Nº 147 ano 12 ago 2015
O boom do BIM Modelo que eleva a eficiência das empresas tem despertado o interesse das construtoras brasileiras
West Towers, em Alphaville: obra executada em BIM
ENTREVISTA DO MÊS Rodrigo Garcia
OPINIÃO Eduardo Zaidan, Lucio Soibelman, Rodrigo Luna w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r
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notícias da construção // agosto 2015
editorial
Um mínimo de governabilidade José Romeu Ferraz Neto Presidente do SindusCon-SP
A
crise econômica alimentada pela crise política acentuou o declínio da construção. O cenário no início de agosto se caracterizava por obras sendo concluídas sem novas para iniciar, pagamentos atrasados por falta de recursos públicos, vendas em queda dos estoques de imóveis, lançamentos imobiliários adiados, dificuldades na obtenção de financiamentos e escassez de novos contratos. No início de 2015, o SindusCon-SP e a FGV estimavam que, para uma queda de 1,5% do PIB, o produto da construção cairia 5,5% neste ano. Agora, preveem que, para uma queda do PIB de 2%, o declínio do nosso setor será de 7%. Com viés de baixa. A sondagem nacional realizada em julho pela FGV mostrava que apenas 9,5% dos empresários do setor pretendiam aumentar o contingente de pessoal empregado nos três meses seguintes, enquanto 43,4% iriam reduzi-lo. O dado reforçou a previsão do SindusCon-SP de que o nível de emprego no setor deverá se reduzir em 480 mil postos de trabalho ao longo de 2015, retrocedendo ao patamar de maio de 2010. Não será surpresa se o corte acabar sendo maior. Na esfera política, o sindicato junta forças com a CBIC e outras
entidades da construção. Atua no Executivo para buscar equacionar os atrasos de pagamentos de obras e colabora na formatação da Fase 3 do Programa Minha Casa, Minha Vida, que o governo promete anunciar em 10 de setembro. Espera-se que o governo não adie mais uma vez esse anúncio. Mesmo que não haja resultados práticos em 2015, ao menos o setor da construção poderá se planejar para a prometida contratação
ESPERA-SE QUE O GOVERNO NÃO ADIE MAIS UMA VEZ O ANÚNCIO DO MCMV3 de mais 3 milhões de moradias até 2018. E uma inequívoca sinalização positiva será dada ao mercado. Ao Legislativo, o setor da construção tem oferecido propostas alternativas tanto aos excessos do ajuste fiscal como a mais rombos nas contas públicas. Lutamos por uma redução da desoneração menos prejudicial para todos. Propusemos elevar a remuneração dos depósitos no FGTS por meio de uma repartição dos resultados da
movimentação financeira do fundo, em vez da elevação de seus juros. Mas a crise política se acirrou de tal maneira que no início de agosto os investimentos escasseavam ainda mais e o ajuste fiscal parecia uma miragem distante. As entidades empresariais, dentre as quais o SindusCon-SP, exigiam a restauração da governabilidade, condição indispensável para estancar a crise e não perdermos de vez o grau de investimento. Se esta restauração ocorresse, o País poderia impulsionar medidas que promovessem um ajuste fiscal de qualidade, acompanhado de uma agenda positiva para a reversão da paralisia econômica, preparando o terreno para reformas futuras que corrijam a crise estrutural das contas públicas. Estaria assegurado, assim, o restabelecimento gradual da confiança dos investidores. Mas é preciso admitir que ainda haverá um longo percurso até chegarmos a esse novo cenário. Por ora, sem fôlego financeiro no poder público e com uma economia que não suportaria novos aumentos da carga tributária, a expectativa é de que Executivo e Legislativo se empenhem na reparação dos estragos cometidos, buscando o resgate de um mínimo de governabilidade. www.sindusconsp.com.br
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Sinco Engenharia
Sumário // agosto 2015
12 capa BIM GANHA ESPAÇO NO MERCADO BRASILEIRO Cadeia da construção civil aos poucos vai reconhecendo os ganhos que o processo BIM proporciona em termos de eficiência e produtividade. Na imagem, projeto em BIM mostra estrutura e arquitetura do empreendimento West Towers. FOto: JORGE ROSENBERG
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EDITORIAL
destaque PROJETO PLANTAS ONLINE II COMPLETA DOIS ANOS
Palavra do presidente
06 entrevista RODRIGO GARCIA FALA SOBRE PPPs NA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
20 OPINIÃO LUCIO SOIBELMAN DISCORRE SOBRE OS GANHOS PROPORCIONADOS ÀS EMPRESAS PELO PROCESSO BIM
SINDUSCON-SP em ação
35 BALANÇO DIRETORIA ATUAL DO SINDUSCON-SP COMPLETA PRIMEIRO ANO DE GESTÃO
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Foto do mês
OPINIÃO JOSÉ CARLOS BAPTISTA PUOLI FALA SOBRE OS PROCESSOS JUDICIAIS REPETITIVOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
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INDICADORES
REGIONAL
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notícias da construção // agosto 2015
PRESIDENTE
José Romeu Ferraz Neto
VICE-PRESIDENTES
Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua
DIRETORES DAS REGIONAIS
Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru), Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)
REPRESENTANTES JUNTO À FIESP
Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein, João Cláudio Robusti ASSESSORIA DE IMPRENSA
47 NOVIDADES DO MERCADO NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Fabiana Holtz (11) 3334.5701
CONSELHO EDITORIAL
Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
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Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110
AGENDA CURSOS E EVENTOS DO SINDUSCON-SP
Enzo Bertolini, Fabiana Holtz e Rafael Marko, com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Moreno (Presidente Prudente); Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).
49 CONCRETO RODRIGO LUNA FALA SOBRE DESAFIOS DO SETOR IMOBILIÁRIO
EDITOR RESPONSÁVEL
Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) paulo.lima@nectarc.com.br
REDAÇÃO
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Fernanda Sant’Anna REVISÃO
Littera Scripta PUBLICIDADE
Comercial SindusCon-SP: Valéria Giolli (11) 3334.5694 Raízes Representações: Vando Barbosa (11) 99614.2513/2604.4589 vando.barbosa@raizesrepresentacoes.com.br ENDEREÇO
Rua Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP Central de Relacionamento SindusCon-SP
50 OPINIÃO EDUARDO ZAIDAN ANALISA A CONJUNTURA POLÍTICO-ECONÔMICA
(11) 3334.5600
Impressão: Pancrom Indústria Gráfica Tiragem desta edição: 15.000 exemplares auditoria de tiragem: Parker Randall Brasil
Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do SindusCon-SP noticias@sindusconsp.com.br www.sindusconsp.com.br facebook.com/sindusconsp twitter.com/sindusconsp youtube.com/sindusconspmkt Disponível na App Store e no Google Play
“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
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entrevista // RODRIGO GARCIA
A PPP é o novo modelo de financiamento da habitação
fotos: Jorge Rosenberg
Embora esteja há apenas cinco meses no cargo de secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia tem antigas ligações com o setor. Iniciou na vida profissional como corretor de imóveis, foi dirigente do CRECI-SP. Como deputado estadual, presidiu a comissão da Assembleia Legislativa que estudou as parcerias público-privadas do Estado. Agora, ele defende o modelo das PPPs como salvação para os programas de habitação de interesse social.
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Notícias da Construção // Como o senhor analisa o papel do Estado de São Paulo no fomento da habitação popular?
Paulista foi o grande responsável por viabilizar as unidades do MCMV Faixa 1.
Rodrigo Garcia // É importante lembrar que São Paulo tem muita tradição na habitação de interesse social (HIS) por meio do orçamento estadual. Porque na década de 1980 tivemos uma lei que obrigou São Paulo a investir 1% do ICMS do Estado em habitação. E a partir de então, com esse dinheiro carimbado, o governo foi protagonista com obras de HIS. Quando houve dificuldades no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e no Banco Nacional de Habitação (BNH), durante a década de 1990 e até o ano de 2008, a CDHU, ou seja, o governo do Estado de São Paulo foi o único protagonista na construção de HIS em nosso Estado. Então, São Paulo já tem uma história muito grande por conta dessa vinculação orçamentária. A CDHU é uma empresa que tem 50 anos e que nos últimos 20 produziu muito, tem mais de 500 mil casas entregues à população. No ano de 2009, o governo federal lançou o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa que passou a dividir esse protagonismo. E o que fez o Estado? Avaliou o programa nacional, continuou com seu programa direto pela CDHU e criou, em 2011, a Agência Paulista de Habitação Social, conhecida como Casa Paulista, que surgiu da necessidade de complementar recursos para o MCMV no Estado de São Paulo. De 2011 para cá, a Casa
NC // Qual é a sua filosofia de trabalho à frente da Secretaria de Estado da Habitação? RG // Eu entendo que chego à secretaria agora em 2015 com a missão de consolidar esses avanços, seja na construção direta por meio da CDHU, seja no fomento que nós fazemos por meio da Casa Paulista, e além disso, avançar naquilo que é mais recente, e que no meu ponto de vista é mais inovador: as parcerias público-privadas (PPPs) na habitação. As PPPs começaram a ser estudadas em 2011. No ano de 2014, lançamos os editais de concorrência de PPPs aqui na capital, particularmente no centro da cidade, que teve como característica, além da oferta de casa para quem precisa, a revitalização urbana. Foi estabelecido o perímetro no centro ao longo da ferrovia, áreas extremamente degradadas, com o objetivo de recuperá-las. Buscou-se melhorar a qualidade de vida, pois o público-alvo desse projeto são pessoas que trabalham no centro mas não moram ali – vamos evitar deslocamentos. O primeiro contrato assinado é para 3,3 mil unidades, com execução de obras iniciada neste mês. Essa experiência nos motivou a avançar em PPPs em outros municípios. Estamos começando esse avanço na Região Metropolitana de São Paulo.
“A CRISE ECONÔMICA QUE VIVEMOS ABRE UM CAMINHO PARA PPPs DE INTERESSE SOCIAL” NC // O senhor esteve visitando o SindusCon-SP e apresentou aos empresários o projeto da Fazenda Albor. Como será executado esse projeto? RG // Estamos publicando neste mês de agosto um chamamento para ouvir a iniciativa privada sobre uma proposta de parceria público-privada numa área da CDHU, de 2,7 milhões de metros quadrados, localizada no entroncamento do Rodoanel Trecho Leste com a Rodovia Presidente Dutra, distribuída entre os municípios de Arujá, Itaquaquecetuba www.sindusconsp.com.br
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entrevista // RODRIGO GARCIA
NC // Quantas unidades o projeto prevê?
qual nós vamos determinar, pode construir habitações do mercado popular (HMPs), que serão vendidas a preços de mercado para um público que tem uma renda mais alta, sem subsídio do Estado. Vai
RG // Nós estamos desenhando, inicialmente, 10 mil unidades, mas vai ganhar a concorrência justamente quem oferecer um número maior de unidades versus um volume menor de contraprestação. Além da construção de unidades habitacionais, essa PPP oferece receitas acessórias que vão torná-la economicamente viável. Imaginamos o seguinte: o agente privado constrói as HIS, vende para um público específico, o
“NÃO PODEMOS ACHAR QUE OS QUASE 90% DE SUBSÍDIO DO MCMV PARA A FAIXA 1 SERÃO PARA SEMPRE”
e Guarulhos. A PPP da Fazenda Albor será provavelmente a maior que iremos realizar num único lote aqui no Estado.
também poder construir um centro logístico, vai poder explorar centros comerciais, que vão gerar receita para esse parceiro privado. Isso fará com que seja menor a contraprestação do Estado, que basicamente é o valor do subsídio que a gente dá mais os custos dos serviços que a gente exige, como os custos de condomínio e de manutenção predial. Ou seja, se for construído um apartamento que custa, por exemplo, R$ 100 mil e eu exijo que o parceiro venda ele por R$ 70 mil, o Estado está dando um subsídio de R$ 30 mil, que se soma à contraprestação que será paga em 20 anos ao parceiro privado. A estratégia do governo Alckmin é utilizar a CDHU para fazer casas em cidades menores, e a Casa Paulista para construir
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casas em parceria com o Minha Casa, Minha Vida em cidades médias e grandes. As PPPs serão concentradas em grandes cidades, porque a gente considera que a atração econômica para as parcerias está nos grandes centros. Com isso, teremos condições de atender a todos os públicos. E a PPP nos dá a possibilidade de extrapolar o nosso orçamento do 1%, e consequentemente de fazer mais. NC // O senhor acredita que conseguirá viabilizar novas PPPs neste momento de crise econômica? RG // Por mais paradoxal que seja, a crise econômica que vivemos abre um caminho para PPPs de interesse social. Se o Brasil estivesse num momento de economia saudável, em desenvolvimento, com crescimento alto, provavelmente, as PPPs que estaríamos assinando seriam de infraestrutura. A crise nos leva a olhar para PPPs de interesse mais social, e a área da habitação tem essa vocação. NC // O setor da construção civil aguarda com grande expectativa o lançamento da Fase 3 do MCMV. E o governo de São Paulo, o que espera? RG // O governo de São Paulo pretende renovar o convênio com o governo federal do Casa Paulista. O primeiro convênio, assinado em 2012, previa a construção de 100 mil unidades, nós construímos cerca de 106 mil, ou seja, extrapolamos o que previa o
convênio. Vamos agora aguardar as regras da Fase 3 para renovar, porque a gente acredita que, mesmo com a correção dos valores que será feita no MCMV3, ela não será suficiente para o Estado de São Paulo, nas grandes cidades, fechar a conta. Também queremos avaliar a nova faixa que deverá ser lançada, a Faixa 1-FGTS, que é muito bem-vinda para São Paulo, pois somos um Estado que tem nível de renda mais elevado, e a nova faixa vai abranger uma grande parcela da população que hoje não pode ser atendida pelo programa. NC // Então é garantido que o Programa Casa Paulista vai continuar...
RG // Sim, o Casa Paulista vai continuar neste governo. Quero destacar que São Paulo não está parado. Temos um grande nível de investimento, na proporção do nosso orçamento, e mesmo com a crise, estamos agora discutindo se vamos investir mais ou um pouco menos, mas não estamos cogitando descontinuar o programa. NC // Voltando um pouco à questão das PPPs, e no interior, quando teremos novidades? RG // Nós já estamos com discussões avançadas com a cidade de Campinas. O prefeito Jonas Donizette nos procurou,
nossa equipe está dialogando com Campinas, que é a maior cidade do interior, e estamos avaliando levar uma PPP para lá. É importante destacar que as prefeituras têm um papel fundamental nas PPPs: ou elas nos ajudam com terrenos, como foi o caso da cidade de São Paulo, ou elas nos ajudam com a construção de equipamentos públicos e, eventualmente, com mudanças de zoneamento, quando o terreno é do Estado, como é o caso da Fazenda Albor. Ali será praticamente uma nova cidade, com mais de 30 mil pessoas, que vão demandar postos de saúde, escolas e toda infraestrutura de serviços públicos.
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entrevista // RODRIGO GARCIA
NC // Com relação aos projetos da CDHU, que é a outra perna do tripé que sustenta a filosofia de sua gestão, o que pode ser destacado? RG // Nós estamos com 30 mil unidades em obras, que têm um orçamento inicial de quase R$ 3 bilhões de investimento da companhia. Além das casas, a CDHU, por meio de seus contratos, faz toda a infraestrutura dos bairros – como guias, sarjetas e asfalto. Além dessas 30 mil unidades, temos grandes programas
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de urbanização de comunidades. Destaco o bairro dos Pimentas, em Guarulhos, e o Jardim Santo André, em Santo André. A CDHU também é a executora dos programas Litoral Sustentável e Serra do Mar, que já removeram mais de 9 mil famílias de áreas de risco, fazendo reassentamento em unidades habitacionais. O Serra do Mar focou na Baixada Santista e o Litoral Sustentável ampliou os benefícios para o litoral sul e para o litoral norte. Foram adquiridos diversos terrenos nos municípios
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do Guarujá e de São Sebastião, que serão em breve objeto de obras de habitação, para abrigar as famílias que serão removidas pelos programas. NC // Que palavra de esperança o senhor pode dar para o empresário da construção civil neste momento difícil, de crise? RG // Eu enxergo na parceria público-privada o caminho para o investimento na habitação de interesse social. Vivemos uma era em que o Brasil não é mais um país de jovens. É um país de pessoas maduras caminhando para ser um país de idosos. Isso significa que a maior parte dos orçamentos públicos será consumida por essa nova realidade etária da população – gastos muito fortes com saúde e seguridade social. Vai sobrar cada vez menos recurso para investimento. Então, não podemos achar que este 1% do ICMS, por exemplo, vai ser eterno. Não podemos achar que os quase 90% de subsídio do MCMV para a Faixa 1 serão para sempre. Já hoje, o governo federal tem dificuldade para pagar em dia as obras. Então, a PPP é o novo modelo de financiamento da habitação de interesse social, do meu ponto de vista. É por isso que estamos buscando parcerias com o SindusCon-SP e demais entidades para estudar modelos que parem em pé economicamente e que deem uma luz de investimento para o setor da construção civil.
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CAPA // especial bim
Ao elevar a eficiência e a produtividade, BIM ganha espaço entre as construtoras brasileiras Mercado já compreende os ganhos que o processo oferece no planejamento e na execução das obras, e empresas passam a adotá-lo buscando melhorar sua competitividade
A
dotado em larga escala pela indústria da construção em países da Ásia, América do Norte e Europa, o Building Information Modeling (BIM, Modelagem de Informação da Construção) aos poucos vai ganhando espaço entre as construtoras brasileiras. Empresários, engenheiros e arquitetos têm percebido os ganhos que o processo BIM oferece em termos de qualidade, eficiência, produtividade e retornos financeiros. São muitos os cases de sucesso, que estimulam as empresas a investir em tecnologia e capacitação de mão de obra. O BIM é um processo integrado que cria modelos tridimensionais que congregam todas as disciplinas de projetos, gerando mais do que um mero modelo visual da edificação – um banco de dados completo, com informações multidisciplinares relativas a todo o ciclo de vida do empreendimento, desde a concepção do projeto, passando pelo orçamento, o planejamento da obra e a construção, até a manutenção na fase de uso. Além de ajudar a concluir os empreendimentos mais rapidamente, o BIM permite detectar as incompatibilidades construtivas, evitando
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erros na obra e no planejamento. “O BIM é um instrumento, mas o que está por trás é uma nova maneira de pensar que interliga toda a cadeia produtiva”, afirma André Glogowsky, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP e do conselho da Hochtief do Brasil. O modelo também gera quantitativos automáticos dos materiais a serem utilizados na obra e informações sobre custos e prazos de execução, proporcionando maior precisão na elaboração do orçamento e otimizando as compras das construtoras. “Esse processo otimiza toda a cadeia da construção”, enfatiza Fernando Correia, membro do CTQ e diretor da Sinco Engenharia. Investir em BIM demanda treinamento dos profissionais, aquisição de licenças de softwares e contratação de consultorias. Pesquisa mundial realizada em 2013 pela consultoria Mc Graw Hill, dos EUA, mostra que a proporção de empresários que reportam ter alcançado retorno positivo com seus investimentos em BIM chega a 97% no Japão, na Alemanha e na França. No Brasil, essa taxa de sucesso é de 85%, maior que
Carlos Gueller
Perspectiva em BIM do LED Barra Funda mostra estrutura e instalações hidráulicas e elétricas
a de países como Estados Unidos (74%) e Reino Unido (59%). Nesse estudo, os construtores foram convidados a falar sobre os principais benefícios proporcionados pela adoção do BIM. Redução de erros e omissões (41%), estreitamento da colaboração entre construtora e escritórios de projetos (35%), ganhos de imagem empresarial (32%), redução de retrabalho (31%), redução dos custos de construção (23%), melhoria do controle de custos (21%) e redução do tempo de execução do projeto (19%) foram os pontos positivos mais citados. O mercado já assimilou que os benefícios gerados pela implantação do BIM justificam plenamente os recursos investidos em tecnologia e treinamento. O aumento da eficiência no planejamento e no controle da execução da obra, que gera ganhos de produtividade, é o fator mais visível. “Momentos de crise oferecem oportunidades para a reorganização do mercado e da indústria”, afirma o vice-presidente do SindusCon-SP e diretor da Dox, Francisco Vasconcellos Neto. O processo BIM proporciona a redução de riscos, pois tudo é modelado e verificado
O SOFTWARE, POR SI SÓ, NÃO MUDA A NADA – É PRECISO MUDAR A EMPRESA previamente, por meio do desenvolvimento dos projetos executivos de forma compartilhada entre as várias disciplinas. MUDANÇAS PROFUNDAS
A adoção do BIM pelas empresas e pelo poder público provoca uma mudança cultural profunda, pois todo o mercado terá que se adaptar ao novo conceito, adequando processos e adotando uma nova sistemática de trabalho. No campo empresarial, há a aceleração das etapas de desenvolvimento dos projetos. Boa parte das informações que seriam detalhadas apenas na fase de projeto executivo passam a ser discutidas desde a concepção do produto. Outra mudança relevante se dá em
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CAPA // especial bim relação à interação entre as disciplinas. Convencionalmente, a elaboração dos projetos executivos de uma obra é um processo sucessivo e compartimentado. Com o BIM, a troca de informações é compartilhada todo o tempo, possibilitando que as disciplinas interajam num único modelo, que é discutido e adaptado continuamente. Além disso, por meio de dispositivos móveis um modelo 3D obtido com o uso do BIM pode ser levado para o canteiro, tornando mais eficiente a comunicação e facilitando a execução e o controle de tudo o que é executado. As vantagens na utilização do BIM não se limitam ao modelo 3D, elas podem ser observadas no planejamento e controle de prazos da obra, na orçamentação e controle das quantidades executadas, na melhora da logística do canteiro e no aumento da produtividade do trabalho da equipe técnica da construtora. Enfim, em várias outras dimensões. UTILIZAÇÃO EM ALTA
O mercado nacional dá mostras de que a utilização do processo BIM está se popularizando. Construtoras brasileiras de portes variados, como Método, Matec, JSHS, Gafisa, Sinco, Hochtief, Odebrecht, entre outras, utilizam BIM em suas obras já há algum tempo, muito em função da exigência de empreendedores privados. Embora não seja exatamente pioneiro nessa área,
o País tem progredido rapidamente nesse processo. “Em relação a Reino Unido e Estados Unidos, estamos atrás. Mas nos encontramos bem à frente do resto da América Latina”, afirma Glogowsky. Na Hochtief, o uso do BIM começou há mais de 20 anos na Europa. No Brasil, desde o ano 2000 a empresa passou a ter mudanças para a adaptação à nova maneira de trabalhar em BIM. O software, por si só, não muda a nada – é preciso mudar a empresa. A utilização da plataforma começou há cinco anos. Entre mais de uma dezena de obras realizadas com o BIM, seja para planejamento ou para outras etapas, Glogowsky destaca o hotel Four Seasons, o Edifício JK 18 e a escola americana Grader, além de data centers e obras no Rio de Janeiro. “Aplicamos o BIM na empresa e nos projetos. Em alguns fazemos todas as etapas, em outros, apenas em parte.” O próximo passo da empresa é desenvolver o BIM 5D, abrangendo a orçamentação. Ainda em processo inicial, a Hochtief depende da interligação de toda a cadeia para avançar. “O Brasil precisa evoluir nas bibliotecas de preços dos fornecedores em BIM. As empresas no País só usam 5% do potencial do processo. Ainda se não viu todos os grandes benefícios, mas chegaremos lá”, acrescenta Glogoswky. A Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) entregou, na primeira quinzena de agosto, a torre residencial do Life Essential
37 ANOS DE BIM
1978
2003
2006
2009
Tecnologia BIM é desenvolvida pelo americano Chuck Eastman, professor da Universidade Carnegie Mellon
Nos EUA, o setor público passa a exigir BIM para obras públicas
SindusCon-SP inicia articulações para a introdução do BIM no País
Comissão de estudos da ABNT, sob coordenação do SindusCon-SP, conclui o projeto da Norma BIM
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Design (LED) Barra Funda, empreendimento que integra em um único complexo hotel, escritórios, lojas e praça. A arquitetura, estrutura, instalações prediais e vedações foram projetadas a partir do processo BIM. “Com isso, pudemos observar todos os processos construtivos, materiais utilizados, cronograma da obra e fases de instalação”, explica Antonio Ciampi, diretor de Construção da OR. “Com essas informações reunidas, pudemos garantir a excelência do produto, aumentando sua qualidade e garantindo os prazos firmados”, afirma. No ano passado, a Sinco inaugurou, em Alphaville, o empreendimento West Towers, composto por duas torres de escritórios e um centro comercial, também planejado e executado em BIM. Agora em outubro, a construtora deverá entregar o Shopping Norte Cantareira, projeto totalmente desenvolvido pelo processo. O BIM também é um processo importante para os fornecedores de produtos e materiais para construção. A eles cabe gerar os objetos virtuais que compõem bibliotecas e inserir dados confiáveis de desempenho, manutenção, logística e descarte ou desmonte. Segmentos de produção customizada, tais como drywall, steel frame e pré-fabricados em geral podem ser beneficiados com a integração entre concepção e produção, com ganhos potenciais expressivos. Há mais de duas décadas, a Petrobras
“MUDANÇA NO MERCADO SeRÁ MAIS AMPLA QUANDO Contratantes DEMANDAREM O USO DO BIM” vem exigindo a modelagem em BIM nos seus contratos para a construção de plataformas marítimas. A companhia detectou um aumento significativo da qualidade dos projetos, em função da integração dos dados entre todas as fases: planejamento, projeto, suprimento, construção e montagem. Agora, resolveu replicar a experiência em terra firme. A Petrobras recentemente inaugurou sua nova sede na cidade de Santos [veja a foto do mês, nas páginas 22 e 23], cujos projeto e execução em BIM foram uma exigência feita na licitação da obra. Dessa forma, a estatal segue os passos de governos de países como os EUA – que desde 2003 exige que prédios públicos sejam construídos por esse processo, tornando-se o grande fomentador da implantação do BIM. Em palestra realizada em outubro de
2010
2010
2014
2015
Membros do CTQ fazem visita técnica à Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh (EUA)
SindusCon-SP realiza, em setembro, o 1º Seminário Internacional BIM
SindusCon-SP cria a Academia BIM
SindusCon-SP realiza, no dia 22 de setembro, o 6º Seminário Internacional BIM
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CAPA // especial bim 2013 no SindusCon-SP, o então gerente setorial de Projeto e Suprimento, Marco Mota, listou os benefícios que a Petrobras obteve com a utilização do BIM na implantação da sede santista: facilidade na execução de alterações e ajustes de projeto, diminuição dos retrabalhos na compatibilização das disciplinas, aumento de produtividade, facilidade no gerenciamento das informações e na comunicação entre as disciplinas e facilidade no levantamento de quantitativos e especificações, otimizando os processos de suprimento de materiais e equipamentos, entre outros. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) encomendou a consultores brasileiros e europeus um estudo comparando o estágio de adoção do BIM no Brasil e na União Europeia. Publicado no início de agosto, o trabalho
[veja relatório em www.sindusconsp.com.br] mostra que a primeira iniciativa do Estado brasileiro com resultados públicos se deu em 2010, quando ocorreu a contratação para desenvolvimento de uma versão inicial de Biblioteca BIM para a tipologia de edificação do programa Minha Casa, Minha Vida, por demanda do MDIC e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), como parte do programa Ações Estruturantes para a Modernização da Construção. No ano passado, surgiram licitações com a exigência de utilização do BIM – uma para projetos de cerca de 270 aeroportos regionais, organizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por intermédio do Banco do Brasil, e outra referente a dois hospitais, pelo governo de Santa Catarina. Este foi o primeiro Estado
Evento debate BIM em tempos de crise A implantação e a utilização do BIM em tempos de crise é o tema principal do 6º Seminário Internacional BIM – Modelagem da Informação da Construção, a ser realizado pelo SindusCon-SP no dia 22 de outubro, no Caesar Business Faria Lima, na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo. Consolidado como o mais importante evento no Brasil focado na Modelagem da Informação da Construção (BIM), o Seminário traz esse ano especialistas dos Estados Unidos para mostrar quais os ganhos conquistados e medidos pelas empresas que adotaram o BIM no país, além dos números de um dos principais centros de pesquisa mundiais no BIM, o CIFE da Universidade de Stanford.
Pensado e organizado pelo GT BIM do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, o evento vai trazer aos iniciantes no tema, um painel dedicado a desmitificar o BIM, mostrando de forma clara o que exatamente é esse jeito novo de trabalhar e onde já chegamos no Brasil e no exterior. Representantes de importantes provedores de serviços BIM no Brasil vão apresentar e debater as diferentes alternativas de implantação do processo em empresas e empreendimentos. Na ocasião, novas experiências brasileiras bem sucedidas de implantação de BIM também estarão presentes, por meio da exposição de cases de destaque, assim como exemplos inspiradores do exterior, como a famosa implantação de BIM para
desenvolvimento e licenciamento de obras em Cingapura. A antecipação dos temas e tendências futuras é marca registrada do seminário, que este ano foca a tecnologia do laser scanning e seu uso no desenvolvimento do projeto e na operação do edifício, além do futuro da construção de edifícios e infraestrutura, na visão de renomado estrategista internacional. A participação no seminário continua imprescindível para profissionais e empresas de projeto, construção, gerenciamento de obras, fabricantes de componentes e sistemas construtivos e contratantes de obras que desejam se iniciar no BIM ou que já estão usando esse novo processo.
Para mais informações e inscrições, consulte o portal do SindusCon-SP – www.sindusconsp.com.br. A organização do evento está a cargo do GT BIM, integrado por André Glogowsky, Fernando Corrêa, Fernando Fernandes, Francisco Vasconcellos e Paulo Sanchez.
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a anunciar a intenção de desenvolver um programa de implantação do BIM, porém ainda não estabeleceu regulamentação alguma nesse sentido. Enquanto a utilização da plataforma pelo setor público no Brasil se restringe a ações isoladas como as citadas, nos Estados Unidos várias prefeituras já exigem que os projetos enviados para seus órgãos de licenciamento de obras sejam desenvolvidos em BIM. Ao estabelecer a obrigatoriedade, toda a cadeia da construção tem que trabalhar nessa plataforma. Já em Cingapura, o poder público elaborou um plano de ação com o intuito de fomentar a adoção do BIM pelas empresas. Um fundo de US$ 186 milhões foi destinado para o reembolso dos custos dos escritórios de engenharia e arquitetura na implementação da ferramenta. Além do financiamento, o governo local paga metade
das despesas de treinamento e a realização de seminários. Até o fim deste ano, a expectativa do governo é que 96% das empresas instaladas no país estejam utilizando o BIM. BIM NA EUROPA
O trabalho desenvolvido para o MDIC mostra que os diversos países da União Europeia têm sido agentes ativos na implantação do BIM. O governo do Reino Unido colocou o BIM no centro de suas estratégias de desenvolvimento, por considerar que esse seria um movimento crucial para o aprimoramento da indústria britânica da construção. Em 2011, foi estabelecida uma norma tornando obrigatório, a partir de 2016, o BIM colaborativo em 3D com informações de projeto e materiais para todos os projetos centrais. De acordo com o então ministro do Gabinete do Governo, Francis Maude, “esta estratégia governamental de quatro anos para
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CAPA // especial bim a implementação do BIM mudará a dinâmica e os comportamentos da cadeia de fornecimento da indústria da construção, permitindo novas formas mais eficientes e colaborativas de se trabalhar. A adoção do BIM em todo o setor nos colocará na vanguarda da nova era de construção digital e fará do Reino Unido um dos líderes mundiais no BIM”. O governo da França designou, em junho de 2014, um embaixador digital para a Indústria de Edificações. Ele passou a ser o responsável pelo desenvolvimento da política digital de BIM e de um programa operacional para a sua execução na indústria francesa de edificações. Os objetivos do governo francês são modernizar o processo de entrega de projetos de edificações, elevar a colaboração entre as partes interessadas, melhorar a qualidade das construções e reduzir seus custos. O BIM será exigido progressivamente em licitações públicas a partir de 2017. Na Holanda, a Rijksgebouwendienst (RDG – Agência Governamental de Construção), tornou obrigatório, a partir de novembro de 2011, o BIM nos projetos do governo com valor acima de 10 milhões de
euros e em grandes projetos de manutenção de edificações – a RDG gerencia o conjunto de grandes propriedades do país, que corresponde a 7 milhões de metros quadrados. Hoje, para desenvolver novos projetos, o governo holandês contrata um consórcio privado para construir e operar, além de providenciar seu financiamento. O governo paga ao consórcio uma taxa para a viabilidade do projeto por toda a duração do contrato, que é de longo prazo – na maioria das vezes, até 30 anos. Ao final de 2012, 13 tipos de contrato estavam em implementação (para seis estradas e sete prédios), com um valor agregado de mais de 6 bilhões de euros. O governo estima que tais contratos poupem 800 milhões de euros aos cofres públicos. Na Finlândia, a Senate Properties, empresa pública vinculada ao Ministério de Finanças, é a grande promotora da adesão do BIM. Ela faz a gestão de aproximadamente 10,5 mil edificações em uma área de mais de 6,4 milhões de metros quadrados. Ao tornar obrigatório o BIM em todos seus projetos desde 2007, contribuiu para o aumento de sua adoção, e diversas outras organizações do setor público seguiram seu exemplo.
Academia BIM representa compromisso com a eficiência O SindusCon-SP, consciente de seu papel no aumento da eficiência da indústria da construção civil, abraçou o desafio de apoiar a cadeia produtiva da construção, promovendo a integração do BIM em seus processos. Assim surgiu a Academia BIM, um fórum dedicado ao estudo, à discussão e à disseminação do conhecimento desse modelo voltado aos profissionais de toda a cadeia do setor. Entre as ações a que se propõe, a Academia oferece para todos os públicos um curso introdutório para ampliar o conhecimento do empresário sobre o
assunto. “Precisamos divulgar com clareza os benefícios da adoção de BIM para a indústria da construção hoje. Implantá-lo é uma decisão estratégica”, salienta Paulo Sanchez, vice-presidente do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP. A carga de 32 horas é dividida com aulas teóricas sobre o conceito da modelagem de informação da construção e 16 horas de treinamento em algumas das ferramentas disponíveis no mercado. “Estamos desenvolvendo módulos complementares mais específicos,
Para mais informações, agenda e inscrição, acesse www.sindusconsp.com.br.
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como 3D e 4D, voltados a coordenadores de projetos e a profissionais de planejamento e controle de obras”, informa Sanches. Os novos cursos terão carga de 16 horas, com as primeiras turmas formadas no final deste ano em São Paulo e por todo o país. A Academia, conta com o apoio da Bentley e Archibus, já realizou cursos e palestras na capital e em Ribeirão Preto (SP). Estão programados novos cursos, São Paulo em setembro, outubro em Belo Horizonte (BH) e Salvador (BA) e em novembro em Uberlândia (MG).
Uma pesquisa mostrou que 65% dos 400 entrevistados das áreas de arquitetura, engenharia, construção e operação já estão usando BIM na Finlândia. O estudo apontou que 84% dos entrevistados concordam que a demanda por BIM dos clientes e das empreiteiras, respectivamente, é a maior motivadora da adesão ao BIM. Na Noruega, o BIM é obrigatório para todos os projetos de construção pública desde 2010. Lá, a estratégia de longo prazo do governo tem por objeto elevar o valor dos prédios para inquilinos e usuários e reduzir substancialmente os gastos operacionais e de construção e os danos à propriedade. ENTUSIASMO BRASILEIRO
A missão do SindusCon-SP é melhorar a produtividade do setor, e isso passa pela disseminação de conhecimento, inovação, processos e ferramentas que tragam mais transparência, eficiência e rapidez à indústria da construção. O BIM está inserido nesse contexto pelos inúmeros benefícios que traz. “A mudança no mercado brasileiro só se dará de maneira mais ampla quando as empresas contratantes de uma obra, incorporadoras e o poder público demandarem o uso do BIM”, salienta Vasconcellos.
Para Glogowsky, o grande salto será dado quando toda a cadeia de fornecedores for interligada. “Nos EUA estima-se que quando toda a cadeia está interligada em BIM há uma economia de 10% a 20% no custo. No Brasil ainda não dá para dimensionar, pois não temos toda a cadeia interligada.” Dados da pesquisa da Mc Graw Hill indicam que 70% dos empresários no Brasil declararam ter planos para adotar o processo dentro de um período de até dois anos. O índice é maior que os registrados no Reino Unido, França e Alemanha (41%), Austrália e Nova Zelândia (39%), Japão e Coreia do Sul (25%) e EUA e Canadá (14%). Os avanços estão acontecendo, mas ainda falta amadurecimento e entendimento dos benefícios que o BIM proporciona para os investidores e contratantes da construção civil, sejam eles poder público ou privado. Nesse panorama, fica claro que o BIM é um processo que veio para ficar, com tendência de se disseminar entre as empresas da cadeia da construção brasileira. “É o instrumento que torna possível a verdadeira industrialização da atividade da construção civil”, finaliza Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e diretor da Sinco.
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opinião
Mudança nos processos e aumento de eficiência
C
Arquivo pessoal
onceito tecnológico que se dissemina fortemente pela construção civil mundo afora, o Building Information Modeling (BIM) é muito mais do que um conjunto de ferramentas para o desenvolvimento digitalizado em 3D dos projetos de edificações. O BIM, em sua essência, é uma questão relativa ao planejamento. Existem algumas maneiras de implantá-lo numa construtora, e todas elas exigem mudanças nos processos da empresa. Observando-se a prática das construtoras brasileiras, podemos dizer que o que atualmente prevalece no País é o chamado Lonely BIM (BIM Fracionado). A construtora contrata separadamente os diversos projetos individuais – de hidráulica, elétrica, estrutura, arquitetura etc. – e uma gerência de BIM faz a compatibilização desses elementos, inserindo as informações e os desenhos num software específico. Essa forma de se trabalhar o BIM dá certo, produz bons resultados. Mas é mais difícil, trabalhoso, lento e caro. O projeto final é o resultado das interpretações do gerente de BIM sobre os diversos projetos individuais dos sistemas construtivos. De forma diversa, no Social BIM (BIM Integrado), os vários projetistas realizam seus respectivos trabalhos no software BIM de sua preferência, exportando os projetos para o programa de compatibilização da construtora.
Os engenheiros da construtora abrem o projeto final para ajustá-lo aos padrões da empresa e então são geradas as informações para orçamentos, compras de material, acompanhamento da obra. Todos – engenheiros, projetistas, fornecedores – trabalham em BIM, em um processo integrado. Podese dizer que todos os funcionários da empresa passam a ser gerentes BIM. O Social BIM altera, assim, os processos de toda a cadeia.
UM MOMENTO DE CRISE DE MERCADO, COMO O ATUAL, É O IDEAL PARA UMA CONSTRUTORA IMPLEMENTAR O BIM Um momento de crise de mercado, como o atual, é o ideal para uma construtora implementar o BIM. Aproveita-se a conjuntura de menor volume de trabalho para realizar o treinamento do pessoal. A construtora acumula ganhos de competitividade para crescer quando o mercado voltar a se aquecer. Este é o modo de atuação típico de empresas dos Estados Unidos: investir em produtividade no período de baixa para se tornarem mais competitivas. Mas no Brasil, o empresário tende a fazer o oposto – investir nos momentos de mercado em alta. Toda inovação apresenta riscos para o empresário. Não existe um
LUCIO SOIBELMAN
consenso sobre qual é o melhor comportamento face à inovação: fazer parte dos first movers – grupo dos que se movem em direção à tecnologia inovadora desde o primeiro momento – ou dos followers – aqueles que partem para a inovação quando a tecnologia já está consolidada no mercado. A escolha do caminho depende da estratégia empresarial de cada um. No caso dos Estados Unidos, as empresas foram arrastadas para o BIM pelos clientes. A U.S. General Services Administration (GSA) – agência que administra o patrimônio imobiliário do governo americano – exige que todos os novos prédios públicos sejam projetados e construídos em BIM. Dessa mesma forma agem os grandes bancos e as empresas líderes de mercado, como a Apple. No Brasil, percebe-se, mesmo que devagar, um movimento nesse sentido. Recentemente, a Petrobras exigiu que o prédio de seu centro administrativo em Santos fosse construído em BIM. Outros exemplos aqui e acolá apontam para um mercado cada vez mais exigente. Não há motivos para se resistir a essa tendência. O BIM tem o potencial de tornar os processos da construtora mais eficientes, para que ela entregue ao cliente um produto melhor, construído em menos tempo, com custo mais baixo. O momento é ideal para investir e capacitar as empresas para a competição por um mercado em crescimento – esperemos – no futuro próximo.
Doutor em Engenharia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade do Sul da Califórnia (EUA)
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foto do mÊs // agosto 2015
SEDE DA PETROBRAS EM SANTOS Em um terreno de 25 mil metros quadrados no Valongo, centro histórico de Santos, a Petrobras está construindo a sede da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS). O projeto prevê três torres, com capacidade para cerca de 2 mil pessoas cada uma – o primeiro prédio, com 13 andares, foi concluído em 2014. Por exigência da estatal, o projeto executivo, sob coordenação do escritório Contier Arquitetura, foi inteiramente desenvolvido em BIM nas disciplinas de arquitetura, estruturas, instalações prediais e fundações. A Construcap foi a responsável pela primeira fase da obra.
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Jorge Rosenberg
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indicadores
Emprego na construção paulista por Regional SindusCon-SP Estoque de empregados, participação % e variações - jun/2015 Regionais
Índice
Sede (capital) Santo André
Particip.
*Variação (%)
*Variação absoluta
(%)
Mês*
Ano
12 meses
Mês*
Ano
12 meses
379.234
46,3
-1,01
-6,57
-7,64
44.316
5,4
1,05
-8,18
-8,55
-3.868
0
-31.371
459
-7.022
-4.141
Campinas
85.149
10,4
-1,14
-7,80
-9,68
-978
-791
-9.127
Ribeirão Preto
51.808
6,3
-1,50
-6,24
-9,06
-791
-1.012
-5.163
Santos
30.554
3,7
0,12
-7,18
-7,54
38
459
-2.491
Sorocaba
87.822
10,7
-0,69
-6,03
-5,88
-612
9
-5.483
São José dos Campos
75.432
9,2
-1,32
-3,67
-4,73
-1.012
38
-3.745
Bauru
24.967
3,0
-0,46
-2,24
-3,91
-116
-151
-1.015
São José do Rio Preto
31.311
3,8
0,03
-2,36
-2,84
9
-3.868
-914
9.260
1,1
-1,60
-25,30
-26,13
-151
-612
-3.275
819.853
100,0
-0,85
-6,48
-7,53
-7.022
-7.338
-66.725
Presidente Prudente Total
Emprego na construção paulista por setores Estoque de empregados, participação % e variações - jun/2015 Segmento
Estoque
Particip. (%)
Preparação de terreno
*Variação (%) Mês*
Ano
*Variação absoluta 12 meses
Mês*
Ano
12 meses
37.246
4,5
-0,77
-7,39
-7,54
-288
-3.015
-3.037
Imobiliário
254.351
31,0
-1,23
-8,53
-9,16
-3.155
-24.141
-25.641
Infraestrutura
106.642
13,0
-0,06
-9,97
-10,22
-59
-11.838
-12.142
Obras de instalação
131.567
16,0
-0,75
-6,70
-8,49
-994
-9.788
-12.202
Obras de acabamento
74.402
9,1
-0,70
-2,89
-4,78
-528
-2.256
-3.738
604.208
73,7
-0,82
-7,65
-8,59
-5.024
-51.038
-56.760
71.998
8,8
-0,49
-0,99
-2,29
-357
-726
-1.684
Eng. e arquitetura
86.576
10,6
-1,37
-5,99
-8,48
-1.200
-5.668
-8.025
Outros serviços
57.071
7,0
-0,77
-0,57
-0,45
-441
-326
-256
Obras Incorp. de imóveis
Serviços
215.645
26,3
-0,92
-2,99
-4,42
-1.998
-6.721
-9.965
Total
819.853
100,0
-0,85
-6,48
-7,53
-7.022
-57.759
-66.725
* Variação: Ano - Acumulado no ano contra o mesmo período do ano anterior; 12 meses - Variação do mês contra o mesmo mês do ano anterior
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indicadores
Deterioração da economia afeta setor
O
total de empregos ativos na construção manteve em junho a tendência de retração observada desde outubro de 2014. Dessa forma, o estoque de trabalhadores com carteira encerrou o semestre com redução de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado, superando as projeções mais pessimistas feitas no final do ano. A retração observada no emprego nesses seis meses do ano é o retrato fiel da atividade setorial, que a cada mês vem se enfraquecendo. Todas as regiões do País registram a mesma dinâmica negativa. Assim, a pergunta que decorre desse cenário é se o setor já chegou ao seu ponto mínimo de atividade: chegamos ao fundo do poço? O setor da construção possui ciclos longos, assim a atividade hoje é resultado de negócios contratados há mais de seis meses. Da mesma forma, a evolução dos negócios no momento atual já está definindo a atividade futura das empresas. Nesse sentido, as perspectivas são bastante negativas. Sondagem da FGV realizada em julho com os empresários do setor de todos os segmentos e portes diversos mostrou que a carteira de contratos das empresas está em patamar
muito baixo, ou seja, não há indicações de retomada à vista. O pessimismo setorial está fortemente relacionado à própria deterioração dos fundamentos da economia. Indiscutivelmente, assistiu-se nos últimos meses uma diminuição da confiança em função da piora do ambiente macroeconômico e político do País. Esse cenário mais negativo tem levado a sucessivas revisões
PREVISÃO PARA QUEDA DO PIB EM 2015 CHEGA A 7%, SEGUNDO A FGV das projeções de crescimento para o PIB brasileiro e para o setor em 2015. Em seu último boletim, a FGV/Ibre já apontou para retração superior a 2% para o PIB no ano corrente. A construção civil, que representa metade do investimento realizado no País, sofre diretamente os efeitos desse agravamento das perspectivas da economia.
Ana Maria Castelo
A queda na atividade afeta a arrecadação de impostos. Assim, os governos federal, estaduais e municipais cortam investimentos ou reduzem o ritmo de suas obras. A queda no emprego e no salário real está tendo efeitos contracionistas sobre o rendimento total dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, o baixo nível de vendas e lançamentos no segmento de edificações tem se somado à quase paralisia das obras de infraestrutura, com efeitos negativos sobre a rentabilidade das empresas. Por fim, a queda no faturamento real do varejo de materiais sugere que os gastos com reforma e autoconstrução também estão em ritmo mais lento. Diante desse quadro, os números da construção também estão sendo revistos para pior: a queda do PIB mais consistente com a evolução global do ambiente econômico é de 7% em 2015. Por sua vez, o número de empregos com carteira no setor deverá encerrar o ano com redução de 10,8%. Na comparação de dezembro de 2014 com o mesmo mês de 2015, essa queda representará a redução de cerca de 480 mil postos de trabalho, patamar próximo ao de maio de 2010.
Mestre em Economia pela USP, professora no MBA da Construção e coordenadora de projetos na FGV, coeditora da revista Conjuntura da Construção e consultora especialista em construção
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fotos: Divulgação/SEL
Destaque
Reforma teve um custo total de cerca de R$ 2 milhões
Plantas Online completa dois anos
N
o dia 12 de agosto, foram completados dois anos de parceria da Secretaria Municipal de Licenciamento (SEL) com o SindusCon-SP, o Secovi e a AsBea. Esse convênio, chamado de Plantas Online II, surgiu com o objetivo de retomar a pioneira iniciativa de cooperação entre setor privado e o poder público que já havia tido sucesso com o primeiro Plantas Online, lançado em 2001. Diferentemente da estrutura de 14 anos atrás, quando o setor de Licenciamentos era um departamento da Secretaria da Habitação, desde 2013 existe uma
secretaria específca para cuidar do assunto. Assim, parte do projeto Plantas Online II exigia justamente a criação de toda a estrutura de uma secretaria municipal, não apenas no que se refere aos profissionais e técnicos, mas também em termos de espaço físico, tecnologia e mobiliário. O projeto começou com as reformas de três andares (do 20º ao 22º) do Edifício Martinelli, no centro de São Paulo. Além da reestruturação de seu espaço físico, a Secretaria de Licenciamento também recebeu ajuda para a informatização de dados cadastrais e de toda a estrutura adequada para a realização de suas atiwww.sindusconsp.com.br
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Destaque
SECRETARIA RECEBEU AJUDA PARA A INFORMATIZAÇÃO DE DADOS CADASTRAIS E A IMPLANTAÇÃO DE ESTRUTURA ADEQUADA vidades. Essa reforma toda teve um custo de cerca de R$ 2 milhões. As segunda e terceira fases do projeto foram feitas por meio de licitações, pela Prefeitura de São Paulo. Então foram reformulados o 19º e o 23º andares e, em seguida, o 25º e o 8º – este finalizado no mês passado, com a definição do layout.
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notícias da construção // agosto 2015
“É duro criar uma secretaria do nada. Mas a grande sacada do prefeito foi ter pensado em uma secretaria dedicada aos licenciamentos, desvinculada da Habitação”, afirma a secretária Paula Motta Lara, complementando que, desde o início dos trabalhos, “inovação, desburocratização, transparência e eficiência foram as condições básicas da nova secretaria”. Segundo ela, “hoje estamos resgatando as condições favoráveis ao desenvolvimento urbano e à produção habitacional e melhorando um novo sistema de licenciamentos que tem sido reconhecido como eficaz”. TECNOLOGIA
Desde sua criação, a SEL vem trabalhando para modernizar e agilizar os procedimentos de licenciamento e torná-los mais
Plantas Online II viabilizou o mobiliário para a instalação da secretaria
Paula Motta Lara destaca que SEL trouxe inovação
eficientes. O passo mais forte neste sentido foi dado com a implantação do Sistema SEL (Sissel). Desenvolvido por Julio César de Sousa, servidor da SEL, o sistema agiliza o licenciamento de obras, uma vez que reúne de maneira prática todas as informações necessárias para a emissão de um alvará. Tabelas que antes eram feitas manualmente agora são produzidas de modo automatizado e padronizado, o que evita erros e torna a análise mais rápida. Interligado com o Sisacoe e o Simproc, sistemas da prefeitura que antigamente eram utilizados na aprovação de processos, porém com uma interface muito mais simples e prática, o Sissel oferece autonomia aos técnicos da secretaria, já que eles mesmos podem produzir e emitir um alvará. O tempo médio de emissão do documento passou de cerca de seis horas para apenas 12 minutos. O sistema também passou a permitir que os próprios técnicos tramitem processos e documentos para seus supervisores, sem que seja necessário passar pelo expediente, o que antes gerava gargalos que dificultavam o trabalho.
O Sissel, em sua segunda fase de implantação, funciona nas divisões Segur-2, Parhis-1, Comin-2 e em toda a Unidade de Gestão Técnica de Análise (GTEC), que, em quatro meses, reduziu 1.570 dos 6 mil processos de anistia que estavam em análise, baixando para 4.430 o número de seu estoque. CASA PARA QUEM PRECISA
Dentre tantos bons números obtidos pela SEL, alguns merecem destaque. Para Paula Motta Lara, os principais deles são os que se referem às habitações populares. Nos quatro primeiros meses de 2015, a secretaria autorizou a construção de 4.438 unidades habitacionais populares. Foram 51 processos aprovados, 14 referentes a Habitação de Interesse Social (HIS), 33 a Habitação de Mercado Popular (HMP), além de quatro projetos mistos. A maioria desses novos empreendimentos está localizada nas zonas leste e norte da cidade, sobretudo na região das subprefeituras da Penha e do Tucuruvi. Desde a criação da SEL, em julho de 2013, já foram licenciadas 39.487 unidades de habitação popular na cidade. “Na época da prefeita Marta Suplicy, separamos www.sindusconsp.com.br
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Destaque licenciamentos HIS do Aprov I (residencial) e trouxemos para dentro do núcleo de habitações populares. Assim, criamos também a Coordenadoria de Parcelamento do Solo e Habitação de Interesse Social (Parhis) específica para tratar do assunto, além de uma subcomissão específica para HIS, a Saehis, que tem como objetivo o licenciamento de grandes empreendimentos, cuja decisão, de acordo com a legislação aplicável, envolve a análise e anuência de outros órgãos, municipais e estaduais, além da SEL. Os números mostram que esta foi uma decisão acertada”, comemora a secretária. Todo esse avanço é fruto do trabalho da prefeitura em adequar a legislação para promover a construção de HIS e HMP na cidade. Para atender a Parhis, a SEL já publicou três decretos direcionados a alinhar as
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normas municipais às condições estabelecidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. A evolução tecnológica poderia levar à conclusão de que, ao sistematizar processos, os equipamentos digitais poderiam, eventualmente, resultar em redução de pessoal. “Pelo contrário, estamos contratando. Uma cidade como São Paulo tem uma demanda diária altíssima de novos pedidos, que somam de 600 a mil por mês, além de todos os processos ainda represados”, analisa Paula. “No residencial, já conseguimos colocar tudo no computador, mas ainda há muita coisa que, neste processo, precisa ser consultada em mapotecas. Trabalhamos em processos híbridos e ainda hoje entram aqui dados tabulados incorretamente. Precisamos de uma equipe maior. Estou pedindo mais técnicos ao prefeito”, afirma.
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Estatuto PCD traz impactos para o setor da construção
A
presidente Dilma Rousseff sancionou no último mês de julho a Lei Brasileira da Inclusão (Lei nº 13.146/2015), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, que assegura e consolida os direitos da Pessoa com Deficiência (PCD). O estatuto prevê, dentre os seus vários ordenamentos, a aplicação de regras específicas para a construção e reforma de edificações, que incluem, por exemplo a reserva de 3% das moradias adaptadas para as PCDs em unidades habitacionais de programas públicos ou que contenham subsídios públicos, como o Minha Casa, Minha Vida. A medida determina ainda que as edificações de uso multifamiliar devam assegurar o acesso de PDCs às áreas de uso comum, além de garantir acessibilidade ou adaptação razoável nas unidades habitacionais no piso térreo e nos demais pisos. Para o vice-presidente de Relações CapitalTrabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, o estatuto representa um grande avanço para a sociedade. Ele avalia que, no entanto, a aprovação de projetos junto aos órgãos públicos pode sofrer atrasos em função das novidades. Haruo ressaltou que o SindusCon-SP tem procurado debater o assunto com os parlamentares no Congresso Nacional antes da sua regulamentação, que deve ocorre num prazo de 180 dias a contar do dia 6 de julho, quando a lei foi sancionada. “Estamos fazendo uma análise técnica para ver qual é a maneira correta.” Assim que o estatuto entrar em vigor, será obrigatório que conste nas ARTs do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) a responsabilidade
profissional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas técnicas pertinentes. Na avaliação da assessora jurídica do SindusCon-SP, Rosilene Carvalho, o estabelecimento da cota de reserva de 3% das unidades deveria levar em conta um indicador baseado num sistema de cadastros de PCDs, o que permitiria desenvolver projetos adequados à realidade. “Como que você fixa um percentual se não há o cadastro das pessoas com deficiência e nenhuma informação georeferenciada? Não existem dados dessa população para que se possa dizer que esses percentuais reservados vão ser preenchidos”, observa Rosilene, esclarecendo que o Estatuto da Pessoa com Deficiência foi elaborado de acordo com determinações previstas na Constituição Federal e na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, da qual o Brasil é signatário desde 2009. O vice-presidente de Habitações Populares do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, defendeu que seria mais adequado para as PCDs que o governo fornecesse uma linha de crédito especialmente voltada aquisição de imóveis. Segundo ele, o grande problema para boa parte desse público é a falta de recursos financeiros próprios que permitam a compra da moradia própria. “Em vez de aumentar a exigência de se fazer mais unidades adaptadas, e não adaptáveis, por que não criar uma linha especial de crédito, de benefício para quem tem deficiência?”, questiona. “Se houvesse um desconto maior, essa pessoa seria estimulada a comprar um imóvel. Mas ela não tem crédito para comprar”, avalia. “Isso não significa que o setor seja contra o estatuto”, ressalta Cury.
ESTATUTO REPRESENTA UM GRANDE AVANÇO PARA A SOCIEDADE
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Fim da desoneração é visto com preocupação pelo setor
A
s divergências em torno do Projeto de Lei nº 863/15, que eleva a alíquota de contribuições sobre a folha de pagamento de 56 setores da economia que haviam sido contemplados com desoneração fiscal, levou o setor produtivo brasileiro a aprofundar o diálogo com o governo e o Congresso Nacional na busca de uma alternativa viável para as empresas. A questão preocupa vários segmentos, uma vez que a majoração irá causar profundos impactos, principalmente sobre a construção civil, num período em que a economia brasileira está desaquecida. A proposta, que faz parte do pacote do governo para aumentar a arrecadação, pretende que as empresas passem a recolher entre 2,5% e 4,5% do faturamento ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na avaliação do vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, a medida representa uma “arbitrariedade do governo”. Além disso, segundo ele, a diferença de alíquotas por setor não é o tratamento mais adequado. “Na nossa cabeça, isso não tem o menor cabimento. Que se faça uma lei que valha para todo mundo ou que se adote uma alíquota linear para todos, deixando aberta a possibilidade
de as empresas voltarem para os 20% sobre a folha”, avalia Zaidan. A expectativa do governo federal sobre a aprovação do PL é grande. No começo do ano, a previsão do Ministério da Fazenda era de que a mudança pudesse gerar um aumento na arrecadação da ordem de R$ 5,3 bilhões, ainda em 2015. Para Zaidan, a proposta representa uma oneração que sufoca as empresas. “Na verdade, é errado falar em desoneração. O que o governo está fazendo é onerar, ele está aumentado o imposto”, afirma. “Alguns setores serão sufocados. Como o País precisa manter empregos e produzir, para aumentar a oferta na economia, este não é o momento de se fazer isso.” O vice-presidente do SindusCon-SP ressaltou que a entidade abriu canais de diálogo com representantes dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, e também no Congresso Nacional, na busca de soluções de consenso. “É preciso aumentar a flexibilidade para que o setor produtivo possa encontrar caminhos para aumentar a oferta e não agravar a questão do desemprego. Quando se causa o desemprego, a produtividade da economia dá um passo atrás”, analisa Zaidan.
“QUE SE FAÇA UMA LEI QUE VALHA PARA TODOS OU SE ADOTE UMA ALÍQUOTA LINEAR”
SindusCon-SP dá boas-vindas a seus novos associados B & B Engenharia e Construções Ltda.
Guzzo Arquitetura e Construção Ltda.
Urben Negócios Imobiliários Ltda.
Caleidos Engenharia e Construções Ltda.
Luiz Correia de Assumpção.
RPA Construtora e Incorporadora Ltda.
Franzolin Engenharia Ltda.
Pagano Empreendimentos e Participações Ltda.
Com a participação de vocês, vamos fortalecer ainda mais o nosso setor. Contem sempre conosco!
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Manual de gestão de resíduos é apresentado no Concrete Show
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SindusCon-SP apresentou no final de agosto, durante o Concrete Show 2015, o manual Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – Avanços Institucionais e Melhorias Técnicas. O documento contém orientações sobre os procedimentos corretos que devem ser adotados no encaminhamento de resíduos e reúso de material gerado pelo setor de construção civil. O trabalho foi desenvolvido pelo Comitê de Meio Ambiente (Comasp) do SindusCon-SP, sob a coordenação da Escola Politécnica da USP [download disponível em www.sindusconsp.com.br]. De acordo com a coordenadora-técnica do Comasp, Lilian Sarrouf, o objetivo do levantamento foi o de elaborar um conjunto de orientações sobre o uso de resíduos em canteiros de obras, com base nas práticas de reúso e reciclagem considerando critérios de desempenho (qualidade do material; especificação de projeto; técnicas de execução) e gerenciamento dos riscos associados a essas práticas. “Foram feitos levantamentos em dez canteiros, obras residenciais e comerciais de tipologia vertical. Desses levantamentos, foi possível identificar indicadores de geração de resíduos e analisar as alternativas para reúso e reciclagem com exemplos práticos”, informou. O trabalho de pesquisa contou com a colaboração de seis construtoras associadas.
Na avaliação de Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, vice-presidente do SindusCon-SP, esta nova versão do manual – lançado originalmente em 2005 – é fundamental para o mercado por tratar de questões mais práticas em relação ao reúso de materiais e resíduos e por agregar os dados do estudo feito com base no levantamento de campo, nos dez canteiros de obras. “O manual contempla atualizações de muita relevância na reutilização e reciclagem de resíduos na construção e mostra os avanços da sua primeira década. O documento original, que tratava do assunto de uma forma mais geral, se tornou ícone e é referência em todo o País”, afirma. “Nesta atualização, focamos mais em questões práticas e operacionais, de maneira a consolidar os processos de reúso, o que melhora efetivamente os índices de reaproveitamento do material pelas construtoras no Brasil inteiro”, analisa. Durante seminário no Concrete Show também foi apresentado o Sistema de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor) Módulo Construção Civil, ferramenta que realiza a gestão de informações sobre os resíduos gerados na construção civil, desde a fase de geração até a etapa de descarte correto [leia mais na página 40].
NOVO MANUAL É FUNDAMENTAL POR TRATAR DE QUESTÕES MAIS PRÁTICAS EM RELAÇÃO AO REÚSO E POR AGREGAR DADOS DE ESTUDO EM CANTEIROS
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notícias da construção // agosto 2015
balanço // 1 ano de gestão
Em meio à crise, um ano de lutas pelo fortalecimento da construção
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levar a eficiência do SindusCon-SP como um instrumento para o fortalecimento da construção paulista e para o incremento de sua produtividade, em meio à maior crise econômica das últimas décadas. Este tem sido o principal desafio enfrentado pela atual diretoria do sindicato, que completou o seu primeiro ano de gestão. Em agosto de 2014, a diretoria assumiu em meio à forte desaceleração da atividade do setor, acentuada pela incerteza das eleições presidenciais que se avizinhavam. Diante da visível retração nos investimentos, a previsão era de que a crise econômica persistiria em 2015, mas o país se recuperaria rapidamente após um forte e breve ajuste fiscal. O que não se esperava era uma queda tão abrupta e persistente da atividade econômica, alimentada por uma crise política, com danos tão graves à construção que levarão o setor à perda de 750 mil trabalhadores no biênio 2014-2015. Com todas essas dificuldades, o SindusCon-SP lutou para evitar que as medidas de reequilíbrio fiscal adotadas pelo governo prejudicassem ainda mais o setor. Por isso, tem figurado na linha de frente dos debates com o governo e com outras entidades do setor. “Hoje estamos 100% alinhados com instituições como Fiesp, CBIC, Secovi, Abramat, Anamaco
e Abrainc”, destaca o presidente José Romeu Ferraz Neto. Por meio dessa articulação, o SindusCon-SP lutou firmemente contra os atrasos de pagamentos das obras do PAC e do programa Minha Casa, Minha Vida e, e se opôs à reoneração da folha de pagamentos. Mediante a apresentação de propostas, o sindicato busca re-
SINDUSCON-SP LUTOU PARA EVITAR QUE MEDIDAS ADOTADAS PELO GOVERNO PREJUDICASSEM AINDA MAIS O SETOR verter outras ameaças à atividade da construção: o projeto de lei que altera a remuneração do FGTS, o anteprojeto de unificação do PIS e da Cofins, e o projeto de lei de regulamentação da terceirização da mão de obra. Em paralelo, o sindicato trabalhou para a implementação de uma gestão corporativa, profissionalizando e otimizando processos. A Falconi Consultores de
Resultados foi contratada para desenvolver um programa de reorganização e vem trabalhando diariamente com a equipe interna na melhoria dos processos, na criação de indicadores e no estabelecimento de metas de melhoria. A gestão de receitas e gastos foi aperfeiçoada e investiu-se na capacitação dos colaboradores com a contratação de gestores técnico e financeiro para profissionalizar as ações do sindicato. “Mais eficiência, transparência nos processos internos e agilidade geram mais energia para o SindusCon-SP atender as demandas dos seu associados”, destaca Romeu Ferraz. “O sindicato foi repensado para este momento de grandes desafios.” Visando melhorar o suporte às construtoras, foi intensificada a produção de informações econômicas. Periodicamente, têm sido produzidas novas pesquisas, análises e estudos para orientar e embasar as empresas em seu dia a dia. Grupos de estudos e fóruns de debates têm gerado propostas alternativas nas áreas tributária, jurídica e trabalhista, a fim de superar uma conjuntura extremamente adversa. Tudo o que é feito está aberto a sugestões – que, na medida de sua pertinência, são implementadas. Outro ponto relevante é a integração entre a sede e as regionais. “Valorizamos a atividade empresarial no interior do Estado”, afirma o presidente, destacando a itinerância das reuniões
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fotos: Jorge Rosenberg
balanço // 1 ano de gestão
Público de cerca de 500 pessoas participou de seminário sobre a Norma de Desempenho, em junho último
da diretoria realizadas nas regionais, proporcionando encontros com empresários e conhecendo a realidade local do setor. “Conquistamos avanços em todas as áreas. Não houve nada que tenha ficado parado neste período”, resume Romeu Ferraz. “Hoje, o sindicato deve ser entendido como um grande instrumento à disposição das empresas. A eficiência, de forma isolada, não se mostra suficiente para garantir competitividade”, analisa.
INDÚSTRIA DO FUTURO A produtividade é a grande bandeira da atual gestão. O SindusCon-SP criou um Centro de Educação Continuada, para levar aos empresários, engenheiros, mestres de obras e outros profissionais das construtoras todos os conteúdos relevantes produzidos in-
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ternamente em temas atuais como gestão, tecnologia e inovação. O entendimento é o de que a produtividade demanda a melhoria de processos e procedimentos, bem como o estabelecimento de metas – é necessário o uso rotineiro de indicadores. Por meio do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ), as maiores empresas do setor estão disponibilizando as suas experiências, difundindo as boas práticas para auxiliar o conjunto da indústria. A construção sustentável é outra das principais bandeiras empunhadas pela atual gestão. O entendimento é o de que a sustentabilidade deve ser aplicada a todos os processos da construção. Pautas como a pegada hídrica, a redução de emissões de carbono, a descontaminação de áreas e a destinação de resíduos
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sólidos foram extensivamente trabalhadas nos últimos meses. As melhores práticas têm sido divulgadas, para que cada empresa possa escolher a alternativa que lhe seja mais adequada. Durante a Concrete Show foi lançado o manual “Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil”, com informações e orientações ao empresário do setor sobre os avanços na área e as melhorias técnicas. O Grupo de Jovens Líderes também mereceu destaque neste ano. Trata-se de um grupo multidisciplinar, formado para pensar o futuro das empresas, em todas as atividades. Jovens administradores, advogados, contadores, profissionais de marketing, além de engenheiros, arquitetos e projetistas participam desse fórum de debates, no qual se realiza a troca de
experiências e o intercâmbio internacional, visando à formação de lideranças. São jovens dispostos a construir a empresa do futuro.
REALIZAÇÕES EXPRESSIVAS O segmento da habitação popular teve formado um atuante grupo de trabalho (GT), que tem lutado junto ao governo federal pela regularização dos pagamentos em atraso do Minha Casa, Minha Vida e feito propostas para o aperfeiçoamento da terceira fase do programa. No segmento imobiliário, a gestão desenvolveu trabalhos com secretarias municipais da capital, tratando de assuntos de grande repercussão, como Lei de Zoneamento e Código de Obras e Edificações, e firmando a parceria do Plantas Online [veja reportagem à página 28]. No segmento de obras públicas, as principais pautas foram as discussões sobre a revisão da Lei nº 8.666 (Lei Geral de Licitações e Contratos) e a
respeito das Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs). O CTQ tem sido extremamente atuante, realizando mais de 100 reuniões nos últimos 12 meses. Dez eventos do CTQ atraíram um grande público – destaque para o seminário de Sistemas Prediais, em maio, e para o seminário Norma de Desempenho – Avanços e Necessidades para a Implantação Plena, em junho. Além da Norma de Desempenho, o CTQ foi atuante na revisão das normas de esquadrias e piscinas e tem sido um agente irradiador do BIM para toda a cadeia de produção da construção civil [veja a matéria de capa]. O comitê também é o promotor das Rodadas de Inovação da Construção, as quais reúnem construtores e fornecedores para discutir soluções técnicas e inovações nos projetos de obra e manutenção predial. A comunicação com os diversos públicos também foi aperfeiçoada. Notícias da Construção foi reformulada em junho para se tornar a
publicação mais abrangente do setor da construção civil. Neste mês, foi lançado o novo portal na internet [veja matéria à página 32]. O SindusCon-SP reestruturou seu departamento de comunicação externa e assessoria de imprensa para ampliar nacionalmente o alcance das suas ações em todas as esferas de atuação, sempre de maneira relevante. Foram adquiridas ferramentas para facilitar a comunicação com a mídia e acompanhar pautas das quais o SindusCon-SP é fonte. Todas essas ações foram os primeiros passos de uma grande mudança que está em curso na entidade. “Momentos de baixa econômica para o nosso setor nos dão a oportunidade de realizar mudanças mais profundas e estruturais para nos preparar para a retomada do ciclo da construção. O SindusCon-SP estará preparado”, finaliza o presidente Romeu Ferraz.
Seminário de Tecnologia de Sistemas Prediais discutiu a questão da inovação em tempos de escassez de recursos naturais
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opinião
Construção Civil e os processos judiciais repetitivos
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arquivo pessoal
provado em março último, o Novo Código de Processo Civil (NCPC) – Lei nº 13.105/2015 – passará a valer, efetivamente, apenas em março de 2016. Importante, pois, que a sociedade brasileira e os diversos ramos do empresariado aproveitem este momento para buscar informações a respeito das novas regras que irão regular o modo de processamento das ações judiciais. O NCPC escolheu, entre outras metas, buscar maneiras para, o mais rapidamente possível, pacificar o entendimento dos Tribunais a respeito de temas que são repetidas vezes questionados no Judiciário. Essa circunstância – a existência de polêmicas jurídicas que acarretam o aparecimento de inúmeros processos judiciais semelhantes – é um fenômeno que tem sido frequente no mercado imobiliário, em especial quando se trata de casos envolvendo direitos do consumidor. Isso porque várias práticas comerciais e cláusulas dos contratos de venda e compra de imóveis acabam gerando divergências e sendo objeto de intenso questionamento judicial. Para resolver, ou pelo menos
tentar mitigar, os problemas que decorrem dessa situação, o NCPC cria, entre outros mecanismos, o chamado incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976). Tal incidente tem por objetivo fazer com que se tenha uma técnica processual que permita que o assunto seja julgado por um colegiado de cada
A DECISÃO PROFERIDA POR UM TRIBUNAL PASSARÁ A SER APLICADA A TODOS OS DEMAIS PROCESSOS COM A MESMA DISCUSSÃO tribunal – primeiro nos Estados e depois, conforme o caso, em Brasília – de forma que a decisão ali proferida passe a ser aplicada a todos os demais processos com a mesma discussão. Dentre outros temas da atualidade do mercado da construção civil que poderiam, em tese, ser submetidos a esse mecanismo, podemos citar a cobrança de corretagem e a fixação de percentual a ser devolvido ao comprador em caso de rescisão do compromisso
JOSÉ CARLOS BAPTISTA PUOLI
de venda e compra, além da polêmica a respeito da validade da cláusula de tolerância quanto ao prazo de entrega. Esses três exemplos já dão uma ideia da importância da novidade processual. Seja para alterar práticas comerciais eventualmente entendidas como ilegais, seja para confirmar a legalidade de outras, haverá a formação do entendimento, que passará a servir de critério para a solução dos casos contenciosos com maior rapidez. Isso causará evidentes repercussões no processo de tomada de outras decisões empresariais que devam levar em consideração o desfecho das decisões do tribunal. Essa é, portanto, uma das mais importantes inovações do NCPC. As empresas devem estar desde já atentas às novidades processuais trazidas pela nova lei, adaptando seus processos decisórios. Ao mesmo tempo, cada vez mais será necessário buscar conhecimento a respeito do conteúdo das decisões judiciais, visto que estas, mais direta e rapidamente, passarão a influenciar o modo pelo qual os negócios imobiliários são praticados.
Doutor em Direito Processual Civil pela USP, sócio de Duarte Garcia Caselli Guimarães Terra Advogados e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP
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Regional
Santo André é pioneira no programa Meu Novo Mundo
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eve início no dia 3 de agosto, em Santo André, o programa Meu Novo Mundo para as empresas da construção civil. Um encontro de acolhimento e integração foi realizado com portadores de deficiência e seus familiares, além de representantes das empresas contratantes, da Regional Santo André, do Sesi-SP e do Senai-SP. O objetivo do programa Meu Novo Mundo é propiciar à pessoa com deficiência, na condição de aprendiz, o despertar de sua vocação para o mundo do trabalho, por meio da formação profissional articulada ao esporte e à qualidade de vida. O programa tem responsabilidade compartilhada entre Senai-SP e Sesi-SP, com certificação pelo Senai-SP. Segundo Jorge José Nunes, diretor do Senai Santo André, o curso de aprendizagem industrial Assistente Administrativo, escolhido para dar início ao programa, tem por objetivo proporcionar aos aprendizes formação inicial visando à qualificação para atuar no apoio aos setores administrativo, contábil, financeiro e de recursos humanos das empresas. Estruturado para atender à demanda das indústrias na área de Gestão e Administração e para efetivar a inclusão de pessoas com deficiência na indústria, o curso será desenvolvido em três anos letivos. As empresas que manterão os 16 alunos aprendizes dessa primeira turma em Santo André são a Construtora Pellegrini Ltda., a Ponto Forte Construções e Empreendimentos Ltda. e a Kostal Eletromecânica Ltda. “O público-alvo é formado por pessoas com deficiência – especialmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade social. São pessoas que encontram grandes barreiras para sua efetiva inclusão na sociedade, na escola e no mercado formal de trabalho, seja por conta da falta de acesso
à informação, por resistências pessoais e familiares ou por dificuldades oriundas da própria deficiência”, afirma Nunes. Segundo Camila Urfali Dias da Silva, agente de atividades de responsabilidade social do Sesi Santo André, o melhor caminho para fazer com que as pessoas com deficiência se fixem nas empresas, criem vínculos e façam carreira é investir em aprendizagem. “Isso fará com que um projeto de inclusão se transforme em plano de vida, de carreira, e não simplesmente em um processo de cumprimento de normas que tem data para iniciar e para terminar. Ao participar, a pessoa com deficiência terá acesso a formação profissional de qualidade, a um certificado reconhecido no mercado e a um contrato de trabalho desde o início do curso”, reforça. Camila afirma que o SindusCon-SP está sendo extremamente importante para o programa ao divulgá-lo. Maria Cristina Machiaveli, coordenadora de Recursos Humanos da Construtora Pellegrini, conta que o Meu Novo Mundo chegou ao seu conhecimento por meio do diretor da empresa, Oswaldo Pellegrini Junior, após reunião no SindusCon-SP, quando foi discutida a dificuldade do setor da construção civil em cumprir a cota obrigatória de PCDs e aprendizes. “Após contato com o Sesi, o Senai e a Regional Santo André, a Construtora Pellegrini firmou termo de compromisso para a entrada no programa”, relata. Para Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional Santo André, o setor da construção civil sempre encontrou dificuldades em buscar a pessoa com deficiência e também o menor aprendiz para trabalhar na construção. “Com este programa, vislumbra-se uma maior possibilidade de atendimento às leis federais e também de inclusão social”, ressalta.
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Regional
Sigor deve ser implantado em Santos até o fim do ano
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esultado de um trabalho em conjunto que envolveu o Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP (Comasp), a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e a Secretaria de Meio Ambiente (SMA), o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor) Módulo Construção Civil foi entregue ao Governo do Estado de São Paulo. A ferramenta passou a auxiliar a Cetesb na gestão das informações sobre o fluxo dos resíduos produzidos pelo setor da construção civil, desde a sua geração até o processo de descarte correto. O sistema foi adotado como referência a partir da publicação do Decreto Estadual nº 60.520, e o município de Santos foi escolhido para ser o piloto na implantação do Sigor. O sistema permite que Estado, municípios e setores da sociedade civil tenham acesso a informações sobre a situação dos resíduos sólidos em São Paulo. O banco de dados do Sigor traz informações como a listagem de transportadores cadastrados nos municípios, a relação de áreas de destinação separadas por tipo de resíduo que estão licenciadas, a legislação e as normas referentes aos resíduos da construção, manuais e publicações, além de programação de eventos e treinamentos. O Sigor pode ser acessado pela internet, no endereço www.sindusconsp.com.br/sigor. Os trabalhos de desenvolvimento do software e do conteúdo do sistema foram iniciados em 2013 e envolveram as equipes do Comasp e da SMA. A ação conjunta resultou na produção de um conteúdo com
parâmetros técnicos que permitirão realizar a análise dos dados obtidos para a elaboração de indicadores para o setor. De acordo com a coordenadora técnica do Comasp, Lilian Sarrouf, a primeira fase da implantação no município de Santos ocorreu no segundo semestre de 2013 e, no início de 2015, foram retomados os trabalhos. “Nesse período, a prefeitura trabalhou na reestruturação interna necessária. Até o final do segundo semestre de 2015, o Sigor deverá estar implantado e disponibilizado para toda a cidade”, informou. Além de Santos, outros cincos municípios do Estado de São Paulo já aderiram ao sistema: Sorocaba, São José do Rio Preto, Assis, Catanduva e Presidente Prudente. As cidades de São Vicente, Santo André e Jundiaí já demonstraram interesse em adotar o Sigor. Os processos de formalização dos pedidos são feitos pelas prefeituras à Cetesb. Uma vez realizada a etapa de adesão, são verificadas as condições locais de implantação do sistema, que envolvem a conferência da legislação local e a definição das áreas que irão receber os resíduos. Todos os agentes envolvidos com o Sigor passam também por um processo de capacitação, que inclui a realização de seminários e treinamentos específicos conduzidos pelo SindusCon-SP. Dessa etapa participam os geradores (construtoras), as empresas de transporte dos resíduos, o pessoal das áreas de destinação e os agentes públicos.
SISTEMA PERMITE O ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE A SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DE SÃO PAULO
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Glauco Figueiredo
Campinas apoia medidas para acelerar aprovação de projetos
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ma série de medidas adotadas pela Secretaria de Urbanismo de Campinas visando acelerar os processos de embargo de obras, interdição de edificações e aprovação de projetos de pequenas construções entraram em vigor na cidade no mês de julho. A Regional Campinas participou da ação, apresentando sugestões que foram incorporadas às deliberações. A primeira medida, que entrou em vigor no início do mês de julho, é a lei complementar que dispõe sobre a Aprovação Responsável Imediata (ARI), para projetos de construção de edificações unifamiliares e de comércio de pequeno porte. Essa lei autoriza a Secretaria de Urbanismo a fazer as aprovações rápidas de projetos com até 500 m2 para residências e construções comerciais. Agora, todo o trâmite será feito em três dias úteis. Outras providências, que também entraram em vigor em julho, foram tomadas para liberar os casos parados e o tempo necessário para analisar e avaliar os processos de embargo de obras e interdição de edificações. Essas medidas visam agilizar a vistoria das obras que estão paradas na cidade. Com a mudança, os empreendedores podem apresentar os documentos para evitar o embargo e a interdição por parte dos fiscais, durante ou após a vistoria. Dessa forma, se a obra estiver embargada por falta de documentação – como, por exemplo, o alvará de execução – os trabalhos poderão ser retomados após a fiscalização.
De forma semelhante, se o imóvel estiver interditado por motivo de segurança, o proprietário deve anexar o Laudo de Estabilidade e Segurança com a Anotação de Responsabilidade Técnica, emitida pelo técnico responsável. Com isso, a interdição é suspensa após a fiscalização. As medidas não excluem a exigência da documentação para provar a regularidade do empreendimento, mas agiliza o processo e não penaliza o proprietário pela falta de documentos. Para o diretor da Regional Campinas, Márcio Benvenutti, as medidas estão de acordo com as propostas feitas pelo SindusCon-SP à prefeitura. “São soluções pontuais, de resposta rápida e muito positivas. A administração municipal está percebendo as necessidades do setor e buscando formas de agilizar os processos da construção civil – que passa por um momento difícil, assim como toda a economia”, destaca. Segundo Benvenutti, todos os projetos para alteração da legislação do setor estão sendo discutidos com as entidades representativas, assim como o Plano Diretor de 2016. “As mudanças não são rápidas, mas as entidades estão sendo ouvidas. Os projetos também são destinados a atender o mercado de uma maneira global e, este é um grande diferencial. Dessa forma, com a prefeitura ouvindo as entidades para resolver os entraves, ela resolve também os problemas pontuais das empresas”, observa.
“A PREFEITURA ESTÁ PERCEBENDO AS NECESSIDADES DO SETOR E BUSCANDO FORMAS DE AGILIZAR OS PROCESSOS”
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Regional
Seconci: afastamentos por motivo de saúde diminuem
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setor da construção civil registrou uma considerável queda no número de trabalhadores afastados por motivo de saúde. Um levantamento realizado pelo Serviço Social da Construção de São Paulo (Seconci-SP) apontou uma redução de 39% na média de dias em que um profissional ficou afastado do trabalho, entre 2012 a 2014. A pesquisa realizada pela entidade analisou um total de 260 mil atendimentos ocorridos durante esse período e constatou que desse total apenas 4,9% dos casos resultaram na emissão de atestados, o que corresponde a aproximadamente 13 mil trabalhadores, em números absolutos. O estudo levou em consideração os mais variados tipos de causa de afastamento,
como dores localizadas (nas costas e nas articulações), lesões ocorridas fora do ambiente de trabalho e ferimentos registrados nas frentes de obras. Os dados foram mapeados e considerados dentro do período de 15 dias, que compreende o prazo máximo de validade dos atestados médicos. De acordo com a médica e superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana, do Seconci-SP, Norma Suely de Almeida Araújo, os afastamentos
MAIOR INCIDÊNCIA DE EMISSÃO DE ATESTADOS OCORRE ÀS SEGUNDAS
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decorrentes de dores nas costas são reflexo de uma espécie de epidemia que atinge profissionais dos mais diversos segmentos. “Em 37,1% dos atestados, as causas se referiram a dor nas costas, nas juntas e em ombros. Há uma epidemia mundial de dores nas costas. É um problema que atinge desde o operário da construção civil até o mais alto executivo de uma multinacional”, avalia. Norma ressalta ainda que, considerando os dias úteis, a maior incidência de emissão de atestados ocorre às segundas. Para a médica, algumas hipóteses como a realização de atividades físicas sem a devida preparação e os trabalhos informais ou bicos podem ser os principais causadores dessas lesões. “Uma das hipóteses é a de que o trabalhador normalmente se acidenta no lazer. É aquela pelada do final de semana, para a qual ele não fez o condicionamento, e também na construção civil, onde ocorrem os bicos – seja para ajudar um amigo seja
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para aumentar a renda”, analisa, ressaltando que a questão ergonômica no local de trabalho também deve ser observada pelas empresas. Redução nos afastamentos geram uma diminuição de impacto na produtividade
De acordo a pesquisa, a duração média de dias de afastamento caiu de 2,3 dias, em 2012, para 1,4 dia, em 2014. Essa redução também foi considerada como positiva pelo Seconci-SP por gerar menos impactos na produtividade das empresas. Na avaliação de Norma Suely, a elevação do nível de conscientização dos trabalhadores da construção civil e a realização de atividades preventivas foram consideradas como fundamentais para a reversão do quadro. Juntos, SindusCon-SP e Seconci-SP oferecem ao trabalhador da construção civil
uma série de orientações e serviços educativos e preventivos em programas de saúde e segurança – como Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho, Programa de Conservação Auditiva, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, entre outros. “Um dos motivos de diminuição no número de afastamentos que podemos apontar é que o trabalhador da construção civil está frequentando o Seconci-SP para ações preventivas. Isso tem impactado na redução da quantidade de dias que ele precisa ficar afastado”, afirma Norma. “À medida que vão surgindo, a gente consegue debelar os problemas com mais rapidez e o trabalhador tem capacidade de voltar à sua atividade laboral em menor tempo, gerando menos impacto na produção”, observa. “Isso é uma coisa já de conhecimento antigo: Prevenir é melhor do que remediar.”
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NOVIDADES DO MERCADO
Biblioteca BIM com soluções completas em drywall Arquitetos, projetistas e profissionais da construção contam com mais uma opção prática e versátil para ajudar em cada detalhe da concepção dos mais variados projetos arquitetônicos. Acaba de ser lançado o Espaço Técnico Placo, uma ferramenta de consulta dinâmica em que
o usuário descreve os parâmetros de especificação de seu projeto e acessa uma biblioteca completa de tipologias em drywall que atendem às suas necessidades. Produzida em BIM, a biblioteca está disponível para consulta e download em www.placo.com.br/espacotecnico.
Embalagem termoencolhível Para simplificar o trabalho do eletricista e eliminar desperdícios com a sobra de materiais, a Cobrecom Fios e Cabos Elétricos disponibiliza suas principais linhas de fios e cabos em rolos de 100 m em embalagem plástica termoencolhível. O material, que é 100% reciclável, tem como diferencial facilitar o trabalho de
instalação dos condutores elétricos, já que o eletricista pode puxar vários cabos de uma única vez ao passá-los pelos conduítes. A embalagem foi planejada para que os fios e cabos não embaracem quando puxados e permite que, em caso de sobras, o produto fique guardado de maneira organizada até o próximo uso.
Painéis para fachadas ventiladas
Thiago Vasques
A Belmetal lançou os painéis Aluacero, que são indicados para fachadas ventiladas e 100% recicláveis. Thiago Vasques, gerente do setor de desenvolvimento de produtos Aluacero da Belmetal, destaca que esse painel é feito de um material diferenciado e vem para substituir os que são utilizados no ramo da construção civil, como o brise, entre outros. Segundo o executivo, “a montagem do Aluacero é 40% mais rápida que qualquer outro produto. Além disso, a economia na estrutura de fixação é de até 60%”. Entre as obras que já usam o Aluacero, está o Centro de Treinamento do São Paulo F.C.
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agenda
Eventos
CURSOS
SETEMBRO
SETEMBRO
3º Congresso Jurídico da Construção
Introdução ao BIM com aulas práticas
Dia 3, das 8h às 19h, no Caesar Business Faria Lima, em São Paulo
Dias 11, 12, 18 e 19, das 9h às 18h, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
17º Seminário Tecnologias de Estruturas: Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade
Fundamentos fiscais sobre ICMS, IPI e ISS, aplicados à construção civil
Dia 30, das 8h às 18h, no Caesar Business Faria Lima, em São Paulo
Dia 14, das 9h às 18h, na Regional São José do Rio Preto
OUTUBRO
eSocial – Versão Atualizada 2.1 – Regras de Validação e Perguntão da RFB
6º Seminário Internacional BIM – Modelagem da Informação da Construção
Dia 15, das 9h às 18h, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
Dia 22, das 8h às 18h, no Caesar Business Faria Lima, em São Paulo
Palestra Fiesp – Os 3 Rs da Gestão de Pessoas Dia 16, das 9h às 18h, na Regional Campinas
NOVEMBRO 8º Seminário sobre Legalização de Empreendimentos no Município de São Paulo
Cálculos Financeiros Aplicados às Operações Imobiliárias
Dias 10 e 11, das 8h às 18h, no Caesar Business Faria Lima, em São Paulo
Dias 17 e 18, das 9h às 18h, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
2º Fórum Internacional Segurança e Saúde do Trabalho
Especialista (do nível básico ao avançado) do MS Project 2013
Dias 12 e 13, das 8h às 18h, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
Dias 17, 18 e 19, das 9h às 18h, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
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notícias da construção // agosto 2015
CONVERSA COM RODRIGO LUNA
Divulgação/Fiabci-Brasil
concreto
“Se os ajustes acontecerem, podemos ter um 2016 já com ritmo de recuperação econômica” O empresário Rodrigo Luna tomou posse, na primeira semana de agosto, da presidência da seção brasileira da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci-Brasil) Notícias da Construção // O senhor assume a Fiabci-Brasil, que é uma das principais representações do setor imobiliário do País, num momento de forte crise econômica. Qual será a linha de atuação da nova diretoria? Rodrigo Luna // A Fiabci-Brasil, como entidade privada ligada ao setor imobiliário, defende e trabalha com três importantes fundamentos: o apoio à iniciativa privada, o direito pleno da propriedade e o estado democrático de direito. Com base nesses pilares, a entidade lutará pelo desenvolvimento do setor, buscando incentivar um mercado equilibrado, ético e pujante. NC // Nesse contexto, quais são os principais desafios do setor? RL // Existem alguns pontos que não permitem que a iniciativa privada possa produzir habitações em maior quantidade e qualidade. Entre eles estão o surgimento de altos custos de contrapartidas exigidas dos empreendimentos imobiliários, as altas taxas de juros atuais, inflação acima das projeções e o início de escassez do crédito imobiliário. Além disso, a demora em lançar a terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida também interfere no desempenho do setor. NC // Se a crise é mesmo um momento de oportunidades, o que a atual conjuntura oferece aos empreendedores? RL // Sempre podemos olhar o lado cheio do copo. Momentos como este são propícios para que as empresas possam cuidar de suas estruturas, melhorando as eficiências, diminuindo seus estoques
e ajustando o caixa. O setor imobiliário é uma atividade de capital intensivo e exige de seus players um absoluto controle e racionalidade de suas contas. Empresas bem-dirigidas e financeiramente saudáveis propiciam um mercado próspero e, por consequência, confiável. NC // E o que precisa ser feito para superar o momento difícil? RL // Vivemos um momento político, ético e econômico bastante instável em nosso país. Tudo isso tem projetado um enorme abalo na confiança da população, dos investidores e do setor produtivo. Necessita-se que nossos governantes olhem com muita atenção para essas questões e passem a priorizar as ações de correção de rumo rapidamente. Já temos um grande aumento do desemprego, fruto do atual panorama, e se não houver uma drástica e rápida convergência dos poderes Executivo e Legislativo, a sociedade civil brasileira irá amargar consequências ruins que poderão perdurar por muitos anos. NC // 2016 será um bom ano para o setor? RL // Os próximos anos dependem, exclusivamente, da velocidade de definições em relação às discussões políticas e de consequente avanço do ajuste fiscal. À medida que se postergam as soluções, mais tempo será necessário para invertermos a curva de confiança e de humor. Levando isso em consideração, se os ajustes acontecerem ainda neste ano, poderemos ter um 2016 já com ritmo de recuperação econômica. www.sindusconsp.com.br
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opinião
Falta de confiança impede a retomada
A
podem chegar, por exemplo, as investigações da Operação Lava Jato – quais serão as suas consequências, quem será atingido, qual sua duração. Assim, não se consegue vislumbrar o fim da crise política. A crise na esfera política se reflete no ambiente econômico. Decisões importantes para a revitalização da economia não são tomadas, são postergadas. Essa paralisia é fruto de um governo acuado pela oposição, sem força junto aos próprios aliados e, portanto, impossibilitado de agir.
GOVERNO TEM DE TER FIRMEZA E APRESENTAR IDEIAS E METAS CLARAS Quando quem ocupa um espaço deixa espaço, perde espaço. O governo deveria estar planejando fazer a economia andar, mas não consegue. Deveria aumentar o investimento público. Propôs acertadamente uma reorganização fiscal, mas não consegue negociar e liderar a implementação das medidas necessárias, e as contrações fiscal e monetária que fariam sentido num ambiente de confiança, acabam debilitando ainda mais o organismo econômico. O remédio prescrito pode matar o paciente.
SindusCon-SP
confiança do empresariado nunca esteve tão baixa. Particularmente, a do empresário da construção recuou 4,7% entre junho e julho, alcançando 70,2 pontos na sondagem mensal realizada pela FGV. Esse é o menor nível desde que a série foi iniciada, em julho de 2010. O declínio desse índice tem sido uma constante. Entre todos os setores produtivos da economia, construção civil e indústria de máquinas e equipamentos são os que têm seus desempenhos mais fortemente dependentes do investimento. Respondem por mais de 90% de tudo o que se investe no Brasil. Mas investimento é sinônimo de confiança. O construtor, como todos os demais agentes econômicos, está acostumado a atuar em ambiente de incerteza, a correr riscos. Isso está no seu DNA e é a base da seleção natural do empreendedorismo. Pesquisas comprovam que o ser humano não é avesso ao risco, ele é avesso, sim, à perda. O problema é que hoje não se consegue avaliar o risco. O risco parece infinito e a perda, inevitável. A incerteza quanto ao futuro é absoluta, pois diferentemente dos acontecimentos do passado, a crise política atual não está circunscrita, não tem contornos visíveis nem abrangência de personagens facilmente identificável. Ninguém sabe até onde
EDUARDO ZAIDAN
Vice-presidente de Economia do SindusCon-SP
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Ainda há tempo, mas a presidente e seus auxiliares precisam vir a público reconhecer que os rumos que perseguiram estavam equivocados, que cometeram erros e que aprenderam lições importantes para não mais repeti-los com condução errática e intervencionista da economia. Também é necessário que o governo tenha firmeza, convicção, apresentando ideias e metas claras à sociedade. A saída da crise não será sem dor. A sociedade deve ser convencida de que vale a pena sofrer um pouco agora em troca de um futuro melhor. O governo precisa propor e implantar as reformas que nunca foram feitas. Precisa negociar e arbitrar as perdas de setores que foram privilegiados no passado. E, acima de tudo, preparar o País para competir no mundo. Competitividade é uma das palavras-chave para destrancar a porta de saída da crise. É necessário investir na formação de profissionais de excelência, racionalizar a administração pública, quebrar paradigmas, facilitar o ambiente de negócios. No entanto, olhando para o cenário atual, não parece factível que o que precisa ser feito venha a se realizar. As incertezas por certo alimentarão a falta de confiança, o que impedirá a retomada do crescimento. Ao que parece, o fim da crise econômica está mais longe do que pensávamos a princípio.
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