Contos de mistério e suspense
33
Cíntia
Cintia era. Da flor o jardim; antes, o adubo perante o qual o jardim com devoção lhe estende e caules dependentes de sua força. O lado de cá da narrativa me concede algumas palavras espontâneas, que não ousaria dizer ante sua face, posto que não minto. Pois ela não tinha nenhum interesse em ser a flor que enfeita, nem adubo que fortalece, nem mesmo jardim inteiro, mas o jardineiro, que controla, interfere e decide. Suas mãos escolhem o que nascerá; se a natureza não lhe convém, nenhum pudor terá em alterá-la, exterminá-la, replantá-la. Era isso o que Cintia era, ou antes seu último ensejo Era do tipo tinhosa, que fazia dar certo e se ria de potenciais e probabilidades. Não podia ser chamada intelectual, posto que estudasse dia e noite. Era se todo o conhecimento mundano lhe fosse apenas exercício sem os quais se senti-