33 ISSN 1983-1390
00033
revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo
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771983
139001
ANO 23 • Nº 33 • julho/agosto • 2014
Todos pel a sustenta bilida de Comércio coloca em prática a PNRS e incentiva a Logística Reversa
Da facu l da de pa r a o mu ndo r e a l Mono graf ia s e TCCs são p ontos de par t id a para novos negó c ios
Na p on ta do dedo Aplicativos para delivery de comida ganham a preferência de consumidores e restaurantes
A força dos Nerds Fãs da cultura “geek” ganham status de consumidor exigente e fomentam negócios de nicho, que vão de bares a lojas de jogos
Volte sempre! Açõ es de f idelizaç ão p o dem c u s tar p ouco e garant ir vend a s
Certificado de Origem Fecomercio-SP. Mais praticidade e rapidez na hora de exportar. Siga o melhor rumo para os seus negócios no exterior. Obtenha seu Certificado de Origem na FecomercioSP de maneira prática, rápida e segura, com as melhores condições do mercado. Mais informações, ligue (11) 3254-1652/1653 ou envie e-mail para certificado@fecomercio.com.br Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Térreo 9h às 12h30 / 14h às 17h30
C A RTA AO L EI TOR
Tecnologia e mudanças As inovações tecnológicas têm levado a
pouco explorado, as oportunidades são
incontáveis mudanças comportamen-
muitas, mas o desafio que se coloca aos
tais. O uso do computador, da internet
interessados é, acima de tudo, entender
e, mais recentemente, do celular vem
esse mundo. Aceitar que ele não é mais
influenciando sobremaneira a forma
marginal pode ser o primeiro passo.
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo Presidente Abram Szajman Diretor-executivo Antonio Carlos Borges
como as pessoas se comunicam. Os reflexos dessas transformações podem
Assim como vem fomentando novos
ser vistos não só nas relações humanas,
empreendimentos, a tecnologia tam-
mas também na forma como as empre-
bém muda negócios já consagrados.
sas fazem negócios.
Quem nunca pediu uma pizza por telefone? A diferença é que, agora, o tele-
O interesse pela tecnologia deu origem
fone é celular, e o pedido pode ser feito
até a um novo tipo de consumidor, apai-
na tela do aparelho, sem necessidade de
xonado por jogos, produtos eletrônicos,
ligar. Como mostra a matéria sobre a
histórias em quadrinhos, entre outras
disseminação dos aplicativos para deli-
peculiaridades. São os geeks ou nerds,
very de comida, consumidores e restau-
denominações que já carregaram for-
rantes ganham com o uso da inovação.
te caráter pejorativo, mas que hoje são cult, para usar uma expressão que lhes
Por fim, é relevante mencionar o servi-
é familiar. A mudança de status tem
ço prestado pela FecomercioSP com a
muito a ver com o sucesso de nerds as-
publicação da cartilha Resíduos Sólidos,
sumidos, como Bill Gates e Mark Zucker-
Logística Reversa – O que o empresário
berg, alçados à condição de pop stars.
do comércio e serviços precisa saber e fazer. O documento traz dicas e orienta-
Não foi só a mídia que passou a olhar
ções para os comerciantes sobre consu-
esse universo com outros olhos. O mun-
mo sustentável, incentivo ao descarte
do dos negócios também já se atentou
correto de produtos e responsabilidade
para o potencial de mercado desse pú-
do varejo pós-consumo. São identifica-
blico, como mostra a matéria de capa
das ações que os comerciantes devem
desta edição da revista C&S. Trata-se de
adotar para 12 grupos de produtos, en-
um consumidor com alto poder aqui-
tre os quais aparelhos eletrônicos, óle-
sitivo e bom nível educa-
os, lâmpadas e medicamentos. Afinal,
cional, com elevado grau
na balança da sustentabilidade, todos
de exigência em relação
têm a sua responsabilidade. E o comér-
a produtos e serviços.
cio, principal elo entre a indústria e o
Por se tratar de um
consumidor, não poderia se furtar a dar
mercado ainda
sua contribuição.
Abram Szajman , presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado
Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Renato Opice Blum, José Pastore, Adolfo Melito, Marcelo Calado, Paulo Roberto Feldmann, Pedro Guasti, Antonio Carlos Borges, Luciana Fischer, Luis Antonio Flora, Romeu Bueno de Camargo, Fabio Pina e Guilherme Dietze Edição e projeto gráfico Editor-chefe e jornalista responsável André Rocha MTB 45653/SP Editora Marineide Marques Repórteres André Zara, Enzo Bertolini e Filipe Lopes Editores de arte Clara Voegeli e Demian Russo Chefe de arte Carolina Lusser Designers Renata Lauletta e Laís Brevilheri Assistentes de arte Paula Seco e Carolina Coura Revisão Flávia Marques e Virgínia Romano Fotos Emiliano Hagge Colaboram nesta edição Didú Russo, Gabriel Pelosi e Janaína Mesquita Lourenço Redação Rua Itapeva,26, 11º andar Bela Vista – CEP 01332–000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3170 1571 Fale com a gente cs@fecomercio.com.br Impressão Gráfica IBEP
Permitida a transcrição de matéria desde que citada a fonte. Registro Civil de Pessoas Jurídicas, Livro B-3, sob o número 2904. Nota: as declarações consubstanciadas em artigos assinados não são de responsabilidade da FecomercioSP.
ÍNDICE
18
Que a força esteja com você!
"Geeks" e "nerds" firmam-se como consumidores exigentes de alto poder aquisitivo e desafiam empresas a entender esse universo
Ruy Drever
da Pretorian conta como transformou 8 Fundador a paixão pelas artes marciais em uma marca voltada para o público masculino
Da faculdade para o mundo real
14 Monografias e TCCs se transformam em negócios de verdade com a ajuda de universidades e incubadoras
Pioneirismo em xeque
suspende o Auto de Licença de 26 Liminar Funcionamento sem Habite-se, um retrocesso diante da exagerada burocracia pública
Logística reversa
lança cartilha para orientar 28 FecomercioSP comerciantes sobre o descarte de resíduos sólidos e sobre a responsabilidade pós-consumo
Raio X
32 Berço de grandes empresas, São Caetano do
Sul experimenta acelerado desenvolvimento econômico e ostenta o melhor IDH do Brasil
38
MIXLEGAL
39
ECONOMIX
Com a cara do dono
42 Mercado de acessórios pega carona no crescimento das vendas de smartphones e oferece uma infinidade de opções
Volte sempre!
do consumidor é estratégia 46 Fidelização para aumentar vendas e garantir lucratividade no longo prazo
Em busca de mais
52 Problemas estruturais inibem a
produtividade, mas empresários lançam mão de soluções criativas
Basta um clique
para delivery de comida 56 Aplicativos atraem consumidores e funcionam como vitrine para restaurantes
AGENDA
6o CULTURAL
62 Roteiro SP
Além do Malbec
oferece diversidade de vinhos que 64 Argentina vai muito além do estereótipo que costuma cercar o país vizinho
Profissões do futuro
em Negócios do 65 Pós-graduação Entretenimento: Gestão e Organização
LIVROS
biografias que são muito mais do que 66 Três lições de vida. São aulas de negócios e administração
Acesso à saúde de qualidade para o Empregador do Comércio viver melhor. Só a parceria da FECOMERCIO-SP com a Qualicorp proporciona a você, Empregador do Comércio e sua família, acesso aos melhores planos de saúde por até metade do preço.1
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Em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de maio/2014 – Omint). 2 De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. 3 Conforme condições contratuais. 4 A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado. 1
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Maio/2014. Amil: ANS nº 326305
Bradesco Saúde: ANS nº 005711
Omint: ANS nº 359661
SulAmérica:
Qualicorp Adm. de Benefícios: ANS nº 417173
Ligue e aproveite: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h.
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EN T R E V ISTA Por Enzo Bertolini fotos Emiliano Hagge
a marca do homem T
estosterona e adrenalina. É as-
Até o momento, o crescimento vem se
sim que o CEO da Pretorian Hard
dando com recursos próprios e Drever
Sports, Ruy Drever, define a marca, que
vem resistindo ao assédio de grandes
nasceu da paixão por artes marciais. Fa-
marcas e fundos de investimento. Ele
mosa por vestir as estrelas da Ultimate
aponta Nike, Adidas, Under Armour e
Fighting Championship (UFC), a mar-
Lupo entre as empresas que já conver-
ca de equipamentos para esportes de
saram com a Pretorian. Por enquanto,
contato e exercícios funcionais tem na
a resposta tem sido negativa pelo fato
calma e na estratégia de seu criador o
de as propostas estarem em desacor-
punch necessário para crescer no Bra-
do com o posicionamento da marca
sil e no exterior. No País, os alvos são
idealizada por Drever. Em 2013, o fatu-
grandes cidades nas regiões Norte e
ramento da empresa foi de R$ 70 mi-
Nordeste. Lá fora, a mira está nos Esta-
lhões e a expectativa de crescimento
dos Unidos e na Europa.
é de 30% para este ano. Além da Pretorian, o empresário divide a atenção
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Após a bem-sucedida experiência de
com outros empreendimentos: ele co-
um espaço conceitual que mistura
manda uma empresa de eletrônicos,
loja e academia na Rua Oscar Freire,
uma agência de jornalismo constru-
em São Paulo, a ideia é abrir outros
tivo, uma oficina de customização de
45 pontos por meio de franquias. O
motos e carros e, recentemente, abriu
Shopping Ibirapuera deve receber a
um bar. A energia para dar conta de
primeira loja em breve.
tudo? Vem do tatame.
Com um começo despretensioso, a Pretorian quer ir além da fabricação de material esportivo – quer representar um estilo de vida – e chama a atenção das grandes marcas
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EN T R E V ISTA
Ru y Dr e v er ,
CEO da Pretorian
Como surgiu a Pretorian?
o esporte era novo e estava em ebuli-
trei a marca Pretorian no mundo todo,
Surgiu da minha paixão pelo esporte.
ção lá fora, começando a bombar nos
pois, se desse certo, seria uma marca
Comecei a treinar artes marciais há
Estados Unidos e no Japão. Falava para
esportiva global. Eu sonhava grande
sete anos. Sempre fui esportista, mas
mim mesmo: "os principais atletas
desde o começo.
a preferência era por escalada. Um
são brasileiros e esse negócio, daqui a
amigo me convenceu a experimen-
pouco, chegará aqui. O Brasil não tem
tar boxe e muay thai – que eu achava
produto bom ou marca forte". Com
Como se deu o desenvolvimento da marca?
que era coisa de bad boy –, e acabei
isso, comecei a abraçar a causa. Tudo
Houve um crescimento vertigino-
me apaixonando. Comprei uma casa
começou como hobby, uma coisa pe-
so nos últimos anos nesta parte de
na Vila Madalena, montei uma área
quena, um side business. O primeiro
equipamentos e de tudo que é luta
específica e treinava muay thai, boxe
ano foi de testes para sentir o merca-
e fitness. A partir de 2012, as grandes
e jiu-jítsu todos os dias. Há sete anos,
do. Fiz um plano de negócios e regis-
redes varejistas, como Centauro e
“
“
Registrei a marca Pretorian no mundo todo, pois, se desse certo, seria uma marca esportiva global. Eu sonhava grande desde o começo
Netshoes, começaram a pedir outros
ele treinar, competir e se expressar. Lan-
R$ 3,5 milhões em royalties para fazer
itens, como mochila, roupa etc. Isso
çamos algumas coisas na linha fitness
as nossas peças. Eu recusei porque a
nos despertou para algo novo. De uma
feminina, mas não seremos uma mar-
oferta não contemplava que o desen-
empresa de equipamentos, passamos a
ca unissex. Sempre seremos a marca
volvimento das peças e a estratégia
uma marca de desejo, do tipo lifestyle.
do homem, com 70% a 80% da coleção
de comercialização fossem feitas em
Debaixo do guarda-chuva Pretorian é
focada no público masculino, e algu-
conjunto. Fechamos com uma em-
possível ter vários segmentos, mas é
mas coisas para as mulheres, com foco
presa pequena, a Tuca, com a qual
preciso atenção para assegurar dire-
no fitness. Para mulheres que tenham
eu não ganho nem 10% do que teria
cionamento e longevidade. Os produ-
"pegada". Nas academias, 60% do públi-
com a Lupo, mas com a qual eu tra-
tos têm que, primeiro, agregar valor e,
co nas aulas de luta é formado por mu-
balho em parceria. Decisões sobre
em segundo lugar, garantir escalabili-
lheres. Para elas, temos uma linha de
o desenho das peças, a qualidade
dade. Pode até agregar valor à marca
produtos com a nossa personalidade.
dos materiais e o posicionamento de
e ter pouca projeção de volume, mas o
preços são tomadas em conjunto. Eu
contrário, nunca.
Qual o alcance dos produtos da Pretorian no exterior?
poderia ganhar muito mais dinheiro
Quem é o seu cliente?
Exportamos para dez países, entre Eu-
a Lupo, mas talvez não teria o produ-
Fiz uma marca de luta, de homem,
ropa e América Latina, mas essas ven-
to que eu queria. Esse cuidado com o
com testosterona e adrenalina, mas
das ainda têm pouca participação no
posicionamento da marca é algo que
sofisticada. Não é porque o cenário
faturamento, inferior a 10%. Tenho to-
tenho desde o começo.
é primitivo e agressivo que não pos-
mado muito cuidado porque eu quero
sa ter sofisticação, com produtos de
entrar nesses mercados com recursos
qualidade. Os lançamentos sempre
próprios. Para isso, é necessário um
envolvem um mix de artigos urban
parceiro investidor. Já conversei com
underground com itens mais esporti-
vários fundos, mas as propostas não al-
A chegada ao Brasil da fabricante de material esportivo de origem americana Under Armour é uma ameaça?
vos. Tudo com muita dedicação pelo
cançaram o que eu acredito que seja o
Conversei com o Kevin Plank, dono da
produto. O design é todo feito inter-
valor da marca e o seu potencial. A ideia
marca, que veio ao Brasil em dezem-
namente e não temos nada repetiti-
é partir para a consolidação nos Esta-
bro. Seria um casamento estratégico,
vo, de prateleira. Temos produtos que
dos Unidos e na Europa quando conse-
pois eles não tinham entrado no Brasil
atingem o público masculino desde a
guirmos ter estrutura própria lá fora.
até aquele momento. Neste ano, che-
infância, passando pelo adolescente, até o adulto. Criamos inclusive uma li-
com royalties se tivesse fechado com
garam com tudo no mercado brasilei-
As marcas mundiais de artigos esportivos estão atentas à concorrência da Pretorian?
ro usando as próprias pernas. É isso
Já conversei com a Nike e com a Adidas.
próprios, consolidando a marca a par-
O público-alvo é claramente masculino. Não há intenção de alcançar as mulheres?
Todas as grandes marcas estiveram
tir de uma distribuição selecionada. Eu
aqui tentando entender o que estava
não quero entrar em outros países só
acontecendo, quem era a Pretorian,
por meio de distribuidores e represen-
A Pretorian é uma marca masculina, ao
que marca nova é essa. Isso acontece
tantes, pois eles não cuidam da marca
contrário do que se vê tradicionalmen-
exatamente por causa do zelo que te-
com o mesmo zelo no posicionamento.
te no mercado. A não ser entre os fabri-
mos pela marca e pelo posicionamen-
cantes de ternos de alfaiataria, quais
to dela no mercado mundial.
Há alguma previsão de quando isso pode ocorrer?
Alguma parceria será feita em breve?
Estamos negociando com seis fundos,
Nossa proposta é ser uma marca 360° masculina. É a marca que atende o ho-
Muitas propostas foram recusadas. A
compra de participação e na expan-
mem com roupas e equipamentos para
Lupo, por exemplo, nos propôs pagar
são da Pretorian.
nha de moleskines, com a intenção de atrair executivos.
são as marcas voltadas para o homem? Não há. É tudo unissex ou feminino.
que eu quero para a Pretorian: entrar em outros mercados com recursos
e há três empresários interessados na
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Ru y Dr e v er ,
CEO da Pretorian
Onde é feita a produção das peças da Pretorian?
vamos muito próximos. Isso ajudou a disseminar a marca e fez parte da nos-
Qual o foco dos projetos sociais da marca?
A parte de malharia e calçados é feita
sa estratégia de marketing. Mas temos
A Pretorian já investiu mais de R$ 4 mi
no Brasil em função do volume. Os arti-
várias parcerias com eventos locais, na
lhões nos últimos cinco anos em 12
gos para fitness já têm parte da produ-
tentativa de sermos mais polivalentes
projetos sociais para os quais cedemos
ção feita na Ásia, como equipamentos,
em termos de investimentos. Não que-
equipamentos, no Rio de Janeiro e em
mochilas e chinelos. Com a expansão
ro associar a Pretorian exclusivamente
São Paulo, que atendem mais de 300
das vendas, a tendência é de produção
à luta. Queremos ser uma marca com
crianças. Entramos em favelas como
na Ásia, em função do custo. Além dis-
"pegada" de lutador, mas também
a Pantanal, em São Miguel Paulista,
so, muitas vezes a tecnologia também
com o punch de qualquer atleta que
onde mais de 80 crianças praticam
é superior. Hoje, 60% a 70% da produ-
pratica esportes que exijam muita
artes marciais e têm aulas de com-
ção é feita fora e a tendência é que isso
preparação. Tem que ser esportes com
putação, português, teatro, capoeira,
aumente. Infelizmente, nossa tributa-
uma pegada mais hard. Testosterona e
street dance etc. Outro projeto é no
ção e custos logísticos são muito altos.
adrenalina são duas variáveis impres-
Complexo Penitenciário de Bangu, no
cindíveis na escolha de qualquer es-
Rio de Janeiro, onde estamos em dez
Qual a importância do marketing para a consolidação da marca?
porte que venha a fazer parte da nossa
dos 26 presídios. Investimos na refor-
estratégia de marca.
ma e na construção de dez centros de
A estratégia de marketing sempre foi
Como está sendo o desenvolvimento de franquias?
top e todos os alunos têm quimonos
um ponto focal e eu sempre soube que teríamos que fazer um investimento
O plano de negócios original previa
seta, luva, bandagem e professores
expressivo para tornar a marca rele-
apenas equipamentos esportivos e
pagos pela marca. Nossa filosofia é:
vante em um curto espaço de tempo.
artigos para fitness. Não contempla-
se entramos em algum lugar, seja em
Ou você faz isso ao longo de anos ou
va uma linha tão extensa como a que
uma favela, seja em um presídio ou na
faz de maneira mais enfática e com re-
temos hoje. A demanda veio do vare-
(Academia) Body Tech, vamos com a
cursos. Optei pelo segundo caminho.
jo. Algo muito semelhante aconteceu
marca Pretorian. É sofisticada, elegan-
treinamento Pretorian. São academias de jiu-jítsu para treinar, short, cami-
com relação às franquias. Após a inau-
te, bacana e tem que fazer bem-feito.
Quantos atletas são patrocinados e como foram escolhidos?
guração da unidade conceitual na Rua
Se não for assim, não entramos.
Hoje, estamos com oito atletas patroci-
quei uma consultoria para desenhar o
O projeto já formou profissionais?
nados, não só de luta, mas também de
projeto. A primeira foi aberta em São
Contabilizamos 17 caras que saíram de
skate e de moto. Para abrir mais o leque,
Luís (MA), a título de teste, e foi um su-
lá e trabalham com artes marciais. Te-
estamos fechando com alguns surfis-
cesso. Tenho outros dez interessados
mos um em especial, o Raphael Correa,
tas. Toda a linha de fitness da Pretorian
em franquear a marca.
que virou sparring [ajudante de treino]
Oscar Freire, surgiram pedidos de representação em outros Estados. Bus-
serve para qualquer atleta de qualquer esporte. Atualmente há surfistas que
do Glover Teixeira [lutador de MMA].
estão fazendo toda a preparação física
Por que São Luís e não o Rio, que tem a cultura de MMA?
Por que o nome Pretorian?
deles com os nossos equipamentos de
Porque já está saturado. As marcas
Para mim, a escolha do nome tinha
fitness e de treinamento funcional.
grandes brigam muito pelas principais
de ter algum significado histórico. Os
praças, especialmente São Paulo e Rio
pretorianos eram a elite da guarda do
A entrada no UFC foi importante para a divulgação da marca?
de Janeiro. No Norte e no Nordeste, a
Império Romano. Eram os caras mais
Pretorian é sensação. Há um interesse
bem preparados, os mais fortes e fiéis,
muito grande por parte do consumi-
com melhor equilíbrio psicológico,
Foi fundamental. Quando o UFC en-
dor. Isso é muito bom para a imagem
eram o escudo do imperador. Daí a
trou no Brasil e se massificou, está-
da marca e para o franqueado.
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preferência por Pretorian. &
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N EG ÓCIOS POR Enzo Bertolini
laboratório de ideias Monografias e trabalhos de conclusão de curso (TCCs) são pontos de partida para muitos negócios, que saem do papel com o estímulo ao empreendedorismo dado por universidades e faculdades
O
investidor americano Peter
sinaturas para venda de produtos
Thiel criou em 2010 o programa
para animais de estimação. A opor-
20 Under 20, que dá US$ 100 mil
tunidade surgiu enquanto Gustavo
para jovens com menos de 20 anos
Monteiro cursava MBA em Gestão e
dispostos a largar os estudos para
Marketing Digital, na Escola Superior
criar suas próprias empresas. O milio-
de Propaganda e Marketing (ESPM).
nário acredita que, para algumas pes-
Tudo começou com o desafio de criar
soas, a universidade não é a opção cer-
uma startup. “Fizemos pesquisas de
ta. Thiel reforça a tese já comprovada
mercado e constatamos que não fal-
por nomes famosos como Steve Jobs
tam produtos no segmento pet, mas
(Apple), Bill Gates (Microsoft) e Mark
falta tempo aos donos de animais
Zuckerberg (Facebook), todos milio-
para consumir”, conta Monteiro, que
nários sem um diploma de curso su-
decidiu, então, inovar no modelo de
perior. Mas eles pertencem a um pe-
negócio para brigar com as lojas de
queno grupo de gênios. Para boa parte
varejo e os pet shops.
dos mortais, a universidade pode ser o ponto de partida para empreender.
Neste primeiro ano de atuação, a DogLikers projeta faturar R$ 224 mil
Mais e mais empresas têm nascido no
apenas com o produto disponível no
ambiente acadêmico, fruto de ideias
momento, o LikeBox, que combina
pensadas e testadas a partir de tra-
itens como brinquedos, acessórios e
balhos de conclusão de curso (TCCs)
artigos para higiene do animal. Em
e monografias. Foi assim que nasceu
dois anos, Monteiro espera chegar a
a DogLikers, que usa o modelo de as-
R$ 1 milhão de faturamento anual.
N EG ÓCIOS
L a bor atór io de idei a s
Ainda que histórias como a dele ve-
dedorismo ainda é recente e, como
empreendedorismo, é uma oportuni-
nham se tornando mais frequentes,
no começo de um namoro, ainda há
dade de aprender e desenvolver”, ex-
elas ainda são poucas e um dos moti-
muitas descobertas a serem feitas.
plica o pesquisador da Endeavor.
vos para isso está na falta de incentivo
“Ainda é preciso evoluir”, diz Melhado,
ao empreendedorismo dos jovens bra-
da Endeavor. Para estreitar esses la-
Para Cynthia, do Insper, o Brasil tem
sileiros. A situação começa a mudar.
ços, a entidade trabalha em parceria
uma rigidez de matriz curricular que
Pesquisa da Endeavor de 2012 aponta
com universidades no programa Bota
deixa o cenário pouco simpático ao
que 95,7% das instituições brasileiras
pra Fazer, que capacita instituições
empreendedor. “A transformação das
de ensino superior oferecem algum
de ensino superior a ampliar a oferta
universidades também passa pela mu-
tipo de iniciativa em empreendedoris-
de educação empreendedora para a
dança de cultura brasileira. Podemos
mo. Porém, apenas 39,7% dos alunos já
criação de negócios de alto impacto.
nos espelhar no ecossistema ameri-
participaram de algumas dessas ativi-
Uma vez por ano também é realizada
cano que estimula o empreendedoris-
dades. “Muitos querem empreender,
a Rodada de Educação Empreendedora
mo de vários atores e setores.” Ela cita
mas poucos vão atrás. É preciso se
com foco nos professores e educado-
como exemplo o fato de professores
capacitar”, afirma o pesquisador da
res. “Trazemos profissionais da Babson
terem pouco estímulo para fazer isso,
Endeavor, João Melhado.
College e de Stanford para capacita-
pois são mais cobrados a publicar arti-
ção. Como temos um deficit de prepa-
gos acadêmicos do que a gerar produ-
ração dos professores para o ensino de
tos inovadores com os alunos.
preendedorismo e Inovação do Insper, Cynthia Serva, o empreendedorismo tem que ser trabalhado dentro do ambiente acadêmico de forma transdisciplinar. “Uma habilidade pessoal ou um hobby que o aluno tenha pode ser uma oportunidade de negócio em qualquer programa, independentemente da área de formação e conhecimento dele.” Em 2006, a então estudante de Administração Marisa Peraro não enxergava seu futuro como funcionária e já tinha em mente uma ideia de negócio. Aproveitou o TCC para validar o estudo de mercado e tirou do papel a Pró-Corpo Estética. Com um investimento inicial de R$ 17 mil, a empresa possui hoje 20 unidades entre próprias e franqueadas e espera faturar R$ 60 milhões em 2014. Como diferenciais, Marisa aponta as inovações em mídia digital e a rapidez no atendimento ao cliente.
Universidade empreendedora O relacionamento da universidade com disciplinas ligadas ao empreen-
16
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“
Fizemos pesquisas de mercado e constatamos que não faltam produtos no segmento pet, mas falta tempo aos donos de animais para consumir Gustavo Monteiro fundador da DogLikers
“
Para a coordenadora do Centro de Em-
Criar um ecossistema que englobe
plica Nakagawa. Tudo começa como
ao empreendedor não só a experiên-
diversos recursos internos e externos
brincadeira, mas a ideia pode chegar
cia de mercado, mas também a parte
e trabalhe competências e atitudes
ao negócio de fato, também com aju-
educacional”, explica Waengertner.
empreendedoras em transversal deve
da da instituição de ensino em todas
“Os professores funcionam como faci-
estimular comportamentos ao longo
as etapas do processo.
litadores”, explica. Em dois anos, foram
da vida escolar dos alunos. Especia-
criadas cerca de 30 empresas.
listas ouvidos pela C&S citam como
Horizontes ampliados
exemplos competições que envolvam
Pouco antes de iniciar o TCC do curso
Entre elas está a Kaplen, que faz
a resolução de problemas complexos,
de Sistemas de Informação em 2008,
conciliação de vendas por cartões
projetos práticos que exijam do estu-
na Fundação Universidade Regional
de crédito para varejistas. O CEO da
dante competências empreendedo-
de Blumenau (Furb), Ricardo Estevam
companhia, Leo Pinho, enxergou a
ras e maior inserção das empresas no
construía sites como freelancer. Ao
oportunidade ao observar as dificul-
ambiente acadêmico. Para Cynthia, o
atender um cliente da área de comércio
dades do sogro em uma empresa do
sistema educacional brasileiro esti-
exterior, ouviu dele sobre as dificulda-
mesmo segmento. “Eram 12 pessoas
mula a criança a ser a melhor da clas-
des que tinha para efetuar certos pro-
trabalhando oito horas por dia para
se e não a se desenvolver. “Criamos
cessos que tomavam muito tempo dos
fazer a conciliação de 40 lojas”, conta.
nossos filhos para serem grandes exe-
empregados. Enxergou ali uma opor-
O empreendimento foi montado em
cutivos e não para serem donos das
tunidade. Em seis meses, ele amadure-
três meses e hoje o software de con-
próprias escolhas.”
ceu a ideia e precisou de mais seis para
ciliação da Kaplen está em 7 mil clien-
desenvolver a solução. O resultado é
tes. “Quando começamos, o processo
Na opinião do diretor de empreende-
o Smarter, software para empresas
todo consumia uma hora. Hoje, são 18
dorismo da Fiap, Marcelo Nakagawa, o
de comércio exterior que integra di-
minutos e queremos chegar a cinco”,
brasileiro não é incentivado a empre-
versos processos, como importação,
afirma. Ele destaca que as mentorias
ender desde cedo, mas deveria. “A ló-
financeiro, estoque e venda. “Na fa-
da Aceleratech abordaram todas as
gica do emprego tradicional do século
culdade, meu orientador era também
áreas, mas foram especialmente im-
20 tende a ficar cada vez mais frágil no
responsável pela cadeira de empreen-
portantes para o modelo de negócio.
século 21. A geração Y não se encaixa
dedorismo e me apresentou à incuba-
“Percebemos aspectos que até então
mais no emprego e as faculdades con-
dora de empresas de tecnologia”, afir-
não nos eram familiares, como volu-
tinuam formando profissionais para
ma Estevam, hoje dono da GETT, com
me e escalabilidade”, diz.
ocupações que não existem mais.”
mais de 180 clientes em todo o Brasil.
Algumas faculdades de São Paulo têm
A parceria entre universidades e in-
empreendedores é uma das missões
investido em estruturas e parcerias
cubadoras ou aceleradoras costuma
das aceleradoras. No Insper, o centro
permanentes para o estímulo ao em-
render bons frutos. Não há números
de empreendedorismo está em fase
preendedorismo. A Fiap criou o Cen-
exatos, mas a Associação Nacional de
de criação, mas a proposta é conectar
tro de Empreendedorismo, que inclui,
Entidades Promotoras de Empreendi-
alunos da graduação com o pessoal
entre outras áreas, o playground, no
mentos Inovadores (Anprotec) asse-
da pós e até com ex-alunos, como for-
qual o aluno “brinca” de montar uma
gura que universidades e centros de
ma de potencializar as possibilidades.
startup para validar a ideia, sem a
pesquisas concentram a maioria das
“Empreendedor às vezes é solitário e
pressão de criar o negócio. Nessa fase
384 incubadoras do País. São iniciati-
nem sempre tem todas as informa-
está o Startup One, projeto que trans-
vas como a Aceleratech, criada pelos
ções necessárias. Queremos juntar as
forma todos os TCCs dos cursos de
investidores Pedro Waengertner e
ideias”, diz Cynthia. Muitos podem não
graduação e pós-graduação em pla-
Mike Ajnsztajn em conjunto com a
ter a genialidade ou o senso de opor-
nos de negócio. “A gente quer que o
ESPM. Apesar do ambiente acadêmico,
tunidade de Steve Jobs, mas o esforço
estudante se divirta ao identificar um
também são aceitos projetos alheios
conjunto pode aumentar as chances
problema e oferecer uma solução”, ex-
à universidade. “A proposta é levar
Fotos: Emiliano Hagge
Ampliar os horizontes para os jovens
de sucesso. &
edição 33 • julho | agosto • 2014
17
C A PA POR andrテゥ zara ilustraテァテバ rafael rosa
A força dos nerds Com alto poder aquisitivo e bom
nĂvel educacional, fĂŁs da cultura "geek" se firmam como consumidores de nicho e desafiam empresas a entender esse universo
C A PA
A
A forç a dos nerds
ntes ignorados e até margi-
Omelete realizou, no ano passado, uma
Expo Imigrantes, em São Paulo, entre
nalizados como consumidores, nerds
pesquisa com cinco mil pessoas [confi-
os dias 4 e 7 de dezembro.
ou geeks ganham cada vez mais força
ra no quadro da página 22] que revela
como potenciais clientes. Trata-se de
um perfil de consumidor bem-educado
Dada a abrangência dos temas de inte-
um público fanático por produtos li-
e com alto poder de consumo.
resse desse consumidor, não existem
gados à cultura pop, que está abrindo
estimativas de quanto ele movimenta.
possibilidades de negócios para em-
O próprio site é prova da força desse
“O universo nerd agrega muita coisa,
presários que entendem o universo e
cliente: fundado em 2000, é o maior
por isso, é difícil estabelecer o seu ta-
estão dispostos a fornecer o que esses
portal de cultura pop do País, abran-
manho. É um mercado atraente, após
compradores querem e da maneira
gendo temas como cinema, televisão,
ter sido considerado marginal nos
como desejam ser atendidos.
games, quadrinhos, músicas, entre
anos 80 e 90”, afirma o professor de
outros assuntos. Atrai uma média de
Criação Digital da ESPM, Vince Vader.
Mas o que é um nerd ou geek? Os ter-
2,3 milhões de visitantes únicos por
Em setores mais estabelecidos, como o
mos, na verdade, ainda embutem al-
mês e contabiliza mais de 1 milhão de
de videogames, é possível constatar o
gum preconceito, tanto que, ao buscar
curtidas no Facebook. A nova aposta
forte crescimento: segundo a consul-
no dicionário Houaiss, encontra-se a
da empresa é a Comic Con Experience,
toria GfK, o mercado de jogos no Brasil
definição de “pessoa convencional e
evento nos moldes dos promovidos
cresceu, de janeiro a março deste ano,
desinteressante ou obsessivamente
nos Estados Unidos que reúne diferen-
13,9% em volume e 18,9% em valor.
estudiosa, obcecada por máquinas
tes conteúdos e atrações nacionais e
e técnicas”. Famosos nerds como Bill
estrangeiras, abordando temas que
A internet é a principal alavanca do
Gates e Steve Jobs ajudaram a afastar
vão de quadrinhos, filmes e séries de
mercado geek. Além de dar acesso às
o estereótipo. Para conhecer melhor
TV, até games, animes, RPG e música. A
informações e novidades, a rede tam-
o perfil desse público no Brasil, o site
expectativa é atrair 60 mil pessoas ao
bém facilita a compra de itens. “A web
20
edição 33 • julho | agosto •2014
na sua paixão e é uma grande aliada tanto de consumidores como de empreendedores”, explica o professor. Segundo Vader, quem aposta no setor deve conhecer o universo nerd, ou pelo menos ter uma equipe com essa expertise. Ele destaca ainda a importância de separar o fã do empresário. “Ao abrir uma empresa, é preciso entender o mercado minimamente e aliar isso a uma visão de negócio pragmática, buscando sempre o lucro”, completa.
Vida longa e próspera Um dos veteranos no ramo é o sócio da USS Brazil, Ralfo Furtado. Aberta em 1996, no Centro de São Paulo, a loja é refúgio de fãs do seriado Jornada nas Estrelas e de outros programas antigos de TV, como Perdidos no Espaço. “É o nicho do nicho”, como descreve o proprietário. Com dezenas de itens colecionáveis – que vão de camisetas a saleiros –, garimpados um a um, Furtado se ressente da falta de interesse dos licenciadores nacionais. “Comecei o negócio porque sou fã, mas se trata de um mercado órfão no País. O comércio envolve itens colecionáveis, muitas vezes únicos e sujeitos a oscilações do dólar”, explica. Por isso, cada compra de produto para o estoque é friamente pensada. “Não invisto em objeto de alto valor para deixar parado, somente sob encomenda. Às vezes acerto. Outras, erro. Mas, sempre me coloco no lugar do consumidor”, diz. A clientela é de todo o Brasil e a maior parte do faturamento Foto: Emiliano Hagge
vem das vendas pela internet. Os itens mais comercializados são os uniformes da frota estelar da série Jornada nas Estrelas, que custam em torno de R$ 150 e são feitos sob medida por uma
“
É difícil encontrar mão de obra especializada para atender o público, pois preciso de pessoas que entendam muito bem esse universo
“
permite ao fã mergulhar de cabeça
Ricardo Jorge de Freitas Rodrigues Diretor-comercial da Comix Book Shop
C A PA
costureira terceirizada. “Vendo pelo
Os eventos servem para atrair o público e reforçar laços com parceiros Tiago Almeida
Proprietário do bar GIBI Cultura Geek
menos três por semana”, conta. Com um público tão específico, conhecer as minúcias e a história dos produtos é fundamental. “Os clientes são exigentes e enxergam detalhes mínimos. Ao lidar com eles, não podemos errar para não perder a credibilidade”, conta. Com os anos, Furtado diz que aprendeu a separar o negócio dos próprios desejos de consumo. “Como fã, eu quero ter tudo que está na loja, mas fico torcendo para vender logo. Alguns itens eventualmente acabam na minha coleção particular, mas é preciso separar as coisas”, completa. Outra empresa tradicional do segmento é a Comix Book Shop, livraria especializada em quadrinhos. O negócio começou em 1986 como uma banca de jornal, que buscou se diferenciar da concorrência, especializando-se em gibis. “Na época, não havia muitas editoras e o volume de publicações no País era pequeno. Trabalhávamos com edições importadas”, lembra o diretor-comercial da Comix Book Shop, Ricardo Jorge de Freitas Rodrigues. A banca passou à loja em 1993 e, desde então, não parou de crescer. Segundo Rodrigues, a expansão reflete o próprio desenvolvimento do mercado, que ganhou ao longo dos anos uma variedade de títulos e editoras, além de um público das mais variadas faixas etárias. Com a ajuda da internet, a empresa partiu para o e-commerce em 2005 e a plataforma de vendas vem crescendo de 10% a 15% ao ano, especialmente pela falta de lojas especializadas na maioria das cidades brasileiras. “Isso nos ajuda a vender para todo o País, mas a maior parte das vendas conti-
Foto: Emiliano Hagge
“
“
A forç a dos nerds
nua no Sudeste”, conta. Ele pondera
maior oferta e diversidade de produ-
ceito – respondem por 35% da clientela
que na loja física 60% dos clientes
tos”, conclui.
do Geek.etc.br. Com o sucesso, a ideia
são genuinamente nerds, aficionados
agora é reformular o e-commerce da
por detalhes, que querem variedade
Nova geração
de escolha e acesso às últimas novi-
Uma das grandes redes que decidiu
tornamos referência no mercado e
dades. “Tem cliente que chega a gas-
apostar no mercado de nerds e geeks
mostramos que o nicho é um bom ne-
tar R$ 800, mas o tíquete médio é de
foi a Livraria Cultura, que inaugurou
gócio”, completa o coordenador.
R$ 100. É difícil encontrar mão de obra
em abril de 2012 uma loja só para esse
especializada para atender o público,
público. O projeto Geek.etc.br nasceu
O segmento tem se mostrado pro-
pois preciso de pessoas que entendam
no Conjunto Nacional, em São Paulo,
missor também para Tiago Almeida,
muito bem esse universo”, afirma.
ganhou uma filial em Recife (PE) e
proprietário do bar GIBI Cultura Geek,
espaços dentro de seis unidades da
inaugurado neste ano com a propos-
Além da loja, a empresa é responsável
rede. “Percebemos que havia uma boa
ta de servir como ponto de encontro e
por organizar o maior evento de qua-
possibilidade para negócios”, diz Igor
espaço para eventos na Vila Mariana.
drinhos do Brasil, a Fest Comix, que
Oliveira, coordenador do estabeleci-
Desde fevereiro, o lugar abrigou dez
está na 20ª edição. Em maio, a feira
mento. A loja do Conjunto Nacional
eventos, como exposições, lançamen-
atraiu 20 mil pessoas ao Expo Imigran-
oferece em torno de 15 mil itens – que
to de curta-metragem e encontro de
tes, que responderam pela comerciali-
incluem jogos, canecas, quadrinhos,
desenvolvedores de jogos. “Por en-
zação de mais de 100 mil exemplares.
livros e bonecos, além de atendentes
quanto, cedemos o espaço gratuita-
“A primeira edição aconteceu em 2002
especializados. “Os clientes sabem o
mente e não cobramos ingresso. Os
na frente da loja. A expectativa era
que querem e investem em tudo re-
eventos servem para atrair o público
reunir 120 pessoas, mas apareceram
lacionado ao personagem favorito”,
e reforçar laços com parceiros”, ex-
500. Acredito que o mercado ainda é
explica Oliveira.
plica Almeida, que investiu R$ 700
pouco explorado: só agora as grandes
marca para aumentar as vendas. “Nos
mil no projeto, com retorno previsto
redes começam a apostar no segmen-
O público masculino predomina, mas
para três anos. Bonecos da coleção
to. O futuro é promissor, com uma
as mulheres também aderiram ao con-
do proprietário compõem o ambien-
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23
C A PA
A forç a dos nerds
Perfil do nerd brasileiro Fonte: Omelete
Faixa etária
59 % 25 % 16 %
entre 17 e 28 anos 29 a 36 anos
mais de 36 anos
Sexo 83 % 17 %
homem mulher
Cidades onde vive 16 % 7 % 3 % 74 %
São Paulo
Rio de Janeiro Belo Horizonte outros
Educação 49 % 47 % 4 %
educação superior completa ou mais segundo grau completo primeiro grau completo
Perfil econômico 42 % 38 % 20 %
renda acima de cinco salários mínimos
renda entre dois e cinco salário mínimos renda de até dois salários mínimos
Lazer 25,1 % 18,7 % 18,2 % 16,5 % 7,7 % 13,7 %
24
jogos filmes livros e quadrinhos séries de TV sair com amigos outros
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O público é majoritariamente homens de 20 a 40 anos, com alto poder aquisitivo e bom nível de instrução
“
“
seguia identificar público-alvo e não
Vanessa Hellen Monteiro dos Santos Idealizadora da Funbox
havia necessidade do nosso produto. Mas fui teimosa, considerando que o investimento inicial era baixo e eu já tinha os jogos”, afirma Vanessa. Com R$ 10 mil, ela criou a Funbox, inaugurada em novembro de 2010 em uma pequena loja próxima ao Metrô Vergueiro. Apesar das dificuldades, o negócio se provou um sucesso: o plano era recuperar o investimento inicial em três anos, mas ele veio em pouco mais de um ano. O faturamento mensal está perto de R$ 8 mil e o crescimento vem sendo inibido pela falta de espaço físico. “A casa lota aos fins de semana. Já estamos procurando outro imóvel e estudando a abertura de filiais”, diz Vanessa. O público é basicamente composto por nerds, que apesar de aficionados pelos videogames, também nutrem curiosidade e paixão pelos jogos de tabuleiro.
te, onde são servidos drinques cujos
tendências e acompanhar o surgimen-
“A maioria é de homens de 20 a 40
nomes remetem à cultura pop, como
to de novos tipos de fãs”, afirma Vader,
anos, e muitos deles consomem os
The secret of the Ooze e Proton Char-
da ESPM.
produtos, pois aprenderam a jogar aqui. Eles têm alto poder aquisitivo,
Foto: Emiliano Hagge
ging. “O público nerd é gentil e fácil de lidar. Porém, é exigente e tem von-
Mas, como toda abertura de empresa
bom nível de instrução e falam inglês,
tade de contribuir e opinar, principal-
é uma aposta, muitas vezes o instinto
pois a maioria dos jogos utiliza a lín-
mente no cardápio”, conta Almeida.
do empreendedor é a única bússola,
gua estrangeira”, conta.
A última aposta do bar é a venda de
como mostra a história de Vanessa
pequenos itens colecionáveis, como
Hellen Monteiro dos Santos, fanática
Outra aposta da empresária é lançar
miniaturas e camisetas. “A ideia é
por jogos de tabuleiro e dona de uma
jogos da própria marca: até agora já
fomentar a compra por impulso. Por
coleção com mais de 400 títulos. Ela
foram dois e a meta para este ano são
enquanto, são produtos de terceiros,
morou nos Estados Unidos, onde co-
mais seis lançamentos. “O primeiro fa-
mas pretendemos desenvolver itens
nheceu as possibilidades do mercado
turou R$ 30 mil, o que nos deixou mui-
com marca própria no futuro.”
geek, o que a motivou a desenhar um
to animados. Acredito que exista um
plano de negócios para aluguel dos
público potencial de 14 mil consumido-
Com o aumento do número de negó-
produtos pela internet. Ao analisar os
res no Brasil, no entanto, trabalhamos
cios para o segmento, é natural que
custos, achou melhor abrir uma loja
com estimativa de cinco mil que já te-
sejam levantadas questões sobre a
física na qual os clientes pudessem jo-
nham o hábito de comprar os jogos”,
solidez e a longevidade do mercado. “É
gar e também locar os itens. Ao buscar
explica. Trata-se de um mercado de
preciso sempre buscar novas possibi-
orientação no Sebrae, foi aconselhada
nicho, mas que oferece inúmeras pos-
lidades. Quem vende produtos espe-
a abortar a ideia. “O consultor disse
sibilidades a empreendedores inventi-
cíficos, por exemplo, deve analisar as
que era muito arriscado, pois não con-
vos. Que a força esteja com eles! &
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A RT IG O POR Janaína Mesquita Lourenço
ainda mais a concessão do Auto de Licença de Funcionamento, sancionou a Lei Municipal nº 15.855, dispensando a exigência de Habite-se, Auto de Vistoria, Alvará de Conservação, Auto de Conclusão, Certificado de Conclusão, Auto de Regularização ou documento equivalente, expedidos pela prefeitu-
Pioneirismo em xeque
R
ra, para a obtenção do Auto de Licença de Funcionamento para os imóveis com área total edificada de até 1,5 mil metros quadrados. Contudo, tal lei municipal está suspensa em razão de Ação Direta de Inconstitucionalidade, impetrada pelo procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo.
ecente decisão judicial sus-
disciplinou pela primeira vez a expe-
Cabe ressaltar que a Lei Municipal
pendeu o Auto de Licença de Funcio-
dição de licença de funcionamento
nº 15.855/2013 aponta para uma
namento sem Habite-se, medida que
no município, estabelecendo que ne-
mudança de paradigma em linha
muito contribuía para contornar a
nhum imóvel poderia ser ocupado ou
com o Estatuto da Micro e Pequena
exagerada burocracia da administra-
utilizado para atividades comerciais,
Empresa, em trâmite na Câmara dos
ção pública. É lamentável que isso te-
industriais, institucionais, de presta-
Deputados, por meio do qual se busca
nha acontecido poucos meses depois
ção de serviços e similares sem prévia
minimizar a burocracia, facilitando a
de o prefeito Fernando Haddad ter
licença de funcionamento expedida
abertura, o funcionamento e o fecha-
aprovado tal concessão com o intuito
pela prefeitura.
mento das micro e pequenas empre-
de agilizar e simplificar a vida das pequenas e médias empresas.
sas. Uma das medidas de incentivo é Posteriormente, o prefeito Gilberto
a garantia de as atividades com clas-
Kassab instituiu o Auto de Licença de
sificação de baixo grau de risco terem
O Auto de Licença de Funcionamento
Funcionamento Condicionado, permi-
licença de funcionamento mediante
e o Auto de Licença de Funcionamento
tindo o funcionamento de atividades
a substituição da comprovação pré-
Condicionado são autorizações expe-
comerciais, industriais, institucionais e
via do cumprimento de exigências e
didas pela administração pública mu-
de prestação de serviços em edificação
restrições por declarações do titular
nicipal para o funcionamento de ati-
em situação irregular com área total de
ou responsável. A medida nada mais
vidades comerciais, industriais e de
até 1,5 mil metros quadrados. O instru-
é do que uma cópia do que estabele-
prestação de serviços na cidade de São
mento pode ser requerido até o dia 31
ce a lei paulista, com o Auto de Licença
Paulo. Nenhum imóvel pode ter uso não
de março de 2016, mediante a compro-
de Funcionamento. Ou seja, mais uma
residencial sem prévia emissão, pela
vação, por parte do interessado, de que
vez São Paulo foi pioneiro na condução
prefeitura, da licença correspondente.
o início ao procedimento de regulariza-
de ações que visam o desenvolvimen-
ção já foi iniciado no órgão competente.
to do País, mas tal pioneirismo está
Em um breve histórico legal, cabe citar que a Lei Municipal nº 10.205, de 4
Em setembro de 2013, o prefeito Fer-
de dezembro de 1986, sancionada pelo
nando Haddad, com o intuito de agi-
então prefeito Jânio da Silva Quadros,
lizar, desburocratizar e simplificar
26
edição 33 • julho | agosto •2014
temporariamente suspenso. &
Janaína Mesquita Lourenço é asses sora técnica da FecomercioSP
SUST EN TA BIL IDA DE TEXTO Filipe lopes
Reação
em cadeia Elo entre indústria e consumidores, o comércio coloca em prática a Política Nacional de Resíduos Sólidos, ajudando a promover
N
a balança da sustentabilida-
quada. A prática é uma figura recen-
de, todos têm o mesmo peso de res-
te, introduzida no âmbito da Política
ponsabilidade. É por isso que, no enten-
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
dimento do governo, todas as esferas
regulamentada em dezembro de 2010.
da sociedade devem se comprometer
Desde então, os setores envolvidos se
com o controle dos produtos que cau-
articulam para atender aos prazos e às
sam desequilíbrio ambiental. O con-
exigências da lei, porém, muitos ainda
trole se traduz pelo acompanhamento
têm dúvidas sobre a responsabilidade
de toda a vida útil do material, desde a
de cada um.
extração da matéria-prima, passando por fabricação na indústria, manuseio
O comércio é o principal elo entre a po-
pelo comércio e venda ao consumidor,
pulação e a indústria e um importante
até a reciclagem dos componentes.
ator na disseminação de boas práticas. Visando dar um norte aos comercian-
a Logística Reversa
Nessa engrenagem está a Logística
tes, a Federação do Comércio de Bens,
e a conscientizar
Reversa, mecanismo por meio do qual
Serviços e Turismo do Estado de São
empresários e comerciantes devem
Paulo (FecomercioSP), por meio do seu
garantir que os resíduos sólidos gera-
Conselho de Sustentabilidade, organi-
dos pelos produtos comercializados
zou uma cartilha para orientar os em-
por eles sejam devolvidos aos esta-
presários quanto à Logística Reversa.
belecimentos para destinação ade-
“Somente no Estado de São Paulo te-
a população
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29
R eaç ão em c adei a
SUST EN TA BIL IDA DE
mos mais de 100 mil estabelecimentos
de Meio Ambiente de São Paulo: ba-
Para alguns setores que já definiram
comerciais, e tudo que será reciclado
terias automotivas; eletroeletrônicos;
acordos e termos de compromisso,
passará por eles”, aponta o presiden-
embalagens de agrotóxicos; embala-
veja as orientações da FecomercioSP:
te do Conselho de Sustentabilidade da
gens plásticas de óleos lubrificantes;
FecomercioSP, José Goldemberg. Ele afir-
embalagens em geral; filtros usados
Produtos eletrônicos
ma ainda que, por estar muito próximo
de óleo lubrificante; lâmpadas; medi-
Participar de campanhas de orienta-
da população, o comércio tem a respon-
camentos; óleo comestível; óleo lubri-
ção e conscientização dos consumido-
sabilidade de engajar os consumidores
ficante usado ou contaminado; pilhas
res sobre o perigo de descarte dos re-
sobre a importância de dar uma desti-
e baterias; e pneus inservíveis.
síduos no meio ambiente. No caso da
nação adequada aos resíduos.
comercialização de celulares e acessóOs comerciantes em geral devem fi-
rios, recomenda-se que os lojistas in-
A obrigação legal foi criada pela figura
car atentos às alterações nos acordos
formem aos clientes que os aparelhos
da responsabilidade pós-consumo. "O
setoriais firmados em âmbito federal,
devem ser descartados nas lojas das
comércio é responsável pelo recolhi-
bem como aos termos de compromis-
operadoras, que já contam com siste-
mento e destinação adequada do pro-
so assinados com as municipalidades.
mas de Logística Reversa.
duto", diz o secretário do Meio Ambien-
Além disso, cabe ao comércio orientar
te do Estado de São Paulo, Rubens Rizek.
os clientes sobre a importância de dar
Embalagens de óleos lubrificantes
Para dar conta das obrigações, cada se-
uma destinação correta para os pro-
Os comerciantes devem entrar em
tor busca acordo com o governo federal
dutos após o término de sua vida útil
contato com o Programa Jogue Lim-
e com os Estados, no sentido de firmar
e fixar cartazes educativos nas lojas.
po, do Sindicato Nacional das Empre-
termos de compromisso. Em São Pau-
“
governo com diversos setores. “Atualmente, cerca de 94% das embalagens de agrotóxicos são recicladas. Isso é um dado fantástico e devemos estimular essa ação para outros setores”, afirma o assessor técnico da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Flávio Ribeiro.
Dicas para o comércio Para melhor posicionar os estabelecimentos paulistas, a FecomercioSP elaborou a cartilha Resíduos Sólidos, Logística Reversa – O que o empresário do comércio e serviços precisa saber e fazer, que traz dicas para os comerciantes promoverem a consciência sustentável entre os consumidores e incentivar o descarte correto de cada produto, respeitando a responsabilidade pós-consumo. O documento identifica ações que os comerciantes devem adotar para cada um dos grupos de produtos destacados pela Secretaria
30
edição 33 • julho | agosto •2014
O desafio é distribuir o custo de maneira palatável para a sociedade. Precisamos encorajar soluções criativas
“
lo, 14 termos já foram assinados pelo
José Goldemberg
presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP
sas Distribuidoras de Combustíveis
"Soluções Para o Lixo", realizado em 28
cer pontos de coleta e ajudar a mudar o
e Lubrificantes (Sindicom), para veri-
de maio pela FecomercioSP, em parce-
comportamento do consumidor, incen-
ficar se o estabelecimento necessita
ria com o jornal O Estado de S. Paulo,
tivando a reciclagem. Trata-se, segundo
de ponto de coleta. Caso o estabele-
na sede da Federação. Na avaliação do
ele, de uma iniciativa complementar à
cimento seja um ponto de coleta, é
presidente do Conselho de Sustenta-
coleta feita pelos municípios.
preciso oferecer um local adequado
bilidade, José Goldemberg, a proteção
para o descarte das embalagens, ar-
do meio ambiente terá um custo. "O
Solução para os pequenos
mazenar o material e manter em seu
desafio é distribuir esse custo de ma-
Os pequenos comércios e lojas de vare-
poder o comprovante de recebimento
neira palatável para a sociedade. Pre-
jo não contam com capital para inves-
fornecido pelo sistema itinerante, pois
cisamos encorajar soluções criativas",
tir em programas próprios de Logística
ele poderá ser exigido pelo órgão am-
apontou Goldemberg.
Reversa, como acontece nas grandes corporações. Para eles, a Prefeitura de
biental no processo de licenciamento. Algumas empresas adotaram políticas
São Paulo estuda a criação de um pro-
Lâmpadas, pilhas e baterias
que viabilizam a Logística Reversa an-
grama coletivo, com o qual as empre-
A partir de 2016, estabelecimentos com
tes mesmo da PNRS, como é o caso da
sas contribuirão na forma de cotas, em
mais de 300 metros quadrados, loca-
operadora de telecomunicações Vivo,
valores ainda não definidos. Segundo
lizados na cidade de São Paulo, serão
que desde 2006 disponibiliza postos
o secretário municipal de Serviços, Si-
obrigados a disponibilizar e gerenciar
para coleta de aparelhos usados em 3,4
mão Pedro, esse fundo irá administrar
local adequado para recebimento das
mil lojas da rede em todo o País. A ação
os recursos obtidos a partir das vendas
lâmpadas pós-consumo. Os comer-
já recolheu mais de um milhão de ce-
dos produtos gerados pelas centrais
ciantes também devem manter a equi-
lulares e outros itens eletrônicos. Todo
municipais de reciclagem e aplicá-los
pe de vendas instruída sobre a obri-
o material recolhido é transportado
no desenvolvimento dessas centrais e
gação do consumidor de devolver as
por uma empresa parceira ao centro
na remuneração de cooperativas en-
lâmpadas após o término da vida útil.
de armazenamento da Vivo na cidade
volvidas no processo.
de São José dos Campos, no interior de Óleos lubrificantes usados
São Paulo. “Um dos maiores desafios
Em outra frente, a Prefeitura de São
O comerciante deve recolher o produ-
da campanha é estimular os consumi-
Paulo trabalha para aumentar o índi-
to de forma segura, adotando medidas
dores a depositar seus aparelhos inuti-
ce de reciclagem, que atualmente é de
que evitem a contaminação do meio
lizados nos postos de coleta”, apontou
apenas 1,8% dos resíduos coletados.
ambiente e a inviabilização do rerrefi-
a gerente de sustentabilidade da Vivo,
Até 2016, o prefeito Fernando Haddad
no (técnica que permite ao óleo usado
Juliana Limonta. A Vivo não revela o
espera que o município eleve esse por-
recuperar as características originais e
montante que destina para a Logística
centual a 10%. Para isso, inaugurou a
retornar à cadeia produtiva). Ao rece-
Reversa dos aparelhos, mas Juliana afir-
primeira central de triagem de resídu-
ber o óleo usado, é preciso emitir certi-
ma que a iniciativa não se paga.
os sólidos da América Latina no início de junho e outras três estão nos pla-
ficado de coleta. Os estabelecimentos devem entregar os produtos recolhi-
No varejo, experiência bem-sucedida
nos para os próximos dois anos. "Mul-
dos para os coletadores autorizados
é a do Grupo Pão de Açúcar (GPA), que
tiplicaremos por mais de três nossa
pela Agência Nacional do Petróleo.
controla as marcas Pão de Açúcar, Extra,
capacidade de reciclagem. Chegare-
Assaí, Casas Bahia e Pontofrio. Por ano, o
mos a 7% na primeira etapa e vamos
GPA gasta R$ 10 milhões em programas
superar os 10% até o fim da gestão",
Representantes do setor de comércio
de reciclagem, que incluem coleta seleti-
afirmou Haddad. O prefeito quer res-
e serviços e profissionais que atuam
va e parcerias com empresas como AES
gatar a confiança dos paulistanos na
no ramo empresarial apresentaram
Eletropaulo, Unilever e P&G. Para o dire-
reciclagem do lixo doméstico, que
suas experiências e resultados de pro-
tor de relações corporativas e responsa-
muitas vezes não tinha a destinação
gramas de Logística Reversa que já es-
bilidade socioambiental do GPA, Paulo
correta pela falta de capacidade dos
tão em operação durante o seminário
Pompílio, o papel do comércio é ofere-
Foto: Emiliano Hagge
Para se espelhar
centros de coleta. &
edição 33 • julho | agosto • 2014
31
R A IO X POR Filipe Lopes fotos emiliano hagge
Tricampeã Com forte investimento em educação e em infraestrutura, São Caetano do Sul lidera os indicadores brasileiros de qualidade de vida e experimenta acelerado desenvolvimento econômico
A
brasileira
cidade que leva o nome do
experimenta acelerado desenvolvi-
patrono do pão e do trabalho, São
mento econômico. O perfil predomi-
Caetano di Thiène, traz em seu DNA
nantemente industrial foi, aos poucos,
a marca do trabalho árduo e da in-
abrindo espaço para o setor de servi-
dustrialização. Mais conhecido por
ços, que responde hoje por 62% da eco-
ostentar o melhor Índice de Desen-
nomia local. O comércio fica com a se-
volvimento Humano (IDH) do Brasil,
gunda maior fatia, correspondente a
o município é sede da montadora Ge-
28%, seguido pela indústria, com 8%.
neral Motors, da Casas Bahia, da Adria Alimentos, entre tantos outros em-
Com especial atenção dedicada à edu-
preendimentos que fazem da cidade
cação, a cidade se orgulha dos indi-
o 48º maior PIB brasileiro, à frente de
cadores de qualidade de vida. Desde
capitais como Teresina, Florianópolis e
1991 lidera o Índice de Desenvolvimen-
João Pessoa.
to Humano (IDH) do Brasil, apurado pelo Programa das Nações Unidas
Alçada à condição de município ape-
para o Desenvolvimento (Pnud). Os
nas em 1948, São Caetano do Sul
critérios de medição do IDH levam em
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33
R A IO X
Tr ic a mpeã br a si lei r a
conta três pilares principais: educação, longevidade e renda. Entre 2000 e 2010, segundo o Pnud, o indicador que mais cresceu em termos absolutos no município foi educação (com alta de 0,071), seguido por renda e por longevidade. O resultado é uma taxa de alfabetização superior a 99,6%. O desempenho reflete a atenção dada à educação, pasta que neste ano tem um repasse previsto de R$ 230 milhões, ou 26% do orçamento municipal de R$ 870 milhões. A cidade conta com 111 estabelecimentos escolares (públicos e particulares) e nove programas que complementam a educação básica, com aulas de línguas, informática e empreendedorismo, como o Centro Digital do Ensino Fundamental – que abriga biblioteca informatizada, salas de aula da Escola Municipal de Informática, espaços de convivência para os moradores, áreas para conferências e computadores com acesso gratuito à internet. Outros indicadores apontam que 76,21% da população de São Caetano do Sul com 18 anos ou mais completou
fraestrutura, com ruas urbanizadas,
empreendimento inaugurou um novo
o ensino fundamental e 62,46% ter-
sinalizadas e limpas. A agitação de ba-
conceito de lojas de luxo até então
minou o ensino médio. “Temos prati-
res e restaurantes prevalece na Aveni-
inexpressivo na cidade. “O espaço tem
camente zero de analfabetismo e isso
da Goiás – principal via do município e
grande importância para a economia
ajuda a formação de mão de obra qua-
ponto de concentração dos estabeleci-
local, pois o shopping atrai consumi-
lificada para servir às empresas insta-
mentos noturnos.
dores de outras cidades, que passam
ladas na cidade e na região”, aponta
O comércio é formado por um varejo
a visitar e conhecer melhor o municí-
o diretor da Secretaria de Desenvolvi-
forte e distribuído em três centros co-
pio. Além disso, abre um novo nicho de
mento Econômico e Relações de Tra-
merciais de rua (Avenida Visconde de
consumo de produtos diferenciados,
balho do município, Arnaldo Gonzalez.
Inhaúma, Rua Taipas e Bairro Centro),
que vem estimulando também o co-
com lojas populares de roupas, de cal-
mércio de rua de alguns bairros, que
çados, de eletroeletrônicos e de pre-
já apresentam lojas desse estilo”, afir-
Com limites físicos determinados por
sentes, além de lanchonetes. Artigos
ma Gonzalez. Exemplo da sofisticação
bairros de São Paulo, de Santo André
mais sofisticados podem ser encontra-
inspirado no Espaço Cerâmica é a Rua
e de São Bernardo do Campo, a cidade
dos no ParkShopping São Caetano, lo-
Piauí, que vem assumindo esse perfil
respira modernidade e ostenta boa in-
calizado dentro do Espaço Cerâmica. O
de alto padrão.
Comércio forte
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O sucesso do comércio de luxo pode ser potencializado pelo aumento de renda da população. A renda per capita média de São Caetano do Sul, segundo o Pnud 2010, cresceu 84,53%
Os números de São Caetano do Sul
nas últimas duas décadas, passando de R$ 1.107,53 em 1991 para R$ 1.639,93 em 2000 e chegando a R$ 2.043,74 em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 48,07% no primeiro período e 24,62% no segundo. Em contrapartida, a extrema pobreza da cidade foi praticamente extinta, passando de 1,35% em 1991 para 0,09% da população em 2010. Outro fator que contribui para os indicadores de consumo é a baixa taxa de desemprego no município. De 2000 a 2010, a taxa de desocupação passou de 12,35% para 6,10%, segundo o Pnud.
Convívio com a tradição Outra característica do comércio de São Caetano do Sul é o respeito aos es-
População
149.263 habitantes Índice de Desenvolvimento Humano 0,862
Melhor cidade no Brasil para se viver, entre os 5.565 municípios Renda per capita
R$ 2.043,74
tabelecimentos tradicionais, que miscípio. O Pão de Queijo Mineiro é uma cafeteria com 35 anos de existência, que traz em sua decoração elementos rústicos que rementem a cidades interioranas onde os trabalhadores passam para tomar café antes do trabalho na lavoura e as famílias se reúnem para conversar e comer pães e bolos caseiros. Os pães são produzidos em uma fazenda em Araxá (MG) e atraem consumidores de várias partes da cidade. “Toda vez que venho ao Centro aproveito para comer o bolo de coco, um hábito que tenho desde criança, quando vinha com a minha mãe”, afirma a atendente de telemarketing, Ana Carolina Mendonça. O município conta ainda com uma
PIB per capita
R$ 78.697,40 100% do esgoto tratado, lixo coletado e todas as residências contam com abastecimento de água
14.000
estabelecimentos comerciais
*Fonte: Pnud, Ipea, FJP e Saede
turam suas histórias com as do muni-
114.054
empregos formais
série de supermercados: Extra, Pão de
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R A IO X
Tr ic a mpeã br a si lei r a
Açúcar, Assai – todos do Grupo Pão de
cializa a cesta básica com o menor
imigrantes e à relação que se estabe-
Açúcar –, Carrefour, Dia, entre outros.
preço da região.
leceu entre os consumidores e os fun-
Mas abriga também uma bandeira
dadores da marca.
local que superou as barreiras muni-
Terra fértil
cipais e hoje está presente em diver-
Um dos maiores orgulhos dos são-ca-
ca conta com 500 filiais em 15 Estados
sas cidades paulistas – a rede Joanin,
etanenses é ser a sede da maior rede
do País e emprega cerca de 60 mil fun-
que nasceu em São Caetano do Sul
de varejo do Brasil. A Casas Bahia nas-
cionários, sendo mais de três mil cola-
em 1942 como um pequeno armazém
ceu em São Caetano em 1957, quando
boradores na matriz. Em 2009, a rede
e hoje conta com 16 lojas: quatro na
o fundador e imigrante polonês Sa-
foi vendida para a Via Varejo – empre-
cidade, três em São Bernardo do Cam-
muel Klein, após vender produtos de
sa do Grupo Pão de Açúcar –, porém,
po, uma em Diadema, quatro em São
porta em porta, adquiriu seu primei-
manteve a sede em São Caetano. Na
Paulo, duas em Santo André, uma em
ro estabelecimento na cidade. À épo-
matriz estão concentradas as ativi-
Ribeirão Pires e uma em Mauá. A loja,
ca, a região abrigava muitos imigran-
dades administrativas e de suporte
que hoje forma a segunda maior rede
tes nordestinos, que se deslocaram
(infraestrutura, marketing, diretoria,
de supermercados da região do ABCD
em busca de trabalho na indústria
engenharia, RH, comercial etc) para
e a 50ª do Brasil, de acordo com a As-
automobilística que se estabelecia no
todas as áreas da companhia e tam-
sociação Brasileira de Supermercados
ABC Paulista. O nome da rede vare-
bém uma grande parte da equipe que
(Abras), emprega 1,8 mil funcionários
jista (inicialmente era Casa Bahia, no
realiza o atendimento ao consumidor
e, segundo o estabelecimento, comer-
singular) é uma homenagem a esses
da Casas Bahia e do Pontofrio, outra
O comércio é formado por um varejo forte e distribuído em três centros comerciais de rua – Avenida Visconde de Inhaúma, Rua Taipas e Bairro Centro
Com quase 60 anos de história, a mar-
empresa do mesmo grupo. Segundo a Via Varejo, a presença de São Caetano do Sul entre os municípios com melhor desenvolvimento humano do País favorece o desenvolvimento de negócios em diferentes áreas, entre elas o varejo, seja pela qualidade de mão de obra, seja pelo próprio potencial econômico da cidade. Sobre a permanência no município, mesmo depois da fusão com o Grupo Pão de Açúcar, a Via Varejo afirma que a Casas Bahia já tinha toda a estrutura administrativa, incluindo as áreas de tecnologia, logística e atendimento ao consumidor, para a operação do seu negócio. Em razão da infraestrutura já estabelecida, a sede passou também a operar os negócios do Pontofrio.
Centro das atenções Os bons indicadores de São Caetano do Sul refletem a autonomia financeira do município, que permite investimentos em áreas estratégicas
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idh-m são caetano do sul x estado de sp x brasil
Ranking publicado em abril pela revista Exame, em parceria com a consultoria paulista Urban Systems, deu à São
1
são caetano do sul estado de são paulo brasil
Caetano do Sul a 7ª posição entre as melhores cidades brasileiras para se investir, à frente de localidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizon-
0,5
te e Campinas. O ranking avalia indicadores como demografia, economia,
0
1991
2000
saúde, educação, finanças, transporte
2010
e telecomunicação. O Espaço Cerâmica é a aposta da prefeitura para atrair novos empreendi-
divisão da economia por setor empresarial em são caetano do sul
mentos residenciais e comerciais. O
62+28+820K 8 %
indústria
2 %
construção civil
28 %
comércio
62 %
serviços
terreno de 300 mil metros quadrados da antiga Cerâmica São Caetano foi revitalizado e já conta com o ParkShopping, com condomínios residenciais de alto padrão, com edifícios comerciais em construção e abrigará uma unidade do Hospital São Luiz. “Para preenchermos as exigências para a instalação do hospital, tivemos que investir em tecnologia e infraestrutura. Contamos com redes de energia elétrica e telecomunicações totalmente enterradas e gás canalizado”, aponta Gonzalez. O local conta ainda com restauração de equipamentos e painéis históricos, para a preservação da história da região; irrigação automatizada nos parques, jardins e canteiros; e ruas e calçadas acessíveis a deficientes físicos, idosos e cadeirantes.
para o desenvolvimento local, como
tenção dos atuais níveis de qualidade
O diretor da Secretaria de Desenvolvi-
a educação. Mais da metade da re-
de vida da população e nos posiciona
mento Econômico e Relações de Traba-
ceita municipal provém de impostos
como cidade atrativa para empresas e
lho do município afirma que o maior
incidentes às empresas, o que indica
investidores”, afirma Gonzalez.
desafio agora é manter a excelência al-
que a cidade não depende somente
cançada e evoluir ainda mais. “Quando
de repasses federais para investir em
Além da qualidade da educação, da
você conquista essa qualidade, a popu-
serviços públicos. “Esse dado é muito
renda e da longevidade atestadas pelo
lação passa a cobrar ainda mais, então,
importante, pois demonstra como o
Pnud, São Caetano do Sul possui uma
nosso maior desafio é manter esse alto
desenvolvimento econômico do mu-
infraestrutura atrativa para a instala-
grau de excelência e melhorar os servi-
nicípio é fundamental para a manu-
ção de empresas e seus fornecedores.
ços públicos”, afirma Gonzalez. &
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do MixLegal Digital e MixLegal Impresso. As publicações têm dicas e informações de natureza jurídica que podem interferir no dia a dia dos negócios
PL propõe reduzir intervalos Tramita no Congresso Nacional projeto de lei que modifica o parágrafo 3º do arti-
go 71 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo a redução do intervalo
para descanso e alimentação do empregado mediante aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego. A medida poderá ser adotada a pedido do empregador ou em decorrência de acordo ou convenção coletiva. A FecomercioSP defende que conste no texto legal a possibilidade de o empregador também requerer a redução, pois isso ampara os empregadores domésticos que não possuem norma coletiva.
ICMS compartilhado no e-commerce
Empacotador pode ser obrigatório
PEC prevê redução da jornada
A fim de evitar a perda de arrecadação
A Câmara dos Deputados analisa o Pro-
Se aprovada a Proposta de Emenda
parte das empresas de comércio eletrô-
gatório o serviço de empacotamento de
na Câmara dos Deputados, a jornada
nos Estados que concentram a maior
nico, como São Paulo, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) está propondo a partilha interestadual
do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Além de reduzir a guerra fiscal, a medida deve evitar o aumento da carga tributária e dividir racionalmente o ICMS
entre os Estados de forma gradual, evitando privilégios.
jeto de Lei nº 6.784/2013, que torna obricompras por supermercados e hipermercados equipados com, no mínimo, quatro caixas registradoras. A FecomercioSP
entende que, ao tornar obrigatória por lei a contratação de empacotadores, há interferência direta na gestão das empresas. Além disso, a medida deve encarecer a folha de pagamento das
companhias, principalmente, as de menor porte.
Constitucional (PEC) nº 231, que tramita
semanal de trabalho de 44 horas passará a ser de 40 horas. De acordo com
o texto, a carga além das 40 horas deve
ser paga como hora extra, incidindo sobre o pagamento o adicional de 75% e
não mais de 50%. A assessoria técnica da FecomercioSP entende que a melhor
maneira de equacionar a questão é a negociação coletiva entre os sindicatos patronais e de empregados.
Leia estas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do EconoMix Digital e do EconoMix Impresso. As publicações têm dicas e informações voltadas à melhoria da gestão dos negócios e à compreensão do ambiente macroeconômico
BC regulamenta portabilidade Passou a vigorar em maio a Resolução do Banco Central nº 4.292/13, que dispõe sobre a portabilidade das operações de crédito. Com isso, ficará mais fácil para o cliente
trocar de banco a partir da negociação de melhores condições financeiras nas operações de crédito. A medida se adiciona a outras duas facilidades que já existiam: o carregamento da conta-salário e dos dados cadastrais de um banco para outro. O
BC prevê que a portabilidade de crédito fomentará a concorrência entre os bancos, proporcionando taxas de juros mais atraentes aos consumidores.
Preços diferentes nas compras com cartão
Otimismo em queda em 2014
Deficit da Previdência diminui no bimestre
O comércio poderá cobrar preços di-
O consumidor paulistano está menos
O Ministério da Previdência Social di-
de crédito ou à vista se aprovado o
Confiança do Consumidor (ICC), apura-
Geral de Previdência Social (RGPS) refe-
ferentes para pagamento com cartão Projeto de Decreto Legislativo (PDS) nº 31/2013, que tramita no Senado. O
texto suspende os efeitos da Resolução nº 34/1989, estabelecida no fim dos
anos 80, que considera irregular todo acréscimo ao preço da mercadoria nas
compras feitas com cartão de crédito. O PDS foi aprovado pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania e será examinado pelo Plenário do Senado.
otimista. É o que demonstra o Índice de do mensalmente pela FecomercioSP. O
índice tem por objetivo identificar o sentimento dos consumidores, levando em
conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. O resultado de março
apontou que a confiança do consumidor paulista registrou 125,8 pontos, em uma
escala de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
vulgou em março o resultado do Regime
rente ao primeiro bimestre de 2014. No
período, a arrecadação cresceu 15,1%, passando de R$ 43,3 bilhões (2013) para
R$ 49,8 bilhões. Já as despesas apresentaram crescimento de 7,7%, passando de
R$ 52,9 bilhões para R$ 57 bilhões. O deficit foi de R$ 7,1 bilhões, menor do que os
R$ 9,6 bilhões do mesmo período do ano
passado. A projeção é de deficit de R$ 40 bilhões em 2014.
Leia estas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)
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Dia 21 de agosto é o dia de conhecer os vencedores! O dia para conhecer os vencedores do 4ºPrêmio Fecomercio de Sustentabilidade já está definido! Com mais de 270 projetos engajados para um planeta sustentável, a cerimônia de SUBCATEGORIA
FINALISTA
Azimuth Consultoria e Treinamentos Micro
Zappa Moda Infantil
GED – Inovação, Engenharia e Tecnologia
Ecosuporte Assessoria Ambiental Cereais Bramil
EMPRESAS
Pequena/ Média
Expoente 1.000 Empreendimentos e Participações
SP
Ecotinta
SP
Case São Vicente Sustentável
SP
Campanha contra a exploração sexual de crianças e adolescentes – Modelo de atuação do Grupo Mil
RJ
Jones Lang LaSalle
Ações de Inovação Ambiental
SP
Rondobel Indústria e Comércio de Madeiras
Rondobel: inspirando mudanças no setor madeireiro
PA
Jardins Mangueiral Empreendimentos Imobiliários
Desenvolvimento comunitário através de mecanismos sustentáveis
DF
General Motors do Brasil
Joinville Sustentável
SC
Casa ecourbana
SP
Projeto Kiteiras
SP
Print School – Escola Gráfica
Beraca Sabará Químicos e Ingredientes
Tecnologia: sinônimo de sustentabilidade para as usinas sucroalcooleiras do Brasil
Sebrae-PE
Consultorias integradas para o turismo sustentável para Fernando de Noronha – PE
Sebrae-MT
ÓRGÃOS PÚBLICOS
Zappa Moda Infantil
PE
Instituto Brasileiro de Turismólogos
Projeto ENIAC Resíduo Eletrônico
SP
SP MG PE
Centro Sebrae de Sustentabilidade
MT
Consórcio Intermunicipal da Fronteira
Unindo forças para o desenvolvimento
PR
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Itabirito
Itabirito é limpeza. Eu participo.
MG
Secretaria de Estado de Indústria e Comércio de Goiás
Projeto Minha Primeira Empresa
GO
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul
Troca Solidária
RS
Prefeitura de Umuarama
Órgãos Públicos
SP
Camará Shopping: um exemplo de empreendimento sustentável em todas as suas etapas
Camará Shopping Center S.A.
Plural Indústria Gráfica
Entidades
NOME DO PROJETO
Programa de Responsabilidade Socioambiental da Associação Comercial de Ilhabela
RJ
Danone
Indústria
Visite o site e confira os finalistas.
Caxias Shopping Sustentável
GAIA Projetos Sustentáveis
Grande
entrega do prêmio já tem data marcada: dia 21 de agosto de 2014.
Programa Lixo que Vale
PR
SUBCATEGORIA
ACADEMIAS
Professor
Estudante
REPORTAGEM JORNALÍSTICA
Impressa
Rádio/TV
Online
FINALISTA
NOME DO PROJETO
Ana Carla Mila Primak
Preparação de um compósito à base de resíduos de construção civil e o politereftalato de etileno (PET)
PR
Felipe Berndt Moreira
Projeto de desenvolvimento de produto utilizando resíduos de painéis de fibras de média densidade
RS
Nildo da Silva Dias
Potencial de uso agrícola da água de reúso após tratamento por osmose reversa
RN
Cibele Maria Antunes Vilela
Fabricação de briquetes aromatizados e ecopisos a partir dos resíduos da castanha-do-pará
MT
Luan Alves Lima
Identificação e potencialização dos recursos hídricos no Assentamento Paulo Freire – Mossoró – RN
RN
Renato Tadeu Rodrigues
Ecologística: o caminho para um varejo sustentável
SP
Rogério de Souza Vieira
Casa mais verde
SP
Sandra Soares Teixeira
Gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos na rede municipal de ensino
PR
Deise de Oliveira
Especial inovações imobiliárias
SP
Julio Lamas
Mobilidade urbana: como desatar este nó?
SP
Maristela Machado Crispim
Nós do lixo
CE
Melquiades Junior
Viúvas do veneno
CE
Patricia Comunello
Logística Reversa para lixo eletrônico aguarda definição de regras no País
RS
Sucena Shkrada Resk
Este cenário em breve precisa acabar
SP
André Trigueiro Mendes
Alemanha 1 (a força do sol e do vento) e 2 (pistas livres para as bicicletas)
RJ
André Trigueiro Mendes
Empreendedores sociais
RJ
Carlos Alberto Antunes Soares
Compostagem: adubo
SP
Cláudia Campelo Tavares
Criança: consumo
SP
Natalia de Godoy Aquino
Lixo, do problema à solução
DF
Cleide de Paula
Série: sustentabilidade na cadeia moveleira
PR
Felipe Daroit
A mudança de comportamento que traz novas perspectivas para a mobilidade e a sustentabilidade nas grandes cidades
RS
Guilherme Jancowski de Avila Justino
Alternativas para o transporte público no Brasil
RS
Renata Rayane Moura da Silva Rodrigues
Costurando o desenvolvimento
RN
DI V ER SIDA DE TEXTO Filipe Lopes
Diversidade do seu jeito Mercado de acessórios pega carona no crescimento das vendas de smartphones e oferece uma infinidade de opções para deixar o aparelho com a cara do consumidor
C
om a disseminação dos smart-
potentes que fazem fotos e vídeos em
phones, o aparelho móvel deixou de
high definition (HD), entre outras tec-
ser apenas um instrumento de comu-
nologias que fazem desses aparelhos
nicação de voz ou de envio de mensa-
verdadeiros multifuncionais portáteis.
gens de texto. Os celulares se tornaram centrais de games, calculadoras,
Na esteira do sucesso dos smartpho-
organizadores de agenda e, com a pos-
nes está o mercado de acessórios que
sibilidade de acesso à internet e o uso
potencializam todas essas funcionali-
de aplicativos, ganharam o status de
dades do aparelho e dão um toque pes-
utensílio inseparável. Hoje é possível
soal, demonstrando a personalidade
adquirir aparelhos com localizadores
de cada um em uma capinha colorida
via satélite (GPS), com processadores
e estilizada, e que, muitas vezes, iden-
avançados capazes de reproduzir ví-
tifica a tribo a que pertence o usuário.
deos e games em alta resolução, com
42
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aplicativos que dão suporte para que
O mercado de acessórios para celular
os celulares realizem transações fi-
não conta com dados consolidados
nanceiras e controlem computadores
que refletem os avanços do setor, mas
a distância, com câmeras fotográficas
a explosão das vendas de smartpho-
DI V ER SIDA DE
Diver sid ade do seu jeito
nes é um bom termômetro, segundo
que servem como suporte para abrir
Segundo o analista de mercado da IDC
a consultoria IDC Brasil, que classifi-
garrafas, latas ou transformar o smart-
Brasil, Leonardo Munin, até os fabri-
ca 2013 como o “ano do smartphone”.
phone em um quase canivete suíço.
cantes de smartphones estão se aten-
No ano passado, pela primeira vez,
tando ao gosto do consumidor pela
as vendas dos modelos inteligentes
A I-Stick, criada em 2007 com foco na
customização dos aparelhos e inves-
superaram a comercialização dos
customização de aparelhos eletrôni-
tindo em linhas de acessórios próprios
chamados feature phones (celulares
cos, de móveis e de paredes, foi uma
das marcas. O Moto G da Motorola,
comuns) com marca recorde de 35,6
das pioneiras na oferta de acessórios
por exemplo, é vendido com quatro
milhões de unidades vendidas – cres-
em quiosques espalhados pelos corre-
opções de capas coloridas. “Há três ou
cimento de 123% em relação a 2012,
dores de shopping centers. A empresa
quatro anos não existiam lojas e mar-
quando o mercado nacional consumiu
oferece mais de 500 opções de capas
cas especializadas na comercialização
16,1 milhões de aparelhos. Para o ana-
para celulares e skins (adesivos per-
de capas e acessórios. Quase tudo vi-
lista Leonardo Munin, da IDC Brasil, o
sonalizados). “O comércio de perso-
nha de fora (da China principalmen-
mercado de acessórios pega carona
nalização de smartphones represen-
te). Agora, grande parte é fabricada no
nesse crescimento, que é motivado
ta 30% das vendas da I-Stick”, afirma
Brasil com preço competitivo e quali-
por uma série de fatores, como a que-
a sócia e diretora da empresa, Joana
dade”, afirma Munin.
da no preço médio dos celulares. “Em
Rosa. Segundo ela, há um ano e meio
2012, o preço médio era de R$ 750. Em
não existia a cultura da personaliza-
Alta rotatividade
2013, o valor caiu para R$ 630”, afirma.
ção de celulares, assim como lojas es-
O ciclo de vida de um smartphone é
A queda fez com que 68 smartphones
pecializadas no serviço. “As pessoas
cada vez menor por causa da rapidez
fossem comercializados por minuto
buscam a personalização de pratica-
com que a tecnologia avança, fazendo
no ano passado.
mente tudo, e com o smartphone não
com que os clientes almejem sempre
é diferente”, diz.
o modelo mais recente. O movimento
Segundo a IDC Brasil, outros fatores
vem fomentando uma indústria de
que fizeram com que esses aparelhos
Os clientes da I-Stick buscam produ-
aparelhos usados, ainda pouco ex-
liderassem as vendas em 2013 foram
tos que representem estilos da moda,
plorada no País. O recommerce, como
a inserção dessa categoria na Lei do
como tecidos, bordados, estampas co-
é conhecido o mercado de compra e
Bem, que concede incentivos fiscais às
loridas ou personagens de desenhos,
venda de smartphones usados, uma
empresas que investem em pesquisa
histórias em quadrinho e filmes. “Os
realidade nos Estados Unidos e em
e desenvolvimento de inovação tec-
clientes entre seis e 12 anos buscam
países europeus, é uma prática recen-
nológica; a maior variedade de mode-
produtos licenciados, como persona-
te no Brasil. Enxergando a oportuni-
los oferecida pelos fabricantes; o en-
gens da Marvel (quadrinhos) ou da
dade, os amigos Bruno Fuschi e Eric
gajamento do varejo nas vendas dos
Disney. Já os mais velhos querem pro-
Fuzitani criaram um site para comér-
smartphones, que se somou aos esfor-
dutos que copiem alguma estampa
cio de aparelhos usados – o Brused,
ços de operadoras e fabricantes; e, con-
ou tecido da moda”, aponta Joana. A
lançado em novembro e que hoje con-
sequentemente, o maior interesse do
empresa oferece ainda um “combo”
tabiliza uma média de 100 aparelhos
consumidor por esse tipo de aparelho.
especial para a personalização total do
negociados por mês.
Personalizado
aparelho. Além de comprar uma capa protetora traseira personalizada com
A proposta do Brused é criar a cul-
O sucesso dos smartphones inspirou
a estampa favorita, o cliente pode op-
tura do reúso. O interessado em ven-
empresas na criação de uma variedade
tar por um adesivo frontal com a mes-
der faz um cadastro no site da em-
de acessórios que vai desde adesivos
ma imagem, que protege a tela e com-
presa, informando dados pessoais e
coloridos a lentes fotográficas que,
plementa o visual. Hoje, a marca conta
bancários; indica o modelo do apa-
acopladas ao aparelho, proporcionam
com 11 lojas físicas distribuídas nas ci-
relho que deseja passar para frente;
ângulo de 180º para registro de ima-
dades de São Paulo, Campinas, Rio de
e recebe, em alguns minutos, uma
gens, passando por capinhas especiais
Janeiro, Goiânia e Salvador.
proposta de compra. O envio do ce-
44
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lular é feito via Correios, motoboy ou
dos, o site negocia apenas modelos
Brasil ainda engatinha, mas o site já
pessoalmente. Após o recebimento, o
da Apple, já que o sistema da empresa
contabiliza seis mil visitas únicas por
Brused efetua o pagamento na con-
norte-americana permite o bloqueio
mês. O investimento inicial na empre-
ta corrente do cliente.
remoto em caso de roubo. O preço
sa foi de R$ 20 a R$ 30 mil para a cons-
pago varia conforme o modelo, partin-
trução da página na internet e para
do de R$ 600 até R$ 1.800.
capital de giro. “Testamos tudo antes
Segundo Fuschi, nos Estados Unidos, o mercado de revenda de celulares é
de iniciar as operações, para garan-
forte, porém, no Brasil, ainda é novi-
Os planos do Brused são estender as
tir que iria dar certo. Apostamos em
dade. “É uma necessidade do mercado
operações para outros modelos de
uma plataforma simples e intuitiva
nacional, pois os clientes enfrentam
celular e outros aparelhos eletroele-
para facilitar a comunicação com os
dificuldades na hora de vender os apa-
trônicos. “Queremos ser referência no
clientes”, conta o sócio e fundador. A
relhos antigos. Cada aparelho tem, em
mercado de usados, comprando tam-
meta da empresa é fechar 2014 com
média, 18 meses de vida”, afirma. Para
bém videogames, por exemplo”, afir-
faturamento de R$ 1 milhão e buscar
evitar a compra de aparelhos rouba-
ma Fuschi. O mercado de usados no
parcerias com sites de tecnologia para divulgar o serviço.
Tendências As expectativas para 2014 e para os próximos anos do mercado de smartphone são de mais crescimento e amadurecimento do mercado brasileiro. A projeção da IDC Brasil é que as vendas aumentem 35% neste ano, mantendo a marca acima de 35 milhões de aparelhos comercializados. Já para 2015, espera-se que a média de aparelhos vendidos suba de 68 para 100 smartphones por minuto. A I-Stick espera expansão da marca em 2014 e estuda, em decorrência do amadurecimento do mercado de customização e personalização de aparelhos, a migração dos quiosques de shoppings para lojas maiores. “Estamos analisando a possibilidade de substituir os quiosques por lojas para melhorar a exposição dos produtos e o conforto dos clientes”, afirma Joana. A empresa também espera expandir o sistema de franquias e alcançar outras capitais e mais cidades do interior de São Paulo. Segundo a I-Stick, o investimento inicial para abertura de franquias é de R$ 120 mil, e o retorno do investimento é previsto para 15 meses. &
edição 33 • julho | agosto • 2014
45
OPORT U NIDA DE S TEXTO andré zara
Freguês devoto Fidelização do consumidor é estratégia para aumentar vendas e garantir lucratividade no longo prazo
c
onsumidor fiel é garantia de
ter os antigos. É mais barato fidelizar,
O sócio-diretor da Consultoria Ivix,
receita e costuma funcionar como
mas isso exige qualidade”, afirma o
Marco Aurelio Barreto, concorda. “A fi-
um disseminador da marca, capaz de
diretor da Superação Treinamentos e
delização é importante porque man-
atrair outros clientes e garantir a sus-
Consultoria, Marcos Sousa. Para o es-
tém o cliente ativo, com a vantagem de
tentabilidade da empresa por anos.
pecialista, muitos empresários estão
que uma pessoa satisfeita faz a melhor
Esse desejo dos empresários, no en-
tão focados em agregar mais fregue-
publicidade: a do boca a boca”, analisa.
tanto, é um desafio cada vez maior em
ses à base que deixam em segundo
Para chegar lá, Barreto recomenda uma
tempos de concorrência acirrada e de
plano aqueles que já conhecem o ne-
análise do negócio e a distinção da con-
oferta pouco diferenciada de produ-
gócio. “É comum pensar apenas nos
corrência. “O sonho de todo empresá-
tos e serviços, aliadas a consumidores
novos clientes e esquecer os antigos,
rio é ter um monopólio e isso pode ser
exigentes e conscientes de seu poder.
na certeza de que eles continuarão
feito se ele conseguir se diferenciar e se
Por isso, manter clientes fiéis se tornou
consumindo. Eles pagam as contas,
tornar único. É preciso agradar ao clien-
um diferencial de negócios que pode
mas os novos ficam com todas as van-
te para que ele não queira ou não possa
ser muito lucrativo.
tagens, como as promoções”, afirma.
substituir você”, completa.
Como Sousa mesmo lembra, o velho “Vários estudos mostram que é de
ditado continua atual no mundo dos
Informações valiosas
cinco a dez vezes mais custoso con-
negócios: “quem não dá assistência,
Um dos pontos-chave para fidelizar
quistar novos clientes do que man-
abre para a concorrência”.
é saber quem é o consumidor e en-
edição 33 • julho | agosto • 2014
47
OPORT U NIDA DE S
Freg uês de voto
tender o que ele realmente quer. E o
cisa saber abordar o cliente de forma
ram o mimo. Outro levantamento
melhor jeito de fazer isso é perguntar
direta, pedindo os dados e não per-
usado como referência pelas universi-
diretamente a ele e acompanhar seus
guntando se ele gostaria de se cadas-
dades mostrou que apenas desenhar
hábitos de consumo. No caso das pe-
trar. “Quando registro o cliente, come-
uma “carinha feliz” na conta e escre-
quenas empresas, isso pode ser feito
ço a relacioná-lo com as vendas e isso
ver um "obrigado" já aumentavam as
verbalmente ou por meio de ques-
deve ser o foco de todo empresário, in-
gorjetas. A conclusão é que a gentileza
tionário ou cadastro. “É preciso fazer
clusive ele deve dar o exemplo na abor-
e a personalização deixavam o cliente
uma pergunta básica: o que ele mais
dagem do consumidor”, afirma.
mais apto à reciprocidade. Apesar de ser uma atitude simples, se agrupada
valoriza? A pesquisa pode ser feita no
a outras pode causar grande impacto.
corpo a corpo com o cliente no coti-
Gonçalves conta que clientes da
diano ou por escrito, de forma objeti-
consultoria chegaram a ter 40% de
va e rápida”, explica Sousa. Conhecer
aumento no faturamento com a
A tecnologia também é forte aliada
as preferências dele evita erros de
implantação de programas de rela-
da fidelização. Aplicativos para celular,
abordagem e contribui para a boa
cionamento e de fidelização. “Cada
como o Zase, dirigido a bares e restau-
percepção da marca.
empresa deve desenvolver as próprias
rantes, valem-se da disseminação dos
ações para atender o cliente. Oferecer
smartphones para registrar clientes e
O cadastro do cliente oferece infor-
pontos por compras ajuda, mas para
oferecer prêmios. “A solução permite
mações valiosas, pois dados simples
conquistar a lealdade tem que ir além.
criar um banco de dados; analisar per-
– como idade, e-mail e região onde ele
É preciso dar algo relevante e entregar
fil e comportamento; e fazer pesqui-
reside – permitem direcionar uma sé-
o que o consumidor quer.”
sas de satisfação e ações de marketing
rie de ações de fidelização e de vendas.
via mensagens de texto”, explica o CEO
“É preciso criar uma rotina para cadas-
Na prática
trar pelo menos 80% dos consumido-
Nem sempre é necessário gastar muito
aplicativo, as empresas podem adqui-
res. Isso não é tão simples como pare-
dinheiro para atingir o cliente. Estudo
rir planos a partir de R$ 299 por mês.
ce, uma vez que depende do segmento
das universidades de Monmouth e de
de atuação e exige treinamento dos
Cornell (EUA) realizado com garçons
Consciente da importância da fideli-
funcionários”, diz Marcelo Gonçalves,
revelou que eles aumentaram as gor-
zação, Waldo Silva lançou mão de di-
sócio-diretor da Marka, consultoria
jetas em até 21% oferecendo doces
ferentes estratégias desde a funda-
especializada em marketing de fideli-
com a conta, na comparação com um
ção da Sunthrice, marca de roupas e
zação. Segundo ele, o profissional pre-
grupo de profissionais que não leva-
acessórios com proteção solar lançada
48
edição 33 • julho | agosto •2014
da Zase, Leandro Morais. Para usar o
em 2012. “Entendi que o segredo para
ligação avisando a data de chegada.
estamos interessados em parcerias
se diferenciar dos competidores era
Dentro do embrulho vai uma carta de
com base no respeito”. Para expandir
o serviço”, diz. Ele pesquisou sobre o
agradecimento e cupons de descontos.
a consciência da marca, a Sunthrice
seu consumidor e descobriu que 60%
Caso ocorram problemas na entrega, a
ainda busca fidelizar médicos derma-
eram mulheres com idade entre 30
empresa costuma compensar com en-
tologistas. “Damos brindes e descon-
e 45 anos das classes A e B, que com-
vio de algum brinde. “Temos de mimar
tos para eles conhecerem a qualidade
pram os produtos não apenas para
o consumidor. As ações são custosas,
dos produtos. A ideia é que realmente
elas, mas também para filhos e mari-
mas estão incluídas no orçamento e
confiem e indiquem aos pacientes”,
dos. “É um público muito bem infor-
compensam porque nos diferenciam
completa Waldo.
mado, mas os benefícios dos itens que
da concorrência e deixam os consumi-
comercializamos ainda são pouco co-
dores maravilhados”, comenta.
Já a Ecocleaner, empresa que comer-
nhecidos. Isso faz com que tenhamos
cializa produtos e presta serviços de
que mostrar o valor e passar confian-
A empresa também possui iniciativas
limpeza de carpetes para o segmento
ça. Se o cliente ficar com dúvida, não
para seus 150 revendedores, que co-
corporativo, aposta na fidelização de
compra”, afirma.
mercializam a marca em 25 cidades
longo prazo. “Após um serviço, tra-
no Brasil. Eles ganham facilidade de
çamos uma rotina de manutenção
Além do incessante trabalho de divul-
pagamento sem cota mínima para
para o cliente. Ensinamos a manter a
gação, a empresa pensou em diversas
compras e treinamento para que os
limpeza e isso a torna mais durado-
iniciativas de fidelização para os ca-
funcionários saibam explicar os bene-
ra. Essa abordagem não é comum na
nais de venda. Para o cliente que com-
fícios dos produtos. Quando surge um
concorrência, que quer que o cliente
pra pela internet existe um progra-
varejista interessado em representar
repita o serviço o mais rápido possível.
ma de fidelidade por meio do qual ele
a marca em uma cidade, o represen-
Queremos o consumidor satisfeito”,
acumula pontos que se transformam
tante já estabelecido é sempre con-
afirma o dono da empresa, Giovani
em descontos. Quando o pacote é des-
sultado previamente. “Isso cria um re-
Tagliari. Para reforçar vínculos, as em-
pachado, o consumidor recebe uma
lacionamento estreito e confirma que
presas de grande porte podem dividir o valor do serviço em parcelas mensais. Para as menores, após o primeiro trabalho é oferecido o agendamento mos certeza que o carpete não estará
O segredo para se diferenciar dos competidores é o serviço Waldo Silva
“
“
do segundo com desconto. “Assim, te-
fundador da Sunthrice
em condições ruins. Economizamos no uso de produtos e o cliente não procura o concorrente”, explica. Ele lembra que o processo de fidelização, para ser bem-sucedido, envolve toda a empresa. “Se algum ponto do atendimento der errado, a chance de fidelidade do cliente diminui muito. Por isso, os funcionários têm total participação no processo”, destaca.
Foto: Emiliano Hagge
Conforme mostram os exemplos, cada um deve encontrar seu próprio caminho para fidelizar, com uma equipe alinhada e metas estabelecidas, provando que o consumidor satisfeito retorna. &
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Pouquíssimas vagas para participar. E isso não é golpe. O aumento dos golpes na internet pede a criação de leis penais rígidas e abre discussões sobre os nossos mecanismos de defesa. Quais as soluções, os desafios e os aspectos legislativos para as empresas e para o público em geral?
Para entender o tema, não deixe de participar do VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção, realizado pela FecomercioSP. O evento vai esclarecer assuntos pertinentes como educação para a tecnologia, comportamento de usuários, proteção de dados, aprovação do Marco Civil, entre muitos outros pontos importantes.
Confira a PROGRAMAÇÃO.
4 DE AGOSTO 9h30 – Abertura do evento • Panorama da legislação brasileira – Marco Civil e Lei de Crimes Eletrônicos • Apresentação da pesquisa de Crimes Eletrônicos 2014 – FecomercioSP 11h – Direito de esquecimento na internet 15h30 – Como fazer a correta aquisição de softwares e novas tecnologias 16h30 – Obstáculos e desafios à perícia forense 17h30 – Segurança para pequenas e microempresas 5 DE AGOSTO 9h30 – Direito à intimidade x direito à “extimidade” 10h45 – Tendências no e-commerce
14h30 – Arbitragem x direito eletrônico – possibilidades e riscos 15h45 – Novo painel: voto eletrônico e biometria 17h – Pagamentos móveis 18h – Palestra de encerramento 18h30 – Conclusões, projeções e encerramento
Faça a sua inscrição enquanto é tempo: fecomercio.com.br/eventos
Participe!
GE STÃO TEXTO André Zara
Para fazer mais e melhor Produtividade brasileira é historicamente baixa, mas os empresários podem fazer muito para melhorar a situação e ganhar vantagem competitiva
o
empresário brasileiro en-
67% da amostra. Outros motivos são a
frenta muitos desafios no cotidiano
baixa escala de produção e o mau de-
para fazer negócios no País, mas um
sempenho dos fornecedores. Um es-
dos maiores problemas é a baixa pro-
tudo, da consultoria McKinsey, indica
dutividade. Diversas pesquisas apon-
que a baixa produtividade teve refle-
tam para um cenário crônico, com
xo no fraco crescimento da economia
entraves que vão desde a má quali-
brasileira nas últimas duas décadas.
ficação da mão de obra até a falta de
Segundo a análise, o Produto Interno
infraestrutura, o que obriga os empre-
Bruto (PIB) poderia ter aumentado
endedores a buscar soluções criativas
45%, entre 1990 e 2010, se não fosse o
para ganhar vantagens competitivas.
efeito negativo da estagnação do nível de produtividade. O cenário é tão ruim
Segundo
de
que a revista britânica The Economist
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a
dados
do
Instituto
fez uma reportagem sobre o tema, em
produtividade do trabalho no Brasil se
abril, intitulada “A Soneca de 50 anos”,
manteve praticamente estável entre
apontando que o problema é antigo e
2000 e 2009, último dado disponível.
permanece sem avanços.
Pesquisa realizada com 475 empresas aponta a baixa qualificação da mão de
“A produtividade é importante. Com
obra como o principal problema para
ela, você consegue gerar melhor resul-
preciso utilizar as ferramentas corretas, como profissionais capacitados e processos e recursos adequados. Se o empresário não está atento à questão, deixa de produzir o que poderia”, avalia o diretor da consultoria Vecchi Ancona, Paulo Ancona Lopez. Para ele, o Brasil possui alguns setores bastante produtivos, como o agronegócio, mas que emperram por uma série de fatores. “A produtividade da iniciativa privada é impactada pela improdutividade estatal. Tudo funciona em cadeia e, sem alinhamento, os elos se rompem”, explica. O gerente de projetos da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), Luiz Eduardo Teixeira Malta, concorda. “O País tem problemas de produtividade por uma série de fatores, tanto in-
“
Para a divisão dos lucros, olhamos os resultados da empresa e avaliamos quanto cada equipe foi responsável pelo sucesso. Depois, medimos os méritos de cada um dentro da equipe. Ou seja, a partilha não é igualitária Rafael Rojas Filho
Foto: Emiliano Hagge
tado com menor esforço. Para isso, é
Pa r a fa zer m a is e mel hor
“
GE STÃO
diretor e fundador da Target Sistemas
ternos como externos às empresas. Existe o famoso ‘Custo Brasil’, mas também existe, dentro das empresas, falta de mão de obra e problemas de formação”, avalia. Para ele, o empresá-
Malta. Pesquisa com 245 companhias
altamente produtivas, dependendo da
rio brasileiro deve aprender a conviver
que usaram o modelo entre 2000 e
gestão. Os pontos centrais são investir
com alguns fatores que são controlá-
2012 comprovou a efetividade da me-
em treinamento da equipe e estabele-
veis e outros não, fazendo o melhor
todologia. Entre as companhias do
cer indicadores e métricas para avalia-
possível. “São necessárias atitudes
comércio, por exemplo, as usuárias
ção. “O importante é gerenciar olhando
proativas para se adaptar aos proble-
apresentaram um faturamento 17,5
os números para manter controle e sa-
mas, mas certas coisas o empreende-
pontos porcentuais acima das demais
ber se as ações dão resultado. Existem
dor precisa saber que não vai conse-
empresas do setor no mesmo período.
muitas opções de tecnologia barata e
guir mudar imediatamente. Quando
A análise mostra ainda menor endi-
até de graça. Não existe mais desculpa
falamos das condições das estradas,
vidamento e maior investimento das
para não usá-las”, afirma Lopez.
por exemplo, ele só pode fazer pressão
empresas que aplicaram o MEG, na
por meio de associações e grupos or-
comparação com outras da mesma
Foi o que fez a IS Logística, especializada
ganizados”, diz.
área. Para difundir os conceitos, a FNQ
em transporte e logística de documen-
oferece cursos presenciais, com dura-
tos corporativos. Há dois anos, foram
Para melhorar as questões internas,
ção de um ou dois dias e custos variá-
estabelecidos processos para controlar
a FNQ desenvolveu o Modelo de
veis, ou gratuitos online.
a produtividade após constatadas as
Excelência da Gestão (MEG), basea-
ausências de controle sobre as horas ex-
do em oito critérios de qualidade. “O
Indicadores e métricas
MEG serve para analisar a empresa
Preocupação com produtividade não
lume de entregas feitas mensalmente
e melhorar processos, gerando com-
tem nada a ver com o porte da com-
pelos veículos da empresa. “O primeiro
petitividade e produtividade”, afirma
panhia. Pequenas e médias podem ser
passo foi medir para, depois, gerenciar.
54
edição 33 • julho | agosto •2014
tras dos 300 funcionários e sobre o vo-
Criamos indicadores para todos os de-
ma corporativa ao custo de R$ 62,50
ais. Ou seja, a partilha não é igualitá-
partamentos da empresa”, conta o pre-
por pessoa ao mês. Batizado de Aspec,
ria”, explica. A própria criação dos in-
sidente da IS Logística, Thiago Oliveira.
o aplicativo ajuda na produtividade
dicadores de produtividade envolveu
O controle passou a ser exercido por um
especificamente da equipe comercial.
toda a equipe. “Os colaboradores pen-
software customizado. “A tecnologia
“A automação é essencial e isso não
saram como poderiam trabalhar me-
teve papel crucial nas mudanças que
significa substituir gente por máqui-
lhor, por isso, foi um processo muito
fizemos. Além dos controles internos,
nas. A tecnologia ajuda as pessoas a
rico. Se as decisões partissem apenas
atualmente conseguimos monitorar
realizar melhor e mais rapidamente o
dos diretores e dos consultores, não te-
os motoristas na rua por meio de apli-
trabalho”, diz o gerente-geral da com-
ríamos o mesmo resultado”, acredita
cativos via celular. As soluções têm fica-
panhia no Brasil, Enio Klein. O progra-
Rojas Filho.
do cada vez mais baratas ao longo dos
ma serve para acompanhar o ciclo de
anos e precisam de menos gente para
vendas, permitindo ao colaborador se
As ações são complementadas por ou-
gerenciar”, ressalta.
localizar durante as várias etapas do
tros incentivos, como bolsas de estudo
processo. E tudo pode ser acessado via
para áreas de interesse da empresa e
smartphones ou tablets.
remuneração adicional para os fun-
Para definir metas razoáveis para os motoristas, por exemplo, a direção
cionários que saem de São Paulo para
passou seis meses observando a pro-
Avaliações individuais
dutividade e usou o resultado do pior
Assim como a tecnologia, medidas de
e de rentabilidade são compartilha-
mês como padrão. Todo o processo exi-
incentivo são fortes aliadas da produ-
das entre os 150 funcionários de for-
giu treinamento dos colaboradores e,
tividade. Na Target Sistemas, desen-
ma transparente, e todos sabem que
mesmo assim, enfrentou resistência
volvedoras de softwares para o setor
vão se beneficiar do crescimento que,
de alguns líderes. Resultado: 10% deles
de distribuição, o estímulo vem na
nos últimos anos, tem sido entre 25%
foram desligados por não se adapta-
forma de ações. Criada há 18 anos, a
e 30% ao ano”, assegura. Ainda que
rem ou por não concordarem com os
empresa oferece desde 2006 a pos-
os problemas estruturais que inibem
novos processos de controle. As mu-
sibilidade de os funcionários se tor-
a produtividade do brasileiro não de-
danças reduziram o turnover de 6%
narem sócios. “É um incentivo para
pendam somente dos empresários,
para 3% e o absenteísmo passou de 5%
quem está há muito tempo na empre-
eles podem fazer muito por alguns
para 2%. “A principal mudança cultu-
sa e demonstrou maturidade e com-
ral que tivemos foi no feedback, que
prometimento. A iniciativa também
já existia, mas passou a ter processos
nos ajuda na expansão da empresa
e a abordar tanto aspectos negativos
com líderes que entendem o negócio.
como positivos. Tudo que o colabora-
Nove pessoas já se tornaram associa-
dor faz fica registrado”, conta. “Agora
das”, afirma o diretor e fundador da
os indicadores nos permitem entrar
Target, Rafael Rojas Filho.
atuar nas filiais. “As metas de vendas
pontos a mais na escala de ganhos. &
em uma nova fase de meritocracia. Como conseguimos gerar e medir da-
Para medir desempenhos individu-
dos, sabemos as metas a serem alcan-
ais, a companhia também mudou os
çadas, e isso permitirá premiar quem
indicadores de produtividade a par-
merece”, explica Oliveira.
tir de 2008, especialmente para o programa de Participação nos Lucros
Custo não é desculpa para as em-
e Resultados (PLR). “Para a divisão,
presas deixarem de aplicar soluções
olhamos os resultados da empresa e
de gerenciamento. A SalesWays, por
avaliamos quanto cada equipe foi res-
exemplo, oferece um programa que
ponsável pelo sucesso. Depois, medi-
pode ser baixado gratuitamente por
mos os méritos de cada um dentro da
usuários individuais ou usado de for-
equipe por meio de avaliações pesso-
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T ECNOL OGI A POR Filipe Lopes
COMIDA
a um clique
A tecnologia e a correria do dia a dia estão popularizando os aplicativos para delivery de comida. Consumidores têm mais opções ao alcance da mão e restaurantes ganham uma vitrine para seus produtos
P
edir comida com alguns toques
representatividade dos pedidos via te-
no smartphone ou tablet conquis-
lefone, mas a boa aceitação do público
ta cada vez mais os paulistanos, que
indica trajetória ascendente. O iFood,
buscam praticidade. Na era digital,
maior aplicativo de delivery online de
o tradicional sistema de pedidos por
comida, triplicou o faturamento no
telefone evoluiu para a internet e, pos-
ano passado e registrou crescimento
teriormente, para o dispositivo móvel,
de 50% nos quatro primeiros meses
com a disseminação dos aplicativos
de 2014. “Esperamos fechar o ano com
que facilitam a encomenda e agilizam
400 mil pedidos/mês e alcançar R$ 20
a entrega. Basta informar o CEP e o
milhões de valor transacionado aos
programa dá as opções de restauran-
estabelecimentos”, diz o CEO da em-
tes, menus completos, preços, taxas e
presa, Felipe Fioravante. Hoje, são em
tempo previsto de entrega.
média 160 mil pedidos/mês e 500 mil clientes ativos. Criado em 2011, o iFood
As soluções digitais – via internet e
conta com mais de 1,7 mil estabeleci-
dispositivos móveis – respondem por
mentos cadastrados e planos de al-
9% do faturamento dos restauran-
cançar cinco mil até 2015.
tes que oferecem o serviço, segundo pesquisa da consultoria Gouvêa de
A Hellofood – empresa do grupo Food-
Souza (GS&MD). A participação ainda
panda – também segue em franco
é pequena se comparada aos 24% de
crescimento e já contabiliza 2 mil es-
edição 33 • julho | agosto • 2014
57
T ECNOL OGI A
C om id a a u m cl iq ue
“
Roberto Gandolfo
diretor de marketing da Hellofood
tabelecimentos
cadastrados
no
Brasil. “Os benefícios do delivery online são muitos para os clientes: evitam espera ao telefone, as linhas não ficam ocupadas, o cardápio está sempre atualizado e é possível conhecer a avaliação de outras pessoas que já utilizaram os restaurantes listados”, aponta o diretor de marketing da empresa, Roberto Gandolfo. O crescimento desse mercado já chama a atenção dos investidores. O
“
Os benefícios do delivery online são muitos: evitam espera ao telefone, as linhas não ficam ocupadas, o cardápio está sempre atualizado e é possível conhecer a avaliação de outras pessoas que já utilizaram os restaurantes listados
iFood recebeu em fevereiro de 2013 aporte de US$ 2,6 milhões (cerca de R$ 5,2 milhões) da Movile – empresa de conteúdo e serviços pelo celular – para expandir os serviços a outras cidades brasileiras. Em fevereiro deste ano foi a vez da Hellofood receber US$ 20 milhões de fundos de private equity para
Vale a pena aderir a um aplicativo? Contras
Prós
Para o estabelecimento • R isco zero, pois a cobrança é feita apenas sobre os pedidos realizados; • Melhor controle para administrar os pedidos; • Vitrine para alcançar novos usuários; • Facilidade para atualizar cardápios; • Fidelização do cliente.
Para o cliente • Não há linha ocupada; • Variedade de restaurantes e tipos de culinárias; • Pedidos ficam cadastrados e podem ser repetidos automaticamente; • Conhecer avaliações de pessoas que já utilizaram o serviço; • R apidez e facilidade de pagamento.
Para o estabelecimento • Se o sistema de delivery não estiver bem estruturado, a reputação do estabelecimento pode ser prejudicada pela avaliação dos clientes.
Para o cliente • Dependendo da região, o frete pode ser alto; • Como a maioria das ferramentas utiliza o CEP para indicar os estabelecimentos, regiões periféricas podem contar com poucas opções.
continuar sua expansão mundial no
dades como alimentação natural, lan-
destinam 11% da verba publicitária
mercado de delivery online.
ches, galeterias e bistrôs.
para esse meio. Vemos cada vez mais
Visibilidade e controle
O coordenador da comissão de food
pela internet. As empresas devem fi-
E para os restaurantes, quais as vanta-
service da Associação Brasileira das
car atentas a isso e utilizar o meio para
gens de aderir às plataformas digitais?
Indústrias da Alimentação (Abia),
otimizar os serviços”, pondera.
De acordo com os especialistas ouvi-
Carlos Soeiro, destaca o fato de as
dos pela reportagem, os benefícios
plataformas online não garantirem,
Os números da Abia mostram que as
para os restaurantes vão desde o risco
sozinhas, o aumento nas vendas dos
vendas da indústria da alimentação
zero que a plataforma oferece até a fa-
restaurantes. “Além de disponibilizar
para o mercado de refeição fora do lar,
cilidade para administrar os pedidos.
novas opções para realizar os pedidos,
o chamado food service, movimenta-
Os aplicativos também servem como
os estabelecimentos precisam investir
ram no ano passado R$ 116,55 bilhões,
vitrine para atingir novos clientes.
em uma equipe que interaja com esse
com aumento de 15,56% em relação a
consumidor nas redes sociais, para en-
2012, quando o segmento contabilizou
Para integrar o catálogo de uma das
tendê-lo e aproximá-lo”, afirma. Soei-
R$ 100,85 bilhões. A série histórica in-
ferramentas, o restaurante já deve
ro aponta que os gastos com equipe de
dica crescimento de 202% entre 2005 e
contar com sistema eficiente de deli-
mídia social não podem ser encarados
2013. “Aumentou o número de pessoas
very, profissionais treinados e boa pro-
como despesa, mas como uma opor-
que moram sozinhas e não têm tem-
cura pelo serviço de entrega. O estabe-
tunidade de publicidade e fidelização.
po de cozinhar. Aí, utilizam o delivery”,
lecimento paga uma taxa sobre cada
“Hoje, a publicidade na web é a tercei-
afirma Soeiro. Para esse público, quan-
pedido recebido por meio da ferra-
ra mais utilizada pelas empresas, que
as pessoas conectadas e consumindo
menta. No caso da iFood, por exemplo, taxa varia de 15% a 25% sobre o valor da encomenda.
Turbinar as vendas Oferecer serviços alternativos para os clientes, mesmo que o delivery não seja o carro-chefe do estabelecimento, pode ser uma boa estratégia para fidelizar e mostrar que o restaurante está atento às inovações. Foi isso que motivou a biopadaria Wheat Organics a ingressar no iFood. “O iFood dá mais visibilidade à nossa proposta de alimentação orgânica”, afirma o proprietário Ricardo Corrêa, que contabiliza, em média, 40 pedidos por mês via aplicativo. Ele aderiu à plataforma por-
Fotos: Emiliano Hagge
que o serviço dedica seções a comidas saudáveis e naturais. Além das tradicionais cozinhas mexicana, italiana e japonesa, aplicativos como o iFood oferecem ainda diversi-
“
O aplicativo dá mais visibilidade à nossa proposta de alimentação orgânica
“
o porcentual é de 12%. Na Hellofood, a
Ricardo Corrêa
proprietário da Wheat Organics
to mais descomplicado, melhor. &
AGE N DA C ULTURAL
Com uma programação abrangente, o evento mescla literatura com diversão, negócios, gastronomia e cultura. A mostra reunirá as principais editoras, livrarias e distribuidoras do País. São aguardados 480 expositores e 800 mil visitantes no espaço de 60 mil metros quadrados, onde será possível conhecer os mais importantes lançamentos editoriais, além de encontrar os escritores em bate-papos e sessões de autógrafos. Na edição deste ano, o Sesc-SP será responsável pela programação cultural dos seguintes espaços: Salão de Ideias, Espaço Imaginário, Anfiteatro e Bibliosesc.
Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana Quando: de 22 a 31 de agosto Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h às 22h (com entrada até as 21h); sábados e domingos, das 10h às 22h (com entrada até as 21h); dia 31 de agosto, das 10h às 21h (com entrada até as 19h) Informações: bienaldolivrosp.com.br
23ª BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO
A Exposição coletiva reúne a produção de três artistas contemporâneos – Lucas Simões, Rafael Pagatini e Regina Parra –, cujas pesquisas envolvem a apropriação e reelaboração de imagens a partir de manipulações dos códigos fotográficos, provocando transbordamentos na compreensão das especificidades dessa linguagem artística. Onde: Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 Quando: de 1°/5 a 20/7, de terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados e domingos, das 9h às 18h30 Informações: (11) 5080-3000
Operações Fotográficas
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edição 33 • julho | agosto •2014
A exposição revela os bastidores e permite ao público conhecer o dia a dia de um circo. As instalações cenográficas, os recursos tecnológicos e os elementos lúdicos resgatam a história da formação e propiciam ao espectador vivenciar a experiência da vida daquelas famílias dentro e fora do picadeiro: a rotina dos treinos e ensaios, as viagens, a organização do trabalho, os valores e o modo de vida dos responsáveis por este mundo mágico que, desde muito, encanta crianças, jovens, adultos e idosos. Na exposição há, ainda, um resgate histórico do circo no Brasil, por meio de fotos e vídeos que mostram a evolução e os caminhos que essa arte desenvolveu.
Onde: Sesc Santo André Rua Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar Quando: de 24/5 a 2/11, de terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30 Informações: circos.sescsp.org.br
Fotos: Operações Fotográficas – Lucas Simões; Cia Reprises– Noel Filho; Seleção Brasileira – Dodô Vieira
Circo da Gente
Seleção Brasileira de Todos os Tempos
Após cinco meses de itinerância, a exposição chegou ao Sesc Carmo, onde fica até o fim de julho. São caricaturas do artista Dodô Vieira, que retrata os grandes craques que fizeram história com a camisa verde e amarela. A escalação foi feita pelo público e as caricaturas contemplam apenas os mais votados para cada posição e um técnico, além de painéis interativos.
Onde: Área de convivência do Sesc Carmo Rua do Carmo, 147 – Centro Quando: de 23/5 a 31/7, de segunda a sexta, das 9h às 19h30 Informações: (11) 3111-7000
ROT E IRO SP
TEXTO Marineide Marques fotos EMILiano hagge
De virar a cabeça Prédios reservam belezas e curiosidades nas linhas superiores. Diferentes estilos, cores e iluminações merecem ser conferidos. Selecionamos uma pequena amostra: Centro Cultural Banco do Brasil Av. Dr. Gentil de Moura, esquina com a R. Visconde de Pirajá. Informações: 0800 7707-722, que funciona todos os dias, das 5h30 às 23h30 metro.sp.gov.br Horário de funcionamento: de domingo a sexta, das 4h40 à 0h13; de sábado, das 4h40 à 1h de domingo Vidro e estruturas metálicas marcam as linhas desta estação do Metrô, que foge do tradicional concreto que caracteriza o tipo de instalação. A iluminação privilegia o verde, o amarelo e o azul, aludindo às cores da bandeira nacional.
Estação Alto do Ipiranga
R. Álvares Penteado, 112 – Centro Informações: (11) 3113-3651/3652 culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo/ Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h O prédio com mais de quatro mil metros quadrados preserva elementos originais da arquitetura neoclássica do início do século. Construído em 1901, a edificação de cinco andares abriga cinema, teatro, auditório, loja e cafeteria.
Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16 – Campos Elísios Informações: (11) 3367-9500 salasaopaulo.art.br Horário de funcionamento: os espaços têm diferentes horários de funcionamento e, em dias de concerto ou eventos, podem ser acessíveis apenas aos portadores de ingressos. Consulte a programação pelo site O imponente edifício da antiga Estrada de Ferro Sorocabana abriga hoje a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Além da sala de concerto, o prédio tem diferentes espaços abertos ao público, onde funcionam serviços como café, restaurante e lojas.
Eu Tu Eles
Av. Faria Lima, 2.902 – Jardim Paulistano Informações: (11) 3071-4535 eutuelesbar.com.br Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 18h à 1h; de sábado, das 16h à 1h; e de domingo, das 16h à 0h Quatro mil fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim decoram um dos ambientes do Eu Tu Eles Bar, que combina uma decoração rústica com sofisticação, ao som de música ao vivo.
ENOGA ST RONOMI A POR DIDÚ RUSSO ilustração Laís Brevilheri
Argentina: muito além do Malbec Q
teleira de vinhos da Argentina, agora constam: vinhos mais frescos, menos boladões; Torrontés delicados, com frescor e sem amargor no fim de boca; Cabernets Sauvignons deliciosos e elegantes; Cabernets Francs surpreendentes; Tannats deliciosos; ótimas iniciativas em busca de Terroir de verdade; investimento em outras castas; e investimentos em vinhos orgânicos. Veja alguns exemplos abaixo:
uem vive no Brasil e gosta
zer que fiquei surpreso ao perceber o
de vinho, tem à disposição cerca de
quão distante da realidade estava a
Cabernet Franc – Fin del Mundo, Ni-
22 mil rótulos de praticamente to-
etiqueta que afixei naquela prateleira
cassia Vineyards da Catena, El Porve-
dos os países que produzem vinho.
dos estereótipos.
nir Amauta (corte com Malbec), Uná-
Caros, diga-se, mas estão nas prate-
nime (corte) da Mascota, Durigutti,
leiras. Normalmente, países com tra-
Encontrei em Salta diversos Torrontés
Lagarde Cabernet Franc e Laurens
dição em produção de vinho bebem
frescos, sem exageros de aromas, que
Vineyards da Casarena.
de seu próprio vinho. São bastante
me chegaram a nausear de tão inten-
Cabernet Sauvignon – Desierto 25,
bairristas. Nossos vizinhos do conti-
sos, e com fim de boca agradável, leve e
Ciclos El Esteco e Mil Vientos da Finca
nente morrem de inveja de nós por
sem amargor. Mudei por completo a
Del Esteco.
essa fartura de oferta.
imagem que tinha dessa casta que, con-
Tannat – El Porvenir Laborum, El Por-
fesso, degustava meio contra a vontade.
venir Absoluto e Finca Notables de
Para os que, como eu, vivem basica-
El Esteco.
mente de provar vinhos e escrever
Outra grata surpresa foi encontrar
Riesling – Old Vineyards Humberto
sobre eles, a viagem é constante por
nessa região em especial alguns Tan-
Canale.
uma diversidade de vinhos, castas, ti-
nats saborosos, com respeito à auste-
Viognier – Lagarde.
pos, estilos e países. Você vai criando
ridade e à rusticidade da casta, sem
Torronté – da região de Cafayate
uma memória e, inconscientemente,
querer transfigurá-la.
(Salta), linha de entrada da Etchart,
vai estereotipando seu paladar. Ao
Finca del Esteco e Ciclos da El Esteco. Em todas as regiões que visitei, e em
Malbec – Cafayate Gran Linaje de
praticamente todos os produtores,
Etchart, Mairena Malbec, Piattelli Tri-
Outra coisa que essa diversidade acaba
encontrei Cabernets Sauvignons de-
nità, Malbec Terroir Los Miradores de
me propiciando é que vinhos do Chile
liciosos, comprovando o que meu co-
Luigi Bosca, Diamandes e Riccitelli Re-
ou da Argentina, líderes da preferência
lega de degustações, o professor José
pública del Malbec.
nacional e os de maior oferta em todas
Luiz Giorgi Pagliari, sempre disse: são
Orgânico – Cuma Malbec da El Es-
as gamas de qualidade e preço, aca-
superiores aos Malbecs.
teco, Cuma Cabernet Sauvignon da
menos comigo acontece isso.
bam ficando completamente separa-
El Esteco e Santa Ana Eco Cabernet
dos em uma prateleira da memória. E
Outra grande alegria foi encontrar,
ganham uma etiqueta preconceituosa.
em toda parte, Cabernets Francs gos-
Sauvignon. &
tosos, elegantes, frescos e com muita Em recente viagem que fiz à Argentina,
tipicidade. Acho que essa casta foi a
a convite do Wines of Argentina, fui a
grande e agradável surpresa entre
Salta, a Mendoza e a San Juan e pude
tudo que degustei. De modo geral, na
degustar exatos 246 vinhos. Devo di-
minha etiqueta atualizada lá na pra-
Didú Russo é fundador da Confraria dos Sommeliers, autor do livro Nem Leigo Nem Expert, editor do site www.didu.com.br e do blogdodidu.zip.net, além de ser diretor e apresentador do programa de TV Celebre!
PROF ISSÕE S DO FU T U RO POR gabriel pelosi ilustração carol coura
ENTRETENIMENTO como negócio Curso de pós-graduação prepara profissionais para o mercado de eventos e lazer
s
de ferramentas de gestão apropria-
além das atividades convencionais em
das a cada contexto.
sala de aula, visitas técnicas para colocar os alunos diante das realidades
Com carga horária de 366 horas, o cur-
do mercado”, explica João Alexandre
so de pós-graduação em Negócios do
Martinez, coordenador de pós-graduação do Senac.
ão Paulo recebe mais de 90 mil
Entretenimento lato sensu do Senac
eventos por ano, entre shows, feiras,
contribui para prover ao mercado pro-
desfiles, exposições, eventos esporti-
fissionais que atuam como empreen-
O profissional pós-graduado poderá
vos e culturais. Pensando nesse mer-
dedores do entretenimento, utilizan-
atuar em diversos setores da economia
cado e na demanda por mão de obra
do-se de processos de planejamento
na gestão de processos; de pessoas; e
qualificada, o Centro Universitário
inovadores e que fundamentalmente
de recursos físicos, materiais e finan-
Senac oferece o curso de pós-gradua-
colaborem para a ampliação e qualifi-
ceiros. O campo de atuação abrange
ção em Negócios do Entretenimento:
cação da oferta de negócios.
empresas, organizações públicas e do
Gestão e Organização, que prepara
terceiro setor, como clubes, parques
o profissional de eventos e relações
Ao longo do curso, o aluno terá uma vi-
temáticos, áreas verdes, shopping cen-
públicas para encarar os principais
são geral do entretenimento e oportu-
ters, centros culturais e de convivên-
desafios do mercado de entreteni-
nidade de contato com equipamentos,
cia, museus e bibliotecas, além de pro-
mento, segmento que movimenta
profissionais e empresas do setor. O
jetos corporativos, ambientais, sociais,
R$ 4 bilhões ao ano, de acordo com
projeto final baseia-se na construção
educacionais, da saúde, entre outros.
o São Paulo Convention & Visitors
de um plano de negócios, por meio
Bureau. O número considera a recei-
do qual o formando tem condições de
“Além de atuar em segmentos di-
ta nas áreas de hospedagem, alimen-
apresentar as competências adquiri-
retamente ligados ao lazer e ao en-
tação, compras, transporte e lazer.
das e de mostrar que é capaz de anali-
tretenimento, os profissionais tam-
sar o cenário, considerando os contex-
bém têm a possibilidade de atuar em
O curso do Senac tem como objetivo
tos histórico e cultural. As 366 horas
shopping center – por exemplo, em
qualificar os profissionais nos aspec-
de carga horária são divididas em 286
restaurantes e em praças de alimen-
tos de planejamento, organização e
horas de disciplinas presenciais e 80
tação. Ele também pode desenvolver
gestão de negócios do entretenimen-
horas de educação a distância.
projetos corporativos, dentro de grê-
to nas diferentes manifestações, pro-
mios das empresas ou áreas associativas”, aponta Martinez. &
jetos, eventos e empreendimentos do
“É um curso que visa desenvolver com-
setor, ampliando e desenvolvendo os
petências de gestão para negócios
conhecimentos teórico e prático dos
no ramo de entretenimento. O curso
Mais informações pelo site www.sp.senac.br
alunos. A ideia é permitir a aplicação
propõe uma metodologia que utiliza,
ou pelo telefone 0800 8832-000
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L I V ROS
Aulas de negócios
Três biografias que são verdadeiras lições de empreendedorismo e administração
Jobs transformou tudo Steve Jobs: A Biografia narra a vida atribulada do empresário extremamente inventivo e de personalidade forte e polêmica, cuja paixão pela perfeição e energia indomável revolucionaram cinco grandes indústrias: a
Bezos transformou o varejo
Ford transformou a indústria
computação pessoal, o cinema de ani-
A Loja de Tudo – Jeff Bezos e a Era da
Ford – o Homem que Transformou o Con-
a edição digital. A obra é baseada em
Amazon é mais do que a biografia da
sumo e Inventou a Era Moderna narra
mais de quarenta entrevistas feitas
Amazon e de seu fundador, o visionário
como Henry Ford, um jovem fazendeiro,
com Jobs e seus familiares, amigos,
Jeff Bezos. O texto é uma aula de admi-
transformou a indústria no início do sé-
adversários e concorrentes. O funda-
nistração, escolhido como o melhor li-
culo 20 e se tornou um ícone com suas
dor da Apple fala com franqueza, e às
vro de negócios de 2013 pelo Financial
invenções e adaptações que marcaram
vezes com brutalidade, sobre os com-
Times. A obra do jornalista Brad Stone
o mundo moderno. Ele fundou a Ford
panheiros de trabalho e os concorren-
é um retrato da gigante do comércio
Motor Company em 1903, quando mui-
tes. Do mesmo modo, seus amigos e
online e narra como Bezos não cede
tos ainda encaravam o automóvel como
inimigos apresentam as paixões, os
na busca por novos mercados. Pionei-
uma máquina inútil. O grande salto de
demônios, o perfeccionismo, os dese-
ra no comércio de livros pela internet,
Ford veio com o Modelo T, o carro que
jos, o talento artístico, as manias e a
a Amazon liderou a primeira grande fe-
“todos podiam comprar”, e com a inau-
obsessão controladora que marcaram
bre das "pontocom". Mas Bezos não se
guração da produção em série, que re-
sua atitude empresarial e os produ-
contentou com uma livraria virtual des-
volucionou a indústria e introduziu o
tos inovadores que criou. Sua história
colada: ele queria que a Amazon dispu-
conceito de consumo de massa. A obra
é, ao mesmo tempo, lição e advertên-
sesse de uma seleção ilimitada de pro-
de Richard Snow investiga o homem e as
cia, e ilustra a capacidade de inova-
dutos a preços radicalmente baixos – e
consequências de seus inventos.
ção e de liderança do homem que aju-
se tornasse “a loja de tudo”. Conseguiu.
Ford – O Homem que Transformou o Consumo e Inventou a Era Moderna •
dou a construir o futuro.
A Loja de Tudo – Jeff Bezos e a Era da Amazon • Brad Stone • Intrínseca
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edição 33 • julho | agosto •2014
Richard Snow • Ed. Saraiva
mação, a música, a telefonia celular e
Steve Jobs: A Biografia • Walter Isaacson
• Cia das Letras
revista-comercio.pdf
1
13/04/14
20:16
e
APRESENTAM
e
APRESENTAM
Quem tem medo de Virginia Woolf? Quem tem medo de Virginia Woolf? de Edward Albee de
Edward Albee
Zezé Polessa Zezé Polessa Daniel Dantas Daniel Dantas Cordeiro EromCordeiro Erom Kutner AnaKutner Ana DIREÇÃO
Victor Garcia Peralta
TRADUÇÃO
João Polessa Dantas
DIREÇÃO
Victor Garcia Peralta
TRADUÇÃO
João Polessa Dantas
Teatro Raul Cortez Teatro Raul Cortez
M
11 3254-1631 (estacionamento no local) info.info. 11 3254-1631 (estacionamento no local)
Y
21h30 e DOM SEXSEX 21h30 SÁBSÁB 21h e21h DOM 18h 18h
Y
Y
INDICAÇÃO PRÊMIO CESGRANRIO INDICAÇÃO PRÊMIO CESGRANRIO
MELHOR TRADUÇÃO JOÃO JOÃO POLESSA DANTAS MELHOR TRADUÇÃO POLESSA DANTAS INDICAÇÃO O GLOBO
INDICAÇÃO O GLOBO
MELHOR ESPETÁCULO
MELHOR ESPETÁCULO
INDICAÇÃO PRÊMIO SHELL
INDICAÇÃO PRÊMIO SHELL
MELHOR ATRIZ ZEZÉ POLESSA
MELHOR ATRIZ ZEZÉ POLESSA
VENDAS ANTECIPADAS
MELHOR ATOR DANIEL DANTAS
VENDAS ANTECIPADAS
MELHOR ATOR DANIEL DANTAS
INDICAÇÃO PRÊMIO APTR
INDICAÇÃO PRÊMIO APTR
MELHOR ESPETÁCULO 2013
MELHOR ESPETÁCULO 2013
APOIO
PATROCÍNIO
PROMOÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
APOIO GASTRONÔMICO
APOIO GASTRONÔMICO
PROMOÇÃO
REALIZAÇÃO
REALIZAÇÃO
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