EMBANEWS Nº 383 - Fevereiro 2022

ANO 31 | EDIÇÃO 383 | FEVEREIRO 2022

O trunfo da sustentabilidade Uma visão do setor e as novas perspectivas da indústria de papel e papelão ondulado, por Gabriella Michelucci, presidente da EMPAPEL P.14

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#TecnologiaDeEmbalagem

#EconomiaCircular

FRONTEIRAS

TUICIAL INVESTE EM LINHA BOBST

EASTMAN APOSTA NA RECICLAGEM MOLECULAR DOS PLÁSTICOS

BONITO É SER SUSTENTÁVEL

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SUMÁRIO

14 ENTRE EM CONTATO COM A EMBANEWS NO WHATSAPP

ENTREVISTA SETOR DE EMBALAGEM DE PAPEL E PAPELÃO ONDULADO AMPLIA SUAS FRONTEIRAS COM AS PERSPECTIVAS DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS, POR GABRIELLA MICHELUCCI, PRESIDENTE DA EMPAPEL

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#EconomiaCircular

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EMBALAGEM NO MARKETING

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PESQUISA

20 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Paulo Kiyataka Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

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Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS.

© Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização..

Telefone: (11) 3060-8817 WhatsApp 11+94721-4102 site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews instagram.com/revista_embanews facebook.com/Embanews

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A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES É O QUE NOS MOVE

Recentemente, adquirimos uma nova linha de equipamentos para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do acabamento.

A Globoplast produz bisnagas plásticas de máxima qualidade para os segmentos cosmético, farmacêutico e veterinário, químico e de alimentos, com grande variedade de acabamentos e diâmetros. Investimos em tecnologia para oferecer produtos que atendam às novas demandas do mercado em sua relação com o consumidor final, sempre com qualidade, competitividade e sustentabilidade.

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#DesignDeEmbalagem

UMA GARRAFA QUE CELEBRA AS VOZES INOVADORAS

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bsolut lançou sua clássica garrafa especial de fim de ano, edição limitada 2022, Absolut Voices, que chega para encorajar e celebrar pontos de vista diversos, inspirada pela ideia de que o mundo se torna um lugar melhor quando nos unimos para além das diferenças, compartilhamos bons momentos e fortalecemos uns aos outros.

A equipe de Design de Produto da Ardagh Glass Packaging - Europe trabalhou em estreita colaboração com a Absolut e a agência de design Brand Union para criar a garrafa da edição limitada de Absolut Voices.

Para dar forma ao conceito foi criado um design único e inovador na garrafa premium de cor azul safira, produzida pela Ardagh, que tem no reflexo das ondas seu principal elemento. Elas remetem aos inovadores e pioneiros “wavemakers”.

A garrafa contém 80% de vidro reciclado na sua composição.

A porcentagem mais alta até agora para a Absolut, que se deve em grande parte à alta taxa de reciclagem na Suécia, o que significa que mais cacos de vidro reciclado estão disponíveis para a Ardagh reutilizar em seus fornos.

Segundo Maria Persson, gerente de projeto NPD, da Ardagh Glass Packaging Europe, a criação 6

do design de ondas sonoras que distingue a garrafa é efeito de recurso de design de 360 graus e foi alcançado criando círculos irregulares em baixo relevo para dar vida às ondas. “Foi emocionante ver as primeiras garrafas saindo da linha de produção no azul safira profundo, com a luz refletindo ao redor da garrafa das bordas do design da onda sonora”, disse.

A garrafa de edição limitada está disponível em mais de 80 países, como Inglaterra, Canadá, Alemanha, França, China, Austrália e Brasil em 700ml, 750ml e 1litro.

https://www.absolut.com/br; https://www.ardaghgroup.com; https://www.brandunionstockholm.com

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#TecnologiaDeEmbalagem

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS DE PAPELCARTÃO Empresa fundada por Itagiba Fortunato, a Tuicial hoje está na segunda geração: Itagiba Jr., Deyse e Mariana

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Tuicial Indústria Gráfica cresce no mercado de embalagens de papelcartão e, para fazer frente à expansão, investe em linha de conversão Bobst.

Fundada em Cascavel, no Paraná, por Itagiba Fortunato, a Tuicial hoje é administrada pela segunda geração da família: Itagiba Jr., Deyse e Mariana. Desde sua fundação em 1978, quando ocupava uma área pouco maior do que 20m², até hoje, foram muitas mudanças e investimentos. Atualmente, a empresa emprega em torno de 300 pessoas, ocupando uma área de 14 mil m², que já ficou pequena e está sendo ampliada em mais 8 mil m².

A avaliação de novos investimentos é praticamente um processo contínuo, já que a empresa vem dobrando de tamanho a cada 5 anos. E a Covid-19 acabou por causar um impacto positivo, em função da alta demanda por embalagens nos segmentos atendidos. Como resultado, as embalagens chegam a representar 90% da carteira nos momentos de pico.

Assim, a empresa espera acelerar

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ainda mais essa onda de crescimento, encurtando esse ciclo para aproximadamente 3 anos.

Um crescimento nesse patamar só é possível através de planejamento estratégico muito bem realizado, com a participação de parceiros de confiança. Não à toa, a BOBST é um dos parceiros mais relevantes para suportar esse crescimento, através de oferta local de equipamentos de alta tecnologia, que proporcionam cada vez maior produtividade. Assim, o aumento de capacidade produtiva não se restringe a simplesmente adicionar mais equipamentos, mas também em obter ganhos significativos de produtividade tanto nos equipamentos existentes quanto nos novos.

GANHOS DE CAPACIDADE E PRODUTIVIDADE Para garantir o atendimento a esse expressivo aumento de demanda foi instalada recentemente uma linha completa de conversão, com uma dobradeira-coladeira BOBST EXPERTFOLD

80 e uma corte e vinco BOBST NOVACUT 106 E, que estão dando apoio a esse salto de crescimento e participação das embalagens em seu mix de produtos. E os planos da Tuicial não param por aí! Ainda em 2021, mais equipamentos BOBST foram adicionados à sua linha de conversão. Esses investimentos mais recentes também incorporam periféricos importantes para o aumento de produtividade, como a HANDYPACK GT, que facilita significativamente o empacotamento na saída de máquina, garantindo o atendimento ao forte crescimento da demanda dos clientes das indústrias de alimentos secos e congelados, fast-food, delivery, higiene e limpeza, cosméticos, os principais segmentos atendidos pela gráfica. Também vale ressaltar que a forte expansão do E-commerce que a Covid-19 trouxe acelerou ainda mais a demanda por itens que atendem essa categoria de produtos.

O início das atividades da Tuicial foi em impressos comerciais, mas a vocação para embalagens surgiu há mais de 20 anos, e des-

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de então, de 50% do mix na carteira, as embalagens passaram a representar atualmente cerca de 80% da carteira de pedidos da Tuicial, chegando a picos de 90% nos momentos mais críticos da pandemia. O moderno parque gráfico de embalagens de hoje começou com equipamentos de corte e vinco e dobradeiras-coladeiras BOBST usados, para complementar as linhas de impressão e garantir a qualidade da oferta de embalagens de papelcartão.

Na mudança para o parque fabril atual, em 2016, a linha foi ampliada significativamente com novos equipamentos de impressão e conversão.

“Atualmente estamos muito bem estruturados em relação ao nosso parque fabril, e com os investimentos recentes, estamos mais que preparados para atender à crescente demanda. Porém investir em tecnologia é importante, mas não é suficiente se não houver um programa de capacitação atrelado a esse investimento”, comenta Itagiba Fortunato Jr, diretor da empresa. “A BOBST também capacita o nosso time para extrair o melhor desempenho de cada equipamento, e assim, garantir o melhor ROI”.

Ao longo de todo esse tempo, com todo o crescimento e investimentos, a empresa manteve sua essência: concretizar sonhos

por meio de impressos de alta qualidade, gerando diferenciação, proporcionando experiências únicas e resultados surpreendentes.

A BOBST é um dos principais fornecedores mundiais de equipamentos e serviços para conversão, impressão e processamento de substratos para as indústrias de etiquetas, embalagens flexíveis, papel-cartão e papelão ondulado. Fundada em 1890 por Joseph Bobst, em Lausanne, Suíça, a BOBST está presente em mais de 50 países, administra 19 fábricas em 11 países e emprega mais de 5.600 pessoas em todo o mundo. A empresa registrou um faturamento consolidado de 1,372 bilhão (em francos suíços) para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2020.

Time afiado e tecnologia para o melhor atendimento

https://www.bobst.com; https://tuicial.com.br

Corte e vinco BOBST NOVACUT 106 E, equipamento instalado recentemente para suprir o aumento de demanda

Itagiba Fortunato Jr.: A avaliação de novos investimentos é um processo contínuo na Tuicial FEVEREIRO 2022

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#EconomiaCircular

SOLUÇÕES PARA A CIRCULARIDADE DOS PLÁSTICOS

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pesar de todos os esforços que têm sido feitos, a reciclagem dos plásticos ainda representa uma parcela pequena diante do tamanho do problema: segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, atualmente, os plásticos representam 85% do lixo marinho, mas até 2040, esse volume irá triplicar. Diante dos fatos, é preciso encarar o problema de frente. Percebe-se que o futuro dos plásticos está em encontrar soluções que possibilitem sua efetiva circularidade, elevando os índices de reciclagem e reaproveitamento a tal ponto que deixem de frequentar os aterros, cursos d’água e oceanos.

“Sabemos que a questão dos resíduos materiais é um problema global que acontece em quase todos os países e localidades ao

redor do mundo. O fato é que a nossa infraestrutura de reciclagem não está funcionando – nós não coletamos materiais suficientes.

Além disso, por muitos anos, não tivemos tecnologias avançadas que pudessem aumentar a gama de materiais e produtos que possam ser reciclados. A reciclagem mecânica é uma solução para resíduos específicos e acreditamos que a reciclagem molecular, pode ser complementar a este método, estimulando ativamente a circularidade dos materiais. Precisamos reconstruir a infraestrutura de reciclagem para diminuir a quantidade de resíduos que atualmente são direcionados a aterros, incineradores ou ao meio-ambiente”, afirma Rogério Dias, Gerente de Vendas de Speciality Plastics para América Latina da Eastman.

Eastman em Kingsport, Tennessee, Estados Unidos

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Rogério Dias, Gerente de Vendas de Speciality Plastics para América Latina da Eastman

Para enfrentar a questão, a Eastman utiliza duas tecnologias de reciclagem circular: a tecnologia de renovação de carbono e a tecnologia de reciclagem de poliéster.

Segundo explica Rogério Dias, as duas tecnologias produzem materiais de alta qualidade que são indistinguíveis daqueles produzidos a partir de matérias-primas fósseis. “A tecnologia de renovação de poliéster processa materiais de poliéster e os transforma em monômeros básicos, convertendo-os em materiais usados em uma ampla gama de bens de consumo.

A planta em construção em Kingsport, Tennessee, nos Estados Unidos e a planta que anunciamos recentemente na França operarão esta tecnologia”, afirma. “Já a tecnologia de renovação de carbono processa uma ampla mistura de

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resíduos e os decompõem em moléculas, também convertendo-as em materiais que podem ser utilizados em bens de consumo”.

Ambas as tecnologias, tanto a de renovação de poliéster quanto a de renovação de carbono – trabalham com resíduos de difícil reciclagem, como embalagens multicamadas com baixos níveis de contaminação por alumínio, por exemplo. A principal diferença é a capacidade da tecnologia de renovação de carbono processar praticamente todos os tipos de plástico, com exceção do PVC, em suas várias formas: embalagens, carpetes, têxteis.

A tecnologia de renovação de carbono utilizada pela Eastman ainda diminui as emissões de gases de efeito estufa em 20%-50% quando comparado aos processos que utilizam combustíveis fósseis, entregando um produto final idêntico ao produzido com plástico virgem.

“As tecnologias são executadas em fábricas separadas e têm al-

gumas características únicas que, sob a nossa perspectiva, tornam-se complementares. Enquanto a tecnologia de renovação de poliéster aumenta nosso fluxo de produtos com este material, a tecnologia de renovação de carbono pode reciclar uma ampla mistura de resíduos e alimentar nosso fluxo de acetilos – que é fundamental para os nossos produtos celulósicos de primeira linha”, explica Rogério.

INVESTIMENTOS EM PLANTAS DE RECICLAGEM MOLECULAR A Eastman anunciou recentemente um investimento de 250 milhões de dólares para construir uma planta de renovação de poliéster em Kingsport, Tennessee.

“A planta está em construção e a conclusão está prevista para o final deste ano. Além disso, também anunciamos planos de investir até 1 bilhão de dólares para a construção de uma instalação na França.

A planta recém-anunciada na França deve trabalhar com a capacidade de até 160.000 toneladas métricas de resíduos plásticos por ano”, disse Rogério.

Segundo o executivo, embora as primeiras tecnologias tenham sido lançadas na fábrica integrada da Eastman em Kingsport, claramente estas tecnologias não se limitam a esta planta. “Neste momento, estamos focados em desenvolver parcerias e investimentos diretos nos Estados Unidos e na Europa, mas reconhecemos que os resíduos plásticos constituem uma questão global que precisa de soluções globais”, afirma. “Nossa plataforma de circularidade está crescendo rapidamente, mas ainda não completou três anos. Entendemos a importância que uma perspectiva global desempenha para impulsionar a economia circular e trabalhamos ativamente nos próximos passos com nossas iniciativas de economia circular”. http://www.eastman.com FEVEREIRO 2022

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EMBALAGEM NO MARKETING

NO FUTURO VAI HAVER MAIS EMBALAGENS – PARTE 2 UMA REFLEXÃO SOBRE O SETOR DE EMBALAGEM EM 2022

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a primeira parte deste artigo, defendi que independente do que aconteça – e este é o caso da pandemia de Covid - o setor de embalagem só cresce e evolui com novas propostas e tecnologias inovadoras. Os produtos que abastecem nossas vidas só chegam até nós através da embalagem. Por isso, quando me perguntam sobre o futuro da embalagem, respondo que: “No Futuro vai haver mais Embalagens”.

A indústria fornecedora deste importante item é caracterizada pelo emprego intensivo de tecnologia e pela busca da inovação pois todos os fabricantes de embalagem estão o tempo todo tentando encontrar soluções melhores e mais competitivas para sobrepujar seus concorrentes.

Este é um setor em que o Brasil não está atrasado; aqui estão instalados muitos dos líderes mundiais que foram atraídos pela magnitude do mercado consumidor do nosso país, uma vez que sabemos que só existem 6 países no mundo com mais de 200 milhões de habitantes.

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A presença dos líderes mundiais fez com que a indústria nacional tivesse que adotar os mesmos padrões destas multinacionais para conseguir competir no mercado.

Tudo indica que o setor de embalagem no Brasil deve crescer novamente em 2022 restando apenas uma pergunta: “O que pode frustrar esta perspectiva de crescimento?”

Bem, a falta de matéria prima que já ocorreu em 2021 pode se repetir no próximo ano, uma vez que devido à pandemia a desorganização das cadeias logísticas pode gerar ruptura no fornecimento.

Minhas recomendações diante de tudo que foi até aqui exposto é que: 1 – Podemos esperar o aumento no consumo de embalagem com todas as oportunidades que ele traz.

2 – Devemos colocar atenção redobrada no planejamento de compras e nas alianças estratégicas com nossos fornecedores vitais de embalagem que devem ser tratados com a atenção que merecem.

3 – Lembrando que em 2022

ocorrerá a copa do mundo de futebol e as eleições nacionais, dois eventos que tradicionalmente dinamizam a economia e o consumo e representam oportunidades com datas pré-fixadas que exigem planejamento antecipado ou cronograma reverso para serem aproveitadas.

São três pontos de observação que ajudam a prever que teremos um ano com mais oportunidades.

Assim sendo, a pergunta final que surge de tudo isso é: “O que estamos fazendo para nos preparar melhor para aproveitar as oportunidades que vão surgir em 2022 e a perspectiva de crescimento que ele nos apresenta?”

FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br

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ENTREVISTA

O TRUNFO DA SUSTENTABILIDADE SETOR DE EMBALAGEM DE PAPEL E PAPELÃO ONDULADO AMPLIA SUAS FRONTEIRAS COM AS PERSPECTIVAS DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS

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indústria de embalagem muda velozmente por conta da tecnologia, das pressões ambientais e sociais, e para atender um consumidor antenado, exigente, e capaz de impor transformações. Para a embalagem de papelão ondulado e papel não é diferente. Hoje, nesse novo cenário em transformação, a embalagem feita da fibra da celulose e da fibra reciclada engloba inovações de fato em materiais, em aplicações, em design, em entrega de experiência ao consumidor. Seu principal trunfo, a sustentabilidade, torna-o o material do futuro por excelência. Temos visto garrafas de papel, bisnagas de papel, pouches de papel. Apesar de ainda utilizarem plástico em suas composições, a tendência é que sejam cada vez mais aperfeiçoadas. É também um setor que cresce por conta da expansão singular do comércio eletrônico. Em consequência, durante o período mais crítico da pandemia, a expedição de papelão ondulado chegou a crescer 13,6% no primeiro semestre de 2021, com 6 meses consecutivos de volumes recordes.

Quem nos dá uma visão desse dinâmico setor é Gabriella Michelucci, presidente do conselho da EMPAPEL - Associação Brasileira de Embalagens em Papel, profissional com mais de 35 anos de experiência no setor de embalagens de papelão ondulado.

Gabriella Michelucci consolidou sua carreira na Klabin, em posições de liderança em unidades fabris da empresa e é a atual diretora de Papelão Ondulado da Klabin. Formada em engenharia química pela FEI, Faculdade de Engenharia Industrial, no ABC Paulista, uma das mais tradicionais do Brasil, sua trajetória a credenciou também a assumir o cargo de presidente da EMPAPEL, posição que ocupa desde 2014.

EMBANEWS: Como avalia o desempenho do setor de papelão ondulado em 2021 e as perspectivas para 2022?

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pressivos para os próximos anos. Em 2022, a projeção é de crescimento de 27%, segundo a fonte EBIT, o que demandará forte necessidade de embalagens de papelão ondulado.

GABRIELLA MICHELUCCI: Em 2021 vivenciamos dois diferentes momentos. O primeiro semestre ainda sob restrições importantes de deslocamento e o segundo semestre, com a abertura dos centros de comércio e o crescimento em serviços. No mesmo ritmo, seguiu o desempenho do setor de embalagens de papelão ondulado. No primeiro semestre, tivemos 6 meses consecutivos de recordes de expedição de embalagens, crescendo 13,6% em comparação com o mesmo período de 2020, e após novo recorde em julho, o segundo semestre termina com recuo de 3,7%, mas ainda assim muito forte em comparação com o semestre de 2020.

No ano de 2021, o setor cresceu 4,3%. Em 2022, a expectativa é crescer entre 1% o e 1,3%, a depender do PIB. As estatísticas serão revisadas neste mês pela FGV responsável pelas informações da EMPAPEL. EMBANEWS: Qual é o cenário que as empresas que utilizam embalagens de papelão ondulado e papel devem esperar este ano?

GABRIELLA MICHELUCCI: O principal desafio da indústria em 2021 foi a inflação do setor, elevando os custos.

O câmbio também contribuiu com o aumento; nos primeiros 11 meses de 2021, a moeda norte-americana subiu 8,29%.

Também no primeiro semestre mantivemos o lead time de entrega ampliado e, com a moderação das compras de embalagens no segundo semestre, as entregas foram normalizadas. Em 2022, com o cenário que vem se desenhando para a economia, não deveremos registrar falta de embalagens, assim como o aumento de custos do setor deverá ser moderado.

EMBANEWS: Que outros segmentos devem se manter em crescimento nos próximos anos?

GABRIELLA MICHELUCCI: As embalagens de papel e papelão ondulado ampliarão e diversificarão sua presença em vários segmentos até então dominados por outros materiais, como por exemplo, as embalagens plásticas. Nossas embalagens são biodegradáveis, renováveis, recicláveis, enfim sustentáveis para o futuro do planeta. As oportunidades vão de alimentos industrializados ao segmento de cuidados pessoais. Do segmento de linha branca (fogões, geladeiras, etc.) ao mundo dos pets. E segue em todas as direções: do fortalecimento da marca dos produtos à total proteção .

EMBANEWS: As cadeias da reciclagem do papel estão funcionando a contento após a pandemia? Como está se desenvolvendo essa atividade hoje, e como está afetando os preços do setor?

GABRIELLA MICHELUCCI: Já percebemos uma normalização da reciclagem em comparação ao início da pandemia. Nesse período mais crítico, houve uma mudança em relação ao trabalho das cooperativas, catadores de papel e coleta seletiva em todo o país, que gerou uma diminuição entre 25% a 50% deste tipo de trabalho nas regiões brasileiras e a consequente redução da oferta de embalagens pós-consumo para reciclagem, mas que já está nos patamares anteriores.

O Brasil está entre os principais países recicladores de papel do mundo, com 4,9 milhões de toneladas que retornam ao processo produtivo, segundo dados de 2020 da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

Atualmente, 67% das embalagens de papelão ondulado brasileiras são produzidas com fibras recicladas.

Do ponto de vista econômico, o setor reduz custos de produção e também distribui riquezas, além de contribuir para a redução de resíduos em aterros. A taxa de recuperação do papelão ondulado, cartão de embala-

EMBANEWS: O varejo via e-commerce está entre os de maior crescimento nos últimos dois anos, qual sua avaliação sobre as perspectivas desse mercado?

GABRIELLA MICHELUCCI: O comércio eletrônico ganha relevância a cada ano. Com a reabertura econômica, o retorno dos gastos dos consumidores com serviços (viagens, experiências em restaurantes), o ritmo do crescimento das vendas no setor no Brasil foi reduzido, mas tudo indica de que deve manter crescimentos exFEVEREIRO 2022

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ENTREVISTA gens de líquidos (LPB) e sacolas, produzidos no Brasil para o mercado interno, é de 87%, segundo dados da Ibá (2020).

EMBANEWS: Há hoje uma forte tendência global para o uso e desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis. Quais são as novas fronteiras que surgem a partir daí? Já é possível dimensionar o ganho de mercado proveniente dessa demanda no Brasil?

GABRIELLA MICHELUCCI: Pela necessidade mundial de preservação ecológica e de diminuição de custos, a indústria de embalagens de papel e papelão ondulado vem descobrindo, junto com as demandas dos próprios clientes, que é possível inovar com o papel e papelão ondulado, insumo de alta flexibilidade e diversificação. O ganho para o mercado de embalagens de papel e papelão ondulado é muito grande.

Em alguns casos, como o mercado de embalagens para produtos perecíveis, o esforço resultou na capacidade de aumentar a vida útil do produto. Em relação à textura do papel, diminuir a gramatura reduz também o peso da embalagem como um todo, fazendo cair o peso líquido do produto transportado. Outra consequência foi a necessidades de customização, sobretudo para entregas, via comércio eletrônico. Outros mercados, que não usavam papel para embalagem, também foram conquistados pelas inovações propostas pelo setor nos últimos tempos.

EMBANEWS: Do ponto de vista mercadológico, há uma crescente demanda por embalagens com design atrativo, principalmente aquelas que chegam até o consumidor. Quais são as principais mudanças tecnológicas que essa questão está imprimindo às linhas produtivas do setor?

GABRIELLA MICHELUCCI: A evolução para 2022 estará concentrada em mais investimentos em impressoras com maior tecnologia e alta resolução de imagens.

De impressoras digitais às impressoras com maior número de unidades de impressão, além do processo de pré-print. O cuidado com o design segue também em movimento ascendente, explorando a melhor experiência para o consumidor, seja no ponto de venda ou na sua casa, ao receber um produto pelo e-commerce .

EMBANEWS: Há um ciclo intenso de investimentos no setor; pode nos dar um panorama desses investimentos e como se posiciona o setor no mercado interno e externo por conta desses investimentos?

GABRIELLA MICHELUCCI: Quando analisamos o setor de forma integrada estão acontecendo investimentos importantes para ampliar a produção de papéis de fibra virgem para embalagens, que é um movimento importante considerando o ciclo de vida das fibras recicladas (entre 5 a 7 ciclos de reciclagem). São linhas ampliadas e novas linhas, assim como conversões de produções 16

de P&W para papéis de embalagens. Também seguem estudos para a ampliação de linhas de reciclagem pós-consumo. Na cadeia seguinte, de conversão de embalagens, também temos notícias de ampliação e de estudos de ampliação do parque industrial no Brasil.

O setor seguirá crescendo.

EMBANEWS: As empresas do setor que até pouco tempo atrás operavam uma commoditie passaram a liderar uma transformação. Como a inovação está hoje inserida na pauta das empresas do setor?

GABRIELLA MICHELUCCI: As inovações da indústria de embalagens têm avançado constantemente.

Investimentos em pesquisa e em tecnologia estão nas pautas das indústrias produtoras das fibras e das embalagens, com o objetivo de produzir materiais mais leves,100% de fonte renovável e inteligente.

Precisamos desmistificar que o setor operava uma commoditie, cada embalagem tem um DNA exclusivo e único para cada cliente: dimensão, resistência, design e arte. Nosso objetivo é termos nossas embalagens para atender a grande maioria das necessidades da indústria e do comércio. https://empapel.org.br

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PESQUISA

ATENÇÃO ÀS ALTERAÇÕES DA RDC Nº 589/2021 DA ANVISA A RDC ALTERA RESOLUÇÕES ANTERIORES QUE TRATA DE SUBSTÂNCIAS, MONÔMEROS E POLÍMEROS EM CONTATO COM EMBALAGENS E EQUIPAMENTOS PARA CONTATO COM ALIMENTOS

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em 22 de dezembro a RDC no 589/2021, incorporando as resoluções do Mercosul GMC nº 19, nº 20 e nº 21 de 2021 e alterando as seguintes resoluções: a RDC nº 105 de 19 de maio de 1999, que detalha as disposições gerais para embalagens e equipamentos plásticos em contato com alimentos, a RDC nº 56 de 16 de novembro de 2012, que traz a lista positiva de monômeros, outras substâncias iniciadoras e polímeros autorizados para a elaboração dessas embalagens e equipamentos, e a RDC nº 88 de 29 de junho de 2016, que regulamenta materiais, embalagens e equipamentos celulósicos destinados ao contato com alimentos.

O QUE MUDOU? Em vigor desde 3 de janeiro com prazo de 12 meses para a adequação dos produtos, a RDC nº 589/2021 traz alguns impactos para o setor de embalagens para alimentos.

De forma prática e rápida, as principais mudanças foram:

Limite Passou de 8 mg/dm² para 10 mg/ dm² e de 50 mg/kg para 60 mg/kg, portanto o que estava aprovado não precisa passar por reanálise de migração total.

Aminas aromáticas O item 12 da RDC nº 589/2021 já estava estabelecido no item 5.3 das Disposições Gerais da RDC nº 326/2019, não sendo necessária então a reanálise de migração específica de aminas aromáticas.

Lista Positiva Substâncias novas foram inclusas, permitindo a formulação de novos materiais poliméricos e celulósicos.

Restrições e especificações Algumas substâncias tiveram restrições/especificações alteradas, em especial:  CAS n. 80-05-7, 2,2-bis(4-hidroxifenil) propano (=bisfenol A) ou (=4,4´isopropilidendifenol) ou (=4,4´-(1-metiletilideno) bisfenol): o limite passou de 0,6 mg/kg para 0,05 mg/kg, então, se o resultado de migração específica de Bisfenol A obtido anteriormente estiver acima de 0,05mg/

kg, é necessário reanalisar essa migração específica;  CAS n.108-95-2, Fenol: se na formulação há fenol, será necessário fazer sua migração específica, pois essa substância passou a ter limite de migração específica, que é de 3 mg/kg.

Considerando tais mudanças, devem ser submetidos à revisão crítica relatórios, declarações e documentos que citam as resoluções nº 105/1999 (especificamente o limite de migração total), nº 56/2012 e/ ou nº 88/2016. É preciso verificar se essas alterações impactam os resultados dos ensaios e/ou das avaliações de formulações dos produtos, embalagens e artigos plásticos ou revestimentos poliméricos.

Um artigo completo sobre o assunto elaborado pela pesquisadora Aline Brionisio Lemos será publicado em breve no Informativo Cetea a ser disponibilizado no link https://ital.agricultura.sp.gov.br/ cetea/informativo/busca

PAULO KIYATAKA Pesquisador do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital/Apta/ SAA

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FRONTEIRAS

BONITO É SER SUSTENTÁVEL A CIDADE SURPREENDE PELA BELEZA E PELAS PROPOSTAS CRIATIVAS PARA A SUSTENTABILIDADE

F

iz a feliz opção de visitar a cidade de Bonito no Mato Grosso do Sul em dezembro de 2021. Fiquei positivamente surpresa. Uma das melhores estruturas de turismo que conheci: agências, hotéis, parques, restaurantes, lojas com guias e equipes preparadas com vontade de entregar a todos uma excelente experiência.

Flamboiãs e acácias frondosas e floridas dão um colorido à cidade, fazendo um espetáculo à parte.

Nos parques, dezenas de espécies de pássaros e animais encantam a todos, principalmente as araras vermelhas e azuis, com o seu balé especial pelo céu de Bonito.

Muitos hotéis e residências já adotaram energia solar e outras medidas para redução de impacto ambiental, como a separação cuidadosa dos resíduos sólidos.

Conheci muitos tipos de contêineres como caçambas para a coleta de resíduos, principalmente em áreas rurais onde é inviável a coleta porta a porta. É comum adotar postos (locais) com caçambas para a entrega voluntária. Já havia visto os mais diferentes modelos desde alvenaria até caixas de madeira, porém foi a primeira vez que vi a adoção de contêineres flexíveis. Isso mesmo, a cidade utiliza big bags usados, montados em estruturas simples de

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FOTOS: FUTUREPACK

ferro, onde eles ficam abertos, prontos para receber os resíduos. Ainda tem um só tipo de contêiner para todos os tipos de embalagens que possam ser recicladas.

Obviamente, examinei vários deles e notei que a população entendeu os ícones que explicam o que pode e deve ser deixado ali.

Adorei a proposta: os big bags que seriam descartados são reutilizados, os contêineres são leves e fáceis de serem recolhidos, economizam e resolvem a questão.

Na área urbana da cidade, há contêineres menores e tradicionais em quase todos os lugares.

Algumas lojas entregam os objetos em saquinhos de papel kraft fechados com um palito de madeira!

Parece uma galeria de arte a céu aberto. As principais ruas de Bonito são decoradas com muitos objetos de arte produzidos por artesões locais. Estão enfeitando paredes, muros, postes e fachadas de lojas.

Havia mosaicos e pinturas muito interessantes por toda parte.

O conceito de economia circular está presente na cidade. A iluminação é feita a partir de garrafas usadas, abertas no fundo, com lâmpadas fixadas pelo bocal.

Os copos das bebidas servidas nos restaurantes eram também feitos a partir de garrafas de vidro, alguns com fosqueamento e gravação.

Até os copos para servir açaí e sorvete reutilizam garrafas.

Na loja da Avatim, os clientes que devolvem seus potes e frascos de vidros têm um desconto especial ou ganham um brinde: algum utensílio de vidro feito a partir deles mesmos. Imaginem minha alegria em ver uma proposta linda destas!

Procurei e descobri a origem destes objetos: era da “Casa dos Vidros”, um ateliê que recolhe garrafas e, até mesmo, copos quebrados e os ressignifica. Arte pela sustentabilidade. Maravilhosa iniciativa que transforma vidro em bijuteria, abajures, relógios, conjuntos de copos, xícaras, pires, pratinhos, e tantos outros objetos.

Transformar embalagens usadas através da arte é sustentável de verdade e nos três pilares: ambiental, econômico e social!

Parabéns pelas várias iniciativas e que elas se multipliquem, floresçam e façam o mundo cada vez mais Bonito!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

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A pouco menos de três meses de seu início, a Latamcan, que será realizada de 11 a 13 de maio de 2022, no Bourbon Atibaia Resort (SP), está a todo vapor com os preparativos.

Para se cadastrar, acessar:  Fabricantes de latas de metal: https://bdita.intertechamericas.com/ita/registered-canmakers.php  Fornecedores: https://bdita.intertechamericas.com/ita/registered-cansuppliers.php A Abralatas participará com a apresentação de abertura do Salão de 2 peças pelo seu Presidente Executivo, Cátilo Cândido, que apresentará "Desempenho e Expectativas sobre o Mercado de Latas no Brasil".

Já a Abeaço inaugurará o Salão de 3 peças, representado por sua Presidente Executiva Thais Fagury, que abordará o tema “Políticas de Resíduos Sólidos e Oportunidades para o Mercado de Latas de Aço”.

O Fórum de 2 peças será moderado por Doug Newman da DECOTECH que apresentará “Por que a indústria precisa de impressoras qualificadas e não de operadores – Entendendo para onde a impressão de embalagens de 2 peças é direcionada”.

Antonio Galhardo da Actega do Brasil será o moderador do Fórum de 3 peças e apresentará "Futuro dos Revestimentos para Embalagens Metálicas".

Marcos Basso, da Eastman Chemical do Brasil, e Thais Fagury, da Abeaço, participam com Galhardo do fórum.

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Os expositores da principal feira internacional de fornecedores para as indústrias de alimentos e bebidas garantirão maior eficiência, conforto operacional e segurança do produto através de uma série de inovações. Além disso, há um número crescente de formatos de embalagem elevando também os requisitos para a flexibilidade dos sistemas de envase asséptico.

As últimas atualizações técnicas permitem que as máquinas da indústria de bebidas se adaptem ao maior número possível de recipientes diferentes e encham os mais variados produtos – desde refrigerantes gaseificados até água. Passo a passo, os fabricantes de sistemas estão interligando os processos de produção com a ajuda de tecnologias digitais e inteligentes, para que as máquinas possam se comunicar e coordenar umas às outras com mais eficiência.

Também serão apresentadas soluções para a segurança dos produtos que incorporam o estado da arte da tecnologia asséptica, em esterilização úmida ou seca. Confira em: www.anugafoodtec.com

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COMPETITIVIDADE

PENSAR É PRECISO NAVEGAR PELO CONHECIMENTO, APRENDER A PENSAR CRITICAMENTE, PODE SER O INÍCIO DE UMA JORNADA MAIS COMPETITIVA

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ma canção que gosto muito é “Os Argonautas”, escrita por Caetano Veloso. Seu último verso, atribuído a Fernando Pessoa, é: “Navegar é preciso, Viver não é preciso ...”.

A frase, como publicada pela Universidade de Coimbra , foi pronunciada pela primeira vez no século I a.c., pelo general romano Pompeu, ao encorajar marinheiros receosos, com “Navigare necesse, vivere non est necesse”. No século XIV, o italiano Petrarca transformou a expressão na versão utilizada pelo poeta português.

Ainda no texto da Academia Portuguesa, navegar é uma viagem exata que, no passado se fazia com bússolas e astrolábios, e, hoje, com satélites e GPS. Em outras palavras, os navegantes consultavam os instrumentos, interpretavam o significado da leitura e tomavam a atitude mais adequada.

Vem daí o tema deste texto: navegar pelo conhecimento de cada produto e de cada processo, conhecer profundamente suas entranhas e pensar de modo objetivo, sem preciosismos, presume-se que dará vantagem competitiva àqueles que assim procederem. O caminho para a inovação poderá ser menos difícil.

No ranking 2021 “Global Innovation Index 2021” , os 10 primeiros colocados são países que oferecem boa formação das pessoas e utilizam a sua capacidade de conhecer os processos para desenvolver a tecnologia que os diferencia. Ouso imaginar que são populações que estruturam o raciocínio de forma mais objetiva.

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Não é minha pretensão fazer uma ode à educação. Seria “chover no molhado”. Apenas quero pedir ao leitor e à leitora, como um primeiro passo desse “pensar é preciso”, o especial favor de parar um pouco e refletir a respeito do que está ao seu redor. Pode começar com um simples “como funciona?” ou, então, “por que é assim?”. Depois, deve-se procurar explicações convincentes. Por exemplo, quais são a repetibilidade e a reprodutibilidade de um teste de transporte de embalagens colocadas num caminhão e enviadas a algum destino longínquo?

Estruturar respostas exige, além do conhecimento técnico, uma razoável estrutura lógica e capacidade de argumentação. Existem muitos textos recentes que orientam gestores e subordinados a desenvolver essa competência. Dado que há uma visível dificuldade para contratar talentos e isso pode acarretar perda de produtividade nos próximos anos, sugiro que eles sejam identificados e desenvolvidos no ambiente da empresa.

O segundo passo consiste em perguntar constantemente “e se? ”.

Isso permitirá construir cenários. Se o teste de transporte mostrar zero defeitos nas embalagens, pode-se considerar que estejam aprovadas? Como saber? É preciso formar pessoas capazes de encarar essas questões e incentivá-las a formular outras continuamente. A esse respeito sugiro a leitura do Discurso do Método de Descartes , com destaque para: “não basta aprender nas escolas as verdades tidas como de-

finitivas, porque, em geral, elas não resistem a nenhum exame mais cuidadoso e profundo”.

Em síntese, empresas que queiram compreender processos, otimizar custos, inovar, posicionar-se na vanguarda dos segmentos em que atuam precisam desenvolver, em todos os seus colaboradores, a capacidade de pensar criticamente e a competência para agir de forma correta e assegurar a longevidade.

Afinal, pensar é preciso, sobreviver, sim, é preciso!

__________________________________ Disponível em http://www.dominiopublico. gov.br/download/texto/jp000001.pdf, acesso em 13 de fevereiro de 2022.

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Disponível em https://bit.ly/3sHPd0E acesso em 14 de fevereiro de 2022.

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3 Disponível em https://www.wipo.int/edocs/ pubdocs/en/wipo_pub_gii_2021.pdf, acesso em 13 de fevereiro de 2022.

KORN FERRY - The Global Talent Crunch.

Disponível em https://www.kornferry.com/ content/dam/kornferry/docs/pdfs/KF-Futureof-Work-Talent-Crunch-Report.pdf, acesso em 13 de fevereiro de 2022

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5 Recomendo a leitura do livro E Se?, escrito por Randall Munroe, publicado em 2014 pela Companhia das Letras

DESCARTES, R. Discurso do Método, Tradução J.N.Franco; São Paulo: Ícone, 2006.

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ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com

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