consumidores a sua frente.

Tenho estudado há décadas este assunto e acompanhado cases e mais cases com embalagens derrotadas, coisa que ninguém faz questão alguma de divulgar.

Como também de cases de embalagens vencedoras que, como eu sempre digo, não acontecem por acaso. A conclusão a que cheguei é que não é mais aceitável que a embalagem de um produto seja feia e inferior às embalagens da categoria em que ela compete.

No novo cenário competitivo, está absolutamente claro que a linha de frente precisa ser defendida com todas as armas, pois uma vez ultrapassada esta linha, o produto certamente será derrotado.

S
EMBALAGEM NO MARKETING
FABIO MESTRINER Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br
É ALI, NA CATEGORIA EM QUE O PRODUTO COMPETE, LADO A LADO COM O SEU CONCORRENTE, QUE A EMBALAGEM SE TORNA A ARMA DECISIVA
16 SETEMBRO 2021

UM DESAFIO INADIÁVEL

Relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, IPCC, não deixa dúvidas. As emissões globais líquidas de dióxido de carbono causadas pelo homem precisam cair cerca de 45% em relação aos níveis de 2010 até 2030, e ter um impacto zero por volta de 2050. Isso para limitar o aquecimento a 1,5° C, o que já vai exigir mudanças rápidas, de longo alcance e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade. Para se ter uma ideia, com alta de 1,5° C, de 10% a 30% dos corais podem ser salvos. Com 2° C, quase todos os corais deixam de existir.

É nesse horizonte que as empresas que projetam sua existência neste século estão tendo que traçar suas estratégias. Quanto maior a empresa, maior o seu impacto, maior a sua responsabilidade.

Como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a JBS assumiu publicamente em março deste ano o seu compromisso NetZero até 2040, ou seja, a empresa se comprometeu a zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa. Ela apresentará um plano com base científica para chegar ao Net Zero, consistente com os critérios estabelecidos pela Science-Based Targets initiative (SBT).

Concentrando as ações voltadas para a sustentabilidade, a JBS Ambiental nasceu há 17 anos como uma empresa da Divisão de Novos Negócios do grupo JBS

ENTRE AS MAIORES EMPRESAS DE ALIMENTOS DO MUNDO, A JBS ASSUME O COMPROMISSO NETZERO ATÉ 2040, IMPULSIONANDO O ALCANCE DE METAS DE CARBONO ZERO E ECONOMIA CIRCULAR

S.A., para dedicar-se à gestão de resíduos sólidos recicláveis, não recicláveis e perigosos das unidades industriais do Grupo JBS. Hoje, emprega 225 pessoas.

A matriz da JBS Ambiental está localizada em Lins-SP e conta com 12 unidades gerenciadoras de resíduos nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Até o final do ano serão 20 unidades. São unidades in house nos frigoríficos da JBS onde ela recebe e faz todo o trabalho de gerenciamento e valorização dos resíduos.

Susana Martins Carvalho, diretora executiva de JBS Fertilizantes e com função Institucional na JBS Ambiental, falou à EMBANEWS sobre os projetos e desenvolvimentos em curso, voltados para a Economia Circular. Susana é engenheira agrônoma, formada pelo Instituto Superior de Agronomia (Portugal), mestre (MSc) em Agricultura Orgânica pela Universidade de Aberdeen (Escócia) e com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pela FGV (Brasil). Possui especializações em Design Thinking e Business Design pela Escola de Design Thinking em São Paulo, e em Industria 4.0 pela Hong Kong Polytechnic University.

Fez carreira profissional com experiência no mercado do agronegócio europeu e brasileiro. Em Portugal, foi diretora de negócio de especialidades na ADP – Fertilizantes. No Brasil, assumiu o cargo de diretora

18 ENTREVISTA SETEMBRO 2021

geral da Fertiberia Brasil; possui experiência em consultoria estratégica de negócios como consultora sênior na MacroSector Consultores e como partner e managing director na Global Agro Consultants. Desde 2015 trabalha com projetos de economia circular, e a partir de 2017, na JBS Ambiental, com o ciclo do plástico.

EMBANEWS: Em sua opinião, qual o tamanho do desafio das mudanças climáticas e como a empresa está avançando nessa questão?

SUSANA MARTINS CARVALHO: O desafio é imenso e para lhe fazer frente a JBS assumiu publicamente em março deste ano o NetZero até 2040, comprometendo-se a zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa, reduzindo a intensidade de emissões diretas e indiretas e compensando toda a emissão residual. Para alcançar sua meta, a jornada Net Zero da JBS contempla toda a sua cadeia de valor, desde os fornecedores de seus fornecedores até o pós-consumo de seus produtos.

Entre as estratégias para se alcançar o Net Zero até 2040 estão a redução das emissões nas nossas unidades. Até 2030, a JBS reduzirá em pelo menos 30% suas emissões de escopos 1 e 2, em comparação com as do ano de 2019.

Outro ponto é o fomento à inovação. A JBS investirá US$ 1 bilhão na próxima década em soluções que visem reduzir as emissões de carbono em suas operações, engajando colaboradores e financiando projetos que serão avaliados por uma comissão formada por executivos da empresa, especialistas, entidades e acadêmicos.

Compromete-se a eliminar o desmatamento, prática com o qual a JBS mantém compromisso há mais de 10 anos em uma política de tolerância zero para o desmatamento ilegal, mantendo neste período um sistema de monitoramento de fornecedores via satélite no bioma Amazônia. Essa ferramenta fiscaliza 60 mil fornecedores e garante que todos eles cumpram os critérios socioambientais da Companhia. Agora, a

JBS está expandindo esse controle por meio da Plataforma Pecuária Transparente, que, usando tecnologia blockchain, pode monitorar os fornecedores de seus fornecedores. Assim, vamos garantir o desmatamento ilegal zero na Amazônia até 2025 e nos demais biomas brasileiros até 2030. A Plataforma contempla ainda Escritórios Verdes para prestar assessoria aos produtores que precisam regularizar sua situação.

Em relação à energia, a JBS deve aderir ao uso de 100% de energia elétrica de fontes renováveis nas unidades em todo o mundo até 2040.

Também deverá investir maciçamente em inovação na área de pesquisa e desenvolvimento na agricultura para implementar soluções de mitigação das emissões, como melhorias nas práticas agrícolas regenerativas, projetos de intensificação de sequestro de carbono no solo e tecnologias voltadas para as fazendas dos fornecedores.

Amarrando tudo isso, a remuneração variável de altos executivos da JBS será atrelada às metas de mudança climática.

EMBANEWS: E quanto à questão da redução de resíduos, quais ações estão sendo adotadas?

SUSANA MARTINS CARVALHO: A empresa investe globalmente cerca de R$ 2 bilhões por ano em sustentabilidade e reúne diversas iniciativas para cumprir suas metas, entre elas está a economia circular. A JBS já conseguiu reaproveitar em 50% o total de resíduos produzidos em suas operações em todo o mundo. Somente em 2020, reaproveitou cerca de 1 milhão de toneladas de materiais que eram considerados lixo.

A JBS Ambiental foi criada há 17 anos como unidade de negócios da JBS exatamente para pensar em soluções de gerenciamento e reaproveitamento dos resíduos pós-industrial da companhia, transformando-os em produtos reciclados, seguindo os princípios da economia circular. Estes projetos são desenvolvidos segundo o conceito “cradle to cradle” (do berço ao berço), no qual não existe a ideia de resíduo e tudo é aproveitado continuamente como nutriente para um novo ciclo.

19 SETEMBRO 2021

EMBANEWS: Como opera a JBS Ambiental?

SUSANA MARTINS CARVALHO: Na JBS Ambiental fazemos o gerenciamento de resíduos sólidos inorgânicos e a reciclagem de resíduos plásticos. A unidade atende apenas empresas do Grupo da JBS, como a Friboi, Seara, JBS Couros, SWIFT e empresas da divisão de Novos Negócios, como a Zempack, H&L e Novaprom. Os resíduos sólidos (plásticos, papel, metais, ferrosos e aço) são recebidos nas nossas filiais, onde fazemos a triagem, separação (dos resíduos classe II e recicláveis e dos resíduos classe I) e a valorização. Para os resíduos plásticos, trabalhamos o modelo de ciclo fechado; eles são pré-processados nas filiais e enviados para a matriz em Lins, onde passam por um processo de extrusão e se convertem em resina reciclada. Os demais resíduos, como o aço e o papel, são destinados para empresas certificadas que fazem a reciclagem desses materiais. No ano passado, cerca de 25 mil toneladas de resíduos foram gerenciadas pela JBS Ambiental, sendo papelão 3.510 toneladas; plástico 4.800 toneladas e metal 9.250 toneladas.

EMBANEWS: Qual é a estrutura que a empresa dispõe para a reciclagem de plásticos?

SUSANA MARTINS CARVALHO: Hoje, a JBS Ambiental processa 500 t/mês de resina reciclada e tem no seu planejamento estratégico a ampliação da sua capacidade de produção instalada. A unidade de Lins conta com linhas modernas que proporcionam a eficiência da trituração, lavagem e extrusão de resíduos garantindo a qualidade da resina reciclada. Possuímos também modernas extrusoras de filmes plásticos, picotadeiras e corte e soldas para a produção de embalagens que são comercializadas no grupo JBS. Vale destacar todo o trabalho desenvolvido pela JBS Ambiental na produção de embalagens e produtos reciclados, com destaque para o piso verde (veja box). Entre outros produtos já desenvolvidos e usados diariamente em unidades da companhia estão sacos

para embalagens, sacos de lixo, capas e filmes plásticos para proteger os produtos durante o transporte e até paletes plásticos reciclados. Em um ano, a JBS Ambiental produz mais de 2,5 mil toneladas de produtos plásticos reciclados.

EMBANEWS: Como a JBS Ambiental enfrenta a questão da reciclagem de plásticos multicamadas, difíceis de reciclar?

SUSANA MARTINS CARVALHO: A JBS Ambiental faz a compatibilização de resíduos de embalagens multicamadas, como a poliamida e PET, por exemplo. As embalagens multicamadas de PVDC, são utilizados como matéria-prima para paletes, mobiliário para indústria e para o Piso Verde, empregado na pavimentação de áreas externas.

EMBANEWS: E quanto aos resíduos orgânicos, quais são as iniciativas nessa área?

SUSANA MARTINS CARVALHO: Merece destaque a produção de biodiesel a partir do sebo bovino, um insumo abundante nas plantas da empresa. Atualmente, são produzidos mais de 265 milhões de litros do biocombustível, o que coloca a JBS como maior produtora mundial verticalizada desse tipo de combustível, fundamental para a redução de emissões nos veículos de carga. A JBS também utiliza o sebo bovino para produção de produtos de higiene e limpeza.

A produção do biodiesel pela JBS, com o Programa Óleo Amigo, que recupera o óleo de cozinha usado, coletado em mais de 40 cidades brasileiras, já ajudou a dar uma destinação ambientalmente correta a cerca de 13 milhões de litros de óleo usado. Levando-se em consideração que cada litro de óleo pode poluir até 20 mil litros de água potável, o volume coletado pela JBS contribuiu para evitar a contaminação de mais de 270 bilhões de litros de água. A JBS Biodiesel foi a primeira empresa de biocombustíveis do país a obter certificação para emissão de créditos de des-

20 ENTREVISTA SETEMBRO 2021

Fundada em 1977, a CONTERV é uma consultoria com notório reconhecimento no mercado em seus campos de atuação. Com foco total na necessidade de seus clientes, atendimento dedicado, personalizado e com honorários somente ”ad exitum”, a empresa vem contribuindo há mais de 40 anos no crescimento de seus parceiros, sendo a maior consultoria em Ex-Tarifário no Brasil, seguindo sempre seus valores de ética e integridade.

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EX-TARIFÁRIO E IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS USADAS

ENTREVISTA

carbonização (CBIOs) por meio de sua planta em Lins (SP), e teve mais uma unidade habilitada em 2020, em Campo Verde (MT).

Agora está construindo uma fábrica de fertilizantes orgânicos e organominerais para utilizar os resíduos orgânicos gerados tanto em confinamentos quanto em suas plantas industriais para a produção de adubo, insumo do qual o Brasil, hoje, é altamente dependente de importações. A JBS será a primeira empresa brasileira do setor de alimentos a atuar neste segmento.

EMBANEWS: Como a questão social se insere na atuação da empresa?

SUSANA MARTINS CARVALHO: Sobre a agenda ESG do grupo JBS, um dos pilares diz respeito a desenvol-

ver, empoderar e alimentar pessoas e tem como prioridades a responsabilidade com o colaborador, através de políticas definidas sobre moral e direito, saúde e segurança, empoderamento feminino, inclusão e capacitação; a responsabilidade com o consumidor, com políticas direcionadas para a qualidade e segurança do alimento, nutrição e saudabilidade, entre outros; e a responsabilidade com o fornecedor. Outro pilar reforça a responsabilidade com as comunidades, com o objetivo de construir um legado positivo para as comunidades através de voluntariados, programas sociais e oportunidade aos jovens.

https://jbs.com.br/; https://www.jbsambiental.com.br

CASE: PISO VERDE

- A IDEIA

. Seguindo nosso planejamento estratégico - ser referência em Economia Circular - elegemos todos os anos um projeto máster de economia circular: escolhemos um resíduo que seja um problema, por não ser ainda reciclável, para transformá-lo em uma solução que reduza o uso de matérias-primas ou que reduza a sua destinação para aterros. Estes projetos são desenvolvidos segundo um conceito chamado “cradle to cradle”, do berço ao berço. Foram dois anos de estudos conduzidos pela equipe de pesquisa e inovação da JBS Ambiental para chegar ao piso verde.

- OS MATERIAIS

. O piso verde é feito a partir de aparas de embalagens plásticas multicamadas, contendo PVDC (cloreto de polivinilideno), elemento que confere barreira à embalagem, usada para embalar e conservar produtos in natura. São embalagens de dif ícil reciclagem porque o PVDC é utilizado como uma película bem fina junto com outros materiais, como PET, BOPP, papel, entre outros, formando um filme laminado. Essa mistura de plásticos acaba dificultando a reciclagem.

- O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

. Com o processo desenvolvido pela equipe da

JBS Ambiental, ganhamos uma opção para reaproveitar esse tipo de plástico, usando-o como um dos ingredientes da massa usada na fabricação do piso. Os resíduos das embalagens plásticas são lavados e triturados, passam por mais uma fase mecânica e, por meio de um processo tecnológico, são incorporados no concreto durante o processo de fabricação do piso. Esse processo reduz a quantidade de novos materiais usados na fabricação de pisos e ainda evita que o plástico descartado vá para o meio ambiente.

- APLICAÇÃO

. O primeiro lote do piso verde já foi instalado em uma área de 2,2 mil m2 na sede da JBS Ambiental. E estamos instalando em diversas unidades do grupo JBS (tanto em reformas de piso, como na instalação de novos pisos). Também a SWIFT, empresa do grupo JBS, está utilizando o piso verde em novas lojas.

- EXPANSÃO

. O próximo passo é ir também para o mercado de construção civil. Fabricamos pisos para pedestres, veículos leves e caminhões.

- NÚMEROS

. Atualmente, são coletadas cerca de 20 toneladas de aparas de plástico multicamada

todos os meses, geradas nas unidades da empresa em Campo Grande (MS), Lins (SP) e Andradina (SP), que antes eram um problema, e agora estão sendo utilizadas para a fabricação de pisos para as suas instalações.

- DESAFIOS

. O projeto levou cerca de dois anos de estudos conduzidos pela equipe de P&I; como resultado, conseguimos desenvolver uma solução técnica e produzir um produto, o Piso Verde, que atende as normas da ABNT (Assoc. Brasileira de Normas Técnicas) e oferece a mesma resistência de um material feito 100% de concreto. Para além disso, o desafio foi a produção em escala e viabilizá-lo financeiramente.

22
SETEMBRO 2021

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PRODUTOS PLÁSTICOS DE USO ÚNICO – PARTE III

NA ÚLTIMA PARTE DO ARTIGO, COMPARTILHAMOS MAIS PONTOS DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A GESTÃO DE PLÁSTICOS DE USO ÚNICO

Incentivo de produtos projetados para serem circulares, incluindo o reuso

Produtos mais leves, menores e mais duráveis dentro de uma mesma categoria têm menores impactos ambientais. A inovação em design também pode ajudar a reduzir o desperdício de alimentos ou a pegada ambiental da lavagem de louças reutilizáveis. O design também afeta as possibilidades de reciclabilidade ou de descarte no final da vida útil. Um esquema de Responsabilidade Estendida do Produtor bem projetado também pode fomentar opções mais eficientes de design do produto.

Redução do uso de produtos descartáveis, seja qual for o material

A substituição de um produto descartável (por exemplo, feito de plástico) por outro produto descartável feito de um material diferente (por exemplo, papel, plástico biodegradável) provavelmente só transfere as cargas poluentes e cria outros problemas. Numa economia circular, qualquer que seja o material descartável, deve ser coletado para reciclagem. Além disso, para evitar a transferência de cargas entre as dimensões ambiental e social, é importante apoiar os atuais fabricantes de produtos descartáveis para mudar seu foco para a produção de itens mais circulares e sustentáveis.

Existem muitas ações e soluções já sendo implementadas para lidar com os problemas do SUPP

Conhecer o que os diferentes atores estão fazendo em níveis local, regional e internacional é importante, tanto quanto a exploração de oportunidades para novos modelos de negócio e / ou apoio para aumento de escala de atividades bem-sucedidas.

Consideração de possíveis intervenções políticas é vital, bem como compreensão dos impulsionadores econômicos de comportamento

É necessária uma visão ampliada da interrelação entre os sistemas de produção e de gestão de resíduos e a corresponsabilidade encadeada entre os diferentes

atores. Por exemplo, pode parecer mais barato despejar resíduos do que reciclá-los quando alguns custos são externalizados. Combinações de políticas de intervenção frequentemente são necessárias.

Todas as partes interessadas precisam estar envolvidas no desenvolvimento e implementação de políticas em todo o ciclo de vida do SUPP

Alguns governos desenvolveram atividades informais e / ou acordos formais com o setor privado para trabalhar em esforços colaborativos para reduzir a poluição dos resíduos plásticos. A sociedade civil também tem estado ativamente envolvida em muitas políticas de desenvolvimento. O setor informal de resíduos é uma parte interessada significativa em muitos países e os tomadores de decisão são incentivados a encontrar uma maneira de integrar este setor na política. Entre os vários níveis de envolvimento, igualdade de gênero deve ser levada em consideração, uma vez que as mulheres têm parcela importante na decisão de compra e nas práticas de gerenciamento de desperdício nos níveis doméstico e comunitário. Estimular a participação das mulheres nos grupos também é essencial.

Todos os materiais têm um impacto, “o problema não é apenas o plástico, é como o usamos” e “o produto mais sustentável tende a ser produto multiuso”

A análise de alternativas ao SUPP é, portanto, importante, bem como o desenvolvimento de um bom entendimento de como incentivar a reutilização de produtos várias vezes. As alternativas muitas vezes requerem mudança de sistemas logísticos, de formas de consumo e de comportamento do consumidor.

Uma abordagem de ciclo de vida pode ajudar a identificar pontos desfavoráveis e evitar a transferência de cargas poluentes

A ACV pode identificar pontos importantes e quando complementada por outras evidências, pode auxiliar na formulação de políticas. A ACV não deve, entretanto, ser usada isoladamente para o desenvolvimento de políticas. Aspectos como impac-

tos do lixo e de microplásticos no oceano ainda não são adequadamente abordados pela metodologia de ACV. Outros fatores, por exemplo, condições socioeconômicas e culturais também são importantes.

A pandemia global COVID-19 apresenta desafios significativos

Os esforços dos países para reduzir a poluição dos produtos plásticos de uso único sofrem pressão adicional nesta pandemia. Requisitos de segurança e saúde são essenciais juntamente com uma forte abordagem baseada na ciência para compreender a necessidade de isenções específicas para o uso de produtos plásticos descartáveis. Ao mesmo tempo, é importante notar que geralmente é a forma de uso, em vez dos próprios produtos, que garante a segurança (por exemplo, lavar as mãos em vez de artigos descartáveis. Também há oportunidades para soluções criativas e novos modelos de negócio que podem ajudar na minimização dos impactos dos resíduos plásticos.

REFERÊNCIAS

COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA A RECICLAGEM. Cempre review 2019. São Paulo: Cempre, 2019. 22 p. Disponível em: http://cempre.org.br/upload/CEMPRE-Review2019.pdf. Acesso em: 12 mar. 2020.

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate change 2013: the physical science basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2013. 1535 p. Disponível em: https:// www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2017/09/WG1AR5_ Frontmatter_FINAL.pdf. Acesso em: 12 mar. 2020.

UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME (2021). Addressing Single-use Plastic Products Pollution Using a Life Cycle Approach. Nairobi. Design and layout: UNESCO ISBN: 978-92-807-3841-4. Disponível em: https://www.lifecycleinitiative.org/wp-content/uploads/2021/02/Addressing-SUP-Products-using-LCA_UNEP-2021_FINAL-Report-sml.pdf

ANNA LÚCIA MOURAD

Pesquisadora no Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos

ELOÍSA ELENA CORRÊA GARCIA

Diretora Geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos

PESQUISA 24 SETEMBRO 2021

FRONTEIRAS

OS FRANCESES SÃO RECONHECIDOS COMO O POVO DO “SAVOIR-FAIRE ET VIVRE”.

SEMPRE CHARMOSOS E ELEGANTES, DESTACAM-SE POR SABER VIVER A VIDA DA MELHOR FORMA

AS INESQUECÍVEIS SOBREMESAS FRANCESAS A

s sobremesas são sempre o ponto alto das refeições e festas. Os franceses são criadores das sobremesas mais clássicas e famosas do mundo, como macarons, mousse, crème Brülèe, Tarte tatin, madeleines, marrons, profiteroles, canelè, crepe Suzette, entre tantos outros.

Muitas destas delícias ou seus ingredientes podem ser encontrados em embalagens. O desafio delas é manter o encanto e o requinte destas maravilhas.

Neste primeiro artigo, apresento algumas embalagens de vidro que entregam sabor e a memória afetiva daqueles que tiveram o prazer de estar por lá algum tempo.

O iogurte com doce de castanha da La Fermière é apresentado em potes de vidro selados com alumínio dourado e num multipack. A arte destaca as castanhas e o nome pelo qual o doce é conhecido: marron. A marca exibe com orgulho o selo “originalmente produzido com leite francês”, além do carimbo

“SAVOIR-FAIRE AUTHENTIQUE” (conhecimento autêntico). As laterais do multipack permitem visualizar o produto através do vidro, aumentando o appetite appeal.

A EKIA promete que seu iogurte “tipo grego” é feito artesanalmente com leite de vacas francesas e os figos vêm do país basco francês (região sul). A embalagem é absolutamente clean, o que permite que o consumidor visualize totalmente o produto através do pote de vidro. As informações estão reunidas no charmoso tag fixado por um cordão azul marinho, cor única do elegante conjunto.

La Ferme du Manège segue o

mesmo script, usando um pote de vidro um pouco mais alto. A marca reforça a segurança com um lacre sobre a tampa, na verdade para ter espaço para fornecer todas as informações obrigatórias.

A mousse de chocolate da Marie-Morin é o sonho de todos os gourmets: doce, simples e autêntica. Marie Morin é digna da fama de uma das melhores mousses francesas. O pote de vidro largo e baixo lembra uma terrine e ela permite a reutilização. Apesar disso, a embalagem traz a sinalização do programa francês de reciclagem “Pensez au tri”, que orienta o consumidor a reciclar.

As geleias francesas mereceriam um artigo à parte. São produtos absolutamente saborosos: frutas com, no máximo, um pouco de açúcar para garantir a conservação. Realmente são únicas! Assim como suas embalagens, são tradicionalíssimas.

A geleia francesa St. Dalfour é feita com ingredientes 100% naturais e selecionados. É uma pres-

tigiada marca que se tornou mundialmente reconhecida pelas suas geleias de frutas produzidas sem adição de açúcar, sem corantes e sem conservantes. Apresenta um sabor elegante e autêntico, direto do Vale do Loire. O frasco de vidro tem formato atual e exclusivo, elegante e com vários elementos adornando. A arte do conjunto é feita nas clássicas cores azul marinho e branco. Os elementos decorativos do fundo lembram a decoração da região. O selo que identifica a origem francesa do produto é estampado no rótulo frontal. A tampa mantém as linhas do design do frasco e recebe um lacre extra. O pote miniatura segue os traços.

A Bonne Maman é outra famosa marca que preserva sua identidade com seu famoso xadrez vermelho em toda a linha. Seus potes de geleia são personalizados com a inscrição da marca em relevo, destacando-os dos demais. O rótulo é delicado e discreto, parece um lembrete feito artesanalmente, apenas para evocar o sabor da geleia. A miniatura segue o mesmo padrão, assim como os biscoitos da marca.

Embalagens elegantes proprietárias, clássicas e belas reforçam a autenticidade das marcas e fazem um mundo mais gostoso e belo!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO

Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

Embalagem melhor. Mundo melhor.
SETEMBRO 2021 26
FOTOS: FUTUREPACK

A força das embalagens antimicrobianas

A NECESSIDADE DE PROTEÇÃO

Se existe um produto que pode ser considerado universal é a embalagem. Ela marca presença em praticamente todos os produtos que precisam ser protegidos de danos e avarias. Infinitos mercados se utilizam dela. Mas têm alguns “passageiros” que não são bem-vindos nesses invólucros: os vírus e bactérias.

Muitas vezes se torna impossível evitar que a própria embalagem não seja contaminada com esses microrganismos já que fica exposta ao ar durante o processo logístico. E a pandemia colocou em evidência a necessidade de trazer segurança para o seu manuseio, evitando que ela seja mais um mecanismo de contaminação cruzada.

Após inúmeros testes, a tecnologia de prata da Nanox, que já tinha propriedade de proteção contra vários microrganismos, também se mostrou uma excelente combatente do novo coronavírus ao ser aplicada em diversas superfícies. Por meio de mecanismos de ação, inativa o vírus por contato em poucos minutos.

Essa tecnologia, cuja aplicação é segura por seguir diretrizes regulatórias em função do produto ou meio ambiente, age nos microrganismos por meio de suas membranas celulares, causando danos irreversíveis em sua estrutura ao desativar moléculas vitais. Além disso, interage com o RNA dos vírus e DNA das bactérias, evitando que se repliquem.

A adição da prata nas embalagens deu tão certo que hoje já se pode mensurar a criação de um segmento de embalagens antimicrobianas que ganha cada vez mais espaço no mercado total de embalagens, que hoje, segundo estudo macroeconômico realizado pela FGV, tem a previsão de alcançar um valor bruto de produção física do produto de R$ 92,9 bilhões neste ano.

Nesse universo, os plásticos representam a maior participação no valor da produção, correspondente a 39,6% do total; seguido pelo setor de embalagens de papel/ cartão/papelão, com 31,6%; metálicas com 19,9%; vidro com 4,5%; têxteis com 3,0% e madeira com 1,4%. Nesse sentido, já existem diversas iniciativas muito bem-sucedidas que aos poucos vão ganhando a atenção do mercado.

No plástico, uma das novidades é a FlexProtec, filme plástico antimicrobiano desenvolvido para reduzir a presença de bactérias e vírus – incluindo o coronavírus. Além de eficiente na eliminação dos agentes contaminadores, ajudam também a conservar produtos mais sensíveis por mais tempo. Pode ser utilizado para embalar alimentos, chocolates, bolos, pães, frutas, vegetais, legumes, produtos de higiene e limpeza, entre outros.

Outro exemplo de sucesso é a criação de uma embalagem de papel com tecnologia antiviral, antibacteriana e antifúngica pela indústria Irani. Com o aumento das compras pela internet durante a

pandemia, o número de embalagens que chega na casa das pessoas também subiu, o que tornou a necessidade de proteção ainda maior. A embalagem da Irani inativa não somente o coronavírus, mas também o H1N1, adenovírus, fungos e bactérias.

Apesar de os estudos mais recentes apontarem a baixa transmissão do novo coronavírus por superfícies, a busca por maior higiene já virou um hábito e preocupação por parte dos consumidores. Por isso, a tendência de adesão do mercado a esse tipo de embalagem é grande.

As embalagens antimicrobianas se juntam à adoção de máscaras, utilização do álcool gel, entre outras medidas preventivas, para ajudar a fechar o cerco cada vez maior contra a contaminação pelo coronavírus, incluindo a nova variante delta.

Acredito que esse mercado de embalagens antimicrobianas veio para ficar e não tem mais volta. Para as empresas, é um novo mercado que se abre e uma forma de contribuir contra o coronavírus. E para o consumidor, mais um meio importante para preservar a saúde, nosso ativo mais precioso.

TECNOLOGIA DE EMBALAGEM 28 SETEMBRO 2021
DANIEL MINOZZI Químico, mestre em ciências de materiais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e fundador e Diretor da Nanox, empresa especializada em nanotecnologia
ABRE UM NOVO CAPÍTULO PARA O SETOR DE EMBALAGEM
DAS PESSOAS CONTRA VÍRUS E BACTÉRIAS

você sabia?

Embalagens em papel protegem as mercadorias, reduzem o desperdício e são recicláveis e renováveis.

A campanha LOVE PAPER é uma criação original de Two Sides.

Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, estimula a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, cartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.

Papel, cartão e papelão: uma ótima

história ambiental para contar

L OV E PA PE R lovepaper.org.br
twosides.org.br

Estamos prontos para um segundo semestre cheio de novidades e conteúdo. Acompanhem nossa agenda e participem da nossa jornada de conhecimento!

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INTERPACK 2023

PARTICIPAÇÃO PARA EMPRESAS INTERESSADAS ESTÁ ABERTA

Empresas da indústria de embalagem e correlacionadas interessadas já podem se registrar para a Interpack 2023, através do link www.interpack.com

As empresas que haviam confirmado participação na edição de 2021, que foi cancelada devido à pandemia, podem remarcar.

Segundo Thomas Dohse, Diretor de Projeto da interpack, de acordo com feedback da indústria, “os eventos digitais alternativos são vistos como um diferencial que agrega valor, mas reunir-se pessoalmente em uma feira de negócios é insubstituível em termos de geração de novos contatos e construção de confiança, o que é extremamente importante”.

“Em seu novo slogan de marca: “Simplesmente Único, a interpack é singular pela diversidade incomparável de produtos e serviços oferecidos pelos expositores, e complementada por nossos temas especiais que discutem as tendências para os próximos anos.

Em 2023, o tema da sustentabilidade e todas as suas facetas terá ainda maior importância do que nos anos anteriores, e estará presente em cooperação com os nossos parceiros”, afirma Thomas Dohse.

As inscrições para a feira componentes, que acontece em paralelo, também estão abertas, através do link www.packaging-components.com

Fax: (11) 4168-1365

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** Sopro e Injeção de plásticos.

** Linha Standard de Embalagens Plásticas: Frascos, Potes, Tampas, Bisnagas

** Desenvolvimento de Projetos e Moldes Exclusivos

** Mercados de atuação: Cosmético / Automotivo / Veterinário / Farmacêutico / Alimentício / Químico

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Agregando valor às melhores marcas, a Engepack se destaca pelo pioneirismo, tecnologia e capacidade de inovação no mercado de embalagens PET.

LUXE PACK MÔNACO

EVENTO DÁ INÍCIO ÀS FEIRAS

PRESENCIAIS NA EUROPA

Na França, as feiras presenciais podem voltar a abrir as suas portas, e a Luxe Pack Monaco sai na pole position, de 27 a 29 de setembro de 2021, no Fórum Grimaldi.

Segundo Fabienne Germond, Diretora da feira Luxe Pack Monaco, pelo seu papel em apoiar e acompanhar as marcas de luxo e seus fornecedores de embalagens da melhor maneira possível o evento será chave para amparar a recuperação.

São mais de 450 expositores até o momento, entre os quais 69 novos expositores com vários perfis, incluindo designers, fabricantes de embalagens de madeira e especialistas em acabamento, impressão 3D, embalagem de couro, embalagem primária e soluções RFID.

Este ano, o evento conta com três grandes vertentes: Green, apresentando as melhores soluções e iniciativas responsáveis dos expositores; China, que mostrará a importância do país no consumo do luxo; e Novos Materiais, visando atender a demanda das marcas por materiais sustentáveis.

33 SID - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DIRIGIDA SETEMBRO 2021
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Inovação é caminho para um setor de papel ainda mais sustentável

Apreferência pelo papel pode ser relacionada ao contato ancestral do ser humano com a árvore, que sempre foi a base para seu aquecimento, proteção, manutenção da biodiversidade e ajuda na sua própria sobrevivência. Todo esse ciclo e o aprendizado histórico continuam em nossa mente. Sabemos, intuitivamente, que tudo que vem da árvore é bom – incluindo as embalagens de papel.

Para nosso setor, como em tantos outros, é em momentos de crise – como nesta pandemia – que surgem as melhores soluções para atender novas necessidades, e de forma urgente. As formulações típicas dos materiais começam a sofrer pressões na busca por alternativas: onde havia fibra de pinus, passa a entrar fibra de eucalipto. Onde havia fibra química, entra a mecânica. No lugar da fibra virgem, entra a fibra reciclada e a fibra originada no pós-consumo. Felizmente, o papel tem a capacidade de atender uma gama múltipla de utilizações em embalagens, por meio de um conjunto de formulações de fibras e aditivos que podem reforçar determinadas características necessárias a cada projeto.

Com suas propriedades físicas, químicas e visuais, ele permite aplicações tão amplas que o conjunto de soluções se torna impressionante. As fibras de eucalipto estão cada vez mais presentes em papéis para embalagens e praticamente todas as embalagens de papel coletadas são recicladas prontamente no Brasil. Com isso, a reciclabilidade de embalagens tem favorecido projetos de economia circular e logística reversa, e, atendendo à crescente

demanda, surgem novos produtos em papel com material reciclado e de alta performance nos processos de impressão e envase.

ENTENDA O CICLO DO PAPEL

Para ampliar a capacidade de reutilização do papel em um novo ciclo produtivo, as unidades industriais têm se preparado cada vez mais para receber e processar materiais pós-consumo com eficiência na recuperação de fibras. Embalagens de papel podem ser recuperadas em sua grande maioria. Embalagens tipo longa vida, copos de papel, sacolas de papel, caixas, papel de presentes, diversos artefatos de papel como tubetes, entre outros, podem ser reciclados. A separação de fibras celulósicas de embalagens de múltiplas camadas que contenham plásticos hoje é uma realidade.

A inovação em novos sistemas de captura de embalagens de papel para um viável caminho de logística reversa é um imenso desafio. O Brasil é um país continental com 5.568 municípios com características regionais distintas, e por isso há a necessidade de um diálogo contínuo com os diversos atores da cadeia de embalagens para dar continuidade ao processo de retorno do papel à indústria.

INOVAR NO DESIGN DE EMBALAGENS DE PAPEL É DESAFIO

Por fim, destaco o desafio de prover soluções que permitam

inovar no design das embalagens. Hoje, a indústria gráfica trabalha com sistemas de impressão offset, corte e vinco, dobradeiras e coladeiras integradas, oferecendo um portfólio de embalagens ao mercado nacional, em sua maioria, em formato de hexaedro, com raríssimas variações em outros tipos de poliedros. Sair do “quadrado” exige um esforço maior.

Ao pensarmos em fazer algo redondo, por exemplo, percebe-se que os processos industriais não estão preparados para fazê-lo em grande escala. Somente com projetos integrados, com participação de múltiplas empresas participantes da cadeia de valor da embalagem, será possível superar essa barreira da geometria e propor inovações.

Creio que a nossa tarefa é melhorar a eficiência do papelcartão em novas faixas de gramatura, com ganho de rigidez, uso de material reciclável quando aplicável, propondo novas barreiras, novas estruturas, inovando e aperfeiçoando o ciclo de vida das embalagens em prol de um mercado futuro sustentável em que todo o potencial de utilização da árvore demonstre seu valor.

FERNANDO SANDRI Engenheiro químico, conselheiro da ABTCP, diretor Técnico do Sinpacel/PR, conselheiro da ABRE e diretor de Tecnologia da Ibema

EMBALAGEM DE PAPEL 34 SETEMBRO 2021
ATENDENDO À CRESCENTE DEMANDA PELA CIRCULARIDADE, SURGEM NOVOS PRODUTOS EM PAPEL COM MATERIAL RECICLADO E DE ALTA PERFORMANCE

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