Gui Menezes
#23 1 0/ 1 5 R $ 6,0 0
ANO 2 - EDIÇÃO 23 - OUTUBRO DE 2015
Jonatan Ortiz Borges: Editor de Conteúdo Não pode dizer que no princípio fez o céu e a terra. Pois um tal de Deus já tinha roubado a ideia. Faz desde então o que pode com seu ofício de poeta e vez em quando consegue construir e desconstruir, criar e recriar tudo o que há no mundo através do verbo. É um ser em constante busca e construção sem ser, e pelo que é não sabe se será... Amém.
Gui Menezes: Editor Gráfico Em busca de um lugar que nem sabe bem onde fica, faz essa procura através da arte. A inspiração para criar é a musica e o café. Além de viajar em um mundo próprio também viaja de moto sem um destino certo. Apaixonado por pessoas, inverno, quadrinhos, madrugada e desenhar, tudo isso sem moderação.
Odair Fonseca: Produtor Multimídia e Publicitário Ator, Fotógrafo, Videomaker, Produtor Cultural, Produtor Multimídia e Midialivrista. Quase um David Bowie, um camaleão da vida que se modifica e se adapta a ela cada dia. Viciado em trabalho, café, teatro, rock, jazz e literatura. Entre trabalho, arrumar e desarrumar as malas às vezes tiro uma soneca.
Lilian Monteiro: Relações Interpessoais Especialista em café e petiscos, apaixonada por vinho e abraços, pulsação por qualquer forma de arte, atriz, poeta e curiosa sobre quase todos os tipos de assuntos.
Conselho Editorial: Henrique Veber, Jonatan Ortiz Borges e Lilian Monteiro
Editorial "(...) O nosso amor a gente inventa (...)" (Cazuza) Olá descobridores, recriadores e inventores da poesia. Amantes, apreciadores e aprendizes do amor. Hoje queremos começar ressaltando que nesta edição tivemos um recorde de poemas enviados para apreciação, e consequentemente um recorde de poemas publicados. Com fazedores de versos de todo o Brasil. Poemas e mais poemas ricos em ternuras e pluralidades estéticas. Assim como o sentimento maior, a Entreverbo não mais cabe em si mesma, inundando de amor pela poesia o recipiente dentro do peito, rompendo a dureza repetitiva do cotidiano com o brotar de uma flor que cresce aos cuidados de todos nós. Com versos pétalas de incontido amor. Por isso sempre diremos: Obrigado! Vocês são e fazem a Entreverbo. Lembrando que estamos contando com o financiamento do PIC - Programa de Incentivo À Cultura da Prefeitura Municipal de Canoas, ao projeto Iniciativa Entreverbo que consiste na edição da revista com gratuidade da publicação aos poetas colaboradores, sarau de lançamento com gravação de vídeos das leituras e intervenções poéticas postados em nossos canais virtuais e nosso Sarau Performático realizado nos espaços e eventos culturais de nossa cidade como contrapartida ao financiamento público. A cada mês temos mais e mais provas de que a poesia pode e deve ser usada como ferramenta de transformação da realidade. E quando falamos em poesia queremos dizer que talvez ela seja a capacidade de vermos o que há de belo nas coisas, nas pessoas e no todo. E que o alvo de nosso amor pode ser o próprio amor. Mas o que é, como se define, quando reconhecemos e de que forma podemos sabê-lo? O que sabemos é que esse sentimento não é... às vezes sendo. Define-se apenas com abstratices. Se pudéssemos vê-lo ainda assim não o reconheceríamos. Talvez nunca o saibamos mesmo sendo sabedores da poesia em tudo contida. Pelas formas de amor e amar o que fazemos... Eis o convite: Entre. Eis o motivo: Verbo. Então Permitamo-nos: Entreamor e Entreamores. Os editores
Rafa, Rainha do Meu Mar Saravá Inaê amar é a maré de nossos mares e a nudez é além-mar de nossas vergonhas irmã, filha, amante, divã, guerrilha, xamã, cartomante e Deus sou tão meu quanto teu quando deito Morfeu e reinvento meu breu no corpo feminino de mais um menino latino que sonha. meu poema cai como barco no embargo do teu virgem vendaval tua nudez me leva pros mares onde moro e aprendo ter fé sou o lamento de um berimbau quando reinvento meu corpo colonial no corpo ameno, masculino e marginal do teu ser mulher. Saravá eu fui curado por Deus brasileiro nos seios da mais bela filha de Iemanjá. William Fossati Rodriguez
O louco Na fria e imaculada perfeição habita um louco. Move-se de um lado a outro na cela escura da noite. Olha pro céu e espanta: -'O universo parece morrer'... - ele canta. Canta o louco mesmo ferido pelo tempo e sua foice feita de silêncio... Mas tal clausura, decerto, sucumbirá. E o louco – tomado de lucidez- fugirá. Alcançando a liberdade, deixando a cela vazia, o louco olhará pro céu, (na sua insanidade vadia) E não cantará mais a morte, só cantará poesia! Viviane Barroso
Plantas Secas Vivendo o outro lado da noite Mastigando o amargo sem doce Triste como um cachorro sem dono Livre e procurando no que se prender A vida é uma bela Cinderela Se cortando em seus sapatos de cristal Fingindo estar feliz por estar bonita Seguindo o julgamento do espelho posto por si mesma Quem vai salvar seus sonhos aguados Do inevitável afogamento O suicídio da monotonia No amargo calor de suas preces Vivendo o outro lado do escuro Sendo tudo aquilo que esconde Feliz como um verão de dezembro Brilhando os olhos ao ver qualquer centavo A vida é uma bela passarela Sobre o salto cai quem não desfila Sorrindo para os olhos mais carentes Seguindo um caminho ao redor do próprio mundo Quem vai salvar seus sonhos molhados Do inevitável ressecamento O suicídio da maresia No amargo calor de suas pregas
Flores Ramon Samurio D' Vargas Muda estação vira o tempo, entreventos, chuva e calorão, conservam os bons projetos não gastam mais que o necessário não manipulam nem prometem, de boca fechada e roupa colorida, ganham os votos, fazendo prosa no jardim. Leila Silveira
Bússola Foi um desígnio dos astros? A fúria louca do sortilégio dos zodíacos? Ou, a contrariedade dos signos da mandala da vida, que gira doida, feito bússola, nas mãos do tempo?… Não sei, não sei… Quando acordei era um outro ontem e a numerologia estava perdida em calcular o destino, esse meu destino que me virou as costas e disse: - Vai. Mas vai aonde? Nem as estrelas querem me revelar a rosa-dos-ventos… Minha rosa-dos-ventos, onde foi? Será que esqueci em alguma visita ao passado? Ou, nos meus desvarios em arrebol?… Meu coração é uma vela que não se apaga, que me acorda do sono dos submersos e como o milagre ao andante perdido na estrada, grita resignado: tua bússola sou eu! Michelle C. Buss
toada de ontem já é tarde e ainda cisma que não há efêmero __ no calor do abraço fecha as cortinas e monta um mosaico à luz de lamparinas já é tarde e ainda cisma com a canção de ontem __ o cinema mudo e o que adormeceu no linho já é tarde e ainda cisma em tomar um vinho e não deixar ao vento o que é do tempo feito palavras no pergaminho Cláudia Gonçalves
Abandono
Só por um instante Quando a música tocar, levante-se. Não espere um convite. Deixe a plateia de lado e vá se misturar ao rebanho dos aventurados. São estes os verdadeiros sábios que competem à altura com essa ditadura que é o tempo. Seja quem dança, quem sabe viver sem medo dos outros e do que vão dizer. Se jogue na pista, se perca de vista, às vezes, é preciso deixar de ser só por um instante. Magda Duarte
Já te contei Várias fábulas Histórias mal contadas De amor e ódio Na esperança De ver teus olhos Brilharem Ou pelo menos Emocionarem-se Com o desequilíbrio Natural e peculiar Do ser humano. Porém Travaste o riso O teu olhar se perdeu E a nossa poética do encontro Tornou-se mero acaso do abandono A crônica do monólogo do Adeus! Lilian Rocha
Loucura-me no colo dos poucos que ouviram meus gritos fecho os olhos e surgem mil rostos perdidos se minha face é chuva, minha boca é gaiola eu me vejo na rua pedindo amor como esmola num existir sem vida, assistindo o mundo perdi o controle e a TV perdeu a função mudo só o que ouço é a paranóia que dia a dia criei crendo veementemente que são vozes do além a ressignificação do medo ocorreu de repente quando fui outra e outra foi minha mente estava eu ser pulsante preso em uma caixa junto a cada pedaço que em mim não se encaixa do pó do meu eu robô surgiu o mais denso caos vi meus motivos sumirem e desejei um final a cada surto um vazio dominava meus dias lavei minha alma suja e a preenchi com poesia. Lily Ribeiro
Lua vermelha Vestiu seu véu encarnado E, do seu altar, me encarou Desafiando a poesia Até então trancada em mim Mas não queria uma poesia qualquer Exigia que fosse libertária Que tivesse alardes da alma E lançasse fora as amarras Para relaxar, me serviu um vinho Deixou-me sentar no seu colo Deu-me o futuro em branco Para que eu poemasse Lenilson Oliveira
Teus olhos uivam-me o silêncio Como não chorar Como não chorar se os olhos dele eram o mar eram salgados Eu lambi as colinas Mergulhei minha língua nos seus abismos e provei-lhe
Súplica
A luz queima a negra retidão das minhas preces de Lua Cheia
Me ames. Farias o inevitável se o amor ponderado não fosse o imponderável
Todas elas foram inúteis quando a boca dele inundou-me comeu-me a alma O som da sua voz era doce como o rio e um naco do meu coração nos dentes ele cuspiu Puxou suas redes e seguiu a remar me deixou pensando na luz dourada a desaguar
se o amor não fosse o temporário se o impossível não fosse o necessário se meu sempre não fosse o embora. Julio Urrutiaga Almada
Larissa Ferreira
Gênero Poesia O gênero é poesia Mas poesia não tem gênero Poesia tem cor, tem forma Mas não tem norma Tem palavra, tem sentido Poesia tem sido Uma linguagem clara Culta, cultua a liberdade De expressão, de ser e estar Poesia tem fome, tem nome É João, é Maria É “Fulano” e “Sicrano” Poesia provoca, fomenta A parte sincera do ser humano A outra parte se liberta Nos devaneios de quem lê Poesia prevê e atesta Que neste mundo pequeno Gigante é o gesto de quem Além dos olhos consegue ver Poesia é conceito Bate no peito e rejeita Qualquer palavra Que num contexto Possa vir a ser Puro preconceito. Júnior Dihl
Flores em vasos de molotov Um poema como carne no açougue Na vitrine da loja Um poema em posição de destaque Feito estante lustrosa Numa pilha de nervos Sem dedos nem prosa Um poema olhando o caos, lá de cima Numa falta de escolha Com visões de estourar a retina Feito plástico-bolha Fadado à sua própria sina Ao vento, como uma folha Um poema feito luta perdida Num campo minado Tanta coisa infringida Quase nada considerado Um poema como flores Em vasos de molotov Como o homem no espaço O recesso O cansaço O avesso O fracasso O excesso O escasso. Júlio Freitas
a arte não salva mas serve não nos livra mas alivia não nos leva mas liberta não lava mas é leve a arte arde mas não morde Patrícia Giseli
Imaginário Engaiolados pássaros debatem-se nos olhos extirpados: medo da escuridão Nunca mais o canto Nunca mais o infinito apenas a concretude do voo limitado Invocada a terceira visão somam-se liberdades: pássaro e luz riscam o céu da imaginação. Helena da Rosa
Aventuras de Rua Criança abandonaste teu lar para te aventurar em mundos desconhecidos? Verás que aqui fora serei cruel, Verás que coisas boas aqui não acontecem. Maldades rondam seus passos o dia inteiro Que felicidade, não terás comigo, Serei tua loucura diurna e teu pesadelo à noite... Frio passarás, o sol te queimará, até um dia lembrar o quanto você perdeu comigo. Que nada levou, a não ser tristezas e péssimas lembranças que terás de mim. Sou cruel, sou o MUNDO. Voltarás para o seio de tua família e jamais te aventurarás novamente, Pobre inocente. Gilnei Moreira
Fenix faísca fecunda altiva destemida destemperada não se despede de nada pensa que sabe da lida enquanto queima fecunda faísca reza inconstância confunde estar e ser a morte é sua dança o céu é seu limite enquanto queima risco assumido obelisco rompido cessa faísca se despede de tudo o chão vira ciranda renasce na dança caveira fecunda cinza Felipe Magnus
Quase blue, almost azul Hoje estou assim... Não sei dizer concretamente, Uma sensação, maybe um sentimento dúbio Que me deixa inquieto, tira os pés do chão, Move minha mente numa direção, Como se a seta não atingisse o alvo, E o que rege tudo é um sentimento cru. Eu aqui sou só, Nós sem termos para onde ir, Só me resta agora este imenso mar azul... Sendo coisa que não vejo, mas por dentro Toca, tapa a alma, cega a calma, cobre um véu Com isso, desmascara tudo me deixando blue. Desconheço a causa, sou seu prisioneiro, Tira a minha roupa me deixando nu. Eu aqui sou só, Nós sem termos para onde ir, Só me resta agora este imenso mar azul... Eu e tu. Elton Manganelli
Nasci flor Arrancada da relva e plantada em estufa Protegida da vida em vaso de porcelana Aprisionaram minh'alma Primavera inteira invejando a borboleta Até desejei ser ela Implorei por ser mosca Qualquer um que voasse Moço lindo apiedou-se Teria ouvido meu lamento? Teria notado meu tormento? Quebrou o vaso Rasgou minhas raízes Me arremessou ao sol Voei feliz por quase um segundo! Aline Portinho
Mulheres Há mulheres com as quais passo a noite, mas queria passar o dia; quem sabe os dias, ou ainda, a vida. Mas elas são livres, elas são leves, elas são soltas... E eu as livro (de mim) levo-as (até o fim) e, ainda assim, quero-as todas. Marcelo Rutshell
Das Ramas não tenho ramagem para o amanhã contraí espera pela boca que não desperta risos também não antecipo instantes vou até depois das flores a tanger o canto [ inaudível verdade sem importância ] tingido de cova lanço o tombo resguardado na herança de forjados ombros sou só impassível! Airton Souza
Homo Grammaticus Falo uma língua bárbara de palavras cruas, disfarçadas. Emito sons muito claros de sentidos vagos, mascarados. Transmito mensagens pardas por meios turvos, inconfessos.
Cabeleira
Risco ângulos e curvas numa gramática vã.
Mais que um estilo negado, Ele é cotidianamente desfigurado Por um padrão que não o encaixa.
Quem me lê não me ouve; quem me ouve não me vê.
Às vezes o patrão faz-se de rogado E inventa não estar alinhado A sua cabeleira, e ele não cortava.
Tony Saad
O chamado cabelo a dar com pau E por causa do tal quererão dar-lhe porrada, Pois o misto: pele preta, cabelo crespo, é fatal E de maneira imoral, reduz-se o ser a nada. Mais que a representação da cor e poder, Na verdade está posto o próprio ser Que se encontra naquele emaranhado. É o conceito antecipado que busca ofender, Degradar, que intenta fazer florescer Erva daninha e eternizar o Cristo discriminado. Não há de ser ou ele, ou seu cabelo. Eles são um, únicos, único, perfeito E resistir é evitar o absurdo. Tantos bilhões de pessoas no planeta inteiro, Tantos milhões de quilômetros no mesmo E o seu cabelo não cabe no mundo. Zéu Pereira
‘‘ESSES’’ Alguém disse que o apocalipse vem; Se tu pensasse? E dispensasse; Num eterno ir e vir E nascesse E o tempo dissesse: - Desveste esta roupa de carne... E vem! E se eu dissesse, numa prece Tudo o que fosse; O que foi? O que era... Já não é mais! E se eu pensasse? Ricardo Baptista
Apanhado Nas calçadas mudas, Chapadas de minha alma Passadas por vias saturadas Onde estação-marquise Despeja uma impressão esquisita Sobre o lânguido caminho partido Matraquear das esquinas... Eu escolho a rua 13 de julho... Praça-noite; Condenados coretos sem sorte, pela falta do narcótico & foda Sozinhos, debruçados gargalham garras & protesto mordaças nos bancos sanitizados Me, Coloco à vista de Secretos Policias. Fernando Pereira
Eu sei por quê. Para José Osnir Vieira Vaz Eu sei por que muitos detestam Quem se faz rei do mundo em verso. Reinar na página é ofender Quem, mesmo no íntimo universo, É um escravo, e assim protestam Contra um reinado de poder: Poder ser rei de si sozinho, Obedecer a seus decretos Sem prestar contas a ninguém E, a olhos vistos, os secretos, Vários percursos do caminho Reescrever, rumo a além do Além... Eu sei por que muitos detestam Quem se faz rei do mundo em verso. Porque não ousam acender Seu sol de vela no universo, Mas, vendo-o aceso, veem que infestam De luz o escuro do não ser. André de Castro
O amor é paciência Pés no chão, nunca se esqueça. Deixe que a vida trate de trazer a recompensa. Enquanto isso, ame, mas ame de verdade. Ame a ponto de nunca sucumbir à vaidade. Com dedicação e persistência, você perceberá o que não é novidade: O amor é paciência, e embora não pareça, às vezes ele acorda um pouco tarde. Alysson Augusto
Adágio para uma noite
ele mora em meu sonho desenha borboletas no meu corpo pinta as borboletas de amarelo inventa reino para as borboletas encanta as borboletas escorre mel em seus lábios antes mesmo de amanhecer põe-se a navegar Neli Germano
Adágio para uma noite Em cada noite adormecida em cada porto que atracar em cada oceano que navegar em cada sonho que estar quando o meu olhar procurar horizontes vão afundar além mar traduzindo versos eloquentes ofuscando enigma no meu olhar moldando encontros, sorrisos, abraços voos além dos céus, além dos mares ocasos abrolharem desnudos noites acenderem luas grandes e no existir das horas manhãs toscas nascerem vestindo véus de neblinas com sonoros cantos de pássaros despertando emersas vidas. Adão Wons
Contraproducente A Pedro du Bois os objetos sintetizam o que somos apenas traduzem a avareza humana em amealhar coisas para deixá-las no fundo do baú quando se morre Luiz Otávio Oliani
Passarinho
Sobre saudade Apócrifo autor Com suas alienações A alma de poeta Que pouco deixa Sorrir a primavera Não que ele deixe De abrir estas janelas Pra você O amor e as portas Estão abertas O coração para Outubro Flores e fauna Pega a mão Da saudade E se fez em matá-la Mas agora escurece E longe dela Se depara
Cantei pela liberdade mas tu não me ouviste Érica Antônia veio lento, chegou tarde e só me trouxe alpiste Mauricio Goldani Lima
Dicotomia do invisível Nunca tive fórmulas ou remédios prontos Horário exato, alegria marcada Lugar fixo, coração pra morada Mas eu sempre tive algo (Algo) Pequeninho (Algo) Miudinho (Algo) Abraçadinho Nesse caos que mais parece esperança Nessa chuva que próxima de bonança Nessa infelicidade, que bate e me arrasta qualquer vestígio de lembrança ou característica de quem's. Nunca tive esboço ou roteiro Caio mesmo, e quebro joelho Mas eu me sangro e me curo, me sangro e me curo , me sangro e me curo Sem pausar Sem relaxar Sem alucinar Porque tudo que é meu é denso, é pesado, é cru. Nunca tive visibilidade Não nasci pro palco, não sou protagonista da minha própria liberdade Mas tudo que tenho me faz morrer e viver, morrer e viver, morrer e viver De dor De amor De pavor Porque antes de ter as fórmulas, os esboços e o visível Eu quero mesmo é ter o controle de mim Sempre distante Sempre inalcançável Sempre no começo do fim. (eu) sou dicotômico. Douglas Rosa
A equipe Entreverbo agradece a todos que participaram e que apoiaram nesta edição! Aguardamos a todos na edição 24...
Escritores da 23ª edição: Elton Manganelli Aline Portinho Airton Souza Zéu Pereira Tony Saad Fernando Pereira André de Castro Alysson Augusto Adão Wons Neli Germano Luiz Otávio Oliani Érica Antônia Douglas Rosa Cláudia Gonçalves Ricardo Baptista Marcelo Rutshell Leila Silveira
William Fossati Rodriguez Viviane Barroso Ramon Samurio D' Vargas Patricia Giseli Michelle C. Buss Mauricio Goldani Lima Magda Duarte Lilian Rose M. da Rocha Lily Ribeiro Lenilson Oliveira Larissa Ferreira Júnior Dihl Julio Urrutiaga Almada Júlio Freitas Helena da Rosa Gilnei Moreira Felipe Magnus
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Financiamento:
Apoio
40
GRAUS
PIZZARIA LANCHES
Programa Nacional de Incentivo à Leitura NÚCLEO CANOAS