EMBANEWS Nº 401 - Agosto 2023

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Inovação na essência

Wheaton cresce com a indústria de cosméticos brasileira e busca expansão no mercado internacional, por Renato Massara

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#ConsumoForaDoLar

UM SETOR EM RECUPERAÇÃO

PESQUISA

INVESTIMENTO ESTIMULA PESQUISA E INOVAÇÃO

EMBALAGEM DE AÇO

A EMBALAGEM E A PEQUENA EMPRESA

ANO 34 | EDIÇÃO 401
AGOSTO 2023 Inscreva-se na EMBANEWS TV
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Rua Antonio Felamingo, 683 - Bairro Macuco - Valinhos - SP - 11 3638-3300 / 11 5521-6693 - emplas@emplas.com.br

SUMÁRIO

ENTREVISTA

INVESTIMENTOS

CONSTANTES EM INOVAÇÃO E QUE AGREGAM

SUSTENTABILIDADE, E UM SERVIÇO DIFERENCIADO, COLOCAM A WHEATON NA ROTA DO MERCADO INTERNACIONAL. POR RENATO

MASSARA, VP COMERCIAL E DE MARKETING

FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)

Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

Administração: Rejane Doria

Redação: Elizabeth Keiko Sinzato editorial@embanews.com; redacao@embanews.com

Publicidade: comercial@embanews.com

Colunistas desta edição: Ana Paula Noletto, Antonio Cabral, Assunta Camilo, Daniel Speicys, Danielle Ito, Fabio Mestriner, Paulo Henrique Kiyataka

Projeto Gráfico: FlyJabuti Design

Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. registrada segundo a Lei de Imprensa no 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos sob nº 31.881 em 17 de julho de 1990.

Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores, fabricantes e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos e periféricos para envase e embalagem; cadeia de supply chain e logística; e prestadores de serviços de apoio, associações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

As opiniões dos artigos assinados e dos entrevistados não são necessariamente as mesmas da Revista EMBANEWS

© Direitos Reservados

Todos os direitos dos artigos publicados na Revista EMBANEWS são reservados pela Newgen Comunicação Ltda. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio de comunicação impresso, digital ou outros meios sem prévia autorização.

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4 AGOSTO 2023 06#ConsumoForaDoLar 08 #ImpressãoDigital 10#Inovação 12 EMBALAGEM NO MARKETING 14 PESQUISA 24 LATA DE AÇO 26 FRONTEIRAS 30 COMPETITIVIDADE 18
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SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS

A Globoplast é uma empresa referência no fornecimento de soluções ecológicas e eficientes em embalagens, comprometida com as demandas globais. Oferecemos uma ampla variedade de soluções comprovadamente eficazes para reduzir a pegada de carbono, incluindo a diminuição no uso de matérias-primas e emissões de CO2.

Um dos nossos destaques são as tampas Low Profile para bisnagas de 35 e 50 mm, que possuem uma redução significativa no peso em comparação com as opções convencionais. Além disso, utilizamos resinas recicladas em nossas bisnagas, com uma composição de até 100% PCR, o que cria um novo ciclo de vida para as embalagens sem comprometer a funcionalidade e a qualidade dos nossos produtos.

Para nós, a sustentabilidade é um compromisso fundamental em todas as etapas do processo produtivo. Sentimos orgulho em oferecer produtos de alta qualidade, contribuindo para o meio ambiente.

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Bisnagas plásticas de menor impacto ambiental com redução do uso de recursos naturais

UM SETOR EM RECUPERAÇÃO

Aatividade do consumo fora do lar foi uma das mais afetadas durante a pandemia, influenciando os resultados das indústrias de alimentos e bebidas, mesmo representando uma parcela de 27% de suas vendas (Abia). Apenas mais recentemente a curva começa a se inverter.

Segundo a Kantar, o cenário é positivo globalmente. Pela primeira vez, houve recuperação em relação aos níveis pré-pandêmicos.

A alta de 10% no primeiro trimestre de 2023 é o ápice de uma sequência de oito trimestres consecutivos de crescimento.

O bom desempenho global é impulsionado pelo impacto comercial positivo da Europa e da América Latina. Os destaques ficam para Brasil (alta de 26% no valor entre o primeiro trimestre de 2022 e o deste ano), Reino Unido

(23%) e México (14%). Em números gerais, a modalidade cresceu 11% em valor no mundo.

Os gastos com consumo fora do lar são mais voltados para a categoria formada pelo conjunto de hotéis, restaurantes e cafés, que apresenta alta de 14% no valor entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023. Em seguida, aparece Impulso (compras em lojas de doces, máquinas de venda automática, postos de conveniência, entre outros), com 10%.

Ainda segundo o estudo da Kantar o setor de bebidas tem sido o mais afetado, com a proporção de consumo longe dos níveis pré-pandêmicos. Um exemplo neste contexto são os refrigerantes. No primeiro trimestre de 2020, o produto tinha 53% de valor no mercado mundial. Caiu para 39% no mesmo período de 2021, subiu para 49% no ano seguinte e permanece com a mesma porcentagem agora.

O CENÁRIO NO BRASIL

No Brasil, o retorno ao trabalho presencial e a queda dos índices de desemprego e inflação no Brasil tem contribuído para os resultados.

Segundo a Abia, o food service representa 27% da participação no consumo de alimentos no Brasil em 2022 e representou vendas de R$ 208 bilhões. O crescimento do food service em 2021 e 2022 foi muito superior ao crescimento do varejo alimentar, com 10,2% em 2022 contra 0,3% do varejo alimentar.

O setor de bares e restaurantes no Brasil continua a demonstrar resiliência ao lidar com pressões inflacionárias e tentar se recuperar dos impactos causados pela pandemia, de acordo com a Abrasel, associação do setor.

Em julho, o índice de inflação geral (IPCA) registrou um aumento de 0,12%, indicando uma relativa estabilidade nos preços. Já a alimentação fora do lar registrou índice de 0,21%. Considerando os últimos 12 meses, houve um aumento geral de preços de 3,99%, enquanto a inflação dos bares e restaurantes teve taxa mais expressiva de 6,49% no mesmo período.

Segundo a entidade, o aumento da inflação do setor significa que as empresas estão conseguindo fazer os ajustes necessários no cardápio. Depois de um longo período com a inflação menor do que o índice geral, o setor começa a repassar ao consumidor final uma demanda que foi represada por muito tempo.

#ConsumoForaDoLar 6 AGOSTO 2023

TENDÊNCIAS DO FOOD SERVICE

Olhando para as tendências, recente pesquisa feita pela Galunion mostra que no Brasil 95% dos consumidores pesquisados querem encontrar novidades em alimentos e bebidas em bares e restaurantes.

A Galunion, consultoria estratégica e de inovação para o mercado de alimentação preparada fora do lar, promoveu uma missão técnica para a NRA Show (National Restaurant Association), realizada em maio, em Chicago, nos Estados Unidos, e apurou as principais tendências. A NRA é considerada a principal vitrine de tendências, soluções, tecnologias, informações e categorias da indústria de restaurantes e serviços de alimentação do mundo.

Segundo Simone Galante, fundadora e CEO da GALUNION, dentre as tendências apuradas com base em palestra da Technomic, estão as opções que trazem conforto e os investimentos em itens difíceis de replicar em casa e inovação em itens de café da manhã. A singularidade se faz presente no uso de ingredientes funcionais de forma atípica, como em doces e coquetéis, e em mash-ups de receitas já consolidadas. E por fim, a indulgência continua como tendência forte.

Entre as tendências em bebidas, o consumo de bebidas com baixo teor alcoólico ou sem álcool vem aumentando. Atualmente, 27% dos operadores norte-americanos oferecem bebidas sem álcool para adultos e 64% dos que oferecem opções sem álcool relatam um impacto positivo em seus negócios. Chamados mocktails, são a nova vertente em coquetelaria em todo o mundo.

Os produtos que refletem o zeitgeist do mundo, que pode ser traduzido como o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, em uma certa época, também marcam posição. São os produtos que refletem temas atuais como

cuidado com a própria saúde, física e metal; cuidado com o mundo e com as pessoas; o indivíduo cada vez mais protagonista de seu consumo e consciente de suas decisões; a inclusão e aproximação e fusão de culturas. Assim produtos funcionais, opções naturais e produtos frescos também ganham a preferência do público de food service.

Exemplo são os produtos e ofertas à base de plantas que con-

tinuam a crescer, evoluindo em cores, texturas e sabores. Não apenas na criação de opções plant based similares a produtos de base animal, mas também ganha espaço o plant-forward, com foco nos próprios legumes e vegetais. “O mundo está mudando e a forma de se alimentar, experimentar e investir em produtos deve ser repensada constantemente em diferentes modelos de negócios”, finaliza Simone Galante.

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UM PASSO À FRENTE NA PRODUÇÃO DE RÓTULOS E ETIQUETAS

AAdesprint, uma das principais fornecedoras de rótulos e etiquetas para os mercados de cosméticos, dermocosméticos, produtos automotivos, papelaria e sanitizantes, é mais uma empresa que optou pela tecnologia de ponta de impressão digital por jato de tinta UV da BOBST.

Com mais de 25 anos de trajetória, a Adesprint iniciou suas atividades com formulários, etiquetas brancas e ribbons. Em pouco tempo, sentiu a necessidade de ampliar a produção para incluir a produção de rótulos e etiquetas autoadesivas, com a adição de uma máquina flexográfica modular, o que possibilitou o ingresso em clientes com tiragens maiores, de escala industrial.

Com o objetivo de alcançar mais flexibilidade na produção, veio o primeiro investimento em tecnologia digital, para atender tiragens curtas a longas. No entanto, o espírito inovador e constante atenção aos lançamentos do mercado levou os empreendedores Marco Antonio e Simone Viveiros ao mais novo lançamento na área de impressão digital, a BOBST LB701-UV. Segundo conta Simone Viveiros, Diretora Administrativa da empresa, ‘foi paixão à primeira vista’.

Com a inclusão do novo equipamento em suas instalações, a Adesprint dá mais um salto em flexibilidade no gerenciamento de sua carteira de pedidos, já que, segundo a empresa, a impressora recém adquirida permite desde a produção de micro-tiragens até volumes industriais, com qualidade e consistência muito superiores às da flexografia. E mais, com níveis de produtividade extremamente atrativos em relação à pré-impressão e velocidade de impressão.

“Hoje não há dúvida da grande vantagem que a impressora digital por jato de tinta nos proporciona para otimizar nossos processos internos” afirma Simone. “Não sentimos grandes mudanças em relação à pré-impressão e preparação de trabalhos, e o investimento nos permitiu ampliar o número de pessoal especializado

na organização, de modo a garantir a transição entre as tecnologias disponíveis de maneira totalmente segura”, completa ela.

O apoio do time BOBST foi fundamental para a implementação rápida e segura do processo de impressão digital na empresa, e principalmente no treinamento das pessoas. Assim que foi firmado o acordo comercial e antes mesmo da chegada do equipamento, os times de ambas as empresas já estavam trabalhando em conjunto para atenuar a curva de aprendizado, tornando o aprendizado rápido e eficiente. Foram algumas semanas de produção real no equipamento instalado na fábrica da BOBST em Itatiba-SP, para atender os compromissos da Adesprint, além de treinar o time na nova tecnologia. Assim, quando a máquina chegou, em alguns dias já estava instalada e o time, treinado para operá-la.

Outro ponto importante, foi a capacidade de usar os substratos locais disponíveis no mercado na impressora digital LB701-UV, atendendo a mercados bastante diversos, como o de dermocosméticos, que tem níveis de exigência altíssimos em relação à qualidade.

Além de um salto de qualidade em impressão digital para aplicações industriais, a empresa observou um ganho significativo em relação ao tempo de atendimento ao mercado, já que o tempo de desenvolvimento é extremamente rápido, e para iniciar a produção basta um toque na tela de comando do equipamento. “Com esse investimento, aliamos a nossa técnica com a tecnologia da BOBST e até agora o investimento tem atingido todas as nossas expectativas, tanto no apoio técnico quanto no desempenho do equipamento em qualidade, velocidade e redução de perdas de substrato. Uma experiência maravilhosa que estamos vivendo”, finaliza Marco Antonio Viveiros.

https://adesprint.com.br/; www.bobst.com

#ImpressãoDigital
8 AGOSTO 2023
BOBSTLB701-UV,flexibilidade,qualidadeeconsistêncianaprodução AdesprintinvesteemimpressoradigitalajatodetintaBobst

CELULOSE BACTERIANA, EM FASE DE PROTÓTIPOS

OInstituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), referência nacional em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), apresenta protótipos de embalagens ecologicamente sustentáveis, feitas a partir de celulose bacteriana, uma alternativa à celulose, um biopolímero comumente produzido por plantas. Esse polímero ecológico extremamente versátil pode ser produzido em meios de cultura de baixo custo, incluindo resíduos agroindustriais. A celulose, apesar de seus atributos de sustentabilidade, ainda assim, enfrenta desafios ambientais resultantes da pressão provocada pelo aumento da demanda por derivados de celulose vegetal e ao risco de aumento de desmatamento associado, segundo o Instituto.

Diferentemente da celulose vegetal, a celulose bacteriana possui dimensões nanométricas, conferindo-lhe propriedades mecânicas superiores, como maior resistência à tração, flexibilidade, pureza, cristalinidade e capacidade de retenção de água.

Com sede no Recife (PE) e aproximadamente 150 pesquisadores atuando em várias frentes, o IATI é uma referência nacional em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), colaborando com a academia, outros centros de pesquisa e a indústria. O instituto está expandindo suas pesquisas para o setor de embalagens, reconhecendo o potencial da celulose bacteriana como um biopolímero ecologicamente correto.

O IATI atua em um contexto de enfrentamento ao problema da produção massiva de resíduos, especialmente de polímeros não biodegradáveis e de difícil reciclagem, e seu empenho é o de desenvolver uma

embalagem sustentável baseada em celulose bacteriana, combinada com outros materiais, visando à preservação ambiental e à redução da geração de resíduos. “Nossas pesquisas demonstram que é possível fabricar embalagens de alta qualidade com celulose bacteriana, atendendo às necessidades de diversos setores industriais”, afirma Italo Durval, biólogo, doutor em biotecnologia industrial e pesquisador associado ao IATI.

O Instituto vem desenvolvendo protótipos que vão desde sacolas até embalagens de sabonetes e caixas de refrigerantes e cervejas. A celulose bacteriana pode ser produzida a partir de diferentes fontes de biomassa, como bagaço, palha e resíduos agrícolas, e pode ser processada em diferentes formas para diferentes aplicações, como revestimentos, embalagens, materiais têxteis e biomateriais. “A celulose bacteriana é uma solução de vanguarda para os desafios ambientais urgentes”, diz Guilherme Cardim, diretor-presidente do IATI.

O IATI - O Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), no Recife, conta atualmente com 150 pesquisadores que realizam projetos de pesquisa e desenvolvimento para Energias Renováveis, Biotecnologia, Smart Cities, Mobilidade Elétrica, Armazenamento de Energia, Tecnologia da Informação e Hidrogênio Verde. A instituição movimenta cerca de R$110 milhões com mais de 40 projetos embarcados. Atuando em parceria com a academia, outros centros de pesquisa e com a indústria, a instituição privada sem fins lucrativos, atua com o objetivo de desenvolver soluções que possam promover mudanças para pessoas e empresas.

www.iati.org.br

#Inovação
10 AGOSTO 2023
Equipedecientistasresponsáveispeloprojeto Embalagempara alimentos feita a partirdecelulose bacteriana

6 RAZÕES PARA PRESTAR MAIS ATENÇÃO ÀS

EMBALAGENS DE SUA EMPRESA – PARTE 1

QUEM TEM A RESPONSABILIDADE DE CONDUZIR SEUS PRODUTOS

NUM MERCADO CADA VEZ MAIS COMPETITIVO PRECISA ESTAR ATENTO A ESSAS RAZÕES

1-

Sempre me chamou muita atenção o fato da maioria das empresas, principalmente as menores, não atribuírem a suas embalagens a importância que elas têm para seu negócio. Esse foi um tema amplamente discutido no Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM onde os professores especialistas sempre se perguntavam: por que isso acontecia?

Demorou muito tempo para descobrirmos a dissonância cognitiva que estava na base deste problema pois havia um entendimento equivocado que levava a este estado de coisas.

Por um lado, os fabricantes consideravam que “produto” era aquilo que eles fabricavam com sua expertise nas instalações industriais que dispunham. “Embalagem” para estes fabricantes era um item produzido em outro lugar e que entrava em sua empresa através do departamento de compras sendo tratado como mais um dos insumos de produção que comprava.

Por outro lado, os consumidores entendiam a embalagem como um importante item de avaliação e referência indissociável do produto, ou seja, o consumidor não separa a embalagem de seu conteúdo; para ele, os dois constituem uma única entidade indivisível.

Portanto, considerar a embalagem como apenas um insumo de produção é um erro que tem consequências lá na frente quando ela se encontra com aquele que vai decidir seu destino.

2- O consumidor é o Senhor do Fato Econômico

É o consumidor quem decide por este ou por aquele produto tendo a embalagem como mediadora do processo, uma vez que ela participa e interfere na percepção de valor que ele forma sobre o produto.

Um amplo estudo global da GFK concluiu que o consumidor não compra preço, ele compra “Valor” e valor é aquilo que percebe como tal e aceita pagar por isso.

A embalagem agrega valor percebido ao produto no momento mais crítico de sua existência, que é quando ele precisa demonstrar ao consumidor tudo aquilo que ele é e significa, sem que o consumidor tenha ainda vivido a experiência de consumo.

Portanto, prestar atenção no consumidor, como ele percebe valor no produto, é fundamental para o sucesso.

3-Embalagem só ser bonita não adianta mais...

A pergunta que precisa ser feita é:

a embalagem do meu produto é Melhor, Pior ou Igual a embalagem do meu concorrente?

Por incrível que pareça, numa pesquisa com gestores responsáveis por embalagens nas empresas de consumo, a maioria respondeu que eram iguais, poucos responderam que eram melhores e muitos que eram piores que as dos concorrentes. Houve ainda uma parcela que não soube responder, ou seja, não acompanhavam o desempenho das embalagens de seus concorrentes nos pontos de venda e estavam participando às cegas na competição.

Responder esta pergunta com toda honestidade depois de examinar cuidadosamente o ponto de venda onde o produto é exposto ao lado de seus concorrentes é uma das razões por que os responsáveis por embalagem nas empresas precisam prestar mais atenção no que acontece com elas.

Este artigo continua na próxima edição.

FABIO MESTRINER

Especialista em Design e Inteligência de Embalagem fabio@mestriner.com.br

EMBALAGEM NO MARKETING 12 AGOSTO 2023
Produto não é só aquilo que sua empresa faz
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INVESTIMENTO ESTIMULA MELHORIAS E INOVAÇÕES

PESQUISAS EM EMBALAGENS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E DA ÁREA DE SAÚDE DEVEM RECEBER R$ 3,5 MILHÕES AO LONGO DE DOIS ANOS

Com a aprovação do projeto “Embalagens para produtos da área de saúde” na chamada pública MCTI/FINEP/FNDCT/ CT-INFRA PROINFRA 2021, o Instituto de Tecnologia de Alimen tos (Ital) recebeu aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para investimentos em equipamentos no Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea) visando um melhor atendimento das demandas do setor de saúde em prol da segurança da sociedade.

Cerca de R$ 3,5 milhões serão investidos ao longo de dois anos e viabilizarão a expansão do escopo de avaliações e do desenvolvimento de pesquisas, reduzindo a dependência do setor de saúde na realização de serviços de laboratório no exterior, contribuindo com o aumento

da produtividade e suprindo lacunas de PD&I nas cadeias de embalagens de produtos farmacêuticos e da área da saúde no Brasil.

A infraestrutura especializada a ser implementada em Campinas, no estado de São Paulo, deve estimular e acelerar avanços tecnológicos aplicadas ao setor, incluindo os pedidos de renovações de registro de medicamentos.

Adicionalmente, a nova infraestrutura auxiliará na realização de análises de orientação, de controle e fiscais em atividades preparatórias voltadas à fiscalização e ao monitoramento de produtos fabricados e comercializados no Brasil ou importados sujeitos à vigilância sanitária1 para garantia da segurança, uma vez que o Ital integra a rede de laboratórios habilitados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em paralelo, serão gerados da-

dos técnicos e científicos para auxiliar demandas da Anvisa sobre os materiais de embalagens e seus principais riscos e perigos para auxílio no desenvolvimento de políticas públicas para segurança e saúde da população, possibilitando o crescimento do mercado, fomentando a inovação de materiais e, consequentemente, aumentando a competitividade brasileira nesse estratégico segmento.

Vale destacar que os equipamentos a serem adquiridos são multiusuários e, portanto, pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa poderão usá-los em projeto de pesquisa após aprovação de comitê gestor do Ital.

1 Habilitado sob o número 143 na Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas), com inclusão em novembro de 2021 das categorias Insumos Farmacêuticos, Medicamentos, Produtos para Saúde e Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

PAULO HENRIQUE KIYATAKA

www.finep.gov.br

www.gov.br/mcti

PESQUISA 14 AGOSTO 2023
DANIELLE ITO ANA PAULA NOLETTO Pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital

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INOVAÇÃO NA ESSÊNCIA

WHEATON CRESCE COM A INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS BRASILEIRA E BUSCA A EXPANSÃO NO MERCADO INTERNACIONAL

Aindústria de perfumaria e cosméticos no Brasil cresceu e se sofisticou ao longo das últimas décadas, destacando-se no cenário global. Juntamente, cresceu a Wheaton, vidraria de embalagens para cosméticos e farmacêuticos, que hoje compete no mercado internacional. Um percurso longo e cheio de desafios que a empresa quer contar, junto com a história da perfumaria nacional e internacional, em seu museu contendo mais de 7.000 peças, que começou a ser idealizado há 20 anos e deve ser inaugurado ainda este ano.

A história da Wheaton começa em 1888, nos Estados Unidos, e em 1952 a empresa chega ao Brasil, para produzir frascos de vidro para penicilina, na fábrica localizada no bairro paulistano do Jabaquara. Frank Wheaton, fundador da empresa, foi um dos inventores do vidro de penicilina, durante a guerra. Em 1962, a fábrica muda-se para São Bernardo do Campo (SP), quando inicia a produção de frascos para cosméticos, acompanhando o crescimento desse mercado no Brasil, que se transformaria em um dos maiores do mundo. Hoje, a Wheaton está na 3ª geração da família Gottschalk e é uma empresa 100% brasileira.

18 ENTREVISTA AGOSTO 2023

Foi um início de desafios, com a vinda das vidrarias europeias, como conta Renato Massara, VP comercial e de marketing da Wheaton, entrevistado por EMBANEWS. Elas ditavam os passos em termos de qualidade e design, ao mesmo tempo em que empresas como Natura e Boticário entravam em uma rota de crescimento, demandando inovações constantes. “Mas foi também uma época de muito aprendizado”, ressalta Massara, “e hoje, a Wheaton vai lá competir com os europeus na casa deles e no mercado americano, com produtos altamente sofisticados, em uma trajetória que nos enche de orgulho”, diz.

Assim como muitos profissionais na Wheaton, a carreira de Renato Massara é longa. Ele começou como estagiário, quando ainda fazia seu curso de engenharia na FEI. Ainda no início, enquanto estudava Administração, foi da área industrial para a de vendas, que o conquistou. Ele foi crescendo na carreira, percorreu vários setores, estudou Marketing, e lá se vão quase 45 anos. “É surpreendente, mas nisso não estou sozinho; em todos estes anos continuo muito entusiasmado, tanto com a empresa quanto com o produto; adoro o vidro, adoro embalagem de modo geral”. E acrescenta: “um dos principais diferenciais da Wheaton são as pessoas, é o entusiasmo das pessoas que trabalham aqui”.

EMBANEWS: Quais foram os resultados da empresa em 2022 e quais são as projeções para este ano?

RENATO MASSARA: Voltando um pouco, no início da pandemia, passamos por momentos importantes de tomada de decisão. Imagine uma indústria que trabalha 24 horas por dia, produzindo 350 a 400 toneladas de vidro por dia, ter todos os clientes adiando ou cancelando os pedidos. O que fazer nessa hora: desligamos o forno, não desligamos o forno? Tomamos a decisão correta de não desligar o forno, não parar as máquinas, então aconteceu a grande surpresa. Em maio e junho daquele ano, começou uma demanda muito forte da indústria cosmética, puxada pelas vendas online. Havia ainda um outro forno que havia sido reformado, mas que tínhamos decidido não ligar mais naquele ano. E de repente, tivemos que ligar esse forno em junho, a toque de caixa. Aquele acabou sendo um ano de bons resultados.

O ano seguinte também foi um ano de alta demanda para o setor cosmético, mas todos sofreram muito com o aumento de custos. Nós tivemos aumentos do gás e da matéria-prima, sem conseguir repassar ao mercado. Então, 2021 foi um ano bom em vendas, mas ruim em termos de resultados. Já 2022 foi um bom ano em demanda e de melhora na estabilização dos preços. Para nossa surpresa este ano vem muito bem, tanto para os cosméticos como para o farmacêutico. Embora algumas áreas do varejo enfrentem problemas, principalmente aquelas que necessitam de financiamento, já que os juros estão altíssimos, o mercado de cosméticos vai bem de modo geral. Algumas empresas que têm dívidas, sofrem um pouco mais.

O mercado farmacêutico está muito forte, talvez movido pelas vendas online, mas não se sabe direito o motivo.

O mercado está animado, algumas empresas estão tendo muito sucesso, a Natura está melhorando, O Boticário indo para o varejo, comprou a Vult com enorme sucesso. Nós temos empresas de cosméticos no Brasil muito competentes, essa é a verdade, elas são muito ágeis. E também os fornecedores precisam ser muito competentes, para acompanhar um crescimento rápido desses.

EMBANEWS: Quais são os principais mercados da Wheaton?

RENATO MASSARA: Hoje, mais ou menos 75% do negócio da Wheaton em valor é representado pelo mercado cosmético. Temos no Brasil grandes empresas de nível mundial, como O Boticário, Natura, além de outras. Outros 20% são do mercado farmacêutico, nossa origem. É um mercado muito grande em volume, mas é de valor mais baixo, pois demanda poucos recursos em decoração, e temos ainda a parte de utilidade doméstica ou outros. Por exemplo, desenvolvemos um pote de vidro de comida para cachorro que ganhou todos os prêmios. Nós gostamos de propostas diferentes, exclusivas, e acho que esse é também um diferencial da Wheaton.

EMBANEWS: Quais são as principais demandas da indústria de cosméticos e farmacêutica em relação às embalagens de vidro?

RENATO MASSARA: Já nem se fala mais em qualidade e atendimento, isso já é default. Claro, que estamos vivendo um momento em que o mercado se desregulou por inteiro, então ainda falta muito produto no mercado. As vezes temos o vidro, mas não temos o acessório.

O mercado brasileiro está brigando com o mercado internacional, ou seja, inovação é essencial. A embalagem num perfume ou num cosmético é essencial, mas se essa inovação não agregar sustentabilidade, não vai atender o mercado.

Hoje, estamos trabalhando bastante em processos de redução de peso, desenvolvimento de embalagem refilável, uso de PCR. No vidro âmbar, já conseguimos utilizar 40% de PCR. No Brasil, poderíamos ter um volume maior de PCR, mas não conseguimos coletar esse caco porque falta o apoio do governo, falta cultura, falta uma série de coisas.

Nós queremos aumentar o uso de PCR nos cosméticos. Esse é um projeto que estamos trabalhando junto com O Boticário, Natura e outras empresas, para conseguir coletar mais vidro; infelizmente falta apoio. É importante que o material circule, porque o vidro tem essa virtude de não perder absolutamente nada no processo, um vidro antigo é um vidro novo, volta a ser 100% o que era. Mas para que isso aconteça é preciso resolver o desafio de fazer o vidro retornar para a pro-

19 AGOSTO 2023

dução e também o da distorção de preço. Por incrível que pareça, antes o uso do caco reduzia o custo para a vidraria, e hoje representa aumento de custo, porque o caco está mais caro que a matéria prima virgem. Resumindo: eu acho que inovação é o nome e sustentabilidade é a base.

EMBANEWS: E quais são as novidades em matéria de design para embalagens de vidro para cosméticos?

RENATO MASSARA: Essa questão deixo para o Ricardo Lopes, nosso diretor comercial e de marketing.

RICARDO LOPES: Evoluímos muito em design. Hoje podemos desenvolver frascos com grande espessura de fundo e massa de vidro, e também, fazendo o contraponto em função da sustentabilidade, desenvolvemos frascos com características premium, mas com menos massa de vidro. De outro lado, a refilagem e as tampas de rosca ganham espaço no universo premium.

A decoração do frasco é um outro ponto fundamental na embalagem de cosmético e de perfume, e a tecnologia tem evoluído com o mercado. Já desenvolvemos frascos que utilizam processos variados, como pintura interna e pintura digital, que permite a personalização do frasco em alta escala. Há ainda a serigrafia em degradê, a serigrafia perfumada, em que é possível inserir a própria essência do produto na serigrafia, sem necessidade de abrir o frasco para sentir a fragrância. Ou a serigrafia glitter, ou mesmo a serigrafia em 3D, que possibilita colocar relevo no vidro, ou inscrições em Braille, apenas com a serigrafia, sem a necessidade de mudar o molde. Há muitas opções, o mercado de perfumaria e cosméticos vive de inovação, e é isso que estamos sempre buscando, cada vez uma maior diferenciação.

EMBANEWS: A empresa cresce no mercado internacional também, quais são os diferenciais para isso?

RENATO MASSARA: Pretendemos ter em torno de 20% do negócio voltado para o mercado externo. Nós não temos pressa, temos bons concorrentes, precisamos mostrar a eles o nosso diferencial. Dois pontos nos tornam aptos a brigar no mercado europeu: nós gostamos de inovação e trabalhamos com um atendimento diferenciado. Ao contrário do que um vidreiro normalmente busca - trabalhar com alta produção e uma programação com antecedência, nós decidimos o seguinte: somos um trocador de molde, nosso pessoal tem que se acostumar e ser bom na troca de molde, porque precisamos atender o mercado da melhor forma possível, não pode faltar produto, e o prazo tem que ser cumprido. Nas grandes vidrarias da Europa, o prazo para desenvolver um vidro novo pode levar de um ano e meio a dois anos. Nós desenvolvemos um vidro novo em 3 meses. E não é que haja capacidade ociosa. Nós criamos uma estrutura que não é barata, que envolve ferramentaria própria, equipamentos supermodernos que desenvolvem o vidro novo. E há toda

a equipe do Ricardo Lopes, que cuida do marketing, da criação e desenvolvimento. Não conhecemos outra vidraria no mundo que faça isso. Estamos concorrendo com ótimos vidreiros, de excelente qualidade, então, a nossa ideia é ser diferente, é preciso agregar alguma coisa a mais.

EMBANEWS: E quais são os desafios para competir em condições de igualdade com o mercado internacional?

RENATO MASSARA: Ainda temos problemas: o Brasil é caro, temos um gás muito caro, além de toda a complexidade da política brasileira. Por isso, não somos um fabricante que vai lá brigar por preço, nós não conseguimos fazer isso. Nós temos paridade com uma vidraria europeia, mas vamos brigar por um serviço diferenciado, uma inovação, um desenvolvimento rápido, algo que o cliente não tenha. O cliente é o nome do jogo.

EMBANEWS: Como a empresa se preparou para estar no mercado externo?

RENATO MASSARA: A Wheaton já tinha um bom mercado na América do Sul. Estamos participando da Luxe Pack Monaco há 5 anos, é uma feira muito importante, é lá que os lançamentos dos fornecedores de embalagem acontecem. Com o desenvolvimento do vidro Extra Flint durante o ano passado, através de uma nova tecnologia que proporciona um vidro mais transparente, nós também estamos retornando à feira americana. O vidro mais transparente era uma demanda dos mercados europeu e americano, mais sofisticados. Hoje dispomos do vidro Flint standard, o vidro com PCR – de 8% a 10% de PCR e o vidro extra Flint, além do âmbar. Temos alguns projetos importantes desenvolvidos na França, nos Estados Unidos, na Itália. E temos o mercado brasileiro que não podemos deixar desabastecido. Estamos bastante otimistas e num momento interessante do mercado, apesar da guerra, a insegurança, o aumento de custos. Temos uma janela interessante que estamos aproveitando. O Ricardo tem viajado muito às feiras, e além da Luxepack, a PCD Paris foi muito importante.

EMBANEWS: Como as questões de ESG e sustentabilidade estão norteando os rumos da empresa?

RENATO MASSARA: Empresas em todo mundo estão preocupadas com o meio ambiente e a parte social, e têm ações relacionadas à sustentabilidade. Hoje em dia isso faz parte do mercado. E por incrível que pareça o Brasil está bastante avançado nessa questão. Só que no Brasil temos os lixões e aterros, que são emissores de gases de efeito estufa. A Wheaton desenvolveu um parceiro, que leva o biogás assim gerado para ser utilizado em sua cadeia de produção, por transportadora a biogás. Cerca de 10% de nossa energia vem do biogás que equivale a uma redução de 7.000 toneladas de CO2. Não temos notícia de nenhuma vidraria na Europa

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AGOSTO 2023
ENTREVISTA
INSCRIÇÕES COM VALORES PROMOCIONAIS ATÉ 31 DE OUTUBRO INFORMAÇÕES: premio@embanews.com e WhatsApp 11 94721-4102

funcionando a biogás, e além disso todos os nossos fornos têm parte do funcionamento por eletricidade, o que também reduz as emissões. É um projeto que nos enche de orgulho.

Na parte social temos a Escola da Família, uma escola Waldorf, totalmente grátis, de excelente nível. Estamos atendendo 70 crianças e vamos passar a atender 150 no ano que vem com uma escola nova.

Um outro projeto, este é a criação de um museu que vai contar a história da perfumaria nacional e internacional, contendo mais de 7.000 peças, que esperamos inaugurar este ano. Estamos há 20 anos colecionando essas peças, quando começamos o projeto, em nosso aniversário de 50 anos, e finalmente vai ser concluído. É um projeto muito especial.

EMBANEWS: Há novos investimentos em vista?

RENATO MASSARA: Os investimentos em uma vidraria para operar no mercado externo têm que ser constantes. Basicamente se faz uma reforma de forno por ano, o que permite agregar uma nova tecnologia, uma inovação. Em maquinário, o investimento em inovação e decoração também é regular. Hoje temos 9 linhas de pintura orgânica capazes de suprir com folga as demandas do mercado.

Além disso, estamos sempre trazendo uma novidade. Por exemplo, nós investimos em uma startup, chamada Noar, que desenvolveu um dispositivo em formato de tablet com cheiro digital, um negócio disruptivo, que muda a prática de amostragem dos perfumes. E o grande investimento, que já demos o start, é o novo forno, que deve começar a operar dentro de 2 a 3 anos, em um investimento acima de 200 milhões de reais só no forno.

O que nos motiva nesse empreendimento é a aceitação do nosso produto no mercado externo, e a nossa crença no crescimento das empresas brasileiras no Brasil e na América Latina. E mais, o fato de que contamos com um importante diferencial: o entusiasmo das pessoas que trabalham aqui. Há 15 dias atrás demos um prêmio para três funcionários, com 50 anos de casa, que ainda hoje estão no dia a dia da empresa, com um entusiasmo de garotos. O segredo não está no maquinário, o segredo são as pessoas, estar próximo ao cliente. É um desafio e um aprendizado diários manter um ambiente de trabalho positivo e estimulante com mais de 3.000 pessoas, e para isso contamos com o apoio de toda diretoria e do presidente, e é o que nos faz chegar aqui e pensar adiante.

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AGOSTO 2023
ENTREVISTA
www.wheaton.com.br

COMO UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGEM AJUDA A PEQUENA EMPRESA

EM PEQUENAS TIRAGENS E ALTO VALOR PERCEBIDO, ELA PODE MUDAR A PERSPECTIVA DE UM NEGÓCIO

Uma das maiores dificuldades das pequenas empresas é ter acesso aos mesmos recursos de tecnologia que uma grande empresa tem disponível. Muitas vezes não reparamos, mas temos exemplos diversos que estão no nosso dia-dia

Por que a loja de doces caseiros usa vidro para vender o doce de leite e no supermercado eles estão em lata de aço?

Por que o biscoito artesanal amanteigado de qualidade superior é vendido num saquinho plástico e o amanteigado industrializado em uma lata de aço?

Por que um café de uma microtorrefação de R$ 500,00/kg está num pouch com zip e rotulado?

Por que bolos caseiros de qualidade superior estão embalados em papel cartão ou naquelas embalagens plásticas barulhentas?

Por que ovos de páscoa artesanais utilizam embalagens muito parecidas sem personalização e com uma etiqueta com o nome da confeiteira?

Poderíamos citar aqui diversos exemplos que estão no nosso dia-dia e possuem uma origem em comum. Alguns processos industriais só estão disponíveis para grandes volumes de produção.

Isso muitas vezes acaba inviabilizando a pequena empresa de mostrar na embalagem a exclusividade do seu produto pois ela não consegue ter acesso a embalagens de qualidade superior.

Quem nunca comprou um panetone artesanal, mas se decepcionou com a embalagem e acabou reembalando o produto para dar de presente?

É nesse contexto que a Loja da Lata se insere, ajudando pequenas empresas a agregar valor a seus produtos exclusivos com embalagens metálicas.

Com uma tecnologia inovadora que permite a impressão digital no aço, foi possível quebrar a principal barreira para a produção de pequenos e médios volumes de embalagens fazendo com que a embalagem que estava disponível apenas para as grandes empresas também se viabilizasse para as pequenas.

E assim, mesmo sem ter toda a força de distribuição dos grandes, o pequeno negócio consegue se diferenciar da concorrência utilizando uma embalagem que muitas vezes sequer estava sendo utilizada numa determinada categoria de produtos.

Além disso a lata de aço gera permanência de marca no cliente. Existe uma relação afetiva das pessoas com as latas decorativas que acabam reutilizando-as para armazenar outros produtos ou como refil. Esse é um fator muito importante que distingue a pequena empresa que busca criar uma identidade e conhecimento de marca.

Acreditamos que a disponibilização da Lata de Aço em pequenos volumes – e isso é possível já a partir de 50 unidades - é capaz de impulsionar uma revolução nos pequenos negócios. A percepção do valor da marca muda através da embalagem, o que possibilita praticar um valor diferenciado em um produto de qualidade superior.

É um caminho para que pequenos negócios construam uma imagem de marca sólida e consigam

trabalhar com margens superiores, não apenas pela percepção de valor da marca, mas também por conta da exclusividade e personalização no design que a tecnologia proporciona.

Somado aos benefícios diretos que agrega aos produtos, há também o ganho ao se dispensar a manutenção de um estoque de embalagens. Se eu preciso de 100 embalagens por que sou obrigado a comprar 5.000? Isso é dinheiro e espaço em estoque. Para o pequeno o fluxo de caixa é um ponto crítico e qualquer desatenção pode quebrar o negócio. Ter mais caixa disponível para direcionar a outras áreas do negócio, em vez de deixá-la imobilizada em embalagens é um benefício que só é possível com as latas de aço da Loja da Lata.

Sem esquecer que a lata de aço aumenta o shelf life para determinados tipos de produtos, viabilizando muitas vezes sua distribuição em âmbito nacional e a realização de vendas online.

Em resumo estamos ajudando a pequena empresa a tracionar o seu negócio sem que ela fique limitada.

DANIEL SPEICYS Gerente Geral da Loja da Lata
LATA DE AÇO
24 AGOSTO 2023

18o Exposición intErnacional dEl EnvasE, EmbalajE y procEsos para toda la industria

12o Exposición y congrEso para la ciEncia y tEcnología

farmacEútica, biotEcnología y vEtErinaria

ESCÓCIA: TRADIÇÃO PARA ALÉM DAS SAIAS XADREZES!

Os escoceses são um capítulo à parte do Reino Unido. Mantêm suas tradições de maneira indelével, diria até um pouco rígida. Para além das saias xadrezes, os detalhes em vermelho seguem na maioria dos designs das embalagens.

O mais clássico biscoito amanteigado é o Walkers que recebeu o distintivo da sua majestade, a rainha do Reino Unido. O distintivo é estampado em todas as embalagens como um troféu, bem como o fundo xadrez das várias opções de arte e a assinatura do ano de fundação: 1898! A mesma identidade visual é adotada na versão stand-up pouch de papel, embora os biscoitos sejam embalados individualmente em BOPP.

A Tunnock’s é outra marca centenária de 1890 e familiar. O vermelho predomina na embalagem dos “tea cakes” (bolos para acompanhar o chá) como no flow-pack dos biscoitos wafer. O design permane-

EMBALAGENS QUE CONTAM MEMÓRIAS

ce o mesmo, mas a embalagem já é um flow-pack, com metalização, e com um QR Code para prover mais informação.

O doce de leite é outro patrimônio imaterial da Escócia, lá são “tabletes escoceses”. A marca mais famosa é a Mrs. Tilly’s. O cartucho com fundo preto destaca os deliciosos doces, que ganharam o prêmio “Great Taste” (ótimo sabor) durante a maior feira de alimentos e bebidas do mundo, a SIAL de Paris.

O sorvete feito com o famoso doce de leite também recebeu um prêmio, o BIG Taste. A conquista é estampada no pote de papelcartão com orgulho, além do logo “Made in Scotland” (feito na Escócia).

Os chocolates recheados de creme de hortelã da Buchanan’s são ainda mais antigos, de 1856, e considerados o fino sabor da Escócia. Tão tradicionais quanto os demais, a marca também mantém os elementos gráficos tal como dantes.

Sem dúvidas, uma das embalagens mais interessantes e convincentes é a do FISH and CHIPS, que

iniciou suas operações em 1872, e a mantém como era. Lá na Escócia só se come peixe com batatas fritas. A embalagem utilizada para servir os comensais no balcão ou mesão é a mesma que atende o delivery ou o takeaway. Trata-se de uma caixa com fotografias em preto e branco emolduradas como um mural. Um grande resgate da história do local e dos que por lá passaram.

Embalagem pode contemplar memórias e isso é muito bom.

Embalagens melhores mundo afora, mundo melhor.

ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO Diretora do Instituto de Embalagens assunta@ideembalagens.com.br FRONTEIRAS AGOSTO 2023 26
FOTOS: FUTUREPACK

SOLUÇÕES QUE

Agregando valor às melhores marcas, a Engepack se destaca pelo pioneirismo, tecnologia e capacidade de inovação no mercado de embalagens PET.

www.

ENVASE 2023

SETOR DE EMBALAGEM SE REÚNE NA ARGENTINA

De 3 a 6 de outubro de 2023 acontece a Envase 2023, Feira de Embalagem e Processos, no Centro Costa Salguero, em Buenos Aires, na Argentina.

Em sua 18ª edição, a Envase conta com mais de 250 empresas locais e do exterior, nos cinco pavilhões do centro de exposições, em mais de 10.000 m2 de área de exposição. A feira é realizada a cada dois anos e reúne as empresas da indústria de envase e embalagem; processos e tecnologia; insumos, serviços e acessórios; máquinas e equipamentos e tudo o que a indústria necessita.

Organizada pelo Instituto Argentino del Envase, desde 1988, a Envase espera receber mais de 20.000 visitantes. Simultaneamente ocorre a ETIF 2023, 12ª Exposição e Congresso para a Ciência e Tecnologia Farmacêutica, Biotecnológica e Veterinária.

Ao longo dos 4 dias ocorrerão palestras, seminários, sessões de formação e apresentações e o Congresso Científico-Técnico. O evento vai reunir líderes industriais nacionais e estrangeiros, profissionais, técnicos e especialistas que atuam em diferentes pontos da cadeia produtiva, logística e comercial, com o objetivo de capacitá-los e atualizá-los nos temas de maior interesse.

https://www.envase.org

29 SID - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DIRIGIDA AGOSTO 2023 (11) 5814-3871 (11) 3493-5577
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COMPETITIVIDADE AMÉRICO “PISCA-PISCA” E A INOVAÇÃO

ENTRE O RISCO DA INOVAÇÃO E O COMODISMO DO ‘DEIXA TUDO COMO ESTÁ’

HÁ MAIS POSSIBILIDADES DO QUE POSSA IMAGINAR NOSSA VÃ FILOSOFIA

MMonteiro Lobato (18821948) foi um escritor e editor brasileiro.

"O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Aprendi com meus pais a apreciar a leitura e o Monteiro Lobato me fez companhia durante muito tempo. Até hoje recorro aos personagens e situações narradas (ou antevistas?) por ele para adjetivar personagens do cotidiano atual.

Uma de suas fábulas mais intrigantes é O Reformador do Mundo. O personagem é o “Américo Pisca-Pisca”, tema deste texto, que tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. A cada ideia que julgava brilhante ou a cada defeito para o qual encontrava uma solução, piscava os olhos de forma ininterrupta, fato que deu origem ao seu apelido.

Omundoparaeleestavaerrado e a natureza só fazia asneiras...

..Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está uma jabuticabeira enorme sustendo frutas pequeninas, e lá adiante vejocolossalabóborapresaaocaule duma planta rasteira. Não era lógicoquefossejustamenteocontrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadaspormim,eutrocaria as bolas, passando as jabuticabas para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira. Não tenho razão?

Américo se cansou de tanto pensar, deitou-se à sombra da jabuticabeira, dormiu e sonhou.

Sonhou com o mundo novo, reformado inteirinho pelas suas mãos. Uma beleza! De repente, no melhor da festa, ... uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio no nariz.

Américo desperta de um pulo; pisca, pisca; medita sobre o caso e reconhece, afinal, que o mundo não era tão mal feito assim. E segue para casa refletindo:

...Pois não é que se o mundo fosse arrumado por mim a primeira vítima teria sido eu? Eu, Américo Pisca-Pisca, morto pela abóbora por mim posta no lugar da jabuticaba? Hum! Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como está, que está tudo muito bem.

A ideia de Américo, segundo o Manual de Oslo, talvez pudesse ser considerada uma inovação “radical ou disruptiva”, porque causaria um impacto significativo na atividade econômica das empresas que nele atuam. Também poderia ser considerada “incremental”, focada em melhoria do processo produtivo, e considerada uma “adaptação” decorrente de alterações genéticas nas abóboras que as fizessem crescer em árvores com o porte de “jaqueiras”, altas e frondosas.

Afinal, caro(a) leitor(a), a ideia de Américo é absurda ou factível? Causa o riso ou faz pensar? Desperta emoção ou é afugentada porque

“quebra regras”? É melhor deixar de lado as importantes reformas industriais brasileiras, tão necessárias, por medo de ”queda de abóboras”? Qualquer que seja a decisão, o importante é compreender que cada profissional do Sistema Embalagem que tenha a pretensão de aumentar a sua competitividade e a da empresa em que atua deve desenvolver a habilidade de observar os quase invisíveis “Américos pisca-pisca” com quem encontra e ouvir suas aparentes estultices. É essencial analisá-las com critério e, ao mesmo tempo, permitir lançar sobre elas o olhar da criatividade. Daí podem surgir boas ideias!

Se faltar um roteiro, sugiro ler A Emoção e a Regra, do qual transcrevo, em versão livre, as duas frases da Introdução:

Amoaregraquecorrigeaemoção.

Amoaemoçãoquecorrigearegra.

Ou, se for permitido:

Amo a regra que corrige o “Américo Pisca-pisca”.

Amo o “Américo Pisca-pisca” que corrige a regra.

ANTONIO CABRAL Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem

Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)

antonio.cabral@maua.br

acdcabral@gmail.com

30 AGOSTO 2022

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