EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°397 • Fevereiro - Março zoos
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 30
EDITORIAL Da Carta Mensal ........................... . O1
MARIA SUPER-REGIÃO Quaresma - primavera da alma ...... 02 Sexualidade e abnegação: caminho para o amor ...... .... .. .... .. .. 03 O encontro nos cria ........... ............ 04
Sobre a Santíssima Virgem ........ .. . 34 Vamos a Lourdes ...... .......... .. ........ . 36
NOSSA BIBLIOTECA ..... .............. . 37
CORREIO DA ERI
PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO
Como Cristo é o nosso Salvador? . 06 A vida do Colég io Internacional .... 08 Notícias da Zona América .. ........ ... 1O
Regra de Vida .......... .. .... ................ 38 Oração conjugal de um casal agradecido ..................... 39
TEMA DE ESTUDO
TESTEMUNHOS
Reflexões de uma viúva .. .... .... .. .. .. . 12
A alegria de servir .... ...................... Casais em missão .. .... .......... ........... Era uma vez em Taubaté ..... .. ...... .. Um casa l da terceira idade ...........
VIDA NO MOVIMENTO Encontros Provinciais .. ........ .. ......... 13 Mutirão atualiza equipistas .... ...... 20 Encontro Regional de Conselheiros Espirituais ........... 21
TEMPO DA IGREJA A Páscoa do Senhor .......... .... ...... ... 22 Jesus tirou o manto ...... ................. 26
40 41 42 43
ATUALIDADE 50 anos das equipes portuguesas ...... .... ... .. ...... 44 Dando frutos ................ .. .... .... .... .... 46 Assembléia Nacional da Past oral Familiar ...... .. .. .. ...... .... . 47
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2005
REFLEXÃO
Solidariedade e paz! ........ ...... ....... 28
Amigo não tem defeito ................. 48
Carta Mensal é wna publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de Imprensa" n• 2 19.336 livro 8 de 09. 10.2002
Avani e Carlos Clélia e Domingos Helena e Tomaz Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz 8. Hackmann
Edição: Equipe da Carta Mensal
Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mrb 19835)
Graciete e Gambim ( responsáveis)
Projeto Gráfico: Alessandra Carignan i
Editoração Eletrônica, Canas, colaborações, notícias, Fotolitos e 1/ustrações: testemunhos e imagens devem Nova Bandeira Prod. Ed. ser enviadas para: R. Turiassu, 390 - 1i" andat; Carta Mensal cj. 115 - Perdizes - São Paulo R. Luis Coei/to, 308 Fone: (0xx11) 3873. 1956 5° andar . conj. 53 Fotomontagem de capa: O1309-000 • São Paulo - SP Fone: (Oxxll) 3256.12 12 Roberta Silva Gambim Fax: (Oxxll ) 3257.3599 Impressão: Laborprint cartam ensal@ens. org. br Tiragem desta edição: A/C Graciete e Gambim 17.200 exemplares
Queridos Irmãos: Quando esta Carta chegar às suas casas, estaremos iniciando a Quaresma e no final de março celebraremos a Páscoa, a vitória de Cristo sobre a morte e sobre o pecado. A vida cristã é uma contínua páscoa, pois o cristão se esforça para ser a nova criatura nascida no batismo, pela participação na morte e ressurreição do Senhor. Buscando cumprir os pontos concretos de esforço, estamos dando sentido pascal à nossa vida de cristãos equipistas, fazendo morrer o "homem velho", o "casal velho", para buscarmos a santificação, preparando a ressurreição definitiva que o Senhor vai operar em nós. O Senhor Ressuscitado nos anima, maridos e mulheres, a vivermos as nossas diferenças e a sermos abnegados um para o outro, pois Ele, sendo Deus, se fez pessoa humana, e sua abnegação por nós foi total. Imbuídos do espírito pascal, somos convidados a ler com atenção as mensagens de Frei Avelino, de Graça e Roberto, de Eunice e Milton, como também as lições de Mons. Fleischmann, do Casal Cogavin e de Maria Regina e Carlos Eduardo, o nosso Casal Ligação na ERI. A vida no Movimento se faz em cada equipe e também nos pequenos e grandes eventos, por isso as reportagens dos sete encontros provinciais: Nas peculiaridades de cada região, as diferenças, mas no esforço de todos para ajudar os casais a viver melhor o seu Matrimónio, a unidade em tomo das orientações do Movimento em nossa Super-Região e no mundo. Deus também fez maravilhas através das sessões de formação promovidas pelas Regiões, nos três níveis. Por falta de espaço, belos artigos sobre esses encontros foram reduzidos a breves notícias (Pedimos desculpas aos que no-los enviaram). O mesmo se diga dos retiros. Regra de Vida é o PCE que recordamos, com uma lição de mais de 40 anos. No Ano da Eucaristia, Pe. Boaventura nos leva a praticar em família o sentido eucarístico do "lava-pés". Podemos, ainda, conhecer mais sobre a Campanha da Fraternidade de 2005, nos entusiasmar com os testemunhos de rnissionariedade de casais equipistas e aprender lições de vida com pequenas histórias. Também nos solidarizamos com os equipistas portugueses na sua ação de graças pelos 50 anos das ENS naquele país. E o Encontro de Lourdes? Regina e Cleber esclarecem as nossas dúvidas. Na contra-capa, o logo do Encontro. Transpondo as alegrias carnavalescas, lembremos que o cristão leigo transforma as realidades terrestres, iluminando-as com a luz do Círio Pascal. Feliz Páscoa!
Graciete e Avelino Gambim CR Carta Mensal
QUARESMA PRIMAVERA DA ALMA Caríssimos casais e conselheiros espirituais: A Igreja é o "Povo de Deus" a caminho. O Vaticano II mostrou sua satisfação por esta expressão, povo de Deus, dedicando-lhe todo o capítulo II da Lumen Gentium. É um povo convertido, voltado para Deus e voltando para Deus. Embora "povo de convertidos", deve converter-se sempre. Desde o início, a conversão é percebida e expressa pela radical adesão à Palavra de Deus. Minha conversão começa quando me deixo iluminar e guiar por ela. Convertido é somente aquele que tem a coragem de dizer "creio" em tudo o que o Evangelho ensina; é aquele que tem a coragem de dizer "quero começar agora". O caminho da conversão não tem um espaço de tempo limitado; vai do começo até o fim da vida. É um contínuo passar da vida segundo a carne à vida segundo o espírito (Redemptoris Missio , 46). A Quaresma é como que o sinal litúrgico da conversão, oferecido pela Igreja anualmente (cf. Catécismo de Adultos da CEI). A vida nova, nascida do batismo e que cresce cada dia com o nosso esforço, está sempre ameaçada, até chegarmos "à estatura do homem perfeito". Por isso, necessitamos da ajuda de Deus, sempre. Este humilde reconhecimento é o fundamento desta caminhada. S. Agostinho dizia: "O primeiro passo 2
para a conversão é a humildade; o segundo, é a humildade e o terceiro é a humildade; e, se continuarem me pedindo os passos seguintes, continuarei dizendo que é a humildade" (Carta 118,22). Quando queremos chegar à meta e nos vemos distantes ainda, o ter pressa é um desejo natural. Paulo assim termina a Carta aos Coríntios: "De resto, irmãos, alegrai-vos, procurai a perfeição, encorajai-vos" (2Cor 13, 11). Fugir do esforço para progredir é declarar-se escravo do pecado. A quaresma é graça, é tempo de graça. "Visto que somos colaboradores com Ele, exortamos ainda a que não recebais a graça de Deus em vão, pois, Ele diz: No tempo favorável, Eu te ouvi. E no dia da salvação vim em teu auxílio" (2Cor 6, 1-2). Deus dispôs tudo para que em cada um a graça de Deus produza seus frutos. Quaresma é um tempo para que nossa transformação interior retome o ritmo da ação do Espírito Santo. É a primavera da alma. Deus nos deu o terreno: a vida; deu-nos as sementes: fé, esperança e caridade, gratuitamente. O Movimento das ENS nos deu a técnica: Os PCEs. Sem plantar não há primavera florida. Que as ENS sejam um jardim florido, uma eterna primavera, no grande campo da Igreja.
Pe. Frei Avelino Pértile SCE Super-Região
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SEXUAllDADE E ABNEGAÇAO: CAMlNHO PARA O AMOR O tema "sexualidade e abnegação", lançado no Colegiada N acionaV2004, já mostrou o seu potencial de encantamento e polarização. O desafio gerou inúmeras manifestações de entusiasmo de casais e sacerdotes. Gerou também preocupações e questionamentos. É natural que um assunto palpitante e audacioso nos colocasse cara a cara com a realidade secular. Afinal, a presença no mundo é um imperativo para os cristãos. O próprio Cristo roga ao Pai pelos seus discípulos: "Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do maligno" (Jo 17, 15). O tema de 2005 não nos afastará dessa responsabilidade. Pelo contrário, além de inserir-nos na prioridade de reflexão que rege o Movimento desde o Encontro Internacional de Compostela, "Ser casal cristão hoje na Igreja e no mundo", continuará enfatizando a rnissionaridade do casal como fruto da espiritualidade conjugal. Coexistem hoje, ligados ao contexto da sexualidade, vários antagonismos que relativizam ou fragmentam as atitudes pessoais e corrompem a comunhão conjugal. De um lado, temos o tabu criado ao longo dos séculos pelo medo de enfrentar a questão com a seriedade necessária e, em oposição, a "promessa de vida" que idolatrou o sexo nas últimas décadas. Vive-se também certa crise de identidade sexual, pois tenta-se eliminar ou minimizar as diferenças sexuais entre CM 397
homem e mulher, considerando-as resultado de condicionamentos sócio-culturais. Também o matrimônio monogâmico é alvo de controvérsias, pois, para alguns, é instrumento de opressão do homem sobre a mulher. Há ainda a tendência de que a mulher assuma o controle da função reprodutiva, mesmo com as implicações daí decorrentes. Diante do quadro, com os olhos no futuro, pois é lá que está a esperança, expressamos o anseio de melhor compreender o sentido humano e cristão da sexualidade e da abnegação. O discernimento despertou em nós o desejo de conhecer melhor o Projeto de Amor que nos faz filhos e filhas de Deus, a fim de ajudar-nos a manter a nossa identidade de casal. Sensibilizou-nos, enquanto seres sexuadas, a nos aprofundar no conhecimento mútuo para nos fortalecer na comunhão do amor. Despertou em nós o desejo de mergulhar nas profundezas do "coração" para que, abrindo-nos à ação do Espírito, cuidemos mais generosamente do nosso amor conjugal. Somente com a nossa vida de esposos poderemos manifestar um elogio ao amor, nos diz o Pe. Caffarel. Animados por Maria e José, tenhamos a coragem de deixar a nossa vida flutuar ao sabor da bondade de Deus.
Graça e Roberto CR Super-Região 3
O ENCONTRO NOS CRIA Um dia nos encontramos. Então nos conhecemos, atraídos por uma força que impulsiona todo o nosso ser. Não saberíamos explicar, naquele momento, de onde ela vinha. Cheios de admiração, encantados, tínhamos uma única certeza: só seríamos felizes, estando um ao lado do outro. Aos poucos esse mistério se foi revelando para nós ... Na Criação, Deus refere-se a si não no singular, mas diz: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança ... " (Gn 1,26). Também na Nova Aliança Jesus ordena que se batize em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, portanto, na Trindade de Deus. Tal conceito de unidade divina foi passado para o matrirnônio: " ... os dois se tomarão uma só carne" (Gn 2,24). Assim, Deus imprime no casamento o sentido da unidade e faz com que esse estado seja urna união inseparável e indissolúvel. Desse modo, podemos entender que tem dimensão divina a força que atrai homem e mulher um para o outro. O ser humano, imagem do Deus Trino - comunidade de amor - não encontra resposta a seus anseios em si mesmo; só se realiza na relação com o seu semelhante. Essa relação inicial, fruto da atração física entre o homem e a mulher, surge na dinâmica erótica alimentada pela alternância entre a presença e a ausência dos dois, configurando um desejo crescente de estarem juntos. Vive-se nessa fase a busca de 4
satisfazer a necessidade de ser amado. Entretanto, o mesmo desejo que os atrai remete-os constantemente para si mesmos, por isso, só a atração física é insuficiente. Se a relação centrar-se apenas nessa dimensão, dará lugar a que as diferenças apareçam como obstáculo ao amor. Engraçado ... as diferenças que inicialmente tanto atraíam um ao outro podem se tomar argumentos de distanciamento, de desvalorização. Elas são múltiplas e, não raro, complexas, pois não são só físicas , mas também de ordem psíquica e emocional, ou seja, homem e mulher apresentam formas diferentes de encarar situações de vida e difeCM 397
rentes respostas aos apelos afetivos na relação conjugal. Então, ou o casal fica nessa fase, em constantes divergências, gerando tensões dolorosas, ou avança para o entendimento de que o ser amado é diferente "de mim", único, irrepetível, mas, como "eu", falível. É condição para aceitar o outro um razoável conhecimento de si mesmo, das próprias reações e capacidade de entender as diferenças, tendo presente a sua história de vida. Somos feitos do mesmo barro. Tenhamos a convicção de que frágeis e necessitados do apoio, dos cuidados e da compreensão do outro. Como o olhar de Deus é um olhar criador, o nosso também o será quando for um olhar de amor. Não podemos olhar o outro como um simples espectador, mas vê-lo na esperança do homem novo que cresce e se promove a partir da "minha" presença em sua vida. No doarmo-nos e acolhermos o dom do outro, está a nossa afirmação e realização como pessoas. O amor verdadeiro é o encontro de duas pessoas que se desejam, que oferecem um ao outro o dom mais íntimo, o dom total - substância da união que é selada pelo sacramento do Matrimónio. As palavras do Pe.Caffarel, em seu livro O Amor e a Graça, são contundentes quando fazem referência ao amor no verdadeiro encontro: "O amor jamais é repou~ so. Cristo fez muito pelo amor, mas exige dos esposos que não fiquem ociosos. O amor, embora maravilhosamente salvo e chamado aos CM 397
mais sagrados destinos, permanece vulnerável e ameaçado. Cristo conferiu-lhes graças não de imunidade, mas de labor e de combate, que lhes asseguram a força de sobrepor-se às tentações (o hábito não é a menos temível) e de triunfar dos inimigos de fora e de dentro. O amor que recusa o trabalho e o combate é um amor vencido desde o começo". O encontro em nossa vida de casal vai se realizando progressivamente. A vida de oração e a vida sacramental, a pertença ao Movimento com sua pedagogia vão nos levando à fonte do amor, Deus. O Pe.Caffarel nos diz que se quisermos aprender a amar cada vez mais, só há um conselho: buscar a Deus, amá-lo, estar unido a Ele e ceder-lhe todo o lugar em nossa vida. Diz-nos ainda que a qualidade humana e a qualidade de eternidade da nossa relação conjugal estão diretamente ligadas à nossa relação com Deus. Nosso amor, então, terá perspectivas infinitas ... crescerá sempre mais, porque aberto a acolher o dom de Deus. Como toda a criação, o nosso amor assim cultivado poderá cantar a glória de Deus, o primeiro aspecto da sua vocação. Que Maria, nossa Mãe, intercessora desde as Bodas de Caná, rogue pela plenitude e fecundidade do nosso amor. Que ele seja sempre uma fonte de graça e nós possamos transmitir aos outros vida e alegria.
Eunice e Milton Casal Secretário /Tesoureiro 5
, COMO CRISTO E O NOSSO SALVADOR? Uma das primeiras profissões da Fé Cristã, relatada por São Paulo, põe como afirmação central: "Cristo Jesus morreu por nossos pecados, e ressuscitou". Ele é, portanto, nosso Salvador. Estamos nós realmente conscientes disto? Estamos nós dispostos a partilhar esta convicção com os que convivem conosco? Reconhecemos que este é um assunto difícil de abordar, porque muitos de nossos contemporâneos não sentem a necessidade de serem salvos. Eles buscam a própria realização em si mesmos e não a esperam receber de um outro, mesmo que este outro seja o próprio Deus. Um primeiro ponto: a mensagem transmitida pelos apóstolos no início dos Evangelhos é o anúncio feito por Jesus da chegada do Reino de Deus. Se a expressão nos diz pouco, recordemo-nos de que o seu sentido evangélico está bem longe das realidades políticas que a expressão evoca. O "Reino de Deus" é o estado de comunhão com Deus que a humanidadeatingirá,quandotodos,libertosda morte, estarão reconciliados com Deus e entre si. É a felicidade na plena realização de nossas aspirações mais fortes e mais puras. E a paz, como a definiu Santo Agostinho: "A paz é a tranqüilidade na justiça". O "Reino de Deus" é realmente a "salvação" realizada em favor de toda a humanidade. Jesus anuncia o Reino como um dom de Deus para os homens, para 6
a felicidade que eles esperam e que não podem alcançar por si mesmos. O Reino de Deus se inaugura pela vinda de Jesus. Se o Reino está próximo, é porque Jesus está presente. A chegada do Reino começa com a chegada da pessoa de Jesus. Podemos nos admirar da "pretensão" inaudita de Jesus, pois ele apresenta a si mesmo como o portador do dom de Deus aos homens. Mas aqui está o coração da Boa Nova. A pessoa de Jesus adquire uma dimensão universal. É verdade que o anúncio do Reino de Deus tem a aparência de uma utopia inacessível. Quando, ansiosos, os discípulos pedem a Jesus que lhes revele o momento em que o Reino vai ser instaurado, eles ainda não têm condições de compreender como Jesus irá concretizar este dom fundamental de Deus à humanidade. Em seu atordoamento, eles ficam desnorteados quando ouvem Jesus lhes dizer que deverá passar pela morte. Nós não podemos encobrir o que a mensagem cristã tem de conCM 397
traditório: prometer a felicidade passando pela morte. São Paulo teve que enfrentar esta dificuldade: sua fé na salvação por Cristo repousa sobre a pessoa dele, o Filho de Deus que me amou e se entregou por mim (Gl2,20). Aos Coríntios ele escreve: Nós anunciamos um Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas, para os que são chamados, judeus e gregos, é o Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é tido como fraque za de Deus é mais forte que os homens (I Co I, 23-25). De fato, como depositar toda a fé e esperança sobre um condenado a uma pena infamante? Como admitir que o poder de Deus pareça posto em cheque? A mensagem cristã contém uma mudança radical na maneira de perceber quem é o próprio Deus. Deus é certamente todo-poderoso, mas é ao mesmo tempo amor absoluto. Sua soberania se manifesta na desconcertante liberdade com a qual ele aceita participar no mais alto grau da fraqueza humana. A isto se chama kenosis, isto é, o abaixamento consentido do próprio Filho de Deus feito homem, que se despoja de sua glória até assumir a condição de escravo e que se humilha até a morte na cruz. São Paulo resume isto no admirável hino da Carta aos Filipenses, que é lida no domingo de Ramos e da Paixão. E nós conhecemos a conclusão deste hino: Assim Deus o exaltou ... para que toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor (cf FI 2, 6-11). Jesus, o Senhor ressuscitado, é CM 397
O "Reino de Deus" é o estado de comunhão com Deus que a humanidade atingirá, quando todos, libertos da morte, estarão reconciliados com Deus e entre si.
vencedor da morte. É necessário compreender que o Filho, cujo ser é todo para Deus, não veio a este mundo senão para nós, a fim de nos reconduzir para Deus. Sua ressurreição é a promessa da nossa. Ela nos mostra o que significa ser salvo: é viver, viver para sempre, numa vida iluminada pelo amor infinito de Deus, no Reino da reconciliação e da paz. O Cristo, o primeiro renascido dentre os mortos, toma a frente da humanidade e conduz todos os seus irmãos e irmãs para a ressurreição, graças ao dom total de si mesmo, na nova e eterna Aliança. (continua)
François Fleischmann SCE da ERI 7
A VlDA DO COlÉGlO lNTERNAClONAl O Contexto Há cerca de dez anos, o Colégio Internacional das Equipes de Nossa Senhora realizou sua reunião anual em Dublin, na Irlanda. Éramos, então, o casal responsável pela Irlanda, pequena Região isolada, e participamos desse Colegiada. Ficamos muito impressionados com o trabalho de seis dezenas de participantes, que representavam o conjunto de nosso Movimento em todo o mundo. Através do trabalho desse grupo, a internacionalidade, a unidade, a solidariedade e o desenvolvimento do Movimento encontram sua coesão. Ficamos admirados de ver como um grupo tão di versificado de casais e de sacerdotes, que nem se conheciam ainda, ou que certamente se reencontravam pela primeira vez, estavam tão alegres, amáveis e demonstravam prazer de estar juntos, apesar das suas diferenças lingüísticas, culturais e geográficas. Outro aspecto maravilhoso foi ver como aquele grupo conseguia partilhar, orar junto, trabalhar por longas horas, dialogando, escutando, desenvolvendo temas e tomando decisões para o crescimento do nosso Movimento. Certos assuntos, debatidos então, têm contribuído para as discussões, os temas de estudo e o aprofundamento postos em prática em nossas próprias equipes de base, durante os últimos 10 anos. Foram temas como: a catequese, a pessoa, o casal, a colegialidade. 8
Na época havia cerca de sete mil equipes no mundo todo. Hoje são em tomo de dez mil.
O Espírito de Coleqialidade O encontro anual do Colégio se desenvolve cada ano em um lugar diferente. Graças a isto, a cultura, a linguagem e a história de cada país enriquecem, de certa maneira, a vasta cultura do nosso Movimento. No decorrer dos anos, as reuniões do Colégio foram realizadas em numerosos países: França, Espanha, Portugal, Bélgica, Itália, Brasil, Estados Unidos, Austrália. Este ano o Colégio será acolhido pelas Equipes de llhas Maurício. O Colégio Internacional do Movimento é composto pelos membros da Equipe Responsável Internacional (ERI) e pelos casais responsáveis pelas Super Regiões. Cada ano é convidado um grupo de casais responsáveis pelas Regiões ligadas diretamente à ERI, assim como todos os novos Conselheiros Espirituais. Isto faz com que o número de participantes de cada reunião do Colégio varie entre 50 e 60 pessoas. Como o período de serviço que o casal doa ao Movimento é limitado no tempo, o Colégio acolhe todos os anos novos membros, membros experientes, assim como membros que estão por concluir o seu serviço. Isto permite uma constante renovação do Colégio. CM 397
A combinação da diversidade cultural e lingüística, a que já nos referimos, com a inspiração do Espírito Santo cria um envolvimento de amor que garante o carisma e a unidade das Equipes de Nossa Senhora e que permite dizer: "Unidade não é uniformidade- é diversidade do pluralismo vivida no amor".
Caminho a Seguir Atitude Ao final de cada encontro, é atribuída prioridade a diversos projetos, de tal sorte que o trabalho iniciado seja continuado pela ERI e pelos membros do Colégio, que o aprimoram, o desenvolvem e o põem em prática ao longo do ano. Este trabalho é então apresentado ao Colégio seguinte para aprovação, confirmação ou modificações finais e difusão. Graças a isto, todo o Movimento fica envolvido e comprometido com todas as etapas dos projetos importantes, como os Encontros Internacionais, as Orientações do Movimento, os Temas de Estudo, ou os Documentos Especiais, tais como os que têm sido publicados recentemente: "O Guia das ENS", "A Colegialidade", "O Chamado ao Serviço". Todas as equipes, por seu Setor ou sua Região, estão ligadas ao Colégio, e é neste sentido que a voz de cada um dos equipistas é como um elo da corrente de nosso Movimento verdadeiramente global. Isto significa igualmente que, desenvolvendo o modelo de comunicação dinâmica instaurada pelo Colégio, o Movimento pode continuar a crescer e a aumentar o núCM 397
mero de equipistas, sem, por isso, tomar-se hierárquico, institucional ou burocrático.
A Procura Comum da Verdade Outro benefício relevante que decorre da natureza do nosso Colégio é que importantes projetos são constantemente desenvolvidos por uma Equipe. Sucessivamente e à medida que os membros da equipe cumprem sua missão, o trabalho em curso avança. Novos membros trazem novas idéias e também uma nova criatividade. O dinamismo geral provém da procura do bem e da realização de um objetivo bem definido. Tomemos um exemplo que nos tem dado muita alegria: a elaboração do documento sobre a Colegialidade, apresentado ao Movimento por ocasião da reunião do Colégio em Melbourne, em 2002. A elaboração desse documento tinha sido descrita como um projeto importante em Dublin, em 1995. Nesse intervalo de tempo, não sabemos quantos equipistas têm contribuído para sua elaboração, antes que Gérard e Marie-Christine de Roberty decidissem, como uma prioridade de seu serviço de Responsáveis, apresentar uma definição de Colegialidade, que é um dos fundamentos essenciais para a unidade de nosso Movimento. Na conclusão desse documento, "O Exercício da Colegialidade nas Equipes de Nossa Senhora", lê-se: "A Colegialidade é um meio magnífico de se levar em conta, ao máximo, a riqueza de cada um e de con9
cretizar, da melhor maneira, as nossas decisões, através de uma reflexão que leve em consideração a realidade vivida pelos casais". Enviamos a vocês todos, em todo
o mundo, nossa amizade e nossas lembranças.
John e Elaine Cogavin Casal Membro da ERI
NOTÍClASDA ZONA AMÉRlCA Reqião Canadá Esta região, ligada diretamente à ERI, passou a contar com um novo casal responsável, Lucie e Robert. Casal jovem e dinâmico, cujos projetos incluem uma vigorosa expansão das equipes naquele país, inclusive para localidades de língua inglesa, já que hoje as equipes estão localizadas basicamente na região quebecquoise, de língua francesa. Estados Unidos A boa novidade nesta Super Região é que, dentro do projeto missão, mais um estado passou a contar com as Equipes de Nossa Senhora. Trata-se .do estado de Wyoming. Neste ano de 2004, mais de 250 novos casais e conselheiros espirituais passaram a fazer parte do Movimento. 10
Graças a um forte trabalho de informação e preparação de casais pilotos, a SR tem conseguido levar a novos casais a proposta das Equipes de Nossa Senhora.
Hispanoamérica A grande novidade nesta SR foi a modificação introduzida em sua estrutura de coordenação e animação. Desde agosto último a SR passou a contar com mais um níCM 397
vel na sua estrutura, com a incorporação de três Províncias, as quais terão por finalidade ajudar o Casal Responsável da Super Região na sua função de coordenar uma das mais extensas Super Região (são mais de 11 .000 km entre seus extremos Norte e Sul, abrangendo no momento 12 países). No mês de agosto passado deu-se a posse do novo Casal Responsável da SR, bem como do Sacerdote Conselheiro Espiritual, que pela primeira vez na história da SR passa a ser de um país que não a Colômbia (país onde se iniciaram as ENS na Hispanoamérica). Os novos responsáveis, Lila e Carlos, e o Padre Carlos são de Córdoba (Argentina). As três Províncias são: Norte, coordenada pelo casal Conchita e Maurício, do México; Província Centro, coordenada pelo casal Clarita e Edgardo, da Colômbia; e Província Sul, coordenada pelo casal Maria Del Carmem e Juan Carlos, do Paraguay, cada um deles já contando com sua equipe de apoio e respectivo Sacerdote Conselheiro Espiritual. Para iniciar esta nova etapa na caminhada da SR, realizaram-se dois grandes eventos no mês de agosto próximo passado. O primeiro foi a reunião do Colégio da SR, na cidade de Bogotá (Colômbia), com a posse dos novos responsáveis, tanto pela SR como os novos provinciais e alguns novos casais regionais presentes. Em seguida realizou-se o II Encontro da Hispanoamérica, contando com a participação de casais representando CM 397
praticamente todas as regiões desta SR. Contou-se igualmente com a participação da equipe da ERI, a qual vinha do Encontro do Colégio Internacional na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).
Brasil A grande experiência vivida por esta SR, no mês de agosto passado, consistiu na acolhida do Colégio Internacional, que pela segunda vez veio a se realizar no país. Pelos diversos testemunhos recebidos, pode-se constatar que foi realmente uma experiência muito rica, não só para os brasileiros, mas também para aqueles que vieram de tantos outros lugares e puderam manter um contato mais próximo com casais e sacerdotes que vivem uma realidade muitas vezes bastante contrastante com aquela vivida em seus países de origem. Logo após o Encontro do Colégio Internacional realizaram seu Encontro Nacional, ocasião em que houve inclusive a troca do Casal Responsável pela SR, Graça e Roberto, bem como do Sacerdote Conselheiro Espiritual, padre Avelino. Também aqui passou-se por uma nova experiência já que, pela primeira vez na história do Movimento no país, o novo casal responsável é de outro estado (Rio Grande do Sul) que não o de São Paulo, como sempre havia sido até então.
Carlos Eduardo e Maria Regina Heise Casal Membro da ERI 11
REFLEXÕES DE UMA VlÚVA Nada é possível sem um amor juntos, assistíamos à missa, ele me verdadeiro, profundo e generoso. propôs e eu aceitei logo. Éramos sinceros um com o ouApenas esse amor pode unir e valorizar duas pessoas de sexos opostos. tro. Não deixávamos nada esconHomem e mulher constroem uma dido. Nosso sonho era casar e forverdadeira unidade quando entre marmos urna família com muito ambos existe reconhecimento, res- amor e criar nossos filhos no amor de Deus. E assim fipeito, ternura, fidelidazemos. Nosso casade, delicadeza, admiração, ajuda, compreenmento foi como qualquer outro: tempos são e promoção múNem tudo alegres, outros tristes, tuos. Crescerão nessa é luminoso unidade se aprenderem tivemos crises, e assim fomos descobrina superar as tentações na vida de superioridade, de do nossas limitações. soberba, de submissão, Tudo foi passando conjugal, com muita compreende desprezo. mas tudo Nem tudo é luminosão e humildade de so na vida conjugal, um para com o outro. pode ser mas tudo pode ser iluHoje, viúva, penso e repenso e um filme minado. iluminado. Quando jovem, idepassa em minha memóalizava meu namoraria, pois todas as coisas boas ficaram em mim do. Deus foi tão bom comigo que este chegou de mansi- para sempre. Tenho saudades de nho. Namoramos como qualquer alguém que me amou na mesma casal da época, fomos descobrindo medida em que eu o amei. Nunca um ao outro sem pressa para casar- tivemos medo de separação e divórmos. Pensávamos as mesmas coi- cio, pois o amor, o querer um ao ousas, como que casamento era para tro era bem fundamentado e nunca a vida toda, o amor teria que ser ficou no sonho. Amém. forte e sincero. Éramos católicos Ilka (do Vitório) praticantes e na época não íamos Eq. N. S. do Carmo - Setor E só aos domingos à celebração da Porto Alegre/RS Santa Missa. Uma vez por semana,
Testemunhos de conversão e de engajamento de casal cristão (missionariedade) contribuem para o crescimento dos irmãos equipistas.
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CM 397
ENCONTROS PROVlNClAlS
Provinda Norte Aconteceu nos dias 12, 13 e 14 de novembro o Encontro da Província Norte, na cidade de Be1érn/PA. A Região Norte ll, através do CRR Lili e Constantino e dos CRS, sentiuse feliz em acolher os irmãos de Manaus, Santarém, Maués, Parintins e Juruti, juntamente com seus SCE. Nazira e João Paulo, CR Provincial, estiveram à frente de todos os trabalhos e, juntamente com o CRR Norte ll, não mediram esforços para que o Encontro atingisse seu objetivo maior de animar e preparar os casais responsáveis de setores e coordenações para o exercício da missão no ano de 2005 . Tudo somou espiritualidade, formação, compromisso e muita unidade. Tivemos a imensa alegria de estar conosco o querido Frei Avelino, SCE da Super-Região. Simples e alegre, nos fez refletir como ser servo de Deus. Sua palestra sobre sexualidade e abnegação, nos conduziu a momentos fortes de reflexão: "O Criador sentiu satisfação ao criar o homem e esta satisfação encontrou eco no coração do primeiro hoCM 397
mem, quando, diante da primeira mulher, exclamou: "Esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23); "Vivam a vida em todas as suas dimensões, guiados sempre e somente pelo amor que nos gerou. O amor às vezes exige morrer (abnegação), como diz Jesus: É preciso que o grão morra para apa- .....___• recer vida nova (cf Jo 12,24). As liturgias foram bem preparadas, de acordo com os temas. Nos trabalhos em grupos, percebeu-se abertura, descontração e acima de tudo a mística do Movimento: presença de Cristo, testemunho e auxílio mútuo. Na celebração de sábado à noite foram empossados os CR Setor A e C da Região Norte ll e CR Setor A da Região Norte m. Em seguida, se fez a confraternização, numa festa de irmãos que se amam e sentem alegria por estarem juntos. Domingo à tarde, hora do adeus, levamos dentro de nós a alegria do Encontro, a luz do Espírito Santo e o sim de Maria. Todos retomamos aos lares, às equipes de base, na certeza que nunca mais seremos os 13
mesmos, pois nos tornamos "amigos para sempre". Sandra e Jaime Morais CR Setor A - Região Norte II Belém/PA
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Provinda Nordeste Que final de semana maravilhoso! O Encontro Provincial realizado em São José de Mipibu/RN,nos dias 5, 6 e 7 de novembro, além de reunir trinta Conselheiros Espirituais e cinqüenta e seis casais, proporcionou a todos os participantes momentos de descontração, formação, oração e principalmente muita união, tudo com muita alegria, amor e seriedade. Os amigos e irmãos Cida e Raimundo, Casal Provincial, mais uma vez mostraram a liderança no espírito da colegialidade. Todos colaboraram, dando o máximo para que o evento atingisse os objetivos almejados. "Sirvam de bom grado, como se servissem ao Senhor, e não a homens" (Ef 6,7). Este foi o espírito de serviço vivido pelo Colegiada da Província Nordeste. A palestra do Pe Carlos, SCE da Província, sobre "Sexualidade e Abnegação" foi assistida com muita atenção, pois além de ser interessante, é também o tema que estudaremos e viveremos no próximo ano. Assistimos a um vídeo sobre as ENS no Brasil que nos deu uma panorâmica sobre a grandeza do Movimento, a riqueza da cultura do nosso País e o esforço com responsabilidade dos que fazem as Equipes 14
de Nossa Senhora. Momentos de muito interesse e emoção foram observados durante o testemunho de vida, "Etapas da Missão", dado pelo Irmão Pe. José, SCE Região Ceará. Quanta fé e quanta perseverança durante a trajetória para chegar à ordenação presbiteral. A animação sob a responsabilidade de Lili e Ademir- CRR Ceará, assim como os flashes, orientações, grupos de reflexão e toda a liturgia foram vividos intensamente por todos os presentes. E o que falar da nossa noite de descontração? Que festa animada e bem participada! Foi uma grande festa em fanu1ia! Irmãs e irmãos queridos, quem esteve presente a este Encontro Provincial certamente levará muito tempo para esquecê-lo: seja pelo local, seja pelos flashes, palestras e liturgias tão bem preparados pelos casais e conselheiros(as) ou pelo calor humano entre os irmãos equipistas. "Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé" (2Tim 4, 7). Lúcia e Alcindo CRR Pernambuco I I Alagoas) CM 397
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2004
O nosso Encontro realizado nos dias 29 a 31 de outubro, em BrasíliaDF, teve muita espiritualidade, com liturgias riquíssimas, formação, com palestras e flashes claros e objetivos, num clima de alegria e amizade marcantes. Fomos brindados com a presença de Graça e Roberto, CR da Super-Região Brasil. Testemunharam que o amor a Deus, ao cônjuge e ao Movimento é fundamental para a santidade conjugal. Eles demonstraram muita humildade e espírito de integração. Apresentaram as orientações para o ano de 2005. Rita e José Adolfo estavam a "todo vapor", realizando o seu último Encontro como Casal Provincial. Imaginem o ritmo em que batia o coração dos dois? Tivemos a presença marcante de Sacerdotes Conselheiros Espirituais, nas Celebrações Litúrgicas e em palestras: Pe. Norbey, SCE Provin-
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cial, Abnegação e Sexualidade, o tema para 2005; Pe. Geraldo Grendene, SCE MS, O Sonho de Deus sobre o Sacramento do Casamento Cristão; Pe. Carlão, Campanha da Fraternidade 2005; Pe. Osmar, SCER MT/MS, Orientações sobre Liturgia. E, também a visita importante e motivadora do Arcebispo de Brasília, D. João Braz de Aviz. A Confraternização de sábado à noite foi com muitas delícias, muito acolhimento, criatividade, cada Região fazendo o melhor para que acontecesse a participação e a alegria de todos. Participar de um Encontro Provincial é ter a oportunidade de receber formação e orientação para desempenhar nossa missão de Casal Regional e de Setor e constatar que crescemos a cada ano em busca dos nossos ideais. Sabemos que o ano de 2005 será muito especial, pois o tema proposto pela SuperRegião, "Abnegação e Sexualidade", com certeza será muito prazeroso e nos levará para mais perto
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do nosso cônjuge e, em conseqüência, nos aproximará do nosso Deus. Somos todos convidados a vivenciar este "Caminho para o Amor Conjugal", com empenho e esforço bem maiores, procurando fazer da nossa Regra de Vida e do Dever de Sentar-se o ponto de partida. Que Nossa Senhora e São José, modelo de casal, nos ajudem nessa caminhada! Marcia e Jairo CRR- GO-Sul
••• Provinda leste Nos dias 5 a 7 de novembro de 2004, a Província Leste realizou o Encontro Provincial em Borda do Campo, município de Antonio Carlos/MG. O Evento contou com a participação de 54 casais e 8 Conselheiros Espirituais. Após longa viagem para nós do Rio, a calorosa recepção feita pelos mineiros deixou todos à vontade. O clima de fraternidade e ale-
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gria reinou por todo o encontro. "O mistério da vocação, dom gratuito de Deus, nos trouxe até aqui. Este já seria um grande motivo para agradecer a Deus que fez com que tantos casais viessem para este evento (não houve uma falta sequer)", com estas palavras o Casal Provincial, Josefina e Roque, iniciou os trabalhos, comunicando-nos as Orientações para 2005. O evento contou com recursos audiovisuais em todos os momentos, nas animações e nas excelentes palestras que se sucederam. As partilhas em grupos possibilitaram aos casais a troca de experiências sobre o assunto principal - Sexualidade e Abnegação: caminho para o amor conjugal - e sobre a atuação do CRS, que teve seu ponto alto na mesa redonda ao final. Tivemos também um momento de descontração, com uma magnífica confraternização. A liturgia, muito bem preparada, mostrou a grandeza do Pai ao nos revelar um para o outro como fonte
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de vida e de graça, na busca da unidade, centro da Igreja doméstica e enviados para refazer o paraíso. Concluímos, mais uma vez, que somos privilegiados por sermos chamados a trabalhar na vinha, não importa se cedo ou tarde, importa estarmos dispostos a dizer sim em qualquer situação e a qualquer momento da nossa vida. O Pai nos aponta a missão de sermos antes de tudo misericordiosos com nossos irmãos, pacientes com aqueles casais equipistas que ainda não se comprometeram com nosso Movimento, solidários com os menos favorecidos em todos os aspectos e que levemos sempre a paz onde quer que formos. Precisamos refletir Jesus para o mundo, só assim conseguiremos fazer a vontade do Pai, refazendo o paraíso que Ele criou para nós. Regina e Fernando CRR Rio III
Provinda Sul 1 Mais um Encontro com muita alegria, transitoriedade, formação, informação e orientações para o ano de 2005. Nele fomos agraciados com a presença de Graça e Roberto, Casal Responsável pela Super-Região Brasil. Estávamos em 55 casais e 11 sacerdotes. A Liturgia foi profunda, simples CM 397
e linda, nos fez sentir em cerimônia de bodas, com os temas Casal fonte de vida e fonte de graça, Casal em busca da unidade, Você: revelação de Deus para mim, Casal em busca da santidade, Casal enviado para refazer o paraíso. As homilias nos chamaram para assumir o compromisso, entendendo o projeto de Deus em nossa vida e a coerência do casal a partir da sexualidade. Fomos convocados a colocarmos em nó o temperamento de Jesus para recebermos as graças, caminhando com Ele, para enfrentar os desafios em nossa missão, testemunhando a experiência de Deus. Padre Luis Sérgio Damasceno, SCE da Província Sul I, nos falou sobre O Sentido da Sexualidade Cristã, deixando-nos a par do que é uma sexualidade sem conflitos e preconceitos . Mostrou-nos que a dimensão social, o diálogo, a comunicação e a busca de Deus foram esquecidas. Nos fez ver que precisamos viver uma afetividade e sexualidade humanas no plano de Deus. Sheila e Francisco nosso CRP, nos animaram à Peregrinação a 17
Lourdes, destacando a importância da peregrinação e do encontro internacional e a unidade e a internacionalidade do Movimento. As orientações para 2005 foram dadas por Graça e Roberto, CR Super-Região que nos "venderam" a idéia de aprofundarmos o significado humano e cristão da sexualidade, conscientizando-nos de que somos um movimento de Igreja e missionários no mundo e que os frutos de nosso trabalho só surgirão se estivermos com Deus. Osmarina e Toninho, CRR São Paulo Sul I, foram muito dóceis ao exporem o Dever de Sentar-se, que deve ser um balanço de vida na presença do Senhor. Sonia e Cláudio, CRR São Paulo Centro II, ajudaram a rever nossa Regra de Vida para realizar mudança e transformação. Dois grupos de reflexão ajudaram muito os casais a discernir o trabalho a ser realizado em 2005. Trocamos idéias sobre como nos lançar ao desafio. Marcos e Virgínia apresentaram a Campanha da Fraternidade/2005: "Educar para a solidariedade e paz". Falaram a nós equipistas, convocandonos a construir um outro mundo, a promover e viver a paz, a olhar o outro com o olhar de Cristo. A confraternização foi um sucesso, com muita alegria e descontração. No envio, o Casal Provincial alertou para 18
a missão de mostrar ao mundo o casamento como caminho de santidade e felicidade. Na homilia, ouvimos que está lançado o desafio para o tema "Sexualidade e Abnegação" e fomos encorajados com a Palavra "tudo posso Naquele que me fortalece" (Fl4,13). Lêda e Marcos CRR São Paulo Leste I
••• Provinda Sul 11 Um Encontro de alegria, formação, aprofundamento, forte espiritualidade e testemunho. Foi assim o Encontro da Província Sul II, em Bauru/SP, nos dias 22, 23 e 24 de outubro de 2004, sob a orientação do nosso Casal Provincial, Terezinha e Agostinho, que partilhou os trabalhos com os Casais Regionais. • Alegria: Desde seu inicio, o Encontro foi pautado pela alegria, o que motivou todos os casais a se sentirem à vontade e com isso o aproveitamento foi muito mais eficaz. • Formação e aprofundamento: Os temas foram desenvolvidos pe-
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los Sacerdotes e Casais palestrantes de forma clara e objetiva, com muita riqueza e vivência do Movimento, o que proporcionou aos casais conhecer melhor as normas e orientações do Movimento, objetivando a unidade. • Espiritualidade: A liturgia, com foco na Sexualidade e Abnegação corno caminho para o amor conjugal, com ricas homilias proferidas pelos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, levou a reflexões profundas: O casal que busca a unidade toma-se fonte de vida e graça um para o outro, testemunhando o amor conjugal e tomando-se verdadeira igreja doméstica, para juntos refazerem o paraíso. • Testemunho: Sem dúvida foi um dos momentos fortes e ricos do nosso Encontro. O tema Sexualidade e Abnegação, após palestra do Frei Ernani, levou os casais a refletir e trocar experiências nos grupos. Um casal deu um belo testemunho de abnegação na vida conjugal: a saúde de um dos cônjuges exigiu muita abnegação na vida sexual, mas proporcionou uma crescente vivência da sexualidade e uma espiritualidade conjugal verdadeira, com muita oração. Isto é amor! Glacy e Silvino Casal Regional - São Paulo Centro III CM 397
••• Provinda Sul 111 A tarefa de reproduzir este Encontro em palavras é grande demais para nós. Tão intenso em emoções, tão rico em conteúdos, tão instigador em planejamento, tão elevado em liturgias! A Província Sul ill, formada pelos três estados do Sul, nos dias 5, 6 e 7 de novembro, reuniu 46 casais e 18 sacerdotes conselheiros. Desde que foram recebidos na rodoviária, os casais acolhedores e os acolhidos logo estabeleceram laços de carinho e amizade. No Encontro, as palestras foram antecedidas ou entremeadas por dinâmicas e motivações ricas e descontraídas, criando o clima para a mensagem que seguiria. A animação e a confraternização seguiram a tônica da descontração e da espontaneidade. Os 14 Sacerdotes Conselheiros Espirituais que participavam da animação, sem ensaio, apresentaram o belíssimo canto "Salve Regina", em latim. Emocionaram a todos. 19
As liturgias eucarísticas sempre davam início às atividades do dia: Belas e simples, com magníficas homilias, nos introduziam aos trabalhos. As propostas do Movimento para 2005 foram apresentadas pelo CRP Angela e Luiz. Pe. Sallet deunos profundo embasamento para o tema de estudos com a palestra "Sexualidade e Abnegação". As ênfases dos PCEs para 2005 foram bem expostas pelos CRR, assim como a animação para o Encontro de Lourdes em 2006. Em atenção à realidade dos idosos no Movimento,
ouviu-se um lindo testemunho de perseverança e espiritualidade conjugal. Como fecho, os ternos e motivadores Angela e Luiz nos enviaram à missão de "viver a sexualidade e abnegação" como "um caminho para o amor conjugal". A destacar no Encontro: A posse de 11 Casais Responsáveis de Setor; a presença de 18 SCE no Encontro; a palestra do Pe. Sallet, "Sexualidade e Abnegação", e a alegria e a comunhão entre os participantes. Graça e Aristeu CR Região Rio Grande do Sul I
MUTIRÃO ATUAllZA EQU1P1STAS O Setor A das Equipes de Nossa Senhora de Jaboatão dos Guararapes/PE realizou, no dia 24 de outubro passado, o seu mutirão. Participaram 26 casais. O Casal Responsável pelo Setor A, Inês e Ramos, fez a abertura, convidando todos a uma participação efetiva. A oração da manhã foi presidida pelo Frei Ruterlan Jaele, que teceu algumas considerações sobre a espiritualidade conjugal. O casal Zeza e Ado proferiu a palestra sobre a Graça do Sacramento do Matrimônio. O mutirão foi realizado em clima de festa, de forma descontraída e com a participação de todos, pois cada equipe apresentou e explicou um tema específico, referente à vida do Movimento. Houve, ainda, grupo de trabalho com o respectivo plenário. "Este trabalho é muito importante, tanto para atualização dos equipistas mais antigos do Movimento, como para os mais novos, uma vez que proporciona uma visão mais ampla do carisma, dos objetivos e da vivência das ENS", explicou o casal Inês e Ramos. Frei Júlio César, também presente ao mutirão, falou sobre o Papel do Conselheiro Espiritual e oficiou a celebração da Palavra e Envio. Os dois frades carmelitas, Ruterlan e Júlio César, são Conselheiros Espirituais das Equipes de Nossa Senhora. Ficou um gostinho de quero mais!
Lória e Bartolomeu do Nascimento Eq. N. S. de Guadalupe - ]aboatão dos Guararapes/PE 20
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ENCONTRO REGlONAl DE CONSElHElROS ESPlRlTUAlS Região São Pau1o Su1 11 Com o objetivo de dar um primeiro passo em preparação ao lema e tema de estudo propostos pelo Movirnemto para 2005, "Sexualidade e Abnegação, Caminho para o Amor Conjugal", nossa Região programou um encontro para seus Conselheiros Espirituais, motivados pela questão "Será que estamos
prontos para esse desafio " ? Contamos com a colaboração da psicóloga D.ra Vera Vaccari, do Instituto Paulista de Sexualidade, que discorreu sobre os problemas mais freqüentes que levam os casais à busca de ajuda psicológica nesse campo. O encontro foi realizado no dia 27 de setembro, na Paróquia São Judas Tadeu em Itu, terminando com um saboroso almoço de confraternização. Estiveram presentes 20 Conselheiros Espirituais e os Casais Responsáveis pelos 07 setores da
Região (Itu, Jundiaí A e B, Louveira, Sorocaba A e B e Votorantim). Durante o encontro constatou-se que se trata de um tema extremamente vasto e inesgotável, desperta infinitas expecta ti v as e é difícil de ser abordado. Nosso objetivo em dar o 1o passo com os Conselheiros Espirituais foi o de "agregar aliados" na motivação dos casais e das equipes para seu estudo e reflexão. Foi uma manhã produtiva, que levantou dúvidas, suscitou polêrnicas e abriu espaço para que os setores iniciem os seus trabalhos. Durante o encontro ficou claro para todos que três ferramentas são fundamentais para a realização dessa missão: a reflexão, o diálogo e muita oração.
Ligia e Carlos A. Bestetti CRR/Região São Paulo Sul II
"Já é tempo de saírem do mutismo os casais que atingiram
uma vida conjugal equilibrada, para que se possa estudar a sexualidade a partir da saúde e da santidade que ela pode atingir, e não a partir das suas doenças, enfermidades ou desordens". Pe. Caffarel Lettre Mensuelle, outubro de 1968 ~------------------------------------------------~
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A PÁSCOA DO SENHOR A Páscoa é a maior festa litúrgica, o ápice e o centro das celebrações da Igreja, a festa da ressurreição de Jesus Cristo e de sua vitória sobre a morte e o pecado. E a celebramos a cada ano.
Quaresma, Caminho para a Páscoa "O Tempo da Quaresma visa a preparar a celebração da Páscoa" . Inicia na Quarta-feira de Cinzas e vai até antes do início da celebração da Ceia do Senhor, na Quintafeira Santa, com a duração de quarenta dias. Viveremos a Quaresma com o olhar orientado para a Páscoa, lembrando os quarenta anos que o povo de Israel peregrinou no deserto, sendo fortalecido na fé em Deus para entrar na Terra ·Prometida; revi vendo os quarenta dias que Jesus passou no deserto, em oração e penitência, preparando-se para sua missão redentora, que culmina com sua morte e ressurreição. É o tempo de nós nos conscientizarmos de que somos batizados e de praticarmos uma penitência que conduza à conversão. Na celebração das Cinzas a Igreja exorta: "Convertei-vos e crede no Evangelho"! Fazer jejuns e absterse de certos alimentos nesse tempo são práticas penitenciais que nos predispõem à docilidade e obediência à vontade do Pai. A Quaresma é um tempo de oração, individual e comunitária, tempo de escutar com maior assiduidade a Palavra de 22
Deus. É tempo de conversão, mudança de vida, reconciliação. Por isso é tempo de perdoar os irmãos e deixar-se perdoar por eles e por Deus. O resultado será mais amor a Deus e aos irmãos, pela vivência da solidariedade, no seguimento dos passos de Jesus.
O Domingo de Ramos O domingo da sexta semana da Quaresma chama-se Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. Com ele iniciamos a Semana Santa. Jesus entra em Jerusalém como rei messiânico para celebrar a sua Páscoa e realizar o seu projeto de obediência ao Pai e de serviço à humanidade. Como o povo de Jerusalém, também nós saímos às ruas (rito da procissão) para aclamar o Messias, o esperado das nações, em uma atitude de fé e de esperança na realização das promessas antigas e na instauração do Reino de Deus. Esse reino que vai acontecer porque cada um de nós descobre o seu compromisso com a justiça misericordiosa de Deus, com a construção de uma sociedade solidária, com a paz e a convivência fraterna entre marido e mulher, na farm1ia, na comunidade ... entre os povos.
A 5a Feira-Santa é festa da Eucaristia Com a missa vespertina deste dia, começa o Tríduo Pascal, que termina no domingo à tarde. É a grande CM 397
celebração do mistério da Paixão e Ressurreição do Senhor, pela redenção da humanidade e pela perfeita glorificação de Deus. Hoje, se faz memória da última ceia de Jesus, da sua doação sem limites na cruz. Celebra-se a inauguração da nova e eterna aliança, com o sangue uma só vez derramado para a salvação da humanidade, realizando o que o Senhor nos deixou em testamento: Fazei isto em minha memória. A Eucaristia toma presente a morte e a ressurreição de Jesus, presente nas espécies de pão e vinho, feitos seu Corpo e Sangue, pela transubstanciação. Por meio desse sacramento, ele permanece para sempre em sua Igreja. CM 397
O evangelho do lava-pés (Jo 13, 1-17), lido na Missa da Ceia, dá o sentido da vida de Jesus e nos ensina que participar do mistério da Eucaristia é fazer comunhão com o Corpo e o Sangue do Senhor, o que compromete o cristão ao serviço de amor e solidariedade com o próximo.
A 6a Feira Santa Tendo amado os seus... amouos até o fim (lo 13,1). No centro da liturgia da sexta-feira santa, está a cruz, erguida como sinal e prova do amor de Jesus Cristo, condenado injustamente, torturado e morto. A celebração da tarde, às quinze horas, está envolvida pelo mistério salvífico de Deus em favor da hu23
manidade, quando o Filho entrega a sua vida nas mãos do Pai, na condição de servo e em atitude de obediência incondicional, até a morte na cruz (cf. Fl2, 111), na certeza de sua vitória sobre a morte e o pecado. A cruz deixa de ser sinal de morte para ser "árvore nobre", cujo fruto é o Salvador que dá a Vida. É dia especial de jejum, para que, participando da celebração da morte do Senhor, nos solidarizemos com sua dor, ele que assumiu toda a nossa culpa e deu a vida por nós.
A Viqilia Pascal É a grande festa. A liturgia mais solene e importante da Igreja. Na Vigília Pascal nós esperamos, velando o Senhor morto, na certeza da sua ressurreição e na expectativa da nossa res24
surreição no fim dos tempos. Por isso o momento forte da celebração é o anúncio solene da Ressurreição, bendizendo o Pai que ressuscitou Jesus Cristo e que faz toda a humanidade participante da sua vitória sobre a morte. Jesus Cristo ressuscitado é o novo Adão, e por ele e nele se faz a nova criação. Ao redor da mesa, os fiéis comem o pão e bebem o vinho, o corpo imolado e o sangue derramado do Senhor Jesus Cristo, participando da festa do Reino, que um dia será plena e sem fim.
Tempo Pascal: a Festa da vitória de Jesus O tempo pascal é celebrado como um só e grande dia de festa desde o Domingo da Ressurreição até o Domingo de Pentecostes. E celebrar o tempo pascal é festejar, aqui e agora, a ressurreição de Jesu s como nova vida para as pessoas, comunidades e a humanidade. É vibrar intensamente com a ressurreição de Jesus, revestidos de sua vitória sobre a morte , lembrando todos os dias, na liturgia e na oração: "Ele não está aqui, resCM 397
suscitou" (Me 16,6). É alegrar-se diariamente com a sua saudação: "A paz esteja convosco! Não tenhais medo, sou eu!" (Lc 24, 3637). É reconhecer, com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), o Ressuscitado presente na caminhada da vida de cada um e da história humana, mesmo nos gestos mais simples, como a escuta da palavra da Sagrada Escritura e o repartir os alimentos. Na festa da Ascensão, é celebrada a subida de Jesus Cristo aos céus. Apesar de rejeitado pela justiça dos homens, Deus o faz sentar à sua direita, dando-lhe o poder de julgar egovernar o mundo inteiro, tornando-o Senhor da história. Subindo aos céus, Ele envia a proclamar por toda a terra o seu Reino (cf. Mt 28,16-20). No dia de Pentecostes termina o tempo pascal e o Mistério da Páscoa de Jesus Cristo atinge a sua plenitude no dom do Espírito derramado sobre a Igreja.
Celebrar o tempo pascal é festejar, aqui e agora, a ressurreição de Jesus como nova vida para as pessoas, comunidades e a humanidade.
Equipe Carta Mensal Fonte: Missal Romano Subsúlos: Pe. Marcelino Sivinski, Setor Liturgia CNBB, Eq. N. S. do Sim Brasília/DF CM 397
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JESUS TlROU O MANTO O evangelho proclamado na Quinta-feira Santa é o "lava-pés" (Jo 13,1-15). É uma introdução solene ao longo sermão de despedida (quatro capítulos, 13-16). O evangelista indica, primeiro, o dia: Antes da festa da Páscoa; segundo, a hora: sabendo que tinha chegado a hora; terceiro, o acontecimento, a morte de Jesus: vai passar deste mundo para o Pai; quarto, o motivo que leva Jesus a padecer e morrer: amou os seus que estavam no mundo e os amou até o fim, e quinto, a glorificação final: Sabendo que Deus tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para Deus voltava (Cf lo 13, 1.3 ). Tudo indica que a mensagem é muito importante Logo após Jesus Levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôsse a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha que trazia à cintura (lo 13, 4-5). Para meditar neste evangelho podemos fazer uma "composição de lugar", como recomendava Santo Inácio, para ser atores, não espectadores. E assim entramos na sala e nos colocamos entre os discípulos. Contemplamos Jesus ajoelhado aos pés de Tiago, Tomé, Judas ... Um desses discípulos sou eu mesmo. Vejo o Mestre a meus pés que me olha de baixo para acima. Sinto a água banhar meus pés. Contemplo o rosto de Jesus sereno e amoroso. 26
E agora começo a pensar, ou melhor, sinto um estremecimento no meu coração. Exclamo com Pedro: Senhor, tu a mim, lavar os pés? Não faças isso, Senhor, é demais! Também eu, como Pedro, escuto a resposta do Senhor: Agora não entendes o que estou fazendo ( cf lo, 13, 6). É verdade, Senhor, não entendo, mas não desisto de pensar. Abre minha inteligência. Ao menos quero observar melhor tudo que acontece. Por que é que Jesus tirou seu manto e cinge a toalha? Ah, sim, ele não é mais "Senhor" e sim "servidor". Logo ele vai pender da cruz sem roupa, nu, cingido com avental do sangue e da dor. Assim como ao entrar no ventre materno ficou despido de sua divindade e revestido da carne humana. Jesus é o Filho de CM 397
Deus que se humilhou, Jazendo-
se obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2,8). É bom demorar neste pensamento e não passar rapidamente à ação. Faz bem ao coração olhar Jesus e receber o olhar de Jesus. Sentir arder nosso coração, como os discípulos de Emaús quando Jesus lhes falava no caminho. Mas nem tudo é contemplar: é preciso agir. É preciso também orar e adorar com as mãos. O Papa João Paulo II declarou este ano "Ano da Eucaristia" e nos pede que façamos da nossa vida um culto à Eucaristia. Jesus, quando lava os pés dos discípulos, está fazendo uma celebração da Eucaristia, está manifestando o sentido pleno da Eucaristia ... Pensando no "lava-pés", eu me atrevo a dar uma sugestão aos casais das Equipes de Nossa Senhora: Primeiro de tudo eu os convidaria, com o Papa, a fazer da Eucaristia Dominical o centro de sua vida cristã. Deixem-se inspirar pelo exemplo de Jesus no "lava-pés", despojem-se do manto de "senhor" e a revistamse do avental de "servidor". Quero ser concreto, dou algumas sugestões. Cada qual pode inventar as que considerem mais oportunas: O esposo que comunga tire o manto de sua independência econômica e coloque o avental de subordinado: ponha todos os seus ingressos nas mãos de sua esposa. Não considere nada próprio: tudo é comum. O dinheiro não é tudo, certamente, mas se o amor não mexe no bolso, esse amor é mesquinho. CM 397
A esposa que comunga tire o manto de seu egoísmo afetivo e deixe de reclamar: compreenda seu esposo, não faça conta de pequenas desatenções e, mesmo com alguma enxaqueca, ofereça a seu marido o melhor de seus sorrisos. Os pais que comungam tirem o manto de "domínio" sobre os filhos, para vestir o avental do "serviço". Mas cuidado! Os pais servem mandando. E também, é claro, explicando, à medida que os filhos crescem. Os pais nunca podem renunciar à autoridade que de Deus receberam. Ser condescendentes para agradar em tudo os filhos não é serviço humilde, é covardia. Não é ajudar a crescer, é destruir. Os pais servem os filhos quando fazem transparente a face de Deus. Que bênção para uma criança descobrir na mãe da terra a Mãe do céu. Os filhos que comungam ou se preparam para isso, ajudados pelos pais e irmãos, tirem o manto de "reis ou imperadores" do lar e vistam o avental de "servos prontos a obedecer com alegria". Nunca se insistirá bastante sobre este único dever dos filhos: obedecer, respeitar e amar os pais. A família que se alimenta com o Corpo de Cristo, nunca se fecha em si mesma, sempre se abre à comunidade. Fanu1ia servidora cria Igreja, faz do trabalho uma convivência fraterna e toma a política um campo amplo do reino de Deus.
Pe. Boaventura Barrón SM SCE Província Sul II Bauru/SP 27
SOllDARlEDADE E PAZ! A Campanha da Fraternidade2005 será ecumênica. As Igrejas membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC (Igreja Católica, Igreja Cristã Reformada, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Igreja Metodista, Igreja Ortodoxa Siriana, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Presbiteriana Independente) assumiram o compromisso de realizar juntas a Campanha da Fratemidade-2005, cujo tema será "Solidariedade e Paz: Felizes os que promovem a paz" (Mt 5, 9). E qual a importância destaCampanha para as Equipes de Nossa Senhora? Qual o nosso engajamento neste chamado das Igrejas Cristãs? Estamos vivendo um momento da história da humanidade em que a cultura da morte predomina e se manifesta através de um crescente individualismo, consumismo, hedonismo, prazer momentâneo, o "viver o agora". Buscam-se uma pseudo felicidade e a liberdade a "qualquer custo", incluindo o ceifar vida de embriões e fetos, dos idosos que "dão trabalho", e descuidando propositalmente os miseráveis, a criança, o jovem e a mulher. Esta violência também nos atrai nos filmes de ação, no erotismo em programas de televisão, em notícias de violência ... O escândalo e a agressão nos comprazem. Para enfrentar a violência dos bandidos, armamos nossos edifícios e condomínios, e pedimos mais policiamento ostensivo ... 28
A humanidade passou a conviver e até as aceitar de maneira passiva - com as guerras localizadas, as banalizadas em atentados terroristas, as guerras preventivas de algumas superpotências, limpezas étnicas, intolerâncias raciais e religiosas. Nossas falTI11ias e nossa sociedade vivem o paradoxo de alimentar uma violência que nos inquieta, mas também nos fascina. É neste contexto que a CF-2005 busca unir igrejas cristãs e pessoas de boa vontade para a superação da violência, promovendo a solidariedade e uma cultura de paz. Para que isto seja possível, precisamos fazer-nos algumas perguntas: obrigamos outras pessoas a nos servir e a trabalhar em benefício dos nossos interesses pessoais? Em nome de uma suposta ajuda, leva-
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mos outras pessoas a serem e agirem como se não tivessem identidade própria? Concordamos com estruturas sociais injustas? Adotamos formas violentas de punir os que erram? Adotamos uma visão de justiça que transforma a vítima em agressor, para se proteger? Justificamos o uso da violência para garantir uma suposta segurança, individual ou coletiva? As respostas que cada um de nós poderia dar a estas questões, se baseadas no ensinamento bíblico "Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe a outra" (Mt. 5.39 ), poderiam resultar num novo entendimento sobre como combater a violência e de como promover a solidariedade, sabendo-se colocar no lugar do outro, abrindo o diálogo, interessando-se pela comunidade onde vive, descobrindo e valorizando o que há de positivo nas pessoas. Na parábola do Bom Samaritano (Cf Lc 10, 29-37), encontramos o verdadeiro significado da misericórdia e do auxilio fraterno para buscarmos construir uma cultura de paz. Como nos disse Madre Tereza de Calcutá: "Paz não é algo que você deseja, é algo que você constrói, algo que você faz, algo que você é, algo que CM 397
você doa e transmite aos outros através de seus sentimentos". Assim, temos uma oportunidade de ativamente participar de uma CF que busca a mobilização para um verdadeiro "mutirão" de evangelização por uma civilização do amor. Acreditamos que nesta Campanha todo casal equipista deve comprometer-se em: 1. Despertar a atenção de sua própria equipe, de sua família, de seus amigos, de sua paróquia e comunidade sobre a importância do tema para toda a sociedade; 2. Despertar o interesse de todos em buscar, de modo concreto, interessante, motivador, propostas de ação contra a violência e a favor da paz; 3. Despertar o desejo de todos a se engajarem nesta Campanha, não como sacrifício, mas com a alegria de participar de algo importante e significativo para a melhora da qualidade de vida pessoal e coletiva. Para isso é preciso conhecer o Texto-Base desta Campanha. Poderemos , então, tornar realidade nos dias de hoje os ensinamentos de Paulo aos Romanos (ler Rm 12.9-20). Animados pela palavras de Paulo, amparados pela nossa Mãe Maria e pedindo que o Espírito Santo nos conduza neste período quaresmal, façamos das ENS um exemplo vivo de participação evangelizadora.
Virgínia e Marcos Kisil CR São Paulo/Capital I 29
Sessões de Formação Sessão de Formação Nível I Carine e Erisvaldo, da Equipe N. S. da Ajuda- Pesqueira/PE, co-participam que a Região Pernambuco II realizou Sessão de Formação Nível I nos dia 21 e 22 de agosto de 2004. Seguindo as orientações do Manual da Formação, as palestras foram proferidas pelo Pe. Marcone e o Diácono César. Os casais que participaram sentiram-se iniciados como "casais missionários". Sessão de Formação Nível II Lúcia e Alcindo, CRR Pernambuco I e Alagoas, noticiam a realização da Sessão de Formação Nível II, que estuda a vocação e a missão do leigo. Aconteceu em Jaboatão dos Guararapes/PE, nos dias 16 e 17-10-2004. Participaram casais de Maceió, Pesqueira, Belo Jardim, Palmares, Olinda, Chã Grande, Jaboatão dos Guararapes e Recife. Sessão de Formação - Nível III Regina .e Plínio, da Equipe 4 - Setor C de Juiz de Foral MG, contam que nos dias 22 a 24-10-2004, de outubro de 2004, realizouse a Sessão de Formação Nível III da Província Leste, visando a aprofundar o conhecimento do Movimento, seu Carisma, Mística e Unidade. A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora e Colegialidade foram previamente estudados. Contou com a participação de 41 casais.
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falecimentos
Jubileu de Ouro
Pe. Jesus Busteid Vila SJ, no dia 08 de novembro, em Belo Horizonte, MG. Era Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 2 -Nossa Senhora Auxiliadora, Setor A da Região Minas II. Vera Nilce Bacco Pereira (do Benedito), no dia 6 de novembro de 2004. Fazia parte da Equipe 4 - Nossa Senhora de Lourdes, em Guapiaçu/SP. Vicente (da Nilza), da Equipe 6 -Nossa Senhora da PiedadeSetor Serra-Mar -Região RS II. "Que pena que não conheci as Equipes 20 anos atrás, minha fanu1ia teria vivido melhor", é o testemunho por ele deixado. Adelino Rodrigues Garcia (da Nelsa), no dia 24 de novembro de 2004. Integrava a Equipe Nossa Senhora dos Navegantes, Setor D de Porto Alegre/RS.
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De Vida Religiosa, no dia 15 de outubro de 2004. da Irmã Oscarina. da Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência. É Conselheira Espiritual da Equipe de N. S. do Rosário de FátimaSetor A - Criciúma. Vive o carisma de sua fundadora: humilde, dócil, prestativa e alegre. A alegria de quem tem o coração repleto da graça de Deus transborda no brilho do seu olhar, no sorriso de seus lábios, na ternura de suas palavras, no seu "jeitinho" especial de ser. De Ordenação Sacerdotal do
Pe. João Baptista (foto abaixo à esq.), no dia 7 de novembro de 2004. Desde 1989 é pároco da Igreja São José de Taguatinga/DF. Logo que chegou assumiu como SCE a Equipe 09 - N. S. do Amparo, engrandecendo-a com seu jeito simples de ser, seu carinho, dedicação e compreensão, com sua presença em todos os momentos de alegria ou de tristeza. com sua sabedoria em explicar os ensinamentos de Jesus e seu testemunho de fé. Que Nossa Senhora o abençoe sempre e continue fazendo dele esse fiel e devotado pastor de Seu Filho Jesus.
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Retiros Setor B de Recife/PE Neuza e Edis Sakurai, da Eq. 7- N. S. do Rosário, num belo artigo sobre o retiro do Setor B de Recife/PE, realizado nos dias 9 e 1Ode outubro, nos dizem das surpresas agradáveis do retiro, como palestras muito bem colocadas, muita abertura de coração para Deus e um reforço no modo de fazer o dever de sentar-se.
Florianópolis Rosarita e Conrado, CR do Setor B de Florianópolis/SC, noticiam o último retiro da Região SC I, nos dias 15 a 17 de outubro, tendo como tema central "Missão do Casal Equipista: Espiritualidade Conjugal". Além das palestras e meditações, aconteceram celebrações Eucarísticas, momentos fortes de oração, adoração, terço meditado e Via Sacra. Certamente, "o melhor descanso é estar com Jesus ... e deixar-se modelar e orientar pela sua Palavra".
Barra do Corda/MA Lourdes e Antônio, CR do Setor Barra do Corda, noticiam o retiro que os casais do setor vivenciaram nos dias 12 a 14/11/2004. Teve como tema "Santificar a família é dever do casal". Foram exortados pelo pregador a "viver como homens sensatos, aproveitando o tempo presente" (Ef 5,15-20), com muita oração e no exercício da missão no Reino do Senhor.
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Sagração Episcopa1 De Frei Severino Batista de França, OFM.Cap, no dia 7 de outubro de 2004, em MaceióAL. Dom Severino foi nomeado Bispo Auxiliar de Santarém-PA. Foi SCE da Equipe 3- N. S. da Conceição, em Maceió. Estiveram presentes vários equipistas e Conselheiros das ENS, inclusive o SCER e o CRR PE-11 AL. Dom Frei Severino, nossos agradecimentos pelos serviços prestados às Equipes de Nossa Senhora. Que Maria, nossa querida Mãe continue guiando seus caminhos . .
)ubi1eu de Prata De ordenação sacerdotal de Pe. Valdir Bernado Prim, no dia 1o de dezembro de 2004. É Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 1 - Nossa Senhora Mãe das Vocações, Setor D - Florianópolis/SC.
SCE nomeado Bispo O papa João Paulo l1 nomeou Pe. Moacir Silva, SCE das Equipes 01-A. 09-A e 07-B de São José dos Campos, como o novo Bispo da Diocese local.
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Ordenação Diaconal As Equipes de Nossa Senhora de Cascavel/PR muito se alegram com a Ordenação Diaconal de Odair Marques dos Santos, ocorrida no dia 13 de agosto de 2004, pela Imposição das mãos de nosso SCE D. Lúcio lgnácio Baumgaertner, Arcebispo Metropolitano de Cascavel. O Diácono Odair é CE da Equipe 01 - N. S. Aparecida.
Ordenação Presbiteral • No dia 04 de julho de 2004, Marcelo Luís Fernandes foi ordenado presbítero pela oração consecratória e pela imposição das mãos do bispo Dom Irineu Danelon. "Eis o ungido do Senhor" foram as palavras com as quais Dom Irineu apresentou Pe. Marcelo à Comunidade do Santuário São João Batista e São Judas Tadeu. Padre Marcelo é filho do casal Maristela e Mano, da Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição, de Araçatuba/SP.
• No dia 10 de dezembro de 2004, Orivaldo Pereira Filho. Enquanto diácono, foi conselheiro Espiritual de duas equipes do Setor Valparaíso, da Região São Paulo Oeste II. Pe. Orivaldo atualmene é SCE do Setor Araçatuba, na mesma Região. Parabéns, Padre Orivaldo!
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SOBRE A SANTÍSSIMA VIRGEM São )odo Vianey- Cura D'Ars O Pai se compraz em olhar o coração da Santíssima Virgem como a obra-prima das suas mãos; amase sempre a própria obra, sobretudo quando é bem feita; o Filho, como o coração de sua Mãe, fonte na qual hauriu o sangue que nos reuniu; o Espírito Santo como o seu templo.
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Os profetas publicaram a glória de Maria antes do seu nascimento; compararam-na ao sol. De fato, a aparição da Santíssima Virgem bem pode comparar-se a um sol num dia de névoas. Antes da sua vinda, a cólera de Deus estava suspensa sobre as nossas cabeças como uma espada prestes a nos ferir. Logo que a Santíssima Virgem apareceu na terra, essa cólera foi aplacada ... ela não sabia que devia ser a mãe de Deus, e, quando era pequena, dizia: "Quando verei essa bela criatura que deve ser a Mãe de Deus?" A Santíssima Virgem gerou-nos duas vezes, na encarnação e ao pé da cruz: é pois duas vezes nossa mãe. Compara-se com freqüência a Santíssima Virgem a uma mãe; porquanto a melhor das mães castiga às vezes o filho que lhe dá desgosto; bate-lhe mesmo; e julga fazer bem. Mas a Santíssima Virgem não faz assim: é tão boa que nos trata sempre com amor e nunca nos castiga. O coração dessa boa Mãe é só amor e misericórdia; ela só deseja é ver-nos felizes. Basta só volverCM 397
mo-nos para ela para sermos atendidos ... O Filho tem a sua justiça, a Mãe tem só o seu amor. Deus amou-nos até ao ponto de morrer por nós; mas no Coração de Nosso Senhor há justiça, que é um atributo de Deus; no da Santíssima Virgem há só misericórdia ... Seu Filho estava prestes a punir um pecador, Maria se lança, detém o gládio, impetra graça para o pobre culpado: "Minha Mãe, dizlhe Nosso Senhor, eu não vos posso recusar nada. Se o inferno pudesse arrepender-se, vós lhe alcançaríeis o perdão". A Santíssima Virgem conservase entre o seu Filho e nós. Quanto mais pecadores somos, tanto mais compaixão e ternura ela tem por nós. O filho que mais lágrimas custou a sua mãe é o mais caro ao coração desta. Uma mãe não corre sempre ao mais fraco e mais exposto? Um médico, num hospital, não tem mais atenção para os mais doentes? O coração de Maria é tão terno para nós, que o de todas as mães reunidas não passam de um pedaço de gelo ao pé do dela. Vede como a Santíssima Virgem é boa! O seu grande servo S. Bernardo dizia muitas vezes: Ave, Maria ... Um dia essa boa mãe respondeu-lhe: Ave, meu filho Bernardo ... A Ave-Maria é uma oração que nunca fatiga. Quando se fala dos objetos da terra, do comércio, da política ... cansa-se, mas quando se fala da SS. Virgem, é sempre coisa nova. A devoção à Santíssima Virgem CM 397
é untuosa, doce, nutritiva. Todos os santos têm grande devoção à Santíssima Virgem; nenhuma graça vem do céu sem passar pelas mãos dela. Ninguém entra numa sala sem falar ao porteiro: pois bem! A SS. Virgem é a porteira do céu. Quando se quer oferecer alguma coisa a um grande personagem, faz-se apresentar esse objeto por aquilo que ele prefere, a fim de que a homenagem lhe seja mais agradável. Assim as nossas preces, apresentadas pela Santíssima Virgem, têm merecimento muito maior, porque a Santíssima Virgem é a única criatura que nunca ofendeu a Deus. Só a Santíssima Virgem foi quem cumpriu o primeiro mandamento: Um só Deus adorarás e amarás perfeitamente. Ela o cumpriu integralmente ... Tudo o que o Filho pede ao Pai é-lhe concedido. Tudo o que a Mãe pede ao Filho é-lhe igualmente concedido. Quando as nossas mãos tocaram aromas, embalsamam tudo o que tocam: façamos passar as nossas preces pelas mãos da Santíssima Virgem, e ela as embalsamará. Eu penso que no frm do mundo a Santíssima Virgem estará bem tranqüila; mas enquanto durar o mundo, ela será puxada para todos os lados ... A Santíssima Virgem é como uma mãe que tem muitos filhos. Está continuamente ocupada em correr de um a outro.
ln: http://www.seminariocampos.org.brlportuguesl sjbmvlsermoes/CateNS.htm 35
Estamos escrevendo este artigo no dia 20 de dezembro de 2004. No último artigo que escrevemos sobre a mobilização para o Encontro Internacional de Lourdes, passamos para vocês alguns números relativos às inscrições, lembram-se? Hoje o quadro é bem diferente! Tivemos uma grata surpresa quanto às inscrições: hoje são 2.806 inscritos, sendo 1.321 casais, 101 Conselheiros Espirituais, 34 viúvas(os) e 29 cônjuges desacompanhados (isto é, sem os respectivos cônjuges). Dentre as Províncias, a que apresentou maior número de inscritos foi a Província Sul I, tanto no total de inscrições como por categoria, totalizando 654 inscritos, dos quais 306 casais, 24 CE, 9 viúvas(os) e 9 cônjuges sós. Quanto às Regiões, a que mais enviou inscrições foi a Região Centro-Oeste I (35), com 208 inscritos, sendo 97 casais, 8 CE, 3 viúvas( os) e 3 cônjuges sós. Com esses números estamos encerrando a primeira etapa de préinscrições por equipe cujo prazo foi estendido e permitiu a inscrição de muitos equipistas após 20 de outubro. Quando vocês receberem esta Carta Mensal, já deverão ter pago a primeira parcela- referente ajaneiro de 2005 - com o carnê recebido que deve ser utilizado exclusivamente para pagamento da taxa de inscrição do Encontro Internacional. (Não confundir com o carnê utilizado para a contribuição mensal ao Movimento: são compromissos diferentes). Lembramos também que no carnê vocês poderão verificar em que plano foram enqua36
drados: 17 parcelas de R$ 85,00 ou 16 parcelas de R$ 90,00 ou 15 parcelas de R$ 96,00, dependendo do prazo em que encaminharam suas fichas de inscrição. Próximos passos - A partir de agora, cada inscrito para o Encontro Internacional deverá receber o carnê de pagamento para o ano de 2005 no endereço indicado na ficha de inscrição, devendo efetuar o pagamento até o final de cada mês. Os inscritos também poderão acompanhar suas inscrições pela internet, CM 397
consultando seus dados pessoais e os pagamentos efetuados, bastando para isso entrar no "site" das Equipes de Nossa Senhora, www.ens.org.br, fazer um "link" para o nosso Sistema de Controle do Encontro Internacional e entrar com o seu número de inscrição e sua senha que serão oportunamente divulgados. Para quaisquer dúvidas, entrar em contato conosco ou, se preferirem, contactar seus respectivos Casais Responsáveis Regionais, que também poderão ajudá-los a esclarecer dúvidas sobre as inscrições.
Por que tivemos que dizer não a algumas solicitações? - Durante o decorrer das pré-inscrições tivemos muitas consultas sobre a possibilidade dos equipistas inscreverem familiares estranhos aos quadros do Movimento, tais como filhos menores, filhos deficientes, parentes, cônjuges de conselheiros diáconos permanentes, dentre outros. Mediante consulta aos Responsáveis pela Coordenação Internacional do Encontro, foi-nos informado que não será
permitida a inscrição de nenhuma pessoa alheia aos quadros do Movimento. Por um lado lamentamos pelos equipistas que não tiveram suas justas pretensões atendidas, mas por outro entendemos que um evento deste vulto deve exigir um esforço muito grande de planejamento e que talvez os nossos anfitriões não tenham tido condições de atender de forma razoável a todas as solicitações. Continuamos, queridos irmãos equipistas, à disposição de vocês em caso de dúvida ou esclarecimento necessário. Lourdes está cada vez mais perto! Nossa Senhora nos espera como a Mãe amorosa aguarda a chegada de seus filhos. Contamos com as orações de todos pelo andamento do trabalho e pelo êxito de nosso X Encontro Internacional. Fiquem com Deus. Com nosso carinho,
Regina e Cleber Casal Coordenador para o X Encontro Internacional
Nossa Biblioteca
lOURDES FONTE DE GRAÇAS Mafalda Pereira Boing - Edições Loyola Um livro de leitura rápida. Fala das maravilhas que ainda acontecem no grande santuário de Lourdes. Com simplicidade, resume e conta a história das aparições de Maria em Lourdes e também alguns dados da vida de Bernadete, aquela a quem Nossa Senhora aparece 18 vezes e cujo corpo permanece intacto. Também relata alguns dos muitos milagres e conversões acontecidos em Lourdes, centro de oração e peregrinação. CM 397
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REGRA DE VlDA
Entre as obrigações que os Estatutos de 1947 determinavam como base das Equipes de Nossa Senhora, figurava a Regra de Vida. Eis o que diziam exatamente acerca dela: "E' para ajudar e orientar os seus esforços que as Equipes pedem a seus membros que fixem eles próprios uma regra de vida (a grande diversidade de casais não permite propor a mesma a todos). Sem regra de vida a fantasia preside muitas vezes a vida religiosa dos casais e torna-a caótica. Esta regra de vida (escusado será dizer que cada cônjuge deve ter a sua) não é mais do que a fixação do tempo e do lugar que cada um enten•--_. de deve dispensar à assistência à Missa, ao Sacramento da Penitência, à oração, à leitura espiritual etc. -Não se trata de multiplicar as obrigações, mas de as definir a fim de afirmar a vontade e evitar desvios. O conselho e controle de um padre são desejáveis, a fim de evitar a sobrecarga ou a facilidade . Não existe obrigação de dar a conhecer à equipe a regra de vida adotada, nem a maneira como é observada. Notemos no entanto que alguns casais se deram muito bem com o fato de levar a ajuda mutua até esse ponto". O princípio da regra de vida estava, pois, nitidamente formulado; o seu sentido, primeiro que tudo espiritual, bem marcado; sublinhada vigorosamente a sua necessidade como remédio para a fantasia e como 38
meio de assegurar maior método e perseverança. O papel do sacerdote estava aí indicado. O da equipe também. O essencial estava dito. Havia, no entanto, muitos pontos a precisar. Houve inquéritos que permitiram que isso se fizesse, ao mesmo tempo que levantavam novos problemas. Foi consagrado um número especial da Carta Mensal à regra de vida. Daremos a seguir alguns primeiros e breves conselhos para ajudá-los a escolher a regra da vida. Breves Conselhos: A regra de vida tem por finalidade fazer-nos progredir na vida cristã. Para o conseguir é preciso fazer esforço numa tríplice direção: • libertar-se • alimentar-se • exercitar-se Estes três verbos ajudarão as nossas primeiras tentativas , mas poder-se-iam encher várias páginas com a indicação daquilo de que nos devemos desembaraçar, de que nos devemos alimentar, a que nos devemos exercitar. Assim, dizemos desde já que a regra de vida será o ou os pontos bem determinados sobre os quais, por um período limitado, faremos incidir o nosso esforço. Precisemos que a regra de vida será: curta - precisa - escrita. A regra de vida é pessoal. Os Estatutos sublinham-no. Mas: • Muitos casais têm um ponto de regra de vida comum e isto é bom. E' o esforço do casal que fica assim determinado: trabalho de CM 397
leitura juntos, orações em comum, etc.; Para certos pontos da regra de vida pessoal é necessário o acordo do cônjuge. Ex.: Se resolvo ler todas as noites entre as onze horas e a meia noite, é preciso saber se minha mulher, a quem não consigo consagrar outro momento durante o dia, consentirá (mesmo antes disso, deveria pensar se está con-
forme com a caridade conjugal). • Os esposos podem ajudar-se a praticar a sua regra de vida. Mas é muito legítimo guardar para si um ou outro ponto da sua regra, sem o dizer ao cônjuge.
Extraído de Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora Equipes Novas N° 4, pág 12-17. (Década de 1960)
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ORAÇAO CONJUGAL DE UM CASAL AGRADECIDO Senhor, és companhia e sustento na jornada que empreendemos juntos há tantos anos. Temos muito que agradecer em dons, em carinho, em cuidados com os quais nos cercaste todos os dias de nossa vida. Sempre sentimos tua presença, tua força, tua proteção, nos bons e nos maus momentos. Por isso te agradecemos. Também contamos com tuas graças cada vez que precisamos agir como tuas testemunhas, como operários do teu Reino e, nos faltando as forças e o entusiasmo, o desânimo e o cansaço ameaçam tomar conta de nós. Contamos contigo cada vez que precisamos orientar nossos filhos. Nem sempre eles entendem a nossa linguagem, nem querem escutar as nossas palavras. Contamos contigo também quando nossos parentes e amigos não entendem nosso modo de viver. Até questionam nossas atitudes. Senhor, só tu és nossa força quando nos sentimos fracos, amigo quando nos sentimos sozinhos, Pai quando te chamamos. Obrigado, Senhor, por tudo, até pelas desgraças que sofremos e nos levam a participar mais intimamente da tua vida. Amém!
Penha e Paulo Eq. 115 N.S. da Alegria Rio III D CM 397
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A ALEGRIA DE SERVIR Com a visão de casal que está e omitir, alegando falta de tempo, há mais de 40 anos no Movimento falta de carisma, jeito e outros motidas Equipes de Nossa Senhora, ob- vos. Gostaríamos de alertar sobre o servamos quão maravilhoso e valio- que já foi dito com muita sabedoria so é pertencermos à Equipe Nossa em inúmeros artigos da Carta MenSenhora da Paz. Quanto recebemos sal: "Deus não escolhe os capacitade graças em nossa união matrimo- dos, capacita os escolhidos". Ninguém pode calcular a alegria nial, nesse transcurso feliz de 51 anos de duração. Houve crises, pro- que temos de ver, quase diariamente, equipistas de nossa vações, sofrimentos, querida Equipe atuando no entanto as alegrias nas celebrações como não faltaram. Apesar de catequistas de Batismo, formarmos uma família "O 1 a. Eucaristia, ministros de seis filhos e de amda Comunhão, membos trabalharmos fora, exemplo bros da equipe de liturainda arranjávamos arrasta", gia, na leitura, no canto, tempo para o aposem palestras, na acolhitolado na comunidade convence da, na coleta do dízimo ou fora dela. Durante e outros serviços. Caumuitos anos participáe é mais sa-nos muita satisfação, vamos do Curso de eficaz sem falar das muitas graNoivos em nossa Paças recebidas. róquia, Catequese de do que Agradecemos a Deus, 1• Eucaristia, Crisma, enquanto podemos, fafazíamos parte da Lipalavras. zendo um alerta aos acoturgia como leitores, modados, no sentido de palestras. Em nossa retribuir o muito que o aposentadoria, fizemos Movimento das Equipes parte do Instituto da Família, ajudando no Aconselha- de Nossa Senhora dia-a-dia nos ofemento Conjugal, durante 18 anos, no rece, lembrando ainda que "a quem Movimento Porta Aberta e atual- muito foi dado, muito será exigido". Que a Virgem Maria, nossa promente pertencemos à Equipe Vocacional Paroquial, onde felizes tra- tetora, guie os passos de todos os equipistas, principalmente dos que balhamos. Mas por que mencionar tudo vacilam ou desanimaram. isso? Porque "o exemplo arrasta", Dorinha e Júlio convence e é mais eficaz do que Eq. N. S. da Paz, 470303, palavras. Os equipistas, que tanto Florianópolis/SC recebem, não podem se acomodar 40
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CASAlS EM MlSSÃO Por ocasião da preparação do I Congresso Missionário da Diocese de São Carlos rumo ao Jubileu dos 100 anos de existência, instados pelo nosso Pastor, Dom Joviano de Lima Junior, a nossa Paróquia, pelo seu Pároco, manifestou a vontade e a determinação de ser Igreja Missionária que vai ao encontro das pessoas que estão afastadas da comunidade, acolhendo a pastoral de segunda união. Pastoral essa formada de casais que sofreram a derrota no seu matrimônio e buscaram uma segunda união estável, mas se mantiveram firmes na esperança, na fé e na caridade. Formaram-se, então, dois grupos que foram convidados a fazer uma experiência de vida de comunidade e a refletir sobre o plano de Deus para suas vidas. Desde logo foram incorporados à Pastoral Familiar já existente na Paróquia, atualmente composta de 12 grupos com mais de 70 casais de primeira e segunda união, que se reúnem nas casas e na paróquia, discutem assuntos familiares, rezam, estudam e servem a comunidade paroquial nos seus diversos engajamentos. Ao final do Congresso Missionário, o Senhor Bispo foi além: pediu para se ir atrás de todas as ovelhas afastadas do redil, seja qual for o motivo, porque todas precisam ver Jesus, Caminho, Verdade e vida. Mas quem irá mostrar como Filipe o fez ao viajante etíope? CM 397
Instados por esse novo desafio e com a orientação pastoral do Padre Pachielli, foram dados os primeiros passos, identificar todos os casais que procuraram a paróquia para se casar nos últimos anos. A primeira missão será visitar todos os casais casados na Paróquia Nossa Senhora do Carmo nos últimos anos. Quem irá fazer isso? Os membros da Pastoral Familiar. Irão de casa em casa visitar todos os casais, para saber como estão, onde e como vivem e oferecer-lhes a acolhida carinhosa da comunidade, ao mesmo tempo, convidando-os para se integrarem na comunidade, especialmente na Pastoral Familiar. Serão famílias acolhendo outras fanu1ias. Mas existem ainda muitos outros desafios: quantos e quantos batizados e crismados na paróquia, padrinhos, fanu1ias e jovens afastados, casais conviventes e fanu1ias irregulares, e muitos outros. A messe é muito grande! Que o Senhor da messe suscite vocações. E que os leigos, em especial os leigos casados, não se economizem de assumir sua vocação tão primordial e tão necessária ao lado do seu pároco ou conselheiro espiritual no desempenho do seu ministério.
Lourdes e José Benedito de Faria Equipe 18 N. S. Mãe das Graças São Carlos!SP 41
ERA UMA VEZ EM TAUBATÉ ... Era um grupo de casais que se reuniam para bater papo. No começo havia música, dança e conversa ... e o Padre Pedro, que tocava violão e cantava. E o grupo acompanhava. Aquilo era bom, era ótimo, mas não era tudo. Alguém lembrou: -Que tal rezarmos juntos? -Tudo bem! Tudo bem! Só rezar não era o bastante. E o Padre Pedro trouxe de São Paulo a Monique e o Gerard, do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. E a nossa, a primeira fundada em Taubaté (21-8-1961), recebeu o nome de Equipe Nossa Senhora Mãe do CorpoMístico. Às vezes, alguns casais se desentendiam ... mas nada era tão grave que não se resolvesse num dever de sentar-se. Com o passar do tempo, muitos casais partiram para outros movimentos ... mas outros companheiros chegariam para ficar! E os jantares da Equipe, inesque-
cíveis! Também, ninguém tinha colesterol, triglicirídios, nem 40 anos ... E quem não se lembra das reuniões informais que varavam a noite ... Bons tempos! Demos palestras em curso de noivos, organizamos clubinho de jovens adolescentes. Muitos partiam apressadamente para o "andar de cima". Nossos filhos cresceram, se formaram, namoraram (ai que tempos!), casaram!. .. e vieram os netos. E a equipe não se dava por vencida, continuava, apesar de tudo. Nossos filhos, noras, genros e netos estão aí. Esta é uma história que só pode ser contada porque durante todos estes anos Nossa Senhora esteve nos embalando, como fez com seu amado Filho.
Nina (do Léo) Equipe 1 A N. S. Mãe do Corpo Místico Taubaté!SP
"Se as equipes de Nossa Senhora não são um viveiro de homens e mulheres prontos a assumir, corajosamente, todas as responsabilidades na Igreja e no mundo, elas perdem sua razão de ser." Pe. Caffarel
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UM CASAl DA TERCElRA lDADE Queridos conselheiros e casais equipistas, No final de semana entre os dias 5 e 7 de novembro, foi celebrado isso mesmo, celebrado! - o nosso V Encontro Provincial. (... ) Em meio aos cânticos, às liturgias, celebrações, palestras( ... ) houve uma experiência, entre todas, que quero partilhar e testemunhar. Um casal, como tantos de vocês, conquistou todos os assistentes. Com seu jeito de ser, suas palavras, mas especialmente com a sua vida dentro das Equipes. O tema de sua palestra era, nada mais nada menos que a terceira idade. Ela já com 70 anos, ele com 75, mas apenas cronologicamente, pois na verdade o rosto e o espírito faziam crer que tinham no máximo 50 anos cada. Vinte e oito anos de "conversão" nas ENS! Sua presença, sua simplicidade e especialmente sua vida a dois levaram-me a constatar que, realmente, o nosso Movimento santifica aqui na terra. Os filhos devem ser amados à distância, sentenciou a mulher; em seguida, com simplicidade, acrescentou: Aqui está a chave da nossa vida a dois; temos respeitado o processo de cada filho e mantemos a nossa distância. Sem dúvida, este casal compreendeu que o verdadeiro segredo do matrimônio encontra-se numa vida vivida em sintonia com a proposta do Evangelho. CM 397
Os cônjuges não podem continuar o seu futuro ao lado dos filhos; não é a felicidade dos meus filhos exatamente o que me faz feliz. O fato de meu filho e minha filha se encontrarem bem de vida, de profissão , etc., não quer dizer que nós também estamos bem. Quantos casais chegam a uma idade avançada em meio a tristezas, desilusões e solidão. De que adianta ter os filhos bem colocados se o casal não consegue realizar o dever de sentar-se ou de ter uma comunhão plena? Quase me levanto da cadeira neste momento, não somente pela emoção, como também pela profundidade e grandeza destes que claramente deixavam entrever "uma só carne". Depois de ter-nos deixado a todos de olhos vermelhos - com o seu testemunho feito com espontaneidade, de coração aberto - muitos casais e Conselheiros ficamos de pé para lhes agradecer. No final, aproximei-me dela e perguntei: A senhora é professora? E ela, com o sorriso dos santos, respondeu: Com muita dificuldade concluí o Primário. Foi aí que minha "ficha" caiu ... Louvado sejas, Pai do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos grandes e as revelastes aos pequenos. Pe. José Rafael Solano Duran SCE Região Paraná Norte Extraído de Informe Equipista -Região Paraná Norte. 43
50 ANOS DAS EQUIPES PORTUGUESAS No dias 26 e 27 de fevereiro de 2005, as "Equipas de Nossa Senhora" de Portugal comemorarão os cinqüenta anos de existência, com um grande encontro em Fátima. A Super-Região Brasil, através do seu Casal Responsável, felicitou os irmãos portugueses pelo jubileu. Repercutiu muito positivamente a mensagem de Graça e Roberto, publicada na Carta Mensal nov/dezembro de 2004 daquela Super-Região. Em homenagem aos nossos irmãos portugueses, a transcrevemos, num convite a que nos unamos a eles em ação de graças a Deus, porque "o Senhor faz maravilhas" no coração dos casais.
A SUA M1SER1CÓRD1A SE ESTENDE DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO Amados irmãos das ENS da Super-Região Portugal: O ano de 2005 será um ano de alegria, de felicidade e de esperança para as Equipes de Nossa Senhora do mundo inteiro. O Movimento, em Portugal, fará memória dos cinqüenta anos de graça e conversão experimentada pelos seus equipistas. Para nós brasileiros, é uma graça participarmos da celebração do Cinqüentenário de implantação do Movimento das Equipes de Nossa Senhora em Portugal. Somente a generosidade do Pai poderia transformar-nos em porta-vozes dos equipistas do Brasil nessa ocasião histórica. Como pano de fundo das relações que estabelecemos nos últimos cinqüenta anos através das ENS, temos quinhentos anos de história comum que, pela vontade de Deus, tra44
çaram os rumos das nossas vidas e uniram os nossos povos. Como impedir que o dom da imaginação voe no tempo e atualize na memória esses cinco séculos de recordações e sentimentos comuns? Como impedir que os nossos "corações brasileiros" tenham explosões de alegria ao recordar as belas lembranças acumuladas nesse tempo todo? Como esquecer os laços de amizade construídos, os acertos e desacertos compartilhados e que marcaram a história da nossa gente? Em nome de milhares de corações equipistas, repletos de alegria cristã, expressamos o nosso reconhecimento ao povo português por ter partilhado conosco um pedaço da sua história e da sua cultura, ainda presentes no idioma, nos costumes e na religiosidade dos brasileiros. Por isso, manifestamos a nossa gratidão a Deus que elegeu os portugueses para serem os missionários das terras desconhecidas "d'além mar" e de revelar a face de Jesus Cristo na Terra de Santa Cruz. CM 397
A oportunidade de participarmos templo. Em vez de olharmos isolado "Cinqüentenário das ENS em damente cada uma das pedras que Portugal" despertou-nos um sonho. o constitui, aproveitemos para saboUm sonho que a razão humana pro- rear a riqueza do silêncio e recolhivavelmente categorizaria como uma mento que elas, no seu conjunto, inspiração ingênua, mas que, nem proporcionam. Peçamos, então, ao por isso, deixa de ser o nosso so- Senhor da vida e da história: "Ensinho. Nele (o sonho), os equipistas na-nos a contar os nossos dias brasileiros são convidados a esten- para alcançarmos o saber do coder os braços até envolverem todos ração" (SI 89, 12). os irmãos portugueses a fim de Houve muito esforço, muita reabraçá-los calorosamente. Ficaría- núncia e sacrifício dos construtores mos tão perto uns dos outros, que dessa obra de amor. Houve muito poderíamos nos olhar mututrabalho e fervor dos casais amente e vermos a cor dos e sacerdotes que receberam nossos olhos, o sorriso nos a graça de poder servir. lábios e sentirmos o amor Houve muitas alegrias pelas que Deus faz pulsar em nosvitórias alcançadas. Acima sos corações. Rezaríamos de tudo, houve uma fé inquejuntos, de mãos dadas, em brantável que fez perseveação de graças, as mesmas rar na confiança em Deus e orações que os nossos avós renovou a esperança de rezavam, aquelas orações que, com o Seu auxílio, é que eles aprenderam com os possível irmos além de onde vossos antepassados. Coroiríamos com a nossa capa50 ANOS cidade humana. ando esse momento de louvor e agradecimento, maniNestes cinqüenta anos festaríamos a nossa gratidão a Deus de graças e bênçãos, centenas e por este "pedacinho" da história das centenas de casais e fanu1ias foram ENS que Ele lhes permitiu compar- beneficiados pela proposta do Motilhar nos últimos cinqüenta anos. vimento, pela busca da Verdade soPara além do sonho, há uma rea- bre a fann1ia, pela busca da perfeilidade já vivida a celebrar. Para além ção cristã, no e através do matrido sonho há uma comunidade de mônio, e pela esperança de particiamor que Deus permitiu construir par da transformação do mundo dinesses anos todos, lentamente, con- fundindo a espiritualidade conjugal. quistando coração a coração, equiOcorre-nos citar o Pe. Flávio pe a equipe, setor a setor... Cavalca referindo-se às Bodas de Para descobrirmos toda a bele- Ouro do Movimento no Brasil: "cinza com que a inspiração divina re- qüenta anos já fazem história e vestiu nosso Movimento, olhemos tradição que nos cobram fidelicuriosamente para a Super-Região dade, inspiram confiança e emPortugal, como quem observa um purram para o futuro". É prováCM 397
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vel que, ainda que inconscientemente, esse mesmo sentimento e percepção da realidade tenham desafiado as Equipes em Portugal a escolherem como lema "ENS - 50 ANOS: SEMENTE PARA O FUTURO". Por fim, confessamos que nos sentimos profundamente envolvidos pelo entusiasmo transbordante dos equipistas portugueses com quem convivemos. Percebemos neles uma alegria imensa por pertencerem ao Movimento e outra, talvez maior, por sentirem-se responsáveis pela sua construção. Isto nos lembra uma das manifestações proféticas do Pe. Caffarel: "Um Movimento vivo é um Movimento que está construindo-se cada dia, graças à ação de cada um dos seus membros".
Agradecendo a oportunidade concedida à Super-Região Brasil de participar dessa grande festa de louvor e de gratidão, despedimo-nos com uma mensagem do Santo Padre João Paulo II, que certamente encanta a todos, por referir-se ao Rosário e à devoção do povo português à Mãe de Deus e padroeira nossa: "Venho em peregrinação a Fátima como a maioria de vós amados peregrinos, com o terço na mão, o nome de Maria nos lábios e o cântico de misericórdia no coração: Ele também "a mim fez grandes coisas... A sua misericórdia estende-se de geração em geração" (Lc 1, 49-50).
Graça e Roberto CR da Super-Região Brasil
DANDO FRUTOS Tivemos nos dias 6 e 7 de novembro o 1o Encontro de Jovens com Cristo (EJC) na nossa paróquia de Santa Cruz, Rio Claro/SP, e vivemos nesse final de semana o ápice de todo um trabalho muito bonito sonhado por dois jovens e pelo Pe. Mário José Filho- SCE de equipes de Ribeirão Preto e Piracicaba e dirigente espiritual do EJC. Fomos convidados a trabalhar em casal no convite e visitação a jovens bem como a seus pais, na função de "leões de tráfego". Nosso grupo era constituído de 1O casais e, para a nossa surpresa, oito eram equipistas. Foi um serviço muito gratificante e prazeroso, principalmente ao percebermos a emoção dos jovens no seu encontro pessoal com Cristo e dos pais ao participarem do bate-papo com o Pe. Mário. Acreditamos que a preocupação com os jovens faça parte de nossas vidas de equipistas, assim como a nossa disponibilidade para servir. O "sim", a exemplo de Maria, deve ser o nosso ideal de vida.
Alexandre e Flávia Eq. N.S. de Fátima (06-A) - Rio Claro/SP 46
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ASSEMBlÉlA NAClONAl DA PASTORAl FAMlllAR Ocorreu de 13 a 15 de novembro de 2004, na sede da Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar (SECREN), em Brasília, a 28" Assembléia Geral da Pastoral Familiar. Dela participaram os membros da Comissão Nacional da Pastoral Familiar- CNPF - (Bispos Referenciais, Coordenadores das 17 Regionais, Assessores e representantes dos principais Movimentos e Serviços ligados à área da família). Nós estávamos lá como representantes das ENS na CNPF e encontramos na ocasião com vários casais equipistas e SCE que participam como membros da CNPF. Estiveram presentes na Assembléia Geral Dom João Braz de Aviz, Arcebispo de Brasília e Dom Odilo Pedro Scherer, Secretário Geral da CNBB. Nesses três dias, cumpriu-se uma extensa pauta, compreendendo liturgias, palestras, apresentações de projetos e discussões que permitiram avaliar os progressos alcançados pela Pastoral Familiar no Brasil e definir a caminhada para 2005. Dom Rafael Llano Cifuentes, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral da CNBB, apresentou o projeto "Queremos ver Jesus" e os casais Coordenadores Regionais apresentaram um relato do andamento da Pastoral Familiar em suas respectivas áreas. CM 397
Na ocasião, foram apresentados aos membros da CNPF o "Guia da Orientação de Setor de Casos Especiais", o "Plano Estratégico de Ação Plurianual - 2004/2007" e o projeto "Associação Família" (em fase de finalização). Também foi definido o lema para o XI Congresso Nacional da Pastoral Familiar a ser realizado em São Paulo de 09 a 11 de setembro de 2005: "Família, fonte de vida e construtora da paz". Um momento muito significativo foi o da eleição e posse de Wanderley e Célia, de São Paulo, e Airton e Fátima, do Pará, que serão, respectivamente, os novos Coordenadores e Vice-Coordenadores da CNPF. Na ocasião, foi realizada a despedida do casal Ivanor e Vera, que passou a Coordenação da CNPF, e da irmã Fernanda Balan, que deixou o trabalho que realizava na Pastoral Familiar. Este foi sem dúvida um evento marcante, que mostra o progresso e o grau de maturidade alcançado pela Pastoral Familiar no Brasil na formação de agentes, na união de esforços para que a família seja santuário da vida no incentivo ao crescimento da espiritualidade familiar e por despertar na família seus papéis de educadora e missionária. Graça e Roberto CR da Super-Região Brasil 47
_ AMlGO NAO TEM DEFElTO
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O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos à venda". Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças, e logo um menininho apareceu na loja perguntando: -Qual o preço dos cachorrinhos? O dono respondeu: - Entre R$ 30,00 e R$ 50,00. O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas: -Só tenho R$ 2,37. Posso vê-los? O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cachorra correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um deles estava ficando consideravelmente para trás. O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando. - O que aconteceu com esse cachorrinho? O homem lhe explicou que, quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se emocionou e exclamou: - Esse o cachorrinho que eu quero comprar! E o homem respondeu: - Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente. E o menininho não gostou e olhando direto nos olhos do homem lhe disse: - Eu não quero que você me
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dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo. O homem respondeu: - Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos. O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou de novo para o homem e lhe disse: - Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda. O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas. Sorriu e disse: - Filho, só espero que cada um destes cachorrinhos tenha um dono como você. Moral: Na vida, não importa como você é, mas que alguém o aprecie pelo que você é e o aceite e o ame incondicionalmente. Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi.
Niedja e ]unio Eq. 7B - N. S. de Nazaré Nata/RN CM 397
Meditando em Equipe Neste ano, o mês de fevereiro dá início ao tempo da Quaresma, que é um tempo particular de conversão e penitência. Um dos programas próprios deste tempo litúrgico é a Campanha da Fraternidade. Por esta razão, é preciso colocar-se diante desse convite para a fraternidade, posto pela Campanha da Fraternidade, tornando-o um momento forte de crescimento espiritual, na linha da solidariedade.
Escuta da Palavra em Is 58, 1-8 Sugestões para a meditação: 1. Em que consiste a conversão que agrada a Deus? 2. Que passos são necessários para se chegar a uma vida cristã mais fraterna? 3. A fé no mistério pascal é, de fato, o centro da vida quotidiana?
Oração Utúrqka "Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te pocuro. Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra seca, esgotada sem água . Sim, eu te contemplava no santuário, vendo teu poder e tua glória. Valendo teu amor mais que a vida, meus lábios te glorificarão. Assim, vou-te bendizer em toda a minha vida, e em teu nome levantar as minhas mãos; eu me saciarei como de óleo e gordura, e com alegria nos lábios minha boca te louvará . Quando te recordo no meu leito, passo vigílias meditando em ti ; pois foste um socorro para mim, e, à sombra de tuas asas, eu grito de alegria; minha vida está ligada a ti , e tua direita me sustenta" (SI 63, 2-1 O).
Lourdes ... gruta, portanto! Uma gruta é a priori escura (cf: todos documentos ...). A gruta é escura por uma outra razão : é nela que os peregrinos vêm depositar todas as tristezas, todos os sofrimentos, suas doenças, suas muletas ... Na gruta, à direita, a reentrância onde apareceu Maria, simbolizada pela manchinha azul celeste. Atrás (voluntariamente imensa, pelo menos bem maior do que Maria), a cruz de Cristo, em vermelho, pois é a cor divina por excelência. Não há gruta sem água : a água do Gave, e também a água milagrosa, e é Cristo que age, por isso, o pé da cruz na água . As cores dessas águas eram inicialmente em azul dégradé, depois, a pedid o da ERI, em cores diferentes para simbolizar as 4 zonas de ligação. O amarelo tem a ver com Lourdes 2006, t ítulo do Encontro, também mod ificado a pedido da ERI, os dois zeros de 2006 f oram transformados em duas aliança s entrelaçadas, as ENS assim determinam .. .
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casa is por uma Espirit ualidade Conjugal R. Lu is Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 E-mail : secretariado@ens .org.br • cartamensal @ens .org .br Home page: www.ens.org .br