Agroenergético nº 64 - 14/7/2015

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Informativo da Embrapa Agroenergia • Edição nº 64 • 14/07/2015

PRODUTORES DE CANA VISITAM A EMBRAPA AGROENERGIA Página 3

Estudos com melhoramento genético são apresentados na Itália Páginas 4 a 5

Artigo: O Brasil na Bioeconomia Páginas 6 a 7


Cada vez que recebemos na Embrapa Agroenergia representantes do setor produtivo, renovamos nosso senso de responsabilidade frente aos diversos desafios por ele enfrentados. Vemos, mais uma vez, o forte empenho destes empresários responsáveis pela produção e pela transformação de biomassa, para manterem-se competitivos. Observamos também o quanto temos a fazer em pesquisa, desenvolvimento e inovação para contribuir com este setor. Isso não foi diferente na visita que recebemos da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), neste mês. A demanda por aumento da produtividade, a redução dos custos de produção e a diversificação de matéria-prima e de produtos compõem o tripé de desafios apresentados à Embrapa. Estimulante também foi saber que quem está na ponta inicial da cadeia produtiva vê no aumento da gama de produtos obtidos da cana-de-açúcar uma oportunidade de valorizar a biomassa que comercializa. É esse um dos propósitos da lógica de biorrefinarias que insistentemente a Embrapa Agroenergia tem defendido e permeia toda a nossa carteira de projetos de pesquisa.

A ampliação do uso dessa lógica na cadeia produtiva da biomassa no Brasil é ponto crucial para avançarmos na inserção do Brasil na bioeconomia, tema explorado pelo presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, em artigo nas próximas páginas. As discussões em fóruns internacionais sobre medidas para reduzir o impacto ambiental atual da economia baseada na exploração do petróleo colocam em evidência as razões para o investimento nas biorrefinarias. E abre a oportunidade do ambiente receptivo a inovações nessa área. Por aqui, continuamos abertos a visitas, debates e, principalmente, colaborações para promover esta indústria de base biológica que tantas oportunidades oferece ao nosso País. Sejam todos bem-vindos!

Boa leitura!

Manoel Teixeira Souza Júnior Chefe-Geral

EXPEDIENTE

Embrapa Agroenergia Parque Estação Biológica - PqEB s/n° Av. W3 Norte (final) Edifício Embrapa Agroenergia Caixa Postal: 40.315 70770-901 - Brasília (DF) Tel.: 55 (61) 3448 1581 www.embrapa.br/agroenergia http://twitter.com/cnpae

Esta é a edição nº 64, de 14 de julho de 2015, do jornal Agroenergético, publicação mensal de responsabilidade da Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Agroenergia. ChefeGeral: Manoel Teixeira Souza Júnior. ChefeAdjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Guy de Capdeville. Chefe-Adjunta de Transferência de Tecnologia: Marcia Mitiko Onoyama Esquiagola.

Chefe-Adjunta de Administração: Elizete Floriano. Jornalista Responsável: Daniela Garcia Collares (MTb/114/01 RR). Redação: Daniela Collares e Vivian Chies (MTb 42.643/SP). Projeto gráfico e Diagramação: Maria Goreti Braga dos Santos. Fotos da capa: Vivian Chies, arquivo pessoal e Goreti Braga. Revisão: Manoel Teixeira Souza Júnior.

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução das matérias desde que citada a fonte.


Foto: Daniela Collares

Edição nº 64

PRODUTORES DE CANA VISITAM A EMBRAPA AGROENERGIA Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia

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Embrapa Agroenergia recebeu, em 02/07, uma comitiva da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana). Os representantes dos agricultores conheceram as linhas de pesquisa da Empresa voltadas para o setor sucroenergético e visitaram laboratórios. Eles também apresentaram à chefia e pesquisadores da unidade da Embrapa algumas das dificuldades que têm enfrentado na produção da cana-de-açúcar.

Unidade, Manoel Souza, o setor sucroenergético tem uma grande oportunidade de negócio nessa área. Os produtores rurais, responsáveis pela produção da matéria-prima, são um elo importante na cadeia produtiva, com o qual o centro de pesquisa busca parceria. “Nós procuramos trabalhar com o setor produtivo desde o início para que as soluções que desenvolvemos sejam mais efetivas”, reforçou o chefe-geral.

O presidente da Feplana, Paulo Leal, mostrou-se satisfeito ao saber que o centro de pesquisa está atuando na lógica de biorrefinarias, desenvolvendo tecnologias para ampliar a gama de produtos obtidos da cana-de-açúcar. Para o dirigente da entidade de classe, com novas aplicações, a cana teria maior valor e o agricultor seria mais bem remunerado. “Ficamos extremamente felizes porque vimos que não é só a produção de açúcar e álcool, mas também um projeto enorme de biorrefinarias”, frisou.

Um dos esforços da Embrapa Agroenergia voltado para o setor sucroenergético é o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar tolerantes a estresses abióticos, como a seca, por modificação genética. A instituição também tem trabalhos para inserção de novas matérias-primas nas usinas, além de desenvolver insumos e processos para o etanol celulósico, também chamado de 2G.

A indústria de base biológica é a aposta e objeto de trabalho da Embrapa Agroenergia. Para o chefe-geral da

Feplana e Embrapa Agroenergia planejam agora novos encontros entre pesquisadores e produtores rurais, buscando identificar áreas em que a pesquisa possa atuar para impulsionar o setor. 

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Agroenergético

ESTUDOS COM MELHORAMENTO GENÉTICO SÃO APRESENTADOS NA ITÁLIA Por: Daniela Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia e Stephane Paula, estagiária.

Com o tema “Alimentando o Planeta, Energia para a Vida (Feeding the Planet, Energy for Life)” é que a exposição marcou 2015. Com seis meses de duração, esse evento é um dos maiores nesta área, reunindo cerca de 150 países voltados para a cultura alimentar, com o objetivo de promover o debate sobre a nutrição sustentável, equilibrada e saudável do planeta, ajudando no desenvolvimento das identidades culturais. Conheça a exposição: http://www. expo2015.org/en. Além de participar de mesa-redonda no evento para discutir o tema, Hugo também ministrou palestra sobre o desenvolvimento de estratégias de engenharia genética para culturas de importância agrícola, especialmente a cana-de-açúcar, tornando-as mais tolerantes a estresses hídricos. Molinari salienta que o trabalho nessa linha já acontece na prática com a soja, que sofreu mudança genética que a tornou mais resistente a herbicidas e vem sendo comercializada, contribuindo para o aumento da produtividade.

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Essas pesquisas têm sido apresentadas em diversas partes do mundo. Também em junho, a analista Bárbara Barreto, da Embrapa Agroenergia, apresentou trabalhos com cana tolerante à seca e ao alumínio, durante o Workshop de Biologia Molecular, que aconteceu na Ilha de Reunion, localizada no oceano Índico. A Embrapa busca fortemente parcerias de pesquisa com diferentes instituições visando a desenvolver de forma eficiente cultivares e variedades de cana-de-açúcar e soja com alta produtividade e tolerantes à seca. “O intuito é divulgar as estratégias que a Embrapa está adotando, pois precisamos desenvolver pesquisas que cheguem ao mercado, para que os experimentos não fiquem presos no laboratório. Por isso a divulgação e possíveis

Foto: Arquivo pessoal

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oa parte da economia do nosso País deriva da agricultura, e é pensando na geração de energia limpa e no melhoramento dos cultivares que a Embrapa Agroenergia levou à Expo Milão, alternativas para o melhoramento genético de plantas, tornando-as mais tolerantes às variações climáticas. Em junho, pesquisas que elevam a tolerância de cana à seca foram apresentadas pelo pesquisador da Embrapa Agroenergia Hugo Molinari na Expo Milão, uma das maiores no segmento tradição, criatividade e inovação nutricional.

Hugo Molinari, na extrema à direita


Foto: Goreti Braga

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parcerias nacionais e internacionais são fundamentais”, diz Molinari. Felizmente, o solo e o clima no Brasil são propícios para o plantio. Entretanto, a seca ainda castiga algumas regiões em determinados períodos do ano, e isso tem prejudicado o desenvolvimento agroindustrial. Sendo assim, alternativas que são capazes de tornar as cultivares cada vez mais eficientes, tanto para gerar energia quanto para finalidades alimentícias, sem agredir o meio ambiente, vêm sendo desenvolvidas.

Culturas tais como cana-de-açúcar e soja vêm sendo produzidas em grandes áreas da região central do Brasil, onde as chuvas são irregulares no período de produção e, devido à seca, estão enfrentando grandes perdas e danos anualmente. “Por esta razão, o desenvolvimento de variedades tolerantes à seca por técnicas de melhoramento genético é fundamental”, destaca Molinari. O desenvolvimento de técnicas de engenharia genética para uso no agronegócio está avançando e a utilização destas ferramentas biotecnológicas permitirá, no médio prazo, o desenvolvimento de variedades e cultivares de cana-de-açúcar e soja tolerantes à seca. 

A analista Bárbara Barreto, da Embrapa Agroenergia, e a bolsista Ana Paula Ribeiro apresentaram trabalhos no 11th Germplasm and Breeding & 8th Molecular Biology Workshop, que aconteceu em na ilha de Reunion, localizada entre Madagascar e as Ilhas Maurício.

Fotos: Arquivo pessoal

Foram divulgados quatro trabalhos em formato de pôsteres e em apresentações orais: “Water Deficit Induced Expression of Areb Gene in Sugarcane”; “Overexpression of AtDREB2A CA Gene in Sugarcane”; “Metabolite Changes in Transgenic Sugarcane Expressing Drouught Tolerance Related Gene”; “Mate: a Promising Gene for Aluminum Tolerance in Sugarcane”.

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Agroenergético

ARTIGO

Arquivo Embrapa

O BRASIL NA BIOECONOMIA

Maurício Antônio Lopes , Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.

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sustentabilidade entrou de forma definitiva na agenda da sociedade. Um exemplo significativo está na importância que a “sustentabilidade corporativa” ganhou nos últimos anos. De conceito vago, tornou-se um imperativo para o sucesso das empresas, que precisam, cada vez mais, entregar valor e não apenas mercadorias para a sociedade. Sustentabilidade, apesar de intangível, sem existência física, é hoje um valor essencial, que se converte em ativo e vantagem competitiva no mundo dos negócios.

de desenvolvimento dependente de recursos não renováveis, no contexto de mudança paulatina dos anseios da sociedade, da busca de segurança energética e de novas possibilidades de produção.

“Sustentabilidade corporativa” requer negócios amparados em boas práticas de governança e benefícios sociais e ambientais, influenciando ganhos econômicos, a competitividade e o sucesso das organizações. O número de empresas que emitem relatórios de sustentabilidade cresceu de menos de 30 no início dos anos 1990 para mais de 7.000 em 2014. Ao operar assim, as empresas elevam a sua capacidade de competir em mercados cada vez mais exigentes e desafiadores. E, de quebra, ampliam a sua perenidade, em virtude do fortalecimento da marca, da reputação e da credibilidade.

O sofisticado embasamento técnico da biotecnologia moderna já possibilita a criação de imensa gama de novos produtos e processos, tais como energia renovável, alimentos funcionais e biofortificados, biopolímeros, novos materiais, medicamentos e cosméticos. Isso faz com que o Brasil tenha uma janela de oportunidade para participar de maneira significativa desse desafio, garantindo espaço competitivo para inovadores produtos e processos de base biológica, em segmentos vitais como a agricultura, a saúde, e as indústrias química, de materiais e de energia.

O interesse pela sustentabilidade se fortalece na medida em que a sociedade se dá conta dos limites do modelo

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Como a população cresce em número e em capacidade de consumo, também cresce o desejo de que a economia utilize mais recursos de base biológica, recicláveis e renováveis, logo mais sustentáveis – e essa é a base da bioeconomia.

A biodiversidade é matéria-prima essencial para o futuro da bioindústria e o Brasil tem a maior diversidade biológica no planeta, com muitos ativos de grande interesse


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Foto: José Dílcio Rocha

ARTIGO

para o comércio e a economia. Por meio da bioeconomia surgem possibilidades concretas para a utilização sustentável dessa biodiversidade, o que envolve desafios em diversos campos – biológico, econômico, político e cultural – todos necessários para se compreender e antever cenários plausíveis para o desenvolvimento dessa nova vertente econômica.

base científica e tecnológica, incluindo a modernização da infraestrutura de pesquisa e inovação e estímulos ao empreendedorismo e à interação público-privada.

Um passo fundamental para a construção de uma estratégia nacional de inserção na bioeconomia foi a aprovação da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, que simplifica e regula o acesso ao patrimônio genético do país e ao conhecimento tradicional associado, para fins de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. A Lei também orienta a repartição, com os detentores desses recursos, dos benefícios decorrentes da exploração econômica de produto ou material reprodutivo desenvolvido a partir desses acessos, sejam eles plantas, animais ou microrganismos.

Com a bioeconomia podemos transformar e dinamizar segmentos essenciais como a agricultura, que já posiciona o Brasil na vanguarda da produção de alimentos, fibras e energia no mundo. Os avanços em tecnologia de biomassa permitem antever um futuro em que as usinas de açúcar e álcool brasileiras se transformem em biorrefinarias, produzindo ampla linha de químicos renováveis. A Embrapa já domina tecnologia de biofábricas, com produção de fármacos e componentes industriais sofisticados em células vegetais. Em breve, sistemas integrados combinando lavouras, pecuária e floresta nos permitirão produzir carne, grãos, fibras e energia com emissões líquidas de carbono muito baixas ou, em algumas situações, com captura maior que emissão.

Outros passos precisarão ser dados em seguida, como a definição de uma agenda estratégica, que aponte áreas prioritárias de desenvolvimento bioindustrial de alto potencial de impacto, nas quais o Brasil apresente maiores vantagens competitivas. Tal agenda permitirá ao país direcionar investimentos e orientar a ampliação da sua

O que vemos é apenas a ponta do iceberg, comparado ao que se anuncia, por exemplo, com a biologia sintética − resultado da convergência do mundo digital com o mundo biológico − que abrirá caminhos para uma inusitada gama de biofármacos, bioinsumos e bioprodutos. Precisamos estar preparados. O futuro será definitivamente Bio.

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MACAÚBA É A PROTAGONISTA DE NOVA EDIÇÃO DO PROSA RURAL Por: Daniela Garcia Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia, e Raquel Pires, estagiária

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uem acompanhar da semana que vai de 27/07 a 02/08 vai conhecer um pouco mais sobre a macaúba, além de tirar as dúvidas dos pequenos produtores que têm a palmeira nas suas propriedades e ainda não sabem como gerar lucro, especial em relação ao preço mínimo estipulado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA.

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Foto: Luciana Fernandes

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cerca de 500 Kg por hectare. A macaúba tem potencial de produzir 6.000, 8.000 kg de óleo por hectare”, conta.

Quem fala irá contar mais sobre os trabalhos com a palmeira é o pesquisador da Embrapa Agroenergia Alexandre Alonso e o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Haroldo Oliveira.

Já Haroldo Oliveira fala sobre possíveis soluções para sanar as dificuldades de extração da macaúba e explicar sobre o mercado e ações que estão sendo trabalhadas para tornar a macaúba mais comercial. “Não adianta pensar só a questão da sustentabilidade e da coleta. A comercialização é bastante importante principalmente para o agricultor familiar. Então, o MDA junto com a Conab, fez o custo da produção da Macaúba no sistema extrativista e lançou a politica do preço mínimo”.

A palmeira nativa das regiões tropicais possui um óleo de boa qualidade, que pode ser usado tanto em indústrias alimentícias e farmacêuticas como na produção de biocombustíveis.

Para saber mais sobre a Macaúba, ouça a edição do Prosa Rural sobre o tema em uma das rádios parceiras. Veja quais são: https://www.embrapa.br/prosa-rural/ onde-ouvir.

Na entrevista, Alexandre Alonso, fala sobre os avanços dos estudos com a macaúba e explica as vantagens que essa oleaginosa possui, principalmente voltadas para a parte de produção. “A macaúba tem uma produção de frutos bastante elevada. Então, a quantidade de óleo que se consegue produzir em uma área é bem maior que de outras oleaginosas, como por exemplo, a soja que produz

Produzido pela Embrapa Informação Tecnológica, o Prosa Rural é distribuído gratuitamente para rádios de todo o Brasil, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), da Radiobrás, do Ministério das Comunicações e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).


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CIENTISTA POR UM DIA ATRAI JOVENS DE ESCOLA PÚBLICA DO DF Por Daniela Collares, jornalista da Embrapa Agroenergia, e Raquel Pires, estagiária de Jornalismo

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espertar o interesse de crianças e adolescentes para a ciência, aprofundar seus conhecimentos sobre sustentabilidade e biocombustíveis são alguns objetivos da exposição “Cientista por um dia”, da Embrapa Agroenergia, que faz parte do programa Embrapa & Escola. Em 30/06, alunos de ensino médio da escola pública Centro Educacional 310 de Santa Maria/ DF tiveram a oportunidade de participar dessa ação. Para um grupo de 30 estudantes, a analista de laboratório da Embrapa Agroenergia Lorena Garcia falou sobre a geração de biodiesel, o mercado e o aproveitamento do óleo de fritura, resíduo gerado diariamente nas casas e nos restaurantes, que pode servir como matéria-prima do biodiesel. Durante o evento “Cientista por um dia”, é apresentado o projeto M.O.V.E.R (Meu Óleo Vira Energia Renovável), por meio do qual Embrapa Agroenergia, Caesb e Ubrabio divulgam a importância da reciclagem do óleo de fritura, material com grande potencial poluidor, se descartado na rede de esgoto. A transformação em biodiesel é uma possibilidade de aproveitamento já em uso no Brasil. A atração principal do evento para estudantes é a exposição em que as crianças ou adolescentes conhecem a produção do biodiesel: da matéria-prima à reação química que dá origem ao produto. De forma bem simples, Patrícia Kalil, química que atua como analista de laboratório da Embrapa Agroenergia, explicou como extrair o óleo da soja para produzir o biodiesel. “Os alunos que participam da exposição sempre se mostram interessados no passo a passo da reação e do processo de separação do biodiesel da glicerina – subproduto gerado nesta produção”, disse Patrícia. Os estudantes também percorreram a área de laboratórios da Embrapa Agroenergia, conhecendo e esclarecendo dúvidas sobre as atividades desenvolvidas dentro e fora da Embrapa.

Mas não são apenas os alunos que se animam com a exposição. Os professores também se motivam com a visita, pois podem levar o aprendizado para a sala de aula, como conta o professor Adilson Vieira de Souza, que ministra a disciplina de Educação Ambiental no CED 310 de Santa Maria. “A Embrapa é uma potência no desenvolvimento de alimentos e outras tecnologias. O que eles aprenderam aqui podem levar para a sala de aula e para a vida”. A exposição teve uma novidade desta vez. A aluna do segundo ano Juliana Souza é surda e participou das atividades com os demais alunos acompanhada da professora e interprete de Libras Tassiane Moraes. Segundo Juliana, a visita foi importante, pois mostrou que todos têm a possibilidade de se desenvolver em qualquer área, apesar das dificuldades. “A palestra ajudou a desenvolver e amadurecer a ideia de que é possível trabalhar em qualquer lugar”, contou a estudante. “Fiquei super feliz de ver o interesse e esforço da aluna e o carinho, dedicação e atenção da professora”, comentou Lorena, analista da Embrapa que sempre participa do programa. A possibilidade de sair do ambiente de sala de aula e visitar um centro de pesquisa também foi ressaltada pela aluna. “Na escola fica mais difícil, porque a gente aprende, mas não vê o concreto e, com essa oportunidade de vir ao local, conhecer e tirar dúvida, torna tudo mais fácil”, conta. As escolas que tiverem interesse em participar do Cientista por um dia podem enviar e-mail para agroenergia.eventos@embrapa.br ou entrar em contato com a Embrapa Agroenergia pelo telefone 61 – 3448-1581.  Foto: Raquel Pires

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UNIDADE QUER PROMOVER A CULTURA DA INOVAÇÃO Por: Vivian Chies, jornalista da Embrapa Agroenergia

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busca pelo aumento da capacidade de inovação está em pauta na Embrapa Agroenergia. No início do ano, foi constituído um grupo de trabalho para buscar estratégias que estabeleçam um ambiente inovador. Agora, a equipe começa a abrir o debate para toda a Unidade, propondo a construção coletiva do trabalho, começando pela definição do conceito de inovação a ser adotado. O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza, ressaltou que a iniciativa visa a estimular as ideias criativas e o fazer diferente não só nas atividades de pesquisa, mas em todas as áreas. “Entendemos que a inovação é fundamental para qualquer empresa que queira se manter competitiva”, declarou. O primeiro evento para reunir todos empregados nessa discussão foi um seminário realizado em 25/07. Em vez de convidar um especialista em gestão de projetos inovadores ou um profissional reconhecido por suas ideias brilhantes, o GT preferiu começar levando o psicólogo Aderval Costa para conduzir, no seminário, uma reflexão motivacional. “Quem vai fazer a inovação não é uma máquina, é a pessoa. Se ela não estiver motivada para isso, não funciona”, ressaltou o psicólogo. Para ele, não é fácil implementar a cultura da inovação porque ela tem que acontecer em cada indivíduo.

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Foto: Daniela Collares

Agroenergético

Logo nos primeiros minutos do evento, ele pediu que o chefe-geral, Manoel Souza, e o chefe de P&D da Unidade, Guy de Capdeville, se levantassem e perguntou: vocês estão prontos para escutar as ideias de coração aberto? Depois do comprometimento dos gestores, ele fez o mesmo com os empregados. O sim coletivo foi repetido três vezes. Administração do próprio tempo, relacionamento interpessoal nos setores e entre gestores e equipe foram alguns dos tópicos abordados pelo psicólogo, já que todos interferem no exercício da inovação. Ao final de cada assunto, um minuto para cada participante refletir sobre suas práticas cotidianas. “Para que serve uma cadeira? Para que serve uma caneta? Para que EU sirvo?”. Com essas e outras questões, Costa convidou cada empregado a refletir sobre seu papel no mundo. Ele sugeriu que cada pessoa, ao colocar o crachá da Embrapa, veja-se como “servidor da humanidade” e jamais pense pequeno. “Eu estou jogando para cumprir tabela ou para ganhar?”, questionou ao final. Outros eventos de sensibilização sobre o tema estão previstos para os meses de julho e agosto. A chefe de Transferência de Tecnologia da Unidade, Marcia Onoyama Esquiagola, está à frente do grupo de trabalho. Ela conta que, até o final do ano, um programa para fortalecer a cultura da inovação será estruturado.


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BOLSA DE PÓS-DOUTORADO EM ENGENHARIA METABÓLICA DE LEVEDURAS Responsabilidades e Atividades

Bolsa/Duração R$4.500,00/ mês, duração potencial de 48 meses

O objetivo do projeto em que o bolsista vai atuar é desenvolver leveduras para produção de etanol a partir da biomassa de cana. Microrganismos são essenciais na fermentação dos açúcares liberados na hidrólise enzimática da biomassa. O candidato irá trabalhar com a engenharia metabólica de leveduras para aumentar a eficiência no processo fermentativo. Além de doutorado em Biologia Molecular, Melhoramento Genético ou áreas afins, as seguintes qualificações serão consideradas: • Experiência prática com biologia molecular, especialmente com leveduras • Experiência em genética e fisiologia de leveduras • Capacidade de planejar e executar pesquisa de forma independente • Habilidade de trabalhar em grupo e boa capacidade de colaborar • Conhecimento da língua inglesa • Conhecimentos básicos de bioinformática e processos fermentativos são diferenciais

Local Embrapa-Agroenergia, Brasília, DF

Supervisor Coordenador do Projeto - João Ricardo M. Almeida

Inscrições Enviar e-mail para joao.almeida@embrapa.br, com assunto bolsa e cópia em pdf dos seguintes documentos: • • • •

Diploma de doutorado; Histórico escolar; Cópia do Currículo Lattes; Contato atualizado (e-mail, telefone e endereço). Os currículos deverão ser enviados até 07/08/2015.

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Por aí, por aqui... Gana

Estudantes do curso de Agronomia da UnB vieram à Embrapa Agroenergia, em 12/06, para conhecer o trabalho do centro de pesquisa. Eles foram recebidos pela pesquisadora Silva Belém. 

Em 19/06, o professor da Universidade de Energia e Recursos Naturais de Gana Gilbert Akolgo e a pesquisadora da Embrapa Florestas Claúdia Maria Branco Maia visitaram a Unidade. O professor veio apresentar o projeto “Desenho, fabricação e avaliação de gaseificador de biomassa de baixo-custo (forno) para produtores de baixa-renda”, que foi aprovado recentemente na iniciativa Market Place Africa, da qual a Embrapa Agroenergia é parceira. Akolgo aproveitou para conhecer a infraestrutura da Unidade na área de pirólise. 

Foto: Rodrigo Ferreira

UnB

Foto: Rodrigo Ferreira

#JunhoVermelho Em 16/06, empregados e colaboradores da Embrapa Agroenergia foram ao Hemocentro de Brasília doar sangue, na campanha realizada periodicamente pela instituição.  Usina de etanol

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Macaúba Os pesquisadores Alexandre Cardoso e Bruno Laviola e o assistente Rolando Lisboa visitaram o viveiro de mudas de macaúba da Acrotech, em João Pinheiro/MG, em 22/06. 

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Miguel Linhares Araújo

Entre 15 e 16/06, o pesquisador João Ricardo M. de Almeida, o assistente Rolando Lisboa e colaboradores da Unidade estiveram em Itumbiara/GO, para visita técnica a usinas produtoras de etanol.


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Por aí, por aqui... Biochar

Debate na Finep

Entre 15 e 17 de junho, o pesquisador José Dilcio Rocha foi facilitador de sistemas de produção do curso sobre biochar realizado na Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop/ MT). 

O chefe-geral Manoel Teixeira Souza Júnior, e os pesquisadores José Dilcio Rocha, Hugo Molinari e Simone Mendonça participaram do debate sobre tecnologias estratégicas para os períodos de 2015 a 2018, organizado pela Finep, em 8 e 9 de julho, no Rio de Janeiro/RJ.

BRB

Foto: Arquivo pessoal

A Embrapa Agroenergia tem recebido equipes do Banco de Brasília (BRB) para discutir parcerias em eventos e publicações. 

Entre 22 e 23 de junho, uma visita técnica ao Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba/SP, foi feita para discutir ações em projeto de parceria nas áreas de microbiologia e enzimas. Os pesquisadores João Ricardo M. de Almeida, Betania Quirino, Léia Favaro, Thaís Salum, Sílvia Belém e Félix Siqueira estiveram no interior de São Paulo para a visita. 

Foto: Vivian Chies

Visita ao CTC

Visita Parlamentar

Foto: Raquel Pires

Foto: Arquivo pessoal

A presidente da Subcomissão Especial de Agroenergia da Câmara Federal, deputada Tereza Cristina (MS), veio à Unidade, em 02/07. Ela conheceu o trabalho desenvolvido, a estrutura dos laboratórios e o que é feito cada um deles. 

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