EMBANEWS Nº 386 - Maio 2022

ANO 31 | EDIÇÃO 386 | MAIO 2022

LATA DE AÇO LOJA DA LATA CONQUISTA OS PEQUENOS E MÉDIOS NEGÓCIOS, POR DANIEL SPEICYS

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#Sustentabilidade

#InsumosParaRótulos

COMPETITIVIDADE

AS METAS GLOBAIS DE SUSTENTABILIDADE DA BEIERSDORF

INVESTIMENTOS AUMENTAM PRODUÇÃO

INICIATIVAS CIRCULARES

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SUMÁRIO

14 ENTRE EM CONTATO COM A EMBANEWS NO WHATSAPP

ENTREVISTA LOJA DA LATA, STARTUP DA BRASILATA, ABRE NOVOS MERCADOS PARA A LATA DE AÇO, ATRAVÉS DA IMPRESSÃO DIGITAL E DOS NEGÓCIOS DIGITAIS, POR DANIEL SPEICYS, GERENTE GERAL

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EMBALAGEM NO MARKETING

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PESQUISA

20 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006) Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Joyce Borghetti Pitta Projeto Gráfico: FlyJabuti Design

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A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS. © Direitos Reservados Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização.

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#Sustentabilidade

METAS GLOBAIS DE SUSTENTABILIDADE AVANÇAM NA BEIERSDORF

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globais envolvidos para garantir Beiersdorf, holding alemã não só o cumprimento de nossas dona das marcas NIVEA metas, mas, também, a sua revisão e Eucerin, com 140 anos constante sempre que enxergarmos de expertise nos cuidados com a pele, assumiu, em 2020, uma oportunidades de melhorias”, explica Francine Motter, gerente de Susnova Agenda de Sustentabilidade na qual firma compromissos para tentabilidade da BDF NIVEA. encontrar soluções para os principais desafios sociais, ambientais e de governança, com base em 12 objetiREDUÇÃO DAS EMISSÕES vos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 da OrganizaA Beiersdorf está transformando ção das Nações Unidas (ONU). as operações em toda a sua empresa “Nossa Agenda de Sustentabilie toda a cadeia de valor para reduzir dade conta com um planejamento as emissões sempre que possível. ambicioso de ações previstas até A redução da pegada de CO2 de 2030, levando nossa missão de cuiseus produtos tem um papel fundado e legado adiante. O propósito damental para a transformação da Cuidado Além da Pele reforçou ainempresa: até agora, as emissões abFrancine Motter, gerente de da mais nossa relação com o meio Sustentabilidade da BDF NIVEA solutas de CO2 foram reduzidas em ambiente e consumidores”, afirma 12,7% entre 2018 e o final de 2021.

Christian Goetz, presidente da NIVEA no Brasil.

Até 2025, este número deve chegar a 30% em termos “A Agenda de Sustentabilidade Cuidado Além da absolutos.

Pele, da Beiersdorf, possui metas globais para fortaleOs primeiros produtos com 100% dos impactos clicer a nossa jornada sustentável. Neste processo, os ODS, máticos neutralizados foram lançados em abril do ano da ONU, foram fundamentais para entendermos onde passado. “Trata-se da linha de géis de banho NIVEA, estávamos e qual patamar vislumbramos alcançar nos com cerca de 30 produtos diferentes, que é produzida próximos anos. Os resultados são avaliados localmene comercializada na Alemanha desde o ano passado. te e as melhores práticas e experiências são comparEles têm uma pegada de CO2 significativamente redutilhadas com toda a rede global de Sustentabilidade zida e as emissões restantes são equilibradas por meio da Beiersdorf. Nossa agenda é coletiva, de longo prazo de projetos climáticos certificados, por ora, todos localie com muitos desafios. Temos times internos locais e zados no hemisfério sul. Há projetos para, nos próximos

Entre as metas ambientais para conquistar até 2025, estão: • Reduzir em 50% o uso de plástico novo; • Reduzir em 30% a emissão de gases do efeito estufa em toda a cadeia; • Neutralizar as emissões de carbono até 2030, por meio da compensação ou compra de créditos; • Reduzir em 25% o consumo de água na produção; • Reduzir em 30% a geração de resíduos ao incluir ao menos 30% de resina plástica pós-consumo nas embalagens • 100% das embalagens refil, reutilizáveis ou recicláveis; • Todos os ingredientes renováveis de fontes sustentáveis e desmatamento zero 6

anos, lançar mais produtos com 100% dos impactos climáticos neutralizados facilitando o processo de escolha dos nossos consumidores”, explica Francine. A empresa apoia projetos climáticos certificados, que levam à absorção de CO2 de formas naturais, por exemplo, por meio de florestamento.

SUSTENTABILIDADE NA MANUFATURA As fábricas da Beiersdorf em todo mundo têm compromissos específicos para reduzir o impacto ambiental.

“No Brasil, temos um grande compromisso com a fábrica da Beiersdorf em Itatiba (SP), uma das principais plantas do grupo. Em 2020, lançamos a iniciativa “Sustentabi-

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lidade na Manufatura”: uma equipe multidisciplinar analisa o consumo de recursos envolvidos nos processos produtivos e implementa iniciativas para melhorar a eficiência energética, hídrica e, ainda, projetos para redução de geração de resíduos. Este projeto abrange todas as 17 unidades de produção e nos dará suporte para atingir as metas relacionadas às mudanças climáticas, gestão hídrica e resíduos até 2025”, conta Francine.

Os resultados locais são compartilhados com a rede global, destacando os exemplos de melhores práticas e as medidas são então implementadas o mais rápido possível. Até 2025, a fábrica no Brasil terá a implementação de planos para redução de consumo de água na produção, assim como na geração de resíduos. Atualmente, 100% dos resíduos são reutilizados, reciclados ou recuperados energeticamente.

Fábrica da Beiersdorf, em Itatiba (SP)

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AS INICIATIVAS EM EMBALAGEM Dentro das metas globais até 2025 (vide box), a abordagem da embalagem é feita dentro dos “4R” de sustentabilidade: reduzir, reciclar, reutilizar e substituir (do inglês “replace”). “Projetamos nossos conceitos de embalagem com conteúdo reciclado e reciclabilidade em mente e, sempre que possível, usamos materiais reutilizados ou materiais que podem ser reciclados no final do uso”, diz.

Entre alguns exemplos de ações implementadas no mercado nacional, está o portfólio de embalagens de papelcartão de fontes 100% renováveis certificado com o selo FSC. “Temos um grande lançamento que acabou de chegar ao Brasil.

A linha Natural & Essencial tem soluções mais naturais e dá continuidade à nossa missão de impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade”, afirma Francine. São dois hidratantes corporais com fórmulas com 98% de ingredientes de origem natural e embalagem com 50% menos plástico, comparado com as embalagens das linhas regulares da marca, desenvolvidas com tecnologia inovadora que per-

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O futuro começa em nossas cabeças Descubra nossas inovaçÕes sustentáveis krones.com.br

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#Sustentabilidade

Entre as iniciativas sustentáveis no Brasil, lançamento da linha Natural & Essencial, embalagens com 50% menos plástico, com tecnologia inovadora que permite ser enrolada até o final

mite ser enrolada até o final. E, ainda, dois sabonetes em barra com 99% de ingredientes de origem natural, fórmula vegana com um mínimo de ingredientes sintéticos, em papel cartão de fonte renovável certificada.

Outras iniciativas incluem linhas de sabonetes líquidos, que possuem refis em embalagem econômica com redução de 76% de plástico (quando comparadas com a embalagem em garrafa).

As águas micelares têm embalagens feitas de 96% de material reciclado, com exceção das tampas e rótulos.

Os lenços de limpeza também contam com embalagens com 45% de material reaproveitado de sucata da produção de papel alumínio, exceto a etiqueta de selagem, além de serem biodegradáveis. “Essas iniciativas contribuem para redução da pegada de carbono e, ao mesmo tempo, para a redução no consumo de plástico novo, promovendo uma cadeia de suprimentos cada vez mais circular”, ressalta Francine.

de carbono é recolhido em locais como, por exemplo, chaminés industriais e outras fontes e desviado para um biorreator, onde é, então, fermentado e processado em etanol para uso cosmético. A fórmula do novo hidratante NIVEA MEN Climate Care tem um efeito calmante na pele e uma sensação de hidratação refrescante. Esta é a primeira marca no mundo a utilizar a tecnologia de utilização de Captura de Carbono e deve chegar às lojas na Alemanha a partir de junho. “Combinamos nossa experiência em pesquisa e desenvolvimento com as mais recentes tecnologias para chegar a este resultado. O hidratante contém 14% de etanol obtido por métodos alternativos. Além disso, a fórmula é 100% livre de microplásticos, silicones, óleos minerais e derivados de PEG/PEG. Este produto também tem 100% dos impactos climáticos neutralizados e é fabricado com eletricidade de fontes 100% renováveis. A fórmula é 99% biodegradável, com embalagem totalmente reciclável”, explica Francine.

A PRIMEIRA MARCA A ADOTAR A TECNOLOGIA DE UTILIZAÇÃO DE CAPTURA DE CARBONO Na Alemanha, a Beiersdorf lançará o NIVEA MEN Climate Care Moisturizer, um hidratante facial masculino com Tecnologia de Utilização de Captura de Carbono (CCU) e etanol contido na fórmula obtido a partir do dióxido de carbono reciclado.

Esta é uma iniciativa pioneira da Beiersdorf no mundo. O dióxido 8

Retorna Machine engaja equipes Para incentivar o engajamento das equipes, a fábrica possui a Retorna Machine, uma máquina de descarte de embalagens NIVEA para resíduos de cosméticos pós consumo, incluindo o aerossol (considerado um item perigoso), associada a um programa de bônus.

Assim, os colaboradores ganham uma pontuação a cada embalagem descartada e trocam por descontos em diferentes serviços. “Por enquanto, a Retorna Machine é um projeto interno. Não desconsideramos a possibilidade de torná-lo um programa externo em pontos de varejo e/ou condomínios e escolas no futuro, mas são necessários estudos criteriosos sobre a viabilidade e logística. Nesse momento, estamos em contato com diversos parceiros potenciais e abertos a propostas para entender o que melhor se adapta aos nossos desafios no Brasil”, diz Francine.

O conceito de retorno de embalagens de produtos da Beiersdorf no varejo já foi utilizado em Hamburgo, na Alemanha, em parceria com uma das maiores redes de drogaria locais, porém, sem atrelar a programas de benefícios. Os materiais coletados foram processados e transformados em novos frascos reciclados de produtos NIVEA.

Nivea Men Climate Care

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A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES É O QUE NOS MOVE

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#InsumosParaRótulos

EMPRESA INVESTE PARA AMPLIAR A PRODUÇÃO E REDUZIR PRAZO DE ENTREGA

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transformação do mercado brasileiro nos últimos dois anos levou a Promaflex, maior fabricante de filmes de proteção de superfícies da América Latina, a alterar radicalmente a linha de produção do IMPER, filme de laminação com adesivo acrílico, que impermeabiliza as impressões de rótulos e etiquetas. Com a mudança, que incluiu a compra de um novo equipamento para ampliar em 50% a fabricação, o prazo de fabricação foi reduzido para até 48 horas, pronto e disponível para retirada ou despacho, um período bem mais curto que o adotado anteriormente, de 7 a 10 dias.

O IMPER é uma fita de polipropileno com adesivo a base de acrílico. A Promaflex fornece o produto para os fabricantes dos rótulos e etiquetas e é uma das empresas líderes deste mercado.

“Os fabricantes de rótulos e das etiquetas trabalham com estoque zero, já que cada produto é customizado e tem uma medida específica. Por isso, quanto mais ágil formos na entrega do insumo, mais rápido as etiquetas, impressas e laminadas, chegarão

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Sede da Promaflex em Taboão da Serra(SP), onde funciona o parque industrial.

aos clientes finais”, destaca o presidente, sócio e fundador da Promaflex, Márcio Velletri.

“A pandemia gerou dificuldades adicionais para os fabricantes de rótulos e etiquetas. As empresas que resistiram à crise precisam reforçar o caixa rapidamente. Por isso, é tão importante esta mudança que adotamos”, complementa Cristiano Martins, gerente da planta industrial da Promaflex que produz o IMPER.

“Houve uma diminuição na casa de 30% dos clientes em carteira, empresas que deixaram de existir por conta da crise”, ressalta o gerente comercial da Promaflex, Douglas Barbosa.

Para ganhar mais agilidade na fabricação, a Promaflex adquiriu um novo equipamento no final do ano passado, uma rebobinadeira automática, que é destinada prioritariamente para a fabricação do insumo. Com isso, foi possível am-

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pliar em 50% a produção do IMPER, que até então era de 220 mil metros quadrados por mês.

A empresa também investiu na melhoria da logística de entrega do produto. “Com uma produção em crescimento e mais agilidade na entrega, devemos ganhar uma fatia ainda maior deste mercado no Brasil, consolidando a nossa posição de liderança”, afirma Márcio Velletri.

A linha IMPER possui três itens: R03, material com acabamento brilhante; R04, com acabamento fosco; e o R06, um grande diferencial da Promaflex que, através de um tratamento especial na camada externa, possibilita que os clientes gravem, após a etiqueta pronta, uma data de validade, por exemplo.

MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DE CUSTOS A empresa adotou recentemente medidas inteligentes e inovadoras de redução de custos para enfrentar a alta generalizada de itens essenciais em sua linha de produção, como energia elétrica, gás e derivados de petróleo. A economia chegou, em alguns casos, a 35%, o que tornou a empresa mais competitiva e sustentável.

Com relação à energia elétrica, a solução foi migrar para o sistema de mercado livre. “A redução nos custos alcançou 15%. Além disso, conquistamos outros benefícios, como a previsibilidade no orçamento e poder de escolha do fornecedor”, explica o presidente e sócio fundador da Promaflex, Márcio Velletri.

A Promaflex também optou por mudança no fornecimento de gás, outro item essencial na linha de produção, localizada na cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Ao invés de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), passou a utilizar Gás Natural (GN).

A empresa também fez a troca de motores de parte dos maquinários por novos de maior performance e adotamos fornos de alto rendimento, com gasto otimizado de energia. “A Promaflex possui uma fábrica que trabalha em três turnos, onde as máquinas extrusoras, que são o coração do negócio, funcionam de forma contínua. Ou seja, 24 horas de funcionamento dos equipamentos, que produzem ao redor de 400 toneladas de material/mês na unidade.

A racionalização do consumo proporcionou redução significativa no custo de energia”, disse o presidente Márcio Velletri.

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EMBALAGEM NO MARKETING

Foto: Fabio Mestriner

SUAS EMBALAGENS AJUDAM O NEGÓCIO DA SUA EMPRESA OU SÃO APENAS CUSTO? OU, QUAL O PAPEL DA EMBALAGEM NO NOVO CENÁRIO COMPETITIVO?

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ivemos num novo cenário competitivo no qual mudanças importantes aconteceram num espaço de tempo tão curto como nunca havíamos vivido.

Guerras e pandemias servem apenas para dramatizar esta nova realidade, mas o que realmente impulsionou as mudanças foi a internet; ela revolucionou as comunicações e os negócios de uma forma tão intensa que ainda está sendo avaliada para que se compreenda o alcance das mudanças que provocou no cenário da competição entre empresas e produtos.

Sem dúvida um cenário desafiador que nos estimula a pensar diferente e olhar o mundo com novos olhos pois os que tínhamos antes foram embaçados por tantas mudanças.

A parte que me toca neste tema é tentar entender como mudanças tão drásticas impactaram a embalagem e alteraram as funções que elas tinham antes. Na verdade, não apenas altera-

ram as funções já existentes como introduziram novas funções.

A mais dramática delas a meu ver é o entendimento a que cheguei sobre o novo papel que a embalagem passou a obrigatoriamente representar, ou seja, no novo cenário competitivo ela não pode mais ser utilizada apenas para carregar ou entregar o produto, a embalagem precisa cada vez mais ser uma ferramenta de competitividade que ajuda o negócio da empresa.

Philip Kotler na palestra de divulgação de seu livro Marketing 3.0 que fez em outubro de 2010 para os professores da ESPM afirmou que o “Marketing está se tornando menos efetivo” e que as empresas precisarão cada vez mais de profissionais capazes de fazer mais com menos recursos.

O decano do Marketing brasileiro, meu amado e saudoso mestre Professor Francisco Gracioso, afirmou no prefácio que escreveu para o meu primeiro livro “Como profissional de marketing, se eu tivesse um único cartucho para

gastar com o meu produto, eu o gastaria com a embalagem”.

Mais recentemente, quando escreveu o prefácio para o e-book que acabo de publicar, o professor Gracioso acrescentou: “Se me pedissem para resumir em uma frase o papel e a importância da embalagem no marketing de hoje, eu diria simplesmente que sem ela o marketing moderno não seria possível”.

Sábias palavras de um mestre visionário que sempre esteve com o olhar à frente de seu tempo.

Esta introdução reforça a visão dos grandes especialistas sobre a importância da embalagem no esforço de marketing e como ela pode se tornar uma poderosa ferramenta de competitividade. Isso é ainda mais verdadeiro quando a empresa se dispõe a utilizar todos os aspectos da contribuição que ela pode oferecer para ajudar o negócio, retirando deste ativo a visão operacional que o coloca apenas como um insumo de produção e um custo na composição do produto.

O conceito de “Inteligência de embalagem”, que venho trabalhando há alguns anos e que agora ganhou a estrada nos treinamentos que venho fazendo Brasil a fora, é um conceito bem simples e funcional. Ele visa levar às empresas este novo entendimento sobre o poderoso recurso que elas têm dentro de casa a custo zero, uma vez que o custo da embalagem já está embutido no custo final do produto.

Este artigo continua na próxima edição.

FABIO MESTRINER Designer, Professor e Escritor Professor Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM Tela do Powerpoint que Phillip Kotler apresentou aos professores da ESPM

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fabio@mestriner.com.br

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ENTREVISTA

LATA DE AÇO CONQUISTA OS PEQUENOS E MÉDIOS NEGÓCIOS LOJA DA LATA, UNIDADE DE NEGÓCIOS DIGITAIS DA BRASILATA, VIABILIZA O USO DA LATA PARA OS MAIS DIFERENTES PRODUTOS E TIRAGENS

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produção de latas de aço tem se caracterizado, entre outros atributos, pelos grandes volumes e produtividade das linhas.

A Loja da Lata veio quebrar esse paradigma.

A lata de aço nunca foi tão acessível aos pequenos e médios negócios como agora.

A Loja da Lata, startup criada pela Brasilata, tem conquistado clientes em todo o Brasil com o exclusivo fornecimento de latas de aço em pequena e média tiragem, o que permite aos empresários o acesso às embalagens que agregam alto valor e proteção aos produtos, tornando-os ainda mais especiais, além de contribuir com a competitividade, diferenciação e aumento do lucro da pequena e média empresa.

Além das linhas de latas prontas com layouts exclusivos, disponíveis para venda no site, a Loja da Lata também fabrica latas personalizadas com a arte específica do cliente. Isso só é possível por conta do processo de impressão digital, diretamente no aço, utilizado pela empresa.

Não é à toa que a Loja da Lata tem colhido bons resultados, mesmo no período desafiador dos últimos dois anos. Ela produz atualmente uma média de 140 mil latas/mês e, em 2021, registrou forte crescimento, em torno de 80% em relação ao ano anterior. Para 2022, novos investimentos estão previstos, nas várias áreas da empresa.

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Daniel Speicys, gerente geral da Loja da Lata, conversou com a Embanews sobre esse negócio inovador, que veio para popularizar o uso da lata nos mais diversos tipos e tamanhos de negócios.

EMBANEWS: Conte-nos como começou a história da Loja da Lata e o que ela representa hoje para os negócios da Brasilata?

DANIEL SPEICYS: A Brasilata é uma empresa com uma longa e reconhecida trajetória no mercado de embalagens de aço, principalmente para tintas e solventes, em que é líder. No entanto, ela já havia constatado a necessidade de diversificar seu portfólio de clientes e, em sua estratégia, um dos mercados que identificou foi o de pequenas e médias tiragens de latas impressas. Observou ainda que o principal gargalo estava na impressão das latas. Não havia um processo de impressão no aço adequado para atender pequenas e médias tiragens com um custo minimamente acessível. Então, a Brasilata começou a pesquisar as tecnologias existentes no mercado que pudessem ser adaptadas para fazer a impressão digital diretamente no aço.

Outra questão que surgiu, em etapa posterior, é que ambos os negócios – vender latas em pequenas e médias tiragens e vender latas de tinta, são bastante distintos.

O segmento de tintas e solventes é baseado nos gran-

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des volumes e redução de custos. O cliente que compra latas em baixas tiragens escolheu a lata, pois ele teria outras embalagens disponíveis. Sua escolha é muitas vezes motivada por uma opção de marketing ou de comunicação, ou para atribuir um caráter premium ao produto. Esse novo mercado se mostra bastante pulverizado, com muitos e diversificados clientes, que vão do fabricante de biscoitos caseiros até uma grande empresa em uma campanha de marketing específica.

Quando a Brasilata identificou os atributos do negócio, ela resolveu montar uma unidade com um perfil de start up, para comercializar as latas. Assim, nascia a Loja da Lata em 2017. Desde o início ela já vislumbrava novas abordagens comerciais para a lata, como a venda pela internet. No momento em que a Brasilata começou a enxergar o tamanho do mercado, ela percebeu que esse negócio não poderia ser conduzido com os mesmos paradigmas da produção massiva de latas; seu perfil é o de um negócio digital.

EMBANEWS: E quando você começa a fazer parte dessa história?

DANIEL SPEICYS: Em 2019 eu entrei na operação exatamente para atender essa demanda, a de um profissional do mercado que tivesse uma experiência muito mais voltada para o varejo e o comércio eletrônico, do que propriamente com vendas de latas de aço. Eu ingressei na operação para poder testar essa tese de negócios e entender efetivamente se havia mercado para nossa atuação. Desde então eu venho à frente da operação da Loja da Lata, liderando esse negócio digital.

EMBANEWS: Seu perfil casou com o que eles buscavam, então?

DANIEL SPEICYS: Sim. Se eu tivesse desenhado uma vaga para mim mesmo não teria sido feita tão sob medida quanto essa vaga da Loja da Lata. Eu sou técnico em artes gráficas, pelo Senai, na Mooca, depois eu fiz faculdade de propaganda e marketing, trabalhei por muito tempo fazendo consultoria em gráfica, implantação de sistema ERP, pre press, etc. Depois trabalhei no departamento de PCP de gráficas, e a partir daí dei uma guinada em minha carreira e fui trabalhar no varejo. Trabalhei por 13 anos no varejo e no varejo de

shopping, e nesse período tive experiência de implementação de três e-commerces do zero. Mas nunca havia trabalhado com lata de aço. Porém, as experiências na área gráfica e no varejo ajudaram muito a entender rapidamente o processo da lata.

EMBANEWS: E como vê a importância da Loja da Lata para os negócios da Brasilata?

DANIEL SPEICYS: Quando consequimos conquistar aquele cliente que utiliza 50 latas, 100 latas, e o acompanhamos desde o momento inicial de seu negócio, este é o mesmo cliente que em determinado momento vai passar a consumir 1.000, 1.500 latas por mês, criando uma forte fidelização. A situação era diferente quando essa pequena empresa, que não tinha efetivamente a opção da lata de aço, utilizava outros tipos de embalagem, e no momento em que crescia, e poderia optar pela lata de aço, ela não voltava. No caso da Brasilata, isso tem ajudado a popularizar o uso da lata de aço, e ampliar o seu alcance.

EMBANEWS: Como avalia esse forte crescimento nos últimos anos?

DANIEL SPEICYS: De 2019 a 2021 tentamos identificar se havia uma tese de negócios válida e fomos ajustando a proposta de valor conforme encontrávamos mercado. O desafio desse período só nos comprovou que existe um nicho enorme para atuarmos e ainda só arranhamos a superfície. Entendemos que o crescimento nessa fase inicial do negócio tende a continuar forte por mais alguns anos. Nossa projeção é de um crescimento de 50% todos os anos pelo menos nos próximos 5 a 8 anos.

EMBANEWS: A impressão digital é a grande alavanca desse negócio?

DANIEL SPEICYS: A impressão digital é a principal delas, é ela que viabiliza produzir pequenos e médios lotes de latas. Mas há outro trunfo, que é o fechamento proprietário da Brasilata, o Ploc Off. Esse sistema de fechamento hermético aumenta o tempo de conservação dos produtos dentro da lata depois da primeira abertura. Para os pequenos negócios funciona muito bem. Ela permite o envase manual em uma lata de

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ENTREVISTA fechamento hermético sem precisar de equipamento para isso.

Gosto sempre de enfatizar os benefícios da lata. Além de valorizar a apresentação, ela tem barreira eficiente contra a luz e o oxigênio, tudo isso também ajuda a conservar melhor o produto com suas características originais depois da primeira abertura.

EMBANEWS: Essa embalagem é feita sob medida para o mercado de produtos sazonais, comemorativos, para presente, não?

DANIEL SPEICYS: Sim, e a atuação nesses segmentos só foi possível graças à impressão digital. Há muitas empresas, grandes empresas que trabalham com lata de aço e querem fazer uma edição promocional para uma data relevante para o seu negócio. Por exemplo, uma marca de café que criou uma embalagem para uma edição especial para a semana internacional do café. A demanda girou em torno de 500 a 1000 latas, para serem enviadas a clientes especiais. Antes, essa empresa só poderia imprimir um grande volume de latas. A partir do momento que consigo imprimir médias e pequenas tiragens, eu também consigo atender aquela grande empresa que tenha necessidade de uma menor tiragem. E isso abre caminho para aproveitarmos todas as datas sazonais do ano, seja em uma edição especial para o dia das mães, uma edição de patrocínio de uma festa ou evento, ou o que mais se imaginar. Agora, a estratégia de marketing não mais se delimita por uma restrição imposta pelos altos volumes de produção.

EMBANEWS: E isso vem de encontro ao marketing da personalização?

DANIEL SPEICYS: Sim, e também se deve aos benefícios da impressão digital. Eu consigo por exemplo trabalhar com dados variáveis. Não são poucos os clientes que fazem edições especiais dos seus produtos em latas numeradas. Temos exemplos de lotes de cafés especiais em quantidade específica de latas. Em outro caso, a empresa imprimiu na lata o nome dos funcionários que seriam presenteados no final do ano. Também tivemos como cliente uma marca de moda, que mandou uma peça de roupa com o nome da pessoa grafada na lata. Há também um recurso que permite ramdomizar as latas a partir de uma imagem. Ou seja, são criadas imagens únicas e diferentes a partir de uma única arte. A Brasilata em seu brinde de final de ano criou uma edição com 1.500 unidades com as tampas randomizadas, gerando uma arte exclusiva para cada cliente, com uma carta para cada um explicando a tecnologia, o que demonstra o nível de personalização do sistema.

EMBANEWS: No caso das latas de aço da Loja da Lata, pode-se dizer que o reuso é seu principal vetor de sustentabilidade?

DANIEL SPEICYS: O conceito de reuso é muito forte, 16

mas nem de longe é a única força da sustentabilidade do material. O aço das latas, independente do produto, tem uma das cadeias de reciclagem mais maduras do Brasil. Isso porque o aço tem valor na cadeia de reciclagem, e quando ele é reciclado, vira aço virgem novamente. Existe uma estimativa de que 30% do aço virgem que é consumido hoje em dia é composto de até 50% de sucata. Outro aspecto é que, mesmo com uma cadeia de reciclagem madura, mesmo com seu valor para a reciclagem, eventualmente, quando o aço vai para o aterro ou meio ambiente, ele é biodegradável e vira minério de ferro novamente. Sob todos esses aspectos ele tem muito mais aderência com a preocupação atual de preservação ambiental.

EMBANEWS: Quais são os investimentos que estão programados para este ano?

DANIEL SPEICYS: A empresa está fazendo diversos investimentos, tanto em equipamento para a produção, quanto em tecnologia, em diversas áreas, seja na impressão, seja na montagem das latas. Todos esses investimentos devem aumentar em 4 vezes a nossa capacidade de produção e serão efetivados ao longo deste ano de 2022. O investimento envolve ainda uma plataforma que permite aos clientes customizarem sua lata online. Para o pequeno negócio que não conta com um designer e tem dificuldades em relação à programação visual, vai ser uma mão na roda que ele possa entrar no nosso site, personalizar a lata e recebê-la em sua empresa ou na sua casa. Além disso, estamos trabalhando num projeto de plataforma para franquias, que vai permitir ao próprio franqueado acessar o site da Loja da Lata e fazer os pedidos de embalagens, o pagamento por via eletrônica e receber as embalagens diretamente, eliminando para o franqueador a necessidade de um espaço de armazenamento e distribuição e ainda retirando o peso da bitributação.

Todos esses investimentos vão possibilitar redução nos tempos de produção e no prazo de entrega. A intenção é que ao longo deste ano tenhamos uma redução forte do prazo de entrega, dando sustentação ao nosso crescimento e à diversificação de mercados. www.lojadalata.com.br

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PESQUISA

DIAGNÓSTICO DE ALTERAÇÃO SENSORIAL EM ALIMENTOS - PERFIL DE VOLÁTEIS POR GC/MS NESSA QUESTÃO, A EMBALAGEM TEM O PAPEL DE PROTEGER O PRODUTO DE CONTAMINAÇÕES EXTERNAS, PRESERVANDO-O DURANTE TODA SUA VIDA ÚTIL

O

s alimentos e bebidas devem chegar à mesa do consumidor sem que haja qualquer alteração nos produtos, seja ela visual, de odor, de sabor ou de textura. Essas alterações podem ter sua origem antes mesmo da fabricação do produto, ou seja, serem oriundas das próprias matérias-primas; também podem ser causadas por alguma falha ou contaminação durante o processamento, ou ainda durante as etapas de transporte, distribuição e estocagem, seja ela na fábrica, nos pontos de venda ou na casa do consumidor.

As contaminações mais frequentes são do tipo microbiológica, acidental física ou química.

Toda a cadeia produtiva dos alimentos e bebidas deve ser monitorada e esses devem ser produzidos dentro do especificado nos guias de Boas Práticas. A garantia da segurança dos alimentos e bebidas é de suma importância para a saúde do consumidor e, portanto, nessa área estão estabelecidas diversas legislações que detalham os requisitos necessários para assegurar que cada segmento da cadeia produtiva cuide desses produtos enquanto estiverem sob seu controle.

Quando se fala do produto final, é preciso levar em consideração que a embalagem faz parte do conjunto. Ela apresenta diversas funções, e nesse contexto destaca-se a de proteger o produto de contaminações

externas preservando-o durante toda sua vida útil. Nesse conceito, o material de embalagem deve ser cuidadosamente especificado para garantir sua compatibilidade com o produto e seu processamento e que não seja um veículo de contaminação, levando-se em conta que os materiais de embalagem não são totalmente inertes e podem transferir substâncias para o alimento.

Deve-se garantir que as substâncias que porventura venham a migrar da embalagem para o alimento não ocasionem alterações nas características sensoriais, ou a incorporação de resíduos com potencial toxicológico que causem efeitos adversos à saúde. A perda de qualidade dos produtos afeta sua imagem, ocasionando rejeição por parte dos consumidores e reclamações comerciais entre fornecedores e produtores de alimentos e bebidas.

A maioria das substâncias relacionadas com alteração sensorial em alimentos são voláteis; são facilmente extraídas do produto por aquecimento e identificadas por cromatografia gasosa com detecção por espectrometria de massas - GC/MS. Comumente nas avaliações por GC/MS são analisados um produto “padrão”, para que se conheça os voláteis característicos do alimento, o produto “problema” que apresenta a alteração sensorial, para identificação dos voláteis que diferem do que é típico daquele

produto, e por fim a embalagem sem uso, a fim de verificar se os contaminantes identificados provém do material de embalagem.

Os diagnósticos de alteração sensorial em alimentos e bebidas são os mais variados, dentre eles destacam-se a identificação de solventes residuais em produtos acondicionados em embalagens impressas, a rancidez de produtos por oxidação de ácidos graxos presentes em certos tipos de alimentos e a identificação da presença do composto volátil 1,3-pentadieno que apresenta um forte odor de querosene/gasolina e é frequentemente associado à embalagem, no entanto estudos comprovam a sua origem pela contaminação microbiana em produtos que utilizam o sorbato como conservante.

A determinação do problema tem relação direta com o tipo de produto, natureza química do contaminante, concentração do contaminante, disponibilidade de amostras, entre outros fatores, e em alguns casos se faz necessária a realização de outras análises em paralelo, no entanto a utilização da técnica de cromatografia gasosa com detecção por espectrometria de massas - GC/MS se mostra bastante efetiva para o diagnóstico de alteração sensorial, elucidando problemas distintos que venham a ocorrer durante toda a cadeia de produção de alimentos e bebidas.

JOYCE BORGHETTI PITTA

Pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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FRONTEIRAS

FOTO: FUTUREPACK

FINLANDESES SEM PRECONCEITOS

OS FINLANDESES USAM E ABUSAM DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS, SEM PRECONCEITOS, POIS ENTREGAM CONVENIÊNCIA, ESTILO E SÃO ECONÔMICAS!

E

nganam-se os que pensam que países ou povos com maior IDH e/ou maior renda média optam por produtos ou embalagens mais caras. Já aprendi que as aspirações e necessidades das pessoas são muito parecidas. Só que as diferenças de culturas e de disponibilidade de recursos variam e, assim, as prioridades também.

Quem pode faz escolhas que atendem suas demandas de conveniência, beleza, saúde, segurança e sustentabilidade de forma ampla, ou seja, econômica, ambiental e social.

Os finlandeses têm excelente IDH. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Finlândia é de 0,871, ocupando o 16° lugar no ranking mundial.

A população possui excelente renda média (per capita é de US$ 33.471 por ano, acima da média da OCDE, de US$ 30.490 por ano).

Nem por conta destes números, os finlandeses optam por embalagens luxuosas e caras.

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As embalagens flexíveis estão presentes em várias categorias.

Notem as embalagens stand-up pouches práticas de croutons e de figos secos da marca própria PÍRKKA. Elas oferecem conveniência com zíperes e elegância, já que além da exposição vertical, têm design gráfico bem resolvido. O padrão visual e a cor púrpura atraem e convencem. A Myllärin também usou a mesma cor na embalagem flow-pack do seu mingau dose única, que evita desperdício e desembolso maior.

A HK escolheu uma embalagem laminada simples, com janela transparente no verso, para embalar porções de 360 gramas de almôndegas sem lactose. O produto é indicado para duas pessoas e o preparo é bem prático, pois fica pronto em 2 minutos no micro-ondas. Opção muito prática e econômica.

Já a tradicional marca de chocolates finlandeses Fazer oferece aos seus consumidores uma alternativa fácil e econômica para preparar o chocolate quente: sachês de 30

gramas numa prática embalagem com quatro soldas. Os bombons recheados de licor e as clássicas balas de menta recheadas de doce de leite (Marianne) são apresentados em embalagens stand-up pouches. A simplicidade do design destaca os produtos na gôndola, que são vendidos em gancheiras.

As embalagens encantam e mantêm o prestígio e posicionamento da marca centenária.

Embalagem conveniente, bela e econômica é melhor e faz o mundo melhor!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

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A 3ª EDIÇÃO DO PRÊMIO PAULISTA DE EXCELÊNCIA GRÁFICA LUIZ METZLER, CHEGOU PARA MAIS UMA VEZ MOSTRAR O PODER DO IMPRESSO. A edição 2022 está repleta de novidades.

A coordenação técnica passa a ser realizada pela Escola Senai Theobaldo De Nigris, e a cerimônia de premiação acontece no dia 24 de junho, Dia da Indústria Gráfica.

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K COMEMORA 70 ANOS NESTA EDIÇÃO Em 2022, a K – Feira Internacional do Plástico e da Borracha comemora 70 anos. Nascida em 1952, em Düsseldorf, na Alemanha, a K tornou-se a feira de negócios mais relevante do setor, e este ano acontece de 19 a 26 de outubro.

A K 2022 chega exatamente no momento certo para fornecer ao setor de plásticos e borracha uma nova orientação após as mudanças induzidas pela pandemia.

O Centro de Exposições de Düsseldorf deve ser totalmente ocupado em seus 175.000 m² de espaço líquido de exposição por cerca de 3.000 empresas de 61 países, que apresentarão inovações para o uso eficiente e responsável do plástico As gamas de produtos individuais estão distribuídas pelas 18 salas de exposição: • Máquinas e equipamentos: Pavilhões 1, 3-4, 8b, 9-17 • Matérias-primas, auxiliares: Pavilhões 5, 6, 7, 7a, 8a, 8b • Produtos semi-acabados, componentes técnicos e produtos plásticos reforçados: Pavilhões 5, 6, 7, 7a, 8a, 8b Os três grandes temas norteadores da K 2022 serão a Economia Circular, a Proteção Climática e a Digitalização.

“A K 2022 fornecerá uma prova impressionante de que este setor assume responsabilidades e que os plásticos serão, no futuro, parte da solução e não um problema”, afirmam os organizadores.

Informações para brasileiros com a Emme Brasil, representante das feiras do Messe Düsseldorf no Brasil: https://emmebrasil.com.br/

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Junto com a Fispal Sorvetes, a Fispal Food Service tem edição ampliada com ambiente presencial e oportunidade de participação online. Este ano, os eventos acontecem de 07 a 10 de junho, no Expo Center Norte.

Trata-se de uma edição especial pela volta do ambiente presencial, com a novidade da plataforma digital, onde o visitante poderá acompanhar alguns momentos do pavilhão de forma online. O formato híbrido (presencial e digital) do evento reforça o novo posicionamento da Fispal, de atuar como a maior plataforma de conexão do food service, conectando compradores e fornecedores, por meio de seus eventos físicos, híbridos e digitais durante os 365 dias do ano.

Nesta edição, a expectativa é reunir mais de 50 mil visitantes de todo o Brasil e 1.800 marcas expositoras, que trarão as novidades e tendências em equipamentos, utensílios, acessórios e soluções para bares, restaurantes e demais estabelecimentos do setor.

Entre as atrações estão a Copa Brasileira de Pizzarias 2022, Arena Gelado Experience, Fale com um Especialista, Lounge dos Embaixadores, Point dos Chefes, Espaço Sorvete, Espaço Café, Sociedade Vegetariana Brasileira, Setor de Pizzarias, Ilha Abralimp.

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COMPETITIVIDADE

INICIATIVAS CIRCULARES AÇÕES LASTREADAS NA ECONOMIA CIRCULAR EM VÁRIOS SETORES PRECISAM SER ESTUDADAS E SERVIR COMO INCENTIVO PARA A INDÚSTRIA DE EMBALAGEM

É

possível que o leitor tenha lido e ouvido alguns dos muitos comentários e textos sobre temas relacionados à destinação de embalagens pós-consumo e tenha ficado incomodado porque é atribuída a elas boa parte da responsabilidade pela poluição ambiental. São “condenadas”, como que “perdoando” o verdadeiro culpado que é o ser humano. Por outro lado, existem iniciativas lastreadas na Economia Circular que precisam ser estudadas e servir como incentivo porque exibem a tão necessária visão sistêmica e exploram oportunidades de “fazer história”.

No mercado automobilístico, o jornal “O Estado de São Paulo” publicou, no dia 16 de março de 2022 1 uma excelente reportagem sobre a reciclagem de carros. A desmontagem de veículos, “atividade que sempre transitou entre a formalidade e a ilegalidade”, despertou o interesse de startups que identificaram a possibilidade de modernizar o processo com o emprego de diferentes tecnologias e de práticas com responsabilidade ambiental.

Ainda segundo o texto, a iniciativa pode trazer como benefício evitar que veículos “se deteriorem” ao permanecer “nos pátios de seguradoras, órgãos de trânsito ou em áreas privadas por vários anos”, contaminem o solo e, eventualmente, os lençóis freáticos.

Uma das seguradoras brasileiras 2 formula a seguinte questão em sua página da internet: “Você sabia que apenas 1,5% dos carros que saem de circulação no Brasil são reciclados? E que quase tudo

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de um veículo pode ser reutilizado de forma segura e sustentável?”.

A empresa mostra os passos que segue para adicionar valor a um bem que seria deixado num “cemitério de automóveis”.

No mercado de vestuário também podem ser observadas “iniciativas circulares”. A McKinsey & Company publicou, em 2022, um extenso relatório intitulado Closing the loop: Increasing fashion circularity in California que é um manancial de ideias para todos aqueles que se interessam pela Economia Circular. Vale a pena ler! No Brasil C&A 3 e a Renner 4 , que recentemente comprou start up focada em roupas usadas, dão a sua contribuição para que os clientes circulem esses itens em vez de descartá-los.

Esses poucos e consistentes exemplos precisam ser noticiados, comentados e servirem de estímulo para as indústrias fabricantes e usuárias de embalagem. Deixar claro que o valor implícito na embalagem como é o caso dos plásticos 5 , não pode ser simplesmente deixado num aterro sanitário. Não faltam ideias para incentivar a coleta.

Um ótimo passeio pelos procedimentos adotados por vários países pode ser visto nas entrevistas gravadas em “O lixo nosso de cada dia” 6 .

A essa altura do texto cabe uma pergunta: como fazer isso? A sugestão é adotar o conceito “Design for Excellence”, também conhecido como D4x, em que a letra x se refere a várias práticas de excelência.

Alguns exemplos são: DFMA: Manufacturing and Assembly, para minimizar perdas e desperdício

de matérias primas, insumos e utilidades durante a fabricação; DFQ: Quality, para atender exatamente os anseios do consumidor; DFMo: Modularity, para otimizar o transporte; DFE: Environment para reduzir os impactos ambientais nas várias etapas do ciclo de vida da embalagem; DFD: Disassembly para facilitar a “desmontagem” da embalagem e sua reciclagem e, eventualmente, o reuso. Projetos desenvolvidos dessa forma exploram exatamente a função, valor e destino correto de cada componente de uma embalagem (que não pode ser o lixo).

Por que essas preocupações não são transformadas em ações mais intensas? Talvez não haja interesse econômico, vontade política, talento, atenção aos fatos do cotidiano ou então, medo. Sim, falta medo do aquecimento global, da contaminação da água doce, do futuro que pode nos oferecer, como consolo, a garimpagem urbana 7. __________________________________

https://bit.ly/3LowaRb https://bit.ly/3MxPonN 3 https://bit.ly/3MG8hoJ 4 https://bit.ly/37N58Vb 5 https://bit.ly/3MCbplq 6 https://bit.ly/3rXT4XV 7 https://bit.ly/39bTinO 1

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ANTONIO CABRAL

Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT) antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com

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