C&S - Edição 36 - Janeiro/Feveiro 2015

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36 ISSN 1983-1390

00036

revista comércio & serviços publicação da federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado de são paulo

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771983

139001

ANO 24 • Nº 36 • janeiro/fevereiro • 2015

ENQUA NTO NÃO CHOV E... ... a sec a es t imula negó c ios su s tentáveis e soluçõ es or iginais para economizar águ a

o negócio da moda Competitiva, inovadora e versátil, a moda brasileira supera obstáculos e não para de crescer

METRÔ DE PONTA Linha 4-Amarela alia soluçõ es de últ ima geraç ão e comérc io mov imentado

SELF STOR AGE Empresa s com c arênc ia de espaço recor rem à lo c aç ão de b oxes para gu ard ar es toques

BA R ATO TECNOLÓGICO Com p ouco inves t imento, tec nolo gia t urbina negó c ios de MPEs


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C A RTA AO L EI TOR

Ditando tendências Poucos setores são tão vigorosos como

especialmente para as lojas pequenas

o varejo brasileiro de moda, uma ativi-

e médias, que não têm estruturas fi-

dade que cresce impulsionada pelo au-

nanceira e logística para acompanhar

mento da renda da população. Apesar

a velocidade do fast-fashion.

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo Presidente Abram Szajman Diretor-executivo Antonio Carlos Borges

da tributação elevada, da pulverização do mercado e da exigência cada vez

Equilibrar-se entre os desafios e as

maior do consumidor por novidades e

oportunidades já é, porém, a tônica

ofertas, o segmento apresenta núme-

do dia a dia dos empresários brasilei-

ros ascendentes: movimenta anual-

ros. Em São Paulo, a escassez de água

mente cerca de R$ 140 bilhões, cresce

tem deixado isso ainda mais evidente.

como nenhum outro mercado de moda

Enquanto uma série de negócios tem

no mundo e é o segundo maior empre-

faturamento sensivelmente reduzido

gador da indústria de transformação.

em razão da crise hídrica, outros tantos florescem na seca, seja porque es-

A importância da cadeia da moda é

timulam negócios sustentáveis, seja

destaque nesta edição da C&S, que

porque apresentam soluções origi-

traz um retrato do mercado, cada vez

nais para economizar. Não é exagero

mais ambicionado pelas grandes gri-

afirmar que, mesmo depois que a si-

fes internacionais. Elas não param de

tuação da água se normalizar, alguns

desembarcar no País e impulsionam o

conceitos e hábitos tendem a mudar,

fenômeno do fast-fashion, termo que

fruto da experiência vivida por con-

designa a estratégia de produção rápi-

sumidores e empresas durante a pior

da e contínua, com coleções renovadas

seca dos últimos 40 anos.

frequentemente e a preços acessíveis. A busca por fórmulas que atendam às

Conselho Editorial Ives Gandra Martins, José Goldemberg, Renato Opice Blum, José Pastore, Jorge Duarte, Pedro Guasti e Antonio Carlos Borges Editora Editor-chefe e jornalista responsável André Rocha MTB 45653/SP Editora Marineide Marques Repórteres Bismarck Rodrigues, Enzo Bertolini e Filipe Lopes Editores de arte Clara Voegeli e Demian Russo Chefe de arte Carolina Lusser Designers Renata Lauletta e Laís Brevilheri Assistentes de arte Paula Seco, Vitória Bernardes e Raísa Almeida Estagiário Yuri Miyoshi Revisão Flávia Marques, Luisa Soler e Mariana Almeida Fotos Emiliano Hagge e Su Stathopoulos Colaboram nesta edição Ana Paula Locoselli Erichsen, Andrea Ramos Bueno, Bias Arrudão, Marcelo Correa, Priscila Oliveira e Wanise Ferreira

Os números indicam a existência de

necessidades de consumidores e lojas

154 mil pontos de venda no País, que

também se reflete em outra tendên-

nunca venderam tanta roupa. Dados

cia abordada nas próximas páginas: o

do IBGE confirmam a tendência de as

self storage – ou autoarmazenamento,

pessoas dobrarem o gasto mensal com

que consiste na locação de boxes para

moda a cada degrau que sobem social-

guardar estoques. Pequenos varejis-

mente, tornando esse

tas que não têm espaço para estocar

mercado o que mais

produtos descobriram a praticidade

Redação Rua Itapeva, 26, 11º andar Bela Vista – CEP 01332–000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3170 1571

lucra com o avanço da

desses locais, antes explorados majo-

Fale com a gente cs@fecomercio.com.br

classe C. Os desafios,

ritariamente por pessoas físicas. São

Impressão Prol Gráfica

contudo,

tam-

bém são muitos,

todos exemplos de criatividade ditan-

Executiva de negócios Natalie Kardos (11) 3170-1597 | 96861-9767 natalie.kardos@agenciatutu.com.br

do tendências. &

Abram Szajman, Presidente da Federação do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que administra o Sesc e o Senac no Estado

Aqui tem a força do comércio


ÍNDICE

18

MODA RESISTENTE

Mesmo com crise econômica, impostos altos e concorrência estrangeira, a indústria brasileira da moda cresce com vigor

ARMAÇÕES ILIMITADAS

Pereira, CEO da Óticas Carol, fala 8 Ronaldo do crescimento vertiginoso da empresa

BENDITA FALTA DE CHUVA!

14 Estiagem em São Paulo é ameaça e oportunidade aos negócios

MENOS BUROCRACIA

de exigência das certidões negativas 26 Fim facilita a vida (e a morte) das MPEs

SEM SUSTOS

planejamento anual auxilia 46 Oempresas a antecipar problemas

FÊNIX DE VINIL

52 Dado como morto na década de 1990, o velho disco ressurge

A TECNOLOGIA DÁ UMA FORÇA

a adoção de recursos tecnológicos é 56 Com possível atrair clientes e aumentar as vendas

ENCARANDO A INADIMPLÊNCIA

dívidas requer certos cuidados 28 Cobrar para não constranger consumidor

MODERNIDADE SUBTERRÂNEA

32 Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo incorpora o que há de mais moderno

38

MIXLEGAL

39

ECONOMIX

ESPAÇO AVULSO

42 Boxes para autoarmazenamento é opção cada vez mais usada por empresas

6o

AGENDA CULTURAL

62

ROTEIRO SP

O DILEMA DAS SACOLAS

de distribuição de sacolas 64 Proibição plásticas é constitucional

65

Profissões do futuro

Pós-graduação em mobilidade urbana

LIVROS

de cabeceira que ajudam 66 Leituras no dia a dia dos negócios

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EN T R E V ISTA por ENZO BERTOLINI fotos Emiliano Hagge

Com crescimento vertical nos últimos anos, a Óticas Carol foca sua expansão em estados do Nordeste e do Sul de olho na transformação dos óculos em acessório de moda

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visão PROMISSORA N

ascida em Sorocaba em 1997

A aposta continua a ser o modelo de

com apenas duas unidades, a Óticas

franquias, com uma pequena porcen-

Carol se tornou um gigante nacional

tagem (5%) de lojas próprias em locais

do mercado ótico: são 730 unidades em

mais caros. A conversão de bandeiras é

quase todos os Estados do Brasil. Em

uma estratégia ainda muito explorada

menos de 20 anos, já passou por dife-

pela marca. Pereira estima que 60%

rentes donos, entre eles Marcos Amaro,

das novas lojas estejam nesse formato.

filho do fundador da TAM, o comandan-

A consolidação do setor e a formação de

te Rolim Amaro, morto em 2001. Hoje, é

grandes grupos traçam um caminho

propriedade de um consórcio de fun-

sem volta, acredita. E isso vai ajudar a

dos integrados por Neuberger Berman,

combater a informalidade e a pirataria.

Siguler Guff e 3i. O CEO, Ronaldo Pereira, Em entrevista à C&S, Pereira fala sobre

possui 12% de participação.

a expansão da marca (mesmo com o O forte crescimento começou em 2005,

Brasil estagnado), a transformação dos

quando havia somente 30 lojas. Em

óculos em acessório de moda, a redução

2008, chegou a 150. Hoje são 730, o que

de preços das lentes e a competição in-

a torna a rede de varejo que mais cres-

ternacional, o impacto do investimento

ce no Brasil. Em cinco anos (2009-2013) o

em marketing, o projeto de erradicar a

faturamento cresceu mais de 200% (de

repetição escolar infantil ocasionada

R$ 140 milhões para R$ 432 milhões). A

por problemas de visão e as expectati-

previsão para 2014 é de R$ 580 milhões.

vas para o setor nos próximos anos.

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EN T R E V ISTA

Após a compra da operação da Óticas Carol pelo grupo britânico 3i, o que mudou na estratégia de expansão da companhia?

Rona l do Pereir a ,

CEO da Óticas Carol

Por que esses três estados?

aumento de renda. Não enxergamos pro-

Já temos uma estrutura nacional, mas

blemas para o setor nos próximos anos,

cada Estado é diretamente influenciado

mesmo com as perspectivas de inflação

por nossa capacidade de investimento

e de baixo crescimento do PIB. Na crise

em mídia adicional. Nós colocamos algo

também há muita oportunidade.

em torno de R$ 500 mil por mês para faA governança. Os processos ficaram

zer com que a marca tenha a força que

mais ajustados, o conselho de adminis-

precisa ter. O Nordeste ainda tem grande

tração ficou mais robusto. Hoje, temos

espaço para expansão.

um chairman e um conselheiro com bastante experiência no mercado de

Vocês concentram a produção no Brasil ou importam do exterior? Compramos armações no mercado lo-

Vocês pensam em expansão no exterior?

cal. Das lentes comercializadas na nossa

varejo, que são, respectivamente: Sergio Chaia, atual presidente da Symantec e

Não, apesar de termos grandes deman-

dústria, que fica em Barueri. Produzimos

ex-presidente da Nextel, e Marcelo Silva,

das no Chile, na Colômbia e na Flórida.

não só nossas marcas exclusivas, mas

presidente do Magazine Luiza. Isso nos

Precisamos concentrar o foco aqui.

também as principais marcas do mundo.

ajuda bastante, pois dá um viés muito

Hoje, 80% da nossa receita ainda está

mais profissional para o negócio. O pla-

concentrada no eixo Rio–São Paulo.

no de negócios foi mantido – é o que já

Temos, portanto, muito a explorar fora

tínhamos antes da compra pelo 3i.

disso. A Óticas Carol saiu desse eixo há

Como um laboratório próprio de alta tecnologia ajuda a baratear o preço dos óculos?

rede, 30% são produzidas por nossa in-

apenas dois anos. Então, é muito pouco

Nossa grande chamada para os pró-

Quais são os planos do grupo para os próximos cinco anos?

tempo para consolidação e aberturas.

ximos anos é tornar os óculos acessí-

Precisamos avançar muito no Centro-

veis. Queremos ampliar a quantidade

Vamos fechar o ano com 730 lojas. Nossa

Oeste e no Norte. Ainda há muito a fa-

de usuários, gerar acesso e aumentar o

ideia é chegar, em cinco anos, a algo em

zer no Brasil antes de pensar no exterior.

número de peças por pessoa, diminuin-

torno de 1,5 mil, com média de cresci-

Outra coisa importante: nosso negócio

do o preço brasileiro para torná-lo mais

mento por ano de 150 a 180 lojas. Não é

tem escala nacional, mas atuamos muito

próximo daquele praticado lá fora. Isso

razoável colocar mais que 180 operações

no regional. Não adianta chegar em um

tem dado certo. Lente sempre foi uma

por ano, porque é preciso respeitar os

novo país com nosso modelo e achar que

coisa muito cara. Entendemos que se

projetos de consolidação, de adaptação

é o ideal; precisamos adaptá-lo, entender

montarmos um laboratório de última

e de ajuste de cultura. A gente até tem

as especificidades locais.

tecnologia, capaz de oferecer lentes

demanda, mas hoje estamos muito mais seletivos do que quantitativos. Acho que

próprias ou exclusivas da mesma categoria das internacionais por preços

estar conosco no modelo de franquia,

O fato de o Brasil estar em recessão muda alguma coisa no projeto de vocês? Reduz a velocidade do crescimento?

pois ele não é para todos.

Não dá para olhar números técnicos do

com grandes indústrias, como a Essilor

setor de uma maneira geral, senão a gen-

e a Zeiss, lentes exclusivas da Carol com

Vocês têm olhado para qual região do Brasil?

te não anda. O varejo pode, sim, passar

tecnologia e material, que oferecemos

por problemas. A gente já começa a ver

ao consumidor por um preço mais baixo.

São Paulo e Rio de Janeiro, que são os lu-

isso. Mas o setor de ótica vai bem e ain-

Hoje, nossa maior dificuldade é informar

gares onde temos o foco principal, ou

da tem muito para crescer, tanto a parte

à população que o preço mudou. Se pa-

seja, a marca já é forte, já tem uma mídia

técnica como a de acessórios de moda.

rarmos em frente a uma loja nossa, onde

consistente. Além disso, há três Estados

Ainda há um deficit de correção visual

vendemos modelos do Ray-Ban a R$ 339,

em que colocamos mais esforços e mais

muito grande no Brasil, além de novos

e perguntar quanto o consumidor acha

dinheiro para expansão: Pernambuco,

entrantes com 40 anos ou mais, por con-

que custa esse modelo, ele ainda vai di-

Ceará e Rio Grande do Sul.

ta do envelhecimento da população e do

zer R$ 800 ou R$ 900, o preço de sempre.

esse é um cuidado que a rede precisa tomar atualmente: quem escolher para

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30% ou 40% inferiores, permitiremos que o usuário possua mais de um par de óculos. Desenvolvemos, em parceria


O setor de ótica vai bem e ainda tem muito para crescer, tanto a parte técnica como a de acessórios de moda

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EN T R E V ISTA

Rona l do Pereir a ,

CEO da Óticas Carol

Os óculos já viraram acessório de moda no Brasil ou ainda estão associados a questões médicas?

do preço. Resolvida essa questão, você

velha; a que quer parecer mais séria; e

pode ousar nos próximos pares de ócu-

a que quer parecer mais descolada. Isso

los. Quando a pessoa só tem dinheiro para

é muito bacana. Há cinco anos a faixa

comprar um, ela vai para o mais careta, ou

etária do nosso público era de 45 anos ou

Viraram moda e a tendência é que isso au-

o mais curinga, que combine tanto com

mais. Atualmente temos muitos usuá-

mente ainda mais. Claro que isso começa

terno esporte como com outros mode-

rios em torno de 20 anos. A marca reju-

pela onda da classe A, de mais renda, mas

los de roupa. Dessa forma, ela começa a

venesceu muito porque o consumidor

hoje já os percebemos nas ruas, graças

perceber o quanto determinada escolha

também ficou mais novo.

ao trabalho de todos. E acho que a Óticas

muda a personalidade, o estilo. Estamos

Carol é a locomotiva que puxa esse traba-

obstinados a fazer essa transformação. Os

lho. Por quê? Porque para virar acessório

óculos refletem muito a personalidade.

de moda primeiro você tem de ajustar o preço, para ser um preço de moda. Não dá

O mercado pirata ainda atrapalha muito? Nosso setor gira em torno de R$ 20 a R$ 24 bilhões ao ano. A estimativa é de

para ter preço de joalheria e querer fazer

Qual é o tamanho do público que usa óculos como acessório?

moda. Quando você entende que moda

Mais de 5% das nossas vendas já são de

pelo mercado pirata. Setor pulverizado

precisa ser acessível – e conseguimos

lentes planas – ou seja, sem grau. Há de

é terreno para a pirataria. A Rua 25 de

construir isso –, resolve-se o problema

tudo: a pessoa que quer parecer mais

Março ainda é muito ativa no ramo ótico.

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que 40% desse valor seja movimentado


Nosso setor gira em torno de R$ 20 a R$ 24 bilhões ao ano. A estimativa é de que 40% desse valor seja movimentado pelo mercado pirata. Setor pulverizado é terreno para a pirataria

YouTube. Neste ano nosso investimento em mídia vai girar em torno de R$ 25 milhões. No ano que vem serão investidos 30% a mais.

Qual é a companhia do futuro que vocês querem entregar? Temos a chance de desenvolver um negócio único, não só no Brasil como no mundo, que é transformar os óculos em objeto de desejo e fazer com que a pessoa entenda que ficou mais bonita. Há também o objetivo da correção visual, de fa-

Neste ano foram apreendidos mais de 10

Produzimos em São Paulo e depois usa-

zer o mundo enxergar. O Brasil é um país

milhões de óculos.

mos um operador logístico. Isso enca-

de cegos, temos uma repetência gigante

rece o custo. Procuramos concentrar o

nas escolas públicas e privadas porque

A empresa tem preferência por lojas de shopping ou de rua?

envio de material uma vez a cada dois

a criança não enxerga e não sabe disso.

meses. Trabalhamos muito com bureau.

Há, ainda, baixa produtividade porque

Como temos uma expansão nacional,

Fazemos a produção interna e a custo-

a pessoa não enxerga. A Óticas Carol

há um número muito grande de lojas

mização de todas as placas e necessi-

tem um projeto muito claro: até 2020

nos dois formatos. Temos de estar nos

dades, e o franqueado faz a impressão

não haverá nenhuma criança repetin-

shoppings, que são viáveis, e temos

local. A gente já pré-autoriza determi-

do na escola por problema de visão nos

de estar na rua, sempre próximos à

nados fornecedores a fazer a impressão

municípios em que ela estiver. O projeto

casa, ao trabalho ou ao centro oftal-

localmente para diminuir o custo de lo-

Enxerga Brasil será firmado como com-

mológico. No máximo a quatro ou cin-

gística em materiais gráfico, impresso e

promisso e isso estará inclusive no nosso

co quadras desses lugares, porque di-

promocional. Isso nos atrapalha muito,

contrato de franquia. A ideia é colocá-lo

ficilmente uma pessoa vai de ônibus

pois grande parte do custo da minha

de pé em 2016.

ou de carro comprar no Itaim. Ela vai

lente vem da logística. Se ela fosse me-

comprar perto do trabalho, de casa ou

lhor, certamente conseguiríamos bara-

do centro oftálmico. Sempre teremos

tear ainda mais nossos produtos.

mais expansão na rua, porque a oferta de shoppings é limitada comparada ao

Qual é a tendência do setor ótico para os próximos anos? O setor vem crescendo acima de dois dígitos e deve passar por uma consoli-

rua um pouco mais barata, com fluxo

Desde o início, a Óticas Carol investiu muito em marketing televisivo, em mídia. Qual é a estratégia da empresa para a mídia?

um pouco menor; a de shopping é um

Continua a mesma. Fazemos seis campa-

a criação de grupos. Acreditamos tam-

pouco mais cara – em todos os senti-

nhas nacionais por ano. São geralmente

bém que a informalidade vai diminuir.

dos, para montar e para manter –, mas

com marcas internacionais a preços de

Há uma busca interna por aumentar as

tem mais fluxo e vende mais. A venda

entrada, sempre com celebridades ou

normas. Agora, estamos fechando um

de shopping é de 30% a 40% maior do

modelos internacionais. São muito for-

projeto de certificação com a ABNT e o

que a de rua.

tes na TV Globo. Agora, estamos voltan-

Inmetro. O setor será mais organizado

do nosso olhar para o comércio online. Já

e mais visível, porque hoje poucas pes-

temos em torno de 20% de investimen-

soas têm conhecimento ou informação

to. Tem dado muito certo, tanto nas re-

sobre ele. À medida que formos nos or-

número de oportunidades que ainda existem na rua. Nossos dois modelos são muito bem construídos: a loja de

Com presença em praticamente todo o País, como é a logística da empresa?

des sociais como nos virais e vídeos via

dação, o que não quer dizer que todos os pequenos vão acabar. Quem trabalha bem, continuará. Mas é um setor que deve se consolidar e deveremos ver

ganizando, o setor ficará melhor. &

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N EG ÓCIOS TEXTO ENZO BERTOLINI


oportunidades na SECA A escassez de chuvas no Estado de São Paulo impacta negócios, para o bem e para o mal. Algumas empresas fecham, outras aumentam a produção

A

crise hídrica que castiga São

Paulo e boa parte do Sudeste não tem

Universidade de São Paulo (USP) mos-

to, a pousada sofreu com água bar-

tram que trata-se da pior seca desde

renta e reclamações de hóspedes e

1974, ano em que foi inaugurado o

precisou contratar caminhões-pipa.

Sistema Cantareira.

“Dispensamos cinco funcionários e oito freelancers.”

A Estância Turística de Joanópolis, na região de Bragança Paulista, aos pés

No Tucuruvi, na zona norte de São

da Serra da Mantiqueira, é uma das

Paulo, Orlando Varella, proprietário do

vítimas da estiagem. A pequena ci-

salão Os Cabeleireiros, lida com a falta

dade possui importantes nascentes

de água diária nos últimos meses. O

e até o início do ano se orgulhava do

atendimento aos clientes fica compro-

espelho d’água de aproximadamente

metido, especialmente nos serviços que

50 quilômetros quadrados formado

utilizam química e demandam lavagem

pela represa Jaguari-Jacareí, a maior

intensiva. “Quando vejo que a água está

do Sistema Cantareira. As águas que

fraca, eu ligo para as clientes e peço a

levavam turistas a Joanópolis deram

elas que venham com o cabelo lavado.

lugar a terra.

O corte masculino eu parei de lavar,

prazo para acabar. Milhões de pessoas

apenas umedeço e corto.” Com média

têm sido afetadas – uma pessoa gas-

Tendo como atrativo o fato de estar

de cem atendimentos por dia, Varella

ta em média de 35 a 105 litros de água

à beira do lago, a Pousada Solar das

instalou duas caixas-d’água assim que

por dia. Em Santa Cruz do Rio Pardo e

Palmeiras está fechada desde abril

percebeu que as represas estavam se-

Araras, no interior do Estado, os mora-

do ano passado em virtude da falta

cando. “Quando se começou a falar que

dores foram proibidos de lavar carros

d’água. “Para nós não tem mais ne-

o nível da represa estava baixando, eu

e calçadas para reduzir o desperdício.

gócio. Enquanto não houver água não

as coloquei. Não esperei, senão agora eu

A situação é agravante também para

pretendemos funcionar. O pouco de

pagaria mais”, diz. Ele também estoca

as empresas do setor de comércio de

água que havia estava contamina-

cem litros para quando a água acaba.

bens, serviços e turismo. Dados do

da”, explica o proprietário, Wander

“Só para retirar a química de um trata-

Instituto de Astronomia e Geofísica da

Lopes. Antes do fechamento comple-

mento de relaxamento gasto um galão

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O por t u n id ades n a sec a

de 20 litros.” Varella não deixou de aten-

nar sais minerais de forma eletroni-

nômica para produzir em Abu Dhabi,

der nenhum cliente, mas aumentou os

camente controlada, o que torna a

com custo equivalente a 40% do bra-

gastos com água mineral em galões.

água potável e hidratante.”

sileiro. Teremos uma unidade fabril

Crescimento no caos

“Em 2014 vendemos mais de 65 equi-

Médio. Há países interessados em

Se para alguns a falta d’água tem preju-

pamentos, mais que o dobro dos 28

abraçar a nossa indústria e dar in-

dicado os negócios, para outros é uma

que tínhamos vendido nos outros três

centivo fiscal, entre eles a Colômbia, o

oportunidade para crescer. Com ino-

anos em que estamos no mercado.

Chile e a Venezuela.”

vação, criatividade e muita pesquisa, o

Temos exportado equipamentos para

engenheiro mecatrônico Pedro Ricardo

Oriente Médio, África, Colômbia e EUA”,

Lavagem a seco

Paulino inventou uma máquina que pro-

conta. Paulino explica que a função da

Com a escassez de água, empresas que

duz água a partir da umidade do ar. “É

Waterair não é concorrer com água for-

utilizam pouca ou nenhuma água em

a segunda maior fonte de água do pla-

necida pelo sistema público, mas pro-

seus serviços aproveitam a situação

neta. A primeira são os oceanos”, explica.

duzir água onde é impossível obtê-la de

crítica para crescer. Em São Paulo, o

outra forma. “O custo é alto.”

lava-rápido AcquaZero utiliza um com-

na América do Sul e outra no Oriente

A inspiração para a Waterair veio de

posto feito de cera de carnaúba e te-

projetos para viabilizar a produção de

Com o aumento da demanda, o em-

flon e apenas um copo d’água (300 ml)

equipamentos de hemodiálise, que re-

presário analisa algumas possibili-

para limpar inteiramente os veículos. A

querem água superpura. “A empresa

dades de produção fora do País para

aplicação é feita por meio de pulveriza-

em que eu trabalhava nos anos 1990

compensar o custo Brasil. “Estamos

dores de pressão e a sujeira é removida

tinha dificuldades de operar na África.

fazendo um estudo de viabilidade eco-

com flanelas de microfibra.

mundo e cheguei à conclusão de que a água extraída do ar era a opção mais viável. Não havia outra forma.” O engenheiro buscou informações sobre projetos semelhantes em Israel e no Egito, mas depois de 3 anos de

trabalho a empresa abandonou o projeto. “A barreira tecnológica era bastante complicada. Os equipamentos eram grandes e ineficazes.” No início dos anos 2000, Paulino voltou a trabalhar no projeto por conta própria e agregou componentes mais modernos e eficientes. “Tínhamos um equipamento dez vezes maior que hoje para produzir a mesma quantidade de água. Em 1994, o litro custava US$ 1; hoje sai por R$ 0,17.” Paulino e sua equipe chegaram ao fim do processo de obtenção de água ultrapura para fins de hemodiálise e sem sais minerais em 2007. “Dois anos depois conseguimos adicio-

16

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Teremos uma unidade fabril na América do Sul e outra no Oriente Médio. Há países interessados em abraçar a nossa indústria Pedro Ricardo Paulino

inventor da Waterair

Saí à procura de equipamentos pelo

Foto: divulgação

N EG ÓCIOS


Engenharia e Meio Ambiente Álvaro

– depende da geração dos efluentes

Diogo Teixeira, que trabalha com pro-

e da demanda a ser atendida.

jetos de aproveitamento de água da chuva e reúso de água cinza (residual

Equipamentos

doméstico) e negra (esgoto), afirma

Se a instalação de um sistema de reúso

que a procura por projetos aumentou

de água não for possível, um paliativo

30% nos últimos meses. “A expectativa

é a utilização de equipamentos econo-

é que chegue a 50%”, afirma.

mizadores, como reguladores de vazão. A Deca, fabricante de louças e metais

A InfinityTech oferece planos de ges-

sanitários, tem recebido mais pedi-

Desde 2009 no mercado e com 107

tão de água para empresas e condo-

dos para a implantação do programa

unidades franqueadas, sendo três pró-

mínios. Um estudo de viabilidade é

Proágua. Seu objetivo é a redução do

prias, o negócio passa por uma nova

realizado para saber em quanto tem-

desperdício de água por meio da mu-

onda de interessados em expandir a

po cada projeto vai pagar o custo de

dança de hábitos dos usuários e de

marca. “Desde janeiro de 2014 houve

instalação. É o chamado payback. “Não

uma série de ações planejadas, com

aumento de 30% de clientes procu-

é só comprar o equipamento. É neces-

priorização da aplicação de produtos e

rando os nossos serviços em cidades

sário analisar a intensidade média de

dispositivos economizadores.

que estão com problema de estia-

precipitação – chove mais em Ubatuba

gem”, conta o diretor de Expansão da

do que em Presidente Prudente – e o

O programa faz um diagnóstico do edi-

AcquaZero, Marcos Mendes. Segundo

quanto será consumido”, explica.

fício, realiza medição setorizada, pro-

ele, a venda de franquias também

cura vazamentos, investiga hábitos de

cresceu no período. A meta é dobrar o

Muitas empresas ainda acham os or-

consumo e os aperfeiçoa, implanta pro-

total de franquias e chegar a 220 uni-

çamentos caros e não consideram o

dutos e tecnologias de eficiência de va-

dades. No longo prazo, o projeto é ven-

retorno econômico futuro. “Queremos

zão e consumo de água e, por fim, apre-

der o produto para o consumidor final.

mostrar as economias financeira e

senta um plano de manutenção. “A crise

ambiental. Hoje, a parte ambiental

trouxe aumento da procura. Houve um

A lavagem de um carro consome entre

está mais fácil por causa do momen-

crescimento significativo de contatos

300 e 900 litros de água. “É um crime.

to que atravessamos, mas a financeira

para o desenvolvimento do nosso pro-

É muito importante salientar que o uso

ainda complica”, diz. “A gestão da rede,

grama. O número de projetos triplicou

de água tem de ser revisto, especialmen-

suprindo a água potável por fontes

de julho até a metade de outubro em

te em lava-rápidos”, destaca Mendes. A

alternativas, é fundamental.” Apesar

relação ao primeiro semestre de 2014.

AcquaZero economiza pelo menos 6,3

do aumento de interesse, Teixeira

Foi um crescimento expressivo”, afirma

milhões de litros de água por mês.

alerta que falta estímulos – financei-

Osvaldo de Oliveira, diretor da Deca.

Readequação

ro e tributário – do Poder Público. “Os equipamentos ainda são caros. Muita

Embora o programa seja gratuito, traz

Uma das opções mais debatidas na im-

coisa é importada da Austrália e da

retorno à empresa, que vende pe-

prensa é o uso de água da chuva e o reú-

Alemanha. Como motivar o cidadão

ças e produtos. O estudo piloto apli-

so de água do banho e de máquinas de

comum a instalá-los na casa dele?”

cado no Museu de Arte de São Paulo

lavar em serviços de limpeza, na lava-

(Masp) mostrou que a metodologia

gem de carros, em regas de jardim, em

O retorno do investimento varia

do Proágua reduziu em 40% o consu-

descargas e em outros usos menos no-

caso a caso, mas, em média, a ins-

mo de água em três meses. Já no edi-

bres. Como fazer isso, qual a viabilida-

talação de um sistema de coleta e

fício-sede do Sindicato da Indústria

de financeira e técnica e qual o período

uso de água pluvial se paga entre 3

da Construção Civil do Estado de São

de retorno são alguns dos questiona-

e 5 anos. Já sistemas como reúso de

Paulo (Sinduscon), a redução foi de

mentos que surgem durante o proces-

águas cinzas ou negras têm payback

35%. Em tempos de crise, cada gota e

so. O consultor júnior da InfinityTech

inferior a um ano em muitos estudos

cada real economizado contam. &

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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C A PA texto  wanise ferreira ilustraçÃo  raísa almeida fotos  emiliano hagge


Crise econômica, tributação elevada e concorrência de produtos estrangeiros baratos atrapalham, mas o vigoroso mercado brasileiro de moda é o que mais cresce no mundo


C A PA

A

No piq ue d a mod a

moda é um bom negócio

gundo maior empregador da indústria

não passará de 2% a 2,5% em 2014.

no Brasil. A princípio, essa afirmação

de transformação, tem 154 mil pontos

“O otimista, por sua vez, lembra que

pode parecer contraditória. Afinal,

de venda no País e está na lista de de-

nunca vendemos tanta roupa e que os

trata-se de um mercado altamente

sejos da emergente classe C – um uni-

porcentuais de expansão dos últimos

competitivo, pulverizado e com gran-

verso com 35 milhões de pessoas. Além

anos foram bem altos, elevando bas-

de demanda de versatilidade, inovação

disso, como seus consumidores (ou

tante a base de comparação”, observa.

e velocidade de ofertas. Sofre com des-

neoconsumidores), vive um processo

compasso em seu ecossistema e com

rápido de transformação. O peso do

O Relatório Setorial da Indústria Têxtil

dificuldades de mão de obra. Enfrenta

setor na economia é tão grande que

Brasileira – Brasil Têxtil 2014, preparado

a concorrência de produtos impor-

a importância da cadeia da moda foi

pelo Iemi, aponta a cadeia têxtil como

tados, que as exportações não com-

tema do Fórum Negócios da Moda,

responsável pela produção de US$ 58,2

pensam. É extremamente sensível às

parceria da FecomercioSP com o Gru-

bilhões em 2013, o que equivale a 5,7%

mídias sociais e a preços, e oferece bar-

po Estado, realizado em outubro.

do valor total da produção da indústria

reiras que impedem os aumentos da produtividade e da competitividade.

brasileira de transformação, aí excluí“Neste momento, a moda pode ser en-

das as atividades de extração mineral e

carada pelas visões do pessimista e do

a construção civil, que complementam

Contudo, o mundo fashion é de extre-

otimista. Ambas são bem acentuadas”,

o setor secundário da economia.

mos. Na outra extremidade prevalece

comenta o diretor do Instituto de Estu-

a visão de um setor forte, que movi-

dos e Marketing Industrial (Iemi), Mar-

Conforme a pesquisa realizada com

menta anualmente cerca de R$ 140

celo Villin Prado. O pessimista está des-

o apoio institucional da Associação

bilhões, cresce como nenhum outro

contente com o ritmo de crescimento

Brasileira da Indústria Têxtil e de Con-

mercado de moda no mundo, é o se-

do setor, que, na avaliação de Prado,

fecção (Abit), por meio do Programa

20

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


de Internacionalização da Indústria da

mercado, e que tem sofrido grandes

de ser fast-fashion nos conceitos de

Moda Brasileira (Texbrasil), e da Agên-

pressões, é o varejo. A começar pela

velocidade e preço”, comenta o CEO

cia Brasileira de Promoção de Exporta-

chegada ao Brasil de grandes grifes

da Luminosidade e diretor criativo

ções e Investimentos (Apex), os empre-

internacionais, tanto de luxo como

da São Paulo Fashion Week (SPFW),

gos gerados pela cadeia têxtil somaram

outras mais competitivas em termos

Paulo Borges.

1,6 milhão de postos de trabalho em

de preços, como Gap, Zara e Forever

2013, ou o equivalente a 16,4% do total

21. Em razão das estratégias destas

Redes de varejo como C&A, Riachuelo,

de trabalhadores alocados na produção

marcas, chegou também ao País o

Renner e Marisa adotaram o concei-

industrial naquele ano. O Iemi estima

fenômeno da fast-fashion, termo uti-

to e começaram a trabalhar com co-

que os investimentos totais realizados

lizado para aqueles que adotam uma

leções mais compactas e com mais

na cadeia têxtil em 2013 em moder-

política de produção rápida e contí-

velocidade nas araras. A informação

nização e ampliação da capacidade

nua, com vitrines repostas semanal-

e o desejo do consumidor são fontes

produtiva (máquinas, instalações, trei-

mente e oferta das últimas tendên-

muito importantes para esse ritmo

namento) chegaram a US$ 2,3 bilhões,

cias de moda a preços acessíveis.

acelerado. “Antigamente, o produto apresentado em um desfile demorava

o que representa uma queda de 3,5% sobre 2012. No período analisado pelo

“A fast-fashion é a grande onda da

a chegar às lojas e ao público. Hoje,

levantamento (2009 a 2013), a média

moda global. É um processo que con-

com a internet e as mídias sociais,

de expansão foi de 15,7% ao ano.

segue entregar rapidamente as no-

isso é imediato e gera a necessidade

vidades e é influenciado pela inter-

de uma atualização rápida das cole-

net, que gera o desejo imediato dos

ções”, ressalta o diretor-executivo da

Não obstante a importância da ca-

consumidores. Todos estão proces-

Associação Brasileira do Varejo Têxtil

deia têxtil, a ponta mais visível desse

sando essa inovação. No fim, terão

(ABVTEX), Sidnei Abreu.

Fast-fashion

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No piq ue d a mod a

C A PA

A fast-fashion é a grande onda da moda global Paulo Borges

CEO da Luminosidade e diretor criativo da SPFW

Não se trata de um processo fácil de

mínimo, quatro. Em função disso, as

degrau que sobem socialmente, tor-

ser acompanhado por todo o varejo,

relações no ecossistema têxtil tam-

nando esse mercado o que mais lucra

principalmente pelas lojas pequenas

bém mudam. “Atualmente, os contra-

com o avanço da classe C. Pesquisa do

e médias. “Trata-se de uma solução

tos com as confecções e os atacados

Data Popular mostra que são consu-

técnica de gestão das coleções que be-

são de volumes menores, porém, mais

midores ágeis e atualizados, buscam

neficia, principalmente, os grandes va-

frequentes ao longo das estações. É

informações sobre os produtos na

rejistas. Há muitas lojas multimarcas

necessário voltar frequentemente e

compra, valorizam o design e estão

que se abastecem de polos atacadistas

com mais novidades às lojas para con-

dispostos a pagar por um produto

– como Cianorte, Divinópolis e Brás – e

seguir vender mais”, explica.

mais caro, de melhor qualidade.

e logística que permitam essa velo-

Novo consumidor

As redes varejistas foram buscar ou-

cidade”, observa Prado.

As empresas estão se adaptando tam-

tras fórmulas para atender esse con-

bém à chegada de um novo público,

sumidor antenado e cada vez mais

O executivo lembra que o ritmo de

que deixou de simplesmente comprar

exigente. Entre as iniciativas está a

apresentação das coleções já vinha se

roupas e passou a consumir moda. De

co-branding, parceria entre as re-

alterando. Se antes eram feitos dois

acordo com levantamento do IBGE, há

des de varejo e estilistas reno-

grandes lançamentos, primavera/

uma tendência de as pessoas dobra-

mados que, como a fast-fashion,

verão e outono/inverno, hoje há, no

rem o gasto mensal com moda a cada

também é uma prática mundial.

não conseguem adquirir estrutura

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


O vice-presidente da C&A, Paulo

ABVTEX. O estudo “Análise da Estru-

produtividade, é urgente para tornar a

Correa, diz que a C&A Collection,

tura Setorial, da Competitividade e do

indústria nacional mais competitiva”,

que já possui uma lista de parceiros e

Comércio Exterior da Cadeia Brasileira

observa Abreu, presidente da enti-

marcas, foi uma das formas escolhi-

de Produtos Têxteis e de Vestuário”,

dade. Ele ressalta que a análise mos-

das pela empresa para oferecer uma

realizado a pedido da entidade pela

tra o forte impacto do investimento

experiência diferenciada ao cliente.

FGV Projetos, mostra que o fatura-

na cadeia produtiva. “Precisamos de

Outra maneira de “dialogar com o con-

mento nominal das indústrias têxtil

uma base de fornecimento muito

sumidor”, que é o seu objetivo, é a co-

e de confecções cresceu 6,7% ao ano

próxima”, completa.

leção Poderosas do Brasil. “Ela procura

entre 2009 e 2013, abaixo do fatura-

reconhecer as diferentes mulheres

mento do comércio de artigos têxteis

De acordo com a ABVTEX, as indústrias

brasileiras”, ressalta.

e de confecções, cujo aumento médio

têxteis e de confecções estão operando

foi de 13,2% ao ano no mesmo período.

com altos índices de ocupação da capa-

Investir é preciso

cidade instalada. No caso da confecção,

Todo esse movimento em torno da

“A necessidade de investimentos na

ressalta, ela está próxima a 90% desde

moda também traz novas preocupa-

ampliação do parque fabril, na com-

2012. “Mesmo considerando o desaque-

ções. Entre elas, um possível descom-

pra de novos equipamentos, na for-

cimento da economia nos últimos me-

passo entre o crescimento da indús-

mação e capacitação de mão de obra

ses, os dados ainda são preocupantes

tria têxtil e o varejo, como alerta a

e, consequentemente, no aumento de

para o varejo”, ponderado executivo.

Paulo Correa

Vice-presidente da C&A

A coleção Poderosas do Brasil procura reconhecer as diferentes mulheres brasileiras

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C A PA

No piq ue d a mod a

Conforme o estudo, em 2013 os investimentos no segmento da indústria de confecção foram de R$ 810,9 milhões, o equivalente a 7,1% do PIB setorial. Já no varejo têxtil, em 2013 o investimento foi de R$ 2,8 bilhões, 10,6% do PIB do segmento. Outro dado apurado no estudo aponta para maior participação do varejo na contratação da mão de obra. O varejo de produtos têxteis e de confecção é responsável, hoje, pelo maior número de empregos do setor – 874,4 mil postos, acima dos 695,2 mil postos do setor de confecção de artigos de vestuário e acessórios, e dos 298,3 mil empregos entre os fabricantes de produtos têxteis.

Tributação e concorrência externa

Na avaliação do CEO da Riachuelo,

A competição externa, em especial

Flávio Rocha, a competitividade e a

os produtos asiáticos, está na lista

produtividade do setor tiveram queda

de desafios a esse mercado. O deficit

Em função do cenário e da necessida-

vertiginosa nos últimos dez anos. “O

comercial vem se ampliando com o

de de investimentos, a ABVTEX decidiu

atual modelo não será sustentável no

crescimento das importações. Dados

apoiar a proposta da indústria têxtil,

longo prazo”, afirma. Para o executivo,

do Ministério do Desenvolvimento,

que foi feita via Abit, para que seja

a estrutura tributária do setor está

Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

adotado o Regime Tributário Competi-

entre os principais problemas. “O va-

mostram que nos primeiros sete

tivo para a Confecção – RTCC. A ideia é

rejo pode lidar um pouco melhor com

meses de 2014 o deficit da balança

desonerar, simplificar e desburocrati-

isso porque compete geograficamen-

comercial do setor têxtil e de confec-

zar a carga tributária que incide sobre

te. O maior problema é a confecção.

ção aumentou 6,02% na comparação

as confecções. A proposta foi entregue

Na nossa empresa, produzíamos, em

anual: de US$ 3,19 bilhões em 2013

no ano passado à presidente Dilma

2010, tudo o que vendíamos. Apesar de

passou para US$ 3,38 bilhões no ano

Rousseff, mas, até agora, não houve si-

a empresa ter duplicado de tamanho,

seguinte. A importação de vestuário,

nalização do governo sobre o assunto.

a produção interna caiu pela metade.

que em 2009 estava em US$ 710 mi-

“O setor de moda precisa receber um

Em contrapartida, nossa operação

lhões, alcançou US$ 2,2 bilhões em

olhar atento”, observa Lucila Sciotti,

em Xangai respondia por 5% e saltou

2013, segundo informações da Secre-

da FecomercioSP.

para 30%”, ressalta.

taria de Comércio Exterior.

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


Isabel Tarrise da Fontoura

Analista de negócios internacionais da Apex Brasil

A China pode ser vista como uma grande oportunidade

De olho no mercado externo

e eles não serão vencidos por produ-

A Apex quer ir além e reforçar quali-

Constantemente relacionada como

tos sem diferencial”, afirma a esti-

dades como criatividade e associar o

importante fonte do desequilíbrio

lista e empresária Patrícia Bonaldi,

Brasil à ideia de um país tecnológico

comercial por oferecer produtos a

que conseguiu internacionalizar suas

e sustentável. É o objetivo da campa-

preços bem competitivos, a China

quatro marcas.

nha Brazil Beyond, lançada neste ano

também é um mercado almejado

na semana de moda de Nova York pela

para quem deseja exportar. “Ela pode

Para o responsável pela Paquetá Shoe

Apex. A agência de promoção das ex-

ser vista como uma grande oportu-

Company, Gerson Vaccari, que levou

portações conta com uma área de inte-

nidade”, considera a analista de Ne-

a marca de sapatos Dumond para lu-

ligência de mercado voltada ao auxílio

gócios Internacionais da Apex Brasil,

gares badalados do mercado fashion

a empresas para internacionlização.

Isabel Tarrise da Fontoura.

e planeja novas investidas na área internacional, as marcas brasileiras são

Um mercado de extremos, sem dúvida,

Após uma primeira onda não muito

reconhecidas no exterior pela alegria e

e que conseguiu, nos últimos dez anos,

bem-sucedida, na qual nenhuma das

pela sensualidade. Pesquisa feita pela

quadruplicar o faturamento e saltar

empresas brasileiras de moda teve o

Apex em 16 mercados internacionais

da 14º posição para a oitava no ranking

resultado da Havaianas, por exemplo,

comprova isso – a alegria e a beleza

dos mercados mundiais de moda. “De-

o mercado externo voltou ao radar.

natural das pessoas foram os atribu-

finitivamente, é um ótimo negócio”,

“Mas, não são poucos os obstáculos,

tos mais lembrados.

reforça Marcelo Prado, do Iemi. &

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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A RT IG O por ANA PAULA LOCOSELLI ERICHSEN

Certidões Negativas de Débitos

O

Diário Oficial da União

capital, cisão total ou parcial, incorpo-

de 11 de setembro de 2014 publi-

ração, fusão, transformação, transfe-

cou a Instrução Normativa nº 25 do

rência do controle de cotas e desmem-

Departamento de Registro Empresarial

bramento. Anteriormente, a dispensa

e Integração (Drei), da Secretaria da

de certidões para a baixa de empresas

Micro e Pequena Empresa, que esta-

era garantida somente após o prazo

belece que as empresas, independen-

de um ano de inatividade.

temente do porte, estão dispensadas de apresentar nas juntas comerciais

Em 2013, as juntas comerciais proces-

certidões negativas de débitos tribu-

saram mais 1,6 milhão de alterações e

tários, previdenciários e trabalhistas.

200 mil baixas de empresas. A dispensa de certidões diminui a burocracia e

Com isso, elas passam a poder pedir

reduz custos para os empreendedores,

a baixa de seus registros e inscrições

além de acelerar o atendimento das

imediatamente após o encerramento

demandas, em razão da simplificação

processos trabalhistas e administrati-

das operações. Caso sejam identifica-

da análise nos órgãos de registro.

vos e dívidas na hora de fechar. Por vezes, ele pagara o imposto, mas não ti-

dos débitos tributários, os sócios são responsáveis solidários, como já pre-

Essas medidas são um avanço no sen-

nha o comprovante, ou na época não

visto na regra atual. A medida vai pos-

tido de melhorar o ambiente de negó-

foi dada baixa no sistema e a empresa

sibilitar a baixa de CNPJ na hora.

cios no País. Há muito que se diz que

aparecia como devedora. Outro proble-

no Brasil é praticamente impossível

ma comum era a data de validade das

A nova norma é baseada na Lei

fechar uma empresa. Impossível não

certidões: quando se conseguia uma

Complementar nº 147/2014 e tem

era, mas era complicado – e muito

certidão, outra já tinha vencido.

como objetivo simplificar o registro

mais caro do que abrir. Uma empre-

nas juntas comerciais de todo o Brasil.

sa, mesmo inativa, gera custos ao em-

Agora, se houver débitos, em vez de se

Estima-se que hoje, no País, existam

presário, que mensalmente tem obri-

vincularem ao CNPJ da empresa, eles

mais de um milhão de registros em-

gações fiscais a serem cumpridas, sob

passam a se vincular ao CPF dos sócios.

presariais inativos.

pena de multa. Impostos atrasados e

Desse modo, as empresas podem ser fe-

multas pela não emissão de documen-

chadas mesmo com pendências fiscais.

Além disso, a alteração na LC nº

tos se acumulam.

147/2014 trouxe uma medida para agi-

O Brasil só tem a ganhar com a redu-

lizar o funcionamento das empresas,

Além do custo, quem queria fechar uma

visto que além de serem inexigíveis

empresa enfrentava um verdadeiro cal-

no seu encerramento, as certidões

vário de burocracia. A principal dificul-

também não serão mais obrigatórias

dade era obter as certidões negativas.

nas operações de extinção, redução de

Muitas vezes, o empresário descobria

26

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

ção da burocracia. E os empresários brasileiros, também. &

Ana Paula Locoselli Erichsen é assessora jurídica da FecomercioSP


Exporte os seus produtos com mais facilidade. Adquira o seu Certificado de Origem FecomercioSP e expanda a sua rede de negócios no mercado internacional com mais segurança e rapidez. Mais informações, ligue (11) 3254-1652/1653 ou pelo e-mail certificado@fecomercio.com.br Atendimento: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – S1, das 9h às 12h30 / 14h às 17h30.

Aqui tem a força do comércio


GE STÃO texto ENZO BERTOLINI

Adeus, FIADO Saiba como lidar com a inadimplência e aprenda a cobrar sem desrespeitar a lei

A

proporção de famílias pau-

listanas endividadas em outubro foi de 45,3%, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da FecomercioSP. Apesar de alto, o índice é inferior ao do mês anterior e ao do mesmo período de 2013. Ainda que o porcentual de endividados e famílias com contas atrasadas esteja em queda, o volume de famílias paulistanas que compromete entre 11% e 50% da sua renda subiu 2,9 pontos porcentuais, passando de 47,7%, em setembro, para 50,6%, em outubro. O principal tipo de dívida continua a ser a do cartão de crédito, utilizado por 63,1% das famílias analisadas. Em seguida, estão financiamento de carro (22,4%), carnês

28

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


(15,6%), financiamento de casa (15,1%),

A lei não prevê tempo mínimo para

metido a qualquer tipo de constran-

crédito pessoal (12,1%) e cheque espe-

realizar cobrança, ou seja, a partir do

gimento ou ameaça”. Já o artigo 71, de

cial (7,4%).

dia seguinte ao vencimento da dívida,

caráter penal, firma detenção de três

o devedor é considerado inadimplen-

meses a um ano e multa para quem

O setor de comércio e serviços obri-

te. “Por uma questão de bom relacio-

“utilizar, na cobrança de dívidas, de

gatoriamente tem de lidar com a

namento, as empresas costumam es-

ameaça, coação, constrangimento físi-

inadimplência do consumidor. Esse é

perar 30, 60 ou 90 dias para efetuar a

co ou moral, afirmações falsas incorre-

um fato. Mas como administrar esse

cobrança, a fim de que o devedor con-

tas ou enganosas ou de qualquer outro

problema deixa muitos empresários

siga cumprir a obrigação sem que haja

procedimento que exponha o consu-

preocupados. “As relações de consu-

transtorno para ele”, explica Corrêa.

midor, injustificadamente, a ridículo

mo são baseadas nos princípios da

ou interfira com seu trabalho, descan-

boa-fé e da harmonia. Isso pressupõe

“Na boa” ou na Justiça

que o consumidor não seja mau pa-

A cobrança pode ser feita por meio ex-

sejam respeitadas, o cobrador fica pas-

gador. Se ocorrer atraso no pagamen-

trajudicial ou judicial. A primeira op-

sível de sofrer ações de danos morais.

to, é porque houve algum imprevisto.

ção deve respeitar dois artigos do Có-

Por isso, é preciso alguns cuidados

digo de Defesa do Consumidor (CDC).

Já para as cobranças na Justiça, o

no momento da cobrança”, explica

O artigo 42 diz que “na cobrança de dé-

Código de Processo Civil é a base.

o assessor técnico da FecomercioSP,

bitos, o consumidor inadimplente não

Esse caminho é mais usado por em-

Marcelo Corrêa.

será exposto a ridículo nem será sub-

presas com dinheiro a receber de

so ou lazer”. Caso essas garantias não

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

29


GE STÃO

A deu s, f i ado

outras companhias que já esgota-

go”, explica. Depois de três meses,

sidades (62,59%); falta de flexibilida-

ram as possibilidades de negocia-

se não houver resolução, o advoga-

de na negociação (14,97%); e falta de

ção extrajudicial. O artigo 74 da Lei

do entra com pedido de protesto.

orientação/clareza para explicar os

nº 123/2006, prevê que as microem-

Nas 96 unidades distribuídas em

encargos de cobrança (7,82%).

presas e empresas de pequeno porte

seis torres de quatro andares cada,

poderão ingressar nos Juizados Espe-

houve momentos que 70% dos seus

As opções de negociação que mais

ciais para efetuar ações de cobrança

moradores estavam em situação de

agradam o consumidor são: desconto

[veja lista no site do Tribunal de Jus-

inadimplência. Atualmente, são cer-

para viabilizar o pagamento (33,67%);

tiça de São Paulo]. O custo é peque-

ca de 30%.

parcelamento do saldo devedor/refi-

no – às vezes, até nulo –, pois não há

nanciamento (31,97%); condições de

cobrança de custos nem condena-

Negociação

ção por honorários advocatícios, sal-

Uma pesquisa realizada pelo Instituto

(26,53%); e mudança do primeiro pa-

vo para a segunda instância. Nesse

Geoc, que reúne as principais empre-

gamento para uma data adequada às

caso, quem perder vai arcar com os

sas de cobrança do Brasil, mostra que

suas necessidades (7,82%).

custos de honorários advocatícios.

o e-mail é a forma preferida de abor-

quitar o saldo devedor de uma só vez

dagem aos devedores (61,56%) na hora

O consultor financeiro do Sebrae-SP

A inscrição do nome do autor do débi-

de renegociar uma dívida. Do restan-

João Carlos Natal orienta que, na co-

to na lista de devedores de empresas

te, 19,05% dos entrevistados preferem

brança da inadimplência, negocie-se

como SPC ou Serasa pode ser feita a

contato por celular; 11,22% por car-

alternativas ao pagamento do débito.

partir do dia seguinte ao não paga-

ta; 4,76% por telefone fixo; 2,04% por

“Uma dívida de R$ 1 mil pode ser fa-

mento. Entretanto, é importante pro-

SMS; e 0,68% por redes sociais.

cilmente dividida em dez parcelas de R$ 100 no cartão de crédito. Isso tem

var que a empresa tentou notificar/ informar ao devedor de que teve o

Questionados sobre a maior dificulda-

dado bastante retorno, pois há a trans-

nome negativado. “É preciso ter essa

de encontrada para negociar a dívida,

ferência da responsabilidade da dívida

comprovação de aviso com antece-

os entrevistados apontaram: propos-

para a administradora do cartão.” A fa-

dência. Uma simples correspondência

tas que não atendem às reais neces-

cilidade de acesso ao cartão de crédito

ou aviso de recebimento é suficiente”, salienta Corrêa. As empresas de proteção ao crédito estabelecem que o consumidor tenha a possibilidade de defesa. “Quando se faz essa comunicação, antes que o nome dele seja inscrito, você possibilita que ele tome conhecimento da dívida e que tente quitar ou mesmo esclarecer quando houver erro”, completa. Diego Secco, síndico do condomínio Vitória II, no Parque Renato Maia, em Guarulhos, enfrenta alto índice de inadimplência desde que assumiu a função, há três anos. “Temos uma cobrança individual via carta quando há 60 dias de atraso. Às vezes, seguramos mais, pois existem muitas pessoas em situação de desempre-

30

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


Marcos Ariante

diretor de Recursos Humanos da Localcred

pira certo cuidado. “Na Way Back, nós

A recuperação do crédito deve ser realizada da forma como a mídia social atua

não as usamos para fazer cobrança, mas para contatar o cliente e trazê-lo para a mesa de negociação.” A cobrança via redes sociais tem de seguir os parâmetros de outras formas de cobrança e os artigos 42 e 71 do Código de Defesa do Consumidor. “Legalmente, não há restrição, mas é preciso obedecer as normas do CDC. Não é permitido abrir um grupo no WhatsApp ou em redes sociais. Independentemente do meio escolhido, não se pode constranger o cliente”, explica a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Claudia Almeida. “O uso de um perfil falso para fazer cobrança induz o

Foto: Emiliano Hagge

consumidor à situação de erro.”

Cuidados Para não chegar ao ponto de se ter de cobrar a dívida, a melhor opção é fazer uma análise do crédito e verificar se o seu cliente pode pagar. “Consulte os órgãos de proteção ao crédito, veri-

é muito grande e, hoje, famílias da clas-

da forma como a mídia social atua. Se

fique o histórico dos clientes e valorize

se C e D já possuem ao menos um.

o atendimento for realizado pelo Face-

os bons pagadores”, afirma Santana,

book, a relação deve ser mais humana,

do Sebrae-SP. Nunca venda sem nota

A contratação de empresas especia-

sem as características de uma cobran-

fiscal, pois em caso de inadimplência,

lizadas é uma alternativa quando há

ça tradicional. Se a negociação for rea-

há a comprovação do negócio. “O em-

certo volume de inadimplência, espe-

lizada pelo WhatsApp, deve ser práti-

presário não deve se esquecer tam-

cialmente se a contratante não possui

ca, rápida, mantendo a qualidade e a

bém de que a venda com cheque pré-

estrutura para efetuar as cobranças.

segurança da informação.”

-datado significa distribuir crédito.”

balho, observe se a empresa é séria e

O crescimento do uso das plataformas

Quando se tem um relacionamento

se não utiliza de meios ardilosos.

digitais para cobrança se deve ao en-

comercial com uma pequena ou mé-

dividamento cada vez maior de jovens.

dia empresa, é importante também

Uma iniciativa que tem mostrado re-

É o que afirma o diretor do Instituto

avaliar os sócios. “Às vezes, a empresa

sultado é o uso de redes sociais para

Geoc, Jefferson Frauches Viana. “As úl-

está bem, mas os CPFs dos sócios estão

negociação de dívidas. O diretor de Re-

timas gerações não gostam de falar ao

comprometidos e, invariavelmente, a

cursos Humanos da Localcred, Marcos

telefone o tempo todo. É uma tendên-

empresa também terá problemas. É o

Ariante, explica que 52,4% dos clientes

cia sem volta.” Viana, que também é

mesmo conceito do ranking de bons

da empresa já as utilizam como canal

CEO da Way Back Recuperação de Cré-

pagadores”, explica Santana. Uma co-

de atendimento. Segundo ele, “a recu-

ditos, destaca que por não ter regula-

brança bem feita fideliza o consumi-

peração do crédito deve ser realizada

mentação, o uso de redes sociais ins-

Antes de escolher quem fará esse tra-

dor e todo mundo sai ganhando. &

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U M DI A No... texto Filipe Lopes fotos emiliano hagge

... Metrô SP 32

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


Tecnologia

em qualquer parada Em funcionamento desde 2011, a Linha 4-Amarela do metrô paulistano, a primeira parceria público-privada do País, já transportou mais de 540 milhões de pessoas entre a Luz e o Butantã

E

m outubro, a Linha 4-Amarela

mês de 2014, a linha, hoje com sete es-

do Metrô de São Paulo, operada pelo

tações (Luz, República, Paulista, Fradi-

consórcio ViaQuatro, completou três

que Coutinho, Faria Lima, Pinheiros e

anos de operação comercial. Foi a pri-

Butantã) transportou um número su-

meira parceria público-privada do

perior a 540 milhões de pessoas – mais

Brasil – modelo que separa as obriga-

de 12 vezes a população do Estado.

ções de construção da infraestrutura para o governo e de operação para a

Conhecida como a linha da interligação,

iniciativa privada, por um período de

recebe passageiros das linhas 7-Rubi,

30 anos. De outubro de 2011 ao mesmo

9-Esmeralda e 11-Coral da Companhia

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U M DI A No...

Met rô SP

Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)

bem abaixo dessa estimativa. Apesar

muita procura e poucas vagas. Antes

e das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha

disso, as escadas rolantes só ficam va-

de firmar um acordo, realizamos es-

do Metrô SP. Por isso, suas estações estão

zias nos intervalos entre os trens: quan-

tudos de viabilidade para que o novo

sempre movimentadas. O sistema do

do chegam as composições da CPTM ou

ponto comercial não atrapalhe a circu-

Metrô SP (que soma todas as linhas) es-

do Metrô, as estações se enchem e o mo-

lação dos usuários. Analisamos o tipo

tima a lotação máxima dos trens, em ho-

vimento volta a ser frenético.

de negócio – caso seja uma lanchonete,

rário de pico (das 4h40 às 10h e das 17h30

que provavelmente terá filas, não pode

às 20h), em seis usuários por metro qua-

Comércio forte

drado, mas, segundo a ViaQuatro, as

Para o comércio, o metrô é valorizado,

tenso, nem em corredores estreitos. Há

composições da Linha Amarela operam

pois o movimento é garantido. “Temos

estabelecimentos de alimentação que

ser instalada em uma área de fluxo in-

atendem 1,5 mil pessoas por dia”, explica o gerente de Gestão do Atendimento da ViaQuatro, Fabricio Nascimento. Existem os mais diversos tipos de comércio dentro das estações – operadoras de telefonia, lanchonetes e lojas de sapatos e de bijuterias. Atualmente, são 55 pontos de quiosques e estandes e 56 de vending machines – máquinas que vendem livros, alimentos, bebidas e outros produtos. O custo de aluguel depende da estação e do tipo de negócio. A publicidade também é explorada pelo consórcio nos trens e nas estações. Além dos tradicionais murais de papel com publicidade espalhados pelas estações, a Linha Amarela conta com telões de LED que transmitem uma programação que mescla notícias com publicidade e proporciona interatividade ao trânsito dos passageiros pelas estações e durante as viagens no interior dos trens. Os túneis da linha também contam com uma tecnologia canadense inédita no

Estações, trens e estruturas que compõem a Linha Amarela incorporam a mais avançada tecnologia metroferroviária

Brasil, com telas de LED que “acompanham” o trajeto do trem e passam publicidade visível aos usuários pelas janelas dos vagões.

Tecnologia no DNA Estações, trens e estruturas que compõem a Linha Amarela incorporam a mais avançada tecnologia metroferro-

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


viária. A arquitetura mescla concreto

O contraste em relação à CPTM e ao

armado com estruturas de ferro colori-

Metrô SP, sistemas mais antigos,

das e vibrantes – amarelo, vermelho e

é notável, principalmente na Luz,

azul. As "catracas" (portas de vidro) são

onde os três se encontram. Andar

sensíveis ao toque do bilhete magnéti-

pela estação da CPTM, inaugurada

co, e abrem por um sensor de presen-

em 1867, passar pela parte da Linha

ça do usuário. No interior das estações,

1-Azul do Metrô SP, de 1975, e chegar

notam-se os telões de LED que veicu-

à Linha Amarela, de 2011, é uma ver-

lam notícias e anúncios. Portas de se-

dadeira viagem no tempo.

gurança nas plataformas impedem o contato direto dos usuários com a linha

Os trens da Linha Amarela são diferen-

férrea. Em razão disso, segundo a Via-

tes dos outros trens do Metrô SP: pos-

Quatro, em três anos de operação não

suem vagões contínuos – como nas

houve nenhum caso de morte na via.

composições da CPTM, todos são in-

A arquitetura mescla concreto armado com estruturas de ferro coloridas e vibrantes – amarelo, vermelho e azul. As "catracas" (portas de vidro) são sensíveis ao toque do bilhete magnético, e abrem por um sensor de presença do usuário

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U M DI A No...

Met rô SP

terligados. A energia vem por catená-

Cérebro operacional

que não percebem a presença deles.

rias (espécie de suspensório) na parte

Toda a estrutura é monitorada 24

Segundo Fabricio Nascimento, há co-

superior da composição e não pelo tri-

horas por dia. Uma grande equipe é

municação permanente com os seto-

lho, como nas demais linhas do siste-

responsável por fazer o sistema fun-

res comercial e de manutenção, lim-

ma. Assim, quando um objeto cai na

cionar nas mais perfeitas condições.

peza e conservação para garantir o

via, os trens detectam que existe um

Os funcionários ficam em bases in-

funcionamento adequado de todas

obstáculo e param de circular até que

ternas, longe dos olhos dos usuários,

as áreas. Os problemas devem ser re-

ele seja retirado, apesar de a linha permanecer energizada. A detecção é possível graças ao Controle de Trens Baseado em Comunicação, o CBTC (sigla em inglês). Ele mantém as velocidades sempre dentro dos limites permitidos, e reguladas de acordo com a necessidade, o que garante mais segurança. Permite até que dois trens corram a 12 metros do outro com toda a segurança – a distância mínima convencional do sistema do Metrô SP é de 150 metros. Os trens também contam com o sistema driveless (sem condutor).

36

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Tudo o que acontece dentro das estações e dos trens é monitorado pelo Centro de Controle Operacional (CCO), que fica no pátio da ViaQuatro, na Vila Sônia


Mais de 700 câmeras de monitoramento acompanham, em tempo real, o movi-

A Linha 4-Amarela em números

mento em toda a extensão da linha, no

• Transporta mais de 700 mil pessoas/dia;

Nada passa despercebido pelas câmeras

• São 14 trens que operam de forma totalmente automatizada;

de segurança. Segundo a ViaQuatro, são

• Em três anos, os trens percorreram uma distância de 6,6 milhões

comuns as ocorrências que envolvem

de quilômetros, o equivalente a 165 voltas ao mundo; • Foram realizadas 682,8 mil viagens de trem em três anos, ou 99,4% das viagens programadas para o período; • O sistema conta com 55 pontos comerciais no interior das estações

interior dos trens, nas estações e no pátio de manutenção e estacionamento.

suspeitos de furto ou de violência entre usuários, que são acompanhados de perto pelas câmeras durante todo o trajeto. Graças a isso, é possível que a equipe de seguranças se mobilize e atue de

e 56 pontos de vending machines.

maneira efetiva sem provocar alarde. Outro recurso operado pelo CCO é o controle de intervalo entre os trens.

Em obras

Por meio do sistema driveless e da comunicação CBTC, que mapeia toda a

Atualmente, a Linha 4-Amarela opera com 14 trens que atendem

linha e mostra exatamente onde está

sete estações (Luz, República, Paulista, Fradique Coutinho, Faria

cada composição, é possível programar

Lima, Pinheiros e Butantã). As demais estações – Oscar Freire,

as viagens e garantir que não ocorram

Mackenzie-Higienópolis, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia – estão

atrasos. Durante o dia são, em média,

previstas para o fim de 2015. Quando o sistema estiver operando

29 ocorrências que requerem interven-

com todas as 11 estações (serão 12,8 quilômetros de extensão),

ções dos agentes da ViaQuatro; mesmo

a ViaQuatro colocará mais 15 trens, que mais do que duplicarão

assim, o intervalo entre trens nos horá-

a sua capacidade. Ao longo dos 30 anos de concessão, a ViaQuatro

rios de pico é de apenas 75 segundos.

investirá mais de US$ 2 bilhões na linha, em serviços de manutenção A Linha Amarela transporta cerca de

e na operação do sistema.

700 mil pessoas diariamente, e ocorrências como atendimentos de saúde e perdas e furtos de objetos pessoais são frequentes. O sucesso das operações solvidos sem atrapalhar a circulação

de LED de 13 metros de comprimento

depende da sincronia de toda a equi-

de trens e o fluxo das estações.

e aproximadamente 3 metros de altu-

pe, então, uma vez por semana Nasci-

ra, que mostra o mapa do sistema com

mento se reúne com os supervisores

Tudo o que acontece dentro das es-

todas as linhas, trens e equipamentos

para definir a estratégia da semana.

tações e dos trens é monitorado pelo

elétricos que fazem o complexo fun-

“O objetivo da equipe de gestão é ga-

Centro de Controle Operacional (CCO),

cionar. A equipe se reveza para acom-

rantir o sucesso do transporte público

que fica no pátio da ViaQuatro, na Vila

panhar diuturnamente a manutenção

e melhorar as condições dos passagei-

Sônia. O CCO é uma espécie de cérebro

da via e dos trens nos pátios e monito-

ros. Em três anos de operação, conta-

de todo o sistema, capaz de observar

rar todas as operações de abertura de

mos com mais de 80% de aprovação

e intervir quando houver qualquer fa-

portas das plataformas, a circulação

dos usuários. Aqui o usuário percorre

lha, evitando a paralisação das viagens

dos trens, a movimentação de pessoas

todo o sistema (do Butantã à Luz) em

ou o atraso dos trens. A sala contém

nas estações e o controle dos sistemas

apenas 12 minutos, com ar-condiciona-

dezenas de computadores e um telão

elétricos dos veículos.

do e assentos de qualidade”, diz. &

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do MixLegal Digital e MixLegal Impresso. As publicações têm dicas e informações de natureza jurídica que podem interferir no dia a dia dos negócios

USO DE PERCLOROETILENO O Projeto de Lei nº 352 de 2014, de autoria do vereador Aurélio Nomura (PSDB/SP), proíbe as lavanderias da cidade de São Paulo de utilizar o percloroetileno, composto

químico usado na limpeza a seco, também conhecido como tetracloroeteno. O produto, utilizado ainda como desengraxante de metais, é tóxico e sua principal via de

exposição é a inalação. A FecomercioSP entende que a matéria é de competência federal e já está disciplinada pela Anvisa. Na interpretação da assessoria técnica da Entidade, cabe aos órgãos municipais apenas fiscalizar a utilização do tetracloroeteno pelas lavanderias, conforme as regras já estabelecidas no âmbito federal.

INADIMPLENTES

Parcelamento

Nota Fiscal

A FecomercioSP defende que o projeto de

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou

Com a regulamentação da Lei nº 12.741 de

do Consumidor (CDC) para dificultar a

nº 384/2014, que institui o Programa de

parência Fiscal –, todas as empresas deve-

lei que sugere alterar o Código de Defesa inclusão do nome de clientes na lista de

inadimplentes dos órgãos de proteção

ao crédito será prejudicial às empresas e deve estimular o não pagamento de pen-

dências. O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 243 de 2014, de autoria do senador Waldemir Moka (PMDB/MS), prevê in-

cluir um novo inciso no artigo 39 do CDC para obrigar o fornecedor a comprovar a

realização dos contratos e a finalização da venda de produtos ou serviços para

que, então, possa solicitar a inclusão do nome do consumidor como devedor.

em primeira votação o Projeto de Lei (PL) Parcelamento Incentivado. A ideia é per-

mitir aos contribuintes inadimplentes a regularização dos débitos decorrentes de créditos tributários e não tributários. A

facilidade cobre dívidas relacionadas a impostos municipais, como ISS e IPTU, taxas

e contribuições, indenizações e obrigações de natureza contratual, geradas até 31 de

dezembro de 2012. O parcelamento prevê

redução de até 75% do valor. O texto ainda depende de uma segunda aprovação em plenário antes de virar lei e ser levado à sanção do prefeito.

2012 – mais conhecida como Lei da Transrão informar os impostos embutidos nos preços de produtos e serviços adquiridos.

A carga tributária poderá ser discriminada na nota ou no cupom fiscal, informada

em painel afixado no estabelecimento, em local visível, ou prateleiras e gôndolas. As

empresas que não disponibilizarem essas informações poderão ser multadas pelo Procon em valores que variam entre

R$ 400 e R$ 7 milhões. Deverão ser informados os tributos correspondentes a ISS,

ICMS, IPI, IOF, PIS/Pasep, Cofins e Imposto de Importação.

Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


Confira aqui na C&S os principais destaques das últimas edições do EconoMix Digital e do EconoMix Impresso. As publicações têm dicas e informações voltadas à melhoria da gestão dos negócios e à compreensão do ambiente macroeconômico

CONTRATAÇÃO DE TEMPORÁRIOS O Natal é o melhor período de vendas para o comércio, com uma média de crescimento de 30% na comparação com novembro. Para dar conta da demanda, a

estimativa é de que 163 mil trabalhadores temporários sejam contratados no

fim do ano em todo o País. Do total, 70% estão no comércio e 30% na indústria. Por tratar-se de uma modalidade específica de contratação, que busca atender

a uma necessidade transitória, o trabalho temporário é disciplinado pela Lei nº 6.019/74, regulamentada pelo Decreto nº 73.841/74, que objetivou trazer segurança para empregados e empregadores.

NEUROMARKETING

DESONERAÇÃO DA FOLHA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

A neurociência é agora aplicada ao con-

Foi aprovada a Medida Provisória

A malha rodoviária é responsável por

ralmente, na cabeça dos consumidores.

neração da folha de pagamentos para

um dos setores mais castigados pelos en-

sumo e permite às marcas entrar, liteUma das empresas de pesquisa que tem

conhecimento disso é a Nielsen, que

abriu um laboratório de neuromarketing em São Paulo. A técnica surgiu da

necessidade de entender o comportamento do consumidor. É preciso identificar os níveis de emoções negativa e positiva causadas pelas propagandas

no consumidor, bem como observar

quais são as áreas do cérebro que respondem ao estímulo. Assim, é possível

obter informações que podem nortear campanhas e preços.

nº 651/14, que torna definitiva a desocerca de 60 setores, entre outras medidas de estímulo à economia. A con-

tribuição previdenciária equivalente a 20% sobre a folha de pagamento será

substituída por uma contribuição de 1% a 2% sobre o faturamento da em-

presa, a depender do setor econômico. A MP permite ainda a reabertura do

prazo de adesão ao Programa de Recu-

peração Fiscal (Refis) para empresas e pessoas físicas renegociarem dívidas tributárias com a Receita Federal em até 180 meses.

60% do transporte de cargas do País –

traves em relação à tributação e burocracia e outros obstáculos. Estudo recente

divulgado pela Confederação Nacional dos Transportes avaliou o estado das rodovias e os problemas enfrentados pelos

usuários em geral. Foram levados em

consideração itens, como sinalização e estrutura de apoio e pavimentação. O le-

vantamento aponta 289 pontos críticos em 2014, o que representa um aumento

de 15,6% em relação aos 250 pontos apurados em 2013. No período, os investimentos federais recuaram 1%.

Leia essas notícias na íntegra, além de outras informações, nas edições que estão disponíveis no site da FecomercioSP: www.fecomercio.com.br (em Serviços/Publicações)

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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Você que é empreendedor, imagine um negócio com mais de 75 anos de experiência, funcionários especializados, acesso livre ao poder público e mais de 1,8 milhão de representantes.


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OPORT U NIDA DE S texto bismarck rodrigues


Novo Estoque P

Self storage deixa de ser exclusividade de consumidores domésticos e passa a atrair micro e pequenas empresas

especializadas em carregar materiais,

mos dez anos, o self storage foi para as

mazenar produtos? Pois existe uma

apenas carrinhos e elevadores de car-

cidades, mas as principais empresas

opção que combina praticidade e

ga para ajudar na chegada ao boxe

do mercado respondem por apenas

custo razoável: o self storage – auto-

locado. Mas os preços são acessíveis,

10% das unidades existentes nos Es-

armazenamento, em português li-

e não só para pessoas físicas e suas

tados Unidos”, conta Allan Paiotti, CEO

teral –, comum nos Estados Unidos,

“bagunças”: para empresários e seus

do GuardeAqui, principal empresa do

mas ainda em evolução no Brasil.

estoques, na relação preço/espaço/

setor no Brasil.

roblemas com o espaço para ar-

qualidade os self storages levam vanSelf storage não é serviço, é locação de

tagem diante dos concorrentes tradi-

O princípio básico do segmento é que

espaço. Essa definição é fundamen-

cionais – galpões e armazéns.

o espaço locado é uma extensão da sua

tal para entender a dinâmica de funcionamento desses locais e como eles atendem os empreendedores. Na cida-

casa – mais especificamente o “quarto da bagunça”. Foi com essa premissa

Histórico

que o mercado cresceu nos Estados

de de São Paulo, as empresas do setor

O aluguel de espaços surgiu nos Es-

Unidos, alcançando 60 mil prédios,

economizam 5% só com o Imposto so-

tados Unidos na década de 1970, ba-

90% deles operados por pequenos em-

bre Serviço (ISS) – e isso reflete na com-

sicamente como um negócio familiar

presários. De acordo com Paiotti, 75%

paração de preços entre self storages e

para utilizar terras abandonadas. Por

dos americanos que procuram os self

galpões ou armazéns.

volta de 2005, os americanos passa-

storages são pessoas físicas.

ram a ver o negócio de maneira mais Por não ser um serviço, quem procu-

profissional, mas nada que mudasse a

No Brasil, a atividade chegou, mais

ra esses locais não encontra equipes

dinâmica do mercado por lá. “Nos últi-

ou menos em meados da década pas-

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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OPORT U NIDA DE S

Novo es toq ue

sada, para atender à mesma deman-

uma grande oportunidade de negó-

da americana: os consumidores do-

cio”, explica.

mésticos. Com o tempo, no entanto, o público-alvo foi mudando e, hoje,

A localização é tão importante que o

metade dos clientes é formada por

GuardeAqui possui uma unidade na

pessoas jurídicas, que ocupam 65%

Liberdade – e se você imaginou que o

do espaço ofertado.

comércio local teve influência nessa escolha, acertou. O CEO da empresa

De fato, a realidade mobiliária dos

confirma que 85% do espaço estão lo-

grandes centros urbanos brasileiros,

cados para pessoas jurídicas, ou seja,

onde falta espaço e os custos da loca-

os comerciantes do bairro já sabem

ção de galpões e armazéns são muito

onde guardar seus estoques.

usuários, com as micro e pequenas

No Brasil, são dois tipos de players no

empresas incorporando o self storage

setor. O mais comum é a empresa fa-

como forma de reduzir despesas. “Eco-

miliar, que adaptou galpões e arma-

nomizamos, só com a troca de um

zéns para se tornarem espaços para

armazém pelo autoarmazenamento,

locação ao público. Segundo dados da

cerca de 50%, além de usarmos os bo-

Associação Brasileira de Self Storage

xes como um produto de marketing

(Asbrass), essas empresas detêm 75%

para a nossa empresa”, diz o diretor da

das unidades abertas atualmente no

Ark Logística, Luciano Paulo dos Anjos.

País. Para Hans Scholl, CEO da MetroFit,

Foto: Su Stathopoulos

altos, rapidamente mudou o perfil dos

outra empresa de self storage, a criati-

empresas, que diminuíram custos na

Anjos trabalha com armazenamento

vidade do brasileiro permite o salto do

guarda das “bagunças”.

de produtos importados e usa espa-

doméstico para o empresarial, pode

ço no GuardeAqui para estocá-los.

dar outros rumos ao mercado e criar

Encontrar pontos de venda bem locali-

Como a empresa é pequena – tem

tendências novas.

zados, espaçosos e a preços acessíveis é uma tarefa ingrata nos grandes cen-

seis funcionários –, ele prefere alugar o espaço em vez de procurar galpões.

A expectativa de Paiotti, no entanto,

tros metropolitanos. Os locais estão

“Quando o cliente pergunta em quais

é que essas empresas percam espaço

cada vez menores, mas a necessidade

condições vamos guardar os seus pro-

nos próximos anos, pois a tendência é

dos empresários de organizar o esto-

dutos, mostro fotos dos boxes. Geral-

a expansão do segundo tipo, os gran-

que e ter espaço para vendas perma-

mente ele se surpreende com a quali-

des players. Eles devem aproveitar o

necem as mesmas.

dade”, afirma Anjos.

fato de que as concorrentes familiares não pretendem investir mais do que o

Algumas empresas já descobriram

Paiotti já havia observado que seus

espaço que já têm, e isso deve inverter

que podem diminuir o estoque de

boxes estão sendo usados como um

as proporções.

mercadorias nas lojas e aumentar o

pequeno estoque, tanto que ao escolher um novo local para seu negócio,

espaço para exposição dos produtos. Assim como os estoques variáveis, os

ele leva em conta até a facilidade de

Vantagens

acesso ao prédio. “Temos de imaginar

O mercado, nascido para atender à

dos de acordo com a intenção do co-

que se o usuário se perder e não hou-

questão doméstica de o que fazer com

merciante. “Tenho lojista que aluga

ver um retorno próximo, ele muito

o que não cabe em casa, acabou se

mais boxes nos meses próximos ao

provavelmente não voltará aqui. Se

tornando uma excelente oportunida-

Natal e, conforme a mercadoria sai,

for um empresário, podemos perder

de de negócio para micro e pequenas

há a troca de boxes e a diminuição dos

44

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

boxes podem ser ajustados ou troca-


Tenho clientes que mantêm estoques reguladores e, durante o dia, usam os Veículos Urbanos de Carga (VUC) para fazer entregas onde os grandes caminhões não têm permissão para circular CEO do GuardeAqui

Allan Paiotti

Os boxes têm de 2,5 a 75 metros quadrados; os maiores têm a vantagem de poder se adaptar às necessidades do cliente. Os contratos são mensais, com pagamento adiantado. Sempre que o cliente quiser renovar, basta pagar o espaço que planeja locar no mês seguinte. “Mesmo com o contrato mensal, percebemos que a maioria dos nossos clientes fica um período entre seis e 12 meses”, avalia Scholl, da MetroFit. Como os selfs storages não oferecem um serviço, apenas a locação de espaços, não há funcionários para carregar mercadorias ao local reservado ou ao transporte. Mas e se a carga guardada for muito grande ou pesada? Cada unidade tem, no mínimo, dois elevadores de carga, além de carrinhos. Dependendo do local, tam-

custos, fatores que ele não conseguiria

neiro de 2014 guardo as mercadorias

bém há a possibilidade de entrar com

realizar em um galpão”, conta Scholl.

lá, por ser mais prático”, explica.

carros ou caminhonetes para ajudar a carregar ou descarregar, porém,

A possibilidade de modular o boxe de

Além de economizar com o espaço

mesmo que não haja, todos dispõem

acordo com as necessidades também

do ponto de venda, o empresário

de estacionamento com fácil acesso

faz com que as unidades de autoar-

também ganha com a segurança dos

aos elevadores.

mazenamento se tornem centrais de

seus produtos. Anjos, da Ark Logísti-

distribuição para e-commerce e ou-

ca, aponta que os galpões são locais

Geralmente, o acesso aos boxes tem

tras lojas. “Tenho clientes que man-

mais visados por criminosos, o que

dois níveis de segurança. Logo na en-

têm estoques reguladores e, durante o

expõe os produtos. “Muitas vezes,

trada do setor é solicitado um código

dia, usam os Veículos Urbanos de Car-

eles estão localizados em bairros

de acesso. Depois, é preciso abrir o

ga (VUC) para fazer entregas onde os

mais afastados e meus clientes não

boxe, e para isso, a empresa pede ao

grandes caminhões não têm permis-

se sentem confortáveis em deixar

usuário que leve o próprio cadeado.

são para circular”, diz Paiotti.

mercadorias lá”, afirma. Como ainda há pouca regulamenta-

Um exemplo é Marcelo Schvartzer,

ção, não se sabe ao certo qual será o

franqueado da BeerCode, rede de co-

Como funciona

mercialização especializada em cer-

O self storage tem como marca a sim-

marco regulatório não for finalizado

vejas especiais. Ele guarda o estoque

plicidade. Da escolha dos boxes ao fe-

e aprovado, o mercado deverá seguir

de seus três pontos em dois boxes do

chamento do contrato, tudo é bem cla-

agindo com cautela”, afirma Paiotti. De

GuardeAqui na região de Santo Amaro.

ro para o usuário, cujas mercadorias

qualquer forma, o que se espera é que

“Como trabalho com quiosques e não

ficam em locais acessíveis e em boas

o autoarmazenamento cresça bastan-

tenho espaço para estoques, desde ja-

condições de higiene.

futuro desse mercado. “Enquanto o

te nos próximos anos no Brasil. &

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

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GE STÃO texto bismarck rodrigues

Na ponta DO LÁPIS Planejar o futuro de seu negócio pode deixá-lo à frente dos concorrentes e com mais controle da empresa

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015


A

lguém já deve ter pergunta-

Mas, afinal, o que esse tal planejamen-

A empresa precisa conhecer seu real

do a você o que será da sua empresa

to deve trazer e como deve ser feito?

potencial e qual o cenário do mercado

no ano que vem. Se respondeu algo

Antes de tudo, é muito importante

para traçar metas reais de crescimen-

do tipo “O futuro é uma caixinha de

que o empresário e sua diretoria se

to. “Não adianta falar em ganhar R$ 1

surpresas”, atenção: 2015 nem come-

reúnam nos meses de outubro e no-

milhão em um ano se não há equipe

çou, mas já poderia ser melhor. Onde

vembro para avaliar como foi o ano

para isso e o mercado não está tão

está o seu planejamento?

que está por terminar e analisar onde

aquecido”, explica o sócio-diretor da

a empresa deve mudar. E, então, res-

Tribecca, Benno Krivkin. Há cinco anos

Planejar as ações no ano é fundamen-

ponder à pergunta: “Onde quero que

Krivkin faz planejamento da sua em-

tal para quem quer saber aonde a

a empresa esteja daqui um ano?” Res-

presa, que gere publicidade de por-

empresa pode chegar. Mesmo assim,

pondê-la não é tão simples como pare-

tais de nichos ou setores específicos

são poucos os empresários que estão

ce. Antônio Lage Terassozich, professor

de mercado. Ele conta que sua maior

preparados. Segundo Márcio Iavel-

da Fundação Instituto de Administra-

surpresa no primeiro ano foi a quan-

berg, sócio-diretor da BlueNumbers

ção (FIA), esclarece que os objetivos da

tidade de gastos que podiam ser cor-

Consultoria Empresarial, apenas 10%

empresa muitas vezes podem ser con-

tados. “Você não imagina que tenha

deles fazem planejamento para o ano

flitantes e se anularem. Por isso, é im-

tantos gastos, mas, ao colocar tudo

seguinte. A grande maioria ainda não

portante conhecer bem o negócio. “Se

no papel, percebe que dá para ajustar

perdeu o costume de confiar no fee-

um objetivo é elevar o faturamento e o

melhor as contas”, explica. Ao contro-

ling de quem está no balcão e se pre-

outro é aumentar a rentabilidade, será

lar melhor os gastos, a empresa conse-

ocupa pouco com esse tipo de gestão,

inviável alcançar ambos, pois para

gue dar benefícios aos funcionários,

constata o presidente da Associação

aumentar a receita é preciso investir

como aumento no vale-alimentação e

Brasileira de Consultores Empresariais

mais, o que, a princípio, vai diminuir a

treinamento, que ele trata como inves-

(Abracem), Carlos Medeiros.

rentabilidade”, exemplifica.

timento no próprio negócio.

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GE STÃO

Na pont a do l ápis

A contenção de gastos proporcionada

três passos: planejar, executar e

por um bom planejamento ajuda até

controlar. “É fundamental que haja

nas questões tributárias. A análise da

controle porque se aquilo que foi

Demonstração de Resultado do Exer-

combinado não estiver sendo feito, é

cício (DRE) permite escolher a melhor

necessário replanejar as ações”, afir-

opção tributária entre Simples, Lucro

ma. Esse replanejamento deve ser

Presumido e Lucro Real. Iavelberg re-

feito em meados do ano – entre maio

comenda que o empresário faça essa

e junho, de preferência –, exceto se

escolha junto com um contador de

acontecer algo muito grave.

confiança. “A categoria escolhida pelo empreendedor vale para o ano todo,

É consenso entre os consultores que

por isso, é muito importante ele ter

não existe um modelo pronto que

uma noção real de quanto pretende

sirva para todas as empresas. “Deve-

faturar e movimentar financeiramen-

-se saber quais indicativos são im-

te para não pagar mais impostos que

portantes para a companhia”, explica

o necessário”, recomenda o diretor

Terassozich. Esses dados não devem

da Blue Numbers.

ser apenas financeiros, mas também

Tecnologia e “expertise”

comportamentais. Afinal, são essas

Uma nova visão das finanças da sua

O gerenciamento de informações aju-

informações que servirão de suporte

empresa é o que as novas ferramen-

da até mesmo a descobrir se suas es-

para novas campanhas publicitárias.

tas prometem entregar aos empresá-

tratégias de comunicação estão fun-

rios, com mais controle das vendas,

cionando adequadamente. “Será que

Para quem nunca fez nenhum tipo de

das receitas e das despesas. “Isso é

estou cuidado bem da minha rede de

planejamento, o primeiro passo é pen-

crucial para empresas menores, pois

canais? Se o meu único meio de comu-

sar em uma planilha, no papel ou no

ajuda no controle apurado do orça-

nicação for a empresa, será que estou

Excel, que atenda às necessidades da

mento”, afirma Felipe Cataldi, sócio-

alcançando o meu público? Uma aná-

sua empresa. Ela servirá como contro-

-fundador da Betalabs, empresa de

lise de dados pode mostrar essas coi-

le durante o ano e balizará os planos

sistemas de gestão (ERP), plataforma

sas”, explica Medeiros, da Abracem.

do ano seguinte.

de e-commerce e software.

“Achismo” não

Mesmo trabalhando ativamente com

Essas tecnologias guardam os dados

Mas, e se você faz parte dos 90% de

tecnologia, Krivkin, da Tribecca, ain-

em um servidor na nuvem, ajudando

empreendedores que nunca fizeram

da não trocou o bom e velho Excel

a economizar espaço físico, caso ainda

um planejamento e todos os dados da

pelos sites e aplicativos que prome-

exista o uso de papel no planejamento,

empresa fazem parte do seu “achis-

tem substituir a ferramenta. “Não é

ou virtual – nada fica armazenado no

mo”? Convém começar o quanto antes

do dia para a noite que descobrimos

seu computador. O custo mensal des-

a fazer uma planilha de gastos, renda e

quais informações colher, tanto que

se serviço varia de R$ 100 a R$ 300 mil

lucro, para saber ao menos como anda

até hoje recebo ajuda de um consul-

na Betalabs. Já a mensalidade de outra

a saúde financeira do seu negócio.

tor financeiro”, explica o empresário.

empresa da área, a ContaAzul, varia de

Para ele, os brasileiros precisam de

R$ 29,90 a R$ 300. A diferença nos valo-

Primeiro, é preciso entender a impor-

aulas com noções básicas de gestão

res retrata a forma como as duas em-

tância do planejamento para o exercí-

financeira nos ensinos fundamental,

presas veem o serviço: a Betalabs realiza

cio do próximo ano. Para Terassozich,

médio e superior, inclusive para esti-

um estudo com o seu cliente e entrega

pensar o ano corretamente requer

mular o empreendedorismo.

um software que atenda às suas neces-

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Benno Krivkin

Foto: Emiliano Hagge

sócio-diretor da Tribecca

Você não imagina que tenha tantos gastos, mas, ao colocar tudo no papel, percebe que dá para ajustar melhor as contas

sidades; a ContaAzul prefere estudar

só quem tem o poder de decisão na

negócio ajuda a organizar melhor suas

todo o setor e oferecer um programa

empresa, mas também advogados tri-

ações e passa mais segurança aos fun-

padrão. “Invertemos a situação: trouxe-

butaristas, contadores e analistas. “Se

cionários", garante Iavelberg. Isso se

mos designers de outras indústrias e os

a empresa tiver condição de ter essas

reflete diretamente nas vendas: afinal,

colocamos nas ruas para entender pro-

pessoas nesse momento, é ótimo para

o consumidor vai se sentir mais con-

fundamente as demandas das empre-

alinhar a decisão”, recomenda Iavel-

fortável e confiante na loja que planeja

sas”, conta o CEO da ContaAzul, Vinicius

berg, da Blue Numbers.

suas promoções do que na concorren-

Roveda. As sugestões mais votadas no

te que age por intuição.

site da empresa também são incorpo-

Os consultores não esperam mudan-

radas às atualizações.

ças no próximo ano em relação ao

Seu negócio também ganhará poder

atual cenário econômico nacional.

de negociação. Um empresário que te-

Seja qual for o modelo adotado pelo

A Tribecca sempre realiza três pro-

nha em mãos um plano consistente e

empreendedor – planilhas ou sistemas

jeções no planejamento. Para 2015,

as finanças bem mapeadas consegue

–, é preciso ter em mente que ele será

Krivkin prevê mais um ano com a eco-

negociar melhor e angariar mais re-

um mapeamento do negócio e não fará

nomia estagnada, e, por isso, traba-

cursos com os bancos apresentando

o planejamento sozinho. “Temos do

lha com cenários pessimista, realista

seus relatórios. “Não só com as insti-

nosso lado um consultor financeiro que

e otimista. Nem sempre foi assim.

tuições financeiras, mas também com

sempre está nos auxiliando para não er-

“Houve anos em que a gente fazia um

fornecedores, que sempre dão prefe-

rarmos em nossas contas, além de nos

cenário otimista 1, um otimista 2 e

rência para quem paga em dia”, garan-

fornecer um conhecimento específico

um otimista 3, tão boa estava a nossa

te Medeiros, da Abracem.

que não temos”, explica Krivkin.

economia. Mas, agora, temos de nos adaptar”, afirma.

A menção ao consultor financeiro mos-

Caso não tenha feito o seu planejamento para 2015, ainda dá tempo. Os consul-

tra o quanto é valiosa a presença de

Reflexos e consequências

gente especializada. Por isso, na hora

O que sua empresa vai ganhar depois

do ano anterior como prazo máximo.

de pensar e de fazer o planejamento,

de tanto trabalho para fazer um pla-

Mas, convenhamos que para colocar a

é importante que esteja à mesa não

nejamento? "Saber como anda o seu

tores recomendam o fim de novembro

casa em ordem, qualquer hora é boa. &

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Se você tem um trabalho sustentável e quer contribuir para um mundo melhor, faça a sua inscrição e participe do 5º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade. As categorias são: • Empresa (Microempresa, Pequena/Média Empresa, Grande Empresa, Indústria e Entidade Empresarial); • Órgão Público; • Academia (Professor e Estudante); • Reportagem Jornalística (Rádio/TV, Jornalismo Impresso e Jornalismo Online). Fique ligado e participe.

Para conhecer outras edições e dar uma olhada no regulamento, acesse: www.fecomercio.com.br/sustentabilidade


DI V ER SIDA DE texto FILIPE LOPES

o u o t vol Popular até o fim dos anos 1980, o disco de vinil perdeu espaço para outras mídias, mas está de volta graças aos fãs que o apreciam pela qualidade do som e pelas experiências tátil e visual que ele proporciona

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A

onda vintage que varreu o

res que passam horas garimpando

mercado mundial na última década

LPs em lojas especializadas, além de

não se limitou a ressuscitar modas,

serem a escolha preferida de artistas

cortes de cabelo, mobília, eletrodo-

e historiadores que queiram entregar

mésticos e itens de decoração popu-

aos fãs um produto de personalidade

lares nos anos 1960, 1970 e 1980: ela

e mais intimista.

trouxe de volta também a paixão pelos discos de vinil, que estavam literal-

Com qualidade de som inalcançável

mente esquecidos nas prateleiras de

por outras mídias, o vinil ganha tam-

sebos e em quartos de despejo. Antes

bém no quesito experiência sensorial.

tratados como itens da “casa da vovó”,

As capas de 31 cm x 31 cm têm espaço

hoje são disputados por consumido-

para fotos e outras artes valorizadas


pelos fãs. O disco, de quase 200 gra-

de ramo e passou a vender livros e LPs

profundo desde a década de 1990. To-

mas, deve ser manuseado pela borda,

usados. Logo, tinha grande estoque. En-

das as fabricantes de vinil do País ti-

colocado para “rodar” no toca-discos

tretanto, Dias não pretendia ganhar di-

nham fechado as portas e as gravado-

e virado de lado ao fim da última fai-

nheiro com os produtos usados, então,

ras passaram a comercializar apenas

xa, o que torna mais próxima a relação

pensou em montar um centro cultural

CDs e DVDs. Reativada em 2009, a

entre produto e ouvinte, que é quem

em que pessoas que nunca viram um

Polysom é a única fabricante de discos

comanda o “show”. O gestual traz re-

disco pudessem conhecer sua sonori-

na América Latina. Nessa fase atual,

cordações aos mais velhos e nostalgia

dade. Adquiriu LPs em coleções pesso-

enfrentou períodos de extrema difi-

a quem se lembra dos pais ou avós pi-

ais e de rádios que estavam digitalizan-

culdade e sobreviveu graças à paixão

lotando o som na infância. Para mui-

do seus estoques. Chegou a comprar

dos proprietários, que só começaram a

tos outros, no entanto, ele revela uma

perto de 2 mil discos por dia.

obter lucro em 2013. “Participo do mer-

nova maneira de ouvir música, mais

cado de música desde 1979 e não via

íntima e pessoal, em um mundo cada

Em março de 2014, com mais de um mi-

com bons olhos o Brasil ser um dos dez

vez mais virtual de computadores,

lhão de LPs no acervo, criou um even-

maiores países em vendas do mundo e

iPods e mp3, que privilegiam a quanti-

to em uma rede social e promoveu um

simplesmente não possuir uma fábri-

dade em detrimento da qualidade.

feirão. Em um único dia, vendeu 9 mil

ca de vinil. Encomendar discos no ex-

discos. “O retorno foi espantoso. A ideia

terior é mais caro e apresenta muito

era fazer só um feirão. Fizemos outros

mais riscos em relação ao controle de

Quem imaginaria que o ambiente vir-

20 nas 20 semanas seguintes”, conta.

qualidade. Além disso, havia pedidos

tual da internet ajudaria a unir aman-

Sua surpresa foi ainda maior quando

de tanta gente e tantos sinais mos-

tes do vinil e desencadearia um comér-

constatou que 70% das pessoas que

trando uma forte demanda para isso,

cio próspero de discos, que na década

compravam seus produtos eram jo-

somado ao fato de amigos e artistas

de 1990 ainda registravam 40% da

vens de 16 a 26 anos. “Recebemos mui-

torcendo a favor, que nos sentimos na

produção nacional de música e, em

tas pessoas que cresceram ouvindo

obrigação de, pelo menos, tentar via-

2003, respondiam por apenas 0,2%?

discos e o feirão trouxe essa nostalgia

bilizar isso”, conta o sócio-proprietário

Fóruns de discussão sobre LPs e comu-

para eles. Todavia, a grande maioria

da Polysom, João Augusto Rosa.

nidades nas redes sociais despertaram

era de jovens que, muitas vezes, nun-

o interesse de empreendedores, que

ca tinham ouvido discos. Essa recepti-

A capacidade da fábrica é de 28 mil LPs

montaram sites para comercializar

vidade dos mais novos me deu a nítida

e 12 mil compactos por mês. A produção

os títulos a que tinham acesso, vários

impressão de que o vinil voltou para fi-

da Polysom passou de 25,4 mil discos

deles de grande valor para os fãs. Con-

car”, diz. Nos 21 feirões, foram vendidos

(LPs e compactos) em 2009 para quase

tudo, o número de discos vendidos no

100 mil LPs, com tíquete médio de R$ 5

60 mil em 2013 – crescimento de 136%

novo nicho era insuficiente para tor-

por unidade.

no período. Além do relançamento de

Ponto de encontro

nar o e-commerce forte e muitos discos foram parar em sebos e depósitos.

clássicos da música brasileira, como A antiga loja de roupas se tornou um

discos de Jorge Ben Jor, Chico Science &

grande depósito de discos usados. No

Nação Zumbi e Ronnie Von, a empresa

Foi com esse descarte de LPs que o Ca-

segundo semestre de 2014, inaugurou

também é responsável pelos lançamen-

sarão do Vinil, referência em comercia-

a segunda unidade: o Casarão do Vinil,

tos em vinil de Caetano Veloso, Zeca Ba-

lização de discos usados na região da

que oferece LPs mais conservados e um

leiro, Pitty, Ana Carolina e O Rappa. Um

Mooca, fortaleceu-se. Em 2000, o enge-

pouco mais caros (entre R$ 9,90 e R$

número crescente de artistas investe

nheiro Manoel Jorge Dias – o “Manezi-

29,90) do que o depósito. Dias quer fa-

em lançar a versão em disco simultane-

nho da demolição”, como é conhecido,

zer da Mooca a capital brasileira do vinil.

amente ao CD e aos formatos virtuais

por ser responsável pela maioria das

para comércio eletrônico. Essa opção

implosões de edifícios no País – resol-

Made in Brazil

veu montar uma loja de roupas femi-

A alta procura por LPs usados acordou

e-commerce no Brasil. O rapper Emici-

ninas no bairro, que fracassou. Mudou

a indústria de discos novos, em sono

da aproveitou a onda do LP para lançar

já é vista nas prateleiras das lojas e no

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DI V ER SIDA DE

O bol ach ão voltou

seu primeiro disco de estúdio. Auto-

e saudosistas, é para quem gosta de

intimista aos fãs contabilizam êxitos

grafado, o álbum O Glorioso Retorno de

música. Por isso, estamos seguros da

importantes. O guitarrista Jack White

Quem Nunca Esteve Aqui foi comerciali-

existência de um espaço para o vinil

(ex-integrante da banda White Stripes)

zado no site do artista, em pré-venda, a

neste ‘mundo digital’. O formato pode

lançou seu segundo álbum solo, Laza-

R$ 80. Em CD, custava R$ 18.

não dominar o mercado, mas vai pro-

retto, em vinil em junho de 2014 e ven-

porcionar muita alegria”, afirma.

deu 40 mil cópias na primeira semana.

Rosa não acha que o vinil tenha retor-

De acordo com a revista especializada

nado para acabar com os outros for-

Efervescência mundial

matos, tampouco que vá competir com

A “volta” do vinil não é um fenômeno

vinil – a maior marca de vendas deste

a facilidade da música via download.

observado apenas no Brasil. Segun-

formato de mídia desde 1991. Bateu AM,

“Acredito que possa surgir um novo

do dados da Nielsen Soundscan, que

da banda Arctic Monkeys, o segundo vi-

público se houver um bom vinil e um

acompanha as vendas de produtos de

nil mais vendido de 2014 (29 mil cópias),

CD da mesma música. É sempre bom

música e vídeo nos EUA e no Canadá,

e Random Access Memories, da banda

lembrar que a digitalização está fa-

houve aumento de 33% nas vendas

Daft Punk, o mais vendido de 2013.

zendo com que a música seja cada vez

de discos de vinil nesses mercados em

mais descartável e menos perene. O

2013. Os artistas que investem no for-

O Brasil também atrai a atenção de grin-

vinil não é apenas para colecionadores

mato para oferecer uma opção mais

gos de olho no aumento da procura. É o

Billboard, já vendeu 60 mil cópias em

VINIL x CD Disco de vinil

CD

• O long play (LP) tem capacidade para armazenar 45 minutos de música (22’30 de cada lado). No compacto extended play (EP) cabem apenas quatro faixas (duas de cada lado) por unidade;

• Tem capacidade para armazenar 80 minutos de gravação (só de um lado);

• O modo de gravação é analógico, com ranhuras que são reproduzidas por toca-discos; • Requer manejo manual para troca de lado;

• O aparelho permite escolher faixas ou reprodução aleatória; • Com apenas 12 cm de diâmetro, pode ser reproduzido em aparelhos móveis e toca-CDs em automóveis;

• A qualidade do som é superior à das outras mídias;

• O espaço reduzido nas capas não permite muitos encartes nem muita arte na embalagem;

• R iscos interferem na reprodução: fazem com que a agulha pule ou repita trechos;

• Deteriora com facilidade por causa da temperatura elevada dos equipamentos de reprodução;

• Não deteriora com o tempo se guardado em ambiente seco e protegido do calor;

• R iscos interferem na reprodução: não precisa de agulha, mas o leitor óptico pula e repete trechos.

• A capa de 31 cm x 31 cm permite mais fotos, letras e artes; • Por causa do tamanho, só pode ser ouvido em aparelho fixo.


Manoel Jorge Dias do Casarão do Vinil

Se houver diminuição dos impostos e incentivos para o setor, o vinil continuará crescendo. A indústria brasileira pode atender tanto a demanda nacional quanto a latino-americana

66% do preço final). “Além de os impostos serem altos, as matérias-primas – PVC, combustível, acetatos – são caras. Não se trata de monopólio, mas de manter a fábrica aberta e funcionando. É isso que dirige a decisão dos preços”, Foto: Emiliano Hagge

explica Rosa. Para ele, se o governo desonerasse o produto ajudaria a acelerar o desenvolvimento do segmento. “Se houver diminuição dos impostos e incentivos para o setor, certamente ele vai continuar a crescer e irá ainda mais longe. A indústria brasileira pode aten-

caso de dois franceses que moram em

tre Poly-Rythmo de Cotonou, sucesso

der tanto a demanda nacional quanto

São Paulo e que estão investindo em re-

no Benin, país da África ocidental, nos

a latino-americana”, garante Dias.

lançamentos de vinis de afrobeat (que

mesmos moldes do LP de Fela.

fizeram sucesso no continente africa-

Quem tem vontade de ouvir discos

no nos anos 1970). Em parceria com o

Desafios do formato

selo alemão Analog Africa, Frederic Thi-

Apesar da forte demanda pelos LPs, o

ou um toca-discos tem duas opções.

phagne e Matthieu Hebrard, donos do

mercado brasileiro ainda precisa su-

Equipamentos usados, da época em

selo Goma Gringa, lançaram em 2013 o

perar alguns obstáculos para crescer.

que os LPs eram comuns nos lares

vinil de Sorrow, Tears and Blood, da len-

Ainda que os fãs apreciem a qualida-

brasileiros, são encontrados em sites

da nigeriana Fela Kuti. Foram apenas

de agregada e estejam dispostos a pa-

de vendas pessoais, como o Mercado

500 cópias, com capas fiéis às produzi-

gar mais pelo produto, o disco custa

Livre, por em média R$ 2 mil. Quanto

das nos anos 1970 feitas artesanalmen-

em média quatro vezes mais do que o

a produtos novos, existem no merca-

te, vendidas a R$ 69 no site dos france-

CD. A culpa é do custo de produção e

do várias opções, mas os preços tam-

ses e a R$ 75 nas lojas físicas. Agora, eles

da carga tributária pesada (impostos

bém são salgados: em média, eles

preparam um lançamento da Orches-

como PIS/Cofins, ICMS e IPI perfazem

de vinil e quer comprar uma vitrola

custam R$ 1 mil. &

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T ECNOL OGI A texto ANDREA RAMOS BUENO

Implantar recursos tecnológicos no

que uma simples etiqueta, uma ante-

varejo não implica grandes mudan-

na e um software oferecem um mun-

ças – às vezes, elas são imperceptí-

do de possibilidades para cada peça,

veis à primeira vista – nem investi-

desde a sua saída do centro de dis-

mentos exorbitantes. O importante

tribuição até o momento em que ela

mesmo é estar atento aos benefícios

deixa a loja nas mãos do consumidor.

que esses recursos podem trazer ao

O

negócio, seja na parte operacional,

Ao deixar a fábrica ou o local de onde

seja na questão visual para atrair o

o produto sai para ser entregue ao

cliente. E procurar o que se ajusta ao

varejo, a etiqueta permite o registro

seu caixa.

da saída. Se a peça aparecer na nota fiscal, mas não estiver no estoque, é

A revolução causada pelo omni channel

possível saber se extraviou no cami-

faz com que as lojas físicas se vejam

nho e se deu ou não entrada na loja. Se

obrigadas a apostar em atrativos para

for furtada, a etiqueta acusa e indica

volume de vendas está

os clientes e em recursos que otimi-

exatamente o que está sendo levado

dentro do previsto. Os clientes estão

zem sua operação e ajudem na redu-

– diferente das plaquinhas de plás-

satisfeitos. O que mais pode ser feito

ção de custos e perdas. “Ter boa gestão

tico fixadas nas roupas por um pino

para incrementar o negócio ou para

e identificar quem são, onde estão e do

utilizadas na maior parte das grandes

melhorar a performance? Ainda há

que gostam seus clientes não é mais

lojas, que emitem um sinal sonoro

lacunas a serem preenchidas. Para

um diferencial competitivo. O consu-

quando a peça deixa a loja e sua saída

não chamar esses espaços de falhas

midor tem de ter condições de se auto-

não foi registrada pelo caixa.

a serem corrigidas, digamos que

atender”, alerta a CEO da Vip Systems

existam oportunidades de melhoria.

Informática, Regiane Relva.

Boa parte das soluções para melho-

Etiqueta esperta

rar o desempenho de um negócio

Uma tecnologia bastante útil – e que

etiqueta, quando levada para o pro-

que venda produtos ou preste servi-

vai muito além do que Regiane con-

vador, equipado com um monitor, au-

ços está na tecnologia. A boa notícia

sidera imprescindível em termos de

menta as chances de venda de outras

é que ela é acessível a micro e peque-

facilidade para o cliente – é a Radio-

peças. O cliente vê roupas e acessórios

nas empresas.

Frequency Identification (RFID), em

que combinam com aquilo que está

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A etiqueta RFID permite ainda a interatividade, um chamariz para o consumidor entrar na loja. Uma calça com a


o negócio é

TECNOLOGIA Recursos tecnológicos, muitos deles simples e baratos, ajudam a se aproximar dos clientes e a aumentar as vendas

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T ECNOL OGI A

O negócio é tecnolog i a

provando; além disso, uma mensagem

para incrementar as vendas. Um confei-

curiosidade das pessoas e as atraio à

é enviada ao tablet ou smartphone do

teiro fazia bolos e outros doces diante

loja, consigo fazer com que elas per-

vendedor, que pode ir providenciando

dos clientes. As habilidades do profissio-

maneçam mais tempo dentro dela e

os produtos sugeridos pelo software e

nal e o aroma do chocolate chamavam a

gero comentários, propaganda entre

oferecê-los ao cliente.

atenção dos adultos, mas como desper-

os clientes”, explica.

tar a curiosidade das crianças? O Supermercado Mairinque, na cidade

O estabelecimento ainda usou a tec-

de mesmo nome, na região de Soroca-

Novamente a tecnologia entrou em

nologia de radiofrequência para resol-

ba, é um bom exemplo de como o uso

ação: a pedido do supermercado, a Vip

ver um dos maiores problemas desse

da tecnologia pode mudar a percepção

Systems desenvolveu um jogo interati-

tipo de negócio: a constante mudan-

do público em relação a uma loja física.

vo em que as crianças brincavam, em

ça de preços. Boa parte das gôndolas

Preocupados em fazer com que o esta-

um tabuleiro, com um coelho virtual e,

tem o preço dos itens exposto em uma

belecimento esteja presente na me-

ao fim do jogo, ganhavam um brinde

pequena tela digital. Ao ser decida a

mória dos clientes associado à inova-

de Páscoa. A expectativa era vender 9%

promoção de uma marca de sabão em

ção e à capacidade de surpreender, os

a mais em relação ao ano anterior, mas

pó, por exemplo, não é necessário ir

proprietários deram início em 2010 a

o crescimento das vendas foi de 19%.

até onde o produto está e trocar a eti-

uma ação que uma vez por ano agita a

queta. A mudança feita no sistema já

pequena cidade, de 43 mil habitantes.

Perin dá uma lição de como ações

altera o preço na plaquinha da gôndola, o que economiza tempo e trabalho

gócio. “A população da cidade tem

e evita problemas com o cliente, que

loja, sorteia um jantar para cem clien-

pouco acesso a entretenimento. Ao

pode ver um preço no site e encontrar

tes no Dia dos Namorados. Cada ga-

oferecer algo diferente, aumento a

outro na loja.

queta de RFID. No salão do clube onde o jantar é oferecido, antenas captam as informações dessas etiquetas e abrem o show. Ao entrar no local do evento, cada casal é surpreendido com diferentes imagens. Na chegada, flores são projetadas no chão, formando um tapete por onde as pessoas passam. Uma foto do casal, feita previamente, é projetada em um telão. Um dos proprietários, Gustavo Perin, explica que, nesse evento, a tecnologia tem uma finalidade específica: “Ela entra para encantar a pessoa, e não para segurar o cliente na loja”. A continuação do show fica por conta do bufê e da banda. No supermercado propriamente dito, o uso de alguns recursos simples já se mostrou bastante eficiente. Na Páscoa, o estabelecimento decidiu fazer demonstrações de receitas com chocolate

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A tecnologia entra para encantar a pessoa, e não para segurar o cliente na loja Gustavo Perin

nhador recebe uma rosa com uma eti-

Foto: Edeson Souza

simples podem incrementar um neO Mairinque, que tem apenas uma

sócio do Supermercado Mairinque


Tendo a criança como principal cliente, a Ri Happy não oferece alternativa senão utilizar recursos tecnológicos para estar em dia com os desejos dos pequenos. Em uma loja conceito instalada em um shopping de Brasília, a rede decidiu explorar ao máximo a interatividade: vitrine com tela de 55” e videogame com jogos interativos; um encarte que pode ser folheado no monitor; jogo da memória e provador virtual, onde a criança se vê vestida com a fantasia do super-herói preferido; campo de futebol virtual. Tudo para o cliente experimentar antes

Caminhão de ideias

nação e cores que favorecem a visuali-

De acordo com informações da Vip

zação dos produtos, de layout de pro-

Systems, um kit de RFID, com hardwa-

vador, de onde colocar produtos em

“A gente busca sempre ações lúdicas

re e software, pode sair por R$ 16 mil,

promoção que precisem de destaque

e a marca queria um direcionamen-

e cada etiqueta por R$ 0,40. Se esses

e de como usar recursos tecnológicos.

to novo, porque as crianças estão

valores ainda são altos para o dono de

de decidir o que vai levar para casa.

conectadas e querem tocar nos pro-

uma microempresa ou um negócio

O consultor do Sebrae-SP, Gustavo

dutos. Isso faz com que elas perma-

que está apenas começando, o Sebrae-

Carrer, destaca ainda o uso de progra-

neçam mais tempo na loja”, explica

-SP dá dicas valiosas que demandam

mas que mostram o comportamento

o diretor técnico da Ri Happy, Marcio

baixo investimento, ou simples mu-

do consumidor no estabelecimento,

Barboza. Ele lembra que a tecnologia

danças no layout da loja.

como os chamados “mapas de calor”.

está disponível para todos os tama-

Um software processa as imagens da

nhos de empreendedores. “Você pode

Aumentar o tamanho do provador, co-

loja e identifica quais áreas são visita-

gastar de R$ 10 mil a R$ 100 mil. É pre-

locar uma poltrona para que o acom-

das por mais clientes e onde eles ficam

ciso mudar esse pensamento de que

panhante de quem estiver provando

por mais tempo. “Às vezes, isso signi-

só os grandes podem ter acesso aos

a roupa possa entrar junto; instalar

fica redesenhar o layout da loja”. Ou-

recursos mais modernos”, conclui.

vários ganchos para pendurar roupas

tra tecnologia muito parecida é a que

e bolsas; e usar o tipo de iluminação

mostra os horários em que há maior

Implantar tecnologia no negócio não

correta, que não altera a cor do pro-

movimento. “Isso possibilita fazer es-

significa necessariamente adquirir

duto, são algumas mudanças que po-

calas de vendedores com maior plane-

algo sofisticado. Começar pelo uso

dem precisar a escolha do cliente por

jamento. Dá subsídios para o empresá-

de redes sociais (como o Facebook e o

uma determinada loja.

rio reorganizar seu negócio”, explica.

Instagram) e de aplicativos de troca

O Sebrae-SP oferece uma carreta iti-

Criança no radar

nerante que percorre o Estado com

Observar como uma marca grande –

tar as vendas e aproximar o cliente

orientações para lojistas valiosas e fá-

que tem de aderir aos recursos que a

de uma marca ou loja, mesmo que

ceis de serem implantadas. No veículo,

interatividade proporciona porque seus

ela seja muito pequena, a custo zero.

que fica uma semana instalada em

clientes demandam isso – tira proveito

Exige apenas dedicação para postar

cada cidade, foi montada uma loja de

da tecnologia mostra o quanto os em-

com frequência, informando o cliente

55 metros quadrados. Em uma visita

presários de micro e pequenos negócios

sobre novos produtos e promoções.

de 20 minutos, é possível ver exemplos

têm a explorar no que diz respeito à tec-

Assim, ele se mantém atualizado e

de como montar uma vitrine, de ilumi-

nologia, a despeito de suas limitações.

de mensagens de texto, áudio e vídeo (como o WhatsApp) pode incremen-

não esquece da marca. &

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AGE N DA C U LT U R A L TEXTO priscila oliveira

Chova-se Erica Mizutani produz um mural para o Sesc Consolação em que apresenta personagens oníricas com forte influência pop oriental. Mizulina, personagem principal da artista, aparece vestida de flores e minhocas e jorra chuva em si mesma. A obra é produzida diante do público. O processo é filmado em vídeo, que estará disponível para o público ao lado da obra final.

Fotos: divulgação

Onde: Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque Quando: até 3/1/2015 de seg. a sex., às 7h, e aos sábados, das 10h às 19h Informações: (11) 3234-3000

Ancestrais, de Eduardo Ver, nasceu da observação da geometria na natureza, fenômeno único e fascinante que remete a ideais de equilíbrio e proporção, padrão e regularidade, harmonia e beleza, ordem e perfeição. O artista usa a xilogravura para a produção das imagens que utiliza em suas colagens e intervenções e desenvolve temas que contam tanto histórias pessoais como religiosas.

Onde: Sesc Ipiranga Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga Quando: até 4/1/2015 de ter. a sab., das 8h às 21h30 Informações: (11) 3340-2000

Ancestrais Impressões da Alma 60

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Três personagens relembram antigos “causos” e modas de viola. “Causos” de pescador, de assombração, de beatas e casamenteiras são revividos de forma bem-humorada intermeados por um cancioneiro tradicional de modinhas e de músicas compostas pela própria companhia em homenagem a tradições brasileiras, como o maracatu, o bumba meu boi, a catira e o samba de roda.

Onde: Sesc Santo Amaro Rua R. Amador Bueno, 505 – Santo Amaro Quando: 28/12, das 14h às 15h Informações: (11) 5541-4000

Velhas Violas, Novas Lembranças

Os esportistas Os palhaços Fubeco, Prisguiscila, Borslândia e Rosardo, por meio de um divertido jogo de aprendizagem de nossas atividades cotidianas, falam de esportes no verão.

Onde: Sesc Belenzinho Rua R. Padre Adelino, 1.000 – Belém Quando: 20/12/2014 a 1/4/2015, aos domingos, das 10h às 14h Informações: (11) 2076-9700

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ROT E IRO SP TEXTO Bismarck Rodrigues

Para os fanáticos Vários roteiros em São Paulo contam a história do futebol. Conheça alguns deles: Memorial das Conquistas

Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1 – Jardim Leonor Horário de funcionamento: de terça a sexta, às 10h, 12h, 14h e 15h30; sábados, às 10h30, 11h30, 12h30, 13h30, 14h30 e 15h30; domingos, às 10h30, 11h30, 12h30, 13h30 e 14h30. Estacionamento gratuito (portões 1 e 2) Ingressos: R$ 25 (adultos); R$ 20 (sócios-torcedores) O São Paulo Futebol Clube abre as portas do Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para visitas ao vestiário, à beira do campo, à sala de imprensa e ao memorial do clube. A visita é acompanhada por um guia, que mostra as glórias do tricolor paulista e as dependências do estádio. O visitante pode usufruir das lojas e dos restaurantes instalados no local.

Rua Princesa Isabel, s/n – Vila Belmiro, Santos Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 9h às 19h Ingressos: visita simples – R$ 8 (inteira) / R$ 4 (meia) visita monitorada – R$ 13 (inteira) / R$ 6,50 (meia); Um espaço de 380 metros quadrados para contar 102 anos de história. Eis o Memorial das Conquistas, museu do Santos Futebol Clube, aberto há 11 anos. O Memorial oferece dois tipos de visita: a simples em que o visitante tem livre acesso à arquibancada principal do estádio e ao museu, e a monitorada, com um serviço especial, em que o visitante é levado às laterais do campo e conhece os camarotes, os vestiários e a sala de imprensa.

Fotos: divulgação

Morumbi Tour


Praça Charles Miller, s/n Estádio do Pacaembu – Pacaembu Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h (com permanência até as 18h). Horário diferenciado em dias de jogo. Ingressos: R$ 6 (inteira) / R$ 3 (meia). Aos sábados, entrada franca A casa do futebol paulista fica no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. No Museu do Futebol, o visitante viaja pela história do esporte no Brasil, com muitas curiosidades, objetos antigos e homenagens aos principais craques nacionais, com direito a conhecer as arquibancadas.

Museu do Futebol

Parque São Jorge

Rua São Jorge, 777 – Tatuapé Horário de funcionamento: Visitas monitoradas – aos sábados, domingos e feriados às 10h e às 12h, percorre o memorial e as dependências do clube. A visita pode ser agendada pelo telefone (11) 2095.3000, ramal 3175. Apenas o memorial – de terça a sexta, das 10h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. Ingressos: de terça a sexta-feira R$ 8 (inteira) / R$ 4 (meia); sábados, domingos e feriados R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) O Sport Club Corinthians Paulista já tinha uma casa antes da Arena Corinthians. O Parque São Jorge, que até os anos 1980 recebia jogos do time profissional, hoje é o ponto alto da visita às dependências alvinegras, que incluem capela, parque aquático, restaurantes e lanchonetes. Também é possível visitar o memorial do clube.


A RT IG O por MARCELO CORREA

O impasse das sacolas plásticas

O

para avaliar o modelo padronizado de sacolas. Só então será possível uma análise abrangente de sua viabilidade. O Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, que prima pelas boas práticas de preservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de

município de São Paulo enfren-

É válido lembrar que enquanto não

vida, avalia a medida como positiva,

ta desde 2011 o problema da distribui-

houver a mencionada regulamenta-

como afirma o seu presidente, José

ção, pelos estabelecimentos comerciais,

ção, não existe previsão de fiscalização

Goldemberg: “A própria sacola poderá

de sacolas plásticas para o acondiciona-

e, portanto, de imposição de penalida-

ser reciclada e servirá como instrumen-

mento e o transporte dos produtos ad-

de por parte da prefeitura.

to para que a população receba educa-

quiridos pelos consumidores.

ção ambiental para a coleta seletiva. É Nesse sentido, o acórdão do Tribunal

importante que as pessoas entendam,

A questão, que se originou com o ad-

de Justiça, que foi publicado no dia 4

também, a necessidade da separação

vento da Lei Municipal nº 15.374, de

de novembro, poderá ainda originar

dos resíduos recicláveis e, assim, evitem

2011, que proíbe a distribuição gra-

um recurso à instância superior por

desperdícios e contribuam para uma

tuita ou a venda de sacolas plásticas

parte do autor da ação, o que preju-

em todos os estabelecimentos co-

dica a regulamentação da lei no mo-

merciais do município de São Paulo,

mento, uma vez que a Lei Orgânica do

ganhou repercussão e novos rumos

Município veda essa possibilidade nas

nos últimos meses.

ocorrências em que a lei for objeto de ação direta de inconstitucionalidade,

O Tribunal de Justiça do Estado de São

como é o caso.

Paulo, que havia decidido em sede de liminar pela suspensão da lei em

A FecomercioSP considera importante

questão, mudou seu entendimento

observar que, caso a regulamentação

e julgou, no último dia 1º de outubro,

seja possível e de fato ocorra, será im-

no sentido da constitucionalidade da

prescindível a participação ativa das

norma municipal.

categorias econômicas diretamente envolvidas no assunto, uma vez que as en-

Entretanto, no último dia 13 de no-

tidades filiadas não foram consultadas

vembro o prefeito Fernando Haddad

e não se posicionaram sobre o assunto.

se pronunciou em sentido contrário à decisão, informando que permiti-

A FecomercioSP aprova a alternativa

rá a distribuição de sacolas plásti-

anunciada pelo prefeito, desde que seja

cas, desde que produzidas em um

atendida a proposta de acondiciona-

formato padronizado, que deverá ser

mento dos resíduos sólidos destinados à

apresentado no prazo de 60 dias a

coleta seletiva, contribuindo para a sua

contar daquela data. Complementou

destinação ambientalmente correta.

com a informação de que tal permissão se daria pela regulamentação

Para tanto, é fundamental aguardar o

da Lei nº 15.374/11.

prazo de 60 dias estabelecido por ele

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edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

cadeia de reciclagem eficiente.” &

Marcelo Correa é assessor jurídico da FecomercioSP


PROF ISSÕE S DO F U T U RO por Bismarck Rodrigues

Pós-graduação em mobilidade urbana Senac busca contribuir para a solução do problema

dos engarrafamentos e dos transportes públicos com pós-graduação em mobilidade urbana

O

O profissional formado terá conhecimento para responder a demandas e propor projetos relacionados à mobilidade urbana, desde a elaboração de planos urbanísticos até o design de veículos. “Inquestionavelmente, há uma necessidade emergencial de se pensar e propor soluções que fomentem políticas de planejamento integrado, que encorajem mudanças e que promovam um novo pensamento baseado na gestão estratégica da mobilidade”, avalia a coordenadora do curso. As principais oportunidades nesse setor estão na área pública, em prefeituras e secretarias. Mas, também

caos no trânsito e nos trans-

portes públicos das grandes metrópo-

denadora da área de Design e Arquite-

há espaço em escritórios de arquite-

tura da entidade, Letícia Albuquerque.

tura ligados a políticas públicas e em

les brasileiras é um tema que sempre

escritórios de design de arquitetura.

está em pauta, mas não se sabe ao cer-

Para ela, o gargalo está na falta de in-

O curso, entretanto, não está voltado

to por onde começar e não há receita

tegração entre os transportes e a for-

apenas para a área de arquitetura e

de como fazer para mudar essa situa-

ma como eles estão crescendo. “As pre-

urbanismo. “Todos estão de olho nisso,

ção. Atento à urgência de se melhorar a

feituras tentam resolver os problemas

pelas possibilidades de crescimento

mobilidade urbana, principalmente em

localmente. Não olham o macro para

que oferece e pelo protagonismo que

São Paulo, o Senac-SP concebeu um cur-

avaliar as consequências de alguns

o assunto passou a ter recentemente”,

so voltado não apenas para os transpor-

atos”, explica.

avalia Letícia. As inscrições vão até 26

tes públicos, mas que abrange todas as possibilidades de mobilidade urbana.

Abordagem abrangente

de fevereiro. &

O curso vai atuar nas áreas de planejaTrata-se do curso de pós-graduação de

mento público, política urbana, entor-

Pós-graduação

Design de Mobilidade Urbana, que vai

no, design do transporte e interfaces

Design de Mobilidade Urbana

formar profissionais capacitados a pro-

dos sistemas de transporte, além de

Local: Centro Universitário Senac –

por práticas sustentáveis e amigáveis

outras disciplinas que darão suporte

Santo Amaro | Avenida Engenheiro Eusébio

para o deslocamento das pessoas. “O

ao tema proposto. A metodologia será

Stevaux, 823 – Santo Amaro, São Paulo

que existe no mercado atualmente é

pautada pela criatividade, baseada

Inscrições: de 15/10/2014 a 26/2/2015

mais voltado para os transportes. Nós

em ferramentas de desenvolvimento

Início: 1º semestre de 2015

vimos que poderíamos ir além e pensar

integrado de produtos, serviços e am-

Valor da inscrição: R$ 50

no planejamento urbano como forma

bientes, e pelo design estratégico, vol-

Mais informações:

de solucionar o problema”, avalia a coor-

tado para atividades mais complexas.

www.sp.senac.br/posgraduacao

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

65


L I V ROS

Dicas de leitura

Regras do varejo O mundo do varejo está em transformação. Tecnologia em rápida evolução, globalização e saturação de ofertas de acesso instantâneo a milhares de pro-

Privacidade digital

Proatividade

Você acredita que suas senhas, transa-

O que é proatividade? Segundo os au-

cedentes de expectativa. O impacto

ções financeiras e demais informações

tores, essa é a qualidade que todos de-

dessas mudanças é tão profundo que

online estão a salvo dos olhares furti-

sejam ter tanto na vida profissional

50% dos varejistas e das empresas de

vos de possíveis fraudadores? O me-

quanto pessoal, porém, a grande difi-

consumo não sobreviverão aos próxi-

teórico aumento de dados potenciali-

culdade é saber qual o caminho ade-

mos anos. Modelos de negócios tra-

za a cobiça de interesses escusos em

quado para consegui-la. No campo da

dicionais serão extintos e as relações

busca do acesso a informações priva-

estratégia, ser proativo significa perce-

entre fornecedores e consumidores

das e da ruptura dos limites de segu-

ber a mudança antes dos concorrentes,

mudarão dramaticamente. Neste livro,

rança de sistemas digitais. Neste livro,

e até criar a mudança de forma delibe-

os especialistas Robin Lewis e Michael

Denny Cherry ensina como os profis-

rada. É ir além da adaptação e da rea-

Dart identificam as forças por trás des-

sionais ligados à tecnologia da infor-

tividade. O livro é direcionado àqueles

sas mudanças e os modelos de negó-

mação podem manter enormes ban-

que têm o espírito empreendedor e se

cios que estão respondendo ao merca-

cos de dados em segurança, ao passo

preocupam com questões como inova-

do moderno. Eles traçam os perfis dos

que aborda situações típicas e dúvi-

ção, conquista de novos mercados e lu-

gigantes da indústria, como Wrangler,

das frequentes de usuários domés-

cratividade, além de se importar com

The North Face, Starbucks, Ralph Lau-

ticos sobre como armazenar com se-

as pessoas. De leitura simples e obje-

ren, Apple, Gilt Groupe e Amazon, para

gurança informações pessoais online,

tiva, é um manual que visa auxiliar o

descobrir por que alguns varejistas são

criar nomes de usuário e senhas segu-

leitor a entender o mundo de grandes

tão bem-sucedidos. O texto detalha as

ras, e participar de redes sociais, sem

mudanças e, assim, construir estraté-

diretrizes responsáveis pelas histórias de

comprometer sua privacidade.

gias proativas de negócio.

sucesso no varejo das últimas décadas.

Fundamentos da Privacidade Digital

Estratégias Proativas de Negócio

As Novas Regras do Varejo

• Denny Cherry • Campus Elsevier

66

• José Araújo, Rogério Gava • Campus Elsevier

edição 36 • janeiro | fevereiro • 2015

dutos e serviços criam níveis sem pre-

• Michael Dart, Robin Lewis • Figurati



Quer ultrapassar as fronteiras do mercado? A Fecomercio Internacional é o parceiro perfeito para aumentar o rendimento da sua empresa e auxiliar empreendimentos estrangeiros no Brasil.

A consultoria identifica parceiros, estuda a visibilidade de negócios, facilita o networking, proporciona um atendimento personalizado, além de realizar seminários, rodadas de negócios e muito mais. Saiba mais sobre as nossas últimas ações: em outubro de 2014, a FecomercioSP organizou a rodada de negócios Bring IT ON, com 26 empresas colombianas de softwares e soluções de conteúdo digital interessadas em fazer negócios no Brasil.

Já no mês de novembro de 2014, a Fecomercio Internacional e a UPS promoverão um seminário focado nas pequenas e médias empresas brasileiras com atividades de exportação/importação. No evento será apresentado o estudo da UPS sobre as melhores práticas e estratégias adotadas para operações de comércio externo, cases de sucesso, troca de experiências e networking, além de orientação e serviços especializados.

Para mais informações, envie um e-mail para contato@fecomerciointernacional.com.br ou ligue para (11) 3254 -1732.


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