SUMÁRIO
FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)
Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi Administração: Rejane Doria Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com Publicidade: comercial@embanews.com Assinaturas: assinatura@embanews.com Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Eloísa Garcia, Fabio Mestriner
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A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.
Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.
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RECICLAGEM DE EMBALAGENS PET CRESCE 15,4% EM 2021, MESMO COM RESTRIÇÕES DA PANDEMIA
Acadeia da embalagem PET está entre as mais desenvolvidas para a reciclagem, com uma vasta gama de aplicações, incluindo o uso do reciclado na produção da própria garrafa. Embalagens PET de várias marcas já contam com 100% de PET reciclado em sua composição. Para que o uso do reciclado continue a crescer é imprescindível que os níveis de coleta também aumentem.
Em 2021, o Brasil reciclou 56,4% das embalagens pós-consumo, uma alta de 15,4% sobre o volume registrado no último levantamento realizado pela Abipet - Associação Brasileira da Indústria do PET, em 2019. De acordo com o 12º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, foram recicladas 359 mil toneladas de embalagens PET pós-consumo em 2021 contra 311 mil toneladas em 2019, equivalente a 55% das embalagens PET descartadas.
Esse crescimento aconteceu mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19 e a histórica ausência de sistemas públicos de coleta seletiva, que limita o acesso da indústria de reciclagem às embalagens descartadas pelos consumidores, segundo a entidade.
“Diante desses números, o Brasil consolida sua posição de liderança mundial na reciclagem de PET, em função de um grande e diversificado mercado consumidor para o material reciclado que foi criado por mais de duas décadas”, afirma o presidente executivo da ABIPET, Auri Marçon. “Mesmo com esse desempenho, ainda contamos com capacidade ociosa, da ordem de 25%, para reciclar volumes adicionais que atenderiam perfeitamente a um mercado de forte crescimento, pronto para absorver esse material.”
EMBALAGENS CIRCULARES
PUXAM CONSUMO DO PET RECICLADO
O crescimento da reciclagem de embalagens PET (15,4%) superou também o crescimento do consumo de resina virgem, que foi de 12,4% no mesmo período. Esse desempenho mais favorável para o material reciclado decorre da evolução que vem acontecendo entre as empresas usuárias da embalagem e o seu compromisso com a circularidade.
Tanto isso é verdade que o principal consumo da resina PET reciclada foi registrado pelos fabricantes de preformas e garrafas, produtos que são utilizados principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras bebidas não alcoólicas. No último levantamento, de 2019, esse setor consumia 24% do total do PET reciclado. No novo Censo, o índice alcançou 29%. Essa indústria se utiliza do processo conhecido como bottle to bottle, principalmente em decorrência do aumento da produção de embalagens em grau alimentício (food grade), que nos últimos anos mostrou uma grande evolução tecnológica, garantindo qualidade e saudabilidade.
O setor têxtil vem em segundo lugar, com o consumo de 25% de todo o material reciclado, uma alta de dois pontos percentuais sobre o índice de 2019. As embalagens para sólidos (bandejinhas termoformadas) manteve o percentual já registrado em 2019 e fechou o ano passado com 17% do volume total de PET reciclado.
“A forte demanda pelo PET reciclado muitas vezes gera a falta de material no mercado. Isso provoca a alta do preço, que em alguns momentos chega a ser superior à resina virgem. Mesmo com essa diferença, o compromisso de grandes usuários com ações sustentáveis garante a compra e utilização do material reciclado”, explica o presidente executivo da ABIPET.
A ABIPET defende a construção de grandes centros de triagem para separar materiais recicláveis, o aumento da coleta seletiva nos municípios e do número de cooperativas de catadores. Segundo a entidade, com essas iniciativas, associadas ao descarte correto feito pelos cidadãos, o País será capaz de abastecer as linhas de reciclagem, impedindo que embalagens continuem sendo enterradas em lixões e aterros, resultando em um desperdício de ma-
téria-prima que poderia ser muito útil à sociedade, gerando emprego, renda e preservando o meio ambiente.
O Brasil conta com capacidade instalada para produção de resina PET virgem, da ordem de 1 milhão de toneladas/ano, suficiente para abastecer não só a demanda brasileira como também a da América do Sul.
ORIGEM DOS DADOS
Os resultados do 12º Censo da Reciclagem do PET no Brasil foram levanta-
dos a partir de entrevistas com representantes de 140 empresas de todo o País, divididas entre recicladores (24%); aplicadores, que são empresas que adquirem e utilizam o PET reciclado em seus produtos (61%); e integrados, que fazem a reciclagem e também utilizam o material na fabricação de itens que retornam ao mercado (13%). https://abipet.org.br
UMA PARCERIA DE FÔLEGO
AEmibra Embalagens, que atua na produção de embalagens de papelcartão, investe em uma nova corte e vinco BOBST, reforçando uma parceria que começou há 22 anos.
A mais recente aquisição da empresa é um equipamento de corte e vinco NOVACUT 106 E. Com setup rápido, registro perfeito e operando no formato de até 1060 x 760 mm, a nova corte e vinco NOVACUT 106 E alcança a impressionante velocidade de 8.000 folhas por hora, proporcionando grande flexibilidade e alta performance.
A parceria entre as duas empresas começou com a aquisição da primeira dobradeira-coladeira MEDIA 68 II A2, e se estende até os dias de hoje, como conta o gerente de operações da Emibra, Rodrigo Augusto. “Desde a primeira aquisição nos anos 2000, não compramos outra marca a não ser BOBST”, afirmou.
Segundo Rodrigo, entre os diferenciais do novo equipamento, está sua produtividade. “Com a adição da máquina no formato 1060 x 760 mm, tivemos ganhos significativos no aproveitamento das folhas impressas. Além disso, o equipamento permite grande agilidade nas trocas de trabalhos e melhor operacionalidade com as interfaces
homem-máquina muito bem-posicionadas, sem falar da questão da velocidade. Com tudo isso, obtivemos um aumento de produtividade superior a 60%, fundamental para o momento de alta demanda do mercado consumidor”.
Hoje, a Emibra possui dez máquinas BOBST em suas instalações, incluindo cinco dobradeiras-coladeiras e cinco corte e vinco. Além dos equipamentos, a Emibra adotou os planos de manutenção preventiva e treinamentos oferecidos pela BOBST. Esses investimentos ajudaram a capacitar a força de
trabalho da Emibra, bem como reduzir o tempo de inatividade das máquinas. Esses fatores se combinaram para posicionar a Emibra entre as empresas mais produtivas do setor de embalagens, orgulhando-se de oferecer ao mercado um índice OTIF superior a 98%.
O investimento nos novos equipamentos também reforça o foco da Emibra na sustentabilidade, reduzindo significativamente a geração de resíduos e o consumo de energia na fábrica. Esses ganhos já estão sendo incorporados aos KPIs de sustentabilidade da empresa.
O investimento em equipamentos BOBST permitiu à Emibra adiar a implementação de um novo turno de produção na empresa. “Estamos em um momento aquecido no mercado de embalagens de papelcartão e estávamos planejando abrir um terceiro turno em nossa produção. Graças a esse investimento e o salto de produtividade que alcançamos com o novo equipamento, pudemos adiar um pouco mais esse passo”, afirmou Rodrigo.
www.bobst.com; https://emibra.net
PRODUZIDAS COM RESINA RECICLADA PÓS-CONSUMO
MENOR IMPACTO AMBIENTAL COM REDUÇÃO DO USO DE RECURSOS NATURAIS
Na Globoplast, sabemos da responsabilidade pelo impacto ambiental durante todo o ciclo de vida de nossos produtos. Por isso, nossos esforços são contínuos em tecnologia para ampliar, cada vez mais, o volume de resina reciclada utilizada em sua produção.
Nesse sentido, lançamos a bisnaga plástica produzida com resina reciclada pósconsumo (PCR) A utilização de matériaprima renovável causa um impacto positivo na economia circular por meio de fabricação, distribuição e descarte adequado de embalagens sustentáveis.
A Globoplast produz bisnagas plásticas de máxima qualidade para os segmentos cosmético, farmacêutico e veterinário, químico e de alimentos, com grande variedade de acabamentos e diâmetros.
TECNOLOGIA DE BLOCOS KRONES ATINGE 100.000 GARRAFAS POR HORA
AKrones estabeleceu um novo benchmark de mercado em tecnologias de bloco com as inovações do ErgoBloc L, um sistema de parte úmida que integra as funções de sopro, rotulagem, envase e fechamento com tampa, tudo em uma única máquina. O novo conceito de bloco da Krones permite a produção de até 100.000 garrafas PET por hora, rendimento até então nunca atingido no mercado mundial de bebidas. O sistema pode envasar bebidas com ou sem gás.
A tecnologia de bloco é conhecida por oferecer às indústrias a possibilidade de ter linhas de envase e embalagem em uma área fabril mais reduzida. O ErgoBloc L, da Krones, requer 70% menos espaço do que as linhas convencionais sem bloco. Isso economiza centenas de metros quadrados de espaço na planta. É uma máquina desenvolvida para ser extremamente compacta – conta, por exemplo, com 40% menos válvulas de enchimento devido ao conceito de envase duplo.
Além de ser um sistema de bloco de alto rendimento, eficiência e precisão, o ErgoBloc L permite uma produção sustentável. A máquina tem 11% menos consumo de energia de aquecimento, e 20% menos
consumo de ar de sopro. O ErgoBloc L ainda garante que não haverá perdas e desperdício de rótulos no momento de decoração das garrafas, graças à função “No bottle no label”.
Outro ponto inovador do ErgoBloc L é que o sistema já está totalmente preparado para produzir com PET 100% reciclado, sem qualquer prejuízo à qualidade e segurança do produto envasado ou eficiência da produção. Altas velocidades já são alcançadas ao processar embalagens com materiais totalmente reciclados, caso da engarrafadora de água canadense Ice River Springs.
A Ice River Springs (IRS) possui sete plantas engarrafadoras e desde 2013, tem instalado apenas linhas da Krones, geralmente, por blocos. Uma das aquisições mais recentes da companhia é uma linha de alta velocidade com dois ErgoBloc L, a qual foi colocada em operação na fábrica de Lachute. Para conhecer o case, acesse: https://bit.ly/3HkuXLR
A EMBALAGEM DO SEU PRODUTO
É MELHOR, PIOR OU IGUAL À EMBALAGEM DOS CONCORRENTES?
ENTENDER OS CRITÉRIOS PARA ESSA AVALIAÇÃO PODE SER DECISIVO PARA O SUCESSO DE UM PRODUTO, JÁ QUE O CONSUMIDOR NÃO DIFERENCIA O PRODUTO DE SUA EMBALAGEM
Por incrível que pareça, quase 50% dos profissionais de embalagem, responsáveis por este item em empresas que atuam no segmento de consumo, em que a embalagem é um item decisivo na competição direta com as embalagens concorrentes, responderam que suas embalagens eram iguais ou piores que as embalagens dos concorrentes. Esta pesquisa foi realizada pela GFK para o Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM. Não creio que os números apresentados nesta pesquisa tenham mudado muito desde então...
Por mais absurdo que isso possa parecer, parece que muitos profissionais de embalagem não percebem que o pior que pode acontecer a um produto é ter embalagens piores que as embalagens de seus concorrentes.
Talvez, estes profissionais não saibam que, para o consumidor, a embalagem e o conteúdo constituem uma “única entidade indivisível” e, portanto, ela participa e interfere na percepção que o consumidor forma sobre o produto, para o bem e para o mal.
Os Mestres do Marketing Al Ries e Jack Trout afirmam em seu livro posicionamento, a batalha por sua mente, que “o marketing é uma
batalha de percepção, não de produtos”.
Além de afirmar que os consumidores não separam a embalagem de seu conteúdo, eles disseram que ela é um item de avaliação e referência muito relevante na escolha dos produtos que compram. Diante disso fica evidente que:
“A EMBALAGEM DO MEU PRODUTO NÃO PODE DE FORMA NENHUMA E EM HIPÓTESE ALGUMA SER INFERIOR ÀS EMBALAGENS DE SEUS CONCORRENTES”
Certa vez, uma grande multinacional, líder na maioria das categorias em que participava, convocou um painel de especialistas para avaliar o desempenho de algumas de suas embalagens versus as embalagens de seus concorrentes. Ela fez isso porque percebeu, que mesmo sendo um gigante com uma marca poderosa, se suas embalagens estivessem perdendo a competição no ponto de venda para as embalagens de algum concorrente, ela estaria com problemas, como de fato aconteceu alguma vezes, pois através da embalagem, empresas menores podem, sim, obter vantagem competitiva sobre grandes marcas do mercado.
Aqui entramos então no ponto sobre o qual desejo chamar a
atenção dos responsáveis por conduzir seus produtos num mercado cada dia mais competitivo sem dispor muitas vezes de verba de marketing para apoiá-los nesta competição.
Como saber se a embalagem do seu produto é melhor, pior ou igual à embalagem de seus concorrentes? Que critérios utilizar para fazer esta avaliação e que importância, peso ou valor cada um destes critérios deve receber nesta avaliação?
Esta questão está sendo enfrentada neste momento por um grupo de especialistas que por sua experiência perceberam a lacuna que existe neste tipo de conhecimento, pois o tema é naturalmente complexo e multidisciplinar.
Para finalizar fica aqui a minha recomendação. Vá ao ponto de venda, olhe bem para a competição em que seu produto está participando e responda com sinceridade; a embalagem do meu produto é melhor, pior ou igual à embalagem dos meus concorrentes?
FABIO MESTRINER
Especialista em Inteligência de Embalagem Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM
fabio@mestriner.com.br
PERSPECTIVAS DE UMA JORNADA CIRCULAR
Ahistória da Papirus tem início em 1952 a partir de uma necessidade. A falta de embalagem para embalar os chapéus produzidos pela empresa da família Ramenzoni levou à aquisição de uma fábrica em Cordeirópolis (SP), naquele ano, para fazer papel reciclado para embalar os chapéus. Essa história foi contada em livro, “Papirus, 70 anos de Vida” da escritora Sandra Mello, e começa em 1892, com a imigração da família Ramenzoni, da Itália para o Brasil.
O negócio de papel foi crescendo, até que em 1972, a família resolveu construir uma nova fábrica, em Limeira (SP), a mesma em que está instalada até hoje, período em que Dante Ramenzoni, hoje presidente do Conselho, e filho do fundador, também assumiu a direção da empresa.
No final da década de 90 e começo dos anos 2000, deu-se o início de um processo de profissionalização da empresa, concluído em 2008, quando Dante Ramenzoni se afastou da presidência, e a Papirus passou a ser gerida por um CEO. Já em 2016, a gestão passou a ser compartilhada por três diretores: Amando Varella,
na área comercial e marketing; Antônio Pupim, industrial e Supply Chain, e Rubens Martins, administrativofinanceira.
“Por essa época, em 2009, a Papirus lançou a linha Vita e se reposicionou no mercado como empresa recicladora, baseada em tecnologia, conhecimento e um processo aberto e totalmente controlado de reciclagem, com um ciclo que vai de 100% de uso de papel reciclado até 100% de papel produzido a partir da fibra virgem”, conta Amando Varella, entrevistado por EMBANEWS
Formado em engenharia mecânica pela Mauá, a carreira de Amando Varella foi inteiramente construída na indústria de papel em que começou como trainee na Suzano, em 1987, onde passou 13 anos e fez carreira nas áreas comercial e de marketing. Depois trabalhou na Ripasa e na Ibema, chegando à Papirus em 2006, quando a empresa passava por reestruturação.
“Olhando para a história da Papirus desde a imigração da família Ramenzoni até hoje, vemos uma evolução muito bonita. Todas as dificuldades, os processos de estruturação e crescimento por que passou a empresa, fortaleceram-na até chegar ao que é hoje.
E isso se deve em boa medida à visão empreendedora e corajosa de Dante Ramenzoni, em momentos chave”, afirma Varella.
EMBANEWS: Como a empresa se define hoje?
AMANDO VARELLA: A Papirus não é uma empresa integrada, ou seja, não produz a própria celulose. Em 2008 e 2009 nos perguntávamos qual seria o diferencial que oferecíamos ao mercado. E ficou claro que nosso diferencial era usar a celulose reciclada para fazer o papelcartão, em uma mistura das duas matérias-primas. Evoluímos e lançamos a linha Vita, que significa Vida, e tem a ver com a reciclagem, o reaproveitamento do papel, os catadores, os membros das cooperativas, os aparistas, que são as pessoas envolvidas na obtenção de nossa matéria-prima. A linha Vita é composta por produtos que vão desde o papelcartão 100% virgem até o 100% reciclado. O 100% reciclado, o Vitacarta, tem 100% de reciclado, sendo 30% pós-consumo, e o 100% virgem é o Vitasolid. E temos vários produtos que são gradações dessa mistura.
EMBANEWS: Qual é a projeção da Papirus em relação aos resultados de 2022 e 2023?
AMANDO VARELLA: Considerando o período de janeiro a outubro de 2022 contra o mesmo período de 2021, o faturamento bruto cresceu 40%. E em volume, a alta foi de 7%, no mesmo período. Essa diferença entre faturamento e volume se deve a algumas correções de preço neste ano, em razão do aumento de custos, mas também devido ao aumento do volume de vendas e do mix de produtos com resultados mais favoráveis. Um exemplo é o mercado de copos de papel, um segmento melhor remunerado, em que estamos participando com o Vitacopo. É um cartão 100% virgem, que tem por base o Vitasolid.
EMBANEWS: Quais são hoje os principais mercados da Papirus? Estão desenvolvendo novos mercados?
AMANDO VARELLA: Nossos três principais mercados são o farmacêutico, alimentício e cosmético; existe, porém, um campo enorme para uso do papelcartão com uso do reciclado em todos os segmentos. Estamos trabalhando forte no desenvolvimento de especificações junto aos brand owners para o Vitacycle, um cartão duplex que contém 40% de celulose reciclada com 30% de pós-consumo. O Vitacycle e o Vitacarta geram créditos de reciclagem, comprovando a economia circular e o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos para quem usa o cartão. Para os segmentos farmacêutico e cosmético, os mais vendidos são o Vitamax e o Vitaplus, mas já existem alguns laboratórios que estão especificando o Vitacycle. O Teuto, por exemplo, é um laboratório alinhado às práticas ESG e está com 100% de seu pedido em Vitacycle. Uma das principais exigências para atender a contento a indústria farmacêutica é a maquinabili-
dade do cartão, pois as velocidades de envase são elevadas. Por isso, estamos desenvolvendo junto ao Teuto especificações para o Vitacycle, que atendam suas exigências, em todas as suas máquinas, desde as mais modernas até as manuais. Isso trouxe uma oportunidade para o Vitacycle se desenvolver bastante em termos de eficiência de envase.
A Cimed também está começando a especificar o Vitacycle para alguns produtos e evoluindo para o uso de um cartão com maior conteúdo reciclado. No caso de produtos alimentícios o cartão reciclado só é utilizado como embalagem secundária, pois seu uso não é permitido em contato direto com o alimento.
EMBANEWS: Como está evoluindo o mercado de copos de papel?
AMANDO VARELLA: Quando pensamos no copo de papelcartão, em substituição ao copo plástico ‘single use’, vejo que há um caminho aberto. Essa é uma tendência nas redes de fast food, sejam grandes ou pequenas, devido à maior sustentabilidade do papel na questão ambiental, mesmo porque na legislação de algumas cidades e estados, o plástico de uso único foi restringido.
O mercado de potes e bandejas de papel para o food service segue a mesma rota, e se desenvolveu bastante na pandemia, com o delivery. Recuou um pouco depois, com a volta dos restaurantes, mas o hábito permanece, principalmente nos grandes centros, em que as pessoas buscam por conveniência. Nesse campo, as embalagens de papelcartão estão evoluindo bastante, adequando-se a cada uso, a cada tipo de comida, com um tipo de cartão apropriado, com as barreiras mais efetivas. Nesse campo, há uma tendência para o desenvolvimento cada vez maior de barreiras amigáveis ao meio ambiente, em detrimento do uso do papel revestido com plástico. Nos supermercados, vemos muitas aplicações, como iogurtes e sorvetes em potes de papel, salgadinhos, doces, sucrilhos, etc. O papel começar a entrar em alguns mercados que eram exclusivos do plástico ou até mesmo dos flexíveis.
EMBANEWS: Pode nos detalhar o projeto de investimentos que deve entrar em operação em 2023, e em que fase está?
AMANDO VARELLA: O investimento de 40 milhões de reais, aprovado no começo de 2020, e que ficou em compasso de espera devido à pandemia, está em andamento e eleva a capacidade do equipamento atual a 115 mil toneladas líquidas por ano. A previsão é que na metade do próximo ano iniciaremos a instalação dos novos equipamentos.
EMBANEWS: A Papirus já está estudando novos investimentos?
AMANDO VARELLA: Com as 115 mil toneladas a serem atingidas no próximo ano, chegaremos à capacidade
técnica da máquina. Agora, acabamos de fazer o planejamento estratégico em trabalho realizado com a consultoria Falconi, que analisou o cenário para os próximos cinco anos. As primeiras análises mostram que existem oportunidades neste mercado. As perspectivas são de crescimento, favorecendo uma matéria-prima que é proveniente de reflorestamento, é reciclável, renovável e compostável. E há uma tendência para a substituição de embalagens plásticas por embalagens de papel, alguns novos mercados estão se abrindo, observamos uma orientação dos brand owners para atender os requisitos ESG, ampliando as possibilidades para a embalagem de papelcartão e para a Papirus, especificamente, que tem a oportunidade de ocupar um espaço crescente nesse mercado através de um novo investimento. Agora nossa atenção se volta para a equação: saber qual o tamanho da nossa oportunidade. É neste momento em que estamos.
EMBANEWS: Qual a importância da transparência e da rastreabilidade dentro da cadeia de papelcartão?
AMANDO VARELLA: A transparência e rastreabilidade são uma exigência do brand owner porque confere credibilidade ao processo e ao produto que está sendo entregue. Depois que o papelcartão é produzido, fica muito difícil analisar o seu teor de conteúdo reciclado, pois a fibra em si não carrega nenhuma característica física que indique se ela foi ou não reciclada. Percebemos a importância da rastreabilidade ainda em 2006, quando a Papirus começou a trabalhar com a linha Vita. Por essa época, desenvolvemos um trabalho com o Pão de Açúcar. As cooperativas coletavam o material que os consumidores levavam às lojas e o separava. Esse material ia para nossa fábrica e se transformava em embalagens para os produtos da rede de varejo. Em um princípio de rastreabilidade, ensinamos as cooperativas a etiquetar e colocar código de barras no material que nos era repassado. Foi um aprendizado sobre os benefícios da rastreabilidade. Hoje, somos capazes de identificar em que bobina está
qualquer matéria-prima que entra na fábrica. Através do projeto Papirus Circular, desenvolvido em parceria com a Polen, podemos ajudar o brand owner a rastrear a origem da matéria-prima que ele usou na caixinha do seu produto. Esse projeto já está sendo implantado em dois brand owners, possibilitando assim transformar esse conteúdo reciclado em créditos de reciclagem.
EMBANEWS: Podem nos dar um exemplo de como a rastreabilidade pode funcionar na prática?
AMANDO VARELLA: Começamos a montar um ponto de reciclagem em nossa fábrica para coletar embalagens pós-consumo e o pessoal da fábrica teve uma ideia. Nós ajudamos um asilo de idosos na cidade, e resolvemos pedir a eles que nos enviassem suas embalagens em troca de remuneração. Em dois meses, arrecadamos 300 kg. No dia em que esse material chegou à fábrica, filmamos as aparas entrando na esteira, depois as rastreamos até a bobina final do produto, no caso o Vitacycle, que fazia parte do pedido de um cliente para um usuário final. O que queremos fazer agora, é contar essa história para o nosso cliente, para que ele leve a história para o brand owner e daí chegue ao consumidor.
EMBANEWS: Quais são os desafios para aumentar os índices de coleta e reciclagem de papelcartão?
AMANDO VARELLA: A coleta de papelcartão trabalha com dois sistemas bem diferentes. O sistema de aparistas é bem estruturado, eles buscam as embalagens nas gráficas, nos grandes fornecedores de supermercados, nas grandes indústrias, e nos trazem esse material. E há o sistema de cooperativas, que também podem fornecer aos aparistas.
Um grande desafio, que já vem de alguns anos, é conseguir estruturar a rede de cooperativas. Diante disso, muitas cleantechs que vieram trabalhar nos sistemas de reciclagem têm como foco a estruturação das cooperativas, para linkar diretamente as cooperativas e a
indústria, encurtando o caminho entre elas, evitando um cenário de oneração da cadeia de reciclagem ou de desvalorização do material da cooperativa.
Outra grande questão é a legislação, cada estado e cidade tem a sua própria, o que torna complexo viabilizar o crédito de reciclagem. É preciso realizar um trabalho imenso com prefeituras e governos de estados, customizando as soluções para cada local.
Há ainda o desafio da educação. As pessoas ainda têm uma grande dificuldade na separação e destinação do material pós-consumo, o que dificulta sua chegada até as cooperativas e recicladores.
Por isso, eu acho que não dá para continuar a evoluir na reciclagem sem o envolvimento de toda a cadeia. Cada elo tem que fazer a sua parte. O brand owner precisa demandar embalagens que sejam desenhadas para a reciclagem, o consumidor final deve ser educado, é preciso que haja uma melhora da coleta seletiva pelas prefeituras e o aumento de nossa capacidade produtiva, tudo isso para trazer a cadeia para um sistema circular mais eficiente.
EMBANEWS: Em sua opinião, falta incentivo fiscal para a reciclagem?
AMANDO VARELLA: Com a PNRS e o estabelecimento do crédito de reciclagem, cabe à cooperativa ou ao aparista a emissão da primeira nota fiscal de venda daquele produto coletado e separado. A cooperativa tem ainda o direito de vender a nota fiscal, pela qual recebe um valor a mais e que vai gerar o crédito de reciclagem, melhorando um pouco a renda da cooperativa. Mas para o reciclador, que somos nós, isso onera a nossa operação e não traz nenhum incentivo. Às vezes, temos até que pagar o ICMS e o IPI dobrados, pois o produto reciclado recupera um material que já foi produzido e já pagou seus impostos. Nesse caso, apenas oprocesso industrial de transformação do material reciclado poderia ser taxado, e não, o material. No Brasil, falta incentivo e uma melhor estrutura da legislação de reciclagem.
EMBANEWS: Que tipo de trabalho a Papirus desenvolve com o brand owner?
AMANDO VARELLA: Em nossos papéis, utilizamos só 30% de matéria prima reciclada pós-consumo. Nos perguntam: por que esse teor não é maior? Porque ainda existe uma visão de que o cartão virgem é melhor que o reciclado, o que por vezes inibe a especificação do papelcartão reciclado junto a alguns brand owners. Isso está mudando, mas é preciso trabalhar a questão. O brand owner é figura central nas especificações das embalagens passíveis de serem recicladas ou recicláveis; muitas das mudanças em embalagem começam com eles; eles obrigam a cadeia a se mexer. Nós temos os projetos End User e Saturno, em que propomos às empresas donas das marcas a realização de um estudo comparativo entre o papel virgem e o papel com conteúdo reciclado para que se verifique qual
é a barreira impeditiva para uso do reciclado, enquanto nós trabalhamos na solução, pois tecnicamente não há impedimento no uso do reciclado, a não ser para contato direto com o alimento. Nesse ponto da reciclagem eu acredito que a Papirus tenha um protagonismo importante. Temos a condição técnica, o sistema, a capacidade, e estamos oferecendo tudo isso ao mercado.
EMBANEWS: Podem nos dar um exemplo de parceria com o brand owner?
AMANDO VARELLA: Fizemos um trabalho muito interessante com um brand owner no projeto Papirus Circular. O brand owner nos solicitou um cartão reciclado, para o qual indicamos o Vitacycle. Nosso laboratório, o Vitalab, analisou o projeto e especificou corte, dobra, gramatura, etc. O Vitalab foi projetado para auxiliar os projetos de desenho das embalagens a serem mais eficientes do ponto de vista da sustentabilidade e da eficiência dos equipamentos. Como o projeto era de pequena tiragem, foi direcionado para gráficas pequenas, que não dispunham do Vitacycle. Para ajudar obrand owner, mapeamos a cadeia para remanejar entre os distribuidores uma cota que pudesse atender a pequena gráfica encarregada do trabalho do brand owner em questão e viabilizar o trabalho. Ilustro a questão com esse caso para reforçar que, quando fazemos juntos, dá certo. Os projetos da economia circular precisam desse comprometimento integral. Quando estamos próximos ao brand owner, conseguimos entender o que está acontecendo e fazer acontecer. Na economia circular isso é fundamental. www.papirus.com
SOLUÇÕES PARA RESÍDUOS PÓS-CONSUMO SÃO FOCO DE CENTRO INTERINSTITUCIONAL DE PD&I
A FIM DE CUMPRIR A MISSÃO FORAM REUNIDAS NOVE INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA
Acaba de completar o primeiro de dez semestres de existência previstos para o Centro de Ciência para o Desenvolvimento que busca soluções inovadoras para a destinação de resíduos de produtos e embalagens após o consumo. Com financiamento público-privado e liderança do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), o batizado CCD Circula tem por objetivo gerar e difundir conhecimento aplicado para reduzir e até mesmo eliminar o impacto negativo desses resíduos sólidos urbanos com base nos princípios da economia circular e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).
A fim de cumprir essa ousada e complexa missão, reunimos nada menos que 90 integrantes, entre pesquisadores e pessoal técnico e administrativo, de nove instituições renomadas de ensino e pesquisa. Além do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital, estão envolvidos a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), o All4Food, o Instituto de Química (IQ) da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), os laboratórios nacionais de Nanotecnologia (LNNano) e de Biorrenováveis (LNBR) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e a Escola Senai Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini.
Para aproveitarmos de maneira eficiente a capacidade dessa grande equipe multidisciplinar que conta com uma infraestrutura rica, porém distribuída em diferentes cidades, os integrantes do CCD atuam em cinco plataformas temáticas: gestão e inovação para a economia circular nas organizações e cadeias (1); mitigação do impacto de resíduos orgânicos (2); design, materiais e tecnologias inovadoras (3); tecnologias de reúso e reciclagem (4), e educação e cultura para economia circular (5).
Não bastam, no entanto, recursos humanos para que um projeto de PD&I interinstitucional de tamanho porte evolua. Conscientes da necessidade de investimentos, nossa aposta foi a adoção do conceito de Tríplice Hélice: governo, instituições de pesquisa e setor privado se uniram para inovar. Assim, confiam na iniciativa Ambev, Braskem, Grupo Boticário, Klabin, Natura, Nestlé, Seara, Sonoco e TetraPak. Diante da necessidade de superação do enorme e urgente desafio do presente e futuro dos resíduos sólidos
urbanos, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo, à qual o Ital está vinculado, tornou-se cofinanciadora pública e, então, o CCD Circula teve seu financiamento oficialmente aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em 17 de junho.
Ainda falta muito para chegarmos às inovações tecnológicas, sociais, de modelos de negócio e de proposições de políticas públicas que almejamos até o fim do período de cinco anos previstos para execução do projeto, mas ousamos dizer que o CCD Circula já é um marco na tratativa dos resíduos pós-consumo por viabilizar o trabalho em parceria da pesquisa e do ensino com a sociedade e o setor produtivo: o potencial é imenso de alçarmos o estado de São Paulo e o Brasil à referência em conhecimento, pesquisa e aplicação na área. Os problemas são muitos e somente de mãos dadas com os diversos atores envolvidos no processo chegaremos a soluções efetivas.
REFERÊNCIA
FAPESP anuncia os novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento. Fapesp, São Paulo, 9 de ago. de 2022. Disponível em: < https:// fapesp.br/15622/fapesp-anuncia-os-novos-centros-de-ciencia-para-o-desenvolvimento>. Acesso em: 12 de dez. de 2022.
ELOÍSA GARCIA
Diretora geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo, e pesquisadora líder do CCD Circula
A Embaquim agora está com Sede Própria. Localizada em São Bernardo do Campo, contamos com um terreno de mais de 20 mil m², proporcionando 10 mil m² apenas de fábrica para toda qualidade e segurança de nossos produtos. A sede está repleta de área verde valorizada com árvores frutíferas, painéis solares, logística integrada e conforto, seguindo todas as Normas de Boas Práticas de Fabricação.
EMBAQUIM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
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AS CHARMOSAS E BELAS LATAS FRANCESAS
Os franceses são muito requintados e têm lojas especializadas para vários tipos de produto, como confeitarias, chocolaterias, biscoiterias, entre outras. Construíram marcas consolidadas mundialmente. Além disso, suas embalagens se tornaram icônicas e apoiam a construção, reconhecimento e perpetuação das marcas.
Marcas importantes migraram de um segmento para outro e usam embalagens especiais de tal forma que um negócio reforce o outro. O famoso restaurante Maxim’s Paris, de 1893, expande sua atuação, usando sua marca forte em bistrôs, cafés, e produtos, como chocolates. Os chocolates da foto, além de formatos especiais, têm a elegância da assinatura Maxim’s: dois ovos nas cores vermelho e preto e uma lata preta com formato especial e tinta texturizada para destacar o dourado da marca, especialmente o M em relevo. A embalagem é mais do que um charmoso porta-objeto, um tesouro!
A Fauchon de 1886 é outra marca francesa que usa embalagens,
em especial as latas, para encantar seus clientes e eles para presentear e impressionar entes queridos. A empresa hoje já está presente em 15 países.
Há na França, várias casas de chás, que costumam vendê-los em caixinhas ou latinhas, como recurso de valorização. Algumas lojas, como a Le Bon Marche, que se transformou de um mercado de temperos para um shopping de produtos refinados, tem várias seções, entre elas, uma dedicada aos chás. A Thés de la Pagode diferenciou a edição de prestígio para seu The Vert (chá verde) com uma linda lata de aço e um acessório de seda pendurado, um luxo. Os franceses colonizaram a Indochina, antiga parte da China, e até hoje, o consumo de chá é um hábito. A embalagem faz referência às construções (Pagode) desta região.
A Goulibeur exibe as cores e o texto “made in France” com orgulho e mantém seus biscoitos preciosos numa lata especial com abraçadeiras para o fechamento. Os biscoitos são embalados individualmente para manter a crocância por mais tempo.
A Teissere é uma embalagemícone de suco concentrado ou xarope de frutas. A lata inicialmente era simples, com o passar do tempo, se sofisticou. A marca adotou uma lata expandida com formato que permite empunhar melhor e, hoje a metal-pack, ganhou uma tampa plástica integrada que garante um pouring perfeito. A arte e a excelente qualidade de impressão convencem.
Até balinhas de menta ficam mais gostosas em embalagens que as valorizam como a da famosa latinha com base plástica que garante um abre e fecha agradável.
Embalagens melhores mundo afora promovem um mundo melhor!
ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.brSEGUNDO CONCURSO FRASES DE EMBALAGENS COM O TEMA
SUSTENTABILIDADE
Neste segundo concurso, “Frases de Embalagens” o tema escolhido não poderia ser outro, é o que se ouve, se comenta, é o que preocupa e se especula nos projetos de embalagens, é o que está em voga no momento, ou seja, “sustentabilidade”. Confesso que não foi fácil pensar fora da caixinha, ainda mais com o troféu levando o nome do nosso querido amigo Lincoln Seragini. E as frases sendo avaliadas por um júri profissional, ou seja Luciana Pellegrino, Fábio Mestriner, Marcos Iório e Ricardo Lopes. Assim busquei por várias possibilidades, por ícones emblemáticos, soluções impensadas, valores cognitivos atrelados ao tema, tipos de materiais, enfim, a resposta tão simples estava bem na minha frente, em uma marcenaria do meu bairro de móveis feitos de madeira de demolição. Utilizar materiais descartados ainda nobres e uni-los a outros também compostáveis, onde a simplicidade conjugada ao romantismo no uso do micélio (corpo vegetativo da maioria das espécies de fungos) foi a origem da ideia do troféu, que na sua composição, e visualmente em sua configuração, traduz a responsabilidade que repousa exclusivamente em nossas mãos. Depende somente de nós, convergir esforços em qualquer etapa do planejamento estratégico da embalagem, para resultar em projetos cúmplices do menor impacto possível ao meio ambiente, exatamente alinhado com a frase vencedora do concurso da autora Alessandra Rinaldi: “A embalagem ideal é aquela que cumpre suas funções no presente, e não deixa pegadas no futuro”.
Confira como foi a live com os vencedores: https://youtu.be/rIdeErvboKc
NOVAS PUBLICAÇÕES INVISTA
EM CONHECIMENTO
LIVRO EMBALAGENS FLEXÍVEIS
O novo livro bilíngue de Embalagens Flexíveis traz conteúdo atualizado, abordando, desde as informações de mercado, tendências, design, inovações, processos, equipamentos e sustentabilidade. Também vai apresentar muitos exemplos mundiais e brasileiros que apontam caminhos para inovar e soluções circulares de embalagens flexíveis.
DÍSPONÍVEL IMPRESSO E E-BOOK NAS PRINCIPAIS LIVRARIAS DO MUNDO.
LIVRO EMBALAGENS MUNDO AFORA
O primeiro livro da coleção bilíngue Embalagens Mundo Afora – Packaging Around the World – de autoria de Assunta Napolitano Camilo, diretora da FuturePack. FuturePack, proporciona uma viagem à cultura, história e tradição dos povos através do design das embalagens, das formas, cores, imagens e personagens. Reúne 169 fotos de embalagens do Brasil, divididas em suas cinco regiões: Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte e embalagens de sete países da Europa Ocidental: Alemanha, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Noruega e Suécia.
SAIBA MAIS: instituto@ideembalagens.com.br (11) 2854-7770 / (11) 3431-0727
Inicialmente prevista para ser realizada em 2022, a INOVAPLASTIC/ FEIPLASTIC, principal feira do setor de plásticos do Brasil, com mais de 30 anos de história está confirmada para os dias 14 a 17 de março de 2023, no Expo Center Norte, em São Paulo. Com a mudança, o evento resgata a tradição de ser realizado bienalmente em anos ímpares.
A RX e a ABIPLAST, parceiras na organização e realização da INOVAPLASTIC, contam com o apoio de diversas entidades setoriais para reunir expositores em prol da sustentabilidade e da atração de investimento em inovação em um dos setores mais pujantes da economia brasileira.
“A ABIPLAST vem se empenhando há tempos para trazer à tona os projetos mais inovadores na área do plástico e transformados, norteada pelos pilares internacionais preconizados na agenda ESG, com ênfase na sustentabilidade das práticas inseridas no cotidiano da indústria. A INOVAPLASTIC retoma suas atividades presenciais no próximo ano e vai endereçar essas amplas diretrizes aos expositores e a todo o mercado”, afirma o presidente da ABIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho.
www.feirainovaplastic.com.br/pt-br.html
TRABALHO E RACIOCÍNIO LÓGICO PARA REINDUSTRIALIZAR
É PRECISO CONHECER A FUNDO OS PRÓPRIOS PROCESSOS E AS NECESSIDADES DO MERCADO PARA PODER SE ADAPTAR
Reler alguns livros é como rever amigos que o tempo ou a distância afastou sem romper laços. Um pouco de leitura ou de conversa, os assuntos voltam, e as lembranças surgem como se o último contato tivesse sido ontem.
Na preparação para redigir este texto, entre conversas e leituras, dois “encontros”, distantes no tempo, foram muito significativos. O primeiro, com o livro “Mais Que Sorte ...Um Processo de Raciocínio1” que li há mais de vinte anos, mostra, de forma romanceada, as agruras de um gestor de empresa de embalagem para aumentar a lucratividade frente à concorrência melhor equipada tecnologicamente. O segundo, o caderno especial intitulado “CNI propõe reindustrializar país para destravar o crescimento2”, patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria –CNI, desenha o cenário atual brasileiro e propõe ações de melhoria para os próximos anos.
O livro apresenta uma estrutura para conduzir o pensar lógico que é aplicável ao atual cotidiano empresarial. Vale a pena ler!!! O desabafo de um dos gestores, ao ser cobrado por melhores resultados, é marcante: “Toda vez que melhorias são solicitadas, a reação instintiva é cortar despesas, o que significa realmente dispensar pessoal. Isso é ridículo. Já enxugamos milhares de cargos. Não cortamos apenas gordura. Cortamos carne e sangue.”
Mais à frente, ele descreve a situação que enfrenta:
“Temos que obter os pedidos volumosos. No momento, quase todos os nossos pedidos... são para balas de baixa procura, que vendem em pequenas quantidades. Não conseguimos pedidos maiores...; é aí que está a maior parte do dinheiro.”
Tenho a impressão de que o leitor ou a leitora já se depararam com situa-
ção semelhante, especialmente ao ver a fábrica trabalhar com velocidade reduzida ou rejeitar pedidos porque o custo de setup é maior que o lucro de produzir.
Ao final da história, após um profundo esforço coletivo de autoconhecimento, a solução é encontrada. A empresa consegue atender a um mercado carente por lotes pequenos que são remunerados a um preço unitário maior do que o equivalente produzido com máquinas tecnologicamente mais avançadas. Para tanto, recupera (já se fazia retrofit?) equipamentos antigos desativados, considerados obsoletos pela pequena capacidade frente aos mais modernos, e chega ao esperado (e excelente) resultado financeiro.
Por sua vez, o caderno especial da Folha foi escrito com o pensamento na reindustrialização do Brasil, que, segundo os autores, precisa começar agora. Não há tempo a perder!! A participação da indústria no PIB é cada vez menor. Atenuantes, como aumento da participação dos serviços ou do agro, são usadas como explicações, mas não resistem a uma análise mais acurada. A publicação oferece propostas em 11 áreas temáticas, dentre as quais destaco três, diretamente relacionadas às indústrias fabricantes e usuárias de embalagem: a) meio ambiente e tecnologia de baixo carbono, com ênfase em instituir e adotar uma Política Nacional de Economia Circular; b) inovação, ciência e tecnologia, fomentando parcerias com universidades e centros de pesquisa; c) desenvolvimento e capacitação de recursos humanos, para superar educação e formação, julgadas deficientes pela CNI. Uma frase sintetiza a publicação: “O país precisa se reinventar a cada momento, mas seguindo uma trilha lógica, já realizada por outros países que tiveram sucesso e nos mostram seus exemplos”.
O livro e o caderno especial têm em
comum, a meu ver, o condão de mostrar oportunidades que precisam ser exploradas pelas indústrias fabricantes e usuárias de embalagem. Dentre elas, vale citar: repensar o tamanho dos seus lotes e das suas instalações; conhecer a fundo os seus processos para deles extrair uma real vantagem competitiva; olhar o entorno brasileiro e colaborar na formação de pessoas, na prática dos preceitos da Economia Circular (pode ser também a Colaborativa e a Criativa) e na busca da inovação (pode começar pela incremental).
É preciso mais que sorte! É preciso trabalhar seguindo um processo de raciocínio lógico para reindustrializar o Brasil!
Há muito, mas muito o que fazer! Mãos à obra!!!
Desejo que as festas do final de ano sejam alegres e felizes para os leitores e leitoras! Que, no Ano Novo, o sucesso, a paz e o esforço individual e coletivo para mitigar as desigualdades estejam presentes no cotidiano de todos!
1 GOLDRATT, E,M. Mais Que Sorte ...Um Processo de Raciocínio; Tradução Claudinei Fullmann. – São Paulo: Educator, 1994
2 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Reindustrializar para o Brasil Crescer. São Paulo: Folha de São Paulo, edição de 1º Dezembro de 2022, páginas 57 a 65.
ANTONIO CABRAL
Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)
antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com
Nossos fundadores atravessaram o oceano e começaram uma indústria que sempre gostou de transformar. Nossas sete décadas embalam histórias de superação e reinvenção. Somos dna transformador, relações de valor e flexibilidade.
Em 2022 comemoramos muito mais que os 70 anos. Celebramos um passado de conquistas, um presente de protagonismo na economia circular e um futuro de transformação que faz brilhar o olho de cada pessoa envolvida com o nosso trabalho.