EMBANEWS Nº 396 - Março 2023

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ANO 33 | EDIÇÃO 396 | MARÇO 2023 ACESSE A EMBANEWS TV Indústria de máquinas produz e retém tecnologia no país, por Gino Paulucci, presidente da Abimaq P.14 P.08 #PlásticoBrasil UMA ENTREVISTA COM LILIANE BERTOLUCI P.10 #Rastreabilidade RFID NA CADEIA DO VAREJO SUSTENTABILIDADE P.12 CIRCULARIDADE NÃO NOS SALVARÁ DA POLUIÇÃO PLÁSTICA
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SUMÁRIO

ENTREVISTA

“OS DESAFIOS PARA A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS NO BRASIL PASSAM POR RESOLVER AS DISTORÇÕES DA ECONOMIA

BRASILEIRA” – GINO PAULUCCI, PRESIDENTE DA ABIMAQ

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)

Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

Administração: Rejane Doria

Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com

Publicidade: comercial@embanews.com

Colunistas desta edição: Antonio Cabral, Assunta Camilo, Bruno Pereira, Fabio Mestriner, Sílvia Dantas

Projeto Gráfico: FlyJabuti Design

Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS

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4 MARÇO 2023 06 #EmbalagemDeTinta 08 #PlasticoBrasil 10 #Rastreabilidade 12 SUSTENTABILIDADE 18 EMBALAGEM NO MARKETING 20 PESQUISA 22 FRONTEIRAS 26 COMPETITIVIDADE 14
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JORNADA FOCADA EM SUSTENTABILIDADE

ASuvinil, marca de tintas decorativas da BASF, apresenta a sustentabilidade como seu grande movimento de marca para 2023. Sob o conceito de comunicação “Suvinil. Pra casa. Pro mundo. Pro futuro”, assinado pela Bferraz, a fabricante inicia sua jornada para contar sobre suas ações focadas em sustentabilidade para todos os seus públicos, firmando, assim, seu compromisso, como indústria, em colaborar com a construção de um futuro viável para todas as pessoas.

tamos trazendo são o start de uma jornada que terá uma série de desdobramentos ao longo de 2023 e nos próximos anos”, declara Marcos Allemann, vice-presidente das tintas decorativas BASF para América do Sul.

O destaque principal da marca é o produto Suvinil Toque da Terra, uma massa para efeitos, que cria um visual manchado. Além do visual e estética do produto aplicado, o toque rústico também pode ser sentido devido a pigmentação feita por combinações de argilas.

O produto chega ao mercado para compor o portfólio de efeitos decorativos com pigmentação 100% mineral, que comparada às massas de efeito sintético, apresenta um menor impacto ambiental.

Com uma cartela de cinco cores, Suvinil Toque da Terra está disponível na tonalidade Calcita Alaranjada -- cor do ano da Suvinil lançada pelo seu estudo anual de tendências Suvinil Revela 23+ -, Barro do Cerrado, Areia de Brita, Casca de Pinus e Mangue Seco.

renovável certificada, feita com 30% de papel reciclado e papel virgem produzido com fibras de madeira de florestas certificadas pelo FSC (Florest Stewardship Council). Além disso, foi pensada para ser 100% reciclável, incluindo o plástico que envolve o verniz dentro da embalagem. Ambos podem ser reinseridos na cadeira produtiva, desde que sejam destinados corretamente na coleta seletiva. Por exemplo, para isso, é preciso separar a embalagem de papel e o bag plástico.

Renato Firmiano, Diretor de Marketing da Suvinil, acredita que, como líder do mercado de tintas, a marca tem o papel de impulsionar esse movimento sustentável. “Nosso objetivo em trazer a sustentabilidade como protagonista, além de tangibilizar as evoluções e entregas que estamos fazendo nesta frente -- seja em produto, embalagem ou no nosso processo produtivo --, é fomentar ainda mais esse movimento e conscientização da indústria”, explica.

O lançamento foi apresentado durante a Haus Decor, em estande assinado pelo escritório de arquitetura OHTAKE, permeado pelo conceito de sustentabilidade.

www.suvinil.com.br

Em linha com os movimentos da BASF, que tem o ESG como um dos grandes pilares, a Suvinil segue evoluindo no desenvolvimento de projetos e novas tecnologias para encontrar soluções com menor impacto ambiental no processo produtivo, em seu portfólio, além de buscar iniciativas que visam a economia circular e de investir na educação e capacitação como ferramentas de impacto positivo na sociedade.

“O futuro se constrói com as ações do presente e a responsabilidade da Suvinil precisa e vai sempre além da tinta. Queremos liderar esse movimento sustentável no mercado. As novidades que es-

EMBALAGEM DE PAPEL É NOVIDADE PARA LINHA DE VERNIZES BASE ÁGUA

A partir de um estudo feito cautelosamente em parceria com a Fundação Espaço Eco e com resultados auditados pela ACV Brasil, a Suvinil concluiu que a solução causa menor impacto ambiental quando comparada à embalagem metálica de mesmo volume (3,6 litros). Isso acontece principalmente no início da cadeia produtiva, mas também por apresentar uma degradação mais rápida no meio ambiente.

A sua matéria-prima é de fonte

#EmbalagemDeTinta
6 MARÇO 2023

CONTAGEM REGRESSIVA

Aedição presencial de 2023 da Plástico Brasil –Feira Internacional do Plástico, a primeira pós-pandemia, está chegando: de 27 a 31 de março no São Paulo Expo. Os expositores cobrem todas as etapas da cadeia de transformação do plástico, desde fornecedores de matéria-prima até maquinário de ponta e soluções em softwares para indústrias. Liliane Bortoluci, Show Director da Plástico Brasil, falou sobre as expectativas e atrações do evento.

Quais são as expectativas em relação à Plástico Brasil?

Nossas expectativas com a Plástico Brasil 2023 são as melhores possíveis. Já vimos nas feiras de 2022 que o público está muito disposto a visitar os pavilhões, conhecer os fornecedores e receber conteúdo e experiência. Igualmente, as empresas expositoras querem apresentar suas melhores soluções e um atendimento diferenciado.

Assim, após quatro anos e em nossa 3ª edição, voltamos a reunir os maiores players do mercado nacional e internacional em 40 mil m² de exposição, que apresentam lançamentos e tendências para toda a cadeia de transformação do plástico.

A feira já estava 100% comercializada no início do ano, e prevemos receber uma visitação de mais de 45 mil profissionais dos mais diferentes segmentos industriais durante os 5 dias de evento no pavilhão São Paulo Expo.

Acreditamos fortemente no poten-

cial de networking entre expositores e visitantes compradores para a geração de negócios, em setores da construção civil, indústria automotiva, alimentos e bebidas, embalagens e muito mais.

Quais segmentos devem se destacar nesta edição?

São mais de 800 marcas participando desse reencontro, um crescimento de 45% em relação à primeira edição, incluindo muitas novidades em resinas e materiais poliméricos, soluções de automação, instrumentação e moldes e principalmente em sustentabilidade, da reciclagem ao desenvolvimento dos biopolímeros.

O setor de embalagens, na edição anterior, em 2019, foi o segundo mais presente na Plástico Brasil, somando 28% dos visitantes. Nesse

tempo sem realização da feira, as inovações que surgiram e a necessidade de aprimorar as embalagens plásticas reforçam a importância do setor e motivam os expositores a apresentarem novos produtos e soluções.

No Parque de Ideias, inclusive, teremos programação específica sobre design e fabricação de embalagens plásticas, considerando segurança, inovações e circularidade. Confira a agenda e lista de expositores.

O que os visitantes da Plástico Brasil podem esperar em matéria de tendências tecnológicas e de mercado?

O objetivo do evento é reforçar a relevância socioeconômica do plástico em suas mais diversas aplicações; abordar a importância da participação da cadeia produtiva nas discussões ambientais e globais, inserindo o plástico como agente partícipe da preservação no processo sustentável; apresentar as inovações que promovam a qualidade de vida das pessoas, o benefício econômico e converse com os conceitos da Economia Circular; interagir com as cadeias produtivas que se beneficiam dos plásticos, promover networking e gerar negócios efetivamente. É com isso em vista que a Plástico Brasil 2023 trará, tanto na área de exposição, quanto nos espaços dedicados aos conteúdos, soluções modernas nos diversos campos da cadeia do plástico.

www.plasticobrasil.com.br

DESTAQUES DA PLÁSTICO BRASIL 2023

SENAI - Escola Móvel de Nanotecnologia - Demonstrações e experiências práticas e interativas com equipamentos científicos de ponta e materiais informativos.

SMED - Single Minute Exchange of Die - Demonstração em tempo real de um sistema de troca de moldes de maneira automatizada, com o mínimo de interação humana.

SEBRAE Móvel - Palestras sobre gestão e empreendedorismo, ministradas por especialistas para auxiliar na capacitação de empresários e empreendedores.

PARQUE DE IDEIAS - Espaço 100% focado em conteúdos exclusivos, com grade de palestras e apresentações de projetos inovadores por instituições de ensino: IMT - Instituto Mauá de Tecno-

logia, FASB - Faculdade São Bernardo, Universidade Anhembi Morumbi, Instituto SENAI de Inovação.

ABINFER BUSINESS CENTER - Espaço exclusivo para a participação de ferramentarias, fabricantes de moldes e fornecedores da cadeia.

RECICLA PLÁSTICO BRASIL – Ações de coleta e reciclagem de plástico e de material de montagem da feira.

: #PlásticoBrasil
8 MARÇO 2023
Liliane Bortoluci, Show Director da Plástico Brasil

SOLUÇÃO DE RFID DÁ VISIBILIDADE À CADEIA DO VAREJO

AMojix, player global em soluções de inteligência, foi selecionada pela Pernambucanas para fornecer uma solução de rastreabilidade baseada em SaaS que permite visibilidade em nível de item em toda a cadeia de suprimentos do varejista. A solução está atualmente implantada em mais de 500 lojas, como também em seu Centro de Distribuição localizado em Araçariguama, no interior de São Paulo.

Fundada em 1908 e sediada em São Paulo, a Pernambucanas é a varejista de moda com maior número de lojas próprias do Brasil, com mais de 500 unidades e 14 mil colaboradores. Trabalhando com centenas de fornecedores em todo o mundo, a varejista já etiqueta com RFID mais de 90 milhões de itens por ano em toda a sua cadeia de suprimentos. O objetivo da empresa é melhorar a confiabilidade e a visibilidade de seu estoque e, ao mesmo tempo, impulsionar a estratégia omnicanal.

A Mojix implementou a solução SaaS de varejo na Pernambucanas em tempo recorde, ajudando-a a passar do piloto para a implantação da loja em menos de 30 dias. Com base na arquitetura inovadora da plataforma Mojix ytem™, a solução atendeu ou superou alguns KPIs muito exigentes, incluindo precisão de estoque acima de 99%, precisão do processo de envio e recebimento em 100%, além de reduções de tempo de busca e coleta superiores a 70%. A Pernambucanas é considerada líder entre

seus pares em termos de investimento em tecnologias de transformação digital para alavancar a visibilidade do estoque e a automação da cadeia de suprimentos.

“Estamos orgulhosos de fazer parte desta importante iniciativa da Pernambucanas. Como um dos varejistas mais antigos e respeitados do Brasil, a Pernambucanas está comprometida com o processo de transformação digital para melhorar os processos operacionais, expandir os recursos omnicanal e, finalmente, aprimorar a experiência do cliente. A Mojix está entusiasmada por desempenhar um papel fundamental neste processo com nossos funcionários dedicados e produtos e soluções inovadores”, disse Dan Doles, CEO da Mojix.

As soluções de inteligência em nível de item da Mojix para cadeias de suprimentos nos mercados de Manufatura, Varejo e Food Service, são projetadas com base na ideia

de que qualquer produto em uma cadeia de suprimentos pode ser serializado com uma identidade digital exclusiva. Isso fornece uma base poderosa para possibilitar a visibilidade total do ciclo de vida do produto: rastrear desde a origem e a fabricação até os centros de distribuição, lojas e, às vezes, até mesmo após a venda. As varejistas saberão onde estão seus itens, de onde vêm, por qual processo de negócios passaram e para onde devem ir a seguir. Cada vez que o status de um item muda, a Mojix coleta os dados do evento e os transmite para a plataforma ytem™ e os processa em um modelo de dados de ciclo de vida exclusivo, permitindo que os usuários saibam, em tempo real, o status e o histórico de qualquer item.

www.mojix.com;

www.pernambucanas.com.br

#Rastreabilidade
10 MARÇO 2023

CHEGA!

CIRCULARIDADE NÃO É A MÉTRICA QUE NOS SALVARÁ DA POLUIÇÃO PLÁSTICA. TEMOS UMA OPÇÃO MELHOR

Pragmaticamente falando, plástico em aterro sanitário não causa impacto ambiental significativo. Nossos filhos e netos poderiam continuar aterrando plásticos... e o mundo continuaria o mesmo. Plástico em aterros não é poluição plástica. Em alguns casos, como o do polietileno produzido à base de cana-de-açúcar, plástico em aterros pode ser uma das formas mais econômicas e escaláveis de sequestrar carbono atmosférico.

Do outro lado, a poluição plástica – composta por aquele plástico que escapa da coleta – traz sim impactos ambientais significativos. Num prazo relativamente curto, a poluição plástica pode afetar o oceano e, por consequência, o mundo como conhecemos.

Em outras palavras: plásticos no meio ambiente (especialmente no oceano) pode nos sufocar muito –MUITO – mais rápido que plástico em aterros.

É uma questão de prioridade:

1º - urgente, impedir que plásticos persistentes entrem e acumulem no oceano (e em outras partes do ambiente). A forma mais eficiente de combater a poluição plástica é melhorar a infraestrutura de coleta e disposição de resíduos. Um quilo de plástico que deixa de ir para o ambiente e vai para o aterro é uma grande vitória, pois estanca o sangramento;

2º - menos urgente, mas ainda importante, é garantir que plásti-

cos pós-consumo encontrem seu uso mais ambientalmente eficiente (reciclagem mecânica para alguns materiais, reciclagem avançada para combustível/químicos/ plásticos para outros ou, até mesmo, o uso de plásticos pós-consumo baseado em plantas em aplicações duráveis tendo o objetivo de sequestro de carbono, como, por exemplo, aditivo para asfalto)

A obsessão de Circularidade como “a” métrica é problemática, pois não prioriza a redução da poluição plástica, por exemplo:

- Um Real investido em CIRCULARIDADE, desviando plástico do aterro para a reciclagem, certamente aumentará a quantidade reciclada, mas não evitará em nada que a poluição plástica continue chegando no ambiente (porque plásticos que iriam para o aterro já não iriam para o meio ambiente);

- Um Real investido em REDUÇÃO DE POLUIÇÃO pode não aumentar a reciclagem, mas garante redução na quantidade de plástico chegando no meio ambiente. Esse seria o caso, por exemplo, da expansão da coleta de resíduos para novas áreas que – anteriormente – teriam seus plásticos não-coletados chegando no oceano.

A adoção de “circularidade” como a métrica principal relacionada à sustentabilidade de plásticos é um verdadeiro tiro no pé. Circularidade pouco pode reduzir o entendimento que plásticos são poluidores, pois plásticos continuarão a surgir em grandes quantida-

des nas praias ao redor do mundo.

Urgente. Precisamos mudar a métrica. Precisamos priorizar programas com base na REDUÇÃO DE POLUIÇÃO por Real investido.

Colocar a “Redução de Poluição” como principal métrica na priorização de projetos traz uma chance real de salvar o oceano de danos permanentes. Seria um impulso importante para endereçar as falhas na infraestrutura de gestão de resíduos (viabilizando, portanto, a coleta e disposição em aterros sanitários dos plásticos que hoje – sem coleta – têm grande probabilidade de atingir o meio ambiente).

Desafiemos o consenso das métricas de circularidade. Seremos muito melhor servidos por métricas de redução de poluição do que pela busca da reciclagem forçada enquanto ignorando a redução de poluição. Nossos filhos não ficariam incomodados por herdar aterros cheios de plásticos. Plásticos esses que, afinal de contas, não deixam de ser recursos a explorar. Mas nossos filhos ficariam revoltados com um oceano doente.

bruno@ecopopuli.com www.ecopopuli.com

SUSTENTABILIDADE 12 MARÇO 2023
BRUNO R. PEREIRA Especialista em Sustentabilidade Positiva pela Ecopopuli: Rentável, fácil, encantadora e que resolve.

BISNAGAS PLÁSTICAS PRODUZIDAS COM RESINA RECICLADA PÓS-CONSUMO (PCR)

MENOR IMPACTO AMBIENTAL COM REDUÇÃO DO USO DE RECURSOS NATURAIS

Na Globoplast, sabemos da responsabilidade pelo impacto ambiental durante todo o ciclo de vida de nossos produtos. Por isso, nossos esforços são contínuos em tecnologia para ampliar, cada vez mais, o volume de resina reciclada utilizada em sua produção.

Nesse sentido, lançamos a bisnaga plástica produzida com resina reciclada pósconsumo (PCR) A utilização de matériaprima renovável causa um impacto positivo na economia circular por meio de fabricação, distribuição e descarte adequado de embalagens sustentáveis.

A Globoplast produz bisnagas plásticas de máxima qualidade para os segmentos cosmético, farmacêutico e veterinário, químico e de alimentos, com grande variedade de acabamentos e diâmetros.

fone: +55 11 4156-8400 | www.globoplast.com.br

INDÚSTRIA DE MÁQUINAS PRODUZ E RETÉM TECNOLOGIA NO PAÍS

Aindústria de máquinas e equipamentos que movimentou R$ 310,4 bilhões no Brasil em 2022, em receita líquida de vendas, tem um efeito multiplicador dentro da indústria de transformação. Segundo cálculos da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, a cada R$ 1,00 de demanda adicional de máquinas e equipamentos no Brasil são gerados R$ 3,52 em produção no país. O setor empregou ainda cerca de 395 mil pessoas no ano passado.

“As máquinas que o setor produz trazem e retêm tecnologia no país para manter a indústria de transformação brasileira atualizada, em condições de competir com produtos transformados no exterior. E é um setor bastante exportador, o que traz muitas divisas ao país”, disse Gino Paulucci Jr. em entrevista à EMBANEWS .

A Abimaq é uma entidade que representa mais de 8.000 indústrias de máquinas e equipamentos no Brasil, através de 42 câmaras setoriais de diversas atividades, que abrangem desde áreas de sa-

neamento, máquinas e equipamentos agrícolas, plásticos, mineração, compressores, energia eólica, energia solar, etc., tendo em mira o avanço das tecnologias existentes e o desenvolvimento do setor.

Gino Paulucci Jr., presidente da Abimaq e diretor da Polimáquinas, empresa que atua no setor de máquinas para embalagens flexíveis, é engenheiro mecânico, e está no setor de plásticos há 41 anos. Na Abimaq, ele exerceu por dois anos o cargo de primeiro vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do PlásticoCSMAIP, e por seis anos, o de presidente da CSMAIP. A seguir, foi convidado para ser o primeiro vice-presidente do conselho de administração da entidade, sendo eleito em 2022 para a presidência do conselho de administração.

“Meu desafio à frente da entidade é, na verdade, muito simples. A Abimaq é uma entidade com propósitos firmes, e sua meta, que todos os presidentes devem seguir, é continuar na defesa total da indústria brasileira de máquinas e equipamentos. E assim, contribuir para toda indústria de transformação brasileira”, ressaltou Gino Paulucci.

14 ENTREVISTA MARÇO 2023
OS DESAFIOS PARA A COMPETITIVIDADE DO SETOR PASSAM POR RESOLVER AS DISTORÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA

EMBANEWS: Como analisa os resultados da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil em 2022 e as perspectivas para 2023?

GINO PAULUCCI: A Indústria de máquinas e equipamentos teve um resultado em 2022 inferior ao de 2021, com o último trimestre, em particular, vindo mais fraco do que o esperado.

Em uma análise mais ampla, notamos que o setor vinha de uma recuperação desde 2018, desta forma, a queda observada em 2022 foi a primeira em 4 anos, mas ao iniciar esta retomada, o setor apresentou crescimento tímido nos 2 primeiros anos e só a partir de 2020, o resultado veio mais forte, em especial pelo desempenho do 2º semestre, trajetória que teve seu auge em 2021, fazendo deste ano o melhor, em termos de resultado para o setor, no período mais recente.

Desta forma a base de comparação para o ano de 2022 foi alta. Já para 2023, estamos traçando algumas projeções, mas elas são preliminares, pois estamos diante de um cenário com alguma incerteza sobre algumas questões importantes, no que tange a investimentos que impactam diretamente o setor, tais como a taxa de juros e linhas de financiamento. Exposto isto, a última projeção indicava um crescimento de 2,4% do setor para 2023, com um desempenho melhor ocorrendo mais fortemente no segundo semestre, contudo esses valores podem ser alterados para mais ou para menos, a depender do encaminhamento de algumas agendas no congresso e também do desempenho internacional.

EMBANEWS: Quais são os principais desafios para a competitividade dessa indústria?

GINO PAULUCCI: O setor de Máquinas e Equipamentos enfrenta, a grosso modo, desafios similares ao restante do setor industrial, que podem ser englobados no que se acostumou chamar de “Custo Brasil”, que em suma é o conjunto de distorções da economia brasileira que comprometem a competitividade, não só do setor como do país.

Para o setor em específico, os fatores que gostaria de destacar são: os custos de insumos, capital e tributação; esta, além de alta para o setor industrial, é extremamente complexa e com várias distorções. Desta forma, medidas que visam diminuir essas distorções são prioridade para o setor, pois elas podem contribuir para a melhora do ambiente de negócios e diminuir o diferencial entre produzir aqui e em países mais competitivos internacionalmente.

EMBANEWS: Como avalia atualmente a exportação de máquinas?

GINO PAULUCCI: O setor representado pela Abimaq sempre exportou uma média de 30% do total de máquinas produzidas, chegando em alguns anos até a 40%. Em valor, exportamos em média 13 bilhões de dólares por ano, o que é muito significativo. E nosso foco continua em melhorar as exportações. Nos últimos anos, porém, com a alteração da TJLP para TLP no Finame do BNDES, houve um encarecimento muito alto do financiamento, principalmen-

te nos últimos meses, quando a Selic subiu muito. Também estamos trabalhando para que essa atual TLP chegue a patamares que permitam aos diversos setores que demandam por investimento ter taxas compatíveis com os resultados dos setores. O aumento da Selic foi muito grande e tem nos prejudicado enormemente.

EMBANEWS: Qual é o cenário futuro da indústria de máquinas diante de uma tendência de desindustrialização?

GINO PAULUCCI: A desindustrialização no Brasil é um fato que deveria gerar preocupação em toda a sociedade, pois na indústria se concentram salários mais altos, em média, que nos demais setores, além de ser catalisadora de inovação tecnológica e concomitantemente de aumento de produtividade.

Nosso processo de desindustrialização não é similar ao que observamos em outros países, sendo muito mais rápido, agudo e prematuro. Em geral vimos esse processo só quando as economias se tornaram ricas. No Brasil, aconteceu bem antes.

De forma geral, outros países avançaram para ramos de maior sofisticação tecnológica; a partir dos anos 80, vivemos crises consecutivas, como a da dívida, hiperinflação e outras, fatos que intensificaram a desindustrialização.

Quando pensamos em futuros, vários cenários estão adiante, a depender das escolhas que, como sociedade, fazemos. Acreditamos que esse processo mencionado, pode ser revertido. Alternativas para uma base industrial forte no Brasil existem, somos grandes produtores de alimentos e temos condições de ser grandes produtores de energia limpa e renovável, além de outros setores, que com políticas adequadas podem trazer resultados positivos, não só para o setor de máquinas e equipamentos, mas para diversos outros setores.

EMBANEWS: A indústria de máquinas e acessórios tem maior parcela de participação na indústria pesada. Quando nos voltamos para as máquinas para a indústria de bens de consumo e relacionadas a ela, como a de embalagens, quais são os desafios e oportunidades específicos para essa categoria de máquinas?

GINO PAULUCCI: Sem considerar os desafios anteriormente mencionados, cada subsegmento tem suas particularidades, de forma geral sempre é importante que o país cresça e com isso gere empregos e consequentemente aumente o consumo.

Os desafios e oportunidades do setor de embalagem estão na agenda de sustentabilidade, que é mais que uma tendência, é uma necessidade, por se tratar de um ramo que gera resíduos. O descarte correto ganha importância, assim como as embalagens sustentáveis, que são produzidas de forma limpa e sem agredir o meio-ambiente, utilizando matéria-prima reciclável e com inovação.

Esta necessidade pode ser um impulsionador do setor de embalagens, com impactos em toda a cadeia produtiva.

15 MARÇO 2023

EMBANEWS: O senhor é oriundo da indústria de máquinas para plástico e embalagem. Como vê a crescente demanda por soluções em relação aos problemas ambientais?

GINO PAULUCCI: As oportunidades são cada vez maiores para o setor. Quando pensamos em novos materiais vemos que a escolha do tipo adequado é fundamental para alcançar a sustentabilidade em embalagens. Devemos considerar alguns fatores nesta escolha, tais como a resistência, a possibilidade de reciclagem e se é biodegradável, além de atender às normas de higiene, principalmente quando estamos lidando com produtos alimentícios. Há uma necessidade de o país ampliar a reciclagem mecânica, desta forma uma melhor gestão dos resíduos sólidos urbanos torna-se cada vez mais importante, com impactos positivos em termos ambientais e econômicos.

EMBANEWS: A indústria de bens de consumo e embalagens utiliza grande parcela de máquinas importadas, sem similar no mercado nacional. Diante das condições para importação, acredita que o cenário hoje seja favorável à modernização do nosso parque industrial?

GINO PAULUCCI: A modernização do parque industrial brasileiro só será realizada se a indústria voltar a crescer de forma constante, pois a modernização ocorre com a necessidade de ampliação da produção.

Diante disso, os desafios para uma modernização, passam necessariamente por uma agenda de redução do Custo Brasil, conforme mencionado anteriormente. Já quando analisamos as importações de determinados equipamentos, nós como associação, acreditamos que o comércio internacional é um fator importante para o desenvolvimento do país, mas sempre ressaltamos a importância da isonomia competitiva.

Como mencionado, hoje no Brasil temos custos de insumos, capital e tributação muito diferentes do praticado internacionalmente, pelos nossos concorrentes, trazendo perda de competitividade. Caso essas questões sejam bem endereçadas, podemos ter um processo de reindustrialização e parte dessas máquinas hoje importadas poderão ser produzidas localmente, outras continuarão vindo de fora, sem problemas.

EMBANEWS: A indústria 4.0 está longe de tornar-se realidade no Brasil ou não? Como a indústria de máquinas pode atuar em favor da indústria 4.0?

GINO PAULUCCI: A indústria 4.0 é o termo que usamos para nos referir à quarta revolução industrial, um processo atualmente em consolidação, não só no Brasil como no mundo. Cada vez mais as empresas de tecnologia atuam integradas à indústria para permitir intensificar essa modernização que já estamos vivenciando e, ainda, contribuir para podermos atuar em padrões de sustentabilidade e segurança nas operações.

Certamente esse é o futuro das indústrias em nível

global, com a transformação digital da produção de forma intensiva, para tornar as fábricas mais flexíveis e eficientes, ao permitir maior velocidade, menor custo e níveis mais elevados de qualidade para realização de uma produção dotada de um alto nível de customização em massa.

A indústria de máquinas está intimamente ligada a essa transformação, pois estamos falando de uma atuação integrada.

Temos algumas diretrizes básicas de atuação junto ao governo e sociedade, e se destacam:

l Criar um programa de modernização do parque instalado de máquinas, para ganhos de eficiência, qualidade e produtividade baseadas nas tecnologias da Indústria 4.0;

l Acelerar a implementação das redes 5G no Brasil e garantir a infraestrutura necessária para a conectividade e IoT;

l Fortalecer atividades de inovação nas empresas industriais brasileiras com foco em tecnologias habilitadoras para Manufatura Avançada;

l Criar centros de competência em tecnologias disruptivas e habilitadoras com a liderança das empresas; adequar o marco legislativo relativo à segurança de informações;

l Fortalecimento dos mecanismos de proteção à propriedade intelectual.

EMBANEWS: Como a questão da capacitação da mão de obra pode ser importante para o futuro dessa indústria? Como a Abimaq colabora na formação de mão de obra?

GINO PAULUCCI: A capacitação da mão-de-obra é um fator importante; desta forma para explorar todo o potencial da indústria do futuro devemos levar em consideração a dificuldade das empresas em encontrar recursos humanos qualificados, principalmente quando se fala em tecnologias emergentes, tais como as necessárias para a Indústria 4.0.

Aliado a isto, considerar que a metodologia de ensino tradicional já não atende mais às demandas das empresas. É importante considerar tanto os profissionais e pessoas fora da idade escolar como também os jovens, num novo projeto educacional voltado para o mundo digital, dada as mudanças demográficas que surgiram. No Brasil outros fatores adicionam complexidade, tais como fornecedores desatualizados, o custo do investimento tecnológico, infraestrutura que nem sempre atende as necessidades industriais. A Abimaq, juntamente com as empresas, busca fomentar o conhecimento na aplicação de soluções inovadoras; hoje por exemplo temos o Demonstrador de Soluções da Indústria 4.0. É uma iniciativa que tem como objetivo apresentar soluções tecnológicas baseadas nos conceitos da indústria 4.0, promovendo o avanço tecnológico da indústria e a geração de negócios.

O projeto une em um só lugar aplicações que resolvem problemas do dia a dia do setor de máquinas e equipamentos, usando soluções inovadoras.

www.abimaq.org.br

16
MARÇO 2023
ENTREVISTA

A EMBALAGEM É UMA FERRAMENTA DE MARKETING QUE TEM SIDO BEM UTILIZADA NO BRASIL

chegada das multinacionais ao Brasil, no início do século passado, teve papel decisivo no grande salto de qualidade da embalagem brasileira.

PEQUENA HISTÓRIA DA EMBALAGEM NO MARKETING BRASILEIRO - III A

Um fato interessante a ser registrado neste processo foi a introdução de conceitos de marketing na indústria brasileira de embalagem.

Por serem caracterizadas por empresas de capital intensivo, devido ao alto custo dos equipamentos que utilizam, as indústrias de embalagem sempre foram dominadas pela visão de fábrica em que o setor industrial dominava todas as decisões fazendo com que estas empresas se preocupassem apenas com a proteção ao produto e não dessem importância aos seus aspectos mercadológicos.

Elas não se preocupavam com as necessidades de seus clientes e muito menos com as dos consumidores finais a quem as embalagens que fabricavam eram destinadas.

Esta situação começou a mudar no início dos anos 60 quando Rodolfo Lima Martensen, fundador da ESPM passou a trabalhar como assessor de marketing de Mario Haberfeld então Presidente da empresa José Tcherkassky & Cia, na época, a maior indústria de embalagens flexíveis do pais.

Foi Lima Martensen quem introduziu os conceitos de marketing nesta empresa e conduziu o processo de mudança de sua marca, criando o nome “Toga”, alusão a vestimenta dos magistrados romanos adotada pela empresa como símbolo de distinção e nobreza. A adoção desta nova denominação, cuja marca foi desenhada por Francesc Petit, foi anunciada numa campanha de propaganda onde o conceito de embalagem como “a roupa do produto “foi difundido pela Toga.

Era a primeira vez que uma indústria de embalagem utilizava o marketing para promover a si própria de forma profissional, utilizando os conceitos e técnicas desta nova disciplina.

O sucesso alcançado pela Toga contribuiu para a mudança de men-

talidade no setor, pois acabou influenciando muitas empresas que passaram a enxergar de forma diferente sua atividade, fazendo com que elas se abrissem para o mercado e percebessem melhor as necessidades de seus clientes.

COMO AS EMPRESAS BRASILEIRAS APRENDERAM

A UTILIZAR SUAS

EMBALAGENS PARA VENDER SEUS PRODUTOS

Não é de hoje que os fabricantes de produtos de consumo vêm utilizando a embalagem para tornar seus produtos mais atrativos e desejados.

Bem cedo, durante a revolução industrial, eles descobriram o efeito que causava nos consumidores uma embalagem bonita com imagens coloridas. Desde que George Baxter patenteou em 1835 um método de impressão para permitir a impressão de rótulos em várias cores, este efeito foi buscado e explorado sem descanso.

A utilização da embalagem para conduzir mensagens e ações promocionais também foi incorporada naquele período quando em 1880 surgiu uma ação que se tornou célebre. Na embalagem do Sabão SunLight foi oferecido um prêmio para quem encontrasse alguma impureza no produto, criando um grande atrativo de vendas e reforço para a imagem de qualidade do produto.

No Brasil, temos um exemplo da utilização combinada de embalagem com a promoção que podemos destacar como uma forma marcante de integração da embalagem com a propaganda num esforço combinado.

O sabonete Eucalol, feito com essência de eucalípto, conseguiu criar um case de sucesso retumbante ao colocar dentro de suas caixinhas contendo três sabonetes, figurinhas coloridas impressas em papel cartão que formavam coleções que os consumidores passaram a colecionar. Esta coleção de figurinhas denominada

“Estampas Eucalol”, era anunciada inicialmente nas próprias embalagens e posteriormente numa campanha que incluía anúncios nas principais revistas do país e o patrocínio do lendário programa radiofônico “Balança mais não cai”.

A integração da embalagem como suporte de toda esta ação e sua integração com a campanha publicitária, é um dos exemplos marcantes de utilização da embalagem como ferramenta de marketing protagonizados no Brasil.

No rádio a embalagem não podia ser mostrada, por isso sua integração a campanha publicitária nele veiculada era tão importante.

Esta promoção durou dos anos 30 até 1957, Período em que foram editadas mais de 2500 figurinhas com estampas diferentes abrangendo os mais diversos temas.

Este artigo continua na próxima edição.

ESPM fabio@mestriner.com.br EMBALAGEM NO MARKETING 18 MARÇO 2023
FABIO MESTRINER Especialista em Inteligência de Embalagem Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem

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TECNOLOGIA DE EMBALAGEM: DA CONCEPÇÃO À DISTRIBUIÇÃO

CETEA PROMOVE OITO EVENTOS DE TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO EM 2023

Amelhoria contínua dos sistemas de embalagem, com benefício para a sociedade, faz parte da missão do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), que acaba de completar 40 anos de história. Para isso, seu experiente corpo técnico tem contribuído para o aumento da competitividade dos setores produtivos não só através de atividades de PD&I e de assessoria tecnológica especializada como também por meio da transferência do conhecimento.

O Cetea promove anualmente uma série de eventos técnico-científicos. Somente ao longo de 2023, estão previstos seis cursos, uma conferência internacional e um seminário inédito, com possibilidade de ampliação do calendário, conforme a demanda do setor produtivo. E a procura foi alta já no primeiro curso, realizado de 7 a 9 de março, dedicado a regulamentos da Anvisa sobre embalagens e materiais plásticos destinados ao contato com alimentos. Foram 85 profissionais das indústrias de embalagens plásticas, de insumos (filmes, resinas, vedantes, adesivos, masterbatches , aditivos, corantes, pigmentos etc.) e de alimentos, bebidas e ingredientes capacitados e, com lista de espera, a coordenação do evento avalia realizar uma nova edição no segundo semestre.

Aliás, não somente capacitações especializadas atraem a atenção do público. Também foi sucesso de inscrições o inédito curso básico de embalagens, realizado de 14 a 16 de março após alta procura por conhecimento mais abrangente e menos especializado na área. Diferente da primeira capacitação, promovida periodicamente há mais de década, o curso básico foi planejado para atender demandas de profissionais do setor de embalagem que valorizam ou necessitam reciclar o conhecimento, assim como profissionais da área de educação responsáveis por disciplinas que envolvam embalagens.

O fato é que anualmente a expectativa é grande da equipe do Cetea para atender da melhor forma as expectativas do setor de embalagem. Não à toa concretizaremos em 2023 a 12ª edição da conferência bianual internacional dedicada a embalagens flexíveis Tappi/Cetea (10 a 13 de abril) e um inédito seminário sobre legislações internacionais de materiais para contato com alimentos (17 a 19 de outubro). Além desses grandes eventos, teremos outros seis cursos em 2023 voltados para embalagens plásticas rígidas (24 a 28 de abril), embalagens celulósicas para transporte e distribuição (17 a 19 de maio), embalagens plásticas flexíveis (18 a 22 de setembro), único presencial, e embalagens para produtos farmacêuticos e

para saúde (7 a 10 de novembro).

Os desafios para conciliar as atividades de PD&I e assistência tecnológica com a transferência de conhecimento são muitos, não só para o Cetea como para as demais unidades técnicas especializadas do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Entretanto, como órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é fundamental disseminar informações confiáveis e compartilhar experiências para que o mercado (estadual, nacional e até mesmo internacional) tenha subsídios para ofertar produtos de qualidade e seguros à população, independente das adversidades que possam surgir com o passar dos anos e o avanço das tecnologias.

PESQUISA 20 MARÇO 2023
SÍLVIA TONDELLA DANTAS Diretora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital Confira o calendário de eventos 2023

CONCEITOS, FORMAS E DESIGN PARA CONQUISTAR CONSUMIDORES

hamar a atenção nos pontos de vendas virtuais ou físicos é um dos grandes trunfos das embalagens que rompem a categoria e impõem um novo caminho. Assim enxergo muitas embalagens da Finlândia: inovadoras.

Pode ser uma simples embalagem flexível de tempero, como a linha inteira da MEIRA, que apresenta uma prática solução, com zíper que permite refechamento, além de ser muito inteligente e econômica. É impressa em apenas três cores, sendo que as cores branca e verde são a matriz, só varia a cor preta em cada variante, o que deve trazer boa economia.

A marca aproveitou a possibilidade do filme transparente para criar uma arte, na qual as cores branca e verde “desenharam” uma colher, e outros elementos gráficos “mostram” os diferentes temperos. Excelente para aqueles, que como eu, pouco sei de finlandês.

A linha de frutas silvestres desidratadas orgânicas biokia tam-

bém usou da simplicidade para definir o padrão das suas embalagens. Uma embalagem flexível stand-up pouch com zíper permite refechamento e com furo europa para que seja pendurada em gancheiras nos pontos de venda.

O conceito gráfico traz um código de cores para cada fruta. Para cranberry (uva do monte), a cor escolhida foi um vermelho forte e escuro que lembra a cor da fruta. Na parte superior da embalagem, há uma tarja horizontal na cor da variante, com texto branco. Na parte inferior (maior), apenas a fruta em ilustração hiper-realista num fundo cor creme destaca claramente o produto. Novamente, a identidade visual salva os ignorantes da língua finlandesa. Para blueberry (mirtilo), a cor azul foi utilizada e assim por diante. O mesmo critério de cores é usado para as frutas em pó ou nos sucos.

A Valio, maior empresa de laticínios da Finlândia, estabeleceu um novo formato de bandeja para seus queijos fatiados, rompendo com o

tradicional formato retangular usado pelas demais marcas até hoje. O formato especial e as cores azuis e verdes das embalagens permitem que sejam facilmente vistas de longe pelos consumidores. O código de cores é diferente dos concorrentes da categoria que utilizam tons amarelos e vermelhos e o design escolhido amplia o produto, destacando-o ainda mais no ponto de venda.

Em comum a todas as marcas finlandesas, observamos o orgulho deles, com a impressão dos ícones do país nos painéis frontais das embalagens: um ganso e uma chave estilizados.

Embalagens melhores mundo afora para um mundo melhor!

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO

Diretora da FuturePack Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens atendimento@institutode embalagens.com.br

C
FRONTEIRAS MARÇO 2023 22
EXEMPLOS DE COMO O PAÍS EXPLORA OS RECURSOS DA EMBALAGEM PARA SE COMUNICAR COM SEU PÚBLICO
FINLÂNDIA: EMBALAGENS QUE ROMPEM
FOTO: FUTUREPACK

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MUITO CONTEÚDO NAS ÁREAS ESPECIAIS

A interpack está chegando e é bom se programar. Aqui, um resumo do que estará à disposição nas novas áreas especiais, complementando o que será apresentado pelos 2.700 expositores.

"Spotlight talks & trends" – tópicos e tendências mais importantes do setor, em apresentações, estudos de caso e sessões interativas com os principais especialistas do setor.

"WorldStar Packaging Awards" 2023 – cerimônia de premiação do mais prestigiado prêmio de embalagem do mundo no dia 6 de maio.

O "Prêmio PackTheFuture" da alemã IK Industrievereinigung Kunststoffverpackungen e seu parceiro francês ELIPSO também será entregue durante a interpack.

Interpack Start-up Zone – área para apresentação de startups de embalagem, no Hall 15, com soluções inovadoras para várias aplicações.

Packing in house – no Hall 12, fornecedores de co-packing e serviços para processamento de alimentos e bens de consumo se apresentarão.

SAVE FOOD Highlight Route - uma visão sobre novas tecnologias que ajudam a reduzir as perdas de alimentos e aumentar a segurança dos produtos.

Unique Women in Packaging - Este ano, a interpack promove pela primeira vez um intercâmbio com um evento de mulheres para mulheres, juntamente com a WPO.

"Late Night" - TV ao vivo da feira com talk shows com os principais nomes do setor.

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CONHECIMENTO, CARVÃO E FUMAÇA

TUDO MUDA, TUDO PASSA NESTEMUNDODEILUSÃO; VAIPARAOCÉUAFUMAÇA, FICANATERRAOCARVÃO1.

Nos primeiros anos de escola, aprendi e memorizei o poema Coração escrito por Guilherme de Almeida. Considero eterna e sempre atual a estrofe reproduzida acima. Afinal, “tudo muda, tudo passa” cada vez mais rápido e o progresso tecnológico, às vezes, permite imaginar uma espécie de instantaneidade das descobertas que são noticiadas e, tal qual fumaça, somem, “vão para o céu”.

Num recente evento familiar, enquanto um dos filhos se esmerava em acender o fogo na churrasqueira, mais uma vez o poema veio à mente, dessa vez com uma intrigante pergunta, quase uma provocação: como foi possível mantê-lo por tanto tempo na minha memória numa espécie de amálgama de texto e emoção?

Foi inevitável relembrar os conceitos de Nonaka e Takeuchi2, visitados em textos publicados nas edições EMBANEWS de agosto, setembro e outubro de 2014, sobre a criação e a gestão de dois tipos de conhecimento: o explícito, materializado como normas, procedimentos, especificações e indicadores, e o tácito, pessoal, de difícil formalização e transferência, que é alicerçado em modelos mentais, crenças e perspectivas que influenciam a maneira como o mundo é visto e, talvez, compreendido. A mescla dos dois é essencial na construção da competência da empresa focada na produção competitiva dos seus bens e/ou serviços.

Mais tarde, ao reler com calma o poema, percebi que tinha esquecido alguns poucos versos, mas não a emoção. O texto, explícito, estava lá, escrito, pronto para ser lido. O sentimento que despertou, tácito, precisou de um pouco de tempo até voltar à mente.

Ao transpor essa digressão para o Sistema Embalagem (sempre ele!), é possível perceber ser necessário registrar tudo o que foi relevante na construção dos seus sucessos, sempre lembrados, e insucessos, quase sempre esquecidos ou “arrancados da memória”. Quando o tempo passar, ficarão esses registros na forma de carvão queimado que, ao contrário do que acontece nas festas, não deve ser descartado, porque constituem o conhecimento explícito da empresa. Afinal, “os povos que não conhecem a sua história estão condenados a repeti-la3”.

Por sua vez, a “fumaça que vai para o céu” é o tácito, fixado nas mentes dos profissionais da empresa, e dificilmente registrado ou ensinado ou aprendido por todos. Fica muitas vezes guardado no cofre da memória dos indivíduos e se torna obsoleto, ou é levado pela brisa do desprezo que se tem pelas perguntas questionadoras formuladas ou não respondidas, pelo vento dos cortes de pessoal que “otimizam custos” ou ainda pelo tornado das crises econômicas. Em outras palavras, não gera valor!

Os “Ambientes BA” que também são tema do livro publicado pelos autores japoneses citados no

início deste texto, constituem a forma ideal de compartilhar problemas, aprendizados e experiências. Não é perda de tempo dedicar minutos da jornada diária de trabalho com o objetivo de analisar o desempenho do dia anterior, compartilhar as dúvidas e as certezas, e questionar de forma construtiva, uma a uma, todas as ditas verdades absolutas que grassam no cotidiano empresarial. Eles (os Ambientes BA) existem com o objetivo de gerar, compartilhar e preservar o conhecimento tácito antes que ele, acompanhado da competitividade, feito fumaça, “vá para o céu”, sem deixar que “fique na terra o carvão”, que é o testemunho da tentativa de explicitá-lo.

1 Estrofe do poema Coração de Guilherme de Almeida. Disponível em https://bit.ly/3n6IPkN último acesso em 10 de março de 2023.

2 Nonaka, I; Takeuchi, H. Criação do conhecimento na empresa. Tradução Ana Beatriz Rodrigues e Priscilla Martins Celeste. – Rio de Janeiro: Elsevier, 1997 – 20ª reimpressão.

3 É controverso se a autoria da frase seja do estadista e filósofo britânico Edmund Burke (1729-97) ou do filósofo espanhol George Santayana (1863-1952), porém com uma outra forma: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. https://bit.ly/3Lze4ii último acesso em 12 de março de 2023.

ANTONIO CABRAL Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem

Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)

antonio.cabral@maua.br

acdcabral@gmail.com

COMPETITIVIDADE
26 MARÇO 2022
Emme Brasil Alameda dos Maracatins _ 1217 cj 701 São Paulo – SP _ 04089-014 _ Brasil Tel: +55 11 2365-4313 _ +55 11 2365-4336 contato@emmebrasil.com.br _ www.emmebrasil.com.br

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