ENS - Carta Mensal 1974-6 - Setembro

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N<? 6

1974

Setembro

EDITORIAL - Derrubando barreiras . .. . ..... . Família: célula primeira e vital da sociedade . .

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Aprender a linguagem de Deus .. .. .. .. .. .. .. .

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As vocações em São Paulo .. .. .. .. .. .. .. .. ..

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A palavra de Deus .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .

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Você também pretende converter seu filho? . . . .

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Nós e a semente . . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .

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Família, comunidade de trabalho . . . . . . . . . . . . .

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O que dizem os noivos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .

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Encontros conjugais nos Estados Unidos . . . . . .

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Notícias dos Selares .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .

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XI Congresso Nacional de Escola de Pais . . . . . .

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Visita às equipes do extremo sul do País . . . . .

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Nolícias Internacionais .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. ..

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Oração para a próxima reunião . . . . . . . 3. 0 da capa


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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equipes de Nossa Senhora no BrasiL 04538 -

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Avenida Horácio Lafer, 384 SAO PAULO, SP. -

somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

DERRUBANDO BARREIRAS "Nós gostamos uns dos outros, mas não nos conhecemos o suficiente". Esta reflexão, ouvida numa equipe, poderia muito bem englobar algumas outras. É um ponto importante que merece a atenção de todos nós. Não nos conhecemos deixamo-nos ficar num mesmo, mundano; mas é tão grave e tão evidente prontamente corrigido.

o suficiente quando, deliberadamente, conhecimento superficial, quem sabe este, no seio de uma equipe, um defeito que pode facilmente ser detectado e

Não nos conhecemos o suficiente, também, quando cada qual só põe em comum aspectos "puramente espirituais" e mantém reserva sobre tudo o que constitui a sua vida quotidiana, a totalidade de sua existência; então, tal equipe, por falta de realismo, cedo definha. Mas acontece também que, mesmo quando cada um se esforça lealmente em abrir-se aos outros com toda a autenticidade, não chegamos a nos conhecer o s:uficiente, porque o nosso ser autêntico, quer o queiramos quer não, procura dissimular-se, pelo menos em parte, por trás de alguma máscara, de algum envoltório, de alguma barreira. Seria bom, evidentemente., que se derrubasse esta barreira. Mas será isto legítimo? Será isto possível? Derrubar a barreira! Este desejo só é legítimo quando tem a caridade como ponto de partida e como ponto de chegada, quando decorre de um verdadeiro amor e tem por meta um amor mais profundo. Isto exclui qualquer outra motivação e qualquer outra finalidade. Seria detestável procurar conhecer melhor o outro por mera curios:dade, por simples desejo de saber por saber. Seria odioso querer conhecer melhor o próximo para com isto tirar partido, para obter sobre ele uma ascendência ou domínio. Contra os assaltos da curiosidade, contra as tentativas de ascendência, cada um de nós tem o direito de defender os segredos do próprio ser e proteger a sua liberdade. Há, porém, um conhecimento que não usa de violência nem pretende conqulstar um terreno. Aspira somente ir além das aparências, ir ao encontro do ser real, para com ele entrar em comunhão. Não pretende servir-se dele, mas entra eventualmente ao -1-


seu serviço. Não procura explorar o que vem a conhe~er, utilizar-se do conhecimento adquirido. É perfeitamente desmteressado. Não é da ordem de conhecimento discursivo, que procede por meio de raciocínios e conclusões. É, antes, como que uma intuição da alma; sob este título, pode pretender, ela, derrubar barreiras. Quererá isto dizer que cada um de nós pode aí chegar, sempre e totalmente? Não, certamente, mas o fato de ter a compreensão desta maneira de conhecer já facilita a sua aplicação. Trata-se de conhecer o outro de um conhecimento que não faça dele um objeto, mas que vá ao seu encontro como sujeito, no cerne mesmo de sua liberdade. Toda vez que enunciamos a seu respeito um julgamento categórico, cada vez que o classificamos sob esta ou aquela etiqueta definitiva, estamos fechando o acesso ao seu conhecimento verdadeiro. Trata-se de conhecer o outro de um conhecimento que não se satisfaz apenas com técnicas. Processos de informação, noções de caracterologia, receitas até de psicologia, tudo isto pode s.er grandemente útil para um certo nível de relações, mas o que procuramos é de outra ordem. Toda vez que nos contentamos em analisar uma psicologia como se desmonta um mecanismo, obtemos talvez conclusões exatas, mas não atingimos o essencial, não conseguimos apreender a pessoa na plenitude de seu destino espiritual. Uma vez que, precisamente, .é um destino espiritual que buscamos, este conhecimento do outro requer meios espirituais. A verdade do outro é o que ele é aos olhos de Deus; como poderemos esposar de certo modo este olhar de Deus sobre ele, se não recorrermos à graça, através de uma oração insistente? A comunhão com o outro, sómente Jesus Cristo nô-la torna possível, imagem que é de Sua união com o Pai: "Que eles sejam um como nós somos um". O conhecimento verdadeiro do outro tem sempre como referência o mistério de comunhão constituído pela Trindade viva: Pai, Filho e Espírito Santo, "um" no conhecimento, porque "um" no amor. Não nos iludamos de possuir o dom de derrubar todas as barreiras. Mas nem por isso deixemos de nos aplicar em conseguí-lo. E saibamos que é uma empresa que ultrapassa as forças humanas. Melhor nos conhecermos uns aos outros a fim de melhor nos amarmos, não é sómente uma aspiração profunda que nos anima, que trabalha em nós: é o próprio "trabalho", é a própria obra de Deus. ROGER T ANDONNET S. J.

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FAMíLIA: CtLULA PRIMEIRA E VITAL DA SOCIEDADE

O movimento de crítica que ataca todas as instituições - do Estado à Igreja, da escola ao exército - não podia deixar de pôr em discussão também a família. As profecias sobre a extinção da família, em voga no século passado, seguiram-se outras teorias, as quais, embora partindo de diversas matrizes ideológicas, concordam todas na tese do "superamento" da família e da sua incompatibilidade rad'cal com a libertação do homem e com a plena expansão da sexualidade. Estas teses podem certamente ser contestadas no plano científico e sobretudo no plano da observação dos fatos, dado o insucesso das tentativas, reiteradas, de construir modelos de sociedade sem a família. Mas é sobretudo sob outra perspectiva que se deve fundar a "função insubstituível" da família, isto é, partindo da verificação de que não só existem alternativas reais e não utópicas, da famíl 'a, mas sobretudo pondo em evidência como uma hipotética sociedade sem família marcaria um passo para trás e não um passo em frente no difícil caminho da evolução cívica do homem. Numa sociedade dominada pela tentação consumista e pela redução do homem a objeto, a família é e permanece o "lugar de ser", o lugar em que cada um é amado e aceito por aquilo que é, por aquilo que recebe e não por aquilo que dá. Na família nasce o homem como pessoa, mediante a relação pessoal que só se pode estabelecer substituindo a lógica do "ter" pela lógica da gratuidade, do serv!ço, da dádiva. Eis, portanto, para que "serve", a família: para manter na sociedade, no âmbito de uma série de relações feitas, que não podem deixar de ser anônimas em larga medida, um lugar de vida

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pessoal, no qual as pessoas sejam conhecidas e amadas como pessoas. O fato da existência da família não constitui um dado marginal da vida da sociedade, mas um imperativo categórico para toda a sociedade que pretenda estar à altura do homem. Exalta-se o valor da família e parece que se faz tudo para a desagregar, ou pelo menos para não impedir a sua desagregação; sublinha-se a importância e a seriedade do compromisso matrimonial e pouco ou nada se faz para preparar os jovens para o matrimônio. O quadro da política familiar em não poucas comunidades é, numa palavra, um quadro de afirmação genérica de certos valores, aos quais se contrapõem de fato opções em sentido contrário. A introdução do divórcio - sinal de uma ruptura preocupante entre lei e costumes - prescindindo aqui de qualquer juízo de valor sobre esta instituição, não representa com certeza o meio para a prevenção e para superação das crises conjugais, constituindo, no melhor dos casos, o registro de uma ruptura irreparável já verificada. Cabe perguntar que intervenções foram realizadas para prevenir estes falimentos conjugais, cujo elevado preço para a sociedade e sobretudo para as pessoas diretamente interessadas (cônjuges e filhos) é conhecido por todos. E a questão não diz respeito apenas à reforma do direito de família, também necessária, mas ao conjunto de intervenções de política familiar e social, que seriam necessárias para ajudar a família ao formar-se, para a amparar nos momentos de crise, para a ajudar a resolver os problemas da vida prática - desde a falta de alojamentos ate as conseqüências da emigração - que quase sempre se encontram na origem dos insucessos conjugais, os quais se mostram inevitáveis só "a posteriori", mas que em realidade podiam e deviam ser previstos e prevenidos. Em várias comunidades há que se promover em grande medida e, antes ainda, lançar em nível cultural, as bases de uma política da família. Trata-se de fazer da preparação dos jovens para o matrimônio um empenho de base de toda a sociedade, mediante estruturas adequadas e sérias; de favorecer as fam:Hias jovens, sobretudo dos operários e da gente do campo; de fazer atuar uma política clarividente de casas populares; de enfrentar a praga da migração, ou pelo menos os seus efeitos sobre a família, mediante um esforço sério pela reconstituição dos núcleos familiares desmembrados; de criar uma rede de consultórios matrimoniais vasta e difusa, capaz de prestar aos esposos e aos pais a necessária assistência nos problemas cada vez mais difíceis e complicados que eles encontram na sociedade de hoje.

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Trata-se de intervenções não fáceis, que envolvem certamente opções precisas e portanto o sacrifício de alguns bens ou de algumas intervenções em favor de outros bens e de outras intervenções ; mas precisamente nesta capacidade de restituir à família o lugar que lhe compete na sociedade - um lugar por todos reconhecido com palavras, mas negado de fato - está o crisol da passagem da retórica "familiarista" a uma política séria da família.

Jorge Campanini Professor de História das doutrinas pollticas na Universidade de Parma, Itália

"Tendo o Criador de todas as coisas estabelecido a sociedade conjugal como origem e fundamento da sociedade humana, e feito dela, pela graça, um grande sacramento em Cristo e na Igreja (cfr. Ef. 5,32}, o apostolado dos esposos e das famílias tem singular importância, tanto para a Igreja como para a sociedade civil". (Decreto "Apostolican Actuositatem" n Q 11)

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ESPffiiTUALIDADE

APRENDER A LINGUAGEM DE DEUS

As nossas relações com Deus devem tradum-se na prática, sem o que não encontraremos o tom justo, a palavra justa, a linguagem justa, quando Ele se nos apresentar de improviso. Devemos aprender a linguagem de Deus e trabalhar, se de nossa parte desejamos comunicar-nos com Ele; a própria oração deve ser praticada como fazendo parte do nosso trabalho. É um erro grave e fatal confundir a religião com a elevação do pensamento. Religião quer dizer trabalho: é talvez o mais difícil e é, seguramente, o mais santo de todos os trabalhos que um homem possa empreender. É penoso contentar-se com a afirmação: "Não sou naturalmente religioso", quando há um Deus que quer tomar posse de nós. É uma desculpa. Certamente alguns encontram mais dificuldades que outros em fazê-lo, mas ninguém, podemos estar certos, consegue sem esforço. E aqui está o motivo pelo qual o fato de permanecer em silêncio na presença de Deus exige aplicação e exercício: é preciso coragem todos os dias para pôr-se à escuta da palavra de Deus e aceitar ser julgado por Ele; é necessário, a cada dia, energia para encontrar a própria felicidade no amor de Deus. Mas isso nos leva à pergunta: que devemos fazer para penetrar nesse silêncio na presença de Deus? Bem, tudo que eu posso fazer a este respeito, com humildade, é falar-lhes simplesmente um pouco da minha experiência. Nenhum de nós leva uma vida tão trepidante que não possa encontrar um pouco de tempo, mesmo que sej am só dez minutos de manhã ou à noite, para permanecer tranquilo, e deixar-se envolver pelo silêncio, para colocar-se na presença da Eternidade e deixá-la falar, para interrogá-la sobre nossa condição e olhar no fundo de si mesmo, e muito mais longe, além e acima de si mesmo. Isto pode ser feito pegando alguns versículos da Bíblia; mas o melhor é abandonar-se completamente e deixar que a alma encontre o seu caminho em direção à morada do

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Pai, em direção à morada onde encontrará o repouso. E todo aquele que fizer esta experiência, empenhando-se seriamente dia após dia, ficará surpreso diante das riquezas que dela decorrerão. Certamente, todo início é difícil, e todos aqueles que se dedicarem com empenho a esta tarefa descobrirão, logo, que se trata de uma experiência fora do comum - pode acontecer também que lhes pareça vazia. Mas, antes que se passe muito tempo, sua alma começará a sentir-se saciada, renovada, a receber vigor, a conhecer a paz eterna que repousa no amor de Deus. Tensão e angústia, pressa e precipitação, rumor e clamor neles se atenuarão e tornar-se-ão silenciosos diante de Deus, que é seu auxílio. "A minha alma silencia diante de Deus que é o meu socorro". Dietrich Bonhoeffer (da Carta Internacional)

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AS VOCAÇOES EM SAO PAULO

ENTREVISTA COM O PE. THOMAS GILES, responsável pela Pastoral Vocacional na Arquidiocese de São Paulo.

C.M. - Em 1972, foram ordenados 5 padres, em 1973, 9. Como em anos anteriores as ordenações não passavam de uma ou duas, gostaríamos de lhe perguntar: estamos face a uma nova primavera no tocante às vocações, ou trata-se apenas de uma casualidade, que não deve dar margem a indevidas esperanças? Pe. Thomas -

Atualmente, nota-se realmente um reflorescimento de vocações mas não nos moldes antigos. Trata-se de vocações ditas "tardias" surgidas em rapazes mais maduros, que estavam engajados principalmente na pastoral da juventude ou no apostolado paroquial. Ultimamente não se ordenou ninguém que tivesse vindo do seminário menor, mas alguns rapazes que o haviam deixado estão retornando, dispostos a atender ao chamado de Deus.

C.M. - Entendemos que a Igreja prefere que o candidato ao sacerdócio tenha o curso colegial, ou mesmo um diploma universitário. Dois dos sacerdotes ordenados no fim do ano tinham uma profissão. Estaria havendo uma tendência no sentido da profissionalização dos novos sacerdotes? Pe. Thomas -

Como deixamos um pouco a antiga forma dos seminários menores, a permanência do rapaz em seu meio ambiente - família, escola - forçosamente tende a fazer com que ele complete os seus estudos normalmente. Alguns rapazes vocacionados trabalham. Nesse caso, faze-

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mos com que se preparem para o sacerdócio sem deixar o seu emprego. O sacerdote vai trabalhar dentro do mundo, no meio do povo- ele precisa conhecê-lo, e quanto mais, melhor. C.M. - Uma vez que vários anos têm que ser esperados, não haveria nisto um perigo para a vocação? Pe. Thomas - Perigo, por que? Se a vocação é - como tem sido ultimamente - a resposta de alguém amadurecido ao chamado de Deus, não há necessidade de "protegê-la". A pessoa vocacionada não deve fugir do mundo - pelo contrário, deve inserir-se nele. Só assim estará em condições de desempenhar, mais tarde, o seu ministério. Exatamente porque o chamado é para servir, e as pessoas a serem servidas estão inseridas no mundo, o contato com o mundo é a aprendizagem indispensável para o futuro sacerdote. Até alguns anos atrás, o menino que entrava, aos 10 ou 12 anos para o Seminário, não sabia o que ia encontrar, nem sabia bem o que queria. E o mundo lá fora lhe era completamente estranho. Hoje, os jovens são orientados, na medida do possível, até a ordenação, dentro da realidade.

C.M. -

E como se faz, já que não há mais seminários menores, essa orientação? Pe. Thomas - Não podemos dizer que não há mais seminários menores, mas o jovem é dirigido para um grupo, onde nós o acompanhamos e assistimos. Lá ele recebe aos sábados e domingos, em contato com outros rapazes vocacionados, a formação que o prepara para a opção que decidirá fazer mais tarde. Como se processa essa formação depende um pouco da situação particular do jovem, porque cada Região Episcopal tem seus próprios grupos, organizados também em função do meio ambiente. As reuniões podem ser tardes de oração, de estudos bíblicos, palestras vocacionais, etc. Paralelamente, procura-se inserir o jovem - quando já não está - no trabalho paroquial. Assim, ele vai adquirindo, ao mesmo tempo que a teoria, a prática. O trabalho iniciado com os adolescentes mostra-nos também a necessidade de uma nova orientação ao que chamamos Seminário menor. As Congregações e Ordens religiosas já estão reabrindo os seminários menores, e nós temos em São Paulo a Escola Apostólica, para a orientação dos menores, embora na mesma linha dos maiores, só nos fins de semana.

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C.M. -

Têm surgido vocações a partir dos Movimentos de Jovens? Só sei de algumas oriundas do Encontro de J avens organizado pelos Padres Salesianos e outros movimentos de juventude. Mas não há dúvida que é através dos Movimentos de Jovens que o Espírito Santo está soprando. Foi a fórmula que Ele inspirou para os nossos dias. Talvez venha outra depois. Mas, no momento, acredito que seja essa.

Pe. Thomas -

C.M. -

Seria possível definir o que provoca nos jovens esse novo interesse pela vocação sacerdotal? Acho que é a descoberta, a motivação para o serviço - o serviço dos irmãos e, conseqüentemente, o serviço da Igreja. O testemunho do serviço é que desperta o interesse pela vocação. A beleza da doação pela Igreja, pelo irmão. Isto faz desabrochar a necessidade inata em cada jovem de amar, de servir, de se doar pela felicidade do irmão.

Pe. Thomas -

C.M. -

Como pode uma família ajudar no despertar da vocação nos seus filhos? Acho que a melhor resposta está num exemplo. Conhecemos uma família que sempre freqüentou cursos de atualização, que sempre esteve presente na sua paróquia. Os pais são Ministros da Jj;ucaristia. Mas o principal é que essa família sempre se reuniu com os filhos em torno do Evangelho. E também os dois sempre rezaram para que o chamado viesse a um de seus filhos. Hoje a vocação está realmente se afirmando num deles. E esta vocação está sendo alimentada pela própria família.

Pe. Thomas -

C.M. -

Como reconhecer a vocação num filho e como ajudá-la a desabrochar? Acho que a mãe, que acompanha mais de perto o menino, "sente" quando seu filho tem o germe da vocação. A ela compete fazer com que desabroche essa vocação. Principalmente procurando estar sempre "presente", dialogando permanentemente com o filho. Mas a família como um todo deve criar o clima. .E o clima, é o Evangelho que vai dar. Acho que o principal é realmente a união em torno do Evangelho. O Evangelho como centro do lar, ponto de partida e ponto de chegada. A leitura e a meditação do Evangelho em família é imprescindível, pois é o Evangelho que leva o jovem à vocação.

Pe. Thomas -

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Evidentemente, na maioria dos casos, é dentro dos movimentos de juventude que o jovem sente o "estalo" e muitas vezes é ele quem reconduz a família - pais e irmãos - ao Evangelho.

C.M. -

Como costumam agir os pais hoje em dia diante de um filho ou de uma filha que manifeste a vocação para o serviço de Deus? Nem sempre os pais entendem e aceitam essa escolha, mas em geral a respeitam. Principalmente quando se trata de filho homem. É curioso, mas no caso de ser a filha, os pais muitas vezes se julgam no direito de intervir. Atualmente mesmo está acontecendo isto com uma moça - a mãe declarou preferir vê-la morta a vê-la religiosa ...

Pe. Thomas -

C.M. -

O sr. acha que o mundo de hoje, com seu materialismo e erotismo, pode estar provocando uma reação em contrário, necessidade de maior espiritualidade, nos jovens? Sem dúvida. Sou testemunha disto diariamente. Domingo mesmo estive com um grupo de reflexão e admirei a sinceridade da procura de Deus por parte daqueles jovens. No meio do negativismo atual existe certamente uma renovação, um re-encontrar-se do homem consigo mesmo, com seus irmãos e com Deus.

Pe. Thomas -

C.M. -

O que os movimentos familiares, como as Equipes de Nossa Senhora, podem fazer pelas vocações? Primeiramente, atendendo ao que pediu o Concílio Vaticano II: "Os primeiros seminários devem ser os lares cristãos". As famílias precisam colocar - volto sempre a isto - o Evangelho como centro de sua vida. Precisam se entrosar numa comunidade, não só de renovação, mas de serviço. É importantíssimo que se VIVA o Evangelho em casa, que se ajude a paróquia, que se sirva ao irmão, o que está perto, e o que está longe, passando necessidade de qualquer tipo. É nesta abertura, nesta generosidade dentro da família, que pode surgir uma vocação.

Pe. Thomas -

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A PALAVRA DE DEUS

A palavra humana é sempre um apelo. Quando alguém nos fala, ele nos convida, nos interpela, nos interroga. Quem fala, quer resposta. É pela palavra humana que se estabelece o diálogo entr e as pessoas. É falando e respondendo que nos comunicamos. Quando duas palavras humanas entram em relação começa o Encontro. Assim toda a palavra busca e deseja encontrar-se com o outro. Palavra é ser presença na vida de alguém. . . Encontro que faz feliz. A Palavra de Deus não é uma "linguagem morta", não é escrito de museu. É uma Palavra de um Deus vivo. O nosso Deus se manifestou falando aos homens. É o Deus-Comunicação que se revela conversando com o homem. Este nosso Deus fala e age. Ele falou e se fez a criação . Ele falou e agiu na história do seu povo. Ele falou pelos profetas e provocou a conversão, a mudança de mentalidade do povo. Ele falou concretamente através de seu Filho. A sua palavra se encarnou em um homem, chamado Jesus Cristo. É um Deus-pessoa. Uma palavra-pessoa, palavra-carne, palavra-sacramento. A palavra de Deus é sempre um convite à mudança de vida. A palavra-criadora e viva de Jesus Cristo nos interroga. Ela nos desinstala. Faz-nos largar as atitudes cômodas. Faz-nos abandonar as respostas-evasivas e provoca em nós conversão total e contínua. Isto quer dizer: atinge a nossa vida. Palavra que não atinge concretamente a nossa vida é palavra vazia. A Palavra de Deus busca uma resposta consciente. Somente assim haverá diálogo entre Deus e o homem. Somente assim será possível um encontro entre pessoas. Acreditamos que a palavra de Deus quer dar um sentido à nossa vida concreta. É uma mensagem a ser encarnada na r ealidade. É uma palavra que nos liberta para a ação e para a vida. Por isso Cristo falou: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida,.. ALOISIO KROHLING -12-


ANO DA FAMíLIA

VOCI: TAMBt;;:M PRETENDE CONVERTER SEU FILHO?

Há pais que, entusiasmados com a maravilha da graça de Deus em sua vida, após alguma decisão muito sincera, voltam-se para os filhos e de tanto amor ou remorso, perdem a virtude da esperança e da paciência, chegando mesmo a impor aos filhos aquilo que para eles significou uma vida nova. Refiro-me aos pais que ainda fazem "chantagem" amorosa para arrastar um filho ou uma filha ao encontro de jovens, ou a qualquer movimento de Igreja que conheçam. É desonesto e anti-cristão forçar um filho a participar de um encontro de Igreja para jovens, quando não se consegue persuadir com boas maneiras. Jesus Cristo nunca fez isso e chegou mesmo a mandar os seus seguidores mais chegados voltarem para casa numa ocasião em que muita gente achou difícil aceitar o que ele dizia. Forçar, ele nunca forçou. A verdade que precisa ser forçada nos filhos por meio de "chantagem", acaba se tornando uma terrível mentira. Quem teve tempo de esperar dezoito ou vinte anos para mostrar o Cristo aos filhos, pode esperar mais alguns meses ou anos, agora que o Cristo está empolgando a família. Digo isto porque os dirigentes de movimentos de juventude passam por situações bem difíceis com certos pais que acabam fazendo desses movimentos um pronto socorro social para os males da família ou para a falta de diálogo em casa. No começo poderão conseguir resultados satisfatórios, mas depois poderá ser bem pior. Tem havido honrosas exceções, no caso de jovens que realmente se tornaram mais amigos dos pais, mas não convém arriscar tanto. Sobretudo quando é a fé que está em jogo. A religião é útil para motivar diálogo em família, mas se for tudo isso o que se espera de um movimento de juventude, é bem pouco e além disso desonesto.

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Os pais que "se converteram" deveriam mostrar esta conversão r espeitando a busca dos filhos. Tenho tido conhecimento de pais que chegaram a dar informações falsas a respeito dos filhos para que eles fossem admitidos em algum movimento. E aí se constatou que eram viciados em tóxicos e precisavam de tratamento psiquiátrico. É claro que isso põe em risco a Igreja que servem. De repente todos parecem insinceros para esses jovens. Como não é possível agredir os pais, acaba tudo no ponto em que começou. O jovem sai de lá com a aparência de uma ajuda e depois descobre que não era bem o que estava procurando. E daí? . .. E se o Jesus Cristo que ele encontrou não o livrar miraculosamente da droga? A melhor forma de converter um filho é amá-lo em Jesus Cristo. Um dia, por causa deste amor, ele acabará buscando na mesma fonte em que os pais beberam ... A quem tem filhos, um apelo de um padre que trabalha com os jovens: não forcem , não mintam, não façam "chantagem" amorosa para vê-los encontrar o Cristo. Jesus sabe do problema deles. Que tal um pouco mais de prece, de paciência, de testemunho e de diálogo? A graça de Deus opera maravilhas, mas é bom ter em mente que não é sempre que os milagres acontecem, por maior que seja a encomenda. Dificilmente três dias de encontro resolvem dezoito anos de desencontro. . . Converta-se para o seu filho, antes de converter o seu filho para Cristo.

Pe. Zezinho scj

SE EM NOSSO LAR ... a lei suprema fosse a lei do amor e da ajuda mútua entre todos ... ; a união entre os esposos e o afeto aos filhos fossem maior apanágio . . . ; a compreensão reinasse de modo natural e irrestrito ... ; os valores da intimidade não fossem desvirtuados por um egoísmo exclusivista em que todos procuram só a própria satisfação ... ; os filhos crescessem isentos de recalques, inibições e deformações psíquicas, mas cheios de respeito por Deus e por aqueles que lhe fazem as vezes . .. ; então nosso lar já seria um pequeno Reino de Cristo.

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NóS E A SEMENTE

"Uma grande multidão, vinda de várias cidades, veio ver Jesus. Quando todos estavam reunidos, ele fez esta comparação : Certo homem saiu para semear. Quando estava espalhando as sementes, algumas cairam à beira do caminho, onde foram pisadas pelas pessoas e comidas pelos passarinhos. Outras sementes cairam em lugar de muita .p edra e, quando começaram a brotar, secaram, porque não havia umidade. Outra parte caiu no meio dos espinhos, que cresceram junto com as plantas e as abafaram. Mas algumas cairam em terra boa. As plantas cresceram e produziram cem grãos para cada semente". "A semente é a mensagem de Deus". <Lucas 8, 5-8 e 11)

Irmãos, aproveitemos esta parábola para um exame de consciência. Que espécíe de terra oferecemos à semente que nos é lançada por Deus? - Somos, por acaso, como a beira do caminho, onde a semente caiu e foi pisada pelas pessoas e comida pelos pássaros? Será que a palavra de Deus chega até nós, mas nós não a aceitamos no íntimo de nosso ser, não a tornamos integrante de nosso pensamento, base de nosso raciocínio, inserida em nosso coração? Vivemos num mundo em ebulição, onde deuses de toda espécie nos tentam e, como os pássaros do Evangelho, querem comer a semente, tirando de nós a fé, ou, como as pessoas da parábola, procuram pisar o nosso amor a Deus, para que sua palavra não frutifique em nós. Vemos muitos baterem no peito, dizendo "Senhor, Senhor", e depois prestarem homenagem a esses ídolos. -15-


O mais forte deles, é o bezerro de ouro, que foi adorado pelos antigos judeus enquanto Moisés recebia os mandamentos de Javé. Hoje, ele tomou novas formas e nos tenta em cadernetas bancárias, em ações da Bolsa, em corridas imobiliárias. Não podemos homenagear este ídolo, pensando só em ágios e lucros; em vender ou comprar ações; em fazer bons negócios imobiliários. Isto é realmente adorar o bezerro de ouro, mesmo que procuremos justificar-nos, alegando que é para o pecúlio dos filhos! Esquecemo-nos que assim estamos, talvez, prejudicando esses próprios filhos, porque, empenhados só em ganhar dinheiro, negamos a eles o CqTi.nho de nossa presença, o apoio de nossa opinião a seus problen}as, que, mesmo que nos possam parecer ridículos, são para el~s tão grandes que precisam de nossa ajuda. Pior ainda será nossa adoração ao ouro, se nos locupletarmos com os dons profis;?ionais, esquecendo-nos de atender aos menos favorecidos. Po:r: ~aJ.Isa da ganância, estes nem sempre dispõem de assistência adequada porque os serviços sociais gratuitos não possuem pessoal hábÜitado ou sinceramente interessado em atender aos que não têm condições de pagar. Também não podemos economizar à custa de baixos salários pagos aos que nos prestam serviços, porque muitas vezes a sua opção é aceitar o pouco que oferecemos ou passar fome. E aos que já a sentem e são obrigados a bater em nossa porta, não podemos despedir sem nada oferecer, com a desculpa de que a esmola dada na rua é má educadora. Quanto damos às instituições de caridade para atendê-las? Talvez menos que uma entrada de cinema! Esquecemo-nos que a maior caridade, é dar atenção aos mais necessitados, cobrando-lhes menos e pagando-lhes ou dando-lhes mais. A cupidez, qual pássaro, come aquela semente da Palavra que manda dar aos ·p obres para seguir a Deus! Há também deuses de barro, de outras culturas. Não podemos sequer temer esses deuses, se estamos realmente imbuídos de fé e confiança em Deus. Não podemos também nos entusiasmar pelo exotismo de outros deuses que poderiam impressionar nossa inteligência mais que a Palavra de Deus, que é extremamente simples embora seja a mais linda e mais humana das filosofias: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei"! Ela não oferece superioridade intelectual, porque quer apenas superioridade de coração. Não se -16-


destina aos debates linguísticos, mas ao diálogo do amor. A vaidade é outra ave que pode comer a semente lançada a nós! A pior ameaça dos tempos modernos à Palavra de Deus é o materialismo. O que interessa é o corpo e os prazeres - roupas, comidas, bebidas, e sexo. A queda dos princípios morais estabelecidos se justifica com o "é natural". A expectativa de algo melhor, a esperança de uma vida inteiramente espiritual é abafada pela satisfação corporal. - Somos como o caminho de pedras, onde a semente germinada secou por falta de umidade? Aplaudimos a palavra de Deus, cheios de bons propósitos, mas esfriamos assim que nos pedem a concretização de nossas intenções. Se não transmitimos a outros a beleza da Palavra de Deus, transformada em atos, é porque nossa fé não tem raízes e nossa inércia e acomodação falam mais alto. Declaramos amor aos irmãos, clamamos contra injustiças, apontamos erros dos outros, mas não estendemos nossa mão aos irmãos em dificuldades, nem lhes dizemos palavras amigas, receiosos de ter que mudar nossas atitudes. Tal aridez de coração só permite a sobrevivência do egoismo. - Ou somos como aquela terra cheia de espinheiros, que abafaram as plantas que cresciam? A palavra de Deus, depois de germinar em nós, sucumbe ante as dificuldades demasiadamente fortes para nós. O respeito humano nos impede de apoiar os que pregam corajosamente sua fé. Não querendo parecer diferentes, escutamos os que se escondem atrás da ironia, da chacota, do r idículo. Não é fácil trabalhar, depois do cansaço diário, para dar ao irmão uma ajuda material. Não é agradável uma enfermaria de hospital ou uma creche de enjeitados; não são saudáveis a escuridão e o ar viciado dos barracos mal cheirosos, quando o sol doura corpos nas praias. Não é fácil ouvir e compreender os problemas dos outros, quando temos os nossos ainda insolúveis. Fazer o bem não é tão fácil. Irmãos! sejamos daqueles que não se acomodam, que não satisfeitos com o que já existe, querem espalhar ainda mais bondade. -17-


Façamos da riqueza conseguida com nosso trabalho honesto um meio de fazer o bem a outros; de nossa habilidade profissional, um instrumento de ajuda aos que sofrem física, mental ou moralmente. Mantenhamos nossa fé inabalável face a doutrinas vãs que alegram o "eu" e destroem a alma. Irmãos! Nós queremos ser hoje a terra fertil do Evangelho, .ouvindo a Palavra de Deus, trocando com todos esses companheiros de Equipe, vindos de várias partes do Brasil, nosso testemunho ·de amor ao próximo, porque temos amor a Deus. Queremos pedir a Jesus que nos ajude a ser o caminho de Sua Palavra, seus novos apóstolos, incluidos entre aqueles bem.aventurados que, mesmo não podendo pôr as mãos em suas chagas, creram. Heloisa e Jorge Fortes (De meditação feita no Encontro de Casais Responsáveis na Guanabara)

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PALAVRAS AOS EQUIPISTAS

FAMJLIA, COMUNIDADE DE TRABALHO

O lar, todos sabem, é uma escola para a vida. A vocação do homem para o trabalho nasce e cresce no lar. A família, então, precisa ser organizada para dar esta formação, promover esta vocação, contornando tudo o que a prejudica - o egoísmo, e o comodismo, que geram a preguiça. É difícil prever o futuro dos filhos. O melhor prognóstico é o desempenho dos pais nas suas respectivas atividades, no campo do trabalho.

Os pais que não dão trabalho aos filhos, que não partilham as tarefas e as responsabilidades da casa entre todos, os pais que às vezes se substituem aos filhos, prestam muito mau serviço em casa. Os que têm empregados domésticos para fazer o trabalho individual dos membros da família não criam o ambiente de formação necessário à educação do lar. A empregada doméstica não está a serviço de cada um, mas do bem comum de todos; para que ela possa desempenhar sua tar~fa dentro do espírito da comunidade familiar, é preciso um diálogo entre todos, uma conscientização geral, uma distribuição de responsabilidades. A comunidade de trabalho há de se encontrar para dialogar - isto promoverá também a empregada doméstica. O rico também tem vocação ao trabalho. Se ele não trabalha, mas só sabe mandar os outros fazerem tal ou tal serviço, ele só se desvaloriza ... ele é pobre de capacidade. A educação do lar vai então promover uma consciência nos dois planos: o do trabalho individual, para que cada um se realize na vida, e o do trabalho em equipe, na comunidade familiar.

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Esta educação começa desde a primeira infância. Cresce como hábito e se desenvolve numa conscientização sempre mais atuante. Assim os homens não se acostumam a fazer parte de uma comunidade só para receber tudo dela, mas antes para dar a ela sua contribuição. O lar é a primeira escola dos homens para o trabalho. Iniciação esta necessária para aprender a servir os outros, servir a todos. Saber servir e querer servir os outros, às coletividades... Formação que acompanhará todas as idades da vida. Será natural reconhecer e valorizar o trabalho dos outros. Tudo isto gera mais união no seio da família - vai gerar mais união entre os homens amanhã.

Pe. RoLando J albert, c.s.c. <Conselheiro espiritual de equipe em Campinas)

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APOSTOLADO

O QUE DIZEM OS NOIVOS

Pediram-nos para escrever algo sobre o Encontro de Noivos do Serviço Arquidiocesano de Pastoral Familiar. Estavamos pensando no que escrever. Então nos lembramos de algumas opiniões escritas por noivos que vínhamos guardando numa pasta do último Encontro. Melhor que nós, eles escreveram. Vejam por estes vários depoimentos o que pode o casal equipista fazer por uma familia num momento tão importante: aquele em que ela nasce I

"Para ser bastante franco, eu vim a esse encontro apenas para cumprir uma obrigação, pois, sem o certificado de freqüência, seria impossível a realização do meu casamento. Mesmo por se tratar de uma obrigação, de início, eu achava tudo isto muito chato, porque pensava que tudo eu sabia. E as coisas vieram com o decorrer dos encontros. Comecei q. perceber que eu estava redondamente enganado e que a vida nos reserva muitas surpresas em cada esquina. Quero dizer com isto que eu nunca soube de coisa alguma e, se agora sei, devo tudo aos que, com maior prática da vida, mesmo a conjugal, transmitiram de uma forma pura, sem um pingo de egoísmo, tudo que tiraram de suas experiências. Se tivesse mesmo que exaltar este encontro, teria que escrever um número bastante indefinido de palavras e, mesmo assim, não seria o suficiente, porque a minha opinião pessoal é que, sem instruções como essas, que são básicas para uma vida fel:z, nenhum casal conseguiria por muito tempo ser completamente feliz". -21


"Pela sensibilidade da equipe, pela dedicação que demonstraram, e pelo amor que irradia em vocês, tudo isto nos fez um grande bem. Sinceramente partimos agora para o casamento mais confiantes e procuraremos lembrar sempre de seus conselhos e não nos esqueceremos de convidar o Cristo para morar conosco. Agradecidos. " "Realmente a boa vontade de leigos que se dedicam à nossa orientação religiosa muito nos impressionou pela sua eficácia e didática. O clima gerado nestas palestras foi dos melhores no tocante à camaradagem entre orientadores e noivos. O sistema de grupos de casais tem uma força revigorante para os que dele participam. Sugiro que estas palestras ou reuniÕ'es entre noivos deveriam prosseguir mesmo depois do casamento, pois o que é bom deve ter prosseguimento. " "Nós gostamos e aproveitamos muito do curso. Vocês souberam dar-se a nós de maneira significativa e com muito amor. Rezaremos para que vocês continuem dando de si a outros casais e que consigam transmitir o que conseguiram a nós. Que Cristo os guarde cheios de amor. " "Nessa oportunidade do encontro de noivos, assumimos uma dívida enorme com vocês, que com enorme dose de desprendimento e fraternidade nos aturaram durante estas três semanas. Quanto à nossa opinião sobre o curso, podemos dizer: óTIMO!!! Gente, o nosso muito obrigado." Aí está também a "recompensa" que os casais que trabalham com os noivos, recebem. É um sorriso, é o afeto e é a certeza de que, com algumas pistas a mais que lhes proporcionam os encontros, eles poderão fazer um alicerce mais sólido para seus lares. E, aos indecisos sobre "o que fazer", os Encontros com os Noivos estão aí. É só começar a trabalhar ... (do Boletim de Ribeirão Preto)

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ENCONTROS CONJUGAIS NOS ESTADOS UNIDOS

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A expenencia do "Marriage Encounter" está ligada simultaneamente ao retiro e ao nosso "dever de sentar-se". "Transformai os casais e tereis transformado o mundo". Tal é a idéia básica deste Movimento, nascido nos Estados Unidos em 1957 e que, em quinze anos, atingiu mais de vinte mil casais, principalmente no Leste do país. Trata-se de levar casais de qualquer idade a voltarem a ter consciência do vigor e profundidade do seu amor conjugal, a partir essencialmente de uma experiência concreta que produza um choque. Essa experiência é vivida no decorrer de um fim de semana, longe dos filhos e das preocupações de todos os dias, um pouco semelhante ao nosso retiro de casais, mas com um sistema bastante original de diálogo entre marido e mulher, que fala mais aos sentimentos do que à razão. Os casais, em número de vinte a trinta, reunem-se numa casa de retiros na sexta-feira à noite e recebem, durante quarenta e oito horas, ensinamentos sobre a psicologia do indivíduo e do casal, os quais são dados por dois ou três casais especialmente formados e dirigidos por um padre que trata da parte espiritual. Durante esses dois dias são proferidas conferências sobre diversos assuntos, tais como: O amor é um compromisso - Sede felizes à vossa maneira - Deus não quer seres diminuídos - Os sentimentos não são bons nem maus: existem, eis a questão, etc. Depois de cada dissertação marido e mulher se retiram, cada um para seu lado, para meditar em silêncio, durante dez minutos, sobre o que foi dito e escrevem, num caderno que lhes foi entregue ao abrir a sessão, as suas reações aos quesitos

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que lhes foram apresentados durante a conferência. Por exemplo: Quais são, dentre os sentimentos que experimento, aqueles que tenho maior dificuldade em aceitar? Quais são as razões que me levam a desejar continuar a viver? Por que vim a este encontro? Como podemos na prática, viver o nosso amor conjugal? ... Cada casal volta a encontrar-se depois no seu quarto. Marido e mulher trocam os seus cadernos e cada um lê duas vezes as respostas do outro, "uma vez com a inteligência, a segunda com o coração". Depois, a partir daquilo que escreveram, estabelecem um diálogo, sentados ao lado um do outro e dando-se as mãos. Esta segunda parte não deve durar mais de dez minutos. A dimensão espiritual não está ausente do encontro, que comporta algumas celebrações. A mais importante é a Missa do Domingo à noite, em que todos os cadernos são colocados no altar enquanto os casais renovam as suas promessas do casamento. Este momento proporciona sempre demonstrações de afeto bastante intensas. Na região de Nova Iorque foram feitas algumas experiências para dar continuidade a esses encontros; sob a forma de grandes reuniões mensais de "renovação", abertas a todos os casais que participaram de um fim de semana. Grupos menores, de cinco ou seis casais, voltam a encontrar-se com regularidade em equipes, várias vezes por mês, para se formarem como animadores de encontros. O "Marriage Encounter" alcançou grande sucesso nos subúrbios de Nova Iorque, principalmente em Long Island, onde 70% da população é católica. Os dirigentes do movimento souberam despertar entusiasmo entre os casais que aproveitaram dessa experiência. Além disso os participantes devem indicar o nome de vários casais amigos que sejam susceptíveis de tomar parte num fim de semana. Uma equipe de senhoras insiste metodicamente, por telefone, com todos os casais cujos nomes foram assim recolhidos, até que eles se convençam a inscrever-se. Todas as objeções são resolvidas imediatamente: equipes móveis de "baby-sisters" para os fins de semana, enfermeira voluntária para a avó doente, etc. Tudo isto se passa num ambiente de grande dedicação e com o desejo de que os outros compartilhem daquilo que descobriram. O sucesso tem sido enorme e todas as casas de retiros estão tomadas com um ano de antecedência todos os fins de semana para "encontros". Não é raro haver simultaneamente duas reuniões na mesma casa, quando o local o permite.

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Após esta expenencia, o casal é aconselhado a manter o diálogo todos os dias: dez minutos para refletir e escrever no caderno, dez minutos de leitura e de troca de impressões sobre os acontecimentos do dia. Muitos casais tomam parte num encontro de recapitulação ao fim de doze meses. Em Detroit os casais são encaminhados para Movimentos, tais como o Movimento Familiar Cristão e as Equipes de Nossa Senhora, que lhes podem dar amparo espiritual e entreajuda fraterna. A experiência tem provado, efetivamente, que é muito difícil manter o "diálogo" quando os casais são deixados entregues a si próprios: depressa se cansam e o entusiasmo inicial desaparece muito rapidamente. Muitos casais das Equipes de Nossa Senhora tomaram parte nestes encontros. Alguns Responsáveis de Setor recomendamnos às suas equipes, porque os casais tiram deles grande benefício para a comunicação entre marido e mulher, principalmente no que diz respeito ao "dever de sentar-se". (da Carta Mensal Internacional)

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VIDA DO MOVIMENTO

NOTfCIAS

PETRóPOLIS -

DOS

SETORES

As Equipes completam 10 anos

Por ocasião do aniversário da fundação da primeira equipe de Petrópolis, Elfie e Dragan, Casal Responsável do florescente Setor, dirigiram aos equipistas, através do "Equipetrópolis", mensagem da qual extraimos alguns trechos: "Hoje somos quatorze equipes, unindo cento e um casais ... Lembramo-nos bem do caminho que se percorreu, das alegrias dos primeiros retiros e encontros e das dificuldades que se venceram. . . Em todas as reuniões inter-equipes ouvimos o testemunho unânime: 'O estilo de vida das E.N.S., os ensinamentos que recebemos nas Equipes, mudaram as nossas vidas para melhor'. Agradecendo a Deus e a Nossa Senhora a graça manifestada pela presença das Equipes em nossas vidas, graça que se iniciou com a fundação da Equipe 1, convidamos a vocês, caros irmãos e amigos, para que façamos deste ano um ano de louvor ao Pai, e um ano de reflexão do casal e da Equipe sobre os benefícios que a vida em Equipe nos trouxe, perguntando-nos: tornou-nos mais felizes, tolerantes, compreensivos? Ensinou-nos a amar com desprendimento? Levou-nos mais próximos de Deus? Tornou-nos melhores esposos, pais, amigos, chefes e empregados? Acreditamos que um momento de reflexão sobre estes 10, 8, 4, 2 anos, ou mesmo alguns meses de vida na Equipe, nos revelará uma imensa riqueza de tesouros espirituais e vivenciais e de alegrias que entraram em nossas vidas. Usando as palavras dos estatutos, esta descoberta será o alimento que nos ajudará a 'querer viver para Cristo, com Cristo e por Cristo: entregar-se-lhe sem condições; servi-lo sem discutir; reconhecer nele o Chefe e Senhor do nosso lar e fazer de seu Evangelho o fundamento da própria família'. Porque, só assim, a nossa vida em Equipe terá sentido.

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E, como somos fracos, nos apoiamos po amor fraterno e na ajuda mútua, testemunhados ao longo dos dez anos em nossa cidade. Sobretudo, porém, recorremos a Ele e a Nossa Senhora, Padroeira das Equipes e símbolo da aceitação, da humildade e do amor". BEL~M

DO PARA -

Primeira Equipe

Registramos com muita satisfação que vai muito bem a primeira Equipe, que se reuniu sob a proteção de N. Sra. de Nazaré. Plínio e Mônica Hahn, da Região Sul, atualmente em Belém, são os pilotos desta novel equipe, já no seu 6.0 mês de reunião. É conselheiro espiritual o Pe. Giovanni, da ordem dos barnabitas. Edy e Adherbal, que em maio estiveram em visita à novel equipe, ficaram profundamente impressionados com os casais de Belém, e constataram o grande grau de espiritualidade e doação de que estão possuídos aqueles nossos irmãos que formam, com o Pe. Giovanni, o nosso primeiro núcleo em Belém. Peçamos a Deus que a doação dos casais de Belém se propague intensamente a fim de termos muito breve outras boas novas daquela terra. CURITIBA -

Sessão de Formação

De 16 a 19 de maio, realizou-se a Sessão de Formação de Dirigentes de Curitiba, nas excelentes instalações da casa de retiros do Mossunguê. Foram 20 os casais participantes, assim distribuídos: nove de Curitiba, dois de Londrina, um de Taubaté, três de Florianópolis, dois de Blumenau, um de Caxias e dois de Brusque. A Equipe de serviço local contou com quinze casais distribuídos nos três setores de trabalho: cozinha, limpeza e acompanhamento dos participantes. Fizeram parte desta equipe dois padres e um seminarista. Pela ECIR participaram o frei Estêvão e os casais: Dirce e Rubens de Morais, Ivone e Tharcisio Ladeira Rosa, Maria Aparecida e José Pazarin Filho e Edy e Adherbal Schaefer. Foram realizadas oitos palestras pela equipe da ECIR, todas elas com muito conteúdo e boa apresentação, que resultaram em grande aproveitamento pelos participantes.

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Na noite do terceiro dia realizou-se a confraternização que durante duas horas, revelou o poder de criatividade e im provisação do pessoal, num clima de grande alegria e amizade. Encerrou-se a Sessão com a Santa Missa, cuja homilia foi feita por uma das esposas da equipe de serviço local. Terminou o encontro com a despedida de todos, entre abraços e "até a volta" .

• REUNIAO DOS RESPONSAVEIS REGIONAIS COM A ECIR

Periodicamente a Equipe de Coordenação Inter-Regional ECIR - reune-se com os Casais Regionais para uma co-participação sobre o Movimento, comunicação de diretrizes novas, planejamento, estudo e oração. Essas reuniões, que se realizam naquele clima de fraternidade já tão nosso conhecido, trazem para todos nós uma nova animação e frutos que se traduzem na unidade de orientação, na troca de experiências valiosas e num aprofundamento continuado. Durante todo o dia 1.0 de junho, os seis casais da ECIR e nove Regionais (dois não puderam comparecer) estiveram reunidos no Colégio São Luiz. A direção espiritual do encontro coube ao P e. Aquino, conselheiro espiritual da ECIR, que iniciou os trabalhos com uma meditação sobre a presença de Deus no mundo de hoje e os terminou com a Missa de Pentecostes. Organização atual das Regiões

Por ocasião do encontro de Regionais, a Carta mensal colheu alguns dados, antecipando-se a uma publicação mais detalhada do Secretariado. Há no Brasil aproximadamente 410 equipes, agrupadas em Set ores ou Coordenações, além de algumas equipes isoladas. Setores e Coordenações são por sua vez agrupadas em Regiões. Os Responsáveis Regionais são auxiliares diretos da ECIR na animação e direção do Movimento. As equipes isoladas são geralmente oriundas do apostolado de casais provenientes de outras cidades, mas continuam apoiadas e orientadas por seus irmãos distantes. É o caso da equipe de Belém do Pará, no extremo norte do país e, por força das circunstâncias, pertencente à Região -28-


Sul, como também das equipes de Brasília e de Manaus, que pertencem à Região Guanabara. São 11 as Regiões, assim discriminadas:

Região São Paulo A - Casal Regional: Hélene e Peter Nadas. Compreende as equipes de São Paulo (Capital). Região São Paulo B - Casal Regional: Maria Aparecida e José Panzarin Filho. Compreende as equipes de Santos e Guarujá. Região São Paulo C - Casal Regional: Maria Aparecida e Igar Fehr. Compreende as equipes de Jundiaí, Louveira, Valinhos, Vinhedo, Itu, Itapetininga, Angatuba e Salto. Região São Paulo D - Casal Regional: Maria Angélica e Sérgio Pereira Sandoval. Compreende as equipes de Campinas, Mogi Mirim, Limeira, Americana, Santa Bárbara e Sumaré. Região São Paulo E - Casal Regional: !rene e José Dionísio do Patrocínio. Compreende as equipes do Vale do Paraíba: São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Pindamonhangaba, Taubaté, Aparecida, Guaratinguetá, São Sebastião, Mogi das Cruzes. Região São Paulo F - Casal Regional: Mariza e Gustavo Lívio Fleury Charmillot. Compreende as equipes de Ribeirão Preto, Casa Branca, Poços de Caldas, Aguaí. Região São Paulo G - Casal Regional: Arlete e Milton Rocha. Compreende as . equipes de São Carlos, Jaú, Dois Córregos, Bauru, Cafelândia, Pederneiras. Região São Paulo H- Casal Responsável: Maria Diva e Venicio Aurelio Onofre. Compreende as equipes de Marília, Dracena, Assis, Garça, Rinópolis, Araçatuba, Guararapes, Biriguí, Promissão, Getulina, Lins. Região Guanabara- Casal Responsável: Maria Lúcia e Plínio Marques Netto. Compreende as equipes do Rio de Janeiro, Petrópolis, Niterói, Juiz de Fora, Valença, Brasília, Manaus. Região Paraná - Casal Responsável: Alice e Luiz Pilotto. Compreende as equipes de Curitiba, Mafra, Shangri-Lá, Colônia D. Pedro II. Região Sul - Casal Regional: Edy e Adherbal Vicente Schefer. Compreende as equipes de Florianópolis, Brusque, Crisciuma, Blumenau, Navegantes, Biguaçu, Porto Alegre, Caxias do Sul e Belém do Pará.

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XI CONGRESSO NACIONAL DE ESCOLA DE PAIS

Nós das E.N.S., que fomos filhos numa geração sem diálogo e que somos pais da geração da contestação, não podemos nos desinteressar pelos movimentos referentes à educação; porisso mesmo a C . M. esteve presente ao XI Congresso N acionai de Escola de Pais, realizado em São Paulo nos dias 14, 15 e 16 de junho, reunindo no Colégio São Luiz, pais do Oiapoc ao Chuí, que nos edificaram com seu interesse. Entre os conferencistas, o Dr. Haim Grunspum desenvolveu brilhantemente o tema: "As atitudes dos pais e o comportamento dos filhos". Esclarecendo sobre atitudes normais e atitudes patológicas, o Dr. Haim nos alertou que podemos escapar ao contágio de uma doença, mas dificilmente ao contágio da ansiedade, doença da moda, transmissível até por telefone. Padre Charbonneau, desenvolveu o tema: "A sociedade e o cidadão". Em seu estilo direto e brilhante, o eminente sociólogo enfocou a formação civil da criança. Lembrou ele que, ao observarem complascentemente o filho ainda pequeno à mesa, escolhendo egoisticamente o melhor pedaço para sí, os pais estão antevendo um cidadão da Pátria . Chamado a servi-la num futuro, o filho tornará a fazer o mesmo . . . Nesta consideração fica bem clara a responsabilidade dos pais e como sutilezas e insignif icâncias podem atingir uma sociedade, uma nação. Ao encerramento compareceu nosso Pastor D. Paulo Evaristo Arns . Com suas palavras sempre mansas, breves e concisas, D. Paulo nos lembrou que depois de termos participado de uma Escola, que na expressão da velha Grécia, era uma reunião de pessoas para verificarem os problemas, participarem e refletirem, só nos restava atender à recomendação de Cristo: "agora ide, ide e ensinai,,. Disse-nos ainda nosso B'spo que "os pais cristãos, mesmo tornando-se desnecessários como convém ao bom educador, serão sempre solicitados, porque, irradiando o Cristo, eles serão procurados e ansiados pois o coração do homem buscará sempre a Deus.••

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VISITA AS EQUIPES DO EXTREMO SUL DO PAIS

Dias 7, 8 e 9 de junho p.p., estivemos visitando os Setores de Caxias do Sul - onde participamos de um dia de estudos e de Porto Alegre, quando tivemos a oportunidade de ouvir do casal Helma e Pauletti, responsável pelo Setor, interessante relato acerca da situação do Movimento naquelas áreas. Só a alegria de ser recepcionado por aqueles irmãos, compensaria qualquer sacrifício para estar com eles. É muito animador e enche a gente de orgulho (santo), o pertencer às ENS, quando podemos viver, por pouco tempo é certo, com Hélio e Solange - responsáveis pelo Setor de Caxias do Sul - com Paulina Moreto e com este admirável casal que nunca envelhece e possui pelo Movimento o entusiasmo de jovens recém-entrados nas equipes: Helga e De Bastiani. O dia de estudos começou com meditação e entronização da Bíblia, às 13,00 hs., seguida de Palestra sobre a Situação da Família no Mundo de Hoje, grupos de co-participação, jantar, meditação, palestra sobre como as ENS podem responder às Necessidades do Nosso Tempo, grupos de co-participação e Missa de encerramento, oficiada por D. Paulo Moreto e concelebrada por 6 Conselheiros Espirituais. Foi a Chave de Ouro do dia. Finalizando, podemos informar que as equipes do Sul do País vão cumprindo seu papel, sendo fermento na Massa. Caxias conta presentemente com 13 equipes e Porto Alegre lançará em breve a 18.a e a 19.a . Nota-se grande entusiasmo pela nossa missão de ajudar os noivos a formarem lares sólidos e de auxílio aos casais em dificuldades. Regressamos a São Paulo no domingo, debaixo de muita chuva, mas trazendo no coração a alegria de termos convivido com cristãos autênticos e que não regateiam a chama do seu amor ao Cristo.

Rubens e Dirce de Moraes -31-


NOTfCIAS INTERNACIONAIS

Equ!pes Novas

-

Bélgica: 3 - Espanha: 7 - Estados Unidos: 1 -França: 20 Inglaterra: 1

Novo Setor

Estados Unidos: Rochester

• SESSõES DE FORMAÇÃO SETEMBRO - de 19 a 22 - em J undiaí NOVEMBRO - de 14 a 17 - na Guanabara

• RETIROS OUTUBRO -

4 a 6 organizado pelo Setor de Santos, no Instituto Paulo VI, no Taboão da Serra. Pregador: Frei Gilberto Longo

OUTUBRO -

18 a 20 organizado pela Região São Paulo-Capital, no Cenáculo, Taboão da Serra. Pregador: Pe. Paulo Raabe, s.v.d.

NOVEMBRO -

29 a 1 DEZ. organizado pela Região São Paulo-Capital, na Vila Dom José, Barueri.

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO TEXTO DE MEDITAÇAO : (2 Cor . 3,1-6)

"Temos talvez necessidade, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou da vossa parte? A nossa carta sois vós, impressa em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. É bem manifesto que vós sois carta de Cristo redigida por nós, escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo! Foi escrita não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações! Se temos tal segurança diante de Deus, é graças ao Cristo. Não porque sejamos capazes por nós mesmos de considerar algo que seja como vindo de nós: esta capacidade nos vem de Deus. Foi ele que nos tornou dignos de sermos ministros da nova aliança: aliança não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito faz viver". ORAÇAO LITúRGICA : {81. 137)

:Assumo plenamente o compromisso da minha fé, Senhor. Desafiando os poderosos, é a ti que quero louvar. Com profundo respeito me inclino na tua presença. Venho reafirmar minha adesão a ti. Pois Tu me provaste teu amor e tua fidelidade , cumpriste a tua Palavra além de todas as exigências. Quando te invoquei , Tu me atendeste, fazendo renascer em mim a coragem de viver. Que todos os grandes do mundo te reconheçam , Senhor, ao ouvirem tuas palavras. Reconheçam tuas obras, elas confirmam a tua glória universal. Sim , Tu és grande, Senhor, tão grande, que enxergas até os mais humildes, e de muito longe percebes os orgulhosos. Quando me encontro no meio da angústia, Tu me fazes reviver. Tu me estendes a mão, e me salvas com teu poder. Fica comigo até o fim , Senhor, pois teu amor fiel é eterno. Não abandones jamais a obra que começaste! (Salmo 137)


EQUIPES NOTRE DAME -!9 Rue de la Glaciêre Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA Avenida Horácio Lafer, 384

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