Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 61 • 22/04/2015
BIODIESEL PODE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO NAS GRANDES CIDADES Páginas 4 a 5
Estudo busca bio-óleo com melhor qualidade Página 3
Embrapa Agroenergia vai mostrar microalgas para produção de biocombustíveis na Agrishow Páginas 18 e 19
Podemos fazer mais! Já somos um dos países com maior participação de fontes renováveis de energia na matriz, temos o etanol com melhor balanço energético e um programa de inclusão de agricultores familiares na produção de biodiesel que atrai comitivas de diversas nações interessadas no modelo. Mas podemos mais, devemos fazer mais! É por isso que nosso centro de pesquisa está investindo, entre tantas outras, nas pesquisas com pirólise para produção de bio-óleo, em cooperação com um dos institutos de maior expertise no tema internacionalmente, o ARSUSDA. Diante da incomparável capacidade brasileira de produção agropecuária, gerar energia de biomassa apenas com a queima direta ou conversão a etanol e biodiesel não é suficiente. Especialmente nesse momento em que a confiança nas hidrelétricas como fonte majoritária de energia elétrica está abalada; e a diversificação da matriz de eletricidade se torna prioridade visando uma maior sustentabilidade da mesma. Temos o dever de não nos acomodarmos no patamar já alcançado e inovar no desenvolvimento e adoção de novos biocombustíveis. Da mesma forma, podemos
e devemos explorar mais as tecnologias de que já dispomos para ampliar o uso de energia renovável. É o que vamos convidar agentes públicos a fazer, no Seminário B20 Metropolitano – Mobilidade Sustentável para as Cidades Brasileiras, em parceria com a Ubrabio. A consolidação do uso do biodiesel no Brasil teve um passo importante no ano passado, com a determinação da adição de 7% do biocombustível ao diesel comercializado. Mas projetos de uso de misturas maiores no transporte público das grandes cidades poderiam contribuir para o avanço da cadeia produtiva, além da melhoria da qualidade do ar e, por consequência, da saúde da população. A Embrapa Agroenergia está sempre aberta para contribuir com instituições e empresas interessadas em fazer mais. Por que nós podemos (e devemos)! Boa leitura!
Manoel Teixeira Souza Júnior Chefe-Geral
EXPEDIENTE
Embrapa Agroenergia Parque Estação Biológica - PqEB s/n° Av. W3 Norte (final) Edifício Embrapa Agroenergia Caixa Postal: 40.315 70770-901 - Brasília (DF) Tel.: 55 (61) 3448 1581 www.embrapa.br/agroenergia http://twitter.com/cnpae
Esta é a edição especial, de 22 de abril de 2015, do jornal Agroenergético, publicação mensal de responsabilidade da Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Agroenergia. ChefeGeral: Manoel Teixeira Souza Júnior. ChefeAdjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Guy de Capdeville. Chefe-Adjunta de Transferência de Tecnologia: Marcia Mitiko Onoyama. Chefe-
Adjunta de Administração: Maria do Carmo de Morais Matias. Jornalista Responsável: Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR). Redação: Daniela Collares e Vivian Chies(MTb 42.643/SP). Projeto gráfico e Diagramação: Maria Goreti Braga dos Santos. Fotos capa: Ubrabio, Anna Leticia Pighinelli e Daniela Collares. Revisão: Manoel Teixeira Souza Júnior.
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução das matérias desde que citada a fonte.
Edição nº 61
ESTUDO BUSCA BIO-ÓLEO COM MELHOR QUALIDADE Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia
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ma pesquisa em parceria da Embrapa com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA) está empenhada em obter do eucalipto um combustível líquido, o bio-óleo. Trata-se de um material viscoso, que pode ser utilizado diretamente em caldeiras para gerar energia – com ajustes nos equipamentos e o bio-óleo dentro de especificações técnicas específicas. Também pode ser convertido em produtos como gasolina, querosene de aviação e químicos de origem renovável. O trabalho começou em 2013, quando a analista Anna Letícia Pighinelli passou pouco mais de um ano no Eastern Regional Research Center (ERRC) do ARS/USDA, testando três variedades de eucalipto no processo de pirólise, que dá origem ao bio-óleo. Agora, o pesquisador Emerson Leo Schultz está no mesmo instituto, fazendo experimentos com a adição de catalisadores.
equipe do pesquisador Akwasi Boateng. Trata-se de um grupo de pesquisa com anos de dedicação ao tema nos Estados Unidos, país que, junto com a Europa, concentra o maior número de trabalhos desenvolvidos na área. Esse trabalho em conjunto com ARS/USDA está inserido em amplo projeto de pesquisa da Embrapa para desenvolver tecnologias de aproveitamento energético de espécies florestais, com destaque para o eucalipto. Por isso, três variedades da cultura foram escolhidas como biomassas a serem testadas: Eucalyptus urophylla, Eucalyptus grandis e Eucalyptus urograndis. A expectativa de Emerson é obter bio-óleo com propriedades melhores do que o proveniente da pirólise térmica.
A pirólise é um processo termoquímico que consiste na degradação de matéria orgânica na ausência de oxigênio, gerando três produtos: biochar (sólido), bio-óleo (líquido) e gases. Schultz explica que a estratégia de adicionar catalisadores visa a melhorar propriedades do bio-óleo, tais com pH, estabilidade e poder calorífico. Isso porque eles realçam reações químicas responsáveis pela remoção do oxigênio da biomassa.
Ele explica que, embora muitos estudos já tenham sido feitos, ainda é preciso desenvolver novos catalisadores e começar a ampliar a escala dos testes, normalmente realizados em laboratório. No trabalho no ARS/USDA, que deve durar um ano, Emerson vai justamente trabalhar com o aumento de escala, conduzindo experimentos também em um reator de leito fluidizado desenvolvido pela
Foto: Anna Leticia Pighinelli
Os principais catalisadores utilizados atualmente em estudos foram desenvolvidos para o processamento do petróleo, que tem composição química diferente da biomassa, com teor de oxigênio muito menor. “Na pirólise catalítica, o desafio é remover o oxigênio contido na biomassa, produzindo compostos de interesse como combustíveis ou produtos químicos”, diz o pesquisador.
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Agroenergético
BIODIESEL PODE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO NAS GRANDES CIDADES Por: Daniela Garcia Collares
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ensibilizar os prefeitos das maiores cidades brasileiras quanto aos benefícios do uso de B20 na frota urbana dos ônibus, o chamado B20 Metropolitano, é a proposta do Seminário "B20 Metropolitano – Mobilidade Sustentável para as Cidades Brasileiras", que acontece em Brasília, no dia 21 de maio. A discussão é uma promoção da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), em parceria com a Embrapa Agroenergia, que atuam em conjunto para incentivar o uso de biodiesel no País. O B20, ou seja, a mistura de 20% de biodiesel no diesel fóssil a ser utilizado pelas frotas de ônibus dos grandes centros do País, representa benefícios para toda a população, um projeto que vem sendo incentivado pela Ubrabio desde sua fundação, em 2007.
"No Seminário, pretendemos sensibilizar os prefeitos das maiores cidades brasileiras quanto aos benefícios do uso de B20 na frota urbana dos ônibus, o chamado B20 Metropolitano", salientou o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski. "Montamos uma programação que trata da qualidade e distribuição do biocombustível, um caso prático de exemplos falando das vantagens do uso em frotas urbanas e a relação do transporte urbano com a saúde pública", destacou Donizete. Por isso, autoridades vinculadas aos setores de Mobilidade Urbana, Meio Ambiente e Saúde Pública, além de gestores de áreas diretamente relacionadas à sustentabilidade do Brasil, estão sendo convidadas a participar.
Foto: Ubrabio
Mais biodiesel nos ônibus pode beneficiar população das metrópoles brasileiras
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Edição nº 61
Um dos benefícios desse biocombustível é ser limpo e renovável, isento de enxofre (S). O seu uso tem ação efetiva na redução de emissões de Gases do Efeito Estufa e, consequentemente, na qualidade de vida das pessoas nas cidades brasileiras.
uma posição de vanguarda pela sua preocupação com a sustentabilidade ambiental", destaca Guy de Capdeville.
Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro estão na lista das cidades que assinaram a Declaração do C40 (Cities Climate Leadership Group) de Intenções para Ônibus Urbanos Limpos, em março deste ano. O documento foi assinado pelos prefeitos de 20 municípios latino-americanos que compõem o grupo formado pelas maiores cidades do mundo para implementação de ações sustentáveis e de combate ao aquecimento global.
A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) é uma associação sem fins econômicos que representa nacionalmente toda a cadeia produtiva desses biocombustíveis. Desde sua criação, em 2007, a entidade lidera o segmento e atua como interlocutora entre sociedade e governo para mobilizar e unir esforços, recursos e conhecimentos na busca pelo desenvolvimento do setor.
"Está claro que reduzir a queima de combustíveis fósseis contribui para alcançar os objetivos mundiais para manutenção da vida no planeta. E o biodiesel é um forte vetor nacional nesse sentido de transição para o desenvolvimento de baixo carbono", explica Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da Ubrabio.
Sobre a Embrapa Agroenergia
Guy de Capdeville, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, também reforça os benefícios do uso de biocombustíveis. "Além de gerarmos emprego no campo com a produção da biomassa e nas indústrias, com a sua transformação em combustíveis renováveis, também podemos gerar outros produtos". No caso da cadeia do biodiesel, os resíduos gerados após a extração do óleo podem ser convertidos em inúmeros produtos de valor agregado, incluindo outros tipos de biocombustíveis, como bioquerosene de aviação, químicos finos (moléculas utilizadas na fabricação de medicamentos, novos biomateriais, plásticos biodegradáveis, novos tipos de papel, etc.), além de ração para nutrição animal. O próprio óleo de fritura, utilizado em bares, restaurantes e nas residências, é um resíduo que se torna um problema nas cidades, principalmente quando descartados de forma inadequada. Este óleo que se apresenta como um passivo ambiental pode ser convertido em biodiesel, utilizado para abastecimento nas frotas de veículos urbanos e agrícolas e para geração de energia elétrica. "Juntos, as prefeituras, os produtores rurais, a população, as instituições de pesquisas, as indústriais, e com apoio dos governos federal e estadual e do legislativo, podemos ajudar o Brasil a ser referência na geração de energia renovável. E o uso do B20 no transporte urbano será um grande salto para essa iniciativa, colocando o País em
Sobre a Ubrabio
Localizada em Brasília-DF, a Embrapa Agroenergia, uma das 46 unidades da Embrapa que é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atua na pesquisa, desenvolvimento e inovação de processos de conversão da biomassa em biocombustíveis e diversos outros produtos de valor agregado na lógica de biorrefinarias, promovendo a sustentabilidade das cadeias produtivas da agroenergia no Brasil. Também desenvolve estudos de genética e biotecnologia de culturas agrícolas com potencial energético e explora a biodiversidade brasileira buscando microrganismos que possam transformar a biomassa em diversos produtos úteis à sociedade.
SERVIÇO: Seminário B20 Metropolitano – Mobilidade Sustentável para as Cidades Brasileiras Quando: 21 de maio de 2015 (quinta-feira), das 9h às 14h Onde: Centro de Eventos Brasil 21 – Complexo Brasil 21. SHS Quadra 06, Lote 01, Conjunto A, Setor Hoteleiro Sul. Brasília-DF. Inscrições: As solicitações devem ser feitas pelo e-mail evento@ubrabio.com.br
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Agroenergético
EMBRAPA AGROENERGIA VAI MOSTRAR MICROALGAS PARA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS NA AGRISHOW Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia
As microalgas são microrganismos capazes de realizar fotossíntese, encontrados em água doce, salgada e salobra. Já são cultivadas comercialmente fora do Brasil, em tanques a céu aberto ou em fotobiorreatores fechados, para a produção de cosméticos, rações e alimentos funcionais. Atualmente, instituições de pesquisa no País e no exterior, buscam tecnologias para aumentar a escala de produção com custo reduzido para viabilizar a produção de biocombustíveis a partir delas. A primeira vantagem das microalgas é a alta produtividade. Comparadas à cana-de-açúcar, algumas espécies podem gerar até o dobro de biomassa na mesma área. Outro ponto a favor é que não há necessidade de terras férteis para produzi-las, tampouco de água potável. Elas podem ser cultivadas em água salgada, salobra e até mesmo residual. É justamente no aproveitamento de um resíduo que se concentra a pesquisa da Embrapa Agroenergia com uma rede de parceiros. O centro de pesquisa está buscando linhagens capazes de crescer em vinhaça, um efluente abundante na indústria sucroalcooleira. A ideia é integrar a produção de microalgas a um segmento já bastante consolidado no mercado de agroenergia no Brasil. “As microalgas poderiam agregar valor à vinhaça e
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consumir o gás carbônico liberado nas usinas de etanol, tornando mais sustentável a produção brasileira desse biocombustível”, diz o pesquisador líder da iniciativa, Bruno Brasil. Além de buscar microalgas em biomas brasileiros, a equipe iniciou, neste ano, o sequenciamento do genoma de uma linhagem. O desenvolvimento de protocolos de transformação gênica também está entre os objetivos. Os cientistas esperam obter linhagens resistentes a pragas e com alta produtividade em cultivos a céu aberto, que têm se mostrado mais viáveis economicamente em larga escala. Na Agrishow, estará em exposição um fotobiorreator com microalgas. Trata-se de um sistema de cultivo fechado, com luz artificial. O equipamento estará no espaço da Embrapa Agroenergia no estande do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao lado de outras unidades da instituição de pesquisa. Cultivares desenvolvidas pela Empresa também estarão em exposição, na feira.
Foto: Vivian Chies
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matéria-prima do futuro para produção de etanol poderá vir da água. A Embrapa Agroenergia vai apresentar pesquisas com microalgas para produção desse e de outros biocombustíveis, na Agrishow 2015, evento que acontece de 27 de abril a 1º de maio, em Ribeirão Preto/SP.
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TESTES DE COLHEITA MECANIZADA DE SORGO BIOMASSA SÃO REALIZADOS EM JAGUARIÚNA-SP Por Marcos Alexandre Vicente, jornalista da Embrapa Meio Ambiente
O sorgo biomassa é hoje uma alternativa para as usinas que cogeram energia por meio da queima de bagaço e pode ser cultivado em área de reforma de canaviais. Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) André May, atualmente lotado na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), o sorgo biomassa é uma planta que pode atingir seis metros de altura, em curto período de tempo (120 a 150 dias), com grande potencial produtivo. A proposta de utilização da tecnologia advém da crescente demanda energética brasileira. De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Evandro Mantovani, que conduziu os testes em Jaguariúna-SP, o estudo está no segundo ano de testes e envolve as duas unidades de pesquisa, além da empresa parceira New Holland do Brasil. Para ele, a associação com a iniciativa privada é essencial para o processo da tecnologia de produção de energia a partir de biomassas, já que a cultura precisa ser totalmente mecanizável, diante do novo cenário do agronegócio nacional. O híbrido estudado, BRS 716, foi desenvolvido pela Embrapa, sendo indicado para esta finalidade devido à sua alta produção de biomassa. “Buscamos avaliar os processos e técnicas que melhorem a eficiência de colheita, adequando uma Colhedora de Forragem Autopropelida
para as condições da cultura do sorgo biomassa,” explicou Mantovani. O pesquisador avaliou que o teste de colheita foi plenamente satisfatório. Com plantio de 5 hectares realizado em novembro de 2014, as modificações realizadas na colhedora possibilitaram uma eficiência operacional de 120 ton/ ha-1 de matéria fresca, de forma rápida e eficiente. Sorgo biomassa ganha importância O sorgo biomassa vem adquirindo importância de protagonista quando o assunto são as novas opções na cogeração de energia. Fonte renovável, possui ciclo anual, além de possibilitar maior flexibilidade no uso da terra. A variedade ainda fornece alta capacidade energética. Cerca de 4.000 kcal/ kg de matéria seca, índice bastante promissor para os estudos energéticos. Para efeito comparativo, a lenha de eucalipto produz 4.500 Kcal/kg, mas demora anos para ser colhida, enquanto que o sorgo está pronto a partir de 120 dias. O momento econômico do setor sucroenergético faz com que a cultura do sorgo seja considerada como opção capaz de agregar receita extra, com a geração de energia nas usinas. Sobretudo, porque os índices de crescimento do consumo de energia já esbarram na oferta e têm sido superiores ao crescimento do PIB, ano após ano, o que impacta no aumento do interesse sobre o sorgo biomassa como insumo para a produção de bioenergia. Por esta razão, existem no País, grupos que produzem energia exclusivamente da queima de biomassa, e são estes que também acompanham, com interesse, as potencialidades do híbrido da Embrapa.
Foto: Marcos Vicente
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Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) realizou testes de colheita do sorgo biomassa em 26 de março de 2015 com o objetivo de avaliar coeficientes técnicos do sistema de colheita com colhedoras autopropelidas de grande porte.
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Foto: Guilherme Viana
Agroenergético
Charles Miller, da Chromatin. Empresa tem o sorgo como carro-chefe das pesquisas
SORGO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA RECEBERÁ INCENTIVOS
Por Guilherme Viana, jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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ma parceria entre Embrapa, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a empresa americana Chromatin, provedora de tecnologia para produtos provenientes de sementes de sorgo, está sendo estruturada para o desenvolvimento de cultivares de sorgo energia. Em 08/04, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) reuniram-se com o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Vendas Internacionais da Chromatin, Charles Miller, com o objetivo de avançar na estruturação da proposta de parceria. O projeto deverá ser apresentado ao BNDES tendo como foco os diferenciais apresentados pelo sorgo na geração de energia. Cultivares de sorgo biomassa são fontes renováveis de combustível e podem ser alternativa ao uso da lenha do eucalipto, por exemplo. O sorgo biomassa é abundante em matéria seca, característica responsável pelo fornecimento de energia. A planta possui muitas folhas, caule fibroso e chega a mais de cinco metros de altura. Pesquisas realizadas pela Embrapa Milho e Sorgo demonstram a produção de até 60 toneladas de matéria seca por hectare.
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Segundo Charles Miller, da Chromatin, a empresa é focada no sorgo pelo potencial apresentado pela cultura, já que é eficiente em nutrientes e mais tolerante à seca que o milho, além de poder ser cultivado em mais de 80% das terras agrícolas de todo o mundo. Nos Estados Unidos, segundo ele, 30 milhões de acres cultivados com o milho poderiam migrar para o cultivo do sorgo. “Nos últimos dois anos, registramos um aumento de 40% na área plantada com esse cereal no nosso país. No mundo, já são 130 milhões de acres e esse número vem aumentando”, disse. Ainda segundo Miller, fatores que direcionam a adoção do sorgo no mundo são a escassez de água, áreas com pouca aptidão agrícola e o crescimento da população, com consequente aumento de demanda por alimentos e energia. A empresa possui programas de pesquisa focados em três tipos de sorgo: forrageiro, granífero e sacarino. Cultivares com esse último propósito estão em desenvolvimento para lançamento nos Estados Unidos e Brasil.
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PLATAFORMA TECNOLÓGICA TERMOQUÍMICA É ABORDADA EM DOCUMENTO DA EMBRAPA Por: Daniela Garcia Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia, e Raquel Pires, estagiária de jornalismo.
A diversidade entre os processos termoquímicos, o panorama da plataforma termoquímica no Brasil e o interesse mundial pelo tema são alguns dos pontos tratados no Documento Técnico Plataforma Tecnológica Termoquímica (Pirólise e Gaseificação). Os autores são os pesquisadores José Dílcio Rocha e Emerson Léo Schultz e a analista Anna Leticia Pighinelli, da Embrapa Agroenergia. A publicação descreve a plataforma termoquímica que é construída por uma extensa lista de processos que ocorrem a altas temperaturas com reações químicas diversas que levam a mudanças estruturais nas moléculas dos polímeros naturais que constituem a biomassa. Um dos objetivos da publicação é mostrar que dependendo do processo, como por exemplo, pirolise e gaseificação, é possível obter produtos sólidos, líquidos e gasosos, e a partir desses produtos, gerar bioeletricidade, biocombustíveis, insumos químicos para indústria, fertilizantes, adesivos, inúmeras moléculas para química fina e solventes oxigenados.
As soluções baseadas em técnicas termoquímicas acontecem a partir das aplicações de produtos como o carvão vegetal em forma de energia, biorredutor e condicionante de solos e nos produtos líquidos, como o extrato ácido usado como inseticida natural e o bio-óleo para fertilizante de liberação lenta, entre outras. Já os produtos gasosos, gerados a partir da gaseificação, são usados para cogeração ou síntese de combustíveis, ambas de altos investimentos. A plataforma termoquímica tem grandes desafios tanto no desenvolvimento tecnológico como na análise e caracterização de produtos e nas aplicações finais, destaca Dilcio Rocha. Por isso, demanda projetos demonstrativos e conceituais para provar a viabilidade técnica e econômica das aplicações. “Esses processos termoquímicos já são conhecidos nos setores industriais de combustíveis fósseis”, salienta Rocha.
A pirólise é um dos processos estudados na Embrapa Agroenergia, uma das Unidades Descentralizadas da Embrapa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tem como uma de suas linhas de pesquisa o aproveitamento energético de resíduos de biomassas.
Mais detalhes a respeito da publicação no site do Embrapa. Para ler e imprimir, acesse o link: www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/ doc/1012988/1/cot13Dilcioplataforma2.pdf
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Foto: Stephane Prates
Agroenergético
A pesquisadora Patrícia Abdelnur orientando bolsistas durante análise de espectrometria de massas
ESPECTROMETRIA DE MASSAS, FERRAMENTA MULTIDISCIPLINAR
Por: Daniela Garcia Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia, e Stephane Paula, estagiária de jornalismo.
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cada dia novas ferramentas surgem como meio de aprimorar as pesquisas no Brasil e no restante do mundo. A espectrometria de massas é uma delas, a tecnologia fornece resultados específicos para a caracterização fisiológica de organismos. Nos últimos anos, a Embrapa Agroenergia investiu em um parque tecnológico com equipamentos de ponta nessa área e apostou na capacitação dos profissionais da empresa - que hoje desenvolvem pesquisas para obtenção de novos métodos para aplicação da técnica, principalmente para área agroindustrial. No Laboratório de Química de Biomassa e Biocombustíveis - LQB da Embrapa Agroenergia, os pesquisadores conseguem, por meio do espectrômetro de massas, identificar, caracterizar e
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quantificar grandes variedades de compostos químicos presentes em diferentes materiais. A principal vantagem da espectrometria é o fato dela ser mais sensível e seletiva em comparação a outros métodos, além de não exigir grandes quantidades de amostras, podendo trabalhar com concentrações menores do que as nanomolares. Dessa forma, ela contribui de forma positiva com o meio ambiente, já que utiliza menos solventes e reagentes, gerando menos resíduos. Apesar da ferramenta abranger diferentes setores, a área de estudo é bem especifica. Na graduação, o tema é abordado de forma superficial na disciplina de Química Instrumental, junto com técnicas de RMN, cromatografia,
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entre outras. Por isso, a pós-graduação torna-se indispensável para quem deseja se especializar na área, conta a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Patrícia Abdelnur – que atualmente, além de trabalhar com pesquisas na Unidade, também capacita alunos de pós-doutorado, ministrando a disciplina Espectrometria de massas: fundamentos e aplicações, na Universidade Federal de Goiânia-UFG. Na UFG, Abdelnur, em parceria com o professor Boniek Gontijo Vaz, está capacitando cerca de trinta alunos de doutorado inscritos no programa de Pós-Graduação em Química, nas mais diversas áreas, como química forense, medicinal, produtos naturais, petroleômica, proteômica, metabolômica, dentre outras não tão convencionais como educação e química teórica. “A adesão à disciplina me deixou entusiasmada, principalmente por ser uma área tão específica”, diz Patrícia. “O que estou tentando mostrar é que a espectrometria de massas é muito ampla e pode ser usada em diversos campos”, completa. Abdelnur destaca que é fundamental a parceria com alunos, pois é uma via de mão dupla, em que o bolsista aprende e contribui para as pesquisas desenvolvidas na Empresa. A pesquisadora também está cadastrada no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia de Energia na Agricultura na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste em Cascavel. “Desde que começamos a atuar junto às universidades, já temos duas alunas que defenderam recentemente o mestrado que foi desenvolvido nos laboratórios da Unidade, sob a orientação dos pesquisadores”, conta. “Para a Unidade, isso é muito bom, pois a UFG é próxima, e aumenta a oportunidade dos alunos cursarem as disciplinas em Goiânia e a realizarem a parte experimental nos laboratórios da Embrapa Agroenergia sob nossa orientação”. Atualmente, estamos orientando e coorientando 3 alunos do PPGQ da UFG, além de alunos de iniciação científica da UnB.
O Mercado de trabalho O mercado, hoje em dia, cresceu muito, pois existe uma Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas (BRMASS), que realiza congressos a cada dois anos, nos quais os profissionais mostram os avanços e os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. Entretanto, mesmo tendo um aumento significativo no número de pessoas especializadas no assunto, a área para atuação ainda é bem restrita, o que leva esses profissionais a trabalharem principalmente nas universidades, como professores ou técnicos, em indústrias farmacêuticas ou alimentícias e nas empresas multinacionais com filiais no Brasil, as quais comercializam espectrômetros de massas, e em empresas de consultoria. A utilização da técnica é em sua maioria voltada para análise em proteômica, sendo que, na Embrapa Agroenergia, o direcionamento para a maioria das aplicações é a metabolômica, uma área recente. De acordo com Abdelnur, a Unidade visa a desenvolver novos métodos e novas aplicações nas diversas áreas de pesquisas. “Os espectrômetros de massas que nós temos podem ser utilizados em quase que todas as áreas e, por isso, colaboramos com os outros laboratórios da unidade e parceiros externos. Isto torna o nosso laboratório multidisciplinar”. Outras unidades da Embrapa também possuem espectrômetros de massas para diferentes análises. Neste mês, Patrícia Abdelnur irá apresentar palestra sobre metabolômica de leveduras fermentadoras de xilose utilizando abordagens em espectrometria de massas no evento 4th International Conference and Exhibition on Metabolomics & Systems, na Philadelphia, EUA. ISSN 2177-4420
Metabolômica e Espectrometria de Massas
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O Metaboloma é a composição de todas as pequenas moléculas presentes em um organismo. A tecnologia voltada para o fornecimento de uma visão geral compreensiva qualitativa e quantitativa dos metabólitos presentes em um organismo é denominada Metabolômica (HALL, 2006). Metabolômica é um termo recente, introduzido nos anos 2.000 por Dr. Oliver Fiehn e colaboradores (FIEHN et al., 2000), e que vem sendo muito utilizado nesta era “OMICs”, de genômica, transcriptômica, proteômica, dentre outras (Figura 1). Os experimentos de metabolômica fornecem resultados únicos para melhorar a compreensão das informações biológicas relacionadas ao metaboloma e mais comumente à genômica funcional. O tamanho do metaboloma varia muito, pois depende do organismo estudado Saccharomyces cerevisiae, por exemplo, contém aproximadamente 600 metabólitos, identificados até o momento, enquanto as plantas têm, aproximadamente, 200.000 metabólitos primários e secundários (DUNN; ELLIS, 2005).
SAIBA MAIS
Brasília, DF Dezembro, 2011
Autor
Para entender melhor a Metabolômica e a espectrometria de massas, acesse a Circular Técnica da Embrapa Agroenergia sobre o tema: http://goo.gl/nuCBSb.
Patrícia Verardi Abdelnur Química, doutora em Química Orgânica, Espectrometria de Massas, pesquisadora da Embrapa Agroenergia Brasília, DF, patricia. abdelnur@embrapa.br
Os metabólitos constituem um conjunto diverso de arranjos atômicos quando comparados com proteoma e transcriptoma e isto proporciona uma ampla variação nas propriedades físicas e químicas. O grau de diversidade é indicado pelas análises de metabólitos orgânicos com baixo peso molecular, polares e voláteis, como etanol e isopreno, até análises de metabólitos com maiores pesos moleculares, polares (carboidratos) e não polares (terpenóides e lipídeos) (DUNN; ELLIS, 2005). Para caracterizar e quantificar estes compostos é necessário a utilização de metodologias e equipamentos específicos, de acordo com as características de cada classe. Portanto, a metabolômica engloba diversas tecnologias analíticas, que necessitam ser cuidadosamente selecionadas, de acordo com os metabólitos e a via metabólica de interesse, ou com a questão biológica a ser respondida.
Genômica
Genes
Transcriptômica
RNA
Proteômica
Proteínas
Biologia Sistêmica
Metabolômica
Metabólitos
Figura 1. Esquema das plataformas “OMICs” e correlação com biologia sistêmica.
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Agroenergético
ARTIGO
Arquivo Embrapa
SAÚDE, NUTRIÇÃO E OS ALIMENTOS DO FUTURO
Maurício Antônio Lopes , Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.
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aúde e bem-estar são preocupações crescentes da sociedade. Muitos não medem esforços para garantir que o corpo esteja funcionando bem o tempo todo. As academias de ginástica e os parques públicos recebem número cada vez maior de pessoas preocupadas em manter a forma e o bem-estar físico. No entanto, e infelizmente, a maioria da população mantém estilo de vida pouco saudável. Negligencia o fato de que o corpo humano é constantemente desafiado por uma imensidão de riscos – de virus e bactérias a doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, o diabetes, a arteriosclerose e o infarto agudo do miocárdio. Fato complicador é que a sociedade continua mais afeita ao hábito da cura que à lógica da prevenção. Embora essenciais, os avanços da medicina resultam em um paradigma que já não se sustenta. Os custos se elevam enormemente e poucos podem contar com seguros de saúde adequados. Os sistemas públicos de proteção à saúde enfrentam sucessivas crises financeiras e, não raro as pessoas precisam desembolsar as economias de uma vida para ter os tratamentos que precisam.
Dentre os temas importantes relacionados ao bem-estar das pessoas e à prevenção de doenças, o suprimento adequado de alimento seguro e saudável tem grande relevância. Ainda assim, a má nutrição, em todas as suas formas - subnutrição, deficiências de micronutrientes, excesso de peso e obesidade tem crescido em todo o mundo. A FAO estima que 26%
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Fotos: Goreti Braga
Apesar dessa preocupante situação, não está claro se a prática da prevenção encontrará caminho desimpedido para o centro das políticas de saúde. Na maioria dos países o orçamento da saúde é dedicado a consultas, internações e remédios para cura das pessoas já doentes. Mas, quando pensamos no potencial de redução de custos e de sofrimento, o bom senso, as estatísticas e vários estudos indicam que a prevenção e a promoção da saúde são caminhos mais interessantes e sustentáveis.
ARTIGO
Edição nº 61
das crianças são raquíticas, 2 bilhões de pessoas sofrem de uma ou mais deficiências de micronutrientes e 1,4 bilhão de pessoas tem excesso de peso, dos quais 500 milhões são obesos. O custo estimado do impacto da malnutrição alcança 5% do PIB global, equivalente a 3,5 trilhões de dólares por ano, ou U$ 500/pessoa/ano. Avanços da tecnologia agropecuária e da ciência e tecnologia de alimentos estão entre os principais meios para superação deste preocupante quadro. A estreita relação que os alimentos têm com a saúde e o bem-estar tem sido tratada em profundidade pela ciência e já está bem estabelecida há décadas. Inovações na diversidade, qualidade e funcionalidade dos alimentos poderão proporcionar melhor qualidade de vida para a população, reduzir custos com doenças associadas à má alimentação, e também atender à crescente demanda dos consumidores por alimentos saudáveis, práticos e sensorialmente atraentes. O Brasil mantém um grande conjunto de ações para o avanço do conhecimento na relação entre alimentos, nutrição e saúde. O objetivo é atender a demandas de consumidores, produtores e indústrias por alimentos mais diversificados, biofortificados, com qualidades nutricionais e funcionais diferenciadas e cientificamente comprovadas. A Embrapa já disponibiliza variedades biofortificadas, com vitaminas e minerais, de batata-doce, mandioca, feijão comum, milho e feijão-caupi, que beneficiam aproximadamente 2.500 famílias nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Estão em processo de melhoramento variedades de trigo, abóbora e arroz. Além de vitaminas e minerais busca-se adicionar e incrementar em diversos alimentos a produção de compostos bioativos, proteínas e peptídeos, fibras alimentares, ácidos graxos e componentes para prevenção de doenças específicas. Resultado promissor foi obtido recentemente com a produção em alface de altas quantidades de vitamina B9, importante na nutrição de gestantes, para prevenção da anencefalia, decorrente de uma malformação no tubo neural. Outros projetos buscam melhorar a abóbora contra o diabetes, o alho para reduzir o colesterol e a melancia, que tem substâncias com potencial de combater a hipertensão arterial. Hipócrates, o pai da medicina, observou, há 2.500 anos, que as doenças originam-se da natureza e podem ser evitadas quando se estabelece um equilíbrio entre o meio ambiente, os alimentos ingeridos e o espírito. Portanto, é sempre tempo de refletirmos sobre seu principal ensinamento - “o alimento é o nosso melhor remédio”.
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Foto: Daniela Collares
ÁGUA E AGRICULTURA: COM PLANEJAMENTO E GESTÃO NÃO HÁ CRISE HÍDRICA
Lineu Neiva Rodrigues , pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador da rede Agrohidro
É
difícil para a sociedade compreender por que o Brasil, um país privilegiado em termos de recursos hídricos, tem enfrentado falta de água em várias regiões. Ao mesmo tempo, também é difícil para a sociedade entender que produzir alimento demanda água. Na verdade, a água é de grande importância para todos os setores da sociedade e atender a todos os usos e usuários requer um intenso trabalho de planejamento e gestão dos recursos hídricos.
Apesar de ser um recurso natural renovável, a água é limitada e a sua quantidade é variável de região para região. À medida que a economia de um país cresce e que melhora a distribuição de renda da população, a tendência é que a demanda por esse recurso aumente. Como a oferta de água é variável, para evitar conflitos e problemas hídricos é importante
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Foto: Goreti Braga
A crise de água não é consequência apenas de fatores climáticos; é também um problema de gestão e planejamento. É importante aprender com os erros do passado e aproveitar o momento para planejar um futuro melhor, que consiste necessariamente em tratar a água como um bem estratégico para País. Nesse contexto, é preciso integrar a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) com as demais políticas públicas. É fundamental definir as prioridades de uso da água, levando-se em consideração as necessidades básicas do País e as especificidades de cada região.
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planejar e fazer a gestão desse recurso. Isto é, compatibilizar a oferta com as demandas de modo a não faltar água para ninguém. As demandas por água são múltiplas e vêm de diversos setores da sociedade, todos eles importantes. A lei 9.433/97, no seu capítulo I, diz que: “em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais”. Deve-se, entretanto, caracterizar o que é consumo humano e definir um valor-base para o consumo per capta para evitar os desperdícios desnecessários. Definir valores de uso de referência para os setores consiste em estabelecer métricas, que devem estar muito claras para a sociedade, para que os conflitos sejam minimizados Em situação de escassez hídrica, em que a disponibilidade de água é limitada e geralmente insuficiente, os usos (urbano, rural, animal, irrigação, industrial ou elétrico) devem ser muito bem quantificados e equacionados. A essas demandas setoriais, é preciso ainda acrescentar a demanda ecológica. Ou seja, é preciso manter no rio uma quantidade de água mínima capaz de manter as funções oferecidas pela água, garantindo as condições mínimas de manutenção de ecossistemas aquáticos. A gestão dos recursos hídricos deve ser feita considerando-se a bacia hidrográfica como unidade territorial de referência. A bacia hidrográfica é uma área onde toda precipitação recebida escoa para um rio principal ou seus afluentes. Ela pode ter diferentes formas e tamanhos. Em síntese, todos nós vivemos em uma bacia hidrográfica. O Brasil está dividido em 12 regiões hidrográficas e milhares de pequenas bacias. A bacia do rio São Francisco, por exemplo, drena uma área de aproximadamente 641.000 km². O São Francisco é o rio principal, classificado como de primeira ordem. Ele tem vários afluentes diretos, como o rio Paracatu, que por sua vez tem vários afluentes. Não se deve deixar de fazer também a gestão dos recursos hídricos nos rios de maior ordem, que formam as microbacias. É nessas bacias onde é realmente possível constatar os conflitos ou problemas de disponibilidade hídrica. Os estudos indicam que cerca de 70% da superfície terrestre é coberta com água*¹. Estima-se que o volume de água existente na terra seja em torno de 1.386.000.000 km³. Essa quantidade de água é praticamente constante. Ou seja, em escala global, a quantidade de água não é variável com o tempo. É muito difícil imaginar o que são 1.386.000.000 km³ de água. Para tentar exemplificar, imagine que se toda essa água fosse colocada em um campo de futebol, que tem um hectare de área, seria formada uma coluna de água com uma altura de 138.600.000.000 km*².
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Agroenergético
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ÁGUA E AGRICULTURA: COM PLANEJAMENTO E GESTÃO NÃO HÁ CRISE HÍDRICA
Infelizmente, nem toda essa água está prontamente disponível para uso. Os oceanos concentram 97,5% da água existente no planeta. Da porção referente à água doce – os 2,5% restantes –, 76,8% estão nas calotas polares e geleiras, 22,7% são água subterrânea e o 0,5% restante vem de outras fontes, incluindo 3,5% dos rios. Se a quantidade de água na terra é constante, por que há conflitos? Na verdade, a quantidade é constante em escala global, mas localmente é muito variável. A água existente na Terra está sempre em movimento. A maior parte se movimenta muito lentamente, mas a porção que está mais disponível para o nosso uso, as águas superficiais, tem variações significativas em períodos de tempo curtos – dias, semanas ou meses. Essa água é dependente das chuvas. Assim, em certo ano, em um determinado local, a quantidade de água pode ser suficiente para atender a todas as demandas e no ano seguinte ser insuficiente. Outro aspecto importante é que as demandas são crescentes. Os conflitos surgem sempre que a demanda for maior que a oferta, a gestão não for adequada e as prioridades não estiverem bem definidas. Para compreender a dinâmica da água, é muito mais interessante analisar o seu comportamento nos seus diferentes compartimentos (solo, atmosfera etc.), pois dessa forma é possível incluir o ciclo hidrológico na análise, trazendo uma visão de renovação da água e não de aumento da sua quantidade. A vazão média anual de todos os rios do mundo é da ordem de 40.000 a 50.000 km³/ ano. No Brasil, os recursos hídricos de superfície correspondem a uma vazão média da ordem de 5.676 m³/ano, ou cerca de 12% do total mundial, podendo chegar a mais de 16% se as vazões dos rios provenientes de países vizinhos forem contabilizadas. Em geral, esses números levam a uma análise simplista de que o Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica. Essa afirmativa, entretanto, é relativa, pois depende da região analisada. A distribuição geográfica desses recursos é bastante irregular. A região Norte, com 8,3% da população, dispõe de 78% da água do País, enquanto o Nordeste, com 27,8% da população, conta com apenas 3,3%. Apesar da grande reserva de água doce do Brasil, a retirada total de água no País equivalia, em 2010, a apenas 0,9% do total disponível. Porém, não se deve avaliar essa informação de forma isolada. Ela deve ser contextualizada, levando-se em consideração a região e a relação oferta/demanda.
É fato que a agricultura é fortemente dependente de água. Mas também é fato que ela não pode ser responsabilizada pela crise hídrica. Quando se refere ao uso da água, é fundamental diferenciar a agricultura de sequeiro da agricultura irrigada. Dos 75,9
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Foto: Goreti Braga
Para que a gestão da água não se torne gestão de conflitos, é importante utilizar os conhecimentos técnicos e científicos para subsidiar os tomadores de decisão. Nesse contexto, o monitoramento é fundamental, pois não se pode gerenciar aquilo que não se conhece.
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milhões de hectares plantados no País (excluindo pastagem), apenas 6 milhões são irrigados – cerca de 8% do total. A agricultura de sequeiro depende apenas da água da chuva. Ou seja, hidrologicamente, ela apresenta um comportamento similar ao de qualquer vegetação nativa e não interfere na redução da disponibilidade hídrica. Contabilizando-se todas as outorgas, ou seja, todas as vazões retiradas para os diferentes usos, 54% do total se destinam à produção de alimento, na qual a irrigação é utilizada como instrumento de aplicação de água. Esse número, apresentado na forma de porcentagem, parece grande, mas em valor absoluto, comparado com a vazão média natural de longo período*³, é muito pequeno, representando apenas 0,47%. Para fins de gestão dos recursos hídricos, entretanto, o valor é importante e deve ser contabilizado. Além disso, são poucos os locais onde a agricultura compete diretamente com o setor urbano pelo uso da água. E onde isso ocorre, na maior parte das vezes, as demandas coexistem de forma harmônica. O desafio atual da agricultura irrigada é garantir um suprimento adequado e regular de alimentos para a sociedade com o menor consumo de água possível. A alocação de água para fins agrícolas gera benefícios sociais, econômicos e ambientais que não são apropriados somente por um usuário, mas por toda a sociedade. De toda a área agricultável existente no País, 25,2% ainda não foi utilizada. Isto é, existem alguns milhões de hectares de solos aptos para expansão e desenvolvimento anual de agricultura em bases sustentáveis. De toda a área plantada e de pastagem, a agricultura irrigada ocupa uma parcela insignificante, representando apenas 2,5% desse total. E o uso da água é ainda mais insignificante. O fato é que utilizamos muito pouco dos nossos recursos hídricos. Mas é preciso criar mais valor e bem-estar com os recursos disponíveis. Isso não significa, é claro, incentivar a cultura do desperdício. É importante definir as prioridades de uso da água nas bacias e lançar um olhar mais atento para aquelas que já enfrentam problema de disponibilidade de água. A gestão dos recursos hídricos é fundamental para que os demais setores tenham segurança hídrica. Embora a situação hídrica seja confortável na maior parte do País, é importante não perder de vista a eficiência de uso da água nas diversas atividades. Com planejamento e gestão dos recursos hídricos, não haverá crise hídrica. * 1 - De acordo com estudos recentes publicados na revista Science, de 30 a 50% da água existente na terra tem mais de 4,5 bilhões de anos. Ou seja, é mais antiga do que a terra e do que o próprio sistema solar. O restante da água veio de cometas e asteroides que se colidiram com a Terra. *2 - Essa altura equivale a 924 vezes a distância da Terra ao sol. A luz gastaria 5,4 dias para percorrer essa distância. Esses números são muito grandes e difíceis de imaginar. Infelizmente, apenas uma parte dessa água está facilmente disponível para uso. *3 – Vazão natural: É aquela vazão que ocorreria na bacia hidrográfica se não houvesse qualquer interferência humana.
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Agroenergético
Foto: Vivian Chies.
EMBRAPA TEM BOLSA PARA PÓS-DOC EM BIOTECNOLOGIA DE CANA-DE-AÇÚCAR
Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia.
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Embrapa Agroenergia está selecionando bolsista de pós-doutorado para atuar em projeto de pesquisa com transformação genética de cana-de-açúcar e Setaria viridis, além de desenvolver trabalhos com fisiologia vegetal. O profissional selecionado vai atuar no Laboratório de Genética e Biotecnologia da instituição, em Brasília/DF. A bolsa, no valor de R$ 4.100,00, tem duração de seis meses, a partir de maio, mas poderá ser estendida, dependendo do desempenho do contratado. O valor será pago pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), por meio do projeto “Bioetanol de cana-de-açúcar: abordagens biotecnológicas para incremento de produtividade via etanol de primeira e segunda geração”, desenvolvido por uma rede de oito instituições. O objetivo final do trabalho do bolsista será definido em conjunto entre o candidato selecionado e os pesquisadores participantes do projeto, envolvendo as seguintes linhas de pesquisa: 1-Transformação genética de cana-de-açúcar e Setaria viridis, incluindo: construção de cassetes de expressão, análise de promotores, transformação genética por biobalística e/ou Agrobacterium e avaliação molecular (PCR, Southern blot, RT-qPCR, entre outros) de eventos transgênicos (experiência necessária). 2- Fisiologia vegetal, incluindo: avaliações fisiológicas e bioquímicas de eventos transgênicos de cana-de-açúcar
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em condições de estresse abiótico (déficit hídrico e salinidade), em conjunto com avaliações de expressão de genes candidatos (experiência desejável). O candidato selecionado também estará envolvido na supervisão de alunos de iniciação científica e pós-graduação dentro da linha definida. Deverá possuir diploma ou documento atestando a conclusão de doutorado e ter dedicação ao projeto em período integral. Para se candidatar, entre em contato por e-mail com o pesquisador Hugo Bruno Correa Molinari (hugo.molinari@embrapa.br), até 20 de Abril de 2015, enviando: • Breve relato de experiência anterior; • CV resumido atualizado (até três páginas); • Link para o Currículo Lattes; • Carta de referência de pelo menos um profissional; • Duas outras referências para contato (nome, instituição, e-mail e telefone).
Contexto A Embrapa Agroenergia utiliza a biotecnologia para desenvolver variedades de cana-de-açúcar mais tolerantes a estresses abióticos ou com características desejadas pelas indústrias, principalmente para a produção de etanol. A pesquisa mais adiantada, para obtenção de uma cultivar tolerante à seca, já passou pelos testes in vitro e em casa de vegetação. Agora, estão em fase de multiplicação para experimentos em campo.
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BOLSAS EM QUÍMICA ANALÍTICA
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Embrapa Agroenergia está selecionado doutores para duas bolsas de pós-doutorado no âmbito da chamada CAPES/EMBRAPA n°015/2014. As atividades serão desenvolvidas nos laboratórios do centro de pesquisa, em Brasília/DF, no projeto “Novos processos de produção de biodiesel e aproveitamento da glicerina visando agregar valor à cadeia produtiva do dendê”, no qual será desenvolvido o subprojeto: “Emprego da metabolômica targeted na identificação e quantificação de químicos de valor agregado obtidos a partir da bioconversão de glicerina”. A bolsa terá valor mensal de R$ 4.100,00, pago diretamente pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes). A duração será de 36 meses, a partir de 01/05/2015, com recebimento da primeira bolsa em junho. Para se candidatar, envie-mail até 22/04 para o endereço do orientador indicado na descrição de cada vaga (abaixo), com o assunto “Bolsa de Pós-Doc Capes/ Embrapa” e PDF dos seguintes documentos: • Diploma de doutorado ou certificado de conclusão de doutorado obtido em Programa de Pós-Graduação credenciado pela CAPES. Em caso de diploma obtido em instituição estrangeira, esse deverá possuir o reconhecimento de validação, conforme dispositivo legal; • Cópia do Currículo Lattes atualizado com contato telefônico. É necessário atender aos requisitos que constam nos artigos 5º e 6º do Capítulo III da Portaria CAPES nº 86/2013 (http://goo.gl/sSh2Nm).
Vaga 1 Perfil: Serão selecionados, preferencialmente, candidatos com experiência em espectrometria de massas. É desejável que o(a) candidato(a) tenha experiência na caracterização de metabólitos secundários, na interpretação de seus espectros de massas e no desenvolvimento de métodos analíticos, utilizando espectrometria de massas e cromatografia. Também é desejável que o(a) candidato(a) apresente aptidão na elaboração de textos técnicos-científicos (em português e em inglês), bem como na integração do trabalho com demais membros da equipe. Orientadora: Patrícia Verardi Abdelnur (patrícia. abdelnur@embrapa.br)
Vaga 2 Perfil: o(a) candidato(a) deverá ter formação em Química, Farmácia ou áreas afins. É desejável que tenha experiência nas áreas de Química Analítica e/ou Química Orgânica, incluindo temas relacionados ao desenvolvimento e validação de métodos cromatográficos, operação de instrumentos analíticos: GC, UHPLC e Espectrômetros de Massas, além de elucidação de espectros de massas. Também é desejável que o(a) candidato(a) tenha aptidão na elaboração de textos técnico-científicos (português e inglês) e capacidade de integração com demais membros da equipe. Orientador: Clenilson Martins Rodrigues (clenilson. rodrigues@embrapa.br)
Dendê como alternativa para armazenar carbono é tema do Conexão Ciência O programa Conexão Ciência de 07/04 tratou do dendê como alternativa para o armazenamento do carbono e o aumento de nutrientes no solo, quando integrado a sistemas agroflorestais. Esse é um dos resultados do estudo do pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) Osvaldo Kato. Para assistir a entrevistas, acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=j0GvOQ3CkVg.
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Foto: Vivian Chies.
Agroenergético
BOLSAS NA ÁREA DE MICROBIOLOGIA
01 Bolsista Pós-doutor
01 Bolsista com mestrado concluído
Valor da bolsa: R$4.500,00/ mês, duração potencial de 48 meses
Valor da bolsa: R$3.000,00/ mês, duração potencial de 48 meses
Local: Embrapa Agroenergia, Brasília, DF
Local: Embrapa Agroenergia, Brasília, DF
Projeto: Enzimas e leveduras para produção de etanol a partir da biomassa de cana
Projeto: Enzimas e leveduras para produção de etanol a partir da biomassa de cana
Requisitos: Possuir doutorado em bioquímica, biologia molecular ou áreas afins. Estar disposto a otimizar e realizar screening de bibliotecas em plataforma high throughput (robotizada). É desejável experiência em expressão heteróloga de proteínas e na caracterização bioquímica de enzimas. Também é desejável conhecimento de inglês.
Requisitos: Possuir mestrado em biologia molecular, microbiologia ou áreas afins. Estar disposto a preparar amostras de DNA e cDNA para sequenciamento de nova geração, minerar sequências para genes de interesse. É desejável experiência em expressão heteróloga de proteínas e na caracterização bioquímica de enzimas. Também é desejável conhecimento de inglês.
Inscrições Para qualquer uma das duas vagas, enviar e-mail para betania.quirino@embrapa.br, com assunto bolsa e cópia em pdf dos seguintes documentos: diploma de doutorado ou mestrado, conforme a vaga pleiteada, histórico escolar do último nível cursado, cópia do Currículo Lattes, contato atualizado (e-mail, telefone e endereço). A data limite para inscrição é 08/05, mas os bolsistas poderão ser contratados antes dessa data, caso haja candidatos com o perfil necessário.
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NOSSAS PUBLICAÇÕES
Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 60 • 02/04/2015
Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 58 • 22/12/2014
Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 59 • 10/02/2015
PROJETO VISA AO PROCESSAMENTO DO DENDÊ EM BIORREFINARIAS Páginas 8 a 10
INSTITUIÇÕES E EMPRESAS INVESTEM NO CAPIM-ELEFANTE COMO FONTE DE ENERGIA Páginas 4 a 8
EVENTO ENCERROU PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM INOVAÇÃO PARA O SETOR SUCROENERGÉTICO Páginas 4 a 7
Embrapa Agroenergia realiza 1º encontro de pesquisa e inovação Páginas 12 e 13
Equipe busca novas aplicações para o dendê
Usinas de cana podem reduzir consumo de água
Páginas 8 e 9
Páginas 14 a 17
Pesquisadores usam cogumelos para destoxificar tortas de oleaginosas Páginas 10 a 12
Conselho Assessor Externo da Unidade Páginas 4 a 7
Participe dos projetos da Embrapa Agroenergia como bolsista Páginas 18 e 19
Conheça nossas outras publicações no link:
ISSN 2238-1023
issuu.com/embrapa
AGROENERGIA
em REVISTA
Esta é uma publicação da Embrapa Agroenergia
Ano IV, nº 7, outubro de 2014
Biocombustível de Aviação
Confira também nossa última edição da Agroenergia em Revista em: issuu.com/embrapa
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Agroenergético
Por aí, por aqui...
Representantes da Universidade de York (Inglaterra) estiveram na Unidade para conhecer as instalações e linhas de pesquisa. Durante a visita, foram identificados pontos de interesse comum entre a Embrapa Agroenergia a instituição britânica. Esta mantém um centro para novos produtos da agricultura (Centre for Novel Agricultural Products) e equipes de pesquisa em Química Verde (Departamento de Química) e em Produção Sustentável de Alimentos e Biocombustíveis (Departamento de Biologia).
Foto: Rodrigo Neves
Universidade de York
A pesquisadora Itânia Soares (de amarelo) recebeu, em 24/03, Ingrid Martins, Gilson Miranda e Luiz Felipe Brandão, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para uma vista guiada pela Unidade. Eles conheceram o prédio e os laboratórios.
Foto: Raquel Pires
ANP
No dia 26/03, a pesquisadora Patrícia Abdelnur recebeu o analista Luciano de Almeida e a pesquisadora Sônia Maria Costa, da Embrapa Cerrados. Eles conheceram a estrutura do Laboratório de Química de Biomassa e Biocombustíveis (LQB), além dos equipamentos da área de espectrometria de massas e cromatografia.
Foto: Stephane Paula
Embrapa Cerrados
Os pesquisadores José Dilcio Rocha, Mônica Damaso e Sílvio Vaz estiveram, no dia 30/04, com pesquisadores do Instituto Senai de Biomassa, para estudar possibilidades de parcerias.
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Foto: Rodrigo Neves
Senai
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Por aí, por aqui... Fotobiorreatores
Foto: Vivian Chies.
O professor Luiz Fernando Roncaratti, do Instituto de Física na Universidade de Brasília (UnB), ministrou, em 27/04, um seminário sobre fotobiorreatores para o grupo de pesquisa com microalgas da Unidade.
De 09 a 20/03, os pesquisadores Adilson Kenji, Bárbara Andrade, Hugo Molinari e Letícia Jungmann participaram do curso “Radioproteção para uso, preparo e manuseio de fontes radioativas/III“, na Universidade de São Paulo-USP. Eles aproveitaram o período no interior de São Paulo para visitar o Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto/SP, e o Centro de Tecnologia Canavieira, em Piracicaba/SP.
Foto: Arquivo pessoal
Curso de radioproteção e visitas
Em 11/04, o pesquisador José Dilcio Rocha recebeu Joanilson Mattos, da empresa Green Vale (Jataí/GO). A empresa trabalha com destinação de resíduos agroindustriais e procura parceria para projetos.
Foto: Stephane Paula
Green Vale
Os analistas André Leão, Diogo Nakai, Lorena Garcia e Thaís Mendes visitaram, em 11/04, na empresa Belfort, responsável pela incineração de resíduos dos laboratórios da Embrapa Agroenergia.
Foto: Arquivo pessoal
Resíduos
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