ANO 31 | EDIÇÃO 384 | MARÇO 2022
EMBAQUIM,
40 ANOS, DE CASA NOVA Por Laura Canteiro e Renata Canteiro P.14
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#EconomiaCircular
EMBALAGEM NO MARKETING
COMPETITIVIDADE
BRASKEM E VALOREN INAUGURAM PLANTA DE RECICLAGEM MECÂNICA
EMBALAGEM ÉO PRODUTO
A EMBALAGEM E AS GUERRAS
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SUMÁRIO
14 ENTRE EM CONTATO COM A EMBANEWS NO WHATSAPP
ENTREVISTA AO COMPLETAR 40 ANOS, EMBAQUIM, EMPRESA PRECURSORA NA PRODUÇÃO DE BAG IN BOX NO BRASIL, INAUGURA SEDE PRÓPRIA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP). LAURA CANTEIRO E RENATA CANTEIRO FALAM SOBRE ESSA NOVA FASE, E DE SUA TRAJETÓRIA NO MERCADO DE EMBALAGEM
06 #EconomiaCircular 10 #EmbalagemFarmacêutica 12
EMBALAGEM NO MARKETING
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PESQUISA
20 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Mauricio R. Bordin Projeto Gráfico: FlyJabuti Design Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal
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A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990. Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.
As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização. Telefone: (11) 3060-8817 / WhatsApp 11+94721-4102 site: embanews.com e-mail: embanews@embanews.com linkedin.com/company/embanews instagram.com/revista_embanews facebook.com/Embanews
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BRASKEM E VALOREN INAUGURAM SUA PRIMEIRA PLANTA DE RECICLAGEM MECÂNICA DE PLÁSTICOS
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Braskem está inaugurando sua primeira planta de reciclagem mecânica de plásticos na cidade de Indaiatuba (SP), em uma parceria com a Valoren, empresa desenvolvedora de tecnologia e gestora de resíduos para transformação em produtos reciclados. O investimento é de R$ 67 milhões e a estimativa é de que a planta transforme anualmente cerca de 250 milhões de embalagens rígidas pós-consumo feitas de polietileno e polipropileno em 14 mil toneladas de resina de alta qualidade, para que voltem ao ci-
clo produtivo na forma de novas embalagens para produtos de limpeza, higiene pessoal e óleo lubrificante, no caso do polietileno, e em peças para a indústria automotiva e de eletrodomésticos, para o polipropileno. A planta já está na fase de comissionamento e pré-operação assistida. O valor faz parte de um aporte da Braskem de R$ 130 milhões em três projetos voltados à economia circular, que integra também o início da construção de um Centro de Desenvolvimento de Embalagens Circulares e o início da construção da primeira planta de reciclagem
Marcos Andriolo, da Valoren, Alexandre Barreto (sócio executivo da Valoren), Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul, Ferdinando Demarchi Neto (sócio executivo da Valoren), Cesar Mariano de Carvalho (engenheiro de projetos em Economia Circular da Braskem) e Cristiane Tolotti (gerente de projetos e processos em Economia Circular da Braskem)
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Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul
avançada no Brasil com tecnologia desenvolvida pela Valoren. “A planta de reciclagem mecânica foi concebida pela Braskem com a parceria da Valoren a partir de um arranjo inovador com equipamentos importados e nacionais com foco na produção de resina com qualidade para ampliar a utilização de produtos com conteúdo reciclado no país”, disse Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul. De acordo com Ferdinando Demarchi Neto, Sócio Executivo da Valoren, a planta é a concretização de um antigo sonho, de revalorização do plástico para a sociedade, e teve início há sete anos, estreitando a parceria com a Braskem, que possibilitou a união de tecnologia
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A Embaquim agora está com Sede Própria. Localizada em São Bernardo do Campo, contamos com um terreno de mais de 20 mil m², proporcionando 10 mil m² apenas de fábrica para toda qualidade e segurança de nossos produtos. A sede está repleta de área verde valorizada com árvores frutíferas, painéis solares, logística integrada e conforto, seguindo todas as Normas de Boas Práticas de Fabricação.
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/Embaquim @embaquim
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de ponta e processos bem planejados envolvendo as duas equipes. Para Alexandre Barreto, Sócio Executivo da Valoren, ambas as empresas se uniram por um propósito – chegar ao lixo zero, tanto em plástico rígido quanto flexível, e testar formas para que o plástico faça parte de fato da Economia Circular. “Eu diria que esta é uma das uma das melhores plantas de reciclagem de plástico do mundo e a melhor do Brasil e tomou forma através de três pilares: tecnologia, processos e parceria”. A nova unidade de reciclagem mecânica é totalmente alinhada às metas de ESG da Braskem. “A reciclagem é um dos caminhos da economia circular, e essa planta é a concretização dessa vertente, e está alinhada com o objetivo social, o ambiental e o econômico, de trazer resultados econômicos para as empresas através da reciclagem. Isso abre possibilidades de que mais e mais empresas façam investimentos em novas plantas e ao final não tenhamos mais resíduos no meio ambiente”, afirma Fabiana. As metas globais da Braskem envolvem a marca de 300 mil toneladas de produtos com conteúdo reciclado até 2025 e um milhão de toneladas até 2030, além da expansão do PE Verde. Um dos desafios da reciclagem do plástico é que a cadeia ofereça material com mais qualidade. “A partir do momento em há empresas na ponta demandando esse material com mais qualidade, e 8
empresas no meio valorizando esses materiais, há um movimento que puxa a cadeia, e consegue valorizar o plástico. Daí a importância desse trabalho com as cooperativas de fazer com que se valorize e se separe cada vez melhor o plástico lá na ponta. O resultado é menos ‘scrap’, menor custo de produção, todos ganham. Esse é um paradigma que deve ser quebrado na indústria e vários projetos da Braskem, como o anunciado recentemente com a Molécoola e com a SOMA, trazem o conceito de valorização dos resíduos”, diz Fabiana.
TECNOLOGIA DE PONTA NA RECICLAGEM A matéria prima que alimenta a planta é coletada principalmente nas regiões próximas. A Valoren tem programas de coleta em condomínios, na região de Indaiatuba, além de trabalhar com cooperativas e várias instituições. A planta é organizada em áreas: a primeira, em que são recebidos os fardos pré-selecionados de PE e PP, separados em famílias: coloridos, brancos e incolores, que vão para a etapa de moagem. A área molhada, em que se localiza a linha de lavagem dos flakes e eliminação de contaminantes, que conta com painel de controle que permite monitorar a regularidade do material produzido. E a área limpa, com grau de contaminação
mínimo, em que peletes limpos e secos saem ao final da linha de extrusão prontos para serem embalados. A linha de extrusão conta com três extrusoras em paralelo com silos homogeneizadores na entrada e na saída que garantem um material com variação mínima nas características da resina. A unidade dispõe ainda de um completo laboratório para avaliação das amostras e controle da qualidade que desempenha papel fundamental no processo. O próximo passo na parceria entre as duas empresas será a construção e instalação de uma unidade de Reciclagem Avançada, também conhecida como reciclagem química, no mesmo site da planta de reciclagem mecânica, em Indaiatuba. A nova unidade envolve um investimento conjunto de R$ 44 milhões, que deverá começar a operar no primeiro trimestre de 2023 e terá capacidade de produzir seis mil toneladas de produtos circulares por ano. “A Valoren tem ainda um outro projeto, que está sendo implantado em todo o Brasil. São 5 unidades que irão trabalhar diretamente no início da cadeia, fomentando e valorizando as cooperativas, os catadores, para que eles sejam os reais beneficiários por esse incremento no mercado de plásticos”, disse Ferdinando Demarchi. www.braskem.com.br; http://valoren.com.br
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A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES É O QUE NOS MOVE
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#EmbalagemFarmacêutica
Parceria possibilita desenvolvimento de bolsas de alta performance para vacinas
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s empresas Dow, Sartorius e Südpack Medica firmaram uma cooperação que visa apoiar o esforço internacional de vacinação contra o coronavírus por meio da fabricação de bolsas de bioprocessamento, componente essencial para garantir a segurança na produção e transporte global das vacinas COVID-19. Os produtos fabricados pela Sartorius, uma empresa internacional associada à indústria biofarmacêutica e ao setor de pesquisa, à base de filmes poliméricos da especialista em embalagens Südpack, por sua vez compostos por resinas da Dow, ajudam a produzir vacinas com segurança e eficiência para sua posterior distribuição em escala global. Por meio de bolsas de biorreatores estéreis, feitas de filmes multicamadas, com capacidade de até 2.000 litros, pode-se alcançar extraordinária rapidez, qualidade e flexibilidade no processo de desenvolvimento de vacinas e em sua produção comercial. As referidas bolsas são projetadas para permitir uma mistura de alta eficiência e alta transferência de oxigênio, e são ideais para culturas de células de mamíferos, cujos processos requerem alta densidade celular ou são baseados em microtransportadores. Sob certas condições - em biorreatores, por exemplo - as células produzem o agente necessário
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para a produção de vacinas contra o coronavírus. O sucesso da colaboração entre as três empresas se manifesta na forma de um processo estável e previsível, capaz de entregar um medicamento biológico seguro e confiável a pacientes em todo o mundo. Os sacos flexíveis “3D” são especialmente indicados para conter soluções estéreis e prontas para uso, e permitem armazenar e transportar grandes volumes de soluções biofarmacêuticas. Os referidos sacos constituem um contentor de uso único prático e seguro para manusear fluidos e satisfazem os requisitos de armazenamento e transporte em todas as etapas do processo. A tecnologia Sartorius favorece a produção de vacinas atuais e também é adequada para tecnologias emergentes. As bolsas de biorreatores e as bolsas 3D que produz são usadas por empresas
farmacêuticas para cultivar vacinas importantes, incluindo a do coronavírus. A tecnologia inovadora e os processos de P&D da Südpack, bem como os padrões de higiene e qualidade de seus filmes, fornecem a flexibilidade e a velocidade para responder às necessidades em rápida mudança da indústria farmacêutica, contribuindo para conter a pandemia. Filmes de biorreatores favorecem o comportamento reprodutivo de linhagens celulares sensíveis. A excelente viabilidade e densidade celular reduzem o risco de inconsistências ou perdas de lote e alcançam um alto grau de pureza do produto, melhorando a produtividade.
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EMBALAGEM NO MARKETING
EMBALAGEM É O PRODUTO
PARA O CONSUMIDOR, UMA COISA NÃO EXISTE SEM A OUTRA
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á décadas uma questão assombra aqueles que, como eu, sabem e conhecem bem a importância que a embalagem tem para os negócios. Nós sempre nos perguntamos por que as empresas brasileiras não percebem este valor, e por que ainda não utilizam de forma inteligente este recurso para potencializar o desempenho do produto no mercado e ajudar o negócio da empresa. Pesquisas realizadas por escolas e instituições do setor concluíram que os profissionais de embalagem na maioria das empresas pesquisadas estão dedicados à redução de custos da embalagem, ao invés de se dedicarem a utilizá-la de forma melhor: aproveitando com inteligência a contribuição que o investimento que a empresa faz neste item pode proporcionar, como por exemplo, a utilização da embalagem como ferramenta de marketing, veículo de comunicação e elo de conexão com a internet. A embalagem é uma poderosa ferramenta de competitividade que não pode mais ser utilizada apenas para “CARREGAR” o produto: ela precisa “AJUDAR” a impulsionar o negócio da empresa. Não faço aqui uma crítica aos profissionais de embalagem, que muitas vezes são forçados pelas demandas de seus emprega-
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dores. O nó da questão diz respeito ao porquê das empresas brasileiras não utilizarem todo o potencial de suas embalagens e, na maioria das vezes, nem sequer perceberem o valor que elas têm para seu negócio, tratando-a apenas como mais um custo de produção. Demorou, mas finalmente encontrei uma hipótese que pode nos levar a um entendimento melhor sobre esta questão: precisamos mudar a mentalidade que se estabeleceu nas empresas, que as fazem enxergar a embalagem apenas como o custo de um insumo de produção como os demais. Esse entendimento equivocado que faz com que as companhias entendam como produto apenas aquilo que elas fabricam, ou seja, aquilo que vai dentro da embalagem, que é entendida como um item fabricado numa outra empresa, que fica longe e que é acionada por seu departamento de compras. Eles não sabem que, para o consumidor, “a embalagem e o conteúdo constituem uma única entidade indivisível”, conhecida pelo nome de produto. Portanto, produto para o consumidor quer dizer a embalagem mais o seu conteúdo, uma vez que uma coisa não existe sem a outra. É neste entendimento truncado que reside o nó da questão. Não é fácil mudar mentalidades arraigadas, pois para que
isso aconteça, todo o setor de embalagem, as empresas e profissionais que atuam na cadeia, precisam se dedicar à mudança do “mindset” com a difusão de conhecimentos simples e úteis como o conceito de “Inteligência de Embalagem” apresentado a seguir, pois acreditamos que como ensinou o venerável Lao Tsé, “mais vale acender uma vela que maldizer a escuridão”. Não adianta ficar reclamando que as empresas não dão valor para a embalagem, que a consideram apenas um custo de produção e que estão obstinadamente dedicadas à redução de seu custo. Precisamos acender uma vela e lembrar em todas as oportunidades que, para o consumidor, o produto e a embalagem constituem uma única entidade indivisível. Além de lembrar a todos que esta entidade participa e interfere na percepção de valor que o consumidor forma sobre o produto. Quem sabe assim encontramos um ponto de partida para desatar esse nó.
FABIO MESTRINER Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM fabio@mestriner.com.br
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ENTREVISTA
EMBAQUIM ESTÁ DE CASA NOVA AO COMPLETAR 40 ANOS, EMPRESA PRECURSORA NA PRODUÇÃO DE BAG IN BOX NO BRASIL MUDA-SE PARA SUA SEDE PRÓPRIA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP)
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e uma ampla sala que se abre para um jardim repleto de árvores frutíferas, Laura Canteiro e Renata Canteiro, à frente da Embaquim, empresa considerada pioneira na produção de sistemas de embalagens bag in box no Brasil, nos contam com alegria sobre a nova casa, localizada no bairro da Pauliceia, em São Bernardo do Campo, município do Grande ABC paulista. A empresa que completou 40 anos no ano passado mudou-se de uma área de 9 mil m2 no mesmo município, para sua sede própria com 20 mil m2, em meados de dezembro, e já está em operação plena, com espaço para ampliações futuras. A Embaquim foi fundada por Ronaldo Lopes Canteiro em 1982, a partir de uma ideia que ele teve na fábrica de adesivos em que trabalhava. Ele observou que a embalagem utilizada para o adesivo era de difícil desenvase e viu no uso do bag uma solução para o problema e uma oportunidade de negócio. Ronaldo pesquisou e fez de uma garagem uma fábrica e com apenas duas máquinas iniciou a produção dos bags. Com sangue empreendedor nas veias, a empresa prosperou e mudou-se nos anos 90 para uma sede própria no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Lá, a empresa cresceu e adquiriu novas áreas próximas para a construção de galpões e um centro de distribuição.
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Foi por essa época, em 2008, que o Ronaldo, em visita a um cliente em Ponta Grossa (PR), veio a falecer em um acidente aéreo. Ele viajava em companhia de sua filha Renata, que já trabalhava com o pai havia 7 anos. “Foi o momento mais desafiador de nossas vidas e da vida da empresa”, conta Laura nesta entrevista a EMBANEWS. A Embaquim superou as dificuldades e hoje é líder no desenvolvimento de bolsas de 1.000 litros, além de um vasto portfólio de bobinas e sacos plásticos em estruturas variadas, embalagens plásticas flexíveis com válvulas rígidas (bolsas) de capacidade de 800 ml até 1.000 litros com diversas estruturas e várias opções de bocais e tampas. A empresa ainda se mudaria mais uma vez, em 2014, para São Bernardo do Campo, para uma planta maior, quando unificou todas as operações, melhorando toda a parte logística, antes de chegar à atual sede própria.
EMBANEWS: Conte-nos sobre a nova casa, o que agregou em termos de estrutura, e se houve aumento da capacidade de produção? RENATA CANTEIRO: Estamos muito felizes, primeiramente, mudamos para nossa sede própria, e estamos com 10 mil m2 de área fabril e 20 mil m2 de área
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total, o que nos permite pensar em uma ampliação futura. Por enquanto nossa capacidade de produção é de 300 a 350 toneladas/mês de resina. Outro ponto bastante positivo é o ganho na parte logística. São duas portarias, facilitando e muito o dia a dia de caminhoneiros, e a agilidade nas entregas. Nossa estrutura é composta por linhas de extrusão, corte e solda e acabamento, automáticas e manuais. Temos 175 colaboradores e mais uns 20 indiretos. EMBANEWS: A mudança de uma planta não é tarefa simples, que desafios encontraram? LAURA CANTEIRO: Uma mudança é sempre complicada. A que envolveu nossa ida do Ipiranga para São Bernardo em 2014, foi uma escola. Os preparativos começaram um ano antes, com o planejamento do cronograma das mudanças das linhas, ajudando os clientes a se programarem e se anteciparem, definir a sequência das linhas a serem transferidas, isso tudo envolveu um estudo bem detalhado na época, o que nos ajudou a adquirir a experiência necessária para esta nova mudança. RENATA CANTEIRO: Nosso principal investimento na mudança, excetuando a aquisição do prédio, foi no processo de adaptação da fábrica para o prédio novo, porque tivemos que refazer todo o piso, reformar telhado, parte elétrica, considerar todos os aspectos sanitários, em um cronograma que levasse em conta as necessidades dos clientes, de tal modo a não os deixar desabastecidos. O esquenta’ que fizemos há 7 anos, basicamente com a mesma equipe, ajudou-nos bastante dessa vez. EMBANEWS: A Embaquim fez 40 anos em 2021. Quando vocês olham para aquele momento mais difícil, que foi a perda do Ronaldo, o que acreditam ter sido importante para a empresa chegar até aqui?
LAURA CANTEIRO: Foi um momento bem difícil assumir a Embaquim de uma hora para outra. Eu não atuava diretamente na empresa, apesar de frequentar a fábrica e acompanhar os negócios. Nessa época a Renata já trabalhava com o pai havia 7 anos, na área da qualidade. Ela herdou do pai essa capacidade para os novos desenvolvimentos, e foi quem deu continuidade a essa área dali em diante. Acho que se não fosse por ela, por sua capacidade, talvez nossa história fosse diferente. Eu me lembro que o mundo passava por um tsunami, a crise de 2008, mas decidimos tentar. Reunimos os funcionários e dissemos: - O capitão se foi, mas nós estamos dispostas a seguir em frente - ao que eles responderam: - Nós vamos juntos. E estamos com a equipe até hoje! Tivemos a percepção clara de que a partir daquele momento nós não podíamos errar. Então para qualquer decisão, seja de um novo projeto, investimento, etc. tudo é sempre muito bem pensado e planejado, nos reunimos, eu, a Renata, o colegiado de diretores, para deliberarmos, prática que surgiu naquela época e permanece até hoje. RENATA CANTEIRO: E eu tive a retaguarda do Ronaldo, como ele sabia fazer de tudo, sempre fez tudo, ele nos delegava muita coisa, dando-nos confiança. Então quando ele nos deixou, apesar de tudo, conseguimos nos sentir encorajados para seguir adiante, e prontos para que cada um de nós desse o seu melhor. Uma das satisfações em se ter uma empresa é poder homenagear os ‘prata da casa’. No aniversário de 40 anos da empresa, dos 170 colaboradores, homenageamos 53 que tinham 10 anos de casa ou mais. É esse sentimento de realização pessoal de todos aqui dentro que, apesar das dificuldades, nos dá coragem para continuarmos, não titubearmos, passarmos por cima do medo. E isso é importante, porque quem quer ser empresário não pode viver só de certezas.
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EMBANEWS: Quais são hoje os principais mercados da Embaquim? RENATA CANTEIRO: Nosso carro chefe é o bag de 1.000 litros. Somos líderes no desenvolvimento dessa embalagem com a qual atendemos toda a indústria química, alimentícia, cosmética, de tintas, food service, nosso mercado é bem diversificado. Já a indústria agrícola utiliza mais os bags menores. É trabalhoso gerir uma empresa com o nosso perfil, é preciso ter bastante flexibilidade para atender mercados tão diferentes, mas quando há uma crise, as chances de se sair inteiro é maior. EMBANEWS: As exportações são relevantes para a Embaquim? RENATA CANTEIRO: Temos exportado de forma consistente, de 10% a 15% do nosso volume de produção, principalmente para a América Latina, e um pouco para a Tailândia, Japão, África do Sul, México, que hoje é o nosso principal mercado no exterior. EMBANEWS: Como a empresa viveu este período de pandemia? LAURA CANTEIRO: Foram várias fases. No começo foi o boom do álcool em gel, quando houve uma grande demanda das bolsas de 800 ml – período em que passamos de um turno para três turnos, e o aumento da demanda por material de higiene e limpeza, tanto para hospitais quanto para o mercado em geral. Buscamos novas alternativas e fomos nos adaptando, mas não interrompemos nossa produção. Para nós, foi um momento de grande atividade. RENATA CANTEIRO: Eu me lembro, no início, do 16
peso da responsabilidade em decidir por parar ou continuar as atividades. Havia ainda muitas dúvidas e um grande risco, mas a demanda se mantinha; enquanto um ou outro segmento parou, outros, como o food service para delivery, higiene e limpeza, tintas, estavam em crescimento. A partir da decisão de continuar a produzir, nos adaptamos rapidamente para tornar a operação o mais segura possível, e essa capacidade foi fundamental para garantir a continuidade da produção. EMBANEWS: Vocês sentiram o problema da falta de insumos? LAURA CANTEIRO: Acredito que assim como todo o mercado, tivemos o problema de falta de resina e também de papelão ondulado, além de um grande aumento de preços. EMBANEWS: E de quanto foi esse aumento? RENATA CANTEIRO: O aumento no preço da matéria prima plástica chegou a 52%. O papelão também teve um grande aumento. O mais desgastante é ter que negociar com os clientes todo esse aumento de preços. EMBANEWS: E agora, com a guerra da Ucrânia, como vocês estão avaliando o cenário? RENATA CANTEIRO: Com tudo o que já passamos, podemos dizer que estamos calejadas; este é um tipo de crise diferente, mas para nós, os efeitos são parecidos, alta de preços, escassez de matéria-prima, vamos ter que enfrentar mais essa. Mais um ano de desafios.
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LAURA CANTEIRO: Eu acredito que o empresário em qualquer parte do mundo tem um desafio muito grande hoje. São as condições climáticas, crises econômicas, recessão e agora, a guerra, quando você pensa que terminou uma crise, vem outra em seguida, temos que estar sempre preparadas. EMBANEWS: Como a sustentabilidade está inserida nas operações da empresa? RENATA CANTEIRO: Essa é uma questão que sempre teve minha especial atenção, talvez por conta da minha formação original, sou bióloga, e que nos preocupa desde o início. Agora, no novo espaço, poderemos viabilizar projetos como o de captação da água da chuva, utilização de painéis solares, compostagem de material orgânico, entre outras ações. Destaco o desenvolvimento do nosso projeto de recuperação de aparas de liner de alta barreira (vide box), que retornam para a extrusão e podem ser reaproveitadas em aplicações que não entram em contato com o alimento. Temos também um projeto de ter 100% das nossas embalagens produzidas com plástico renovável, mas ainda temos uma limitação de fornecimento da Braskem; essa é uma de nossas metas de sustentabilidade. Outra questão a que estamos atentas é a gover-
nança. Hoje 52% dos funcionários da Embaquim são mulheres. EMBANEWS: O bag pode ser reciclado ao final do seu uso? RENATA CANTEIRO: Pode-se dizer que a circularidade está dentro do conceito de bag in box. Mais de 90% da nossa produção de bags é em monomaterial, o que os torna facilmente recicláveis. E são materiais de grande interesse dos catadores. Por exemplo um bag de 1000 litros contém quase dois quilos de material colapsável que cabe em uma caixinha de 1 litro, sem contar a cinta de papelão ondulado que, para um bag de 1000 litros, vira 30 kg de papelão dobrável. EMBANEWS: Como veem os desafios para o futuro? LAURA CANTEIRO: Nós temos muitos planos; a nova fábrica já foi pensada para futuras ampliações, nunca estamos tranquilas, continuamente olhamos para o futuro, por mais intempéries que a gente enfrente, estamos o tempo todo prontas para novos desafios, e contamos com o equilíbrio das nossas decisões e o apoio de nossos funcionários, e sempre nos mantemos otimistas: vai dar certo! E tem dado certo! www.embaquim.com.br
PROJETO EMBAQUIM DE RECICLAGEM DE APARAS DE FILMES BARREIRA O projeto foi desenvolvido pela Embaquim para possibilitar a reciclagem de aparas dos filmes multicamada de alta barreira utilizados nos liners, compostos por PA/ EVOH/PE, sendo viabilizado com o uso da linha de aditivos compatibilizantes da empresa IQX. A linha de aditivos compatibilizantes IQX tem a finalidade de unir as cadeias quebradas dos plásticos gerando resinas recicladas com melhores propriedades mecânicas, permitindo seu retorno ao processo produtivo em aplicações com maior valor agregado, impulsionando a economia circular. Tais aditivos homogeneizam diferentes polímeros e materiais (fibras, cerâmicas, etc), uniformizam o índice de fluidez e conferem melhores propriedades à resina reciclada. Os compatibilizantes são apresentados na forma de masterbatch que pode ser aplicado nos Polietilenos (PE), Polipropilenos (PP), EVA ou Poliamida (PA). Após testes iniciais de laboratório considerados muito satisfatórios, realizados em meados de 2019, a empresa partiu em busca de um parceiro com capacidade técnica para executar a recuperação. No início de 2021, a Embaquim consolidou o processo para recuperação das aparas multicamadas, com aditivos fornecidos pela IQX e mão de obra fornecida pela WX8. O processo de recuperação resultou em uma resina reciclada com boas propriedades, apta a ser aplicada na extrusão de filmes, substituindo parcialmente a resina recuperada monomaterial.
Desde o início de 2021, já foi possível recuperar 15.000 kg de aparas multicamada, o que representa o equivalente a 27,4 ton de CO2 a menos na atmosfera. Em resposta aos resultados positivos, novos ensaios estão em andamento, agora com os aditivos incluídos diretamente na estrutura multicamada. Este avanço vai permitir a reciclabilidade das aparas e também das embalagens pós-consumo, sem a necessidade de recorrer a empresas especializadas para conversão desta estrutura.
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EMBALAGENS PARA O COMÉRCIO ELETRÔNICO ANÁLISE COMPARATIVA DE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DAS EMBALAGENS
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comércio eletrônico de bens de consumo já era uma modalidade de vendas bem estabelecida no mercado há cerca de uma década. Com o advento da pandemia da Covid-19 a partir de 2020, essa prática, em forte expansão, está se consolidando. E seu ambiente de distribuição, por onde os bens de consumo circulam, apresenta características particulares: uma vez concretizada a venda, o grande desafio é fazer com que os produtos sejam corretamente despachados e entregues em segurança e em perfeitas condições de uso ao consumidor final. Assim como nos canais tradicionais de distribuição, é interessante realizar uma avaliação prévia do desempenho do sistema de embalagem utilizado no comércio eletrônico a fim de conhecer os pontos de fragilidade e atuar no sentido de corrigi-los e prevenir falhas. Os benefícios dos ensaios prévios de performance em embalagens para transporte são bem conhecidos e comprovados, mas, uma vez que se tenha decidido pela sua realização, levanta-se a questão sobre qual protocolo é mais eficiente e eficaz em cada situação. As particularidades do comércio eletrônico sugerem a necessidade de estabelecer condições específicas de ensaio. Por isso foram editadas duas normas que tratam especificamente do modelo de transporte de carga individualizada (parcel delivery): ASTM D7386 e ISTA 3A. Ambas servem de guia para avaliação de embalagens de distribuição, com solicitações e intensidades usualmente observadas na prática, caracterizando o uso da simulação generalizada. Seu objetivo final é avaliar a capacidade da embalagem e do produto em suportarem as solicitações do transporte. O primeiro passo é classificar as embalagens de acordo com seus formatos e dimensões, uma vez que tais características definem a sequência de ensaios a serem realizados.
As duas normas adotam os seguintes parâmetros e critérios: • pequenas • alongadas • planas • padrão Antes de iniciar os ensaios, é necessário definir quais serão os critérios de aceitação do produto/embalagem ao final e a amostra deve ser a mais próxima do real possível. Na Tabela 1, é indicada a sequência de ensaios que é aplicada em cada uma das normas. Para efeito de comparação, consideramos apenas as embalagens classificadas como padrão. Aos outros tipos de embalagem se aplicam alguns ensaios complementares.
O artigo completo será publicado no Informativo Cetea: https://ital.agricultura.sp.gov.br/cetea/publicacoes __________________________________________ Referências Bibliográficas ASTM INTERNATIONAL. D7386-16: standard practice for performance testing of packages for single parcel delivery systems. West Conshohochen: ASTM, 2016. 10 p. INTERNATIONAL SAFE TRANSIT ASSOCIATION. Ista 3A 2018: packaged-products for parcel delivery system shipments. 70kg (150 lb) or less. In: ______. Ista Resource Book 2021. East Lansing: ISTA, 2021. 27 p.
MAURICIO R. BORDIN Pesquisador Científico da área de Transporte e Distribuição do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea/ Ital/SAA) 18
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ÁFRICA DO SUL: CONTRA ESTEREÓTIPOS
UMA REFLEXÃO SOBRE A FALTA DE COMUNICAÇÃO COM A MAIORIA NEGRA NAS EMBALAGENS
A
tualmente muito se fala em promover a diversidade e a inclusão. Neste Fronteiras, gostaria de mostrar as embalagens da linha “Oh So Heavenly” e provocar uma reflexão. Em 2019, a Statistics South Africa (Stats SA) estimou a população em quase 60 milhões de pessoas. A população negra africana era majoritária (47,4 milhões), representando aproximadamente 81% do total. A população branca foi estimada em 4,7 milhões, a população de cor amarela e parda em 5,2 milhões e a população indiana/asiática em 1,5 milhão. Porém ao visitar os grandes pontos de venda (supermercados e drugstores) das principais cidades, como Cape Town, Johanesburg, Pretória e Durban, notei que ainda há poucos produtos “dedicados” à população negra. A linha de produtos “Oh So Heavenly” (tão celestial) foi especialmente desenvolvida para ser comercializada na maior rede de drugstores da África do Sul, a Click’s. A Click’s já conta com 632 lojas, incluindo as recentemente adquiridas da rede de supermercados
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PicknPay e está presente em todo país e agora também na Zâmbia. A linha “Oh So Heavenly” concorre diretamente com produtos clássicos da Unilever, Beiersdorf e Procter&Gamble, como Nivea, Dove, Seda, Tresemmé, entre outros. Os produtos da linha têm um preço menor e com isso ganham escala, competindo com as grandes marcas de forma próxima. Presente no mercado há mais de 20 anos, as embalagens sofreram poucas mudanças, seguindo o conceito das líderes internacionais e mantendo o design, seja no formato, cores e tipologia. Dentro da linha há produtos infantis, para corpo, cabelo e face. Uma das sublinhas da marca é a de produtos que oferecem hidratação e perfume associados a paraísos exóticos como Egito, Marrocos e Tailândia. Oferecem creme de mão em bisnagas e potes e frascos para loção de corpo e body splash. As ilustrações remetem a flores e potes antigos. Os frascos usam decoração por rótulos autoadesivos com no label look, o que ficou muito delicado. Surpreende o fato de os produtos de higiene pessoal não fazerem referências às pessoas negras,
esmagadora maioria, mesmo nos produtos para cabelos. Apenas embalagens de fraldas têm fotos de crianças negras. A impressão que fica é que optam por seguir as linhas internacionais, oferecendo produtos com “amplo espectro” que possam atender a todos. Diferente do que já vemos por aqui com produtos, até mesmo de empresas multinacionais, com variantes específicas para consumidores negros, como o xampu Seda e curativos específicos para pele negra lançados pela J&J. Talvez pelo desejo de esquecer as feridas do regime do Apartheid, mesmo após 25 anos extinto. Que brancos, negros, amarelos possam conviver juntos cada vez melhor, assim como as cores das embalagens, uma complementando a outra. Que possamos ter um mundo melhor.
ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br
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A embalagem e as guerras NEM TODAS AS GUERRAS SÃO COM ARMAS DE FOGO, HÁ OUTROS COMBATES, MAS EM TODOS ELES, A EMBALAGEM É FUNDAMENTAL
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mília no livro A Chave do Tamanho, de Monteiro Lobato: “Esta guerra já está durando demais, e se eu não fizer qualquer coisa os famosos bombardeios aéreos continuam, e vão passando de cidade em cidade, e acabam chegando até aqui. Alguém abriu a chave da guerra. É preciso que outro alguém a feche”. No livro, a personagem viaja até a sala das chaves e, inadvertidamente, mexe naquela que regula o tamanho das pessoas, que ficam menores. “Mas a guerra acabou! Ah, isso acabou! Pequeninos como eu, os homens não podem mais matar-se uns aos outros, nem lidar com aquelas terríveis armas de aço”. “A situação era tão nova que as suas velhas ideias não serviam mais”. Recomendo a leitura. É uma lição para os tempos atuais. É desnecessário definir guerra. Todos sabem que existem, como começaram mas desconhecem como encerrá-las. Por isso, cada um deve contribuir, com o mínimo que seja, para minimizar seus efeitos. Ouso classificá-las em dois tipos: as que se valem de armas de fogo para aniquilar adversários, tomar territórios etc, e as que se valem de outros equipamentos para combater a fome e as doenças, ajudar necessitados ou minimizar impactos ambientais causados pela voracidade destruidora característica da espécie humana. Sugiro que os leitores assistam ao vídeo “Médicos Sem Fronteiras - Faça parte dessa história” disponível no endereço https://bit.ly/3CXyStw para visualizar parte das consequências da ação do homem.
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São muitas as guerras sem armas de fogo em andamento. Seriam necessárias algumas páginas da EMBANEWS para enumerá-las. Cito algumas delas e destaco a importância da embalagem para fazer com que o conteúdo chegue protegido ao seu destino de modo a evitar perdas e “ensinar” a maneira adequada de evitar desperdícios: Fome crescente (é incrível, mas o número de pessoas com fome, vivendo com muito pouco, aumenta a cada dia): nas épocas de paz e de conflitos, a embalagem é o principal instrumento para disponibilizar alimentos ao redor do mundo, com as respectivas orientações de consumo; COVID: oferecer vacinas aos mais distantes pontos do mundo e orientar sua aplicação; Batalhas para salvar a história: os ucranianos em Lviv “embalaram alguns dos seus principais monumentos” para protegê-los dos estilhaços dos bombardeios (veja no link http://glo.bo/3D3rQnk) 1 ; Meio Ambiente: o acúmulo de resíduos de embalagens em pontos específicos dos oceanos gera manifestações ao redor do planeta. É incrível, mas a mídia dá mais ênfase a esse fato do que aos lixões, ao esgoto não tratado e à perda de água potável pelas tubulações durante a sua distribuição até o consumo. A indústria precisa envidar esforços para desenvolver embalagens com inteligência, de modo que possam ser recicladas, reutilizadas, desmontadas e sejam meio de informação e de educação das pessoas, especialmente onde grassam a desinformação, o fanatismo e o analfabetismo funcional.
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Guerrear requer visão sistêmica para entender o todo e encontrar os pontos chave para chegar à vitória. Ações isoladas geram reações inesperadas e, quase sempre, incorretas. De nada adianta recorrer ao passado para justificar invasões de países vizinhos. Da mesma forma, não é correto assumir que uma determinada prática (descarte irresponsável, por exemplo) é imutável porque está incorporada ao cotidiano das pessoas (ninguém lê as instruções nem as bulas dos remédios) e, portanto, é melhor (leia-se mais fácil e mais barato) proibir o uso de um tipo de material do que educá-las de forma contínua e consistente. Em tempos de guerras, variadas e intermináveis, com escassez de recursos, é essencial aprender a viver com menos, com a criatividade para explorar novas possibilidades e praticar a contabilidade ambiental de modo a chegar nas melhores soluções. As oportunidades para vencer os conflitos citados estão aí pedindo para serem exploradas. Como disse a Emília, “Alguém abriu a chave da guerra. É preciso que outro alguém a feche”. No entanto, é preciso fechar a chave certa! __________________________________ Disponível em https://oglobo.globo.com/ mundo/guerra-na-ucrania-diante-do-temor-de-ataques-russos-lviv-protege-patrimonio-cultural-1-25421226 acesso em 14 de março de 2022
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ANTONIO CABRAL
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com
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