ENS - Carta Mensal 1977-8 - Novembro

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1977

Novembro

Editorial ....................... . ..... . ..•... Em nome dEle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . O papel da família na evangelização . . . . . . . .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . • . . . Tempo para amar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Educar para o futuro . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . .

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Não perdi mais coisa ... . . . . . . . . . . . . . . . . . • . .

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Há 25 anos, a C.N.B.B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Amor conjugal, um baluarte . . . . . . . . . . . . . . . .

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A alegria .. .. . .. .. . . .. . .. .. . . .. . .. .. .. .. .. . . O verdadeiro diálogo conjugal . . . . . . . . . . . . . . .

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Com a alma e o coração abertos . . . . • . . . . . . . Notícias dos Setores .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

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Sessão de formação no Rio .. .. .. .. .. .. .. .. ..

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EDITORIAL

UM

CAMINHO

DESIMPEDIDO

Aos discípulos que envia para anunciar a Boa Nova, Jesus recomenda que não levem nem dinheiro, nem alforje, nem roupa sobressalente (cf. Luc 9, 3) É importante que não se embaracem com bagagem supérflua. Convém, principalmente, que dêem testemunho de sua confiança em Deus. Podem partir despreocupados. Aquele que os envia saberá prover às suas necessidades.

* Também a nós, ao longo do caminho da evangelização, como no caminho para a santidade, muitas são as causas que nos atravancam, nos detêm ou nos aprisionam. Jesus Cristo nos pede que eliminemos tudo o que é estorvo para a nossa caminhada. Nisto consiste a verdadeira liberdade. Não caminhará aquele que se deixa enredar nas recordações do passado. Em vez de olhar para a frente, fica a comprazer-se nos sucessos obtidos, ou a repisar os fracassos sofridos, ou ainda a fazer um levantamento das ocasiões perdidas. Quer se enalteça, quer se lamente ou venha a se apiedar de si mesmo, ei-lo que interrompe a marcha. "Quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o reino de Deus" (Luc 9, 62). Não é apto não só para nele entrar, mas nem mesmo para o anunciar aos outros. Esta palavra, é evidente, não é a condenação de toda referência ao passado: é bom rememorar os benefícios de Deus, é útil aproveitar as lições da experiência adquirida, mas seria funesto nos fecharmos nestas recordações. Não caminhará aquele que se detém nas delícias da jornada. A psicologia moderna bem que pôs em destaque os inconvenientes da "desconcentração" no esportista: se alguma causa vem distraí-lo, o atleta não conseguirá vencer aquele salto em altura. Se a nossa motivação empalidecer, não retomaremos a caminha-1-


da ou a retomaremos de mau grado. Mantenhamos viva a nossa determinação de ir em frente; renunciemos à tentação de instalar a nossa tenda e deixarmo-nos ficar indevidamente num lugar agradável, quando este é apenas um local de passagem. É preciso caminhar: caminhar enquanto temos luz (cf. Jo 12, 35); caminhar com passo firme, quer com sol, quer com chuva, sem prolongar- paradas e descansos mais do que o necessário. Não se trata de um convite para desprezar aquilo que o Senhor coloca à nossa disposição, mas sim de dar graças e fazer uso das causas segundo o desígnio de Deus: para a sua glória e para o bem do próximo. Não caminhará aquele que deixa o peso das bagagens entravar os seus passos. Queremos sempre levar mais do que o necessário. Pretendemos assim garantir-nos ante eventuais necessidades. E, qual Golias, deixamos que a armadura estorve os nossos movimentos: é a agilidade que permitiu a David ganhar a vitória. Não multipliquemos portanto as precauções materi~_s que nos escravizam. Não coloquemos a nossa confiança nas seguranças que nós mesmos forjamos, como o rico insensato d_o Evangelho (Luc 12, 16-21). Meditemos "no que acontece com aquele que entesoura para si em vez de enriquecer-se em vista de Deus". Mas não descuidemos, no entanto, em adquirir o equipamento espiritual (Ef. 6, 10-20) que, longe de ser pesado, impele para a frente: tenhamos, como calçado, o zelo em propagar o Evangelho da paz! Há, portanto, recordações que são um freio para a nossa marcha, e outras que ajudam a caminhar. Há etapas que induzem à moleza e outras que reconfortam. Há bagagens que emperram e outras, espirituais, que impulsionam ; cabe a nós reconhecê-las e fazer delas o uso que convém. A vida conjugal apresenta, sem dúvida, alguns obstáculos que não são feitos para desimpedir o caminho. Quando bem vivida, porém, ela oferece uma ajuda inestimável. Ela pode, é certo, alimentar ou reforçar uma ilusão: se procuro tal acréscimo de bem estar, tal requinte no conforto, é "para ela", é "para ele", dirá cada um dos dois; e pode então estabelecer-se uma espécie de competição na aquisição das comodidades mais luxuosas e supérfluas. Mas, por outro lado, se o diálogo for leal e a procura da solução bem conduzida, poderemos nos ajudar, principalmente no dever de sentar-se, em prever as necessidades reais a serem atendidas, como também discernir pretensas necessidades e evitar que nos escravizem. O campo do desprendimento exige ao mesmo tempo generosidade e prudência; prudência - sobrenatural! - para não ir

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além das possibilidades que nos são dadas pelo próprio Deus. É bom que sejamos dois, quando se trata de moderar uma generosidade imprudente, ou sacudir uma prudência pouco generosa, em uma palavra, para manter o equilíbrio dinâmico de uma marcha a dois em direção à realização de uma vocação comum.

* Uma imagem aparentemente mais estática do que aquela do caminho (mas na aparência somente), vem confirmar a imperiosa necessidade de desimpedir as nossas existências: é a que nos é lembrada pela explicação de Jesus a propósito da parábola do semeador (Me. 4, 14-20). Se acontece que a semente cai entre os espinhos, "as preocupações do mundo, a sedução das riquezas e outros apetites desordenados se introduzem neles e sufocam a Palavra e esta não produz frutos". Numa terra cheia de obstáculos, a Palavra de Deus se torna estéril.

Roger Tandonnet, s.j.

Onde está teu tesouro, Aí estará também teu coração. (Mat. 6,21)

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EM NOME DELE

Se alguém perguntasse a João ou a Pedro, ou a qualquer um dos apóstolos, a razão de estarem ali reunidos, eles com certeza diriam: "É por causa deste homem. Ele nos chamou, nos convocou, nos reuniu". Sim, é simplesmente por causa dEle que nos reunimos em equipe. É Ele presente entre nós que transforma nossa equipe em uma pequena Igreja.

Quando deixamos nossas casas e nos dirigimos para a casa de um dos casais de nossa equipe, nós vamos nos reunir em Igreja com o Cristo. Esta foi uma das formas que Cristo planejou para estar entre nós: reunir - reunir os irmãos, filhos de Deus, nEle e com Ele. Ele está entre nós, mas se manifesta quando não estamos impedindo, quando não nos interpomos na sua frente , quando somos "transparentes", instrumentos da sua ação, da sua voz, do seu olhar. Cada um de nós transmite ao outro a sua Presença. Posso me omitir? Posso me omitir de partilhar o amor com que Ele me amou e a forma como eu respondi a esse amor durante todo o mês, justificando-me com "eu não tenho nada a partilhar?". Posso deixar de assumir aquele irmão para o qual devo ser a manifestação do Cristo, deixando de ajudá-lo a ver o problema que atravessa com os olhos do Cristo, mostrando para ele essa visão? O Papa Paulo VI, em "A Evangelização no Mundo Contemporâneo", coloca a pergunta: "O que é feito, em nossos dias, daquela energia escondida da Boa Nova, suscetível de impressionar profundamente a consciência dos homens?" Talvez pudéssemos responder que a energia da Boa Nova, energia divina, só irá converter os homens, impressionar profundamente os homens, quando nos despojarmos de nós mesmos e nos colocarmos nas Suas mãos, quando permitirmos que o Cristo encontre pousada em nosso coração. Enquanto forem apenas nossos critérios que aplicamos, estaremos vivendo e propagando um humanismo e não o cristianismo.

Beth e Romolo Casal Responsável pelo Setor de Ribeirão Preto

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O PAPEL DA FAMíLIA NA EVANGELIZAÇÃO

A catequese, tema do Sínodo dos Bispos - e um aspecto da evangelização, objeto do Sínodo de 1974 -, diz respeito diretamente à famflla. Os pais são aos seus filhos. anunciadores da outras familias,

os primeiros responsáveis pelo anúncio da fé E os casais cristãos também devem ser os Boa Nova para outras crianças, outros jovens, os noivos, os jovens casais . ..

O texto que segue mostra bem a amplitude dessa missão confiada aos lares cristãos. O apostolado, o que vem a ser senão uma paciente e persistente catequese?

Desde o início da evangelização, insistiram nossos missionários na promoção da família. . . Continuaremos o esforço iniciado desde os primórdios do cristianismo para fazer de cada família um lar, e deste lar a igreja doméstica, ou seja, a comunidade em que Deus se revela e os homens se esforçam por imitá-lO. Desde o início, a família foi não apenas educadora de si mesma, mas apadrinhava novos candidatos à fé, levando-os, por uma vivência concreta, à descoberta do Cristo e da própria missão no mundo. Não que esta catequese familiar fosse inteiramente independente da ação e da influência dos apóstolos - bispos, sacerdotes e religiosos - mas era no lar que se garantia a consistência das convicções, como igualmente a prática efetiva, baseada no Evangelho. É o que tentamos reviver atualmente. Já são inúmeras as paróquias que preparam os casais-piloto para a tarefa de transmitirem a outros esposos os elementos indispensáveis e a prática da catequese. Na hora em que este se tornar o método comum e aceito com responsabilidade, poderemos anunciar que a família

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se preparou para a era nova. Assim se dará o confronto das realidades cot!dianas e também das crises inevitáveis com a mensagem do Evangelho e o exemplo de Cristo. Mais difícil, e assim mesmo indispensável, nos parece a liturgia doméstica. Há tão poucos momentos de oração, por isso devem eles ser intensamente vividos. Acompanhando a celebração dos mistérios, desde a Encarnação até a Páscoa e Ascensão, a família foge da rotina e encontra nos textos sagrados motivos de elevação e unidade, e de um contínuo renascimento. O pai é sacerdote. A mãe só se realiza, de fato, como sacerdotisa. Os filhos são dom e presença do próprio Espírito de Deus. Todos se sentem chamados para viverem em si o Plano de Deus e para anunciá-lo com a simplicidade da vida, uns aos outros, como também às demais famílias. Não sabemos de nada mais útil para consolidar e expandir a família do que as horas de meditação, de comunh.ão e do testemunho baseado no amor, que Deus nos manifestou primeiro. No entanto, a família não poderá fechar-se sobre si mesma ... Esta mesma família deve chegar a assumir a ação cristã em favor de si própria e das demais que a ela se unem. É o grande momento de ela promover os valores permanentes, como sejam, a solidariedade, generosidade, unidade, fidelidade, e sobretudo a Esperança. A sociedade global terá que encontrar na família "a escola do mais rico humanismo, que é desenvolvimento integral, e o meio de propagar o sentido da justiça e da solidariedade". A partir daí, tudo interessa à família: desde a alimentação e a habitação, até a escola e os meios de comunicação social. Interessa sobretudo descobrir como ajudar as famílias incompletas, as marginalizadas, ou ainda as indiferentes aos valores do matrimônio. Interessa descobrir os meios positivos contra o divórcio, o aborto e a propaganda anti-familiar tão sutilmente sugerida por novelas, jornais e revistas. Concitamos todos os movimentos familiares a que intensifiquem sua ação, promessa de paz e progresso em nosso meio. Propomo-lhes ainda que descubram novos métodos para ampliarem sua atuação junto às classes menos favorecidas, que dispõem de tempo mais restrito, mas também de generosidade muitas vezes invulgar. As famílias que menos esperam da vida sabem dar sem cálculos e sabem perseverar sem recompensa imediata. São os po·b res, que muitas vezes encontram só na família o sentido da vida e a força de vencerem situações quase incontroláveis. Aperfeiçoem os cursos de preparação ao casamento, de forma a atender às necessidades humanas e religiosas dos casais e sua co-responsabilidade perante a Igreja e o Mundo. Saibam adap-

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tar-se às circunstâncias especiais e tracem os planos efetivos para o acompanhamento dos jovens esposos. Aos dirigentes de todos os nossos movimentos, e às coordenações de Pastoral Familiar, propomos que organizem seminários de formação, cursos de aperfeiçoamento, em que participem o clero e as religiosas, e em que se descubram novos meios para os desafios crescentes. Ao anunciar a felicidade, os casais começam a sentir quanto ela precisa ser construída todos os dias; ao propor os elementos indispensáveis para a educação, tornam-se consc;entes de que eles próprios são obrigados a rever continuamente suas posições; ao propor a família como missionária, verificam que são facilmente vítimas da acomodação e do aburguesamento. Só quem é apóstolo na família e pela família é que se renova e encontra os caminhos para a maturidade.

Cardeal Arns (Do livro "Cristãos em Plena. Vida", Edições Loyola, S. P., 1974)

VAMOS ENTRAR NO TEMPO DO ADVENTO: PROMOVA EM SUA RUA, EM SEU PRÉDIO, UMA NOVENA DE NATAL OU ENCONTROS DE PREPARAÇAO PARA O NATAL. VERA ACONTECER VERDADEIROS MILAGRES DE CONVERSAO, DE AMOR, DE FRATERNIDADE ...

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos Há bem pouco, a ECIR reuniu-se, em sucessivos encontros de dias inteiros, para um longo Dever de Sentar-se. Tratava-se de fazer uma análise em profundidade de um fato certamente animador: em pouco mais de um ano, o número de equipes no Brasil passou rapidamente de 400 para mais de 600. Outro íato não menos animador é a constatação de que, dia a dia, cresce o número de casais de boa vontade que aceitam a responsabilidade de colaborar ativamente para tornar uma realidade a animação das equipes. Casais que descobriram a alegria de servir, a satisfação de não serem simples consumidores. Casais que não medem esforços para que os membros das equipes encontrem nas suas pequenas comunidades o apoio que nelas vieram procurar para a sua caminhada em direção ao Senhor. Por mais auspiciosas que sejam estas constatações, levantam entretanto sérios problemas, sobre os quais a ECIR se debruçou com todo o cuidado. Tudo indica que este crescimento continuará no mesmo ritmo de agora. Há, em nosso país, extensos "espaços vazios" a serem preenchidos. Como conseqüência, haverá necessidade de um número cada vez maior de colaboradores, e também necessidade - desde já - de uma descentralização que permita a racionalização das atividades. Mas há principalmente a necessidade de cuidar para que a expansão do Movimento não se faça à custa de uma queda de seu nível espiritual. Evitar que as nossas pequenas comunidades se transformem de comunidades eclesiais em comunidades meramente sociológicas. Descentralização das atividades, formação de novos quadros, de novos Setores, remanejamento das Regiões e sua multiplicação, apoio sólido às equipes de base . . . eis os desafios que a

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ECIR precisará enfrentar em futuro próximo e para os quais se vem preparando. É sobre tudo isto que a ECIR se debruçou nos sucessivos encontros a que nos referíamos de início. E nos quais a oração ocupou um lugar de destaque, pois sentimos vivamente como precisamos das inspirações do Espírito Santo para suprir as nossas insuficiências. Fato notável é que as atualizações em nada entram em conflito com os Estatutos. E isto nos leva a concluir o quanto o Espírito Santo esteve presente junto aos fundadores do Movimento, sugerindo uma mística, uma disciplina, uma estrutura que facilmente permitem as atualizações que se tornam necessárias no decorrer dos anos. Esta referência aos Estatutos nos faz relembrar também uma data auspiciosa. No dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, a Carta Magna das Equipes de Nossa Senhora completa 30 anos de existência. Isto nos vem também lembrar que, há 30 anos, as Equipes de Nossa Senhora foram colocadas sob o patrocínio da Virgem Maria. Esta efeméride será condignamente lembrada no próprio lugar do nascimento das Equipes. Não somente lá, mas também aqui, a Santíssima Virgem será homenageada com preces de agradecimento pela sua constante intercessão. São 30 anos que confirmam aquelas palavras que encerram a primeira parte de nossa Carta: "Não há melhor guia para levar a Deus, do que a própria Mãe de Deus". Toda a fraternal amizade da ECIR

Merecida homenagem: Como fundadores do Movimento no Brasil - que é hoje o 39 país do mundo em número de equipes -, Da . Nancy e Dr . Moncau foram especialmente convidados a participar do Encontro de Responsáveis de Equipe da Europa, a realizar-se nos dias 19 e 20 de novembro, em Paris, e durante o qual serão comemorados os 30 anos dos Estatutos.

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TEMPO PARA AMAR Se você não reza, se você não procura uma relação pessoal com Deus, se você não permanece longamente com ele para conhecê-lo, estudá-lo, para compreendê-lo, aos poucos você o esquece, a memória se esvai, você não o conhece mais não pode não sabe mais amá-lo. ' ' O provérbio: "Longe dos olhos, longe do coração" não é verdadeiro só para os homens, é terrivelmente verdadeiro também para com Deus. Dou-lhe um exemplo. Se um noivo telefona para a noiva para dizer-lhe: "Desculpe-me, não posso ir hoje de noite, tenho muito trabalho", nada de mal. Mas se for a milésima vez que faz o mesmo telefonema e se faz quatro anos que com a desculpa do trabalho ou dos compromissos com os amigos não se encontra com ela, a coisa é mais grave, ou melhor, é mais clara. Não há amor! Porque o amor é capaz de vencer to<ias as dificuldades e encontrar todos os estratagemas para "encontrar o amado da alma". Portanto, é melhor esclarecer a si mesmo a atitude com Deus. Você não reza, não o procura pessoalmente porque não o ama ou por que não tem tempo? Normalmente temos medo de aceitar a primeira realidade e é mais cômodo entricheirar-se na segunda. Nunca se sabe! E além disso não vejo muito claro ... E aqui está o verdadeiro problema, que não procuramos resolver porque a cabeça está confusa. E depois há um ·conjunto de coisas que nos ajuda a confundir as idéias: a culpa não é totalmente nossa! Somos terrivelmente condicionada.s pelo nosso tempo e é tão difícil fugir deste condicionamento. Bombardeados de manhã até à noite não só pela civilização de consumo mas, o que é mais grave, pela civilização do barulho, pelos "slogans", pela sensualidade, pela segurança no homem, como podemos não ser influenciados por isso? A espessura do visível tornou-fie tão grande a ponto de não deixar mais espaço algum para o Invisível . ..

Carlos Carretto ("0 Deus que vem", Edições Paulinas)

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EDUCAR PARA O FUTURO

Resumo da conferência do Pe. Charbonneau no Congresso da Escola de Pais, em junho passado. São pistas para reflexão.

É

preciso resistir às tentações:

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de um saudosismo estéril - nós fomos "mal criados" porque fomos preparados pelos nossos pais para o mundo do passado;

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de gozar meramente o ·presente, "curtindo" os filhos enquanto são pequenos - lembremo-nos que o mundo deles será daqui a vinte anos; de olhar para o futuro desdenhando o presente e ignorando o passado - há uma continuidade e ninguém pode ignorar suas raízes. É preciso uma educação realista, com os pés no chão, sentindo o mundo presente, que apresenta cinco características:

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Riqueza técnica o homem não controla as forças técnicas que ele próprio liberou.

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Profunda pobreza moral a humanidade se destrói e se mata e se espanta quando o Sr. Carter fala em direitos humanos. Será que devemos deixar nossos filhos descobrirem sozinhos que no nosso mundo ainda é preciso lutar pelo direito à palavra?

3 -

Fragilidade um mundo que literalmente "cai aos pedaços"; todo mundo sabe quem está contra quem, quem quer matar quem; há uma desestruturação completa.

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Insegurança Exemplos típicos: inflação e desemprego. Escreveu Camus que, se o século XVII foi o século da matemática,

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o XVIII, o século das c1encias físicas, o XIX o da biologia, o séc. XX é o século do medo. Temos medo do que vai acontecer hoje à tarde, amanhã cedo, daqui a uma semana ou um mês. O jovem sente a própria insegurança diante de um vestibular ou de não ser chamado sequer a participar do futuro. 5-

Desorientação metafísica falta de um sentido de vida. Quantas vezes os pais dizem "eu não sei", "eu acho que", "talvez", "quem sabe". . . As vezes até mesmo evitam oferecer resposta, sob o desonesto pretexto de deixar os jovens descobrirem sozinhos o que eles mesmo não sabem. Erich Fromm, em sua magnífica "Psicanálise da Sociedade contemporânea", diz que, apesar de todo mundo ler o jornal diário, há falta de compreensão do significado dos acontecimentos políticos. Em nossa época há "know how", mas não há "know why" e "know what for" saber porque e para que. Não é de estranhar que tantos jovens estejam virtualmente à beira do colapso existencial. Se os pais não puderem responder, quem dirá aos filhos o sentido da vida? Este é um mundo sem respostas. Sem respostas sociológicas, políticas, metafísicas ou religiosas. Tentemos prever o mundo de amanhã:

Aspectos negativos

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um mundo cada vez mais duro

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cada vez mais técnico

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cada vez mais desnorteado diminui cada vez

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cada vez mais despersonalizante - "até nossos sonhos vão sendo industrializados, o homem tem cada vez menos condição de dizer Eu" (Illich)

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cada vez mais fechado politicamente - a democracia acabou antes de nascer e não sei o que dizer a meus alunos a quem mandei ler "1984", de George Orvell, quando perguntam "o que a gente pode fazer?".

o pouco de certezas que temos

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Aspectos positivos

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um mundo cada vez mais poderoso um mundo cada vez mais consciente, à procura de respostas

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um mundo cheio de dispositivos e à beira dos limites em muitas coisas como a explosão demográfica, a conservação da natureza solidário, em termos comunitários, pois só unidos poderemos resolver problemas tão complexos - os jovens querem fazer as coisas junto sedento de espiritualidade criativo - ·a pessoa se renova constantemente.

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Educar para o futuro será então:

1) Preparar criadores, não seguidores. 2) Desenvolver o sentido crítico, o que é duro pois os jovens praticarão esta crítica conosco. 3) Desenvolver o culto e a prática efetiva da liberdade para que os jovens sejam capazes de animar a sua existência. 4) Desenvolver o respeito à dignidade da pessoa humana. 5) Desenvolver a autonomia, ensinar o jovem a não jogar sobre os ombros alheios a própria responsabilidade. 6) Desenvolver o sentido de mobilidade, numa sociedade de mudanças constantes. 7) Desenvolver ao mesmo tempo o sentido de constância, de permanência para a orientação na transcendência. 8) O sentido do fracasso, o sentido de falta, do desafio. Aprender a não desesperar. 9) Desenvolver o sentido moral, não o moralizante, para ter dignidade, ter critérios e criá-los, quando necessário, e contestar a amoralidade do mundo. 10) Desenvolver o sentido metafísico para atingir a santidade Bonnot: "nós precisamos de santos". Cabe a nós gerar o futuro -

sejamos, pois, pais do futuro.

Paul-Eugene Charbonneau 13-


... NÃO PERDI MAIS COISA,

"Se não fosse a graça de Deus! . .. Que me deu ignorância e o direito de não entender tudo .. .

"Se não fosse a graça de Deus! ... Que me deu braços para o trabalho e pernas para levar e vender o que faço, e comprar o que não posso fazer . ..

"Se não fosse a graça de Deus! ... Que me deu olhos e visão para ver o sol e o céu. A luz e os raios do poente, que, como as graças da Mãe Imaculada, me deslumbram . ..

"Se não fosse a graça de Deus! . .. Que me deu filhos e companheira. Companheira para os meus silêncios.

Filhos fazendo barulho.

"S e não fosse a graça de Deus! . . . Como receberia eu a seca que seca o que planto? A broca que fura meus frutos? O vento que quebra o meu telhado e entra no meu calor, e me esfria o corpo e a alma? A doença que chega e que Deus cura? O ente que amo, que Deus leva, porque sua hora chegou?

"Ah! Se não fo sse a graça de Deus! . . . Que me ajuda a esquecer, a perdoar o que desejava tanto não tivesse sido!

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PORQUE MAIS COISA NÃO TINHA ...

"Se não fcsse a graça de Deus! . . . Como receberia eu a chuva que molha o que sequei, molhado com meu suo r?

"Se não fosse a graça de Deus! . .. A certeza que tenho de que sem Sua misericórdia, ninguém, ninguém se salvaria. O que empurraria para a frente?. . . A frente que desconheço, pela graça de Deus! . . . Mas é o novo dia que chega, e que recebo pela graça de Deus! ...

Se, pela gm ça de Deus, a chuva se transforma em torrente e o riacho em rio caudaloso . . . E seu caudal leva tudo. E, se não perdi mais coisa, porque mais coisa não tinha ... "Ah! Se não fo sse a graça de Deus! . .. Como começaria tudo de novo, no novo dia que surge sem chuva, sem cheia do rio? ... O olhar para a frente e para o alto - pela graça de Deus porque esta, sim, eu entendo e compreendo. E tira de mim a ignorância. E me dá forças nos braços para fazer, e nas pernas para levar e vender o que faço, e comprar o que não faço. E me dá a visão da Mãe, nos raios do sol poente. E me dá saúde e paz. E conformação. Conformação para esperar. E entender que o que perdi não era tudo, não!. .. E muito tinha ainda a perder e que ficou! MINHA FÉ. A. Travassos (Transcrito de "0 São Paulo")

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HA 25 ANOS, A C.N.B.B.

A Conferência N acionai dos Bispos do Brasil completou em outubro 25 anos de existência. Surgiu graças ao empenho do então Mons. Montini - hoje o Papa Paulo VI -, Secretário de Estado do Vaticano, e do Pe. Helder Câmara, hoje arcebispo de Olinda e Recife. D. Helder foi durante 12 anos Secretário-Geral da C.N.B.B. São 300 os membros da C.N.B.B., entre cardeais, arcebispos, bispos e prelados, sob a presidência de D. Aloísio Lorscheider, arcebispo de Fortaleza. Seu vice-presidente é D. Geraldo Fernandes Bijos,. bispo de Londrina e o Secretário-Geral, D. Ivo Lorscheiter, bispo de Santa Maria. A atual presidência da C.N.B.B. foi eleita em janeiro de 1975, com um mandato de 4 anos. Trinta e nove bispos compõem a Comissão Representativa da CNBB, organismo constituído pelos 3 bispos da presidência, pelos 6 bispos da Comissão Episcopal de Pastoral e pelos representantes dos 13 secretariados regionais, na seguinte proporção: região com menos de 10 bispos, 1 representante; de 10 a 20, 2; mais de 30, 3 (por exemplo, o Estado de São Paulo). A função da Comissão Representativa é facilitar o trabalho da C.N.B.B., que, por motivos óbvios, não se pode reunir com muita freqüência (reune-se a cada dois anos, normalmente em fevereiro). Ela é quem estuda os temas a serem apresentados à Assembléia Geral ou assuntos a serem encaminhados à própria Presidência. Os bispos são permanentemente informados do trabalho da Comissão Representativa através de um boletim informativo. A Comissão Episcopal de Pastoral, por sua vez, dedica-se, como o nome indica, aos problemas de pastoral da Igreja no Brasil. Trabalha em estreita união com as comissões especializadas (como, por exemplo, a da família) e pode criar comissões especiais para um assunto específico. -16-


AMOR CONJUGAL, UM BALUARTE

(Do

Boletim da Guanabara)

"Cuca Frouxa", "Caco Velho", era como Olavo chamava carinhosamente a sua Marilde, enquanto, nestes últimos quase cinco anos, simulou - sabe Deus as forças que lhe deu! - viver com ela uma vida normal, longe do desfecho que lhe fora comunicado para breves meses. Nos fins de semana, saía para o seu velho costume de pescar, o despertador tocando às 4 horas e a mulher a lhe dizer que passava bem, muitas vezes de mentirinha, e o empurrando para a Barra, caniço na mão e preocupações na cabeça. Certa vez ela lhe confidenciou que não poderia morrer num sábado ou domingo para não atrapalhar a pescaria ... Nós, com a Lucy e o Humberto, visitando-os no ano passado, agradecendo-lhes a pilotagem da Equipe 14, vendo o Olavo, "durão", exigir da Marilde que fosse buscar a cerveja, não a deixando entregar-se, e ela, alegre e atenciosa, bandeja na mão, com a visão prejudicada nos cantos dos olhos, caminhando ao nosso encontro, esbarrando ligeiramente na porta e na cadeira. Ainda em 1975, Marilde firme, na Missa do Papai, lá na Ilha do Governador, levada por companheiros da sua 15, o Olavo fingindo que não podia ir para que ela não se sentisse muito sua dependente. Namoro antigo, namoro verdadeiro, namoro bom, um sempre preocupado com o outro e, ambos, com os três filhos queridos, prevenidos pelo pai para o desenlace e premiados por Deus com a companhia da mamãe por um período para o qual os médicos não encontraram explicação. Foi uma época de sacrifício, o tempo, ao contrário do que a maioria sente, correndo devagar, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, com sobressaltos constantes, mas como eles, unidos, souberam abraçar este sacrifício! -17-


Na Equipe, Marilde tranqüila, corajosa, cheia de fé, fazendo questão de participar de todas as reuniões, quando em pior estado tomando a iniciativa de telefonar e providenciar a transferência do encontro para o seu apartamento. A última vez que compareceu foi em abril, mas, em maio, mandou o voto para o novo responsável e, em junho, o próprio Olavo, que não fez balanço do último ano, mas de toda a vida do casal como equipista, nove anos muito bem vividos. Olavo, um baluarte, fazendo o desenho das bandeirinhas e da fogueira para o convite da festa junina, "puxando-nos as orelhas" dizendo que poderia deixar a amostra para xerocopiar aqui em casa, mas preferia que Therezinha fosse buscá-la e aproveitasse para bater um papo com a Marilde, papo que vinha sendo adiado na correria da vida. A visita então feita, a doçura do encontro, ela fisicamente diminuindo, esmirradinha e sendo a primeira a ter palavras de esperança. Soubemos que, certa feita, em momento de crise, levada para o hospital e colocada numa enfermaria com tubos na narina e recomendações especiais para não se movimentar, Marilde foi surpreendida ajudando a doente de uma cama vizinha, que "passava pior". Assim era Marilde, conquistando a todos que a conheceram, formando com Olavo casal "fora de série", pelo amor, pela disponibilidade, pelo desejo de servir à comunidade e a cada um em particular. Marilde e Olavo, da 15 das Equipes de Nossa Senhora. Cristãos.

Therezinha e Thiago Equipe 11, Rio de Janeiro

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A ALEGRIA

Chesterton nos diz que "a alegria é o segredo gigantesco do cristão". Alguém disse que a alegria é como um coral de vozes, que só será verdadeira se for compartilha. Nietzsche nos bombardeia: "Se os cristãos tivessem rostos de ressuscitados, eu poderia acreditar em seu Salvador". É o céu que nos avisa: "Trago-vos a boa nova de uma grande alegria: Nasceu-vos um Salvador".

Cristo (Jo. 16, 20-22) nos afirma: "Em verdade vos digo, haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria. . . e ninguém vos tirará a vossa alegria".

J

Essa alegria, Cristo viveu: compara seu ministério a um banquete de núpcias (Me. 2, 19) , toma refeições alegremente em casa de uns e outros, o que lhe vale até a fama de glutão e bebedor, da parte dos adversários (Mat. 11, 19). Tais são sinais exteriores da profunda alegria que brotava da sua intimidade com o Pai e da contemplação dos bens com que podia cumular os homens. Irradiava alegria. "Alegrava-se todo o povo de todas as ações que eram praticadas por Ele". (Lc. 13, 17) E, no entanto, Ele foi também aquele que mais sofreu dentre os homens. Para conseguir-nos a paz, a sua paz, a sua alegria, teve de enfrentar a morte.

* Deus é amigo dos homens, quer fazer de nosso coração sua morada (somos casa de Deus). O Espírito Santo está pronto a nos animar, a nos fortalecer, a nos consolar. -19-


E ... Não poucas vezes andamos tristes, porque fatigados por tanta correria! Não temos tempo para sentir o cheirinho do mato molhado, de ver o orvalho que brilha. Trabalho! Dinheiro! Aparências! E a ternura de mãos se encontrando? E a beleza das flores se abrindo? Andamos preocupados: que estão pensando de nós? E fechamos os olhos para o lado bom das pessoas e da vida . . . Egoístas, esperamos que os outros nos compreendam, nos amem . .. Fazemo-nos o centro do Universo! E o lugar de Deus, deste "Deus que alegra a nossa vida"? Basta um sofrimento para nos trancarmos. Até que ponto podemos dizer no dia a dia, mesmo quando a vida se torna pesada: "Quem nos separará do amor de Cristo? O sofrimento, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, os perigos, as armas? ... De tudo isto triunfaremos por meio daquele que nos amou. Estou convencido que nem a morte, nem a vida, (nem coisa alguma ... ) poderá separar-nos do amor que Deus nos manifestou no Cristo Jesus." (Rom. 8, 35-39) .

(Do Boletim de Ribeir ão Preto)

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O VERDADEIRO DIALOGO CONJUGAL

Uma das grandes queixas dos casais equipistas é que o Dever de Sentar-se é muito convencional. "Onde se viu determinar uma data especial para uma conversa a dois?" João Mohana, em seu livro, "Céu e Carne no Casamento", apresenta-nos uma clara conceituação da presença de Cristo na vida do casal, que nos faz deixar de lado toda essa idéia de burocracia e convencionalismo. Como Cristo está sempre presente na vida do casal cristão e como "Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mat. 18, 19), é fácil concluir que não há complicação num Dever de Sentar-se. O que não se percebe, na realidade, é "quais os assuntos que se devem conversar", para que a conversa a dois - a três, com Cristo sempre presente- seja, realmente, um Dever de Sentar-se, e não uma troca corriqueira de idéias.

: (

Nossa estrutura ontológica comporta duas esferas distintas, porém interligadas. A periferia do indivíduo, ou seja, "camadas envoltórias do Ser", onde se encontram os cinco sentidos, :1 :;: percepções do mundo exterior, através de "janelas" para os outros, sejam coisas, pessoas ou sensações. Bem no fundo , no âmago ,.\.~s­ sas camadas envoltórias, se encontra o EU - aquela parte imutável e única, que não se repete nunca e existe uma só vez o reflexo do divino em nós. Nosso relacionamento interpessoal profundo é o que se realiza ao nível desse EU. É um intercâmbio de conhecimento personalizado que confere a uma conversa a categoria de Dever de Sentar-se. Quando o EU se abre para o outro, para que o outro o penetre e conheça, compreenda e ame, então e só então é que se realiza um diálogo conjugal. As trocas de idéias a respeito do trabalho, das crianças, da casa, do custo de vida só têm razão de serem colocadas num Dever de Sentar-se na medida em que servem para descobrir e participar - um ao outro - esse EU imortal, feito à imagem e semelhança de Deus. Fora deste esquema, estes assuntos apenas são o corriqueiro do dia a dia - sacramentalizados, é verdade - e necessários para o planejamento e ação da vida familiar, mas não "valem" para "marcar ponto" na partilha .. .

Daisy S. Bertoche Equipe 29, Rio de Janeiro

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"COM A ALMA E O CORAÇÃO ABERTOS"

Palavras de um Responsável de Coordenação aos Casais Responsáveis durante a transmissão de cargos.

Por ocas1ao da reumao da Coordenação de Londrina, no dia 8 de agosto, realizou-se a transmissão das pastas aos novos Casais Responsáveis, no ofertório de uma missa, aliás muito linda, celebrada pelo Conselheiro Espiritual da Coordenação, Pe. Toninha Radigonda. Antes desse gesto simbólico, Doroty e Wanderley, Responsáveis pela Coordenação, dirigiram algumas palavras aos Casais Responsáveis presentes. Disse Doroty: "Queremos dizer a todos vocês o que significa hoje este nosso encontro nesta Santa Missa: é um encontro de casais responsáveis. É o momento em que cada casal deverá procurar relembrar o compromisso que assumiu quando, através deste Movimento das Equipes de Nossa Senhora, resolveu atender ao apelo de Cristo: 'Vem e segue-me'. Aos novos Casais Responsáveis, queremos dizer que, ao receberem a sua pasta de Responsável, a recebam com a alma e o coração abertos, disponíveis, pois é o símbolo de uma batalha, cujo comando vale a pena assumir. Um grupo de casais estará aguardando cada um de vocês, Casais Responsáveis. E este grupo estará ansioso para ver e sentir o seu trabalho, a sua conduta, o seu exemplo. E, a partir de hoje, vocês ainda estarão assumindo o compromisso de se unirem cada vez mais ao Cristo, através da Santa Eucaristia, assistindo à sua Missa semanal em intenção dos membros de sua equipe.

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E a voces, Casais Responsáveis que já terminaram o seu mandato, resta lembrar que a sua missão não termina aqui. · Pelo contrário: começa aqui. Esta pasta, para vocês, deve simbolizar um degrau percorrido, um degrau que correspondeu ao apelo de Cristo: 'Vem e segue-me'. E muitos outros degraus os estarão esperando pela frente. Mas, para continuarem com forças esta caminhada, não se desfaçam de sua Missa semanal. Pelo contrário, continuem se alimentando através da Santa Eucaristia, e só assim terão forças para galgar os degraus em direção ao Reino do Senhor. E confiem Nela, Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe". Estavam presentes 7 ex-Casais Responsáveis e 8 novos. Com a presença de todos e mais os Conselheiros Espirituais, Pe. Antonio e Pe. Felipe, realizou-se a reunião da Coordenação, durante a qual foi dada a grata notícia do lançamento de mais duas equipes, a 14 e a 15. Deu para perceber em cada um uma satisfação enorme, e uma preocupação maior ainda, pela responsabilidade que para todos acarreta a expansão do Movimento (são ao todo 9 equipes em formação, duas das quais em cidades vizinhas: Astorga e Pitangueiras). Realmente, "muitos outros degraus" já estão à espera dos que deixaram a responsabilidade pelas suas equipes ... Encerrou-se a reunião com uma confraternização, em ambiente de bastante animação, entusiasmo e alegria .

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NOTíCIAS DOS SETORES

Recebemos duas cartas, uma de Niterói, outra de Valinhos-Vinhedo, ambas salientando a importância das Notícias dos Setores. Convidados pelo Casal Responsável do Setor a serem "os mensageiros das notícias ... do que humildemente tentamos realizar para tornar conhecido e amado dentro de todas as famílias nosso bom Deus", escrevem Filomena e João, da Equipe n. 0 2 de Valinhos: "Como é bom saber o quanto estão realizando nossos irmãos, pertencentes às outras Equipes de Nossa Senhora. E o seu testemunho, como nos é valioso!" Helena e Paulo Xavier, "casal noticiarista do Setor" de Niterói, - cuja assiduidade em nos remeter notícias aproveitamos para agradecer - escrevem, por sua vez:

"Cremos que a divulgação dos acontecimentos de cada Setor tem o grande mérito de mostrar a companheiros de outros locais o maravilhoso espírito de união, espiritualidade e dinamismo que nos anima. E - quem sabe - isso não estimulará alguns? Entre os muitos valores da Carta Mensal, um deles é exatamente esse: mostrar-nos que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora está fazendo jus ao nome, isto é, está se movimentando, fermentando, crescendo não apenas no sentido horizontal, mas no vertical também. É sempre bom a gente ler notícias das equipes de outras ci• dades - isso cria em cada um de nós um entrelaçamento afetivo. É como se estivéssemos ligados, por linha direta, com os companheiros de cidades distantes. E essa 1igação é feita através da Carta Mensal, com sua parte noticiosa".

É claro que, para que haja essa parte noticiosa, para que ela possa ser realmente um estímulo, como pretende ser, é mister que as notícias cheguem até nós ...

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Devem ter notado que, em outubro, as Notícias dos Setores ocuparam pouco mais de duas páginas. Renovamos, pois, o apelo já feito em outras ocasiões aos diversos escalões do Movimento responsáveis pela animação: não deixem de enviar notícias do que vem sendo realizado em sua área, principalmente em termos de aprofundamento, de difusão da espiritualidade conjugal, de apostolado e auxílio ao próximo. JUNDIAf -

As Equipes comemoram 15 anos

Com uma missa celebrada por D. Gabriel e uma edição especial do Boletim, cuja capa e formato lembram o número especial da Carta Mensal comemorativa dos 25 anos do Movimento no Brasil, as Equipes de Jundiaí celebraram, com "grande emoção e júbilo", o 15.0 aniversário da instalação do Movimento naquela cidade (agosto de 1962). Na catedral, repleta, os equipistas - ladeados por casais ex-equipistas e de outros movimentos de casais de Jundiaí, especialmente convidados - ouviram D. Gabriel incentivá-los a continuarem a irradiar Cristo para as outras famílias da cidade. Ouviram também, de Dirce e Rubens, que pertencem à Equipe 1 de Jundiaí, incisivo testemunho da atuação das Equipes. A saída, todos receberam o número especial do Boletim, que traz, além de mensagem especial de D. Gabriel, palavras de Wilma e Orlando, Responsáveis pelo Setor, a história do Setor, escrita em 1975 por Marisa e Fleury para o número especial da Carta Mensal, e o testemunho de um casal equipista sobre como as Equipes transformaram a sua vida. Jundiaí é um Setor modelo, que muito tem dado ao Movimento e à Igreja. A Igreja, todo tipo de contribuição possível em matéria de pastoral da família e da juventude. Ao Movimento, inúmeros quadros, entre eles 4 Regionais e 2 membros da ECIR, um deles hoje o Casal Responsável pelo Movimento no Brasil. Por isso, nossa homenagem é a re-edição do artigo de Marisa e Fleury, em separata. LONDRINA -Tarde de reflexão (Notícia enviada pelo Casal Respon.sável pela Coordenação, Doroty e Wanderley.>

No dia 27 de agosto, na "Casa de Retiros Emaus", das 14 hs. às 19 hs., t'vemos nossa primeira Tarde de Reflexão neste 2. 0 semestre. Estavam presentes 40 casais, o Conselheiro Espiritual -25-


da Coordenação, Pe. Toninho Radigonda, bem como o Pe. João Salomão. O objetivo desse encontro era transmitir aos casais equipistas o teor do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora", antes de começarem o estudo do mesmo, estudo esse que seria feito durante os meses de setembro, outubro e novembro. O conteúdo do documento foi transmitido em duas palestras: "A equipe, uma comunidade cristã de casais", pelo Pe. João Salomão, e "A equipe, um caminho", pela Doroty. Após cada palestra, os casais participaram de círculos de estudo, onde, através das sínteses apresentadas, pudemos apurar excelentes resultados. (As perguntas utilizadas nos círculos foram as mesmas do EACRE.) No final da tarde, para alegria de todos, nosso querido Arcebispo, D. Geraldo, que se encontrava na Casa de Retiros para um descanso, nos brindou com a celebração da Santa Missa. Com aquela sua constante simplicidade e paz interior, e como um pai que realmente ama seus filhos, carinhosamente nos disse: "É uma alegria imensa, neste final de dia, estar aqui reunido com todos vocês nesta Santa Missa. É um presente de Deus Nosso Senhor para comigo sentir vocês aqui. Eu estou contente, assim como Nosso Senhor Jesus Cristo se sentia quando reunido com seus doze apóstolos. Estou contente de vê-los, dispostos e conscientes da sua responsabilidade na preservação da família. Estas Equipes de Nossa Senhora, que eu tenho acompanhado com o coração e que estou sentindo crescer em quantidade e qualidade. . . E lembrem-se vocês todos: quando oramos, não só agradecemos, louvamos ou pedimos, mas estamos, acima de tudo, nos comprometendo com o Pai, com o seu Reino de Amor . .. " Foi realmente uma tarde proveitosa, dentro de um clima de amor. E aquela alegria imensa de ter t ido a oportunidade de darmos um pouco de nós, um pouco do muito que recebemos e, além de tudo, sentir a graça de querer continuar dando cada vez mais ... SOROCABA -

Instalação da Coordenação

Durante uma missa concelebrada pelos Conselheiros Espirituais das 5 equipes, e na presença de Igar e Cidinha, representando a ECIR, e de Dina e Chico, Casal Regional, foi instalada a Coordenação de 1.0 grau de Sorocaba, e dada posse ao seu Casal Responsável, Vera e Leosmar Gonzalez Martinez. Aconteceu no dia 31 de agosto. -26-


SAO JOSÉ DOS CAMPOS -

Curso de Ligação

Durante as quatro tardes dos sábados de agosto, 27 casais participaram do curso de ligação realizado em São José dos Campos - casais de Mogi das Cruzes, Jacareí, Caçapava, Taubaté, Aparecida e Guaratinguetá, além de São José. Nestes encontros de oração, estudo e reflexão, em que se salientou a fraternidade cristã - dando ao curso um ambiente acolhedor - ficou bem ressaltada a grande importância que o Casal de V gação representa para o Movimento. Numa reunião final, realizada em setembro, foram debatidos em plenário os frutos da reflexão de todos sobre o texto reformulado do Manual do Casal de Ligação. -

A alegria de servir Escrevem Wilma e Amilton, Responsáveis pelo Setor:

Ainda a respeito do EACRE de José dos Campos, merecem algumas palavras a enorme alegria de servir a Deus, servindo aos irmãos, experimentada pelos equipistas joseenses. Foi realmente uma experiência inesquecível, pelos maravilhosos frutos de auxílio mútuo cristão que deixou em todos nós. A disponibilidade das equipes e de seus membros foi extraordinária. Todos se prontificaram a trabalhar com um amor contagiante, ao primeiro chamado. E o resultado foi um clima alegre e fraterno, vivido antes, durante e após o Encontro. Por tudo isto, damos graças ao Senhor, pedindo que este espírito de vida comunitária e cristã permaneça para sempre em nosso meio. I

RIO DE JANEIRO -

Encontro em Padre Miguel

Sob o patrocínio das equipes 16 e 42, realizou-se o II Encontro de Casais de Padre Miguel, como o do ano passado, com uma bela afluênc;a: mais de 30 casais. Convidados Maria Alice e Adelson, para falar sobre "Relacionamento conjugal", e Maria Teresa e Luiz Sérgio, sobre "Relacionamento pais e filhos". -

Partilhando as riquezas espirituais

Por iniciativa de Daisy e Elmano, o Pe. Maucyr repetiu, para cerca de 100 pessoas, no auditório da Igreja dos Sagrado-s Corações, a palestra que havia feito no retiro de maio sobre o -27-


Sacramento da Penitência, dando um enfoque totalmente novo a este sacramento e salientando aspectos até então desconhecidos por muitos. -

Noite de oração

Realizou-se em setembro, das 21 hs. às 22 hs., na Capela da Divina Providência, reunindo mais de trinta casais. Foi um tempo forte de oração e louvor, com meditação do cap. 5 de São Mateus. Cantos e salmos completaram o clima de alegria de cristãos reunidos para louvar e agradecer ao Pai. -

O "Magnificat"

Reuniram-se as equipes 48 e 49, com seus respectivos pilotos, Alice e Pedro Augusto e Daisy e Elmano, na casa dos primeiros, para ouvir uma explicação sobre o "Magnificat" feita pelo Pe. Pelayo. Foi um momento de formação e de confraternização. NITERói -

Homenagem aos pais (Notícia enviada por Helena e Paulo Xavier . )

Aconteceu, na véspera do Dia dos Pais, um dos momentos mais bonitos de quantos temos t ido aqui: a missa em homenagem aos pais, concelebrada por Frei Roberto, Conselheiro Espiritual do Setor e das Equipes 1 e 3, e pelos Pes. Eduardo e Carlos, das Equipes 2 e 5. O Setor indicou alguns casais, chefiados por Regina e Alfredo, para organizarem as homenagens, e o que se viu foi algo cheio de ternura, emoção e espiritualidade, com a presença maciça de equipistas e seus familiares - mais de 200 pessoas. A procissão do ofertório foi realizada por 10 pais, acompanhados cada um por um filho, encerrando-se a missa com a leitura, por uma das meninas, de um texto de med:tação que emocionou a quantos o ouviram. -

Dia de estudos

Compareceu a quase totalidade dos equipistas, faltando apenas alguns casais, que estavam trabalhando num Encontro de Casais com Cristo marcado anteriormente. ,Explicaram o novo documento Maria Helena e Zarif, vindos especialmente de São · Paulo. De maneira muito feliz, esclareceram muitos pontos sobre os quais haviam ficado dúvidas. -28-


JUIZ DE FORA -

Idem . ..

Maria Helena e Nicolau também estiveram em Juiz de Fora, onde também fizeram uma palestra sobre o novo documento. Presentes todos os casais das 8 equipes, menos dois, e três Conselheiros Espirituais. Vera Lúcia e Hamilton orientaram uma reflexão sobre "o que seria de nós se não estivéssemos nas Equipes de Nossa Senhora". Basearam-se para isso num testemunho pessoal de quem ficou oito meses fora de equipe (antes, eram equipistas em Petrópolis). Segundo Nicolau, foi "fabuloso".

BAURU -

Preparação para a Semana da Família

Por sugestão do Pe. Ivo Martinelli, Conselheiro Espiritual do Setor, os equipistas de Bauru participaram, em setembro, de uma manhã de estudos sobre a família, visando preparar melhor os casais para atuar durante as programações da Semana da Família. O Setor resolveu também fazer como que um prolongamento dessa Semana estudando durante os meses de outubro e novembro temas relacionados com a problemática familiar, por meio de pistas fornecidas às equipes através de circulares distribuídas com a Carta Mensal e o Boletim.

CASA BRANCA -

Ecos do "ECO"

Ao recebermos o primeiro número do Boletim, o "Eco dos Equipistas", tiramos algumas notícias, que não pudemos publicar por falta de espaço em outubro. Agora chegou o n.0 2, mas a Carta Mensal está em provas e só dá para atualizarmos alguma coisa. Quanto ao "ECO", não foi só o Pe. Vicente que "gostou muitíssimo": nós também! Encontro e Re-Encontro

Os equipistas de Casa Branca montaram um Encontro de Casais para os casais não-equipistas que fizeram o retiro. Com a presença de 17 dos 21 casais do Encontro, foi feito o Re-Encontro, com os Pes. Romualdo e Mariani falando sobre "A graça", "A oração", "A Igreja", "O apostolado". A Coordenação já está organizando a participação dos casais na obra catequética, evangelizadora e promocional da paróquia. -29-


-

Promoção humana

Três equipistas fizeram o Curso de Voluntárias do TAC (Treinamento de Ação Comunitária) e já estão em ação, pois foram criados quatro Clubes de Mães em bairros da periferia. "Vai ser um trabalho difícil, comenta o ECO, pois, por enquanto, elas só têm 'a cara e a coragem', mas estão tranqüilas, pois sabem que podem contar com as orações e a ajuda de todos os equipistas". -

Atividades para meninos

Funciona, às quartas-feiras, um "Clube dos Garotos", no qual muitos filhos de equipistas já se inscreveram como sócios. "Se seu filho tem de 10 a 14 anos, diz o "Eco", mande-o ao Clube. Se vocês tiverem um tempinho disponível às quartas-feiras, cheguem até lá. A união faz a força!". -

Participação no Mutirão de Ribeirão

Apenas 2 casais de Basa Branca e dois de Aguaí puderam participar do Mutirão realizado em Ribeirão Preto. "Foi uma pena, assegura o Boletim, pois o calor com que foram recebidos, o convívio com irmãos de outras regiões, o carinho e a disponibilidade do Pe. José Geraldo, fizeram desse Encontro mais um acontecimento inesquecível. Todos cresceram espiritualmente mais um pouco nesse dia. Fica aqui uma advertência: Não percam oportunidades como essa! Deus as coloca no nosso caminho para que as aproveitemos".

VALINHOS-VINHEDO -

Reunião mista

<Notícias recebidas de Maria Filomena e João.)

Como em todos os anos, realizamos a reunião mista entre os casais de Valinhos e Vinhedo. É a oportunidade de conhecer novos casais, que nos trazem sempre um enriquecimento maior. Houve debates e troca de opiniões sobre o tema tão atual - a Família -, que foi estudado através da comunicação pastoral divulgada pelos Bispos reunidos em Itaici em junho.

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SANTO ANDR~ -

Intensa programação

Além das noites de oração mensais, a Coordenação organizou: em agosto, uma missa em homenagem aos pais e uma reunião com os Conselheiros Espirituais; em setembro, uma reunião interequipes; em outubro, uma missa das crianças; e, no fim de novembro, o "início da coroa do Advento". -

Agora também São Bernardo

Lançada a Equipe 6 e em lançamento a 7, ambas com casais de São Bernardo do Campo. Com isso, a Coordenação de Santo André passa a ser Coordenação do ABC!

SAO PAULO -

Encontro de Casais de Ligação

Tendo em vista a fundamental importância do Casal de Ligação dentro da vida das Equipes de Nossa Senhora, resolveu a Região São Paulo-A promover um "Dia de Reflexão", que congregou 24 casais de ligação dos quatro setores da Capital, do Setor de Santos e das Coordenações E (Capital) e de Santo André. Funcionaram como Equipe de serviço o Casal Regional e os Responsáve;s de Setor e Coordenações. O dia iniciou-se com uma paraliturgia e meditação, à qual seguiu-se a primeira palestra, proferida por Frei Eduardo Quirino de Oliveira sobre o tema "O casal de ligação, agente da caridade" e, como subtítulo, "A teologia da vis"ta". Ao final da palestra, Frei Eduardo propôs cinco pontos para troca de idéias nos grupos de co-participação. O almoço realizou-se ao ar livre, tendo cada casal trazido de casa o seu farnel, compartilhado entre todos. Após o almoço, a segunda palestra, de Hélene e Peter, sobre "A missão do casal de ligação". Dentro da sistemática proposta, após a palestra, novamente os grupos se reuniram para troca de idéias. Seguiu-se um plenário, no qual o casal relator de cada grupo apresentou aos demais um sumário dos trabalhos desenvolvidos. Ao final do dia, a Celebração Eucarística, que foi também a Missa da Região do mês de agosto, com a presença de muitos casais da Capital, vários deles com seus filhos, dando um ambiente muito alegre e fraterno à celebração. Seguiu-se um lanche de confraternização. Segundo opiniões colhidas, o Dia de Reflexão revestiu-se de grande validade para os participantes. Obrigado, Thereza e Carlos Heitor, pela notícia.

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DEUS CHAMOU A SI Nylson Accacio Machado de Oliveira

Da Equipe 17 de São Paulo. No dia 7 de setembro. Escolhido, com Lúcia, para representar as Equipes de São Paulo na Peregrinação de 1976, desde que voltara de Roma não se sentia bem, ele que nunca estivera doente. Não se sabe ao certo o que teve - o fato é que voltou ao Pai com apenas 47 anos, deixando um vazio enorme em torno de si. Sempre a serviço de todos, sempre amável e bem humorado, não havia quem não · gostasse dele. Prova, a igreja super-lotada para a missa de 7. 0 dia. N~ homilia, o Pe. Júlio, vigário da paróquia, que concelebrou ladeado pelos Pes. Aquino e Paulo Raabe, Conselheiro Espiritual de sua equipe, conclamou todos a superarem a tristeza da separação, dizendo que, "ao perdermos um grande amigo aqui na terra, ganhamos um amigo muito maior no Céu". Convencido de que as Equipes se identificam com os objetivos da Igreja, procurava atuar em todos os ambientes como equipista consciente de suas responsabilidades. Líder de sua paróquia, dirigia o curso de preparação ao casamento e, ao mesmo tempo, trabalhava na conscientização dos casais para o Encontro de Casais com Cristo. No Movimento, ele e Lúcia foram Responsáveis pelo Setor D de São Paulo durante cinco anos. Estava prestes a pilotar, a convite de Dina e Chico·, a 6.a equipe de Sorocaba. Além de organizar, todos os anos, a páscoa dos funcionários do laboratório onde trabalhava, formou com eles um coral, que inclusive costumava cantar nas missas do Setor D. Segundo testemunho de seus companheiros de equipe, formava, com Lúcia, um casal exemplar. Lúcia, a "mulher forte" das Escrituras, por certo há de continuar a dar testemunho e a trabalhar pelo Reino de Deus, na expectativa, também ela, da recompensa que seu companheiro, "servo bom e fiel", com certeza já alcançou.

Luiz Fernando Garrão

Da Equipe 1 de Niterói. Chamado, com 38 anos apenas, após oito meses de sofrimentos e angústias, durante os quais pôde sentir plenamente quanta estima e quanto carinho todos os equipistas de Niterói lhe devotavam. Era simples e de coração grande, uma grandeza onde cabiam imensa fé e a verdadeira humildade cristã. Ele e Mary foram fundadores, há 8 anos, da Equipe 1, haviam -32-


feito a Sessão de Formação e constituíam um casal cheio de potencialidades. Que Deus ajude Mary a prosseguir sozinha pelo Caminho.

NOVOS RESPONSAVEIS Coordenação de Belém do Pará

Odete e José Cruz assumiram a responsabilidade da Coordenação em julho, por ocasião da chegada ao Brasil de Marie e Louis d'Amonville. Coordenação de Manaus

Também Neusa e Antonio Martins foram empossados pelos d'Amonville, desta feita ao encerrarem eles sua visita ao nosso país. Coordenação de Valença

Assumiram a responsabilidade da recém-instalada Coordenação Marlene e Klaus Sohler. Coordenação de Sorocaba

São seus primeiros responsáveis Vera e Leosmar Gonzalez Martinez. Região Paraná

Depois de vários anos à testa da Região, Alice e Luís Pilotto conseguiram merecida aposentador~ a. O novo Casal Regional é Regina e Ruy Leite de Carvalho. Setor C de Curitiba

Criado mais um Setor em Curitiba, cujos Responsáveis são Nair e Amaury de Munhoz Rocha. Que o Espírito Santo ilumine a todos!

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NOVAS EQUIPES Londrina

Equipe 10 Equipe 11

Casal Piloto: Jacy e José Hélio. Casal Piloto: Beatriz e Homero. Casal Piloto: Dinha e Cyrilo.

Equipe 12

Casal Piloto: Célia e Wilson.

Equipe 13

Casal Piloto: Salete e Itamar.

Equipe 14 Equipe 15

Casal Piloto: Neide e Mário. Casal Piloto: Ondina e Adriano.

Equipe

9

Equipe 1 de Astorga: Casal Piloto: Salete e Itamar. Equipe 1 de Pitangueiras: Casal Piloto: Olga e Francisco.

Rio de Janeiro, Setor B

Equipe 51

Casal Piloto: Santa e José.

Equipe 52

Casal Piloto: Zuleika e Campelo.

Niterói

Equipe 11 Equipe 12 -

Casal Piloto: Jujú e Ewaldo. Casal Piloto: Aurinha e Italo.

Coordenação do ABC

Equipe 6 - Casal Piloto: Marilia e Arivaldo. Conselheiro Espiritual: Pe. Adelino de Carli.

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SESSÃO DE FORMAÇAO NO RIO

O tempo no Rio estava feio, chuva e vento chegaram bem na hora de começar a Sessão, e o Casal Responsável pela Região do Rio de Janeiro começou a preocupar-se com a freqüência a um evento tão importante para todos nós. Os palestristas já estavam no Rio: Dirce e Rubens, Marisa e Fleury, Ana Lúcia e Tusa; todos eles demonstrando aquela disponibilidade tão conhecida. Frei Estevão chegaria no dia seguinte, bem cedinho.

Enfim, começaram a chegar casais do Rio, Nova Friburgo Niterói, Manaus, Valença, Juiz de Fora, Petrópolis, Belém, Brasília, São Luís (1), um, dois, mais e mais, enfim, TODOS chegaram. . . num total de 24 casais. (1)

Um casal equipista que se mudou para lá.

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Foi o começo maravilhoso de uma maravilhosa Sessão de Formação. O clima descontraído, amistoso, alegre, foi notado desde o início. Algo extraordinário parecia que pairava no ar. As palestras foram todas muito bem dadas, agradando plenamente ao atento . auditório. Frei Estevão, como sempre, conseguiu despertar nos ouvintes verdadeira admiração por sua impressionante comunicação e segurança. Os casais palestristas, uns apresentando temas mais sérios, outros, mais leves, deixavam-nos por vezes emocionados, por vezes levavam-nos ao riso descontraído, conservando-nos sempre bastante atentos e interessados. Reflexões individuais, a dois e a quatro, foram muito bem aceitas e marcaram muito favoravelmente esta forma de participação, num clima de muita seriedade e aproveitamento. Os grupos agradaram bastante, pois notou-se logo um extraordinário entrosamento e muito interesse dos participantes na troca de depoimentos, conclusões tiradas através das palestras ouvidas e desejo de aprimoramento pela troca de experiências. Pareciam todos velhos conhecidos e não pessoas vindas de locais diferentes e muitas sem jamais se terem visto. A liturgia foi um dos pontos altos do Encontro, quer pelo clima de grande espiritualidade atingido, quer pela participação ativa e emocionada de todo o grupo presente. As orações, textos para meditação, Missas, cânticos (coro bem ensaiado e animado), tudo muito bem escolhido e organizado. A Equipe de Serviço esmerou-se por atender a todos com discrição e disponibilidade, querendo realmente SERVIR, com muito amor e carinho. A Missa de encerramento foi celebrada pelo Pe. Maucyr, do Rio, que nos levou todos a um autêntico clima espiritual de comunidade cristã. Foi encerrada a Sessão de Formação alegremente, com aquela confraternização tão espontânea e característica dos equipistas, que levavam nos olhos lágrimas já saudosas pelos belos dias em comum e no coração o enriquecimento proporcionado pelo crescimento que sentíamos florescer em nós.

Mary-Nize e Sérgio Casal Responsável pelo Setor

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c

do Rio de Janeiro


ORAÇÃO Meditação -

PARA

A

PRóXIMA

REUNIÃO

2 Tim. 4, 1-8

Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de vir julgar os vivos e os mortos pela sua Manifestação e por seu Reino: proclama a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a paciência e preocupação de instruir. Porque tempo virá em que os homens não mais suportarão a sã doutrina mas, pelo contrário, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres e, ao sabor de suas paixões, afastarão os ouvidos da verdade para os abrirem às fábulas. Tu, porém, conserva a serenidade, suporta a provação, realiza o trabalho de pregador do evangelho, cumpre com perfeição o teu ministério. Quanto a mim, já estou sendo oferecido em sacrifício, e o momento da minha morte está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Daqui em diante, já me está reservada a coroa de justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia ; e não somente a mim, mas também a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua Manifestação. Oração

Vida da minha vida, conservai o meu coração puro e fazei dele a Vossa morada! Luz da minha luz, dissipai de mim as trevas para que eu Vos possa ver! Verdade para além da verdade, afastai de mim a mentira para que a minha vida se torne transparência. Alegria da minha alegria, preservai-me da tristeza, para que nasça no meu rosto o Vosso sorriso. E, quando cair a tarde, fazei erguer acima de mim a aurora da vida eterna.


EOUl.PES lJE NOSSA SENHOH.A ""

Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publica<;ão e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio Lafer, 384 -

T e!. : 210-1340

SAO PAULO, SP

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