Entreverbo #47

Page 1

Participe da pré-venda de “Versos Bordados” de Jonatan Ortiz Borges! Compre pelo Pix: (51) 991977983

Não pode dizer que no princípio fez o céu e a terra. Pois um tal de Deus já tinha roubado a ideia. Faz desde então o que pode com seu ofício de poeta e vez em quando consegue construir e desconstruir, criar e recriar tudo o que há no mundo através do verbo. É um ser em constante busca e construção sem ser, e pelo que é não sabe se será... Amém. ANO 5 - EDIÇÃO 47 - JULHO DE 2022 Tudo junto misturado ao mesmo tempo: poeta, escritor, filósofo, professor, mediador de leitura, editor da Entreverbo, acredita no fazer sem crer em resultados. Conselho Editorial Cidadão do mundo. Escreve e interpreta poesia. Produz revistas, livros, colagens, curta-metragens. Também é professor de idiomas e tradutor. Aprendiz de flautista. Acredita na arte como ferramenta de crescimento individual e coletivo. Henrique Veber: Editor Geral Jonatan Ortiz Borges: Editor de Conteúdo Felipe Magnus: Editor Gráfico e Ilustrador R e v i s t a 1 0 0 % S o ft w a r e L i v r e

Editorial Olá amantes, aprendizes e apreciadores da poesia! Julho de 2022, cá estamos novamente com mais uma edição de nosso periódico de poesia contemporânea lusófona, cientes de toda extensão e contradições que tal terminologia possa carregar, mas igualmente conscientes de nossa responsabilidade como editores de uma revista de poesia em nosso tempo. Tempo febril, de pandemias que se tornam endemias, de crise política, econômica e social em nosso país, de novas guerras pelo mundo, no entanto vibrantes de uma poesia viva, que resiste, que protesta, sem nunca perder a doçura de falar sobre amores que acontecem e desacontecem, de mergulhos subjetivos e memorialísticos, sempre fiel ao seu ofício de fazer arte com palavras. Os 24 poemas desta edição são assim, diversos, contemporâneos e ao mesmo tempo em diálogo com a tradição, com poetas já conhecidos na Entreverbo e novos poetas que estreiam na revista e são a cara da Entreverbo, que é um coletivo e editora de rosto impreciso e traços difusos.Temos mais uma boa nova, tem livro novo sendo lançado pela editora Entreverbo neste mês, Versos Bordados, do poeta e nosso editor Jonatan Ortiz Borges. Você pode colaborar para que este projeto se concretize, comprando seu livro antecipadamente com valor promocional na campanha de pré-venda, R$35 com frete incluso para todo Brasil ou R$30 caso resida na região metropolitana de Porto Alegre e vá receber o livro no lançamento. A compra pode ser realizada pelo PIX telefone (51) 991977983. Depois é só enviar o comprovante e passar o endereço de entrega para o mesmo número de telefone, em contato direto com o autor. Garanta já seu exemplar de Versos Bordados Julho será um mês de muita poesia: Eis o convite: ENTRE. Eis o motivo: VERBO. Então permitamo-nos estar: ENTREVERBO(S).

Daniel Morine, 35 anos, natural de Santos/SP. seus poemas, haicais e outras coisasmais no instagram @morineescreve

Escreve

4 nem gato nem lebre E daí que a Coca é Fanta? até hamburger pode ser de planta Daniel Morine Santos / SP

Seguir o caminho Por de vida, desígnio Seguir o caminho de frente Na sua missão consequente É ir da nascente pelo rio.

Tentar-se-á outra extensão. Cada vez maior o percurso De percorrida viagem Com tanta natural visita. Em plural sítio, vasto recurso Sempre com inúmera bagagem Trazida, contada e escrita.

Luis Amorim Oeiras, Portugal Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 1900 histórias, 67 livros de ficção publicados e com numerosas participações em antologias literárias, revistasejornaisnaEuropaeBrasil.

5

Chegar à foz, perfeição Se é que ela existe Mas se tal nada registe

Vernissage

Em toda manhã, fez-se viva a obra Desenhada em prístinos entalhes, Cada traço retilíneo, cada dobra, Cobertos pelo Sol, envoltos pela flora Era ela, plena nos ínfimos detalhes A exímia artífice em exposição Que ao digerir a beleza com os olhos, Tomando encargo da criação, Dos objetos que molda, indistinta, Retrata outro mundo com as mãos Com o cuidado da obra que prima, Que destila sua alma na tinta Mesclada entre cores e tons Roger Gregory Viamão / RS

Graduando na UFRGS no curso de LetrasBacharelado Tradução Alemão/Português. Aspirante a autor, entusiasta de literatura sci-fi,horrorcósmicoepoesia. Contato: roger.gregs@hotmail.com

6

www.ronaldojuniorescritor.com

Autoimagem pensar sobre si é carregar no bolso um caco de espelho para consultar a cada dia - feito bússola cujo norte é outroa fim de considerarnãoas aleatoriedades que proferem sem que sejamos no caco de espelho, a imagem é origem de quem podemos ser - não do que queremos nem do que pensamos,fomos nem sequer do que achama emresideimagemolharoagora

Ronaldo Junior nasceu no Rio de Janeiro/RJ em março de 1996. É Bacharel em Direito, estudante de Letras – Português e Literaturas

7

Ronaldo Junior Campos Goytacazesdos/RJ

RecortedeÉ(Campos-RJ)acadêmicoeprofessordeescritacriativa,alémdeescritordaAcademiaCampistadeLetrasedeoutrasinstituiçõesculturais.autordoslivros"Oversosoueu:Antologiasentimentos"(2016)e"Murosimpalpáveis:poéticodacidadedeCampos"(2021).

8 o mundo entristece com os esquecidos de uma vida inteira aqueles que deixamos para trás sem o mínimo de conforto esperança ou dignidade os invisíveis agarrados à miséria as mãos frias que ninguém afaga empurrando suas histórias em carrinhos de supermercado vazios então o sol avista e aquece os solitários os que comem sanduíches sentados nos bancos das praças o sanduíche acaba a miséria não Benette Bacellar Porto Alegre / RS

Natural de Porto Alegre, onde em 2015 lançou seu primeiro livro de poemas “Nua Escrevo”. Menção honrosa no Prêmio Lila Ripoll dePoesia em 2016 e 2017. Em 2018, lançou o segundo livro de poemas “a outra me faz roer os dedos”, uma obra vencedora do I Concurso Literário Benfazeja e uma das finalistas do Prêmio AGES, LivrodoAno,em2019. Contato: benettebacellar@hotmail.com

9

Autor dos livros de poemas A Travessia das Eras (Penalux, 2018), Depois do Sonho (Penalux, 2020), Ansiedades: Relatos poéticos de incompletude (Selo Editorial Starling, 2021) e do livro O Coronelismo na Literatura: Espaços de Poder (UFRB, 2018). Coautor do livro Redescobrir-se: poesias de fim de século (Selo Editorial Letras da Bahia, 1998). Participou de antologias literárias no Brasil e emPortugal. Instagram: @andregalvao77

Cancao delirante

André Galvão Amargosa / BA

Desisti das notícias: Nada percorre esse vazio Que preenche os dias E derrama de si essa letargia E nas encruzilhadas que vejo Não sinto meus pés Nem comemoro vitórias Enquanto estiver são Mas então, alguém pondera Sem malícia ou pretensão Que um bom solo de guitarra Eleva qualquer espírito E deixo, assim, o som deífico Fazer deste tosco cérebro Uma gaiola de Faraday Em transe existencial Agora já posso desligar Pois eu sei finalmente Que esse insano caminho Não chega a lugar algum.-

As tardes debruçam-se Em um pôr do sol que sangra Horizontes d’alma velada Jorrando nas folhas verdejantes Lágrimas de orvalho cristalinas. E no passar do amargo tempo Não cessa a dor incrível Que se espera Nas vertigens da despedida Cala a nostalgia da noite E no cio das palavras de um verso A Lua grande nasce no horizonte Expandindo no refúgio a luz E a agonia das flores silvestres.

Adão Wons Cotiporã - RS O poeta Adão Wons é autor da obra, Transparências – Evidências da vida e da alma. Foi Autor homenageado da Feira do livro de Cotiporã em 2013 e Patrono da Feira do livro de Cotiporã 2017, premiado internacionalmente. Atualmente estuda CiênciasSociaispelaUFRGS. Contato: wonsster@gmail.com

Absolutamente

10

11

Jorge Amancio Brasília / DF Poeta graduado em Física, pós-graduações em Matemática para Professores e em Problemas de Geometria, todos pela Universidade de Brasília. Com três livros publicados NEGROJORGEN e BATOM D’AMOR E MORTE poesias ambos pela Thesaurus ed. 2007 e2014 respectivamente, NÓSOUTRXS Semim ed. 2018 participado de inúmeras antologias, poemaspublicadosemrevistasejornais. na areia quente em direção ao mar cabeça em gêmeos frenesi nos tornozelos os pés

Parafilia de um Anjo D ouro

sandáliapernasparamhesitantesnoarcruzadasminimalistaveste36impuneopédisplicentebalançafrutasentrededosnaturezaesmagadaocorpo-tapeteparalisadoemêxtasedegustobeijolambomordopodólatraamanheçosubmisso -

Sob o som de “Do You Wanna Dance” Embalado por de Johnny Rivers Em meio ao caos das barracas De quentão, de cachorro-quente, de doces ... Encontrei seu olhar E neste esbarrão de almas Supliquei ao locutor de quermesses Para tocar em seu nome David Castle e sua “You're Too Far Away”. E por um anjo envio este Correio elegante no qual Te entrego meu coração.

13 AlexandrePaulinoMorais São Paulo / SP

Alexandre Morais Paulino, poeta paulistano trabalha como professor no ensino fundamental na rede pública de Osasco, mas já fez um pouco de tudo neste mundão e confessa abestalhado que em matéria de guarida ainda espera a sua vez, parafraseando o Seu Zeca nosso poeta do samba. Dirige, produz e apresenta o programa CasArte MarginalnaWebRádioCasIlêOca.

Postal Elegante

O caderno em branco diz muita coisa Desses longos anos de não-ser. Quando o devir, com sua verdade, Cindiu o real por dentro: Suspenso, no horizonte, o amanhecer.

Tamara Chagas Vila Velha / ES

Das cores se dissipou a raison d’être, Mas as negras penas ainda mostravam um caminho Incompleto, entre a relva, eternamente. E o real cintilou, fremente.

E os sanhaços a ela se solidarizaram Como lúmens vazios às seis horas Passei a sentir o peso do mundo, Inteiro, sobre as costas.

Não como chama, mas como iceberg.

Quando a graúna morreu solitária na gaiola

Noite sem fim

14

Poetisa, pesquisadora em História da Arte e artista plástica. Atualmente, faz doutorado em História. É mestra em Artes, bacharela em Artes Plásticas e graduada em Gestão de Recursos Humanos. Autora do livro “Frederico Morais: a crítica de arte e seus desdobramentos” (Edufes, 2019). Publica artigos sobre História da Arte em revistas acadêmicas nacionais e internacionais. Seus poemas foram publicados em diversas revistasliterárias brasileiras.

@elciosantos43

Fearless Vida é girassol da cor dos gira a sós e um tanto de nós com ou sem nós na boca das noites gosto de após Enquanto giro a soleira até o sol seguinte sinto o sopro que me areia pelos socos do tempo pétala a pétala ao vento girassol se permite respirando com ventos ar cor de girandoconvitessóis as trevas desistem.

15

Élcio Nascimento Ilhéus / BA Bacharel em Direito e ex- advogado. Hoje guarda civil e concurseiro. Sigo publicando contos, crônicas e poesia na internet e em revistas literárias, desde 2011. Escrevi dois livros que foram verdadeiros fracassos de vendas, mas persisto escrevendo. Terminei o meu segundo livro de poesia e estou escrevendo o meu primeiro romance. Instagram:

Oscar Henrique Marques Cardoso, natural de Porto Alegre, é jornalista, radialista, escritor epoeta. É editor chefe na Editora Agbara e autor imortal na Academia de Letras do Brasil, Seção Rio Grande do Sul. É autor dos livros Nós, Entre Louvores e Amores, Cuidado, Palavra Viva!, Vó Coia, A Pérola Mais Negra, Prosopopeia, Chico, Christine, E tudo quase se foi, Minha Charla e Coletâneas Negras PalavrasGaúchasUMeDOIS.

/

OscarCardosoHenrique Porto Alegre RS

Vai preencher cinquenta por cento do que sinto Sessenta por cento vem em um arrepio Setenta por cento é conclusão Oitenta por cento é resultado Noventa por cento é sensação Cem por cento é fogo e paixão…

16

Começará a aquecer vinte por cento de minha alma Trinta por cento do resultado será o meu sorriso

Quarenta por cento do brilho do meu olhar

Percentual Se eu receber dez por cento do teu carinho

18

Olho para os ponteiros Eles insistem em me desafiar. Badaladas em meio à madrugada Palpitadas no peito Pancadas na alma Que infortúnio não ter notícia alguma!

Cada segundo, um paraSóDianteParaLiberdadeAntesBusca-seMomentoSimplesmenteChronos[Enlouquecedor].martírionãoajuda;nãofavorecedesmerece.obscuroedelamentoredençãonapresençaoutroraforaausênciaentão,dessesofrimento.ocaosquemeforacausadodetãonegligentetristezamerestaesteinsólitomomentoentãochamar[detempo].

Emerson Garcia de Souza Paverama RS Sou educador da rede pública de ensino, ministro as disciplinas de língua portuguesa, língua inglesa e literatura, sendo essa terceira, a minha grande paixão. Sou natural de Canoas, mas trabalho e resido no município de Paverama. Escrita criativa, bem como poemas e contos são a minha paixão, desde o início da minha faculdade de Letras em 2012. Me sinto honrado em ter a oportunidade de contribuir para a revista, bem como mostrar aos leitores, principalmente aqueles que apreciam a Poesia, que a leituranos fazo noslevaaondequisermos.

Tempo Tic-Tac! Tic-tac! Tic-tac! Entre uma badalada e outra Tentativas de não pensar em você [Aliás, não pensar em nada].

/

19 Jorge Abreu Barra do Corda / MA eJorgeAbreuéautordedanações(Trevo,2108)defeitiço(Primata,2021). Antonimia O poder ostenta Inventa inverdades Comete crueldades Contra quem prefere Andar na contramão Devora tudo à frente Mata maltrata tritura O poder enche o bucho De lagosta filé camarão O poder atrai encanta Promete a eternidade Na alegria e na saúde Na tristeza e na dor Poder, oposto do amor!

20 noite eterna os corpos eram encaixe perfeito passariam à retardariamencantadoseternidadeonascimentodo

dia esconderiam o sol em alguma caixa mágica seriam eternos estabeleceriam a nova ordem mundial prevalecendo o amor sobre as guerras sobre qualquer forma de violência apagariam as luzes da cidade restariam as estrelas na escuridão fariam amor dentro da noite eterna partiram para rumos contrários e as noites se sucederam tão efêmeras quanto uma flor do campo como a própria vida Flavio Machado Cabo Frio / RJ Nascido no Rio de Janeiro em 1959. Colaborou com vários órgãos da imprensa alternativa. Participou de diversas Antologias Literárias. Premiado em importantes Concursos Literários. Publicou os livros: Sala de Espera (2003), pela Editora Blocos, livro azul de haicai (2013), pela Editora CBJE, Provisórios (2014), este lado para cima e à margem – volume 1 (2015) e à margem – volume 2 (2016), todos pela Editora LiteraCidade, e Livro Branco – 2017 pela Editora Pará.Grafo, Livro Amarelo – 2018 pela Editora Ixtlan e Poemas para a luz do lampião – Editora Costelas Felinas 2019 .Hoje radicado em Cabo Frio/RJ. Membro da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio. É Engenheiro Agrônomo e de Segurança do Trabalho, casado, quatro filhos e dois netos.

Oracao do desenhista Faço, refaço e recrio a vida num traço.-

21

Massilon Silva Aracaju / SE Jornalista, escritor e poeta, natural de Alagoas, foi correspondente do Jornal de Alagoas, Jornal de Hoje e semanário Desafio, todos de Maceió, Alagoas. Contato: massilonsilva00@gmail.com

As bolhas de sabão, na luz da praça, resplendem no bailado sob o vento. A coreografia é um ornamento que o Sol do amanhecer aquece e abraça.

22 PauloTórtoraCezar Rio de Janeiro / RJ Nasceu na cidade serrana de Petrópolis (RJ). É engenheiro, professor, com premiação em vários concursos literários. É autor dos livros “Sonetos, Haicais e Outros Ais” (ed. Costelas Felinas, SP, 2017) e “Raio de Sol e Outras Centelhas Poéticas” (ed. Litteris, RJ, 2019). É membro do Círculo Literário do Clube Naval do RJ, da AML –Academia Madureirense de Letras (RJ), e da ABPAcademia Brasileira de Poesia / Casa Raul de Leoni,dePetrópolis,RJ.

Na vida as ilusões também fulguram. Alegres, por instantes elas duram, bailando alvissareiras, bem assim. No alento da esperança todas crescem, depois, no desencanto, elas fenecem e espraiam tristes mágoas no seu fim. -

Bolhas de Sabao

Renascem na estrutura tênue e escassa da espuma, perdurando um só momento e espocam, no espargir de alumbramento da estrela que, a luzir, se despedaça.

23 era uma voz esta língua que ouço que soa esse som saliva que engole dissolve e silva degusta, lambe, toca e degusta a úvula ressoa e ecoa no céu dessa boca que fala e canta encanta e cala cansa e se enrola em beijos sem eixo no beco do berro esse erro esse entrave essa ponte essa chave esse encontro esse ponto onde nada se diz e tudo se esconde essa língua que urra clama e declama desde todosporsussurrasempreapenasumaúnica-voz:oslaços,semnós

Malú Bortoletto São Paulo / SP

Amante de todas as artes, escreve desde cedo, completamente apaixonada por livros com ilustrações e bem editorado - forma e conteúdo se complementam. Em ininterrupto processo de desformatação. Instagram: @mhaluh.h

Talvez alguns desconhecidos Cheguem a ler meu livro de poemas Perdido nas prateleiras empoeiradas De alguma biblioteca ou livraria

Como os operários das gráficas E das fábricas que produzem Os papéis nos quais é impresso

Sendo em seus olhos imortalizado Como nos lábios da minha mãe Lendo-o para meu pai Geraldo Ramiere

Antes de carinhosamente o esquecerem Na sua estante ou de outras pessoas

Quem sabe divulgando as poesias

Tenho certeza é que meus irmãos De sangue e que a vida me trouxe Lerão o meu livro de poemas

Geraldo Ramiere (01/07/1981) é poeta, contista, professor de História e produtor cultural de Planaltina-DF. Desde 2002 tem suas obras publicadas em forma escrita (periódicos, antologias e revistas literárias) e no meio virtual. Por várias vezes foi premiado em concursos literários e possui o blog literário Céus Subterrâneos. Em 2021 publicou seu primeiro livro, Desencantares Para O Esquecimento (poemas), pela editora Viseu. Acredita numaliteraturaqueliberta.

25

Planaltina / DF

Epigrafe Os olhos iletrados do meu pai Não lerão meu livro de poemas Mesmo repletos de sabedoria

Ou após ser citado numa tese Teorizando o que jamais imaginei Provavelmente a maioria dos amigos E aqueles que me conheceram Irão ler meu livro de poemas

26 esta noche honra a palavra joga fora a água da bacia enxuga as mãos limpas, as honravervesaciamãossedefomeapalavraesegueenxugaosolhosàluzhonraaideiaperdidanahorahfluídanahorahsentaàbeiraesperatualuztuavezhonraocantocaídooverbogeralestanoche

Carlos Vilarinho Palmeira das Missões / RS Carlos Vilarinho. Pai do Ícaro, do Martim, da Ana Clara e do Théo. Leitor, escritor e advogado. Livros: “sentimentos indecifráveis’ (2008), “meia-lua” (2018). Publicação em coletâneas e revistas literárias. Contato: carloseugeniovilarinho@hotmail.com

28 germe cada palavra não dita, não despejada, não desalojada do seu casulo apodrece.quente, presas no coração ou nas ideias, sufocam. cada palavra não parida é feito um filho natimorto. palavras precisam sempre ser ditas, ou ESCRITAS em caixa alta. ou rabiscadas em garranchos enviesados nas portas de banheiros ou nas entrelinhas de um jornal. pouco importa o que é dito: todo vocábulo carrega em si o germe da perenidade. esquecimento é vazio, página incólume e torpor. de todos os tácitos prazeres mundanos escrever é o mais incerto e o mais nuncaescribassoberbo.dãoasmãos.

Escritor, poeta e desenvolvedorde aplicativos. Mora em Imbé/RS. É autor da obra “O Land Rover Negro e a Caixa de Drops” (Selo Jovem, 2020), Ao longo dos anos se destacou em concursos literários Brasil afora. Entre os mais recentes estão: finalista no I Concurso Literário Escryba, 8º lugar no concurso literários “Caminhos de Anita”, 1º Lugar no IV Concurso de Poesias Joaquim Távora (2021) e semifinalista no Prémio Internacional Pena de Ouro 2021(conto). Instagram: @maximilianodarosa

Imbé / RS

MaximilianodaRosa

29

Porto Alegre / RS Sou natural de Cachoeira do Sul, mas moro em Porto Alegre. Tenho uma página no Facebook: "Da Lua e Outras Coisas Mágicas - escritos literários de Robson Alves Soares". Caçula de sete filhos, gostava de não ir ao colégio. Colecionador de proparoxítonas, está pronto para se aposentar desdeos 11anos deidade.

RobsonSoaresAlves

Retorno O poema quando retorna não quer cruzar a ponte. Prefere molhar no rio cada verso e anverso, a ver se a água tem força para mover os moinhos das metáforas.

Adson Leonardo Montes Claros / MG Adson é redator e escritor freelancer que se arrisca pelas palavras equilibrando-se na decordabambadomedocomoamorcomoredeproteçãologoabaixo.

Um toque leve no rosto, o secar de uma lágrima O cheiro de pão novo, o bailar que agita sua saia Pois os ventos, tal qual amante tímido Traduzem em carinho o que não conseguem dizer -

Instagram: @adsonleoz

30

Paixoes aos ventos Hoje confessei aos ventos todo o amor que sinto Pedindo que o levassem pelo ar até você E mesmo que os ventos não falem Encontram uma forma de o fazer

Deus sabe mais de mim que o contrário, as pedras fazem parte da minha história, o rosto traz impressas as marcas das pedradas que o mundo me atirou, minha identidade são passos marcados nos caminhos. Nunca tive boa memória, não me cobrem mais nada, por si só já me basto como uma cova aberta em terra árida esperando o grão para renascer com outra face. No chão de minha memória, tudo é sem nome, tão precária é a sina quando a ausência se faz mais ardente sobre a pele dos bichos terrenos. Apesar da morte, estarei exposto por aí como uma pedra, fazendo sombra ou deslizando sobre os que andam dispersos.

31

Meu tempo O poema é o meu tempo, lá fora, o crocitar das andorinhas blasfema contra a baixa umidade, a sombra de cada coisa é uma sílaba da palavra no verso que se forma.

Jonas Pessoa Brasília / DF JONAS PESSOA DO NASCIMENTO é cearense radicado em Brasília. É poeta, professor autor de O Grito (2010), Pedaços da Existência (2013), Palavras Trocadas (2015), Faces da (in)Diferença (2016), Lamentos (2017) e Diagnóstico duvidoso (2020), livros publicados na Plataforma Online do Clube de autores. Em2018, foi vencedor doI Prêmio Amazonas de Literatura com o livro Chão Partido. Tem poemas inseridos em algumas antologias. No Facebook, é autor da página poética Poesia da vida.

EmersonÉlcioDanielVilarinhoMorineNascimentoGarciadeSouzaFlavioMachadoGeraldoRamiereJonasPessoa

Jorge Abreu Jorge Amancio Luís MaximilianoMassilonMalúAmorimBortolettoSilvada Rosa Oscar Henrique Cardoso Paulo Cezar Tórtora Robson Alves Soares Roger Gregory Silveira Ronaldo Junior Tamara Chagas Escritores da 47ª edição: Adão Wons Adson Leonardo Alexandre Morais Paulino André Galvão Benette Bacellar Carlos

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.