ENS - Carta Mensal 527 - Agosto 2019

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Ser padre é ser abençoado e verdadeiramente escolhido por Deus Um pai espiritual dado pelo Senhor para nos guiar no caminho da salvação. Ser padre não é uma tarefa fácil! Deixar tudo é entregar-se completamente nas mãos do Senhor. Isso pede vocação, força e fé. O padre é um ser humano sujeito a tentações, fraquezas e também emoções e sentimentos, mas somente quem se esvazia de si mesmo numa entrega total a Deus é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente sacerdote sabe fazer. Sabemos que essa missão é árdua, mas sabemos também que a alegria do servir é maior do que todos os desafios!

Ano LIX • agosto • 2019 • no 527

Entrega total a Deus

CARTA PATERNIDADE

é uma bênção, um presente da vida e uma missão dada por Deus

Feliz Dia dos Pais!

Obrigado querido padre por seus ensinamentos, por seu amor e sua proteção.

4/8/2019 – Dia do Padre

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Assunção de Maria

15 de agosto

Transfiguração do Senhor 6 de agosto


MEDITANDO EM EQUIPE

ÍNDICE Editorial........................................................... 01 Super-Região Obrigado!...................................................... 02 Pais e Padres: Paternidade Social, Espiritual e Pastoral........ 03 A dor de nossas faltas................................... 04 Transfiguração do Senhor.................................. 06 A família e a infância de Henri Caffarel..........08 A vida cristã é fundamentada no batismo..... 09 Encontro Mundial das Famílias Papa Francisco e o evangelho da família: o que Jesus Cristo está dizendo (Amoris Laetitia).... 10 Ecos de Fátima O pai viu-o e encheu-se de compaixão........... 12 Igreja Católica Sexualidade Cristã..........................................14 Ano Missionário Uma Igreja convertida e em saída................. 15 Ó Maria, há cem anos coroada, te louvamos! Pernambuco e Recife sob a tua proteção!.......26 A Solenidade da Assunção de Maria: assumida por Deus, modelo para os discípulos de Jesus.....................................17 Vida no Movimento Encontro Nacional de Sacerdotes e Acompanhantes Espirituais 2019...........................19 Província Norte............................................. 20 Província Nordeste I...................................... 20 Província Nordeste II..................................... 21

Província Centro-Oeste................................. 21 Província Leste.............................................. 22 Província Sul I............................................... 22 Província Sul II.............................................. 23 Província Sul III............................................. 24 Raízes do Movimento “Reunidos em Meu Nome”........................... 25 Testemunho Massabielle, a Casa das Equipes................... 26 Trissomia do Amor......................................... 28 O “Milagre das Trufas”.................................. 30 Monsenhor Paulo Daher, não sei por onde começar............................. 32 Início de Caminhada..................................... 33 Reflexão O impacto do SCE em nossas vidas............... 34 Onde encontrar um santo?............................ 35 Partilha e PCE Por que devemos elaborar uma Regra de Vida?..... 37 Formação Correção fraterna - Uma opção ou um dever?...... 39 Serviço nas ENS CRS – Casal Responsável de Setor................ 41 CRS – Um serviço na graça do Senhor!......... 42 Datas do Movimento A espiritualidade de um casal protagonista........ 43 Notícias............................................................ 45

Encontrar o Amor de Deus em tudo, mesmo em meio aos tormentos causados pelos meus próprios pecados A Palavra de Deus -- “Se o meu povo, sobre quem foi invocado o meu Nome, se humilhar, orar, buscar a minha presença e se arrepender de sua má conduta, eu, do céu, escutarei, perdoarei seus pecados e restaurarei seu país.” 2 Cro 7, 14 -- “Abandone o ímpio seu caminho, e o homem mau seus pensamentos, e volte ao Senhor, pois terá compaixão dele, ao nosso Deus, porque é rico em perdão.” Is 55, 7 -- “Rasgai os vossos corações, e não as vossas roupas, retornai ao Senhor, vosso Deus, porque ele é bondoso e misericordioso, lento para a ira e cheio de amor, e se compadece da desgraça.” Jl 2,13

Reflexão -- O ensinamento teológico da Santa Igreja nos ensina que nós fomos criados para Deus, para vivermos na intimidade do Seu Amor – nossa liberdade está em escolher a Deus. O distanciamento do homem em relação a Deus, gerado pelo pecado, o faz perder sua identidade no seu sentido mais profundo. O pecado, cedo ou tarde, trará dores e sofrimentos ao homem. Relutar contra Deus é desconhecer nossa origem e nosso fim. -- O pecado, isto é, as faltas contra o Amor de Deus, antes de causar a morte, gera dor, angústia, sofrimento, espanto, remorso, tristeza, vazio... sempre a voz da consciência nos diz: “Se eu pudesse fazer de novo, faria diferente”. A dor moral é causada porque temos consciência da gravidade da ofensa contra Deus e contra o próximo. Como você tem vivido seus momentos de dor diante das faltas cometidas? O que vem à sua mente quando você experimenta a mesma dor vivida pelo filho pródigo? -- Como é evidente, as faltas geram dores, dores físicas e, principalmente, dores espirituais. Esta dor não pode ter um caráter estritamente humano, como peso de consciência ou sensação do orgulho pessoal ferido. A dor, ou seja, o arrependimento verdadeiro tem como fonte a certeza da ofensa cometida contra Deus. Quando o cristão tem a consciência do Amor de Deus em sua vida, a dor pela falta cometida é mais intensa, pois dói muito ferir a Quem nos ama. Diante das faltas cometidas, sua dor tem se limitado à sensação de que “eu não deveria ter cometido tal falta porque infringi uma lei” ou “estou sofrendo muito porque feri a Quem me ama e deu a vida por mim”? Qual tem sido a raiz do seu arrependimento? Não se esqueça... apenas o orgulho ferido não gera arrependimento.

Oração espontânea

n o 527 • agosto • 2019

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Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lú e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi - Imagens: Pixabay (pp. 2, 3, 29, 30, 33, 37, 38); Can Stock Photo (1a capa, 4a capa, pp. 14, 28, 29); Google (pp. 7, 9, 15, 17, 18) - Tiragem desta edição: 30.000 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Carta Mensal

-- Infelizmente, temos um dado real: muitas pessoas não sentem mais a dor pela falta/pecado cometido; é como se nada errado tivesse praticado, pois não se tem consciência sobrenatural das suas atitudes. Peça hoje, fervorosamente, a Jesus a graça de sentir a dor pelas suas faltas/pecados e de viver um arrependimento verdadeiro. -- Sugiro, principalmente àqueles que há muito tempo não se confessam, a procurarem um sacerdote e fazerem uma profunda confissão. Não há verdadeiro arrependimento e dor na vida de um equipista sem a busca do sacramento da reconciliação. Não perca tempo, vá hoje mesmo.

Oração litúrgica Salmo 142 Escutai, Senhor, minha oração, prestai ouvido à minha súplica, por vossa fidelidade e justiça, respondei-me!

Estendo para vós as mãos, de Vós minha alma está sedenta como a terra seca.

Não citeis perante o tribunal vosso servo, porque, diante de Vós, nenhum ser vivo é justo!

Fazei-me sentir, pela manhã, vossa misericórdia, pois confio em Vós. Mostrai-me o caminho que eu devo seguir, Pois a Vós me dirijo. Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal

O inimigo persegue minha alma, calca por terra minha vida; relega-me às trevas, como os que há muito já morreram.

Apressai-Vos, Senhor, em responder-me, pois meu alento se extingue!


editorial Caros Equipistas! Iniciamos esta edição agradecendo ao querido Pe. Paulo Renato, SCE da SRB durante os últimos cinco anos... Como foi bom tê-lo por perto e sentir o amor e o cuidado que tem para com as ENS. Somos testemunhas de que não mediu esforços. Percorreu o Brasil de Norte a Sul, Leste e Oeste, orientou e cuidou! Em cada oportunidade, deixava explícito o seu amor e zelo! Somos muito agradecidos por tudo que fez e desejamos que Deus continue a conduzir seus passos, dando-lhe discernimento para ajudar as pessoas onde estiver. Saiba, foi um enorme prazer conhecer e trabalhar com o senhor. Só amamos o que conhecemos, por isso apresentamos alguns artigos sobre o Pe. Caffarel: “A família e a infância do Pe. Caffarel”, “Reunidos em nome de Cristo” e a reflexão “Onde encontrar um santo”... Assim, poderemos nos aprofundar mais e mais, em sua espiritualidade e pensamento sobre a vida matrimonial como caminho de santidade. Nesta edição, trazemos também três textos que expressam as preocupações do Papa Francisco. O primeiro foi apresentado no Encontro Mundial das Famílias, e versa sobre a importância das virtudes, que nos levam a aprender as regras e vivê-las, a fim de nos tornarmos livres. No segundo, tratou da sexualidade cristã, onde “o amor entre um homem e uma mulher, quando é apaixonado, leva-te a dar a vida para sempre”, e o último, sobre o Ano Missionário e a Igreja em saída. A bandeira Vida no Movimento, como sempre, nos mostra alguns dos muitos eventos formativos que aconteceram no nosso imenso Brasil equipista! Dentre os quais, ressaltamos a riqueza do Encontro Nacional de Conselheiros Espirituais, que reuniu em Itaici-SP 245 conselheiros de todas as Províncias, sendo 3 bispos. Uma maravilha! Agosto é um mês de muitas comemorações! Transfiguração do Senhor, Assunção de Nossa Senhora, dia dos Padres, dia dos Pais, e também a volta ao pai de D. Nancy e Pedro Moncau. Aproveitem as matérias sobre esses assuntos que selecionamos para vocês! Como homenagem aos pais, recomendamos a leitura do testemunho “Trissomia do Amor”, que por amor e com amor, a partir do nascimento da filha, é levado a ver a vida por outra ótica, aquela que a fragilidade requer... e assim, como disse o pai, “agora vê a perfeição no imperfeito”. Amigos, que o Espírito Santo os ilumine a fazerem uma leitura venturosa. Com carinho, Débora e Marquinho CR Carta Mensal CM 527

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super-região

Obrigado! Prezados amigos e amigas, na Carta 484 de outubro de 2014 escrevia meu primeiro artigo como Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região Brasil. Já se vão quase cinco anos! Naquela ocasião escrevi pedindo licença para entrar nos lares de vocês e “palpitar” em suas vidas matrimoniais através dos artigos que escreveria. Espero que tenha recebido a licença porque entrei assim mesmo. Aqui estou eu novamente! Só que diferente daquela ocasião agora quero agradecer a bênção de ter podido me comunicar com vocês através de mais de quarenta pequenos artigos escritos durante os últimos anos. Andando por esse nosso querido “Brasil Equipista”, pude perceber o quanto bem faz a Carta Mensal. Permitam-me contar uma história. Numa dessas andanças experimentei algo muito emocionante. Visitando as fronteiras do nosso Movimento para uma formação “Ser Movimento”, na época Nível III, encontrei uma senhora que pediu para tirar uma fotografia comigo e depois me confidenciou que esperava ansiosa, todo mês, a Carta para poder ler os meus artigos. Meio desconcertado agradeci e ela completou, dizendo que não sabia ler e que procurou a alfabetização para adultos com intuito de poder ler a Carta Mensal. Me senti muito pequeno naquele momento, pois, tenho certeza que poderia ter dado mais do que dei no momento de escrever os artigos durante esses anos. Por isso, aproveito também para pedir desculpas por não ter me dedicado mais do que me dediquei. Quero agradecer, de maneira especial, dois casais pela paciência comigo, Fernanda e Martini e também Débora e Marquinhos, casais responsáveis pela Carta Mensal durante esse período. Não poucas vezes, na maioria delas por culpa da minha tumultuada agenda, deixei para entregar o artigo na última hora e sempre fui por eles compreendido. Muito obrigado pela paciência e tolerância! Caríssimos, na próxima Carta vocês serão apresentados a um novo amigo quando lerem o artigo do Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região Brasil. Que a presença dele nas suas vidas através dos artigos mensais, aumente a qualidade de suas vidas de santidade – espiritualidade conjugal. Um grande abraço e minha bênção! Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região 2

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Pais e Padres: Paternidade Social, Espiritual e Pastoral Olá, queridos irmãos equipistas. Neste mês de agosto queremos homenagear os nossos queridos Sacerdotes Conselheiros Espirituais pelo Dia dos Padres e, é claro, os papais pelo dia dos Pais. Aos queridos sacerdotes nosso abraço, nossa admiração e nossas orações para que continuem firmes nesta bonita missão que escolheram e que de tabela lhes trouxe muitos filhos. Hoje, não nos resta a menor dúvida que para os pais não está sendo fácil transmitir aos filhos uma educação saudável e uma personalidade segura. E se falta religião na família, a situação se torna ainda mais preocupante. Para ser bom pai são necessários bons princípios, pois o pai não existe apenas para colaborar na geração dos filhos. Sua missão vai muito além disso. Essa missão precisa ser iluminada pela fé, alimentada pelo amor e construída na esperança de ver nos filhos o prolongamento da sua honra e da sua dignidade. Essa é também a missão de cada cidadão que queira se orgulhar de ser pai. E é a esse cidadão que queremos alertar para que não se deixe seduzir pelas vaidades do mundo, mas se faça revestir dos valores cristãos e testemunhe com seus gestos a riqueza e a grandeza da sua paternidade. Esses valores são fundamentais para conseguir fazer-se luzeiro iluminando as mentes e os corações de seus filhos, transmitindo segurança, alegria, fé e otimismo. Esses valores são insubstituíveis e necessitam de um cultivo permanente. Esses valores perpetuam o nome e a honra de quem aceita buscar em Deus a força e a sabedoria de bem conduzir uma família. Essa homenagem vai para aquele homem que humildemente se põe de joelhos diante do Senhor pedindo bênçãos e luzes. Aquele homem que confiantemente reserva tempo para sentar aos pés do Senhor para escutar sua palavra, ouvir seus ensinamentos e partilhar suas emoções. Essa homenagem é dirigida aos pais que cultivam a alegria da paternidade distribuindo amor, lealdade, serenidade e segurança. Homens humildes e sábios, que não se apoiam em diplomas ou títulos e não se aproveitam de sua posição política ou social, e que sabem vivenciar a fé e espiritualidade transmitindo aos filhos os valores adquiridos com o verdadeiro pai: Deus. Parabéns e que Deus os ajude sempre. Fraterno abraço, Lu e Nelson CR Super-Região CM 527

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A dor de nossas faltas Passamos pelo quinto capítulo de nosso livro tema, “A dor de nossas faltas”, cujo objetivo é levar-nos a meditar sobre o remorso, o arrependimento, o caminho de conversão e penitência. Perguntemo-nos então: o que nos impossibilita de reconhecer nossas faltas? E através do fio condutor da parábola do Pai Misericordioso, em Lc 15, 18-19, percebemos a fragilidade do filho pródigo, ao sentir a dor de suas faltas: “Pai, pequei contra o céu e contra Ti. Não mereço mais ser chamado teu filho; trata-me como a um de teus empregados”. E quantas vezes nos vemos em crise e recorremos à misericórdia de Deus, a seu amor paternal? Pois em nosso íntimo, sabemos que Ele tudo perdoa, que seus braços sempre abertos estão a nos acolher, mesmo nos momentos mais difíceis, em que não vemos saída, em que somos conscientes de nossos erros, de nossas faltas e nos pomos humildes a pedir perdão e a entendermos a importância do sacramento da reconciliação, pois Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, que nos faz tomar a consciência de nossas limitações e da necessidade de conversão. O Catecismo da Igreja Católica, número 1439, fala que é um processo, um caminho de conversão, causado por decisões precipitadas, que conta com o generoso acolhimento do pai como o amor do Pai que está no céu. Porém, não basta somente o reconhecimento e a determinação em mudar, mas de pôr em prática esta mudança. O processo de conversão, o caminho da penitência, irá depender muito de nossa oração à luz do Espírito Santo. E na relação conjugal nossa atenção deverá ser sempre redobrada, pois um desacerto às vezes sem importância para um pode converter a um dano 4

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enorme ao outro cônjuge, portanto devemos estar atentos às nossas atitudes, deixar de lado nosso egoísmo, que poderá advir a uma dor imensa e a causa de doenças a longo prazo e por vezes até sem retorno.

“Se o remédio contra a dor e a tristeza é o amor, por que não combatê-los desta forma?” Neste capítulo, acompanhamos a dor de um pai e de uma mãe, ao verem o filho enveredar por caminhos indesejáveis, que o afastam de casa à procura de novas alegrias, novas amizades e se entrega à vida mundana, diferente da que imaginaram para sua vida! O aceitar destes pais e terem os olhos compassivos os fazem questionarem-se... Porque isto aconteceu em nossas vidas? O repensar... por vezes a oração constante, pode ser a única atitude a alimentar a esperança. E quantas vezes dizemos isto? Mas por vezes, não enxergamos que é necessária a dor de nossas faltas, para superarmos o mal em nossas vidas. É necessário ir ao fundo do poço para compreender e recomeçar a consertar os erros cometidos, é um processo de conversão, que pode levar tempo e exigir um grande esforço de nossa parte. ...que nossas palavras sejam como as dos discípulos que, repetindo as próprias expressões de Jesus, dizem a Bartimeu: “Coragem, levanta-te! Ele te chama” (Mc 10, 49). Acompanhamos também a dor imensa de uma família, cujo pai sai de casa, deixa esposa e duas filhas, mas que com o passar do tempo se arrepende, reconhece seus erros, pede perdão e, mesmo ainda sendo amado, só é aceito sob a condição de recuperar o amor e a confiança das filhas. Quando somos chamados, somos enviados a dar coragem, a amparar aqueles que precisam e levar Jesus através de nossa vivência, através de nosso matrimônio e de nossa vida de Equipe. Mas onde está o matrimônio? - O matrimônio, um Sacramento a caminho de Deus, que deixa de lado a soberba, aceita as fraquezas do outro, os erros cometidos, não permitindo que nada abale o relacionamento, se em Jesus estivermos convictos. Leila e Fernando CRP Leste CM 527

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Transfiguração do Senhor A Transfiguração do Senhor é celebrada na Igreja oriental desde o século V, sempre no dia 6 de agosto. É uma das grandes solenidades do calendário oriental. Os orientais têm grande devoção à luz que aparece sobre Cristo e a relacionam com a obra de divinização do homem, feita ao longo da História. É uma festa de origem palestina, porém logo se estendeu às Igrejas da Armênia e da Síria. Foi introduzida no calendário católico ocidental por volta do ano de 1457, pelo Papa Calisto II. Essa festa é celebrada no dia 6 de agosto provavelmente devido à festa da dedicação da Igreja sobre o Monte Tabor, realizada naquele dia. Também é o dia “do grande meio-dia”, ou seja, o dia mais longo do verão. Essa data está também quarenta dias antes da Festa da Exaltação da Santa Cruz e, segundo uma antiga tradição, a Transfiguração teria ocorrido quarenta dias antes da crucifixão. A Transfiguração está relatada nos Evangelhos Sinóticos, em Mt 17,1-9, Mc 9,2-10 e Lc 9,28-36. Há uma alusão a ela na Segunda Carta de São Pedro Apóstolo (1,16-18); a liturgia a relaciona com uma leitura do livro do profeta Daniel (7-9-10.13-14), que é lida quando a festa é celebrada em dia de semana. O Catecismo da Igreja Católica (n. 554) relaciona esse episódio com o anúncio da Paixão feita por Jesus a Pedro, logo após que este o confessara como Cristo: o Mestre “começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e lá sofrer [...], que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16, 21). Pedro rejeita este anúncio e os outros não o entendem. Neste contexto ocorre a transfiguração de Jesus, no alto de uma alta montanha, diante de três testemunhas escolhidas: Pedro, Tiago e João. O rosto e as vestes de Jesus tornaram-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, “e falam da sua morte, que ia consumar-se em Jerusalém” (Lc 9, 31). Uma nuvem então os envolve e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho predileto: escutai-o” (Lc 9, 35). Santo Tomás se perguntou na Suma Teológica se era conveniente Cristo transfigurar e respondeu que sim, pois o Senhor, depois de haver anunciado a sua paixão, convidou-os a que imitassem o seu exemplo. Mas para chegarmos a uma meta, é necessário trilhar bem um caminho previamente conhecido. É mais necessário conhecer o fim quando o caminho é difícil e áspero. Ora, o fim de Cristo, na sua paixão, era alcançar não somente a glória da alma que tinha desde o início, mas também a do corpo, conforme diz o Evangelho: “Era necessário que o Cristo so6

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“Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai”

fresse estas coisas para assim entrar na sua glória” (Lc 24). A essa mesma glória Cristo conduz os que imitam o exemplo da sua paixão. Por isso era conveniente que manifestasse aos seus discípulos a sua claridade luminosa, ou seja, a sua transfiguração, que também concederá aos seus no final de suas vidas, conforme disse São Paulo: “Ele vivificará o nosso corpo humilhado para o fazer conforme ao seu corpo glorioso” (Fil 21). De forma que foi altamente conveniente os apóstolos poderem ter gozado por um breve tempo da contemplação da felicidade eterna para assim poderem tolerar com mais forças as adversidades que teriam diante de si. O Catecismo cita uma oração da Liturgia oriental: “Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai”. Pe. Rogério Días da Silva SCE Província Leste CM 527

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A família e a infância de Henri Caffarel Henri Caffarel nasceu em Lyon no dia 30 de julho de 1903. Pouco se sabe dos antepassados e dos primeiros anos dele. Porém, durante o 1º Colóquio sobre o Padre Caffarel, realizado em Paris nos dias 3 e 4 de dezembro de 2010, seu primo Michel Dealberti traçou um quadro preciso de todo um ambiente coerente e bem tipificado da família Caffarel. Os pais de Henri Caffarel, Ferdinand Caffarel e Élise Voisin, nasceram ambos em Lyon, onde trabalhavam no comércio de feltros e artigos de lã. Nas famílias de origem, alguns ocupavam cargos no judiciário, em cartórios ou no mundo financeiro. As famílias Caffarel e mais ainda os Voisin, a família da mãe do Padre Caffarel, eram próximas dos Arcebispos de Lyon. Vários tiveram cargos importantes em associações profissionais, nas Conferências de São Vicente de Paulo, na Fundação da Fourvière e no Instituto Católico de Lyon. Além disto, alguns ajudaram na manutenção de um hospital através de contribuições financeiras regulares. Pode-se afirmar que foi marcante o meio cristão em que o menino Henri crescera. Demonstração disto é o fato de que em um século a família dele fornecera nada menos do que 14 sacerdotes e várias religiosas à Igreja, todos provenientes das diversas famílias aparentadas aos Voisin e aos Caffarel, como os Tomasset e os Venard. Foi seu tio, o padre Louis Venard, que o batizou no dia 2 de agosto de 1903 com os nomes Henri Auguste Marie. Sob o aspecto religioso, eram fiéis, rigorosos e de um certo jansenismo então difundido no meio da burguesia católica. Ao mesmo tempo, o meio familiar era unido, todos gostavam de encontrar-se, faziam música juntos. Os avós acompanhavam os netos, os primos não se perdiam de vista. Henri Caffarel fez o curso primário na Escola Clerical de São Francisco de Sales em Lyon e em 22 de maio de 1911, na paróquia do mesmo nome, recebeu a primeira comunhão. Em seguida, começou o curso secundário. Ele frequentou o Externat Sainte-Marie dos Irmãos Maristas e em 1921 consegue o seu baccalauréat (exame final do curso) em matemática. Desde pequeno, desenvolvia também uma vasta cultura literária, engajando-se, ao mesmo tempo, na vida eclesial e especialmente na experiência da Ação Católica dos anos 30, onde participava regularmente de círculos de estudo e de reuniões. E é durante um retiro pregado por um marista, o Padre Plazenet, que surge nele a vontade de seguir o caminho do sacerdócio. Padre Caffarel muito recebeu de sua família e lhe foi fiel. Mas aos poucos, ele vai emancipando-se desse ambiente quando finalmente vai terminar a sua formação religiosa em Paris e tornar-se sacerdote naquela diocese. (Dados extraídos do Boletim de Ligação, n° 9 julho-agosto 2011 da Associação Os Amigos do Padre Caffarel e do livro Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus de Jean Allemand)

Afra e Beto CR Causa de Canonização do Padre Caffarel no Brasil 8

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A vida cristã é fundamentada no batismo O batismo é um sinal visível de uma graça invisível. Todos os sacramentos foram criados por Jesus Cristo. O batismo é a iniciação na vida cristã e consequentemente participamos da vida de Cristo. Pelo batismo, passamos a fazer parte da comunidade dos seguidores de Jesus, participantes da vida de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. João batizava com água e não era um sacramento! Apenas quando Jesus santificou as águas do Jordão com Sua presença e que a voz do Pai se faz ouvir “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição (Mt 3,17), e que o Espírito Santo aparece sob a forma de uma pomba” (foi então uma visão da Santíssima Trindade), é que fica instituído o batismo como sacramento. Essa instituição é confirmada por Jesus quando Ele diz a Seus apóstolos: “Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Os apóstolos seguiram o que disse Jesus e Pedro diz aos que o escutavam: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38). O batismo é ordinariamente válido quando o ministro (bispo, presbítero ou diácono) – ou, em caso de necessidade, qualquer pessoa – derrama água sobre o batizando e diz: “Nome, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Isso supõe a fé em Jesus Cristo, pois sem a fé o batismo não passa de uma encenação. Jesus instituiu, então, o batismo e determinou que seria usada a água como matéria desse sacramento. Foi também Jesus quem determinou a forma: “Eu o batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”. Mas só isso não basta. É preciso ainda que o ministro tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja Católica no sacramento do batismo. O batismo nos dá, pela primeira vez, a graça santificante, que é a amizade e a presença de Deus no nosso coração. Junto com a graça recebemos o dom da fé, da esperança e da caridade, assim como todas as demais virtudes que devemos procurar proteger no nosso coração. O batismo apaga o pecado original, apaga os pecados atuais e todas as penas ligadas aos pecados, ele imprime na nossa alma o caráter de cristão, fazendo de nós, filhos de Deus, membros da Santa Igreja Católica e herdeiros do Paraíso, tornando-os capazes de receber os outros sacramentos. Por isso tudo, vemos que ser batizado é absolutamente necessário para a nossa salvação. Inspirado no Catecismo da Igreja Católica e na Catequese sobre Batismo no site da Canção Nova.

Sônia e Eiyti CR Intercessores Super-Região Brasil CM 527

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encontro mundial das famílias Papa Francisco e o evangelho da família: o que Jesus Cristo está dizendo (Amoris Laetitia) Existem muitas regras na vida, em todas as partes da vida, mas nem todas são justas, como a escravidão! A Amoris Laetitia propõe uma abordagem para nos aproximarmos de Deus. Como? Pela oração e ascese das virtudes. A família é o lugar de formar as virtudes pela comparação da vida com ideias, incentivos, esforço, exemplos, reflexões e também lugar de oração. Não é um simples fato de aprender as regras, mas de vivê-las. As virtudes nos levam a aprender as regras, e vivê-las nos faz livres. Quando as virtudes estão em nós podemos tomar nossas decisões sozinhos, sem elas não estamos preparados para viver o mundo. A virtude nos conforma e constrói para sermos livres. Não se trata de tomar decisões ou ser como quer, faço o que quero. Isso é a escravidão do ter, do querer e do poder. Quando digo que Cristo vive em mim, é porque eu quero, isso é liberdade. As virtudes devem ser passadas aos filhos, pelos pais, na família. Essa é a escola de virtudes. Aprender qualquer coisa envolve uma série de correções... crianças que são amavelmente corrigidas, se sentem acolhidas pelo amor dos pais. Não corrigir não produz virtudes nas crianças. Meu desejo se torna a base

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da nossa convivência, não há uma direção correta a seguir. Muitas crianças crescem sabendo os seus direitos, mas não suas responsabilidades. As crianças devem ter bons exemplos como os santos, mas às vezes os santos estão distantes! Então, os heróis da história são os pais, mesmo que imperfeitos. A família é a primeira escola dos valores humanos onde se aprende o valor da liberdade. Se a família quebrar, a escola das virtudes também quebra, e assim a sociedade. A tecnologia nos dá uma ilusão de superioridade e de sermos autossuficientes, tudo podemos conseguir com um smartphone conectado, de uma receita, um mapa, um encontro com minha futura esposa que ainda nem conheço. Para as famílias, o mais importante é dar uma educação em casa, no mundo real e não virtual. A capacidade de se relacionar, de compartilhar, de respeitar e de amar, se aprende na família e no mundo real. Antes, toda autoridade na família passava pelos pais, mas agora a tecnologia deixa as crianças mais independentes. Os pais deveriam estar preocupados com o mundo virtual dos filhos, conhecer quem entra silenciosamente em suas casas na madrugada enquanto todos dormem.

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A educação sexual é importante e temos que nos apoiar nos avanços da tecnologia e medicina para aprender mais sobre isso. Mas deve ser ensinada primeiro no amor. Amar é desejar o melhor para o próximo, não é sentimento pelo outro e não por si mesmo. Amar é uma atitude, é uma expressão para o próximo, doação do seu corpo para o prazer e felicidade do companheiro, isso se aprende na família. Não se deve permitir que alguém seja objeto de atração sexual e nem use isso para tirar vantagem. Não se deve aprisionar ninguém com o intuito de proteção, as pessoas são feitas para o mundo, aí entra novamente a vida das virtudes, inclusive na vida sexual. Aprender a entender a linguagem do corpo é doar-se, a linguagem do amor é a mais antiga do mundo. Nós somos inteiramente livres, essa é uma cultura comum hoje. Se todos pensarem assim o mundo se tornará, como está, uma grande bagunça. Nós temos o absoluto poder sobre o nosso corpo, mas não podemos colocá-lo acima do poder da criação. Outro desafio é a diferença de gêneros de homens e mulheres na sociedade. Somos criaturas e temos a vida como presente, não podemos ser reinventados sempre. Meu pequeno projeto de liberdade não pode estar acima do bem-estar de todos, existe um poder maior acima de tudo que não pode ser desrespeitado. O casamento cristão é realizado na doação do amor entre um homem e mulher abertos para a procriação e

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educação dos filhos. A família também é uma escola de santidade. O poder pode estar nas armas, ou estar no amor. O poder de Jesus está no amor! O que você faz quando alguém não vive isso, excluir... ? Temos que ter a sensibilidade pastoral. A geração de Francisco tem a misericórdia. O templo pode ser pensado como o local de adoração, mas o templo é o local onde Deus trabalha e se faz presente, no casamento, nas pessoas. Uma família é forte quando junta, procura o amor de Deus que fortalece o interpessoal. Isso não permite que haja o instinto de pocessão no amor, pois sabemos que pertencemos a Deus. Não somos donos de ninguém, nem de nossos filhos, mas temos a responsabilidade de prepará-los para a vida. Adaptado da conferência do Bispo Robert Barron, Auxiliar da Arquidiocese de Los Angeles no Encontro Mundial das Famílias 2018 por

Cristiane e Brito Eq. N. S. Auxiliadora São José dos Campos-SP

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ecos de fátima

O pai viu-o e encheu-se de compaixão No seguimento do Encontro de Fátima, deparamos com a meditação de Pe. Tolentino Mendonça, focando na parábola contada por Jesus, o contraste de dois excessos: o da desmedida extravagância do filho e o do extremo amor do pai. Este, sendo progenitor de dois filhos, vê que precisa tratá-los de forma diferente, dedicando para ambos autêntica misericórdia. Não indaga por que motivos o filho mais novo volta para casa, pois também jamais questionou as razões que o levaram a sair do lar. Igualmente, não o inquietam as reações que possa ter o filho mais velho. O pai ama-os simplesmente. É visível que o caçula, mesmo quando regressa, é movido por impulsos egoístas, seguindo o instinto da sobrevivência, não o amor. À beira de morrer de fome, lembra-se da abundância de alimentos da mesa dos empregados de seu pai. O pai não é inconsciente, o pai sabe tudo. Entretanto, aos olhos do pai, aquele menino é apenas o filho, seu filho. Por isso, quando o avista, ao longe, com olhos cansados de esperar, toma a iniciativa de correr ao seu encontro, considerando que mais importante do que a ruptura do filho com a família é o seu regresso. Em família experimentamos isso em tantas ocasiões! Um filho trôpego de desilusões não consegue voltar para casa por seus próprios pés, precisa ser buscado no colo, reconduzido nos ombros da esperança. Com o coração transbordante de compaixão, o que o pai quer é abraçar o filho e reintroduzi-lo à intimidade familiar da casa. É uma acolhida plena, inquestionável e inesperada pelo próprio filho. Diante de tamanha bondade, é comum refletir que este pai se excedeu. Foi, ele sim, um pai pródigo de amor excessivo? Devia ter aplicado, ao menos, uma lição moralizante, forçando o filho a pensar nos erros cometidos? Este excesso do pai, o excesso de misericórdia, tem, porém, o propósito de anunciar-nos como Deus age conosco. Jesus nos revela como é o amor do Pai. “A misericórdia é a arte necessária para salvar a vida, é o caminho que todos precisamos percorrer”. E não há misericórdia sem excesso! Esta é uma das fundamentais lições da parábola. Não há misericórdia sem dádiva, sem abundância na doação. Aquele filho desajustado trazia consigo tantas feridas, manifestas e escondidas, que precisava ser curado logo com um bálsamo generoso e abrangente, o bálsamo da misericórdia. 12

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A parábola nos diz que misericórdia não cabe numa definição. É sempre mais ampla que o conceito que se possa fazer. Compreende compaixão, bondade, perdão, reconciliação. É tudo isso e ainda mais. É dar a mais, ir mais longe. Não é dar ao outro o que ele merece, mas é justamente oferecer o que ele não merece. Fazer uma festa pela volta da pessoa decaída; vesti-la com os símbolos do regozijo; o anel no dedo, a túnica mais bonita... É este excesso de amor que retrata a misericórdia. A misericórdia não se deixa capturar pelo senso de justiça: “Fizeste isto, mereces aquilo”. Enquanto não há um excesso de amor, não há solução, muitas vezes, para quem está depauperado. Se quisermos ser apenas justos, poderemos ser até boas pessoas, mas não experimentaremos o estonteante abraço da misericórdia, fascinante gesto capaz de curar uma vida ferida. Rezemos para que nossa família se torne uma escola de misericórdia.

Graça e Eduardo Eq. N. S. do Bom Conselho Porto Alegre-RS CM 527

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igreja católica

Sexualidade Cristã Escrevendo para “os jovens e a todo povo de Deus”, na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit, de 25/03/2019, o Santo Padre Francisco cita a importância da sexualidade para o ser humano: “Lembro que Deus nos criou sexuados. Ele próprio criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas. Dentro da vocação para o matrimônio, devemos reconhecer, agradecidos, que a sexualidade, o sexo são um dom de Deus. Sem tabus. São um dom de Deus, um dom que o Senhor nos dá. E fá-lo com dois propósitos: amar-se e gerar vida. É uma paixão, é o amor apaixonado. O verdadeiro amor é apaixonado. O amor entre um homem e uma mulher, quando é apaixonado, leva-te a dar a vida para sempre. Sempre. E a dá-la com corpo e alma”. Sua Santidade destaca a importância da vida sexual dos casados, como dom de Deus, “sem tabus”, e coloca dois pontos de referência para o matrimônio: “amar-se e gerar a vida”. No passado, pré-Vaticano II, não era assim. A virgindade era um “estado” superior ao dos casados. O Papa S. João XXIII disse “aos pais e mães de família das Equipes de Notre-Dame”, em 3/5/1959: “Se é verdade que o estado de virgindade é, por natureza, superior ao estado de matrimônio, esta afirmação não é de modo algum oposta ao convite dirigido a todos os fiéis a serem ‘perfeitos como o Pai celeste é perfeito’ (Mt 5,48). A própria honra, que é prestada pela Igreja à virgindade cristã, é precio14

sa para o casal, pois a perfeita castidade das almas consagradas é um constante lembrete do ideal de amor de Deus que, no matrimônio, deve também animar e apoiar a prática da castidade própria deste estado.” Obviamente o chamado a um relacionamento sexual casto e reciprocamente respeitoso, prevalece. O Papa Francisco, nesta mesma Christus Vivit, recomenda “educar a própria sexualidade, para que seja sempre menos um instrumento para usar os outros, e cada vez mais uma capacidade de se doar plenamente a uma pessoa, de maneira exclusiva e generosa”. O Servo de Deus Henri Caffarel, no discurso em Chantilly (3/5/1987), nos diz que “com as Equipes de Nossa Senhora, afirma-se na Igreja que a sexualidade é um fator de santificação, desde que seja assumida e evangelizada; e que o prazer é uma realidade santa, que faz parte do plano de Deus e não deve ser posto sob suspeita”.1 A inspiração Divina e a ação do Pe. Caffarel, inclusive no Vaticano II, ajudaram muito a mudar a visão da Igreja sobre a sexualidade. A nós cabe esse testemunho.

Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém-PA CM 527


ANO MISSIONÁRIO

UMA IGREJA CONVERTIDA E EM SAÍDA O Papa Francisco está convicto, e nós devemos concordar com ele, que a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. Não devemos descuidar também que a atividade missionária sempre representou e ainda representa o grande desafio da Igreja. Outros aspectos apresentados na carta do Papa Francisco foram a conversão pastoral e o estado permanente de missão, que já estão bem presentes em nossas atividades e planos pastorais, desde o Documento de Aparecida. Precisamos redobrar os esforços para que esta conversão de fato aconteça e seus efeitos nos façam mergulhar neste desejado e indispensável estado permanente de missão, nas palavras e desejo do Papa, “em todas as regiões da terra”, de maneira que a Igreja se revista de missionariedade em todos os seus aspectos e atividades: costumes, estilos, horários, linguagem, e, sobretudo, a reforma das estruturas eclesiais. Como sempre, o fervor, a empolgação, o ardor e o profetismo do nosso Papa o levaram a falar de maneira forte, convincente e renovada: “Com confiança em Deus e muita coragem, não temamos empreender uma opção missionária capaz de transformar tudo... toda a estrutura eclesial se torne um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à auto-preservação.” De fato, para que isso aconteça, nossas Pastorais, Grupos, Serviços e Movimentos devem ser mais acolhedores, abertos e comunicativos. Seus agentes sejam impulsionados para um movimento novo; não de fechamento, mas de abertura, de saída. O Papa Bento XV convocava os católicos para uma saída relacionada às fronteiras das nações, exortando para a missão universal da Igreja. O Papa Francisco convoca para uma saída ao encontro do irmão, do vizinho, do colega de trabalho, do parente distante ou próximo, dos pobres, dos empresários, das periferias existenciais, quer estejam além-fronteiras ou na “biqueira de casa”. Pe. Aerton Sales da Cunha SCE da Eq. N. S. de Fátima – Setor E Natal-RN CM 527

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Ó Maria, há cem anos coroada, te louvamos! Pernambuco e Recife sob a tua proteção! No dia 16 de julho a Igreja Católica rendeu seus louvores a Nossa Senhora com o título de Senhora do Carmo, a Flor do Carmelo. Na cidade do Recife e na Província Eclesiástica de Pernambuco, neste ano de 2019 a festa tem um brilho especial, pois festejamos os cem anos da coroação canônica da imagem da Virgem Maria, a Senhora do Lugar. Em 1580 chegaram os primeiros frades carmelitas às terras brasileiras, eles faziam parte da expedição de Frutuoso Barbosa e iriam à Paraíba, mas, por questões de mau tempo, aportaram em Olinda e ali iniciaram o trabalho de “estender o manto de Nossa Senhora sobre as novas terras”. Mais tarde, em 1685 foi iniciada a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Recife, sendo esta posteriormente elevada à categoria de Basílica Menor (1922). Em 1919, após forte movimentação dos frades encabeçados por Fr. André Prat e da população pernambucana, a imagem que fica no altar-mor foi coroada canonicamente sob os auspícios do Papa Bento XV, fato que ocorreu no dia 21 de setembro de 1919. O símbolo da coroa que foi fabricada para esta ocasião e que recolhe em si os donativos de tantas pessoas, ricas e pobres, grandes e pequenas, retrata o amor que temos à Virgem Maria que, embo-

ra coroada como rainha, nas palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus, “é mais mãe do que rainha”. Ao venerar sua imagem recordamos a pobre e humilde serva do Senhor, a mãe da nova humanidade. Na tradição do Carmelo, Maria é a pequena nuvem que sobe do mar após grande tempo de seca, sinal de que a mão de Deus toca nossa trajetória humana ressequida e sofrida para fazê-la mudar em chuva, em água que fecunda a terra e faz dela brotar a vida. Aqui está demonstrada a fecundidade de Deus que prepara a humanidade para renová-la, resgatá-la e redimí-la, fazendo a partir da abertura e disponibilidade de uma jovem virgem (cf. Is 7,14; Lc 1,27) simples e humilde como aquela nuvenzinha, mas disposta a abraçar em tudo a suma vontade, disposta a fazer-se escrava do Altíssimo para que por meio d’Ela, Aquele que salva viesse fixar a sua tenda entre os homens (cf. Lc 1, 38; Jo 1,14). Para nós que fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora, especialmente da Região Pernambuco com os seus setores, celebrar estes 100 anos ao mesmo tempo em que estamos no ano jubilar dos 80 anos de fundação da primeira Equipe é uma recordação feliz de que a Virgem Maria continua intercedendo por nós e nossas famílias, ensinando-nos a sermos servos do Senhor, membros da família de mãe terna e amável! Fr. Rafael Dorgival A. Fonsêca Neto Eq. 10 - N. S. Mãe dos Homens Recife-PE

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A Solenidade da Assunção de Maria: assumida por Deus, modelo para os discípulos de Jesus No dia 15 de agosto a Igreja Católica convida todos os seus fiéis a refletirem com solenidade um dos quatro dogmas marianos: recorda-se, nesta ocasião, a Assunção da Virgem Maria, aquela que, dentre todas as mulheres deste mundo, foi considerada digna por Deus para assumir um papel determinante na história de salvação. A jovem de Nazaré recebeu de Deus o privilégio de ser escolhida como a mãe de Jesus Cristo. De seu ventre virginal nasceu o Salvador da humanidade, aquele que definidamente revelaria em sua vida e em seu ministério o grande amor de Deus por todos. Por isso, terminada a sua jornada terrestre, Deus também lhe reservou a melhor das recompensas. Ao final de sua existência neste mundo, Maria foi elevada por Ele aos céus para participar de sua glória. Na devoção popular Maria da Assunção é invocada sob diferentes títulos: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Abadia ou ainda Nossa Senhora da Boa Viagem. Todos estes títulos fazem referência à Mãe de Jesus, que teve o privilégio de ser por Deus elevada aos céus. Por meio da proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora, a Igreja tenta balbuciar um mistério de fé que ultrapassa completamente a compreensão humana: o da glorificação eterna de Maria em Deus, que se revela ao mesmo tempo Deus Uno e Trino. Terminologicamente a palavra “assunção” encontra as suas raízes no verbo “assumir”, que, grosso modo, significa “tomar para si”, ou ainda, “tomar consigo”. Sendo assim, na compreensão deste dogma mariano, entende-se que Deus assumiu, ou seja, tomou para junto de si toda a pesCM 527

soa da mãe de seu Filho e a engrandeceu para sempre. E isso ajuda a entender a verdade de fé da Assunção de Maria. Este é um mistério que revela a perfeição singular da maternidade espiritual de Maria. Ao mesmo tempo em que ela é toda de Deus e pertence definitivamente à comunhão de vida trinitária, Maria continua perto da humanidade, dentro do mundo, com sua presença viva, íntima e envolvente de Mãe Ressuscitada. As Sagradas Escrituras não mostram os detalhes finais da vida da Virgem Maria: não há relatos dizendo onde ela viveu os últimos dias de sua vida, nem mesmo quando, nem onde tenha ela morrido. A Bíblia somente mostra que, na Igreja nascente, a mãe de Jesus estava a serviço da comunidade cristã, como se pode ler na narrativa de Pentecostes, tal como Lucas apresenta no início do livro dos Atos dos Apóstolos (At 1,13ss). Quem ajuda a entender um pouco sobre os acontecimentos derradeiros da vida de Maria e a origem desta solenidade é a Tradição da Igreja, que, juntamente com as Sagradas Escrituras e o Sagrado Magistério, compõe as fontes da Revelação da Fé Cristã. A solenidade da Assunção de Maria, embora só tenha sido definida como um dogma mariano da Igreja na segunda metade do século XX, existe desde os primórdios do cristianismo. Em um primeiro momento, era celebrada a “dormição de Nossa Senhora” pelos cristãos orientais. Posteriormente, também passou a ser celebrada pelos cristãos da Igreja do Ocidente. Mas somente no século VIII é que o termo “dormição” cedeu lugar ao termo “assunção”, usado até os presentes dias. 17


No ano de 1950, finalmente, foi solenemente definido este dogma de Maria, pelo Papa da época Pio XII. Na formulação deste dogma definiu-se que, terminado seu tempo de vida terrestre, Nossa Senhora foi “assunta”, ou seja, levada ao céu em corpo e alma. Pela singular importância de sua missão como a Mãe de Jesus, ela não só foi proclamada como a Rainha dos Céus, quando fora levada para viver ao lado de Deus, mas também foi proclamada Mãe da Igreja e mãe de toda humanidade redimida em Cristo Jesus. Na solenidade da Assunção da Virgem Mãe de Deus, a esperança de ressurreição dos homens já se vê realizada nesta bendita mulher. Em Maria a Igreja atinge a plenitude do triunfo final, a vitória definitiva de todos os homens remidos em Cristo sobre a morte e o mal. Por isto, esta festa é uma das solenidades mais comemoradas pelos católicos. Depois da Assunção, Nossa Senhora, de uma forma muito particular, com maternal benevolência, participa com sua oração e intercessão na obra de seu Filho: a salvação por ele oferecida por meio de sua paixão, morte e ressurreição. Compreende-se que Maria é a mediadora das graças de Deus em nossas vidas, e de certa forma é participante da redenção da humanidade. A exemplo de Maria, todos os crentes são convocados pela Santa Igreja a serem fiéis a Deus, na espera do dia em que Deus

os tomará consigo na Ressurreição. O que Maria fez ao longo de toda a sua existência terrena, ao assumir o projeto de Deus para a sua vida, tornando-se totalmente disponível a vontade dele, se tornou protótipo, ou seja, se tornou modelo para o que deve ser vivido por cada ser humano que plenamente crê em Deus. Pelo sim bendito dado à revelação de Deus em sua vida, Maria, em primeiro lugar, assumiu a vida de Deus em sua própria vida e assim permitiu que a graça de Deus, mostrada aos homens em Jesus, fosse levada a termo. Ele deu o seu sim a Deus, e Deus deu o seu sim a Maria ao elevá-la aos céus pela sua Assunção. Deste dogma mariano da Assunção o cristão católico é convidado a repensar a sua existência neste mundo, sabendo que se quiser trilhar os caminhos rumo aos céus, para também um dia assentar-se junto de Deus, nada melhor do que se inspirar na vida da primeira e mais perfeita discípula de Jesus: a sua virgem Mãe. A vivência de Maria neste mundo é verdadeira presença santificante, que faz com que aqueles que nela se espelham, mais facilmente e com mais certeza, cheguem à comunhão com o seu amado Filho. Na esperança de ser tomado por Deus no final de sua caminhada neste mundo, o cristão aprende com Maria a colocar-se a caminho fazendo da própria vida dom de amor ao próprio Deus e aos irmãos. Pe. Philipe Fernandes Nogueira SCE Região Minas V Cláudio-MG

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vida no movimento ENCONTRO NACIONAL DE SACERDOTES E ACOMPANHANTES ESPIRITUAIS 2019 O Encontro Nacional de Sacerdotes e Acompanhantes Espirituais das Equipes de Nossa Senhora, que aconteceu de 13 a 16 de maio, em Itaici/Indaiatuba-SP, contou com a presença de aproximadamente 245 participantes: 212 sacerdotes, 3 bispos (Dom Henrique Aparecido de Lima – Bispo Diocesano de Dourados, Dom José Albuquerque de Araújo – Bispo Auxiliar de Manaus e Dom Moacir Silva Arantes – Bispo Auxiliar de Goiânia), 30 Acompanhantes Espirituais (diáconos permanentes, religiosos e religiosas e leigos consagrados), e os casais que compõem a Equipe da Super-Região Brasil. O objetivo foi refletir a missão, a responsabilidade e a importância dos Conselheiros e Acompanhantes Espirituais, sua missão dentro das Equipes de Nossa Senhora e a ligação íntima e misteriosa que existe entre os sacramentos da Ordem e do Matrimônio. Foram dias de formação com Celebrações Eucarísticas, palestras, testemunhos, partilhas, momentos de oração diária e de confraternização. As atividades eram iniciadas, diariamente, com a Celebração Eucarística seguida pelo desjejum. Durante as manhãs aconteceram as formações conduzidas pelos palestrantes: Prof. Carlos Martendal (“A importância da Oração”); Pe. Dr. Geraldo Luiz Borges Hackmann (“As influências e o pensamento teológico de Pe. Caffarel”); Pe. Miguel Batista (“A reu-

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nião de equipe: Ecclesia”); Pe. Paulo Renato (“O Conselheiro/Acompanhante Espiritual nas Equipes de Nossa Senhora”); casal Silvia e Chico (“Os sacramentos da ordem e do matrimônio nas Equipes de Nossa Senhora”); casal Hermelinda e Arturo (Casal Ligação da ERI para a Zona América mostrando a internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora). Por fim, o Casal Responsável pela SRB, Lú e Nelson, deram a Mensagem Final ressaltando a importância dos Conselheiros para os casais e para o Movimento das ENS. Durante a tarde aconteceram os grupos de reflexão, com partilha e aprofundamento dos temas estudados. Tais trabalhos eram finalizados com as apresentações em plenário. Nos plenários houve abertura para questionamentos e elucidação das dúvidas suscitadas nas reflexões e outras que os SCE/AE trouxeram. Na noite do dia 15 de maio houve a confraternização, para que os Conselheiros, com alegria e fraternidade, pudessem aproveitar melhor a hospitalidade da casa de retiros e descontraírem um pouco, descansando do ritmo formativo dos dias de encontro. Esse momento permitiu um maior exercício do encontro com o próximo, da vivência da hospitalidade e do estreitamento dos laços de amizade entre todos. Pe. Ricardo Mota SCE Região Rio IV Província Leste

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PROVÍ NCI A

No dia 4 de maio de 2019, foi realizada a Formação Específica para casal informador em Capitão Poço-PA, uma expansão do Setor São Miguel do Guamá-PA, onde existem 4 equipes e 1 experiência comunitária. Foi um momento de muita fraternidade, de troca de experiência, com casais que têm amor ao Movimento, e

PROVÍN CI A

NO RTE

vivem a alegria de serem equipistas e que estão motivados para realizarem a expansão. Saímos felizes e convictos de que as ENS em Capitão Poço têm um campo fértil e que vai dar muitos frutos, que Deus seja louvado. Magnificat. Marilena e Jesus CRP Norte

NO RDE S TE I

Região Ceará II Aconteceu nos dias 13 e 14 de abril de 2019 o Encontro de Equipes em Caminho, promovido pela Região Ceará II. O evento aconteceu em Fortaleza, com a participação de 25 casais. Foi um final de semana abençoado. Em alguns momentos que precisamos entender que temos necessidades de nos encontrar com Jesus diariamente, ou melhor, reconhecer Jesus através das graças que ocorrem no caminho de nossa vida, mesmo diante da correria do mundo que nos 20

cerca. “Jesus anda conosco pelos caminhos do mundo”, assim como os discípulos de Emaús, cansados e fatigados fomos para o encontro de equipes em caminho. Certamente, conseguimos nos abastecer nesse caminho que fortificou nosso “Dever de Sentar-se”, abriu nossos olhos e o coração para nos entregar a essa graça em nossa vida de casal e familiar. João Paulo e Tatiana Eq. 13 - Setor G - Região CE II Província NE I CM 527


PROVÍNCI A

NO RD ES TE I I

Encontro Novo Fôlego Aconteceu nos dias 4 e 5 de maio, no Centro de Orientação Vocacional, o Encontro Novo Fôlego no Setor Feira de Santana, Região Bahia. Participaram deste importante momento 42 casais e dois sacerdotes, Pe. Romero e Pe. Jorge, dos Setores de Feira e de Cruz das Almas. ACOLHIMENTO foi a palavra que verdadeiramente marcou essa formação! Acolher no sentido mais amplo da palavra, pois os casais de Feira de Santana receberam em

PROVÍNCIA

suas casas e em seus corações os casais do setor vizinho, a Equipe Formadora, o Casal Regional e o Casal Provincial. Verdadeiramente, cada casal, cada equipe assumiu o compromisso de “tomar a tua cama e andar” e seguir na direção de muitas outras famílias, e de tantos casais, mostrando a riqueza de ser equipista e pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Deniz e Jorge CRR Bahia

CENTR O-OES TE

EEN - Encontro de Equipes Novas

O Senhor mais uma vez fez em nós maravilhas! Nos dias 25 e 26 de maio, realizou-se o Encontro de Equipes Novas em Campo Grande-MS. Os casais ficaram maravilhados ao verem a grandeza e a riqueza do nosso movimento. Fez-se presente também uma equipe inteira de Cuiabá/MT, acompanhada do seu SCE. O encontro, além de esclarecer os casais em suas dúvidas, fez com que eles CM 527

se sentissem parte dessa grandeza, que vai muito além da equipe de base. Enfim, sentir o amor e o perfume que exala em nossas vidas de equipistas. Contamos com o apoio dos Setores, CRR e CRP, que não mediram esforços para estarem conosco, nos orientando e ajudando. Deus abençoe a todos. Márcia e João Carlos Campo Grande-MS 21


PRO VÍ NCI A

L ES TE

FORMAÇÃO SER MOVIMENTO Nos dias 13 e 14 de abril fomos convidados a participar da Formação Ser Movimento, cuidadosamente organizada pela Província Leste e com a participação de várias regiões de Minas Gerais. Os facilitadores deste momento foram muito especiais: Padre Paulo Renato (SCE Super Região-Brasil) e o CRP Leila e Fernando, também com apoio de nosso CRR Adriana e Francisco (Minas II). Bem preparados e carismáticos, souberam transmitir as mensagens com leveza e amor, fazendo com que saíssemos de lá ainda mais encantados com este Movimento. A dinâmica da formação foi interessante, com trabalhos motivadores em grupos. Conhecemos lá vários casais de toda Minas Gerais pertencentes à nossa Província igualmente bem-dispostos e disponíveis para colocar os dons recebidos de Deus a serviço não só do movimento, mas também da nossa igreja: “NÃO TENHAMOS MEDO, SAIAMOS!” Quanto mais conhecemos o “nosso” Movimento, mais ficamos apaixonados e vemos a responsabilidade que temos,

PROV ÍNCIA

como equipistas, em estar disponíveis para atender o chamado para servir nas inúmeras funções que a estrutura necessita, para garantir essa linda unidade que mantém as ENS trilhando o caminho de nosso Carisma fundador, alcançando todos os continentes. Como casal jovem de caminhada, nos sentimos muito agradecidos pela oportunidade de aprender mais para estarmos preparados para servir. As ENS nos engrandecem como casal e como família. Acreditamos que levar esse presente a outros casais é a melhor forma de retribuir. Também entendemos que teremos uma sociedade mais próxima do sonho de Deus quando mais casais tiverem a oportunidade de participar do movimento, transbordando seus valores para os familiares e amigos. É um privilégio fazer parte das equipes e ter, à disposição, tantas ferramentas de crescimento espiritual. Aline e Dudu Eq. N. S. de Lourdes - Setor B Belo Horizonte-MG

SU L I

EEN - Encontro de Equipes Novas Participar de um EEN é poder experimentar a ação de Deus na nossa comunidade de casais enquanto equipistas. Ao escutar a partilha sobre a Mística e 22

o Carisma do Movimento, a partir dos acontecimentos de 1938, quando se deu a primeira partilha da vida conjugal junto ao Padre Caffarel, ressoavam CM 527


em nossos corações os estudos que fizemos durante nossa Pilotagem. Quanto mais conhecemos mais amamos esse movimento de espiritualidade conjugal que trouxe o novo ao nosso matrimônio e nos chamou a viver assiduamente o nosso batismo, a nossa vida de cristãos, testemunhando o Reino de Deus nos dias atuais. O que nos fascina na história do Movimento é perceber a ação do Espírito Santo em cada fato e reconhecer que o chamado à vivência da espiritualidade conjugal e à santidade é Dom de Deus para o bem da Igreja, para o bem do mundo. Tivemos a oportunidade de refletir sobre a nossa Missão, de fazer ecoar a

PROV Í NCI A

palavra de Deus para o mundo, sobre nos colocarmos a Serviço do amor e da felicidade em nossa relação conjugal e sobre o chamado ao Testemunho de acreditar no casamento e encontrar no matrimônio a felicidade e a salvação. A Santa Missa de encerramento foi o momento mais esperado em todo o encontro. Não pelo fim do evento, mas pelo desejo de assumir o Compromisso com Cristo e para Cristo a fim de caminharmos em busca da santidade e incendiarmos o mundo com o novo jeito de viver o matrimônio. Bia e Juninho Eq. 12B - N. S. Grávida Taubaté-SP

SU L I I

SESSÃO FORMAÇÃO – “SER MOVIMENTO” Nos dias 4 e 5 de maio realizou-se em Catanduva-SP a Formação Ser Movimento, com a participação de 34 casais da Região São Paulo Norte I (Votuporanga, José Bonifácio e Catanduva). A formação foi dada pelo Casal Responsável da Província e o Casal Responsável da Super-Região Brasil. Durante o final de semana pudemos recordar todos os pontos fundamentais que norteiam as ENS e compreender uma vez mais a riqueza do nosso Movimento. Cada vez que temos CM 527

a oportunidade de beber na fonte deste conhecimento, ficamos agradecidos a Deus por ter suscitado no Servo de Deus Henri Caffarel este caminho para a santidade conjugal. A atualidade do pensamento do Pe. Caffarel é impressionante! Toda a coerência e cuidado na elaboração da Mística, Carisma, Espiritualidade, na dimensão da Ecclesia que temos na nossa reunião de equipe, o cuidado com os Sacerdotes e Acompanhantes Espirituais... Tenho a alegria de ter crescido 23


num lar equipista (meus pais são equipistas há 36 anos), participei das EJNS durante minha juventude, e tão logo me casei, meu marido e eu fomos convidados a ingressar nas ENS onde estamos há 6 anos. Sempre amei o Movimento, e junto com meu marido temos dia a dia descoberto a riqueza do Matrimônio, e

PROVÍNCIA

a vivência de uma formação que nos faz repassar por toda a história e fundamento do Movimento nos ajuda a compreender o projeto de Deus para nossa vida, que sem dúvida nenhuma passa pelas Equipes de Nossa Senhora! Patricia e Rafael CRS/A - Catanduva-SP

SUL I I I

ENCONTRO NOVO FÔLEGO Nos dias 30 e 31 de março foi realizada mais uma Formação Permanente na Província Sul III, com o Encontro Novo Fôlego na Região SC I em Criciúma-SC. “Em contrapartida, no dia em que, por fadiga do coração, se diz ‘não’ à tensão interior – que certamente não é cômoda –, no dia em que se decide não fazer mais nada pela felicidade do outro, julgando já se ter feito o suficiente por ele, nesse dia o amor está condenado, e talvez mesmo se possa dizer que ele está morrendo.” Pe. Henri Caffarel, - Nas encruzilhadas do amor”, p. 112-114. Neste encontro, em que toda a equipe é convidada a participar, 32 casais puderam aprofundar as orientações do Movimento, e pela troca de experiência nos trabalhos de grupos perceberam que a renovação é possível e necessária. Entre tantos belos momentos vividos destaca-se a reflexão sobre o caminho percorrido pelo “Dever de Sentar-se”; o convite ao retorno às origens; o tema de atualidade da Igreja através do capítulo IV do Amoris Laetitia. Sem dúvida, pela graça de Deus foi um chamado ao despertar da equipe para o Espírito Santo deixando-se interpelar pela sua missão e vocação como casal e equipe. “Levanta-te, toma a tua cama e anda.” Jo 5,2-9. Adriana e Hudson Pe. Antônio Júnior CRP Sul III SCE - Província Sul III

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raízes do movimento

“Reunidos em Meu Nome”* Durante a nossa peregrinação a Lourdes, no dia 6 de junho de 1954, conversava com um membro das equipes, enquanto me dirigia para a gruta. Meu interlocutor falava-me entusiasmado da extraordinária qualidade das relações estabelecidas no trem, desde a primeira hora, entre os diversos membros da sua “equipe de peregrinação”, ainda na véspera desconhecidos uns dos outros. Sentia-se entusiasmado, mas não sabia explicar esse fenômeno. A explicação que dei então é a que lhes dou agora: talvez os ajude a compreender melhor um aspecto essencial da vida de equipe. As relações humanas são de tipos muito diferentes, conforme se fundamentam no parentesco, na camaradagem, na amizade, no esporte... Cada uma tem sua nota característica, sua qualidade própria. Há outro tipo de relações, estas especificamente cristãs. O que lhes dá qualidade excepcional é o valor do que é posto em comum: não já apenas pensamentos, gostos, sentimentos humanos, mas a vida espiritual. Cristãos que amam Cristo e que, com prodigiosa confiança, deixam que os outros percebam neles a própria vida desse amor, as alegrias, as penas, as aspirações que desperta. E é tão impressionante ver nos outros as vibrações da graça, os debates e os consentimentos de uma alma tocada por ela! Há mais ainda. A promessa de Cristo realiza-se: “Onde estão dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles”. Acontece por vezes que essa misteriosa presença se manifesta: a paz, a alegria, a luminosidade da comunicação CM 527

não podem ter outra interpretação. Não será essa espécie de amor que explica a atração exercida pelas primeiras comunidades cristãs à sua volta? “Vede como se amam”, admiravam-se os que delas se aproximavam. A sua irradiação ainda nos atinge, passados vinte séculos. A ambição do nosso Movimento é instaurar, no seio de cada equipe e em cada casal, esta qualidade de relações humanas. Oração em comum, “partilha”, pôr em comum, troca de impressões: tudo são meios postos à nossa disposição para nos facilitar o encontro das almas, “em nome de Cristo”, em Cristo. Muitas vezes surge a tentação de ficar apenas no plano da amizade humana, e é preciso reagir constantemente: a amizade cristã é uma conquista. O “Dever de Sentar-se”, a preparação do tema de estudo, são meios oferecidos, neste caso aos esposos, para os ajudar também a encontrarem-se em Cristo. Ajudas muito úteis. O respeito humano, a timidez, a avareza de coração, o dia a dia, as exigências carnais são obstáculos a essa união espiritual dos esposos. Quantos, mesmos entre os melhores, passam toda a vida sem experimentar essa intimidade em Cristo; põem tudo em comum, exceto o mais precioso: a sua vida com Cristo. Henri Caffarel (*) Editorial Carta Mensal de Equipes Novas nº 9, maio de 1965.

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 25


testemunho

Massabielle, a Casa das Equipes Aos equipistas que porventura passarem uma temporada na França recomenda-se conhecer a Casa de Massabielle, situada a 15 km de Paris – a “Casa das Equipes”, fundada em 1996, e hoje denominada “A Casa do Casal - Centro de Retiros e de Reabastecimento Espiritual”, com o lema “Minha casa será uma Casa de Oração para todos os povos” (Is.56,7), que lembra o da casa de Troussures onde o Padre Caffarel ministrava suas “Semanas de Oração”. Situada num lugar tranquilo, em meio a um parque de 3 hectares, a Casa destina-se a acolher os casais das Equipes de Nossa Senhora, mas está aberta a quaisquer casais, sacerdotes, religiosos e pessoas sós, ou seja, “a todos os que procuram um lugar e um tempo para reabastecer-se espiritualmente, rezar, aumentar a sua formação e avançar no caminho da fé”(1). Na fidelidade ao carisma fundador das Equipes de Nossa Senhora, tem por objetivo ajudar os casais a caminhar rumo à santidade, colocando à sua disposição não só Retiros como também Sessões de Formação, segundo os modelos ensinados pelo Padre Caffarel. Os Retiros, normalmente de 2 dias, sábado e domingo, com possibilidade de chegar-se na sexta à tardinha, desenrolam-se em silêncio absoluto, respondendo ao pedido do Movimento para que cada equipista participe todo ano de um retiro fechado, colocando-se diante de Deus para ouví-Lo e procurar entender melhor o que o Espírito Santo lhe sugere para progredir no caminho da santidade. São anunciados com meses de antecedência, há grande oferta de datas, de pregadores, entre os quais alguns casais, e de temas, que independem do tema sugerido às equipes para o ano. O retiro 26

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pode ser feito pelo casal, ou, como reza a nossa Carta fundadora, separadamente por cada um dos cônjuges quando o casal não tem com quem deixar os filhos, e por casais de uma mesma equipe juntos, embora isso não seja obrigatório nem recomendado. Os retiros são abertos a todos, independentemente de Setor, Região ou País, ou mesmo de pertencer às ENS; há retiros para noivos e também retiros com crianças. Os temas variam de espiritualidade conjugal nos seus vários aspectos a problemas concretos, como “Quando os filhos deixam o ninho”, “A aposentadoria, nova oportunidade para nossa vida de casados”, e à espiritualidade propriamente dita: “Ouça, Deus te fala”, e retiros de 4 dias especiamente dedicados à oração interior, coordenados por uma das ex-auxiliares do Pe.Caffarel em Troussures. As Sessões, que se realizam também num fim de semana, mas sem o silêncio, são na maioria direcionadas a uma das Formações das ENS, embora acolham também programação de movimentos afins, principalmente os que se dirigem a casais em dificuldade. A Casa também recebe os Encontros de Regionais, de Responsáveis de Setor, de Conselheiros e Acompanhantes Espirituais. São uma oportunidade para, além de aprofundar o conhecimento do Movimento e da doutrina da Igreja, conhecer casais ou pessoas de outras regiões interessados na mesma problemática. A Casa do Casal ainda tem uma característica especial: é cuidada, além do casal encarregado da direção, por equipistas voluntários que assumem uma ou várias vezes por ano desde a animação espiritual (“casal Maria”) ao andamento prático da casa, como o serviço das mesas (“casal Marta”), e a manutenção do parque (os “José”), sem contar a animação das crianças quando das sessões em que acompanham os pais. Enquanto esse sonho de casa de retiros não se torna realidade aqui entre nós, procuremos participar de retiros que se pareçam o mais possível com o modelo de Massabielle, seguindo a tradição iniciada pelo Pe. Caffarel. Monique e Gerard Duchêne Eq. 01B - N. S. do Sim São Paulo-SP (1) Massabielle – END Paris, 2019

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Somos uma família linda, marido, esposa e dois filhos maravilhosos, mas Deus queria que tivéssemos mais filhos e nós também. Então minha esposa engravidou mais uma vez. Que imensa alegria! Contudo, começaram as preocupações e no ultrassom de 12 semanas houve a primeira suspeita de Down. A preocupação era enorme e havia outro exame (NIPT) que daria uma estimativa mais precisa. Fizemos e foi confirmada grande probabilidade da síndrome. Apesar de tudo não havia certeza, rezamos e pedimos muito a Deus que a criança viesse saudável. Foi uma gestação carregada de preocupação. Com 35 semanas, em mais um ultrassom, foi constatada uma redução do fluxo sanguíneo da placenta para o bebê e a médica resolveu antecipar o parto. Nasceu então a Giovanna! Não havíamos falado a quase ninguém, inclusive aos avós da Giovanna, da suspeita de Down. Estávamos numa tensão gigante, que nos tirou em parte a alegria do nascimento. Duas semanas depois veio enfim a confirmação de que Giovanna de fato tinha a trissomia do 21, síndrome de Down. Mil coisas passaram pela cabeça. Foi uma angústia quase insuportável. Quando nasce um filho saudável, os pais anunciam a todos com o maior orgulho, mas quando o filho não é “perfeito e saudável” é o oposto. Questionei o próprio Deus, por que comigo? Não havia nada que pudesse reverter a situação de minha filha tão desejada, tão amada e tão indefesa. Então, começamos a cuidar de nossa pequenina e conhecer o universo da síndrome de Down.

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“Todos temos muitos dons e é nosso dever descobri-los e aperfeiçoá-los. Também temos muitos chamados de Deus e é nosso dever atendê-los. Afinal, quantas coisas boas recebemos do Senhor todos os dias! Vejo agora a perfeição no imperfeito...”

Como católicos e equipistas apreciamos as coisas perfeitas criadas por Deus e confesso muitas vezes afastar o olhar de certas anomalias. Todos temos muitos dons e é nosso dever descobri-los e aperfeiçoá-los. Também temos muitos chamados de Deus e é nosso dever atendê-los. Afinal, quantas coisas boas recebemos do Senhor todos os dias! Vejo agora a perfeição no imperfeito, vibro com as pequenas grandes vitórias, como com cada exame dela em que não há diagnóstico de alguma anomalia mais séria como cardiopatias ou a suspeita de possível leucemia. Hoje, não sabemos como será o amanhã, assim como não sabíamos antes dela nascer. Muitos preconceitos e obstáculos enfrentaremos ao longo desta caminhada. Precisaremos de muita ajuda e Deus tem aberto muitas portas para amparar essa pequenina. Contudo, sabemos que essa jornada será dolorosa, tanto física como emocionalmente, e esperamos chegar ao final dela firmes na fé e convictos de nossa missão na Terra. Ivanilson (da Líneke) Eq. 59 - N. S. Rainha da Paz Setor A - Região Brasília II

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O “Milagre das Trufas” Ao iniciar o ano equipista em 2018, começava também nossa missão de Casal Responsável de Equipe e ser responsável é cuidar sem se apossar daqueles que nos foram confiados! Durante a realização do Pré-EACRE, o CRS orientou que nenhum casal deveria faltar às programações do Movimento por falta de recursos financeiros. Se acaso tivéssemos esta situação, deveríamos contatar o Setor, para tentar ajudar a resolver o problema. Ficamos aliviados, pois nossa equipe encontrava-se em situação delicada, com casais desempregados e aperto financeiro. Inicialmente, pensamos em nos mobilizar para tentar levantar os recursos e proporcionar a participação de todos nos eventos do ano. Só depois, se necessário, recorreríamos à ajuda do Setor. Nossa meta era a participação de todos no Retiro Anual, tendo em vista que no ano anterior nenhum casal pôde participar e compreendíamos o bem que traria aos casais, além de ser um PCE. Foi aí que tivemos uma ideia, fabricarmos artesanalmente trufas de chocolate recheadas para vendermos! A primeira tentativa foi a missa da unidade que seria realizada em nossa paróquia. Com o consentimento do pároco, informamos aos casais das outras equipes e de outro Setor sobre nossa campanha. Ao término da missa, estávamos lá os casais da nossa equipe e os filhos com o slogan: Ajudem-nos! Equipe Nossa Senhora Aparecida rumo ao Retiro Anual. Ficamos emocionados com a adesão dos presentes, que além de comprarem as trufas alguns casais davam valores mais altos em forma de doação,

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dando-nos o sentido exato do que é auxílio mútuo. Sensibilizamos toda a equipe de que seria necessário ultrapassarmos as 1.000 trufas para que assim todos os casais pudessem participar do Retiro sem custos. A adesão foi quase total. Interessante ressaltar que, no processo de produção das trufas, pudemos envolver a maioria dos casais e, inclusive, nossa Acompanhante Espiritual, que fez questão de também dar sua contribuição. Assim, aquilo que era uma atitude de cooperação e auxílio mútuo no plano material tornou-se uma oportunidade de aproximação e estreitamento dos laços entre os casais da equipe. Foram vendidas quase três mil trufas, portanto já tínhamos o valor total para participação de todos os casais no Retiro Anual, inclusive com sobra para as necessidades futuras. Nosso modesto, mas significativo gesto de auxílio mútuo faz lembrar, respeitando as devidas proporções, o testemunho do casal Nancy e Pedro Moncau sobre a participação deles na Primeira Peregrinação Internacional das Equipes a Roma no ano de 1959. Segundo Dr. Pedro, esta participação teria sido uma grande vitória do auxílio mútuo. Conforme relato, ao receberem o convite, os mesmos viram que a ida a Roma e a estadia de 42 dias seriam inviáveis pela falta de condições financeiras e pelos cuidados com seus cinco filhos e dois de sua prima. Mas tudo foi providenciado pelo auxílio mútuo, inclusive relata com surpresa a atitude de um jovem casal equipista, que juntou seus pertences, fechou sua casa e, com a filhinha de dois anos e um bebê de meses, mudou-se para casa de D. Nancy e lá ficou durante todo o tempo da peregrinação (O Sentido de uma Vida. Pedro Moncau Jr., o homem, o médico, o cristão, Nancy Cajado Moncau.). E assim, em nossa ainda breve caminhada nas equipes, apenas três anos, vamos compreendendo o que Pe. Henri Caffarel pede que nos lembremos bem: “Uma Equipe de Nossa Senhora não é só um grupo de casais onde se pratica o amor fraterno, mas onde, em primeiro lugar, as pessoas se iniciam no amor fraterno. (...). À medida que, na equipe, nós tivermos iniciado nas exigências da caridade fraterna, seremos capazes, fora dela, de vivê-la, sempre com maior perfeição: primeiro entre esposos e também entre pais e filhos” (A Missão do Casal Cristão, Pe. Henri Caffarel, p. 77). A contribuição de cada equipista da Região proporcionou a graça de participarmos do Retiro. Como foi gratificante ver estampada no rosto a felicidade e o transbordar de espiritualidade que cada casal participante externou ao chegar do Retiro. O pouco de cada um transformou-se em muitas graças nas vidas dos equipistas da Equipe Nossa Senhora Aparecida, Setor D, Aracaju, Região Sergipe, Província Nordeste II. “Uma só Alma, um só Coração!” Alessandra e Marcelo Eq. 06 - N. S. Aparecida Aracaju-SE Província Nordeste II  CM 527

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Monsenhor Paulo Daher, não sei por onde começar “Simples, comece pelo começo”, ele nos orientaria, conjugando um carinho paternal com a exigência daquele professor que nos quer bem e por isso exige. Eu me lembro do dia que nossa equipe o conheceu: entrou sorridente e calado, como quem se alegra por ver o rebanho de seu Pai crescendo. E assim, desde então, encheu nossas vidas com sua presença, dando-nos a certeza de que tínhamos uma direção: nosso encontro em casal com Cristo. Nesses mais de 14 anos de convívio fraternal, ouvimos muitas histórias suas: a presença carinhosa de sua mãe, toda noite rezando com ele e os irmãos, seu tempo de seminarista no Rio Comprido-RJ e sua admiração pelo professor Dom Eduardo Koaik e sua amizade com Pe. Abílio; sua experiência ainda jovem na Itália, para os estudos e a posterior visita a sua família no Líbano. No retorno, à frente do seminário, se dedicou ao apoio e busca por vocações. Mais tarde, seu trabalho foi com a educação em toda a Diocese, desde a Baixada Fluminense, passando por Teresópolis até as dezenas de escolas paroquiais de Petrópolis, suas décadas como SCE de Setor e também de várias ENS em Petrópolis. Foram 47 anos no Movimento das ENS. Aos 85 anos não se furtou de enfrentar 6 horas de viagem de carro, para estar em dois encontros provinciais e um Encontro dos SCE da Província em BH. E o mínimo que podíamos fazer era acompanhá-lo como ovelhas que seguem o pastor, com a certeza de que durante o dia teríamos pasto, e à noite, segurança para o descanso. Muito ele nos ensinou diariamente, sobre o fortalecimento da fé, o cultivo da esperança e a prática da caridade como caminho para nos aproximarmos de Deus, nosso Pai. E depois de todo esse tempo de caminhada juntos, o que fica é a certeza de que nossa maior prova de agradecimento a sua amizade infalível é o nosso testemunho diário de que Cristo é o Filho de Deus que está sempre presente em nosso irmão ao lado: devemos amá-lo como a nós mesmos! Monsenhor Paulo Daher, ainda não sei por onde começar... mas obrigado por nos ensinar a termos fé em como tudo vai terminar! (Monsenhor Paulo Daher - 25/jul/1931 – 30/mar/2019)

Celina e Wilson Eq. N. S. das Vitórias Setor Petrópolis Oeste 32

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Início de Caminhada Queridos Equipistas, Somos a Equipe 15-A, da Região Norte I, Manaus. Gostaríamos de compartilhar nossa (ainda curta) caminhada nesse Movimento maravilhoso, que só temos a agradecer por fazermos parte. A equipe é composta por jovens casais, com não mais de 8 anos de casados, sendo alguns já pais e outros ainda nessa expectativa. No início, para a maioria, era o começar de uma jornada de dúvidas sobre o que seriam as ENS, contudo era visível que todos os casais compartilhavam um desejo em especial: fundar seus casamentos nos ensinamentos cristãos e criar uma família com bases sólidas, com Jesus no meio. A Equipe de Base foi iniciada em 2015 com a Experiência Comunitária, ocasião na qual fomos conduzidos pelo casal Adla e Francisco, que nos cativou com experiências de vida e amor pelas ENS. Na sequência, fomos pilotados pelo casal Gorette e Sérgio, que reforçou a dedicação e o compromisso que devemos ter com as ENS. Posteriormente, fomos presenteados com a vinda do nosso querido SCE, Frei John, que nos encanta com tanta disponibilidade, carinho e ensinamentos. Durante nossa caminhada, alguns casais precisaram, por variados motivos, sair da equipe, mas outros entraram para fortalecer e motivar nossa busca pela santificação conjugal. Ainda que estejamos no começo, é nítido o bem que nos faz ser equipistas, pois a vivência dos PCEs, aliada ao carisma do Movimento, faz brotar em nossos corações o desejo de sermos casais diferentes, que tentam colocar Deus nas suas atitudes, seja na rotina conjugal como na social, o que faz toda a diferença em nossas vidas. Sabemos que nem sempre será fácil e que vamos nos deparar com as mais variadas dificuldades, mas o importante é sempre termos em mente que todo casal da equipe deve querer viver por, com e para Cristo, pois, apenas assim poderemos dar real sentido à nossa caminhada cristã. Rogamos a Nossa Senhora para que nos inspire no aprofundamento de nossa fé e para que possamos, apoiados uns nos outros e guiados pelo Espírito Santo, caminhar juntos rumo à santificação conjugal. Érica e Fred Eq. 15 - N. S. de Fátima Manaus-AM CM 527

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reflexão

O impacto do SCE em nossas vidas As Equipes de Nossa Senhora são um tesouro para nós e ocupam um lugar essencial em nossas vidas. A vida em comunidade como o movimento propõe é um desafio para nós, nos faz crescer e exercitar os verdadeiros valores cristãos. Os PCEs são cristificantes para nós na medida em que nos aproximam do Nosso Senhor e vão transformando nossos corações para que sejamos capazes de lutar para fazer o que Ele faria se estivesse em nosso lugar. Além disso, a proximidade com os SCEs é um dos pontos fortes do Movimento para nós. A Palavra de Deus nos ensina que sempre que nos reunimos em nome de Cristo, Ele está em nosso meio. Acreditamos plenamente nisso. Agora, os SCEs dão ainda mais valor aos nossos encontros porque dão visibilidade à presença de Cristo entre nós. Eles são Cristo em nosso meio, e isso é uma riqueza imensurável! Quando perguntaram a Santa Tereza D’Ávila quem ela cumprimentaria primeiro se encontrasse pelo caminho um sacerdote e um anjo, ela sabiamente respondeu que cumprimentaria primeiro o Sacerdote, já que Ele age in persona Christie, é Cristo! Crescer em um lar cristão nos faz pensar na Igreja como uma extensão de nossas casas, e isso é uma graça, já pensaram no que é sentir a casa de Deus como sua própria casa? Sabem o sentido de proteção, amor, respeito e educação 34

que são comumente atribuídos aos nossos pais? Sabem quanta falta fazem os pais ausentes, ou melhor o impacto positivo da presença dos pais na vida de seus filhos? Comparo tudo isso à proximidade com os sacerdotes, como pais da nossa fé e esposos da Igreja, compreendem e nos transmitem a exigência do amor total e exclusivo! Com o SCE por perto nos sentimos amparados, seguros, esperançosos, sentimos o amor de Deus por nós e temos, acima de tudo, muito respeito e admiração por vocês. Cada gesto e palavra do nosso SCE são valiosos testemunhos para nós. Ter um padre por perto é ter Cristo em casa, comendo conosco, conhecendo nossas filhas, trocando e-mail, ligação ou mensagem... É sentir Cristo perto de nós. Vocês nos dão Deus por meio dos sacramentos, da Palavra e da presença! Nos motivam quando demonstram confiança em nós e nos impulsionam ao serviço e ao amor ao próximo. Os SCEs limitam nossos traços negativos e nos ajudam a controlar nossos impulsos porque sabemos que têm as melhores expectativas a nosso respeito e nós queremos satisfazê-las. Assim, como o filho quer dar orgulho aos seus pais, queremos que os SCEs nos olhem e sintam orgulho, queremos que digam que somos seus porque assim nos sentimos. Gabriela e Fernando Eq. 05 - N. S. de Fátima Alfenas-MG CM 527


Onde encontrar um santo? Onde estaria um santo enterrado? Imaginava eu que em um grande santuário ou numa bela abadia medieval ao lado de reis e nobres. No mais modesto dos meus pensamentos admitiria um conhecido cemitério com um túmulo tão suntuoso que de longe já avistaria. Seria tarefa fácil encontrar o túmulo do Padre Henri Caffarel. Seria... seria se ele não morresse da mesma forma que viveu: na imensidão do silêncio daqueles que contemplam a face de Cristo. Seria... se ele não partisse da mesma forma que chegava a todos os lugares que ia: com a simplicidade de quem ensinava e cobrava o apelo ao essencial. Seria... se no fim da sua vida ele não desejasse se distanciar para orar e deixar o movimento crescer pela própria “engrenagem”. O resultado da busca pelas belas planícies do interior da França foi uma pequena lápide, a última, aliás, de um cemitério pequenino à beira de uma estrada bucólica. Num ermo profundo. Num silêncio ensurdecedor. Somente três datas, seu nome e a frase “Vem e Segue-me”. Ahhh, essa frase gritou, iluminou, esquentou... era o Cristo a falar, era um escolhido de Cristo a descansar... não dava mais para conter a emoção. Padre Caffarel estava ali! E o que fomos fazer ali, afinal? Por que ir à cova de um padre que nem santificado foi ainda? Fomos lá para dizer de perto ao padre, de modo que ele pudesse nos ouvir de voz baixa, o que inquieta o nosso coração: “Ah, se todos conhecessem o amor do Pai”. Fomos porque acreditamos que a ele incomodava a mesma indagação. Ele iria nos ajudar. No túmulo encontramos presença, mas não encontramos respostas. Mas seguimos, e ao virar a esquina encontramos o seu último refúgio antes da lápide. No pequeno castelo do século XV, ladeado por uma singela capela da Sagrada Família, com um lago ao fundo, o silêncio era ainda mais profundo. Não víamos CM 527

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nem encontrávamos nem um vivente, aliás foi assim quase todos os 80 quilômetros que ligavam Paris a Troussures. Era uma imensidão de ausência. Depois de muitos passos e algumas portas abertas encontramos um sorridente frei que nos perguntou quem éramos e o que queríamos. Queríamos tanto, mas só pedimos um pouco do que se passou ali. Com muita alegria e o bom humor daqueles que vivem com Deus, o Frei Juan Lorenzo nos conduziu a uma experiência mística rumo à intimidade do Padre Caffarel. A Casa de Oração , hoje Centro de Espiritualidade de Troussures, foi o terreno fértil onde Padre Caffarel semeou seu terceiro estágio de vida: o aprofundamento (1973-1996). Esse Centro teve uma irradiação imensa para milhares de pessoas que desejavam aprender a orar. Passeamos pela sala, quartos, refeitório... por todos os cômodos onde o Profeta do Matrimônio passou longas horas de oração e adoração silenciosas...acontecesse o que fosse na sua vida transbordante de atividade, era possível estar com Deus. Frei Juan contou-nos que o barulho incomodava extremamente padre Caffarel, esbravejava ao ruído dos talheres durante as refeições. Impressionante para um homem tão espiritualizado? Talvez se não conhecêssemos a lógica de seu encontro com Cristo em 1923, encontro que determinou toda a sua vida. Dizia Henri: “Quando se ama e se sente amado, aspira-se tão somente ficar a sós com o Ser amado”. E no silêncio ficamos a sós com Deus. E no silêncio ouvimos a voz de Deus. Ahhhh... Encontramos as respostas que buscávamos... Padre Caffarel enfim sussurrou: “Silenciem, meus filhinhos do Brasil, a alegria de vocês é maravilhosa, mas o barulho que ela traz, muitas vezes, não os deixa ouvir a voz de Deus. O silêncio interior é possível, exercite-o com paciência e suavidade. E lembrem-se, para alcançar esse recolhimento sagrado, os esforços de vocês não são suficientes... contem com a Graça Divina. Esse Deus que está dentro de vocês não é um Deus silencioso, Ele fala e Ele há de falar-vos”. Liliane e Hugo Eq. N. S. Aparecida Brasília-DF  36

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partilha e PCE

REGRA DE VIDA POR QUE DEVEMOS ELABORAR UMA REGRA DE VIDA? Porque através de um programa de metas a ser cumprido nós podemos assumir um esforço pessoal para sermos melhores e mais santos. Para alcançarmos esse objetivo é necessária muita disciplina. Para não quebrar essa disciplina precisamos ter em mente uma MOTIVAÇÃO que supere qualquer sacrifício. Se não houver essa motivação o fracasso virá com certeza.

REGRA DE VIDA A Regra de Vida é a coluna que sustenta o arcabouço moral que a nossa vida alimenta para ter fé a gente não arreda pé é com este PCE que a luta a gente enfrenta. Uma boa Regra de Vida pra nós é essencial, pois a disciplina trucida as fraquezas do casal, vamos, então, discernir como devemos agir e com Deus interagir na luta do bem contra o mal. Ter boa Regra de Vida é vitória garantida nessa batalha renhida dos pecados capitais, peçamos que Deus ajude, com uma firme atitude, usando bem as virtudes teologais e morais. Começando pela FÉ que alimenta a ESPERANÇA, fortalece a CARIDADE, dá PRUDÊNCIA e TEMPERANÇA com retidão da JUSTIÇA, a FORTALEZA é premissa de um tempo que não enguiça de uma vida em segurança. A FÉ dá ao equipista a certeza da conquista é uma força altruísta contra a negatividade. Se tropeça nunca cai, nunca fica, sempre vai coloca nas mãos do Pai qualquer adversidade. Se a FÉ nos fortalece, a ESPERANÇA aparece como força que engrandece a certeza da vitória. Quem aceita a provação, caminha com os pés no chão, confia em Deus e, então, pode mudar sua história. CM 527

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Outra virtude fantástica pra nós é a CARIDADE que transforma o nosso orgulho numa sublime humildade. Nos prepara para amar, nos ensina a perdoar e nos leva a praticar atos de boa vontade. Quem pratica a CARIDADE, perdoa uma falsidade, convive com a maldade em busca da comunhão. Fica mais compreensivo, muito menos agressivo e o efeito positivo ninguém pode medir, não. Vem a JUSTIÇA, em seguida, mostrando o nosso dever, nos dando um comportamento com regras do bem viver. Ser reto, honesto e leal é a missão do casal, é dedicação total, é isso que deve ser. Temos, também, a PRUDÊNCIA, que ativa a consciência e nos conduz à essência de toda a ponderação. Nos ensina a decidir se há erros, corrigir e nos mostra como agir em qualquer situação. A virtude TEMPERANÇA trata da moderação que leva o homem sensato ao controle da emoção. Para o casal equipista é uma grande conquista, é dever ser pacifista que fortalece a união. Para uma boa Regra de Vida, perseverança é exigida, paciência é requerida, face às contrariedades. Fidelidade e firmeza contra a nossa tibieza, somente com FORTALEZA se vencem as dificuldades. Que o Divino Espírito Santo nos ensine a planejar, nos faça perseverar em nossa REGRA DE VIDA, Que a Virgem Mãe Maria, dia e noite, noite e dia seja a nossa estrela Guia nos dando sempre guarida. Edmilson Graciano da Silveira, da Ana Maria Eq. 01 - N. S. do Perpétuo Socorro Caucaia-CE

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formação

CORREÇÃO FRATERNA Uma opção ou um dever?

Diria ser a correção fraterna uma exigência da vida cristã uma vez que é lição do Evangelho: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganhado o teu irmão” (Mt 18,15). Fato que a correção fraterna não é algo tão simples; tal qual perdoar, são as lições mais desafiadoras da vida cristã. Há que se partir do referencial único que é Deus, fonte de misericórdia e compaixão que tudo fez e faz por amor e bondade; nós existimos por isso e existimos em nossa natureza humana, frágil e limitada, mas em nós há um chamado de vivermos e sermos no AMOR. Tomando a parábola do Pai misericordioso contemplamos o amor de Deus que vem ao nosso encontro com misericórdia e compaixão: “Encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se ao pescoço dele e o beijou com ternura” (Lc 15,20). Meditemos este versículo à luz do mistério da Encarnação quando a Palavra (Jesus) se esvazia, abaixa-se até nossa condição humana para nos amar e salvar; é o Pai que se enche de compaixão, corre ao nosso encontro e nos abraça amando, corrigindo, perdoando e salvando. CM 527

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Este esvaziamento na Encarnação é a Reconciliação a nós seres humanos, é a forma de “correção” no amor que Deus nos faz pelo Filho Jesus, pois seu Evangelho sempre será correção, ensinamento de misericórdia e compaixão. Portanto toda correção fraterna entre nós deverá partir da atitude do esvaziamento, esvaziar-se de quê? Do nosso EGO, pois ele é o grande obstáculo e entrave em toda situação de vida, em todo relacionamento. Não havendo esvaziamento do ego não haverá correção fraterna alguma, e isto vale para quem corrige e para quem é corrigido. A que corrige para que não se encha de orgulho, presunção em achar-se perfeito, melhor que o semelhante, há que se ter humildade; a que é corrigida para que não se torne rígida em seu orgulho ferido negando aceitar a correção e armazenando raiva, mágoa, há que se ter humildade. Somos seres complexos, trazemos uma estrutura biopsicossocial e como lidar com toda esta estrutura diante das possíveis e necessárias correções fraternas? Não tenho dúvidas que a espiritualidade será o caminho para se conseguir e esta espiritualidade deverá ser cultivada pela Oração, de forma primordial a Eucaristia. O batismo nos fez mergulhar na vida em Cristo e por isso a necessidade de vivermos a máxima de seus ensinamentos: “Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12). Nesta vida de amor-comunhão, a correção fraterna terá seu papel de ajuda, cuidado, zelo, onde manifeste a presença de Deus no meio de nós. Não tem como não fazer menção aqui à virtude da CARIDADE concedida por Deus no batismo. Juntamente com a FÉ e a ESPERANÇA, a CARIDADE será pois o vínculo e força para se estabelecer um fraterno e eficaz momento de correção fraterna. Padre Ademir Zanarelli SCE Setor Americana - Região Centro II Americana-SP  40

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serviços nas ENS

CRS – Casal Responsável de Setor Definição “Toda a responsabilidade nas Equipes é um serviço. Fomos chamados não pelos nossos próprios méritos, mas pelo olhar que o senhor coloca sobre nós.” (O Chamado para o Serviço nas ENS, ERI, 2004) O Setor é uma comunidade de equipes que querem ajudar-se mutuamente e percorrer juntas este caminho e por isso é considerado o primeiro nível da comunidade maior das ENS – a vida cristã é sempre vivida em comunidade, que é formada por uma unidade geográfica de aproximadamente cinco a vinte equipes. O Setor é o CORAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DA ANIMAÇÃO; por isso é indispensável ao Movimento. O papel principal do Setor é estabelecer uma ligação dupla: horizontal entre as equipes constituindo o Setor; vertical entre as mesmas equipes e todo o Movimento. Esta é considerada a mais importante responsabilidade dentro do Movimento para todas as equipes de base. O Responsável de Setor exerce seu serviço com o apoio de uma “Equipe de Setor” constituída de alguns casais que fazem a ligação com as equipes de base (Casal Ligação), e com um padre (Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor). Outros casais podem ser ligados à equipe do setor para outras funções de apoio que se fizerem necessárias. O CRS com sua equipe devem se preocupar com o desenvolvimento e o progresso das equipes do seu Setor e verificar se os membros das equipes estão se beneficiando ao máximo do Movimento no qual depositaram sua confiança. Com isso, dará testemunho de Cristo. Ele é encarregado de fazer circular a seiva do Movimento nas equipes do seu Setor e de garantir que a VIDA DAS EQUIPES SEJA FIEL AO CARISMA FUNDADOR. Esse serviço (CRS) tem uma duração de três anos. A responsabilidade assumida em um Setor é de ordem humana e espiritual, se é necessário ser competente, é igualmente importante estar próximo do Senhor. A oração diária, a Eucaristia e a escuta frequente da Palavra são maneiras privilegiadas para estar atento à Sua vontade. Qual o segredo para bem desenvolvermos esta missão? O AMOR. Rogamos a intercessão de Nossa Senhora da Assunção para que todos os CRS de nosso país tenham sempre um olhar amoroso e misericordioso como o Pai. Leila e Fernando CRP Leste CM 527

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CRS – Um serviço na graça do Senhor! Estamos em tempo de discernimento para a escolha dos novos CRS. Há três anos participamos deste processo em nosso Setor... Ao recebermos a lista com os nomes dos casais que poderiam ser convidados para este serviço, constava o nosso nome. Assustados com esta possibilidade pensamos: tem casais com mais experiência, com mais formações, com mais disponibilidade, com mais tempo, com maior espiritualidade, com mais fé; não seremos nós! Eis que foi para nós o chamado de Deus para mais esta missão! Sentimentos diversos nos arrebataram: medo, insegurança, incapacidade, alegria, expectativas, euforia, dúvidas, uma sensação de não conseguir corresponder às necessidades e desafios desta tão grandiosa e responsável missão. O SCE da nossa região teve papel fundamental em nossas incertezas. De forma muito carinhosa nos orientou a fazermos a Escuta e Meditação da Palavra: Mt 14, 22-36. Nos versículos 30 e 31 encontramos: “Mas, quando reparou no vento, Pedro ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me! Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Diante destas palavras de Jesus foi impossível não assumir a missão! Tivemos certeza que nas tribulações e dificuldades, quando os ventos soprassem ao contrário e o mar estivesse revolto, Jesus estaria sempre com as mãos estendidas a nos segurar. Hoje nos preparamos para passar a missão a outro casal, pois transitoriedade é fundamental para que todos tenham a oportunidade de servir a Deus e aos irmãos, nos sentimos imensamente felizes e realizados. Foi um tempo na graça do Senhor! Conhecemos mais e melhor o Movimento, o Setor, a Região, a Província. Participamos de formações que nos levaram a entender a vontade de Deus para nós, nossa equipe e nossa família. Vivenciamos encontros maravilhosos de oração e fé. Ouvimos testemunhos emocionantes de equipistas do mundo inteiro. Exercemos a colegialidade com respeito e carinho à diversidade de opiniões. Fizemos amizades com tantos e tantas até então desconhecidos por nós. Criamos laços fraternos com todas as equipes do Setor. Sentimos o carinho de cada casal que se prontificou a nos ajudar ou a ser ajudado pelos casais ligação. Sobretudo sentimos a graça de Deus e a presença carinhosa de Jesus e Maria a nos conduzir a cada dia, a cada etapa, a cada serviço realizado. Jesus em sua infinita misericórdia nos deu a oportunidade de “amar com um amor maior a Deus e aos irmãos” nos chamando para servir como CRS. Um tempo maravilhoso de desafios e de alegrias como casal e como filhos amados de Deus. Hoje temos uma certeza: o serviço como CRS nos tornou pessoas melhores, um casal melhor, pais melhores, equipistas melhores e, com certeza, cristãos melhores. Gratidão a Deus e aos irmãos de caminhada é o sentimento que toma conta dos nossos corações! Cláudia e Fernando CRS - Itaúna Região Minas V - Província Leste 42

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datas do movimento

Como a mulher Samaritana encontrou de beber no poço a água que saciaria a sua sede para sempre, Palavra viva e presente, assim fomos nós para o 1º Encontro Nacional do Brasil, em Brasília, sedentos de beber dos conhecimentos e cercados de uma grande expectativa do convívio com os irmãos de todo o país e a oportunidade do intercâmbio das culturas, da religiosidade e espiritualidade. Como se não bastasse, nos deparamos com lideranças do Movimento que conhecíamos pela Carta Mensal, nas palestras, nos grupos e pelos corredores, e foi num destes momentos que encontramos dona Nancy, que com sua singeleza nos atendeu com humildade e toda atenção que lhe era peculiar, e assim tivemos a oportunidade de beber da sua sabedoria, um tesouro vivo de espiritualidade e riqueza de conhecimento, que nos contagiou pela sua altivez e amor ao Movimento e ainda nos brindou com uma foto que guardamos com todo o carinho.

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Graças à busca de um Movimento que contemplasse a participação em casal, Dr. Pedro escreveu para o Pe. Caffarel e este prontamente respondeu com interesse e entusiasmo recíprocos e teve início em 13 de maio de 1950 a primeira EQUIPE no Brasil e o terceiro país no mundo a receber o Movimento das ENS. Como em todo princípio, precisou superar as dificuldades e crises em prol da unidade do Movimento com um trabalho abnegado. Por isso mesmo, somos eternamente gratos ao Casal Moncau pela coragem e PROTAGONISMO que nos proporcionaram o LEGADO deste rico Movimento, nos possibilitando viver o cotidiano com esforço, através da Espiritualidade Conjugal, fortalecida na Oração e alimentados pela Eucaristia, num processo de conversão, rumo à santidade. Em fevereiro de 2003, Dona Nancy iniciou em nosso país a Comunidade Nossa Senhora da Esperança, destinada não somente a viúvos, mas também às pessoas sós. Aproveitamos o ensejo e queremos fazer memória nos dias 15 e 18 de agosto pelos falecimentos de dona Nancy e Dr. Pedro, que eles continuem intercedendo por todos nós junto do Pai. E ainda nos deixou esta mensagem no encontro de Brasília: “Deus foi amado e louvado por milhares de pessoas neste Encontro, que já está dando muitos frutos”. E concluía: “Quando fizerem o próximo Encontro, estarei com 100 anos. Mas, se estiver viva e puder andar, já estou inscrita”.¹ Olímpia e Luiz Gonzaga Eq. N. S. da Glória Juiz de de Fora-MG 1 - NANCY MONCAU. Carta Mensal nº 384, pág. 4, § 2, setembro de 2003

Esclarecimento

Concurso Logomarca IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora Sobre a premiação O ganhador do concurso receberá além do certificado da comissão organizadora a inscrição para participar do Encontro, sendo 2 inscrições no caso de casal ou 1 inscrição no caso de SCE ou AE. 44

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notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE 25 ANOS Eq. 2 - N. S. Perpétuo Socorro 8/4/2019 Anápolis-GO

N. S.

Eq. 9B Graças 20/4/2019 Belém-PA

das

Eq. 7 N. S. de Fátima 16/5/2019 Louveira-SP

Eq. 3 Fátima 19/4/2019 Anápolis-GO

N. S.

de

50 ANOS Eq. 2 N. S. Aparecida 9/8/2019 Garça-SP CM 527

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BODAS DE PRATA 4

18

abr 2019

dez 2018

Josefa e Edilson N. S. Rainha da Paz Aracaju-SE

27

Rosiany e Júnior N. S. de Lourdes Capitão Poço-PA

6

abr 2019

mai 2019

Neia e Canela N. S. de Nazaré São Miguel do Guamá-PA

Maria Zélia e Flávio N. S. Divina Pastora Brasília-DF

14

14

abr 2019

mai 2019

Edith e Jairo N. S. das Graças Ituiutaba-MG

16

11

jul 2019

jun 2019

Micheline e Sergio N. S. da Alegria Belém-PA 46

Ilda e Gelson N. S. de Lourdes Água Boa-MT

Tania e Ramon N. S. do Rosário Goiânia-GO CM 527


BODAS DE OURO 29

12

jun 2019

dez 2018

Heloisa e Adilson N. S. Mãe do Belo Amor Blumenau-SC

28

Lila e Antônio N. S. dos Navegantes Três Corações-MG

19

dez 2018

abr 2019

Helena e Pedro N. S. das Graças Caruaru-PB

26

Inês

15

abr 2019

mai 2019

Fátima e Airton N. S. Rainha do Céu Belém-PA

21

jun 2019

Sidneia e Edilson N. S. da Boa Esperança Belém-PA CM 527

Bernardo Tasso N. S. da Alegria Florianópolis-SC e

Rita e Sérgio N. S. Aparecida Belém-PA

17

mai 2019

Eva e Edy N. S. Medianeira de Todas as Graças Sorocaba-SP 47


BODAS DE DIAMANTE 6

Lourdes e Ivens N. S. Desatadora de Nós Belém-PA

jun 2019

JUBILEU DE OURO - SCE 14

Pe. Alvino Milani N. S. do Caravaggio Brusque/Itajaí-SC

dez 2018

VOLTA AO PAI Antônio Roberto de Olga Aparecida 20/2/2019 Eq. 02 - N. S. Mather Salvatoris São Carlos-SP

Michie Omomo de Alair Orlando 2/5/2019 Eq. 3b - N. S. Mãe de Deus Araçatuba-SP

Moacir Bueno de Alzira Divina 25/4/2019 Eq. N. S. do Rosário Ituiutaba-MG

Benedito Aparecido de Irlei Aparecida 5/4/2019 Eq. 3 - N. S. Imaculada Conceição Guarulhos- SP

Edwards Paiva de Vera Lúcia 25/4/2019 Eq. 35 - N. S. da Estrada Juiz de Fora-MG

Gil de Lúcia 9/4/2019 Eq. 05 - N. S. do Perpétuo Socorro S. Miguel do Guamá-PA

Pe. Arlindo de Gaspari 10/5/2019 Eq. 03 - N. S. do Rosário Limeira-SP 48

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MEDITANDO EM EQUIPE

ÍNDICE Editorial........................................................... 01 Super-Região Obrigado!...................................................... 02 Pais e Padres: Paternidade Social, Espiritual e Pastoral........ 03 A dor de nossas faltas................................... 04 Transfiguração do Senhor.................................. 06 A família e a infância de Henri Caffarel..........08 A vida cristã é fundamentada no batismo..... 09 Encontro Mundial das Famílias Papa Francisco e o evangelho da família: o que Jesus Cristo está dizendo (Amoris Laetitia).... 10 Ecos de Fátima O pai viu-o e encheu-se de compaixão........... 12 Igreja Católica Sexualidade Cristã..........................................14 Ano Missionário Uma Igreja convertida e em saída................. 15 Ó Maria, há cem anos coroada, te louvamos! Pernambuco e Recife sob a tua proteção!.......26 A Solenidade da Assunção de Maria: assumida por Deus, modelo para os discípulos de Jesus.....................................17 Vida no Movimento Encontro Nacional de Sacerdotes e Acompanhantes Espirituais 2019...........................19 Província Norte............................................. 20 Província Nordeste I...................................... 20 Província Nordeste II..................................... 21

Província Centro-Oeste................................. 21 Província Leste.............................................. 22 Província Sul I............................................... 22 Província Sul II.............................................. 23 Província Sul III............................................. 24 Raízes do Movimento “Reunidos em Meu Nome”........................... 25 Testemunho Massabielle, a Casa das Equipes................... 26 Trissomia do Amor......................................... 28 O “Milagre das Trufas”.................................. 30 Monsenhor Paulo Daher, não sei por onde começar............................. 32 Início de Caminhada..................................... 33 Reflexão O impacto do SCE em nossas vidas............... 34 Onde encontrar um santo?............................ 35 Partilha e PCE Por que devemos elaborar uma Regra de Vida?..... 37 Formação Correção fraterna - Uma opção ou um dever?...... 39 Serviço nas ENS CRS – Casal Responsável de Setor................ 41 CRS – Um serviço na graça do Senhor!......... 42 Datas do Movimento A espiritualidade de um casal protagonista........ 43 Notícias............................................................ 45

Encontrar o Amor de Deus em tudo, mesmo em meio aos tormentos causados pelos meus próprios pecados A Palavra de Deus -- “Se o meu povo, sobre quem foi invocado o meu Nome, se humilhar, orar, buscar a minha presença e se arrepender de sua má conduta, eu, do céu, escutarei, perdoarei seus pecados e restaurarei seu país.” 2 Cro 7, 14 -- “Abandone o ímpio seu caminho, e o homem mau seus pensamentos, e volte ao Senhor, pois terá compaixão dele, ao nosso Deus, porque é rico em perdão.” Is 55, 7 -- “Rasgai os vossos corações, e não as vossas roupas, retornai ao Senhor, vosso Deus, porque ele é bondoso e misericordioso, lento para a ira e cheio de amor, e se compadece da desgraça.” Jl 2,13

Reflexão -- O ensinamento teológico da Santa Igreja nos ensina que nós fomos criados para Deus, para vivermos na intimidade do Seu Amor – nossa liberdade está em escolher a Deus. O distanciamento do homem em relação a Deus, gerado pelo pecado, o faz perder sua identidade no seu sentido mais profundo. O pecado, cedo ou tarde, trará dores e sofrimentos ao homem. Relutar contra Deus é desconhecer nossa origem e nosso fim. -- O pecado, isto é, as faltas contra o Amor de Deus, antes de causar a morte, gera dor, angústia, sofrimento, espanto, remorso, tristeza, vazio... sempre a voz da consciência nos diz: “Se eu pudesse fazer de novo, faria diferente”. A dor moral é causada porque temos consciência da gravidade da ofensa contra Deus e contra o próximo. Como você tem vivido seus momentos de dor diante das faltas cometidas? O que vem à sua mente quando você experimenta a mesma dor vivida pelo filho pródigo? -- Como é evidente, as faltas geram dores, dores físicas e, principalmente, dores espirituais. Esta dor não pode ter um caráter estritamente humano, como peso de consciência ou sensação do orgulho pessoal ferido. A dor, ou seja, o arrependimento verdadeiro tem como fonte a certeza da ofensa cometida contra Deus. Quando o cristão tem a consciência do Amor de Deus em sua vida, a dor pela falta cometida é mais intensa, pois dói muito ferir a Quem nos ama. Diante das faltas cometidas, sua dor tem se limitado à sensação de que “eu não deveria ter cometido tal falta porque infringi uma lei” ou “estou sofrendo muito porque feri a Quem me ama e deu a vida por mim”? Qual tem sido a raiz do seu arrependimento? Não se esqueça... apenas o orgulho ferido não gera arrependimento.

Oração espontânea

n o 527 • agosto • 2019

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Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lú e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 3473-1282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi - Imagens: Pixabay (pp. 2, 3, 29, 30, 33, 37, 38); Can Stock Photo (1a capa, 4a capa, pp. 14, 28, 29); Google (pp. 7, 9, 15, 17, 18) - Tiragem desta edição: 30.000 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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Carta Mensal

-- Infelizmente, temos um dado real: muitas pessoas não sentem mais a dor pela falta/pecado cometido; é como se nada errado tivesse praticado, pois não se tem consciência sobrenatural das suas atitudes. Peça hoje, fervorosamente, a Jesus a graça de sentir a dor pelas suas faltas/pecados e de viver um arrependimento verdadeiro. -- Sugiro, principalmente àqueles que há muito tempo não se confessam, a procurarem um sacerdote e fazerem uma profunda confissão. Não há verdadeiro arrependimento e dor na vida de um equipista sem a busca do sacramento da reconciliação. Não perca tempo, vá hoje mesmo.

Oração litúrgica Salmo 142 Escutai, Senhor, minha oração, prestai ouvido à minha súplica, por vossa fidelidade e justiça, respondei-me!

Estendo para vós as mãos, de Vós minha alma está sedenta como a terra seca.

Não citeis perante o tribunal vosso servo, porque, diante de Vós, nenhum ser vivo é justo!

Fazei-me sentir, pela manhã, vossa misericórdia, pois confio em Vós. Mostrai-me o caminho que eu devo seguir, Pois a Vós me dirijo. Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal

O inimigo persegue minha alma, calca por terra minha vida; relega-me às trevas, como os que há muito já morreram.

Apressai-Vos, Senhor, em responder-me, pois meu alento se extingue!


Ser padre é ser abençoado e verdadeiramente escolhido por Deus Um pai espiritual dado pelo Senhor para nos guiar no caminho da salvação. Ser padre não é uma tarefa fácil! Deixar tudo é entregar-se completamente nas mãos do Senhor. Isso pede vocação, força e fé. O padre é um ser humano sujeito a tentações, fraquezas e também emoções e sentimentos, mas somente quem se esvazia de si mesmo numa entrega total a Deus é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente sacerdote sabe fazer. Sabemos que essa missão é árdua, mas sabemos também que a alegria do servir é maior do que todos os desafios!

Ano LIX • agosto • 2019 • no 527

Entrega total a Deus

CARTA PATERNIDADE

é uma bênção, um presente da vida e uma missão dada por Deus

Feliz Dia dos Pais!

Obrigado querido padre por seus ensinamentos, por seu amor e sua proteção.

4/8/2019 – Dia do Padre

Av. Paulista, 352 - cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Assunção de Maria

15 de agosto

Transfiguração do Senhor 6 de agosto


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