Revista Notícias da Construção - Edição 152

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Nº 152 ano 13 mar 2016

As 960 moradias do Jardim Atlântico, em Araçatuba-SP: construídas com recursos do MCMV

FUROS NO

MCMV3

Governo lança terceira fase do Minha Casa, Minha Vida e deixa empresários em dúvida quanto ao futuro do programa de habitação popular

ENTREVISTA DO MÊS João Whitaker, secretário da Sehab-SP

DESTAQUE Estudo sobre Produtividade na construção civil rende debates w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r


AMANCO QUICKSTREAM. É PRECISO MUITA TECNOLOGIA PARA DAR VAZÃO A TANTAS VANTAGENS.

O mais moderno sistema de captação de água pluvial para grandes coberturas, com know-how europeu. • Elimina a entrada de ar e aumenta a velocidade de escoamento; • Fluxo de passagem plena: redução nas dimensões do tubo; • Menor custo de instalação e de materiais; • Montagem simples, com menos perfurações e captadores; • Condução horizontal: liberdade arquitetônica.


EDITORIAL

RESGATAR O PAÍS NA MAIS ABSOLUTA LEGALIDADE JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO Presidente do SindusCon-SP

A

devastadora crise política que paralisou os investimentos, pauperizou a economia e atingiu em cheio a indústria da construção, chegou a uma etapa decisiva. No final de março, quando fechávamos esta edição, o Executivo não havia logrado recuperar a confiança dos agentes econômicos. A governabilidade tinha sido indiscutivelmente abalada. O processo de impeachment acabava de ser aberto na Câmara dos Deputados. A Operação Lava Jato apertava o cerco em torno dos políticos. Acentuavam-se manifestações de confronto irracional e intolerância política. A articulação pela formação de um novo governo se intensificava. Nesta crise aguda, está nas mãos das lideranças responsáveis da nação assegurar que as instituições desempenhem seu trabalho sem sabotagens aos alicerces do Estado Democrático de Direito. Isto significa respeito à Constituição, às leis, à isenção da Justiça. Respeito ao direito de manifestação dentro da ordem. Respeito à observância dos processos legais. É inaceitável que o clamor pelo fim da corrupção e as manifestações pró e contra o governo sejam instrumentalizadas para desestabilizar o funcionamen-

to das instituições, contaminando os Poderes da República. No âmbito político, torcemos pelo resgate do País na mais absoluta legalidade. O Brasil não tem por que pagar indefinidamente os elevados custos econômicos, morais e sociais da crise. Se o Legislativo aprovar o impeachment mediante comprovado crime de responsabilidade por parte do Executivo, cumpre às lideranças res-

O BRASIL NÃO TEM POR QUE PAGAR INDEFINIDAMENTE OS ELEVADOS CUSTOS ECONÔMICOS, MORAIS E SOCIAIS DA CRISE ponsáveis do país pressionar o novo governo pela construção de um novo horizonte de previsibilidade, que possibilite o necessário clima favorável à volta dos investimentos. Mais adiante, a mesma responsabilidade precisará ser assumida na hipótese de a Justiça Eleitoral impugnar a chapa eleita para a Presidência da República. As lideranças responsáveis possivelmente precisarão enfrentar com matu-

ridade mais uma mudança, caso novas eleições presidenciais se realizem ainda neste ano. Na esfera jurídica, confiamos em que o Poder Judiciário não será leniente com condutas criminosas, estejam ou não seus autores no governo, e ao mesmo tempo não se deixe instrumentalizar por pressões político-partidárias. No âmbito econômico, medidas pontuais são mais do que necessárias, principalmente com estímulo a investimentos em habitação e infraestrutura. A construção continuará trabalhando por uma agenda de implementação urgente de novas concessões e parcerias público -privadas federais, estaduais e municipais, com segurança jurídica e que sejam realmente atrativas aos investidores nacionais e estrangeiros; desburocratização na aprovação de projetos e financiamentos; melhoria da gestão e elevação da produtividade nas construtoras. Mas a urgência do presente não pode nos fazer postergar as reformas estruturais necessárias ao reequilíbrio das contas públicas, como a previdenciária e a tributária. Sem medidas duras que revertam o crescimento incessante do déficit fiscal, nenhum programa de reativação econômica ficará em pé muito tempo. www.sindusconsp.com.br

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ENZO BERTOLINI

SUMÁRIO // MARÇO 2016

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03

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EDITORIAL

FOTO DO MÊS

DESTAQUE

PALAVRA DO PRESIDENTE

SINDUSCON-SP APRESENTA

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ESTUDO SOBRE PRODUTIVIDADE

ENTREVISTA DO MÊS

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VILA OLÍMPICA RIO 2016 Integrantes do SindusCon-SP visitam as obras da Vila Olímpica dos Jogos Rio 2016

JOÃO WITHAKER, SECRETÁRIO DA SEHAB-SP

CAPA: DIVULGAÇÃO / PM ARAÇATUBA

notícias da construção // mar 2016

INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO

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RFM MONTA OPERAÇÃO DE

CAPA A HABITAÇÃO POPULAR CHEGA A UMA ENCRUZILHADA

FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIO

CONFIRA A NOVIDADE NA PÁGINA 41

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NO CONSTRUBR 2016

GUERRA PARA EXECUTAR LOCALIZADO EM ÁREA DE GRANDE TRÁFEGO DE VEÍCULOS E PESSOAS


PRESIDENTE

José Romeu Ferraz Neto

VICE-PRESIDENTES

26 SINDUSCON EM AÇÃO

32 ARTIGO JURÍDICO FABIO TEIXEIRA OZI DISCORRE SOBRE O PAPEL DA PROVA PERICIAL NO NOVO CÓDIGO CIVIL

33 REGIONAL

Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua

DIRETORES DAS REGIONAIS

Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru), Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

REPRESENTANTES JUNTO À FIESP

Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein, João Cláudio Robusti ASSESSORIA DE IMPRENSA

Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Andrea Ramos Bueno (11) 3334.5701 e Aline Hovarth (11) 3334.5688

CONSELHO EDITORIAL

Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.

DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO

Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110 EDITOR RESPONSÁVEL

46 NOVIDADES DO MERCADO PRODUTOS COM FOCO EM SUSTENTABILIDADE E DESEMPENHO TÊM DESTAQUE NA 14ª EXPO REVESTIR

48 CONCRETO BATE-PAPO COM FLÁVIO AMARY, NOVO PRESIDENTE DO SECOVI-SP

Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) paulo.lima@nectarc.com.br

REDAÇÃO

Renata Justi (editora assistente), Bruno Loturco, Glauco Figueiredo, Andrea Ramos Bueno, Aline Hovarth, Enzo Bertolini e Rafael Marko, com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).

ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Edison Diniz

REVISÃO

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Comercial SindusCon-SP: Valéria Giolli (11) 3334.5694 e Marcio C. Pieralini (11) 3334.5889 Raízes Representações: Vando Barbosa (11) 99614.2513/2604.4589 vando.barbosa@raizesrepresentacoes.com.br ENDEREÇO

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ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER

TERRENOS E ELEVADORES

NO MINHA CASA,

MINHA VIDA

Professor e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e graduado em Economia pela PUC-SP, João Sette Whitaker Ferreira assumiu, no final do ano passado, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). Passados três meses, o Minha Casa, Minha Vida entra no início de sua terceira fase e, segundo Whitaker, a atuação da secretaria continuará relacionada ao desenvolvimento do programa federal. Ele informa que a prefeitura tenta convencer o Ministério das Cidades a aceitar a inclusão de elevadores nos projetos do MCMV em São Paulo, porque este é um item fundamental para tornar possível o adensamento populacional em regiões afastadas, uma das prioridades da atual gestão. O programa Casa Paulistana terá continuidade, mas, tendo em vista a escassez de recursos municipais para investimento habitacional, a participação do município irá se concentrar na cessão de terrenos para as edificações. 6

notícias da construção // mar 2016

Notícias da Construção // O senhor chegou há quase quatro meses na atual administração. A sua gestão se define por continuidade ou inovação, em relação ao trabalho que a secretaria vinha realizando? João Whitaker // É uma mistura das duas coisas. É continuidade porque o que vinha sendo feito antes de eu assumir a secretaria era feito com competência. Não tem nenhuma mudança de rumo radical. A prefeitura estava muito empenhada em produzir habitação dentro do contexto do Minha Casa, Minha Vida. Este era o grande eixo de atuação da secretaria. Fazer com que esse programa federal se tornasse possível, efetivo. O município entra com terra e com o processo de aprovação, de licencia-


JORGE ROSENBERG

mento e toda a indicação da demanda. Isso continua sendo feito. Teve uma interrupção, com a crise. Estávamos esperando o lançamento da terceira fase há mais de um ano, o que aconteceu nesta última semana [de março]. Mas o trabalho vinha sendo bem feito. O Floriano [José Floriano de Azevedo Marques, a quem Whitaker sucedeu] fez R$ 740 milhões em desapropriações. É uma marca importante. E digo isso com satisfação, porque eu como acadêmico cheguei a escrever artigos dizendo que era impossível encontrar terra em São Paulo. O prefeito insistiu que isso não era um problema e que era importante ter vontade política e pôr dinheiro. Ele tinha razão.

Eu estava errado, eles de fato, surpreendentemente, desapropriaram muita terra em São Paulo. Associando isso às ZEIS, o Fernando de Melo Franco [secretário municipal de Desenvolvimento Urbano] fez um cálculo que temos espaço para produzir 1,5 milhão de unidades de habitação social no município. Foi construída uma lógica, uma base para sustentar a produção de habitação baseada no MCMV. Hoje temos 23 mil unidades em obra, mais 15 mil licenciadas, com terreno resolvido. Esta parte está muito bem estruturada. NC // E as novidades? JW // A prefeitura havia entrado numa lógica, como todas as outras

prefeituras do País, até mesmo o governo do Estado. Quando você tem o governo federal soltando R$ 70 bilhões em subsídios e mais outras dezenas de bilhões em recursos facilitados para financiamento, qual não vai ser o prefeito e governador que não vai aderir? Então todos os municípios brasileiros se voltaram demais ao modelo do MCMV. O que é bom enquanto tem dinheiro. Na hora que surge algum problema e passa a não ter dinheiro você fica na mão. O que estamos fazendo agora é recuperar e ampliar a outra parte da política habitacional, que não está tão vinculada ao MCMV. Passa pela estruturação de uma política municipal de habitação, www.sindusconsp.com.br

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JORGE ROSENBERG

ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER

que é o Plano Municipal de Habitação, que a gente tem de realizar porque é uma indicação do Plano Diretor Estratégico, passa por fazer não somente a produção de casas via financiamentos federais, mas também por começar a abrir um leque para ter uma certa autonomia na produção própria. Tem as políticas tradicionais de urbanização de favelas, de trabalhar na intervenção integrada em áreas precárias. Precisa ter uma política autônoma para ter uma ação proativa em áreas muito precárias. Estamos estruturando uma lógica de intervenção nessas áreas, obedecendo os quatro pilares que são regularização fundiária, melhoria da infraestrutura e dos equipamentos urbanos, provisão de habitação, quando for o caso, e melhoria habitacional do parque existente. A gente está construindo uma política de locação social. Isso é importante, constituir um parque de moradias próprio da prefeitura que possa ser destinado a famí-

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notícias da construção // mar 2016

“O MUNICÍPIO NÃO TEM RECURSOS PARA INVESTIR DIRETAMENTE NA PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO POPULAR” lias de baixa renda, e com isso segurar um pouco a valorização imobiliária de aluguéis. Sobretudo não repassar esse investimento público – a prefeitura compra terra, constrói, e, pelos meios convencionais, acaba repassando a médio prazo essas habitações, porque é natural que em áreas centrais, muito valorizadas, quem recebe o apartamento acabe revendendo. É uma lógica normal, só que para o poder público isso significa acabar repassando indefinidamente tudo o que é produzido para o mercado, o que por si não tem problema. O problema é que fica mais difícil atender

as pessoas de muito baixa renda, e essa é uma obrigação da prefeitura. A locação social permite que a prefeitura mantenha um parque de habitação para atender famílias em situação de vulnerabilidade. NC // O município tem recursos para investir diretamente na produção de habitação popular? JW // Atualmente não tem. Na verdade, tem um pouco, que vêm do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) e do Fundo Municipal de Saneamento, que são as duas fontes mais significativas da Sehab, hoje. Mas a parte destinada à produção de habitação é pequena porque esses fundos têm carimbo – a maior parte deles é destinado ou à desapropriação de terrenos ou a obras mais relacionadas à questão do saneamento. Como havia um financiamento muito grande via governo federal, no âmbito do Minha Casa, Minha Vida, passou a não ter recursos do chamado Orçamento 00 para investimento em habitação. Mas


isso é uma questão conjuntural. Nada impede que a gente altere essa relação. Além do mais, isso vai se juntar ao feito talvez mais importante do prefeito, que foi a renegociação da dívida. Isso fez com que a prefeitura tenha, a partir do ano que vem, uma folga significativa. A cidade economizou, se eu não me engano, R$ 28 bilhões em serviços da dívida. Além dessa economia, a redução abre a perspectiva de a cidade captar empréstimos específicos para a realização de determinadas políticas. A nossa perspectiva para o ano que vem é muito melhor. NC // Na fase anterior do MCMV, a prefeitura tinha o Casa Paulistana, que complementava o programa federal com recursos do município. O Casa Paulistana vai continuar com o MCMV3? JW // Vai, o Casa Paulistana é um programa feito também em parceria com o governo do Estado, que faz um aporte pelo Casa Paulista. Esse aporte de recurso era feito sobretudo pelo fato de que, em São Paulo, o custo da terra é muito elevado. Então, para fechar a equação do custo precisa dessa complementação. Vai continuar, mas temos que ver que agora tem algumas mudanças que permitem que a prefeitura dinamize esse aporte de maneira mais qualificada. Porque muitos dos terrenos já foram comprados, e estamos entrando com eles nos chamamentos da Cohab, o aporte é o próprio terreno. A gente está discutindo uma outra questão, e há uma resistência natural no ministério [das Cidades], que é a do elevador, porque eles trabalham uma lógica para o Brasil inteiro. Aqui, nós precisa-

mos adensar. Estamos apresentando uma proposta, para adequar ao zoneamento, ao coeficiente de aproveitamento, e incluir um aporte para cobrir o custo de manutenção dos elevadores, por 10 anos, o que vai garantir que a manutenção seja realizada. O Ministério das Cidades faz a observação, empírica e correta, de que quando se faz elevador para população de muito baixa renda existe uma dificuldade muito grande de realizar a manutenção. Estamos equacionando um modelo que possa permitir que entremos com elevador, garantindo a manutenção. Fizemos um acerto com o governo do Estado para criar parâ-

“O CASA PAULISTANA CONTINUA, MAS COM MUDANÇAS PARA A DINAMIZAÇÃO DO APORTE DE RECURSOS” metros para o aporte dos recursos. Não é porque o programa reajustou o valor do imóvel em R$ 20 mil que o custo vai automaticamente subir na mesma medida. Está certo que a área aumentou dois metros quadrados, mas isso só não justifica o aumento do custo. NC // Mas o MCMV3 também exige o cumprimento da Norma de Desempenho, para maior conforto térmico e acústico, além de itens de sustentabilidade, visando economia de água e energia. Isso representa custos adicionais... JW // Temos que ter um diálogo mais transparente sobre custos. A

questão dos custos chega para nós de forma muito hermética. NC // O Casa Paulistana vai abranger a nova faixa do MCMV, chamada de Faixa 1,5? JW // Claro, com certeza. O programa estabelece que a demanda da Faixa 1,5 é definida pela prefeitura. Para nós, é importante porque atende a nossa demanda. Eu acho que a Faixa 1,5 vai desafogar a Faixa 1, atendendo as famílias que estão numa situação de maior vulnerabilidade. NC // Como o senhor avalia o atual estágio de São Paulo sob o ponto de vista urbanístico e o que a prefeitura pode fazer para tornar a cidade melhor para as pessoas que aqui vivem? JW // Eu avalio como muito positivo e eu acho que a prefeitura deve continuar a fazer o que tem sido feito. Uns cinco ou seis anos atrás eu escrevi um artigo dizendo: “São Paulo vai morrer”. Tinha a máfia do ISS, havia um descontrole na aprovação do que era feito na cidade, tinha um plano diretor que havia sido literalmente engavetado, que não dava regulação nenhuma. Vigorava uma, digamos, soberania do automóvel nos modelos de mobilidade e uma desvalorização muito grande da pessoa na cidade. Ocorreu, nesses últimos quatro anos, uma reviravolta muito grande. Foi aprovado um novo plano diretor que tem condições de ser o condutor do processo de urbanização da cidade. E já se aprovou, na sequência, até de maneira bastante rápida, a Lei de Zoneamento, que é muito interessante porque permite o adensamento de regiões da cidade que precisam ser adensadas e isso vinculado ao transporte público de massa e aos corredores – isso é uma novidade incríwww.sindusconsp.com.br

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ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER

NC // O senhor vem de uma longa trajetória acadêmica, e pela primeira vez assume um cargo público. Como o senhor está sentindo essa transformação em sua vida profissional? JW // Eu venho de uma longa trajetória acadêmica, mas com a peculiaridade de a minha área de atuação acadêmica, que é o urbanismo, ser, por natureza, muito próxima do real. Se você quer ser um bom urbanista, tem de saber o que acontece na gestão pública, porque senão você está muito fora da discussão. Eu estava na academia, mas participava do Conselho da Cidade, sendo atuante, tendo uma proximidade grande com o Fernando de Mello Franco, contribuíndo sempre que possível com a secretaria. E eu venho de uma tradição na área de habitação que já

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vel, pois vai ser na zona leste, na zona norte, na zona sul, em áreas remotas em que antes não havia essa perspectiva. O plano diretor preserva o número de ZEIS. Temos em São Paulo uma inovação muito significativa do ponto de vista da legislação urbanística. Temos uma política enfática de prioridade do transporte público, construímos corredores de ônibus como nenhuma outra gestão. Felizmente, o governo do Estado retomou, ainda que de maneira mais lenta do que eu acho que deveria ser, a expansão do metrô. Tudo isso vai criando uma significativa recuperação da cidade para os moradores, gerando consciência de ocupação do espaço público. Eu acho que essas são transformações que a cidade já ganhou. A gente tem de continuar fazendo isso e espero que possamos continuar na próxima gestão.

“AS PESSOAS NÃO PERCEBERAM QUE SEM HABITAÇÃO NÃO TEM EDUCAÇÃO, NEM SAÚDE, NEM NADA – SEQUER TRABALHO” teve muita atuação no poder público – minha orientadora, a quem substituí na coordenação do Laboratório de Habitação da FAU-USP, a Ermínia Maricato, é até hoje referência em urbanismo no Brasil. Então, eu tive esse distanciamento, mas ele não era tão grande assim. Na verdade, nada me surpreendeu tanto, porque eu já tinha um certo conhecimento sobre como as coisas funcionavam. A

dificuldade maior está no fato, e era coisa que eu já sabia, de que a gente tem muito pouco espaço para formulação, para pensar políticas – embora a gente esteja fazendo isso – em função da exigência de soluções de problemas de varejo do dia a dia, que hoje compõem o cotidiano de uma secretaria municipal em São Paulo. Temos que lidar com todos os desequilíbrios históricos que se acumulam numa secretaria como esta. Existe uma gestão muito complexa, numa cidade imensa, inserida num país que não resolveu a questão habitacional, que ainda não foi assimilada com a importância que deveria ter, diferentemente do que aconteceu com a educação e a saúde. As pessoas ainda não percebem que sem habitação não tem nem educação, nem saúde, nem nada – sequer trabalho.



CAPA

HABITACÃO

POPULAR NA ENCRUZILHADA Governo federal promove lançamento político da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, deixando para os empresários dúvidas quanto à capacidade de funding e à própria sustentação do programa habitacional em médio e longo prazos. PPPs do governo paulista dão alento ao segmento

N

uma época em que o País vive incertezas de toda ordem, o setor da construção civil viveu, no final de março, mais uma frustração de expectativas. Aguardado pelos empresários desde 2014, o anúncio oficial da terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV3), em vez de alento, trouxe ainda mais dúvidas quanto ao futuro do mercado de habitação popular no Brasil. O atual modelo federal de fomento à habitação popular dá sinais de esgotamento. Há incer-

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tezas quanto ao funding para o desenvolvimento dos empreendimentos da Faixa 1, voltados às famílias mais carentes e incentivados com subsídios do Tesouro, dúvidas quanto à viabilidade da recém-criada Faixa 1,5, que conta com recursos do FGTS, e preocupação em relação à continuidade do programa nas Faixas 2 e 3. Na reunião do Grupo de Trabalho de Habitação do SindusCon-SP, realizada no dia seguinte ao anúncio governamental, os empresários presentes lançaram dúvidas a respeito da disponibilidade de recur-

sos para os subsídios. Além disso, a operacionalidade da Faixa 1,5 não pareceu factível. Outro ponto levantado: tendo em vista a meta de unidades anunciadas para as Faixas 2 e 3, é provável que faltem recursos. “Sem dúvida, o funding do programa precisa ser repensado”, resume Ronaldo Cury, vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP. Na reunião do GT, os empresários tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra do secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, que trouxe mais uma notícia desagradável: o gover-


DIVULGAÇÃO/CURY CONSTRUTORA

Empreendimentos mais recentes do MCMV, nas faixas 2 e 3, incluem itens que elevam a qualidade de vida, como área de lazer com piscina www.sindusconsp.com.br

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JORGE ROSENBERG

CAPA

no de Geraldo Alckimin cogita interromper o programa Casa Paulista, que complementa o MCMV com recursos estaduais, “caso não possamos interferir nas regras”. A reclamação geral é de que o governo não forneceu informações operacionais sobre a terceira fase do programa. Os empresários analisam que o anúncio foi um evento muito político e pouco técnico. A situação, que já é muito complicada, pode ficar ainda pior. Ao jornal O Estado de S. Paulo, dias antes, o presidente do Instituto Ulysses Guimarães, Moreira Franco, havia afirmado que em um eventual governo o PMDB deveria extinguir todos os atuais programas sociais em andamento – incluído aí o MCMV. Isso é algo que causa temor nos construtores.

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O FUNDING DO MINHA CASA, MINHA VIDA PRECISA SER REPENSADO

RONALDO CURY Vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP

LUZ NO FIM DO TÚNEL Nesse contexto, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) que o governo paulista tem desenvolvido para viabilizar a produção de habitações de interesse social (HIS) e habitações de mercado popular (HMP) parecem uma miragem no deserto. Garcia apresentou aos empresários detalhes sobre os projetos já lançados, informando que dois novos editais de chamamento para PPPs serão lançados nos próximos meses. Um novo lote – denominado Lote 2 do Centro Expandido – ao longo do eixo Radial Leste, no entorno das estações Brás, Bresser e Belém do Metrô, já teve a primeira audiência pública realizada, em fevereiro. O projeto irá prover 7 mil novas unidades, sendo


A2IMG/CIETE SILVÉRIO

Projeto da PPP de Habitação na Praça Júlio Prestes trará mais 3.683 unidades à região central de São Paulo

4.900 HIS e 2.100 HMP. O governo vai conceder áreas bastante valorizadas – o parceiro privado poderá construir os edifícios sobre as estações do Metrô e implantar comércio no térreo dos edifícios. A outra novidade é a PPP que será licitada na região do bairro da Penha onde será construída a futura estação Tiquatira, na extensão da Linha Verde do Metrô rumo a Guarulhos. A CDHU possui na região terrenos que totalizam 60.305 metros quadrados. O plano é implantar 1.424 HIS e 608 HMP, além de um mall com 10.927 metros quadrados de área construída em dois pavimentos, e quatro torres comerciais. O governo do Estado já está construindo, em PPP, no Lote 1 do Centro Expandido, na região

das ruas São Caetano e Helvécia e no terreno da antiga rodoviária de São Paulo, em frente à estação Júlio Prestes, somando 2.260 unidades de HIS e 1.423 de HMP. As obras de 126 unidades na rua São Caetano já se encontram em execução pela Canopus Holding, vencedora da concorrência internacional. Na avaliação de Ronaldo Cury, “a PPP não é nenhum bicho de sete cabeças. A conta fecha”. Para ele, “isso é o futuro”. “Temos a preocupação de viabilizar a participação das pequenas e médias empresas nas PPPs”, promete o subsecretário de PPP, João Octaviano Machado Neto. DEBATES NO CONSTRUBR Preocupado com o futuro do seg-

mento de habitação popular, o SindusCon-SP reservou dois painéis para debates de temas relacionados no ConstruBR, na programação do dia 15 de abril. Destaque para a participação de três conferencistas internacionais: Rogello Gonzalez, presidente da Comissão de Habitação da Câmara Chilena da Construção, Humberto Iglesias Gómez, diretor do Instituto Social de Vivienda y Habitat de Medelin (Isvimed), Colômbia, e Rafael Licea Alvarez, diretor técnico da Câmara Mexicana da Indústria da Construção (CMIC). “Estamos estudando experiências de fora para elaborar propostas para o aperfeiçoamento do modelo brasileiro”, explica Cury, que coordenará a mesa de debates com os especialistas sulamericanos. www.sindusconsp.com.br

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CAPA

BRUNO PERES

Presidente Dilma Roussef reúne ministros e movimentos sociais. José Carlos Martins, da CBIC [segundo da dir. para esq.], representa os empresários

COM MENOS RECURSOS,

GOVERNO REBAIXA

METAS DO MCMV Em 2014, Dilma havia prometido que a terceira fase do programa entregaria 3 milhões de residências. Agora, face à escassez de recursos federais, presidente reduz meta em 1 milhão de unidades. Mercado tem dúvidas se dinheiro disponível garante a execução total do programa

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E

m meio à grave crise política que instabiliza o País, o governo federal finalmente realizou, no último dia 30, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o lançamento oficial da terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV3). Com essa nova etapa, que já deveria ter sido lançada em 2014, o governo recalcula a sua meta de investimento e habitação – agora, a promessa é entregar 2 milhões de moradias populares até 2018. Segundo o Ministério das Cidades, a previsão é investir cerca de R$ 210,6 bilhões. Desse total, apenas R$ 41,2 bilhões sairão do

Orçamento Geral da União. A maior parte dos recursos será obtida por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), informou o ministro Gilberto Kassab. A dúvida do mercado é se esses recursos serão suficientes para garantir a execução total do programa. Lançado em 2009, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Minha Casa, Minha Vida se tornou uma das principais bandeiras políticas de Dilma e, talvez, o único programa bem-sucedido de seu governo. Em 2014, ano em que disputou a reeleição, a presidente havia prometido que a terceira fase do programa

habitacional entregaria 3 milhões de residências. Ou seja, a estimativa inicial do MCMV3 foi reduzida em 1 milhão de moradias. Durante a cerimônia, Kassab anunciou a criação do Sistema Nacional de Cadastro Habitacional, por meio do qual os cidadãos poderão consultar o status de sua inscrição no programa e o andamento do processo de seleção dos beneficiários. Como já havia sido anunciado, o MCMV3 introduz uma faixa intermediária de financiamento para atender famílias com renda de até R$ 2.350, com juros de 5% ao ano, denominada Faixa 1,5 ou Faixa 1 FGTS.


CAPA DESEMPENHO E SUSTENTABILIDADE O governo também determinou que as unidades habitacionais da Faixa 1 tenham acréscimo de dois metros quadrados, passando para 41 metros quadrados. As novas construções terão que obedecer os parâmetros da Norma de Desempenho, contando, a partir de agora, com melhor isolamento térmico e acústico, de forma a oferecer maior conforto aos moradores e garantir maior durabilidade dos imóveis. Também serão incorporados itens de sustentabilidade, como aeradores de torneira, válvulas de descarga com acionamento duplo, sensores de presença para a iluminação de áreas comuns, bombas de água com certificação Procel e sistemas alternativos ao de aquecimento solar. A arborização será obrigatória: deverão ser plantadas árvores (preferencialmente nativas) na proporção de uma árvore para cada cinco unidades habitacionais nos conjuntos de apartamentos, e uma árvore para cada duas unidades habitacionais nos conjuntos de casas. Os novos parcelamentos deverão ser realizados na forma de loteamentos, ou seja, todas as ruas deverão ser públicas e conectadas com o restante do bairro ou da cidade. Segundo o ministério, isso proporcionará integração ainda maior de serviços, aumentando conforto e segurança. As quadras deverão ter tamanho máximo que permita o deslocamento seguro dos pedestres e as calçadas e ruas deverão ter larguras mínimas que comportem diferentes modos de transporte e arborização. O MCMV3 vai priorizar os me-

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notícias da construção // mar 2016

AS MUDANÇAS NO PROGRAMA FAIXA DE RENDA* FAIXA

MCMV2

MCMV3

Faixa 1

1.600

1.800

Faixa 1,5

-

2.350

Faixa 2

3.275

3.600

Faixa 3

5.000

6.500

VALOR MÁXIMO DO IMÓVEL* FAIXA

MCMV2

MCMV3

Faixa 1

76 mil

96 mil

Faixa 1,5

-

135 mil

Faixa 2

190 mil

225 mil

Faixa 3

190 mil

225 mil

FAIXA DE RENDA* FAIXA

MCMV2

MCMV3

Faixa 1

73 mil

86,4 mil

Faixa 1,5

-

45 mil

Faixa 2

25 mil

27,5 mil

* VALORES EM REAIS

lhores projetos. Nesta fase, as propostas apresentadas pelas construtoras passarão por processo de qualificação prévia: será aberto um ciclo para apresentação de propostas. Ao fim deste ciclo será atribuída pontuação para as melhores propostas, segundo critérios como atendimento ao déficit, unidades maiores, melhor inserção urbana etc.

BALANÇO De acordo com o governo, as duas primeiras etapas do programa já entregaram cerca de 2,6 milhões de residências. Há ainda mais 1 milhão de casas em construção para entregar aos beneficiários do MCMV. Nas duas primeiras fases do programa habitacional, informou o governo, foram investidos aproximadamente R$ 240 bilhões.


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Fonte: (1) Ipsos Connect: EGM Multimidia, Jan a Dez 2014, 19M, ambos sexos 10 e + anos leitura líquida todos os dias Folha de SP(universo 2.197,000, amostra 1387). (*)amostra30 abaixomil de 30leitores casos. (2) IVCquerem – outubro/2015 trocar– total circulação paga impressa + digital – Folha de S.Paulo: 320.254. (3) Adobe Analytics/Omniture novembro/2015. Fonte: (1) Ipsos Connect: EGM – Jan a Dez 2014, 19M, ambos deMultimidia, imóvel no momento.1* sexos 10 e + anos leitura líquida todos os dias Folha de SP(universo 2.197,000, amostra 1387). (*)amostra abaixo de 30 casos. (2) IVC – outubro/2015 – total circulação paga impressa + digital – Folha de S.Paulo: 320.254. (3) Adobe Analytics/Omniture – novembro/2015.


FOTO DO MÊS // MARÇO 2016

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notícias da construção // mar 2016


DIVULGAÇÃO / ILHA PURA

VILA OLÍMPICA RIO 2016 Com capacidade para 17.950 atletas e equipes técnicas, a Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos Rio 2016 tem sete condomínios, 31 prédios, 3.604 unidades, distribuídas em 476 apartamentos, num total de 73.359 metros quadrados de área privativa. Com total de 200.000 metros quadrados, conta ainda com um parque e 1,1 quilômetro de ciclovia. A obra ficou a cargo do Consórcio Ilha Pura, composto pelas construtoras Odebrecht Realizações Imobiliárias e Carvalho Hosken. Depois dos jogos, o local passará por reformas para que os apartamentos sejam entregues aos compradores. As vendas dos apartamentos, de dois, três ou quatro quartos, estão em andamento, mas as unidades serão entregues apenas em 2017.

www.sindusconsp.com.br

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DESTAQUE

PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Debates sobre as questões culturais que determinam os índices de produtividade nos canteiros de obras do País estão no centro do ConstruBR 2016

C

om base no tema “Produtividade e Competitividade na Indústria da Construção”, em 2016 o ConstruBR promove debates sobre as principais necessidades de crescimento do setor, com discussões para elaboração de novas diretrizes capazes de superar os desafios impostos pelo cenário econômico atual. Estudo sobre o desafio de elevar a produtividade do setor ganha destaque no dia 14, apresentado pelo vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, e debatido por Antonio Zorzi (Cyrela) e André Glogowsky (Hochtief), com mediação do jornalista Guto Abranches. Entre os dados desse estudo, Zaidan destaca o chamado duplo gap observado entre a produtividade da construção civil e

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a da economia em geral e, mais do que isso, da discrepância entre os dados brasileiros e os de países desenvolvidos. “Temos duas escadas para subir. Uma interna e outra externa”, pontua. O desafio é intensificado pela estagnação econômica atual, afirma. Afinal, os trabalhadores contratados entre 2007 e 2013 – período em que o contingente de mão de obra praticamente dobrou no País – vinham sendo qualificados por meio de iniciativas setoriais e, agora, estão sendo demitidos. “Estamos numa situação econômica em que jogamos fora esse esforço de qualificação, pois estamos demitindo. Esse é o grande drama e a grande conta a pagar que fica com essa recessão”, lamenta Zaidan. Para Antonio Carlos Zorzi, dire-

tor de Operações da Cyrela, esse é, justamente, um dos principais gargalos para a produtividade da construção civil brasileira. Segundo afirma, são problemas crônicos o alto índice de artesanato no processo construtivo, o significativo emprego de mão de obra com baixo nível de qualificação, o sistema de remuneração dos operários, a falta de estrutura das empresas prestadoras de serviço, a baixa utilização e disponibilidade de sistemas industrializados, com baixo investimento em equipamentos. Para escapar desse ciclo, a Cyrela investe “muito na gestão do backoffice e na gestão da produção, reduzindo re-serviços, desperdícios”, diz. “Esse processo não pode parar, é questão de sobrevivência. Se não melhorarmos, não teremos custos de construção competitivos e, assim, teremos dificuldades para fazer negócios”, analisa. André Glogowsky, membro do Conselho de Administração da Hochtief do Brasil e do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do


Zaidan: “Temos duas escadas para subir”

Glogowsky: “Interligação da cadeia deixa a desejar”

DUPLO GAP DE PRODUTIVIDADE

DUPLO GAP

16,3 Produtividade da construção no Brasil

23,9 Produtividade média no Brasil

71,0 Produtividade da construção em países mais desenvolvidos

100 Produtividade média em países mais desenvolvidos

FONTE: FONTE: WIOD, CONFERENCE BOARD. ELABORAÇÃO FGV

EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE* Evolução da produtividade do trabalho nas empresas, total e por segmento, 2007 a 2013 (em %)

1,59

0

-20,14

-3,23

Edificações

Infraestrutura

(*) VALORES CORRIGIDOS. FONTE: PAIC

Serviços especializados

-6,73

Total

SindusCon-SP, afirma que a produtividade da construção civil brasileira enfrenta problemas relacionados a aspectos culturais e não necessariamente tecnológicos. De acordo com ele, as principais construtoras do País têm capacidade de absorver inovações pontuais relacionadas a processos construtivos. Entretanto, ainda há dificuldades para integrar a cadeia produtiva como um todo, especialmente no que diz respeito ao projeto. “Na indústria da construção, se pensa o projeto por pouco tempo e se demora muito tempo na obra, ao contrário do que acontece na indústria automobilística”, exemplifica. Por esse motivo, ele acredita que é preciso investir em formas mais colaborativas de desenvolvimento de projetos, com integração entre projetistas, clientes, construtoras e fornecedoras muito antes do início da execução. “Quando olhamos sob o viés da produtividade, a interligação da cadeia como um todo deixa a desejar. Sabemos o que tem que ser feito, mas entre saber e fazer há uma longa distância”, alerta. BRUNO LOTURCO www.sindusconsp.com.br

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INOVAÇÃO

Execução de fundações exige operação especial

A

execução das fundações de um prédio localizado em um dos pontos mais movimentados da cidade de São Paulo –a esquina da rua da Consolação com a avenida Paulista – impôs um gigantesco desafio à Construtora RFM: concretar um bloco de mil metros cúbicos a uma profundidade de 15 metros, para sustentar a edificação que será formada por 11 andares e quatro subsolos, erigida sobre um túnel destinado à alimentação elétrica do metrô. “O desafio foi maior do ponto de vista logístico, pois a obra está inserida numa área de tráfico intenso e densamente povoada. A concretagem não podia ter mais que uma parada, fizemos tudo em dois dias”, relata Dener Brito, diretor de Engenharia da RFM. “Foi uma luta contra o tempo.” Para tudo ocorrer conforme o planejado, a construtora desenvolveu uma matriz de riscos e implantou programa de gerenciamento para lidar com eles. A variável chave a ser controlada foi a temperatura do concreto lançado, que não poderia atingir a marca de 65°C nas 48 horas seguintes à

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concretagem, sob risco de fissuração – etringita tardia – e consequente perda da peça. A matriz indicou que deveriam ser controlados a temperatura de lançamento, a velocidade da descarga, o completo preenchimento dos espaços entre a armadura, bem como a probabilidade de chuva que adulteraria o traço o concreto. Foi desenvolvido um projeto específico para a dosagem do concreto de Fck 40 Mpa, autoadensável, tendo resultado num fator água-cimento baixo, adição de sílica ativa para reduzir a quantidade de cimento, adição de gelo, brita zero e demais aditivos retardadores de pega para controlar o calor. A reação do cimento com a água libera calor. Quanto maior o volume, maior o calor liberado. Depois do concreto lançado, devido às dimensões da peça, nada é possível fazer para baixar a temperatura gerada pela reação. A temperatura foi controlada com termopares instalados no interior do bloco. Para resolver a questão da velocidade da descarga, optou-se pela locação de um terreno vizinho como pulmão para as betoneiras, onde foram realizados os testes amos-

FOTOS: JORGE ROSENBERG

Cuidados em relação à temperatura do concreto provocam luta contra o tempo


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Tenda de 400 metros quadrados cobrindo todo o bloco mitigou risco de chuva na concretagem 2

Concreto preencheu cinco camadas de aço de 32 mm de diâmetro e 23 metros de comprimento 3

Foram adicionados 140 kg de gelo a 6 graus negativos, com aditivos, em cada betoneira 1

2

4

3

trais, a verificação e a correção com gelo da temperatura e a adição dos aditivos para o concreto autoadensável. Foram 80 viagens de betoneiras em cada um dos dias. Para mitigar o risco da chuva durante a concretagem, foi montada uma tenda de 400 metros quadrados cobrindo todo o bloco. Uma terceira bomba de concreto foi mantida como reserva, elaborado um plano de contingência que incluía desde a remoção de um profissional em caso

4

A temperatura do concreto é medida dentro da betoneira

de acidente, o rodízio de refeições e descanso, controle rigoroso do tráfego dos caminhões. O concreto foi lançado a uma temperatura entre 16 graus e 20 graus. Para isso, o cimento foi estocado no silo da concreteira dois dias antes, pois sai do forno a 60 ou 70 graus, o agregado foi previamente resfriado e foram adicionados 140 quilos de gelo a 6 graus negativos em cada betoneira, com os aditivos para retardar o início da reação. Foi adotada a solução do concreto autoadensável para permitir o perfeito preenchimento dos vãos e recobrimentos das cinco camadas de aço de 32 mm de diâmetro e 23 metros de comprimento, emendados com luvas, além da maior rapidez da descarga de cada caminhão. As dimensões do bloco são 380 metros quadrados de área por 3 metros de altura. Para a execução desse trabalho inovador em áreas urbanas – esse tipo de operação é comum em grandes obras, como barragens – foram empregadas mais de 50 profissionais. Felizmente, tudo saiu como o planejado, e o edifício agora já tem suas fundações finalizadas. www.sindusconsp.com.br

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SINDUSCON-SP EM AÇÃO

BOM SENSO EM EVIDÊNCIA Para solucionar conflitos por meio do diálogo, Centro de Mediação do SindusCon-SP propõe conciliar partes envolvidas sem apelar para a Justiça, reduzindo custos e prazos

I

magine resolver um problema sério com um cliente ou fornecedor sem que seja necessário apelar para a Justiça Comum e reduzindo ao mínimo possível o desgaste entre as partes, inclusive preservando a relação comercial. Mais do que isso, de uma forma que a solução para o conflito seja consensual e que, ao fim do processo, todos saiam satisfeitos quanto às suas obrigações e deveres no caso em questão. Essa é a proposta do novo Centro de Mediação do SindusCon-SP (CMS-SP), que coloca frente a frente, com a presença de um profissional de mediação devidamente capacitado e qualificado, empresas e profissionais envolvidos em conflitos. A iniciativa é extrajudicial e tem base na nova Lei de Mediação – 13.140, de 2015 –, que regulamentou o formato para solucionar conflitos de forma rápida e simplificada. A ideia surgiu no Conselho Jurídico da entidade, que identificou a demanda junto ao mercado. O CMS será regido por um regulamento, um regimento e um código de ética próprios. De acordo com Rodrigo Chade, do Conselho Jurídico do SindusCon-SP, o intuito é apresentar ao mercado uma alternativa à via judicial para a resolução de conflitos entre construtoras, fornecedores e clientes. “O importante é que são as partes envolvidas que resolvem os problemas, sem deixar a decisão para um juiz”, pontua, lembrando que o mediador tem

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notícias da construção // mar 2016

como única função promover a conversa com vistas à obtenção de um consenso. Chade lembra, reforçando a tendência de crescimento da mediação, que o novo Código de Processo Civil prevê a convocação, por parte do juiz de primeira instância, de uma reunião de mediação judicial prévia à audiência. “Ninguém melhor do que as partes para saber qual é a solução mais adequada para cada caso”, acredita. Até mesmo porque, comenta, nem sempre um juiz tem tempo suficiente para aprofundar-se num caso ou mesmo ouvir as partes. Assim, o CMS apresenta-se como um canal de comunicação. “Até em casos em que as pessoas não estavam nem conseguindo se falar, só de ter um ambiente novo, com um mediador imparcial, faz as posturas mudarem”, afirma Chade. Com lançamento previsto para abril, o CMS apresenta-se como uma alternativa mais rápida e mais barata do que o sistema judiciário, com custos geralmente divididos igualmente entre os envolvidos. No site do SindusCon-SP será possível ter acesso à tabela de preços e aos procedimentos necessários para dar entrada num procedimento de mediação. A estrutura prevê, ainda, orientação por parte do sindicato sobre quais casos podem ser beneficiados e quais não se enquadram nas regras de mediação. Para que o procedimento de mediação resulte na


ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS criação de um Termo de Acordo com valor judicial, é imprescindível que as partes estejam de pleno acordo. Apesar disso, Chade revela que, por meio do site do sindicato, é possível que apenas uma das partes cadastre o caso e solicite ao CMS convocar a outra parte para uma reunião de mediação. Totalmente voluntária, a mediação pode ser convocada ou interrompida a qualquer momento, inclusive pelo mediador, caso observe que o formato não é adequado para resolver o conflito. “Queremos criar um sistema que seja muito prático e desburocratizado para que as empresas tenham rápido acesso à ferramenta”, afirma. Embora, conforme conta Chade, as empresas estejam sendo orientadas a incluir cláusulas nos novos contratos prevendo a mediação como primeira forma de solucionar conflitos, a metodologia pode ser adotada mesmo em contratos antigos, sem referência ao procedimento. “A mediação é voluntária e pode acontecer independentemente de haver cláusula contratual preexistente. A qualquer momento pode ser sugerido à outra parte que seja interrompido um eventual processo e seja iniciada a mediação”, orienta.

O QUE É MEDIAÇÃO? Forma consensual de resolução de conflitos entre parceiros comerciais. Com a mediação as partes evitam os processos judiciais, que geralmente são mais caros e demorados. QUAIS AS VANTAGENS DA MEDIAÇÃO? Os principais ganhos estão relacionados à desjudicialização da causa. Assim, além de ganhos de custo e prazo, a mediação desenvolve soluções totalmente consensuais entre as partes, possibilitando inclusive a continuidade da relação comercial. QUAIS CASOS PODEM SER RESOLVIDOS? Não há limitação. Quem decide quando iniciar ou interromper um procedimento de mediação são as partes. Caso conclua que um caso não está sendo bem sucedido por meio da mediação, o mediador pode sugerir às partes procurar a Justiça Comum. QUEM PODE SER MEDIADOR DE CONFLITOS? Desde que as partes concordem, qualquer pessoa. Porém, há profissionais qualificados a atuar nesse tipo de situação. O mediador não tem autorização para aconselhar, propor soluções ou indicar sentenças. Sua função é a de ser um facilitador da comunicação. A MEDIAÇÃO TEM VALIDADE LEGAL? A partir do momento em que as partes chegam a consenso é gerado um Termo de Acordo que, assinado pelas partes e pelas respectivas testemunhas, passa a ter validade legal.


SINDUSCON-SP EM AÇÃO

ConstruSer foca no combate ao Aedes e na preservação da água Evento este ano ocorrerá no dia 30 de abril em Osasco e nove regionais

O

combate à proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor dos vírus da dengue, da febre chikungunya e da zika, e o uso racional da água serão os temas centrais da 9ª edição do Encontro Estadual da Construção Civil em Família (ConstruSer), que ocorrerá no dia 30 de abril, em Osasco (para os trabalhadores da capital) e nas nove regionais do SindusCon-SP (Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba). Durante o evento, que reunirá os trabalhadores da construção civil e seus familiares, serão promovidas ações de conscientização sobre os cuidados necessários que devem ser tomados para eliminar os potenciais focos de proliferação do mosquito. Além disso, os participantes também receberão dicas de como preservar e promover uso consciente dos recursos hídricos. O evento é realizado anualmente em parceria com Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP, Seconci-SP e outras instituições apoiadoras. O vice-presidente de Capital-Trabalho e Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, destacou a importância dos temas “Água, cuida que tem” e “Todos contra o mosquito Aedes Aegypti”, como iniciativas importantes que ressaltam o papel cidadão da entidade em estimular ações de prevenção contra a proliferação de doenças e que ressaltam a sustentabilidade. “Os dois temas são fundamentais e muito importantes. O ConstruSer é uma iniciativa que movimenta todas as pessoas que atuam no segmento da construção civil e seus respectivos familiares em todo o Estado de São Paulo. Ele colabora com elevação da autoestima e estimula o convívio familiar”, disse. A expectativa do SindusCon-SP é de que 9ª edição do evento movimente cerca de 26 mil pessoas, entre participantes e voluntários que atuarão em cada localidade. O ConstruSer contará ainda com diversas atrações culturais, atividades de lazer e educacionais.

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PROGRAMAÇÃO DO CONSTRUSER 2016 SESI • Casa Sustentável: exposição monitorada nos ambientes do imóvel: sala, área de serviço, banheiro e quintal. O espaço destinado à orientação sobre o consumo consciente do uso da água. A casa será decorada com peças reaproveitadas com foco na sustentabilidade, meio ambiente e combate ao mosquito Aedes Aegypti para a saúde da sua família, dos vizinhos e da sua cidade; • Casa Sustentável - Programa Meu Novo Mundo: a exposição dialogada pretende promover com o público a experiência de ter uma deficiência temporária (visual, auditiva e física-cadeirante).

SENAI • Demonstração da técnica na colocação do redutor de vazão em torneiras para a diminuição do consumo de água; • Demonstração de dois tipos de caixas acoplada no uso de descargas sanitárias; • Workshop de construção de minitelas mosquiteiras com velcro; • Distribuição de folders com a programação de cursos do SENAI na área da Construção Civil. ALIMENTAÇÃO • Minioficinas culinárias de preparação de receitas: cupcake, muffin salgado e frozen de frutas; • Distribuição de folder com dicas de economia de água, receitas e comercialização ou não dos produtos alimentícios e gerar renda. EDUCAÇÃO • Jogo Sesi – Memória Gigante: temas referente à “Preservação da Água” e “Combate ao mosquito Aedes Aegypti”; • Game Sesi - temas referentes à “Preservação da Água” e “Combate ao mosquito Aedes Aegypti”. QUALIDADE DE VIDA, ESPORTE E LAZER • Caça ao Mosquito - Caça ao Tesouro. A equipe vencedora (participante e família) ganhará um dia no fim de semana (sábado ou domingo) de livre utilização no Centro de Lazer e Esporte do SESI-SP (unidade do evento); • Caos da Água - A equipe vencedora (participante e família) ganhará um dia no fim de semana (sábado ou domingo) de livre utilização no Centro de Lazer e Esporte do SESI-SP (unidade do evento).

SECONCI-SP • Exames médicos em todo o Estado; • Orientações odontológicas em Osasco e Ribeirão Preto.


CAMPANHA INDICA OS PRINCIPAIS FOCOS DO AEDES NOS CANTEIROS

C

om o objetivo em combater os focos do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, o SindunCon-SP preparou um checklist com os principais pontos que devem ser observados pelos trabalhadores nos canteiros de obra. A lista menciona os potenciais focos de proliferação do Aedes

Aegypti, como bandejas de proteção, caçambas, tonéis, tambores e latões para depósitos de água, entre outros, como locais que devem receber uma atenção especial. O material tem sido entregue pelos os técnicos de segurança que atuam no Programa SindusCon-SP de Segurança durante as palestras realizadas nos canteiros de obras. A iniciativa faz parte da campanha A Construção Civil contra a Dengue, lançada em janeiro, que já foi realizada em mais de 120 canteiros de obras no Estado de São Paulo, tendo atingido mais de 6 mil trabalhadores até o início de abril. A campanha pretende estimular os colaboradores para que eles se tornem multiplicadores das orientações em seus respectivos locais de trabalho e em casa.

CHECKLIST DOS POTENCIAIS FOCOS DE PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO Marque com “X” os locais de risco para as providências necessárias VASOS DE PLANTAS Os pratinhos de vasos e plantas devem ser escorridos ou preenchidos com areia até a borda. LIXEIRAS E ENTULHOS Dentro ou fora do ambiente, sempre feche bem o saco plástico e mantenha a lixeira tampada. Recolha o lixo diariamente. Evite acumular entulho, pois são focos do mosquito Aedes. PEQUENOS RECIPIENTES Entre os pequenos recipientes incluem-se tampinhas de garrafas, cascas de ovo, latinhas, saquinhos plásticos de cigarros, embalagens plásticas e de vidro, copos descartáveis, embalagens de marmitex, capacete ou qualquer outro objeto que possa acumular água. Acondicione em saco plástico, feche bem e coloque para recolhimento da limpeza urbana. VASILHAMES PARA ÁGUA DE ANIMAIS DOMÉSTICOS Lave-os com bucha e sabão em água corrente pelo menos uma vez por semana. VASOS SANITÁRIOS Deixe-os sempre fechado. Em caso de pouco uso, dê descarga pelo menos uma vez por semana. RALOS E CAIXAS DE PASSAGEM Mantenha-os fechados ou telados e limpos. BANDEJAS EXTERNAS DE GELADEIRAS Retire sempre a água e lave bem a bandeja.

TONÉIS, TAMBORES E LATÕES PARA DEPÓSITOS DE ÁGUA Se utilizados para armazenar a água, mantê-los tampados sem deixar frestas. Lave as paredes internas com bucha e sabão. CAIXAS DE ÁGUA, CISTERNAS, TUBULÕES E POÇOS Mantenha-os bem fechados. Tampe com telas aqueles que não possuem tampa própria. Vede totalmente as caixas de água existentes nos pavimentos. CALHAS DE ÁGUA DE CHUVA Remova folhas e outros materiais que não permitam o escoamento da água. GARRAFAS DE VIDRO OU PET E BALDES Guarde-os vazios e virados para baixo. O mesmo se aplica para pratos de plantas em desuso.

LONAS Verificar diariamente se estão acumulando água. CAÇAMBAS Evite deixá-las por muito tempo na construção, faça o recolhimento semanalmente. SAPATAS, FURO DE ESTACAS E FORMAS DE PILAR Drene ou vede. TESTE DE IMPERMEABILIZAÇÃO (PISCINAS, TERRAÇOS, ÁREAS DESCOBERTAS) Após o teste de estanqueidade, retirar toda a água e lavar as paredes internas com bucha e sabão. BEBEDOUROS Mantê-los sempre limpos e nivelados.

ENTULHOS E LIXO Evite acumular entulho e lixo, pois são focos do mosquito.

PISO DE ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO Verifique o piso e, caso necessário, seque.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS EM USO QUE POSSAM ACUMULAR ÁGUA Seque tudo e guarde em local coberto.

BANDEJAS DE PROTEÇÃO Verifique se há água acumulada.

POÇO DE ELEVADOR, LAJES, PAVIMENTOS E SUBSOLOS Retire a água acumulada no mínimo uma vez por semana. PISCINAS EM CONSTRUÇÃO Não deixe água acumulada. Drenar.

FERRAMENTAS MANUAIS DE PEQUENO PORTE (BETONEIRA, CARRINHOS, MASSEIRAS) Após a limpeza, drenar a água acumulada. O MATERIAL DA CAMPANHA ESTÁ DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD EM WWW.SINDUSCONSP.COM.BR.

www.sindusconsp.com.br

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SINDUSCON-SP EM AÇÃO

Trabalho do Consitra gerará dados para o aumento da produtividade

U

m trabalho desenvolvido pelo Consórcio Setorial para Inovação em Tecnologia de Revestimentos de Argamassa (Consitra), do qual o SindusCon-SP é integrante, está promovendo a avaliação comparativa da eficiência de misturadores utilizados para processamento de argamassas em obra. O estudo mostra que há equipamentos eficientes e de baixa eficiência, assim como argamassas robustas e sensíveis no mercado. “O setor nunca havia feito uma avaliação dos misturadores, para conhecer a eficiência deles – ter informações sobre o tempo de mistura e homogeneização do material, por exemplo”, afirma o coordenador do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon-SP, Yorki Stefan. “Isso é uma questão de produtividade.” No estudo foram analisados cinco misturadores (Mtec-D30, Betoneira, Betomac–M80, Anvi–120, Anvi– 300), duas argamassas industrializadas e uma do tipo virada em obra. “Utilizamos métodos próprios de ensaio [flowtable, ar incorporado, reometria rotacional, squeezeflow e moldagens]. Trouxemos para o laboratório, os misturadores, seus operadores e as argamassas. Realizamos 15 ensaios e diversas análises simultâneas”, explica o coordenador de pesquisas do Consitra e professor do Departamento de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Rafael Pileggi. O resultado técnico mostrou que algumas argamassas são robustas frente a diferentes misturadores, outras são extremamente sensíveis e que há misturadores eficientes e de eficiência muito baixa. “Isso mostra, por exemplo, que quando uma argamassa é especificada para um tipo de misturador, esse equipamento não pode ser trocado aleatoriamente nas obras”, explica Pileggi. “Nossa intenção, com esse estudo, é provocar a indústria de maquinários a oferecer produtos mais eficientes e gerar informações confiáveis para o mercado”, aponta Stefan. “O setor da construção precisa se apropriar desse conhecimento para poder especificar corretamente as etapas de trabalho”, afirma. Segundo Pileggi, o mercado precisa promover

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notícias da construção // mar 2016

Yorki Stefan: setor precisa se apropriar desse conhecimento

PROGRAMA DE PESQUISA O Consitra é um programa de pesquisa multiinstitucional e multidisciplinar estruturado para desenvolver novas tecnologias de revestimentos de argamassa. Ele foi instituído em 2005 e encerrou sua primeira fase de pesquisa em 2008, dando continuidade aos trabalhos no período de 2012 a 2015. Na primeira etapa, os estudos foram focados nas argamassas. Já na segunda, as pesquisas abordaram todas as etapas da produção e aplicação do revestimento. Participam do consórcio entidades representantes das diferentes etapas envolvidas na concepção, formulação, produção, aplicação e controle tecnológico das argamassas e dos revestimentos.

uma padronização. “O ideal é que no futuro os misturadores tenham indicação da sua eficiência, assim como as argamassas apresentem o nível de sensibilidade”. Atualmente, a etapa de mistura não tem recebido o cuidado necessário e isso pode gerar problemas futuros de patologias no revestimento. Os resultados dos ensaios estão sendo compartilhados pelas empresas fornecedoras de equipamentos e materiais para que elas realizem as alterações necessárias para adequação dos produtos. Além de Pileggi, são autores desse trabalho os pesquisadores Roberto Cesar de Oliveira Romano e Fábio Alonso Cardoso. O estudo está sendo finalizado e o trabalho será publicado ainda neste semestre nos sites do Consitra (www.consitra.org. br) e do SindusCon-SP (www.sindusconsp.com.br).

JORGE ROSENBERG

Estudo analisa eficiência de misturadores de argamassa


SINDICATO DEFENDE A AMPLIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS CONDICIONADORES DE AR O SindusCon-SP apoia as propostas de elevação dos padrões de eficiência energética dos aparelhos de ar condicionado

H

á alguns anos, o Brasil vem registrando o aumento do consumo de energia elétrica, impulsionado, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), pelo uso de aparelhos de ar condicionado, que desde 2008 apresentam uma curva crescente nas vendas. A solução defendida pelo coordenador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roberto Lamberts, é a implementação urgente de patamares mais elevados de eficiência energética para esses equipamentos. A proposta conta com o apoio do SindusCon-SP. No início do ano, Lamberts e Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP, estiveram reunidos com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Luiz Eduardo Barata. Durante o encontro, foram apresentadas propostas que constam da Nota técnica referente aos níveis mínimos de eficiência energética de condicionadores de ar no Brasil, elaborado por Lamberts em conjunto com outros pesquisadores da UFSC. O estudo aponta que os padrões estabelecidos para os aparelhos de janela e do tipo split pelo Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE) - órgão vinculado ao MME – são baixos. Os patama-

res foram elevados em 2011, mas permanecem aquém dos registrados outros países desenvolvidos. Segundo a nota técnica, no Brasil, os níveis mínimos do coeficiente de eficiência energética ficaram fixados em 2,60 W/W para condicionadores split, e em 2,30 W/W a 2,78 W/W para aparelhos de janela. Nos Estados Unidos, esse indicador já era de 3,8 W/W desde 2006. A China e o Japão contam com equipamentos com valores superiores a 6,0 W/W e 6,5 W/W, respectivamente. O coeficiente de eficiência energética mede a razão entre a capacidade de refrigeração e o consumo de energia, medido em plena carga – quantos watts de calor são gerados por watt de energia. “COMPRANDO SUCATA” “A ponta do setor elétrico sempre demandou mais carga no final do dia. Antes, isso occorria muito por conta do uso dos chuveiros elétricos. Hoje, os picos de consumo passaram a ser registrados entre 14h e 16h, e estão relacionados ao uso do ar”, informa Lamberts, apontando que um aumento da eficiência em 30% resultaria uma melhora sensível para o setor elétrico. “É difícil a gente entender porque isso não acontece, uma vez que os aparelhos são commodities compradas da China. Estamos comprando sucata”, afirma. Outro ponto também apoiado

diz respeito à adoção de métodos sustentáveis no processo de construção que levem em consideração a eficiência energética das construções. Segundo Vasconcellos, o SindusCon-SP defende avanços na concessão de linhas de crédito que viabilizem o investimento em novas construções e que viabilizem os financiamentos para os condomínios já construídos. “O que o professor defende e nós também é que, primeiro, haja metas para os aparelhos iguais ou até mesmo superiores aos dos países desenvolvidos. Segundo, que os edifícios contem com uma etiquetagem de eficiência energética para que se possa, de um lado, utilizar equipamentos de alta eficiência, e de outro, ter um projeto que também otimize o uso da engenharia”, afirma o empresário. Lamberts lembra que atualmente o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PEB), que aponta a conformidade em relação a requisitos de desempenho, precisa ser ampliado. “O sindicato participou ativamente disso. Trata-se de uma iniciativa que já está disponível no mercado, mas poucos estão se preocupando em obter”, informa Lamberts. “Mas, atualmente, só os prédios públicos federais contam com essa exigência, que está prevista na instrução normativa no 2/2014. É preciso ampliar esse alcance”, defende. www.sindusconsp.com.br

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OPINIÃO

A prova pericial no novo Código de Processo Civil

FABIO TEIXEIRA OZI

por sua natureza, não exigem profunda atuação de um perito. Pela sistemática do novo código, a prova técnica simplificada será adotada em substituição à perícia, por requerimento das partes ou por determinação do juiz. Para tanto, será nomeado um especialista na área técnica que será objeto de análise e esse, em audiência, será inquirido pelo juiz e pelas partes. Realizada a oitiva do técnico, o juiz deverá formar seu convencimento e, em sequência, deci-

“O CÓDIGO INTRODUZ MUDANÇAS POSITIVAS, QUE TRARÃO MAIOR SEGURANÇA JURÍDICA ÀS PARTES” dir a lide com base na exposição realizada em audiência. Portanto, tal medida acaba também por privilegiar o princípio da oralidade, que foi, de certa forma, deixado de lado durante a vigência do Código de Processo Civil de 1973. Por sua vez, a criação de requisitos formais para a elaboração do laudo pericial traz ao processo uma preocupação que há muito já se verifica no direito consuetudinário: a necessidade de combate ao que se convencionou chamar de junk

Advogado especialista em Direito Tributário pela USP e em Direito Empresarial pela FGV, sócio da Matos Filho Advogados e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP

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science. Isso porque, por muitas vezes o laudo elaborado, valendo-se de uma série de jargões técnicos vazios, acaba por resolver a questão com base em sua exclusiva convicção pessoal, sem revestir-se de um verdadeiro método científico. Os juízes, por outro lado, acabam por homologar tais laudos sem quaisquer verificações adicionais. Com a criação de requisitos objetivos, tal situação será provavelmente alterada, fortalecendo o controle do juiz sobre a prova. Isso porque, no novo código, o laudo pericial deverá expor, de maneira clara, o objeto da perícia, a análise técnico-científica adotada, o método utilizado e a comprovação de que este é aceito pelos especialistas da área, bem como a resposta conclusiva a todos os questionamentos formulados pelo juiz e pelas partes. Ademais, o novo processo exige, ainda, que o perito exponha sua fundamentação de maneira clara e mediante a adoção de linguagem simples, sendo vedado a este que emita quaisquer opiniões pessoais que extrapolem o exame técnico da matéria afetada à análise pericial. Logicamente, tratamse de mudanças positivas e que, certamente, trarão maior segurança jurídica às partes, assegurando a eficácia e validade dos exames periciais realizados na vigência do novo ordenamento processual. ÉDI PEREIRA

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o dia 16 de março entrou em vigor a Lei nº 13.105/15, que institui o novo Código de Processo Civil brasileiro. Dentre as alterações introduzidas, cabe destacar as mudanças na disciplina da prova pericial. Há uma série de dispositivos dignos de elogio, dentre os quais: um rito melhor definido para a nomeação do perito e dos assistentes técnicos, com a previsão de um prazo para a impugnação à nomeação do expert; a necessária intimação dos assistentes técnicos acerca das diligências a serem realizadas pelo perito; a obrigatória restituição dos honorários periciais adiantados pelas partes em caso de não cumprimento do encargo; a possibilidade de nomeação do expert por consenso das partes; e a criação de um dever específico do juiz em fundamentar de maneira clara as razões que o conduziram à homologação ou rejeição do laudo pericial. Além disso, duas inovações merecem especial destaque: a instituição da prova pericial simplificada em causas de pequena complexidade e a criação de requisitos formais que deverão ser seguidos pelo perito quando da elaboração do seu laudo. A primeira prestigia os princípios da celeridade e da economia processual, dispensando a realização de trabalhos longos e custosos para a solução de demandas que,


INFRAESTRUTURA PARA O PORTO DINAMIZA REGIÃO DE SANTOS

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Porto de Santos chega ao seu 124º aniversário vivendo um momento de evolução. O hub precisa de melhor infraestrutura e os investimentos que estão sendo realizados pelas três esferas de governo, além de dinamizar as atividades portuárias, são um alento ao turismo regional e ao desenvolvimento de projetos imobiliários. O porto é o principal pilar econômico da cidade e da região da Baixada Santista e também se constitui no principal gerador de emprego e renda. “Os investimentos públicos e privados previstos para os próximos anos são extremamente relevantes, o que se traduz em importante diferencial no atual momento que o País vive”, exalta Ângelo José da Costa Filho, titular da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi). As atividades portuárias, segundo informações da Siedi, respondem por cerca de dois terços do ISS recolhido anualmente pelo município. O diretor da Regional Santos do SindusCon-SP, Ricardo Beschizza, vê o porto como “mola mestra da região” e entende que a luta por infraestrutura de acesso deva continuar. As obras de readequação viária na região do porto englobam a implantação da Avenida Perimetral da Margem Direita, que engloba a adequação da Avenida Mário Covas Júnior e da Avenida Ismael Coelho de Souza, entre o canal 4 (Macuco) e a Ponta da Praia. A avenida terá três quilômetros de extensão, dois viadutos e substituirá a atual via, por onde passam, ao mesmo tempo, trens e caminhões. O projeto ainda contempla a transferência de linhas férreas de acesso ao corredor de exportação, que hoje passam no meio de terminais. A obra tem a meta de eliminar o gargalo no transporte de contêineres e granéis vegetais. Outro conjunto de obras em execução pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) visa à melhoria da infraestrutura urbana na região do porto, com impacto sobre duas cidades: Santos, na margem direita, e Guarujá,

Obras no Porto de Santos: principal pilar da economia regional

na esquerda. Do lado de Santos, sobretudo em seus trechos mais antigos, não há qualquer segregação, física, viária ou de outra natureza entre a comunidade e o porto. Na outra margem, núcleos habitacionais desorganizados implantados em terras baixas, sem infraestrutura de saneamento básico, encontram-se muito próximos. O sistema de esgoto sanitário e de coleta e disposição final de resíduos exige obras que resultem na melhoria significativa do nível atual de saneamento básico. Investimentos estes que fazem parte do pacote que está sendo realizado pela Codesp. A recuperação da região, tanto no que se refere ao saneamento quanto em relação à melhoria da infraestrutura de mobilidade, abre perspectivas para o desenvolvimento imobiliário. Num primeiro momento, é natural que surjam projetos para novas unidades de habitação de interesse social. Em seguida, com a melhoria da infraestrutura urbana, essas áreas estarão aptas a receber outros empreendimentos. O leilão de três terminais no final do ano passado é visto como ponto positivo. A expectativa é de que os novos arrendamentos propiciem a modernização das instalações, tornando-as mais eficientes. Enquanto os investimentos em infraestrutura caminham para evitar congestionamentos durante escoamento de safras, espera-se que a modernização desses terminais eleve os índices de produtividade, atraindo mais cargas nos segmentos de celulose e granéis sólidos vegetais. Por sua vez, as melhorias realizadas nas áreas destinadas ao embarque e desembarque de passageiros impulsionam o turismo. Foi feito o alinhamento de cais para execução de um novo trecho de 1,32 mil metros de extensão, o aprofundamento do berço para 15 metros, o que propicia a atracação simultânea de cinco a seis navios. Isso melhora significativamente a logística para cruzeiros marítimos. www.sindusconsp.com.br

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DIVULGAÇÃO / PAC

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REGIONAL DE SOROCABA COMPLETA

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REGIONAL

Sede da Delegacia Regional do SindusCon-SP em Sorocaba

30 ANOS DE SUCESSO A postando no potencial de desenvolvimento da cidade de Sorocaba, a Regional do SindusCon -SP foi fundada em 1986, num contexto em que o sindicato estimulava a instalação de várias delegacias regionais no Estado de São Paulo. A convite do então presidente do SindusCon-SP, Júlio Capobianco, o empresário Fernando Stecca Filho foi o primeiro diretor da regional. “No início, a regional dividia uma sala no centro da cidade com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), depois passamos a ter uma sala exclusiva na Rua Souza Pereira”, relembra Stecca. “A cidade tinha cerca de 200 mil habitantes e a realidade era bem diferente do que é hoje. O mercado buscava por informações técnicas e por isso um dos focos da minha gestão foi promover encontros e palestras. Entre outras ações, trouxemos para a cidade uma apresentação do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, além de um engenheiro de Campinas para falar sobre cálculos estruturais”, afirma.

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O empresário se diz realizado pessoal e profissionalmente por trabalhar no segmento que, segundo ele, é muito especial. “A indústria da construção civil traz vários benefícios para a comunidade. Ela é responsável pela edificação de escolas, de hospitais e residências, além de ter a capacidade de absorver um grande número de trabalhadores. Sou muito grato por atuar nesta área”, comemora. PIONEIRISMO: SOROCABA ELEGE A PRIMEIRA DIRETORA Da década de 1980 até os dias de hoje muita coisa mudou. A cidade de Sorocaba quase quadriplicou sua população, tornando-se cidade-polo e sede de uma região metropolitana. A participação das diversas lideranças que passaram pela Delegacia Regional do SindusCon-SP foi de fundamental importância para que a cidade pudesse atingir esse novo patamar. Uma das gestões de destaque foi a da advogada e administradora Maristela Alves Lima Honda, a primeira mulher eleita para dirigir uma regional na história do SindusCon-SP. Maristela administrou a regio-

nal na gestão 2000/2002, tendo como meta de trabalho a revitalização do papel institucional do SindusCon-SP junto ao Poder Público, aos associados e aos construtores. A empresária viabilizou importantes projetos para a região, como o Programa de Qualidade Habitacional (PBQP-H) – uma espécie de ISO 9000 das empresas de construção civil; a realização da Megasipat junto aos trabalhadores da construção civil; instituição de cursos profissionalizantes gratuitos em canteiros de obras, por meio de um convênio com o Senai e a Faculdade de Engenharia de Sorocaba; curso de Gestão de Negócios Municipais, em parceria com a Associação Brasileira de Produtores de Cimento Portland e FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado); além de ter participado ativamente na elaboração do Plano Diretor de Sorocaba. “Como primeira mulher a assumir uma Diretoria Regional do SindusCon-SP tive muitos desafios. Não foi fácil e não é fácil até hoje, mas quando temos objetivos e acreditamos em nossos projetos é possível seguir em frente”, afirma


Maristela. “Tive muito apoio do então presidente Artur Quaresma Filho e do vice-presidente financeiro Sergio Watanabe, que participaram de vários eventos da nossa regional, como, por exemplo, a Feijoada da Solidariedade”, destaca. Atuando há 16 anos no SindusCon-SP, Maristela assumiu a vice-presidência de Interior em 2002, tendo ocupado também o cargo de vice-presidente de Responsabilidade Social. “Atualmente, estou como vice-presidente de Obras Públicas, um grande desafio considerando o atual momento político e econômico do nosso país”, observa a empresária. PERSPECTIVAS DA ATUAL GESTÃO À frente da Regional Sorocaba desde 2013 está o administrador de empresas Elias Stefan Júnior, que assumiu o cargo no lugar de Antonio Carlos Ribeiro Abibe. Elias, que atua no setor há mais de 40 anos, afirma que, apesar do momento turbulento pelo qual o País está passando, as empresas da construção civil têm uma grande capacidade de resistir às crises. “As crises vêm e vão e nós continuamos em pé. Somos um dos principais alicerces do crescimento do Brasil”, afirma Stefan.

“A construção civil é o primeiro setor que reage à crise e emprega grande parte da população. Não podemos deixar de considerar toda cadeia produtiva que está atrelada à construção civil, que lamentavelmente tem previsão de perder dois milhões de postos de trabalho nos próximos anos”, avalia. “Porém, nós não podemos concordar com isso, as empresas têm que se reinven-

INAUGURADA EM 1986, DELEGACIA DO SINDICATO TEM HISTÓRIA MARCADA PELO PIONEIRISMO tar e se preparar para um momento melhor. Temos que buscar novas oportunidades, pois somos maiores que qualquer crise”, destaca. O empresário também lembra que todo o lucro da construção civil é reinvestido no próprio País. “O resultado das empresas é injetado na própria economia interna, a construção civil não exporta lucro”, pontua. Na visão de Stefan,

para ajudar o Brasil a sair da crise é necessário que os governos invistam em financiamento e na redução da burocracia. “A construção civil não pode esperar, ela tem uma dinâmica muito grande e infelizmente em nosso país as coisas demoram demais. Nos últimos 15 anos o setor privado tem investido fortemente em equipamentos, qualificação da mão de obra, segurança do trabalho e na melhora da produtividade. Nós estamos fazendo a nossa lição de casa investindo também em infraestrutura urbana por meio de TACs (Termos de Ajuste de Conduta). Deste modo, o setor privado consegue suprir algumas necessidades da população, mas não em sua totalidade. É necessário que o governo também faça a sua parte, principalmente tendo em vista a alta carga tributária do País”, enfatiza. Tendo participado ativamente das discussões do País pertinentes ao setor, o SindusCon-SP tem contribuído com ideias e soluções, levando propostas aos governantes das esferas federal, estadual e municipal. “É necessário que seja aberto um diálogo franco e direto com as empresas do setor para que o governo possa entender as demandas de toda cadeia da construção civil”, conclui Stefan.


REGIONAL

SANTO ANDRÉ FORMA MAIS MULHERES MESTRES DE OBRAS

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Regional Santo André iniciou em fevereiro mais uma turma do curso de Mestre de Obras, resultado de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Como normalmente ocorre, o curso teve ótima procura na região: 124 candidatos disputaram as 35 vagas existentes. A Regional identificou que, nos últimos anos, tem aumentado a procura por parte de mulheres. Quatro delas já receberam certificados na região, e neste ano, mais uma conseguiu passar na prova classificatória para realizar o curso, a aluna Márcia da Silva. Ela conta que, após fazer outros cursos de qualificação da parceria entre SindusCon-SP e Senai-SP, foi se interessando cada vez mais pela construção civil, passando a trabalhar na área. “Nesse período, surgiu a oportunidade de me inscrever no curso de Mestre de Obras. Foi quando enxerguei a oportunidade de me aprofundar no universo da construção civil”, comenta. No curso, Márcia espera aprender técnicas que lhe permitam exercer sua nova função com segurança, além de adquirir conhecimentos para gerenciar equipes e atividades inerentes ao cargo.

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Na última solenidade de entrega de certificados, referente ao curso realizado em 2015, 29 mestres de obras, entre eles duas mulheres, receberam o documento atestando a conclusão do curso. O índice de desistência dessa turma foi bem baixo, já que o curso iniciou com 35 alunos. Entre os formandos estava Na-

DUAS MULHERES RECEBERAM O CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO CURSO REALIZADO EM 2015 ra Bárbara. Funcionária de um escritório de engenharia, ela disse que o curso acrescentou mais conhecimento à sua experiência após ter feito um curso técnico em edificações, destacando principalmente o aprimoramento na gestão. “Fiz o curso por amar essa área, então não foi ao acaso, quero demais trabalhar ativamente no ramo da construção civil”, afirmou. “Não penso

em parar. Este é um segmento em que quanto mais se aprende, ainda mais temos para aprender, nunca será o suficiente, não quero ficar na zona de conforto. Quero alçar voos maiores”, ressaltou. Outro formando foi Manoel Messias da Silva, funcionário da Ponto Forte Construções e Empreendimentos. “O curso foi ótimo para mim, adquiri novos conhecimentos e direcionei melhor minha vida, pois fui promovido na empresa para Encarregado de Obras”, comemorou. Vera Lúcia Correia Brito, formada em 2014, trabalhava, à época do curso, no almoxarifado de uma construtora e disse que o curso lhe proporcionou um leque de conhecimento e a promoção para o cargo de encarregada de obras na mesma empresa. “Qualificar cada vez mais profissionais é a melhor forma que temos de aprimorar os trabalhos realizados em nosso setor, além do lado pessoal, uma vez que cada pessoa formada consegue evolução profissional, aumentando sua autoestima, sua condição de vida, e servindo de estímulo para que outras pessoas sigam este caminho”, avalia Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional.


Audiência pública contou com debate entre empresários e autoridades municipais

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noite do último dia 15 de março foi um marco importante para a reformulação da Lei de Zoneamento de Bauru, que já completou um ano de ajustes e estudos. Foi um momento de apresentação da minuta do projeto de lei que altera o texto original, inclusive a divisão da cidade. O evento, que teve formato de debate, foi promovido por meio do projeto Agenda Bauru, encabeçado pelo Jornal da Cidade de Bauru e a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag), com o objetivo de discutir e fomentar o desenvolvimento do município. A Regional do SindusCon-SP em Bauru, que já sediou dois outros encontros para ajustes do projeto de lei junto à prefeitura, esteve representada pelo diretor Ricardo Aragão. “A Lei de Zoneamento é um texto muito amplo e cheio de detalhes, por isso é importante essa abertura para a sociedade discutir e opinar junto”, disse Aragão. Dezenas de pessoas, entre eles vereadores, representantes de associação de moradores, empresários do ramo imobiliário e da construção civil, também participaram do debate, tiraram dúvidas e fizeram observações.

GRUPO DE ESTUDOS A minuta do projeto foi estudada e reformulada por um grupo especial escolhido pelo prefeito Rodrigo Agostinho em março do ano passado, com divulgação no

O QUE MUDA

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Bauru põe em discussão minuta de projeto de Lei de Zoneamento

Diário Oficial de Bauru. As coordenadoras do estudo são as arquitetas Natasha Lamônica, da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), e Ellen Fonseca, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). Ellen apresentou, para os presentes, o projeto e suas principais mudanças. Ao final do encontro, ela definiu o evento como algo democrático em prol do desenvolvimento de Bauru. “As opiniões técnicas colhidas aqui são muito importantes. Trata-se de um texto muito longo, cheio de detalhes”, disse. O prefeito Rodrigo Agostinho elogiou o momento e o desempenho de toda a equipe que se debruçou no texto, bem como o secretário de Planejamento, Antônio Grillo Neto. Em entrevista recente ao SindusCon-SP, Natasha Lamônica explicou que a mudança da cidade para zonas dinâmicas possibilita um misto de residências com estabelecimentos comerciais e diminuirá a informalidade na cidade. “A cidade de Bauru está quase sem infraestrutura e cheia de estabelecimentos ilegais, por isso mudamos a lei para que as zonas do município agora sejam dinâmicas, com misto de residências e estabelecimentos comerciais. O nosso microclima está ruim, a permeabilidade do solo é muito baixa, queremos uma cidade mais sustentável e com uma arquitetura agradável e segura”, afirmou.

• Zonas Preferencialmente Residenciais agora mudam para Zonas Dinâmicas; • Fica proibida a implantação de loteamentos residenciais nas Zonas de Indústria, Comércio e Serviços (ZICS); • Área de permeabilidade será de 10% para todos os lotes; • O coeficiente de aproveitamento passa a ser 1 em toda a cidade; • A outorga onerosa e a transferência do direito de construir são instituídas e regulamentadas;

• Condomínios fechados poderão não ter mais muros em divisões com ruas. A sugestão é de que sejam grades, aumentando a visibilidade e segurança; • Todas as novas edificações com coberturas maiores do que 300 metros quadrados devem ter cisterna para aproveitamento de águas pluviais de, no mínimo, 500 litros; • Foi retirada do texto a regulamentação das contrapartidas relativas aos novos empreendimentos.

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PRUDENTE REALIZA AÇÕES DE COMBATE À DENGUE NA REGIÃO

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apital regional, a cidade de Presidente Prudente já registrava mais de 4 mil casos de dengue e 11 mortes causadas pela doença até o dia 16 de março. Os dados são da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM). Além disso, outros cinco casos de óbitos estão sob investigação. Dessa forma, para cooperar com a comunidade na qual está inserida no combate ao transmissor da dengue, zika e chikungunya, a Regional do SindusCon-SP está realizando palestras como parte da campanha de conscientização nos canteiros de obras contra a proliferação do mosquito, lançada pela entidade em todas as regionais. Na primeira semana de ações, foram três locais: no dia 11 de março no canteiro de obras da MRV em Presidente Prudente, com parceria da VEM; no dia 15 para os alunos do curso gratuito de Mestre de Obras do Senai; e no dia 16 para trabalhadores da associada Construtec nas obras do Santuário de Santo Expedito, na cidade que leva o nome de seu padroeiro. A primeira ação teve o acompanhamento da Vigilância Epidemiológica Municipal, por meio da agente de endemias Cristiane Ragne. Representando a Regional do SindusCon-SP, participou o técnico em Segurança do Trabalho Francisley Ferreira Sanches. “Esta ação no canteiro da MRV teve a participação da Vigilância, pois é uma obra muito grande, com grande concentração de trabalhadores”, afirma Sanchez. “Fizemos uma palestra com temas como a prevenção e eliminação de focos. Também foram distribuídos saquinhos plásticos biodegradáveis com areia lavada para os trabalhadores. Depois, realizamos um checklist [veja na pág. 29] na obra

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REGIONAL

com os trabalhadores. O bate papo foi de forma expositiva com ilustração em slides, entrega de panfletos a respeito do assunto, além de colocarmos os banners no local”, destaca. O SindusCon-SP está levando as ações também aos futuros mestre de obras, com a ideia de transformar esses profissionais em multiplicadores. “Eles serão os agentes multiplicadores destas informações dentro de suas obras. E como superiores hierárquicos dos trabalhadores, podem fazer isto de maneira mais eficaz”, destacou. Aluno do curso de Mestre de Obras e atualmente atuando como pedreiro , João Luiz Martins Segantini, 25 anos, ressalta a importância da limpeza no canteiro de obras e a consequente eliminação de focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. “É um problema que está no Brasil e no mundo inteiro. É importante ajudar as pessoas a se conscientizarem dos riscos desse mosquito. O canteiro de obras é um local no qual podem ter muitos focos, então observar todos os locais que podem ser criadouros e tomar todo o cuidado para que isso não venha a ocorrer”, afirma. No conjunto de ações do SindusCon-SP em Presidente Prudente, foi realizada palestra para os trabalhadores na obra do Santuário da Igreja Católica em Santo Expedito, que contou com a participação de seu reitor, o padre Umberto Laércio. “Paramos a obra e colocamos todos os trabalhadores da nossa associada para acompanharem a palestra. Explicamos como se elimina os focos do mosquito, como eliminar seu criadouro para que assim não se prolifere”, pontuou Sanches, que recebeu treinamento na sede do SindusCon-SP, em São Paulo, para a aplicação da palestra.

Operários recebem orientações de combate ao Aedes Aegypti


Ribeirão Preto recebe Rodada de Inovação

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SindusCon-SP promoveu, na segunda quinzena de fevereiro, sua primeira Rodada de Inovação da Construção em Ribeirão Preto. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre representantes de construtoras e fornecedores. “A rodada tem como objetivo o que buscamos sempre na construção civil: inovação, tecnologia e produção. Tudo o que foi proposto durante o evento teve o propósito de ganhar produtividade nos canteiros de obras”, afirma o diretor da Regional do SindusCon-SP no município, Fernando Paoliello Junqueira. Para o vice-presidente de

Interior do SindusCon-SP, Eduardo Nogueira, reunir construtores e fornecedores em um mesmo ambiente de negócios favorece os dois lados. “Ganhamos tempo. No dia a dia é muito difícil que as empresas consigam realizar diversas reuniões, com agilidade e bons resultados, como a Rodada de Inovação propicia”, diz. Participaram da Rodada de Inovação 16 construtoras oriundas de cidades da região: Bild/Vitta, Brio Incorporadora, Caleidos, Copema, CP Construplan, Construtora CV Lopes, Diretriz Consulting, Enoch Construtora e Incorporadora, Felicio de Vita Construtora, FJ Projetos

e Construções, Habiarte, Pedreschi Monteiro Engenharia e Construção, Pereira Alvim, R Pagano, Stéfani Nogueira e Tecnoart Engenharia. Durante o evento, as empresas realizaram mais de 230 reuniões com 18 fornecedores inscritos. “É uma oportunidade para as empresas fazerem networking, conhecendo novos fornecedores e divulgando seu trabalho”, analisa Fábio Godoy, da Brio Incorporadora. “O mercado é muito dinâmico, sempre tem mudanças, não podemos ficar estagnados, principalmente no atual momento. Tenho certeza de que todos que participaram conseguiram fazer bons contatos e fechar bons negócios”, afirma Godoy. “Parabenizo o SindusCon-SP pelo evento, que é uma grande oportunidade de negócios por centralizar e otimizar as reuniões em um mesmo espaço, com um grau de eficiência muito grande”, afirma Glédson Cavalcanti, da DDC Churrasqueiras. “O evento traz benefícios para ambas partes, fornecedor e cliente”, elogia.

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Rodada aproximou construtoras e fornecedores

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REGIONAL

SIGOR COMEÇA A FUNCIONAR EM RIO PRETO E CATANDUVA

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FERDINANDO RAMOS

módulo da construção civil do Sigor, sistema que faz o gerenciamento online de resíduos sólidos, começou a funcionar nos municípios de São José do Rio Preto e Catanduva. O trabalho realizado nos dois municípios servirá como base para a expansão do programa que está em fase de implantação também em Assis, Limeira, Nova Odessa, Santo André, Santos, São Vicente, Sorocaba, Presidente Prudente e Ribeirão Preto e, futuramente, vai envolver todos os municípios paulistas. A criação do Sigor foi proposta a partir de um convênio firmado em 2013 entre o SindusCon-SP, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Cetesb com o objetivo de desenvolver ações compartilhadas para rastreamento e controle dos resíduos sólidos desde sua geração até sua destinação final, incluindo o transporte e destinações intermediárias. “Queremos ser vistos como uma entidade que ajuda a resolver os problemas dos resíduos da cons-

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trução civil nas cidades”, afirma Francisco Vasconcelos Neto, vice-presidente do SindusCon-SP. Em Catanduva, onde são geradas cerca de 270 toneladas de resíduos por dia, o lançamento do Sigor, em 11 de março, contou com a presença de Vasconcellos, Germano Hernandes Filho, Diretor da Regional do Sinduscon-SP em São José do Rio Preto, Patrícia Iglecias, Secretária de Estado do Meio Ambiente, Otavio Okano, Presidente da Cetesb e Geraldo Vinholi, Prefeito de Catanduva. O diretor da Cetesb, Otávio Okano, destacou que o sistema é um avanço, mas só funciona com trabalho conjunto. Okano elogiou o envolvimento das duas cidades que já implantaram o sistema. “É um exemplo o que está sendo feito aqui. Queremos, no futuro, ter controle sobre origem e destino desses resíduos”, disse. Em São José do Rio Preto, primeira cidade do Estado de São Paulo a ter o Sigor implantado, no final do ano passado, o proces-

so está mais adiantado. No dia 10 de março, foi realizado o treinamento dos envolvidos. O município gera 1.200 toneladas de resíduos ao dia. “Temos 16 pontos de apoio para coleta dos resíduos da construção, sistema de coleta com catadores de uma cooperativa e ainda uma usina de reciclagem dos resíduos da construção civil”, explica Clinger Guagliardi, secretário municipal do meio ambiente. O engenheiro químico João Adriano Alves, da Cetesb em Rio Preto e um dos profissionais mais envolvidos com o Sigor, acredita que a adesão ao programa será mais intensa. “A região já tem cinco usinas de reciclagem de resíduo de iniciativa pública ou privada e o interesse por novos licenciamentos está aumentando. Agora depende do interesse dos municípios”, afirma. Germano Hernandes Filho, Diretor da Regional do SindusCon-SP, destaca a mudança gerada pelo Sigor na questão ambiental. “O sistema institui a responsabilidade compartilhada por todos os setores envolvidos no processo de geração de resíduos da construção civil. É uma forma adequada, transparente e eficiente de contribuir com a preservação do planeta”.



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NOVIDADES DO MERCADO

Sustentabilidade e desempenho Produtos com foco na sustentabilidade e no desempenho tiveram destaque na 14ª edição da Expo Revestir, realizada na primeira semana de março. Confira aqui algumas das novidades apresentadas 1

JANELAS E PORTAS TERMOACÚSTICAS As janelas e portas antirruído da Atenua Som promovem o isolamento acústico atenuando a entrada de ruído indesejados (como o barulho de tráfego intenso, buzinas, alarmes, música alta, aeronaves etc) para dentro do ambiente, e também diminuem a passagem de ruído produzido no interior para fora. O modelo e tipologia dos vidros são especificados de acordo com o tipo de ruído a ser isolado, considerando a frequência e intensidade dos sons e o ambiente em que a janela será instalada.

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ABSORÇÃO DE IMPACTO E RUÍDO O piso Impact Roll, da Aubicon, é indicado para aplicação em ambientes corporativos. Por suas características emborrachadas, oferece absorção de impacto com conforto acústico, além de ser antiderrapante e não deformar quando submetido a cargas elevadas. O piso é produzido a partir de grânulos de pneus reciclados. A Aubicon também promoveu as mantas acústicas Sound Soft, que prometem atenuação acústica e desempenho a longo prazo.

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PASTILHA E CERÂMICA DE LÂMPADAS RECICLADAS A Ecopastilha, da Lepri, é feita de lâmpadas fluorescentes recicladas. É indicada para pisos e paredes de áreas internas e externas, piscinas, banheiros, saunas e fachadas. A empresa também expôs a cerâmica ecológica esmaltada para pisos e paredes da linha Ecoslim, é igualmente composta de lâmpadas fluorescentes e apresenta espessura menor do que produtos convencionais sem perder resistência.

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DRENAGEM TOTAL Os pisos drenantes da empresa Nina Martinelli oferecem 100% de permeabilidade. Testados e aprovados pela Associação de Cimentos Portland do Brasil, proporcionam a rápida absorção da água pluvial e a sustentabilidade do ambiente onde é instalado. As peças possuem um único formato (45x45), porém com duas espessuras: 5 cm para tráfego de pessoas e 8 cm para tráfego de veículos e pessoas.

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ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM PAREDES E PISOS A linha de produtos Isosoft, da empresa Trisoft, é ecologicamente correta, reciclada e totalmente reciclável. Isola os ruídos entre os ambientes internos e proporciona melhor conforto térmico entre unidades residenciais e comerciais. A lã de pet Isosoft Wall foi desenvolvida especialmente para isolamento térmico e isolamento acústico em sistemas drywall de paredes com placas de gesso ou cimentícia e construções a seco em steel frame e wood frame. A lã de pet Isosoft Piso é uma solução para evitar a passagem de ruídos de impacto entre apartamentos e deve ser instalada entre a laje e o contrapiso durante a construção do edifício. Atende à NBR:15.575 com nível de desempenho superior.

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AGENDA

EVENTOS ABRIL

Dia 26, em São Paulo

CAPACITAÇÃO NOS REQUISITOS DA NORMA DE DESEMPENHO PARA EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS NBR 15.575

SEMINÁRIO PCD

Dias 3 e 4, na Regional Ribeirão Preto Dia 6, na Regional Campinas

SEMINÁRIO DE PPPS E CONCESSÕES

Dia 27, em São Paulo

FÓRUM DE LICENCIAMENTO Dia 28, em São Paulo

CONSTRUSER Dia 30, em Osasco, Bauru, Campinas, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba MAIO

SEMINÁRIO DE ATUALIDADES JURÍDICAS Dia 10, em São Paulo

SEMINÁRIO CENTRO DE MEDIAÇÃO Dia 24, em São Paulo

PROGRAMA DE FORMAÇÃO MULTIPLICADORES LEAN CONSTRUCTION Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo

MÓDULO II - CURSO COORDENAÇÃO DE PROJETOS EM BIM 3D Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo

SPED ECF (ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL - NOVA DIPJ DIGITAL) E SPED CONTÁBIL (ECD) PARA O SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL Dia 13, na Regional São José do Rio Preto Dia 24, na Regional Sorocaba

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Dia 17, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo

PLANEJAMENTO FINANCEIRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSOS

Dia 19, em Araraquara

ABRIL

Curso presencial e online

CURSO PRINCE2® NÍVEL FOUNDATION GERENCIAMENTO DE PROJETOS - NÍVEL BÁSICO (MÉTODO USADO NAS OLIMPÍADAS DE LONDRES)

INTRODUÇÃO AO BIM COM AULAS PRÁTICAS

Dias 21 e 28, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo

GESTÃO EM SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Dias 18, 19 e 20, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo

ENTENDENDO A CONSTRUÇÃO CIVIL NO ÂMBITO PREVIDENCIÁRIO

MAIO

Dia 23, na Regional Bauru

GESTÃO EM SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

E-SOCIAL - COMO GERENCIAR A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Curso presencial e online

Dia 25, na Regional Mogi das Cruzes

Informações: www.sindusconsp.com.br Inscrições: cursos@sindusconsp.com.br ou (11) 3334-5600 www.sindusconsp.com.br

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CONCRETO

// CONVERSA COM FLAVIO AMARY

JORGE ROSENBERG

“Temos que fortalecer o País” Recém-empossado na presidência do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, o empresário Flavio Amary coloca a intensificação das ações no campo político no topo das prioridades

Notícias da Construção // Qual é o tamanho do desafio de assumir o comando de uma instituição da relevância do Secovi-SP num momento como este, de forte crise econômica? Flavio Amary // Dentre vários pontos, tenho um propósito específico: seguir construindo uma instituição forte na defesa do setor imobiliário, da livre iniciativa, do direito à propriedade e da democracia. Quero fazer parte da história do sindicato, adicionando novos tijolos na edificação de uma entidade decisiva para a política habitacional e a economia do País. A atual desaceleração da economia nacional é particularmente complexa. E os instrumentos até então empregados para combatê-la se mostram (como já se mostraram antes) comprovadamente inadequados: aumento da taxa de juros, tentativa de criação de mais impostos e taxas, enfim, uma receita que asfixia as atividades produtivas e amplia o desemprego. Um modelo que tem como base o sofrimento da população para conter a inflação está longe de ser o tão necessário ajuste fiscal. O pior de tudo é saber que esse cenário tem origem numa crise política sem precedentes. Enquanto não houver solução para essa crise, enquanto não identificarmos quais são os rumos da nação, dificilmente será possível retomar o desenvolvimento nacional.

NC // Qual será a sua linha de trabalho na presidência? FA // Primeiro, temos de consertar a política para consertar o mercado imobiliário, para consertar o País. Já foi provado que a indústria imobiliária, por seu poder multiplicador, tem condições de acelerar a recuperação da economia. Categoricamente, podemos afirmar que fortalecer o setor imobiliário é fortalecer o País. Esta é a grande meta da diretoria para o biênio 2016/2018, intensificando o trabalho de nossos antecessores, em especial no campo político. Por natureza, somos uma instituição essencialmente política, mas apartidária. Nosso partido é um só: o Brasil. É

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por ele que vamos trabalhar, com otimismo, perseverança e confiança. NC // Quais são as suas expectativas de curto prazo para o setor? FA // Infelizmente, há tantas dúvidas com o rumo do País, que não temos como prever, com segurança, um cenário para o setor imobiliário em curto prazo. A longo prazo, se repetirmos os números de 2015, já teremos motivos para comemorar. NC // O que, na sua opinião, precisa ser feito para que a economia volte a andar? FA // Acreditamos que para reverter o cenário de estagnação e de falta de confiança dos empresários do setor imobiliário é necessário que o governo federal tome medidas radicais de controle dos gastos públicos, que leve ao encolhimento do Estado. O cenário pede ajustes fiscais, seriedade para promover as reformas tributária, previdenciária, administrativa, política. Também é urgente o controle da inflação, porque ela é veneno para o nosso setor, aqui ou em qualquer parte do mundo. Nós dependemos, como o restante do País, da solução da crise política, que só agrava. O Brasil parou e não podemos permanecer por mais tempo nessa inércia. O principal desafio, atualmente, é encontrar formas de manter as empresas imobiliárias em funcionamento. NC // Que mensagem o senhor gostaria de deixar para o empresário do setor imobiliário? FA // Temos de buscar alternativas de empreender em novos nichos de mercado e, assim, preservar o nosso setor para a recuperação futura, que não sei se virá ainda este ano ou nos próximos anos, mas virá. Já encolhemos por falta de confiança, e esse encolhimento vai ser percebido lá na frente, porque a queda nos lançamentos aliada à redução da oferta levará à diminuição de imóveis novos disponíveis no mercado para a venda, com consequente pressão para o aumento dos preços. De qualquer maneira, não podemos desistir.


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