Entreverbo#26

Page 1

#26 03/16 R$6,00


ANO 3 - EDIÇÃO 26 – MARÇO DE 2016

Henrique Veber: Editor Executivo Filósofo poeta, ou poeta filósofo, apaixonado pela arte, ser que necessita escrever para estar vivo, e que encontra na poesia sua forma de fazer-se no mundo, que acredita que só arte salva a existência, e que um sarau com poesia e música e algumas cervejas pode ser um momento transformador e de sublime felicidade.

Ricardo Kilian (Bardo): Editor Multimídia e Músico Através da música e do poder da internet, busca sua autonomia e autenticidade. De quebra, ainda espalha ideias de amores múltiplos e livres. www.bardoefada.com.br

Felipe Magnus: Editor Gráfico e Desenvolvedor Web Nasceu conectado aos zeros e uns virtuais. Vive a poesia e o canto na tentativa de encontrar seu equilíbrio homem versus máquina. Louco por música instrumental, pelo estudo de novos e velhos idiomas e pela cultura nordestina.

Lilian Monteiro: Relações Interpessoais Especialista em café e petiscos, apaixonada por vinho e abraços, pulsação por qualquer forma de arte, atriz, poeta e curiosa sobre quase todos os tipos de assuntos.

Emerson Wiskow: Ilustrador Convidado Emerson Wiskow é editor do zine Amor Bandido. Bebe muito café e vive isolado numa pequena cidade do interior. http://emerson-wiskow.tumblr.com/

Conselho Editorial: Henrique Veber, Felipe Magnus e Lilian Monteiro


Editorial (…) A poesia eleva-se por natureza. A poesia inunda ou escorre por natureza, fluindo do rio subterrâneo (poema artesiano) (...) Poesia Artesiana – Mafra Carbonieri A Entreverbo está de volta em sua vigésima sexta edição, trazendo nove poetas estreantes e mais algumas novidades. Algumas mudanças no coletivo já haviam sido anunciadas na edição anterior, como a reestruturação da equipe Entreverbo. Após 2 anos de dedicação e trabalho intenso, alguns integrantes de nossa equipe resolveram dedicar-se a outros projetos e trabalhos solos licenciando-se do coletivo, algo bastante comum quando se conta com uma equipe de multiartistas no ápice de sua capacidade criativa. Você pode conhecer a atual equipe do coletivo Entreverbo na página anterior, com descrição, rosto e função de cada integrante. Como também já havíamos anunciado na edição anterior, a cada edição teremos um novo ilustrador embelezando as páginas da revista com sua poesia visual, garantindo diversidade estética e oportunizando o conhecimento do trabalho de artistas visuais contemporâneos. Nesta edição apresentamos Emerson Wiskow, que havia colaborado com ilustrações nas edições #9 e #13, e também realizado uma exposição no Sarau Entreverbo #11, mostrando sua arte em uma edição inteira com suas ilustrações. Aprecie a poesia dos traços de Wiskow sem moderação. Vale lembrar que estamos com uma campanha para o financiamento colaborativo da próxima edição da revista e produção do sarau de lançamento, para isso contamos com a sua colaboração financeira para que possamos continuar com este trabalho de difusão da poesia e da arte, acesse www.kickante.com.br/campanhas/entreverbo-poesia-nas-mais-diversasformas, escolha uma das recompensas que preparamos para você e colabore. No mais, seguimos, como uma coletividade de artes integradas que busca espalhar a poesia em suas mais diversas formas de arte, como rio subterrâneo que emerge, fluindo cada vez mais caudaloso com vertentes que se ramificam por todos os cantos, inundando tudo de poesia. Eis o convite: Entre. Eis o motivo: Verbo. Então permitamo-nos estar: Entreverbo(s).

3


Estava cercada por olhares, Parece que não sabia. Seu jeito e caminhar, Rosto e corpo, Ela era a mais linda. Mas escondia seus cabelos, Deve ser porque tinha medo. "Medo de quê?" Perguntava o bom Espelho. Outro dia qualquer, Saiu para sonhar, Se levar pelo vento. E ela nem lembrava De que temia o tal preconceito. Libertou-se de tudo Que é mal e ressentimento, Soltou e saltou com o seu cabelo. Tinha fulgor, e nada de enredo. "Poderia ter feito isso antes" Pensou, e que seja! Já o tinha feito. Érica Antônia

Coma Nº 7 arrastar-se pra casa catarse constante o coma restos e mais restos de si mesmo deixados pra trás desde o parto desde o berço no rastro do tempo. Júlio Freitas


Rota entre o espaço que me habita e a voz que sopra no ouvido há silêncios intumescidos na trajetória do impossível o grito é delírio no areal de pedras amo o que está fora de mim e o que me sustém é o verbo jamais conjugado

Mentalpolitano

Luiz Otávio Oliani

A minha vida é um tabuleiro de xadrez Eu sei jogar mas continuo perdendo Meu quarto é tão bagunçado quanto meus pensamentos Mas o futuro nunca me fez falta Vamos para rua gastar o nosso talento Eu quero deixar meu nome na rua da sua casa Quero estourar as luzes no grito de uma boca calada E acreditar que o acaso faz parte do meu jogo Distribuindo rosas mortas pelos túmulos de corações partidos O estrago em mim eu curo com o sol ardente E no oriente do meu peito mora o seu porta-retrato Vamos almoçar a ideia de ser a fome por tudo Digerir os erros como a vontade de mais Quantas palavras cabem no mundo? Ramon Samurio D' Vargas


Guri Quintana Nunca houve um menino tão sábio, nem poesia tão brinquedo. Tu foste o poeta passarinho do verso bodoque. O cúmplice da Lua, aquele que me explicou a noite. Tu foste o inquilino do Sol, na mornacalma manhã da tua cidade. A folha foi teu quintal e tu, o guri-quintana. Mário, que te quero verso, verso que me vem destino. Nunca houve um sábio tão menino. Tony Saad

Pela palavra âmbar néctar ímpar algumas palavras me atraem pela cor pelo sabor pela singularidade algumas palavras me atraem com sonoridade porque me são possíveis porque me são críveis como tua palavra Jorge Ventura


Inartístico a Oscar Wilde enquanto a mentira Privação é chamada de veneno a poesia morre Na taberna dos sonhos de excessos de verdade prateleiras vazias poesia é senhora que usa disfarce fazem proclamas de solidão. é uma astuta que come maçã em seu balanço à beira do abismo Atiro-me sobre as horas nada sufoca mais um poema para matar o tempo do que a verdade destilada de saudades imorríveis. o que não fortifica a poesia é inartístico Escrevo joios em minha seara poesia é viúva do furtivo que o minuano esconderijo labirinto da invenção varreu de silêncios e gafanhotos. uma verdade vos digo Em meu peito seco : a vida desfruta mais da arte correm areias e desesperanças do que a arte da vida inundando as vazantes de nostalgia. Patricia Giseli Meus dias são de eterno perder-me se te ausentas da minha diária ração de amor. Francisco Ferreira

O jeito é deixar voar Um café gelado sobre a mesa, cercado de contas No quarto um banco e uma corda Na cozinha uma carta de despedida Nos meus olhos lágrimas Adeus pai... Gabriel Silveira


Ainda há tempo Há um gosto amargo em se sentir oblíquo, ser uma espécie de ser que vive equidistante do próprio silêncio interrompido. Há uma geografia estranha que explica a topografia dessas dores ocultas e desenha um mapa dessa angústia antiga destacando o porto, a rodoviária, até o fim da linha, até o fim da estrada. Há um poste sem luz, uma casa sem móveis, um barco sem remo e o frio canta uma ópera, o vento não disfarça o intento de arrastar as coisas, de remexer os momentos. Mas ainda há tempo para enterrar o desgosto e afogar as mágoas no [mediterrâneo do esquecimento. Ainda há tempo para reverter o tormento. Magda Duarte

Tu me manques Sob o hotel De 5 bilhões de estrelas Brincamos em volta da fogueira Me enxergue Arranque os véus de Maya Bebo do teu vinho E sento na tua cara Esses são tempos em que amar é transgredir Só que aqui... Escrevo com o que você sangrou Faço sigilos, me cerco de cartazes Pra lembrar pelo que estou Não desrespeite Meus terrores, taquicardias, ausências e dissociações É um preço alto Que eu pago Por tais emoções Não se desmazele Ofélia descendo o rio Também sou eu, empata Vendo a vida por um fio Te transvalora! Se bem-te-vi Bem-te-quis Faz falta em mim Não deixe pra outra hora... Nathalia Dumit


Lírios eu sorri para o mundo eu me vi diferente eu sorri para mim fui discriminado e segui em frente eu nasci assim eles me estranham me acham excêntrico não veem quem sou eu sorri para o mundo e ao olhar em meus olhos ele desviou não sorrio menos mas menos deixo que saia o que mora aqui dentro não me representa sua bela postura e esse suposto bom senso eu abraço os meus me abraço em sonhos só transmito o que é bom respiro esperança vivo resistência pois ser real é um dom o mundo é ruim, filho mas eu sou mais forte, pai. Lily Ribeiro

Insolência Quiseras conhecê-la Para além dos enlevos Arroubos do intelecto Sabores passageiros Terias visto a simplicidade do seu dia Vivido a realidade com alegria Sentido a dor da fantasia Despojar-te-ias Das adjetivações entorpecidas Da força desmedida Da pressa incontida Não farias promessas Nem desenharias sonhos Não desafiarias o tempo Nem o destino Que não embalastes Marilda Martins


Quatro amantes Quando se encontravam Se arranhavam Se acariciavam Se enroscavam

Lua Amarela

Não tinham o menor pudor Aqueles quatro amantes Todos juntos Escondidos no lençol

A cidade e os seus DELÍRIOS corroendo as ruas da minha geração fissura que se morde rompe uma das linhas da noite beatitude assomada nos becos, minha loucura se esticando num vértice.

Quando descobertos Não se envergonhavam E nem tinham medo Do amor que os unia Ah, como se amavam os nossos pés! Lenilson Oliveira

Carta fora-do-baralho depois da queda vem o brilho na chegada do atraso de um Ás em chamas. Fernando Santos

tu assobiavas meu pássaro encantado e nem se perdia no paraíso eu respirava a terra úmida de chuva à luz da tua memória sorrias na paz da tua morada enquanto eu, só e descalça incendiava flores, pisava em espinhos saudosa da tua generosidade de sol Benette Bacellar


Cansei de me perguntar de onde vim, para o que vim e para onde vou. Meu tempo é escasso para intrigas. Paz aos meus diabos! Doravante me alimentarei de asas de borboletas. Neli Germano

Paisagem Daqui vejo a rua Devorando carros que vão e vem E esparsas pessoas com seus dramas Entrelaçam-se na mesma rotina que as chamam Paisagem essa, tão minha também. Meu livro de Drummond sobre a mesa Ideias mil na gaveta num cantinho da cabeça Mas que não vem para o papel. Enquanto as horas carregam embora os dias Eu fico procurando melodias "Um colo pra deitar em versos minha poesia" Mas qual! Quando sobrevém um temporal A paz tão sonhada Vai-se nos braços da enxurrada Como uma nau em alto mar. Netuno! Acalma a ira dessas águas Deixa minha paz! Leva minhas mágoas! Carlos Marcos Faustino


Criada Crua Desde cedo Criada para o medo Cercada Encarcerada Na rua Crua Sobrevivo Nua Negra Pobre Inversa Reverti Cresço Conheço Pago o preço Sou do mundo Sou tão forte Que ninguém pode me deter Mulher negra racional Mulher negra bagual Mulher negra descomunal Aba Asè

SanguE Eu quero sangue eu quero vida direto da fonte Eu quero o rasgo o talho quero jorrando voando longe vida líquida seca pó se esfarelando como fumaça vida queimada vida vida até a morte para morrer em vida tendo [vivido tudo para morrer sem na morte perder nada Mauricio Goldani Lima


Poema nascituro

Meu preto

A insônia do pensamento Alimenta o lápis do que escreve Incessantemente pelos ares Da madrugada rígida e inquieta Enquanto espera a manhã nascer

O fenômeno da alucinação Meu preto Ecoa janela afora e se Quando você pede assim, com carinho Cala pela escuridão alva Querendo um denguinho Refletindo numa estrela ao luar Não posso, não quero resistir. Minha face virada ao céu Meu preto Enquanto relembro Gullar e visto Pra quê essa posse Os lençóis já suados de tanto rolar Eu quero é que ensope Pela cama quente e úmida Com mel o cetim. Eis, então, que, da embriaguez da madrugada Preto Nasce a poesia, o sentir mais belo Te faço um pedido Que se traduz num momento, num verso, Morde devagarinho Me levando à plenitude do sonho acordado Pra aumentar a libido Pois de nada vale sonhar que provocas aqui. E não delirar de ébrio Preto Durante a mais pura lucidez Eu sei que sou forte Que ninguém imaginaria poema Mas pra meu prazer e tua sorte Para traduzir a insônia poética Deixo tu cuidar de mim. Que se liquefaz e se versifica Manchando o papel intrépido Joice Lorena Com o poema que a noite gerou Ronaldo Henrique Barbosa Junior


O Giro Gira a roda do tempo uma vez mais, E a cada giro a foice se aproxima... Contra o fluxo não há poema ou rima: Nada há que vença as regras naturais. Contemplo as vastidões espaciais, Pois vivo a olhar pro alto e para cima E encontro na ancestral matéria-prima O caminho que leva à minha paz. É um caminho não visto por ninguém, Aquele que ninguém conhece bem Por ignorar os astros resplendentes: Contemplando o infinito dos espaços, Descubro que ele cabe nos meus braços... Somos todos estrelas decadentes! Jaime de Andruart

Marias Mulher Um grito Um gemido Um aceno Pulsante de Vida. Um empurrão Um olho roxo Uma foto No obituário Do dia seguinte. São Marias da Penha Agoniadas Pois a Justiça Não chega! O tempo É escasso E a foice da morte É escondida Embaixo da cama De sua casa. Lilian Rose M.da Rocha


Eu Esperava... Eu olhava o mar, como quem espera um barco. Tu eras o mar e o barco que eu esperava Passou o mar, ficou o vento A lua passou, ficou a noite escura Passou o sonho, ficou a nuvem Passou o tempo, ficou a ruga na face A chama passou, ficou a saudade A luz passou, ficou a mágoa As palavras passaram, ficaram as letras Os beijos passaram. E os lábios ficaram nos [bolsos Os anos passaram, ficaram os segredos A canção de amor passou, ficou a memória Os olhos passaram, ficaram as lágrimas O mar que eu esperava Virou poça d’água. E nada mais passou Nem o barco que eu esperava Nem canoa de papel. Otacílio Motta

Feições do poeta Abrir-se-á o baú e transitará nos olhos o espanto de tocar a rosa coberta de rendas de versos Fluirão assim as palavras: vertentes d'água a matar a sede Liquefeito poema cantará o riso e verterá uma lágrima:

Na transparência de ondas que se propagam surgirá a alma do poeta. Helena da Rosa


Esquecidos no tempo Olhares imprecisos Sobre o tempo martirizante Lágrimas que dilaceram O corpo do homem. O fracasso de mais um dia A busca mal sucedida Relógio que marca o tempo.

Para Maria & Mundico, na eternidade

O corpo ensanguentado Que transborda na alma no chão sulcado Crucificada sobre as chamas pelos antigos ramos Da esperança. germina a aurora imberbe remota aquela imagem dos teus joelhos debaixo da flexível luz zelando a casa a decorar paredes Homens que choram diante de sob a égide segregária Um momento agonizante da língua Como animais encapuzados Ao aguardo de sua sentença tuas retinas Onde são esquecidos no tempo. correndo os medos & tentativas de esgarçar Rose Pinheiro [quebrantos semeiam outras paragens

Lamentável desprezo da vida Humana Vidas ceifadas Derramadas ao chão da ingratidão.

haveremos de ser feliz um dia quando já não for preciso confessar o tempo. Airton Souza


Ode à morte Sabem?... A morte é o refúgio dos corpos surrados, É esse descamar de peles, É essa serpente dócil Da qual tantos falam, Que toca lira e nos embala. A morte é tátil, mímica alegórica de nostalgia. É o desafio mais irreal a esta solidão sem saídas humanas. É um pesadelo que subsiste forte no tempo transmudado... A morte é uma estrada de mentiras, Não se enganem A morte é muito mais que o imenso azul do céu, Ela é a eternidade de um dia de sol. É uma cidade vermelha, quase incendiaria, talvez. Seu ofício: o esquecimento. A morte, às vezes, é antipoema, É a tola definição que procuro: Cinzenta metáfora que não vem... A morte é o deglutir de fomes insuspeitas, Vísceras das sintaxes, surdos sortilégios Onde a vida não foi e tudo tornou-se chaga. A morte é o apetite do poeta, A semente do verbo não conjugada O poema sem final transversal à memória. O novo reencontro dos antigos esquecimentos, É a charada, o mistério que se desvenda a cada dia... E então, o que restará a esse curral de animais patéticos que somos? É a última rima suja, O último verso frio, dessa efêmera jornada: A vida... Regiane Nunes


Entre os Verbos: Entreverbo Entre verbos e esperanças Fica um pouco de mim... A sonhar na minha infância, Com amor sem fim... E a escrever os meus sonhos Sonhados por mim!

De ar, de nada frases avulsas poemas quase poemas a não ser pelo balão solto num descuido o pensamento fluido quem sabe ainda vai voltar menos são os terminados que agora desbotados esgotados forjados por outro eu a me deixar frustrado ao olhar o sem fim, vazio, tudo e ao meu redor vazios balões furados. André Fellipe M. Fernandes

Na adolescência... Mais... sonhos contados... Na vida adulta, Outros mais sonhos... Mais esperanças.. Outros verbos, E, entre os verbos, Poucos sonhos Agora sonhados... Novas esperanças: Entre os verbos Novos verbos, Outros sonhos Novos sonhos Entreverbos! Moema Cavalcante


A equipe Entreverbo agradece a todos que Participaram e que apoiaram nesta edição. Aguardamos a todos na edição #27...

Escritores da 26ª edição: Nathália Dumit Luiz Otávio Oliani Érica Antônia Tony Saad Helena da Rosa Airton Souza Benette Bacellar Jaime de Andruart Carlos Marcos Faustino Lilian Rose M.da Rocha Lenilson Oliveira Patricia Giseli Francisco Ferreira Jorge Ventura Magda Duarte Fernando Santos

Ramon Samurio D' Vargas André Fellipe M. Fernandes Marilda Martins Lily Ribeiro Mauricio Goldani Lima Moema Cavalcante Neli Germano Ronaldo Henrique Barbosa Junior Rose Pinheiro Gabriel Silveira Regiane Nunes Joice Lorena Otacílio Motta Julio Freitas Aba Asè


facebook.com/EntreverboRevista entreverbo@gmail.com youtube.com/EntreverboRevista

Apoio

40

GRAUS

PIZZARIA LANCHES

Programa Nacional de Incentivo à Leitura NÚCLEO CANOAS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.