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Introdução

R€m€nanda Pra€d – O Bhagavad-G…t€

Introdução

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O G…t€ é uma doutrina sobre a verdade universal. Sua mensagem é universal, sublime e não-sectária, embora Ele seja uma parte da trindade das Escrituras do Sanathana Dharma, normalmente conhecido como Hinduísmo. O G…t€ é muito fácil de ser entendido em qualquer linguagem por uma mente madura. Uma leitura repetida com fé irá desvelar todas as idéias sublimes que Ele contém. Poucos são os aspectos abstrusos, intercalados aqui e ali, mas estes não possuem influência no problema prático do tema central do G…t€. O G…t€ trata da mais sagrada ciência metafísica. Ele transmite o conhecimento do Ser e responde a duas questões universais: Quem sou eu, e como eu posso conduzir uma vida pacífica e feliz neste mundo de dualidades. Ele é um livro de Yoga, de crescimento moral e espiritual para a humanidade, baseado nos princípios cardeais da religião Hindu. A mensagem do G…t€ chegou até a humanidade por causa do desânimo de Arjuna, em cumprir com o seu dever de guerreiro, uma vez que uma luta envolve destruição e mortes. Não violência ou Ahimsa é o mais fundamental dos princípios do Hinduísmo. Toda a vida, humana ou não humana, é sagrada. Este imortal discurso entre o Senhor Supremo ®r… KŠa, e Seu devoto, Arjuna, ocorreu não num templo, numa floresta reclusa, ou no alto de uma montanha, mas num campo de batalhas, nas vésperas de uma imensa guerra, e está escrito no grande épico M€h€bh€rata. No G…t€, o Senhor KŠa avisa Arjuna para erguer-se e lutar. Isto, provavelmente, gerará um mal-entendido do princípio do Ahimsa, se o que está no “fundo” (por detrás) da guerra do M€h€bh€rata não estiver na mente de quem O estuda. Portanto, uma breve descrição histórica se faz necessária. Nos tempos antigos houve um rei com dois filhos, Dhtar€˜ra e P€Šu. O mais velho nasceu cego, portanto, P€Šu herdou o reino. P€Šu teve cinco filhos. Eles foram chamados de P€Šdav€. Dhtaratra teve cem filhos. Eles foram chamados de Kaur€va. Duryodhana foi o primogênito dos Kaur€va. Após a morte do rei P€Šu, os P€Šav€ tornaram-se os reis de direito. Duryodhana fora uma pessoa muito ciumenta. Ele também queria o reino. O reino foi dividido em duas metades entre os P€Šav€  e os Kaur€va. Duryodhana não ficou satisfeito com a sua parte do reino. Ele queria o reino inteiro para si próprio. Ele, de modo mal su-

cedido, planejou vários crimes para matar os P€Šav€ e pegar o reino deles. Ilegalmente, ele apoderou-se do reino inteiro dos P€Šav€ e recusou-se a devolver mesmo um acre da terra sem a guerra. Toda a mediação feita pelo Senhor KŠa, e pelos outros, falharam. A grande guerra do M€h€abh€rata foi assim inevitável. Os P€Šav€ foram os participantes que não queriam a guerra. Eles tiveram apenas duas escolhas: lutar pelos seus direitos conforme a matéria da responsabilidade, ou fugir da guerra e aceitar a derrota em nome da paz e da não violência. Arjuna, um dos cinco irmãos P€Šav€, encarou o dilema no meio do campo de batalhas, para lutar ou fugir da guerra, pela segurança da paz. O dilema de Arjuna é, na realidade, um dilema universal. Cada ser humano encara dilemas, grandes ou pequenos, em suas vidas diárias, quando realiza a suas obrigações. O dilema de Arjuna foi o mais importante de todos. Ele tinha que fazer uma escolha entre lutar a guerra, e matar seus mais reverenciados Gurus, seus mais queridos amigos, parentes próximos, e muitos guerreiros inocentes, ou fugir do campo de batalhas com o objetivo de preservar a paz e a não-violência. Os setecentos versos, inteiros do G…t€, tratam de um discurso entre o Senhor KŠa e o confuso Arjuna no campo de batalhas de Kuruketra, local hoje próximo a Nova Delhi, na Índia, cerca de 3.100 anos a.n.e. Este discurso foi narrado para o sábio rei Dhtar€˜ra pelo seu cocheiro Sañjaya, como uma testemunha ocular da guerra. O objetivo principal do G…t€ é o de ajudar as pessoas, lutando na escuridão da ignorância, a cruzarem o oceano da reencarnação (nascimentos e mortes repetidos), para atingir a costa espiritual da liberação, enquanto viventes e atuantes na sociedade. O ensinamento central do G…t€ é a obtenção da liberdade ou da alegria, saindo do cativeiro da ação da vida de cada um. Sempre se lembrem da glória e da grandeza do Criador e da ação eficiente de seus deveres, sem estar apegados ou afetados pelos seus resultados, mesmo que a obrigação demande, de vez em quando, de violência inevitável. Algumas pessoas negligenciam ou desistem de suas responsabilidades na vida pela segurança de uma vida espiritual, enquanto outras desculpam-se a si mesmos de uma prática espiritual porque elas crêem que não possuem tempo. A mensagem do Senhor é para purificar todo o processo da vida em si mesma. Não importa o que uma pessoa faz ou pensa, ela deverá realizar pensando na glória e na

satisfação do Criador. Nenhum esforço ou custo é necessário para este processo. Faça as suas obrigações como um serviço para o Senhor e a humanidade, e veja unicamente Deus em tudo, num estado de espírito elevado. É necessário purificar o corpo, a mente e o intelecto, para conquistar um estado de espírito, disciplina pessoal, austeridade, penitência, boa conduta, serviço desapegado, práticas yóguicas, meditação, adoração, oração, rituais, e estudo das Escrituras, assim como a companhia de pessoa santas, peregrinação, canto dos Santos Nomes do Senhor, e auto-inquirição. Através do intelecto purificado, deve-se estudar para abandonar a luxúria, a ira, a avareza, e estabelecer o controle sobre os seis sentidos (audição, tato, visão, gustação, olfato e mente). Deve-se sempre lembrar de que todos os trabalhos são feitos pela energia da natureza, e que não somos agentes, mas apenas um instrumento. Deve-se aspirar o máximo de excelência em todas as tarefas, mas mantendo-se a equanimidade no sucesso ou no fracasso, no ganho ou na perda, na dor ou no prazer. A ignorância do conhecimento metafísico é para a humanidade um grande predicamento. Uma Escritura, sendo a voz da transcendência, não pode ser traduzida. A linguagem é incapaz de fazer isso, e as traduções são defeituosas para claramente transmitir o conhecimento do Absoluto. E nesta tradução, uma tentativa foi feita para manter o estilo mais próximo possível da poesia original do Sânscrito, e com isso tornar fácil a Sua leitura e entendimento. Uma tentativa foi feita para aprimorar a claridade pela adição de palavras ou frases, entre parênteses, na tradução dos versos. Cento e trinta e três (133) versos chaves estão impressos em negrito para a comodidade dos iniciantes. Nós sugerimos a todos os nossos leitores para refletirem, contemplarem, e agirem de acordo com estes versos. Os principiantes, e os ocupados executivos, poderão primeiro ler e entender o significado destes versos chaves antes de se aprofundarem no profundo oceano do conhecimento transcendental do G…t€. De acordo com as Escrituras, não tem pecado, horrível que seja, que não possa comover aquele que lê, pondera e pratica os ensinamentos do G…t€; por mais que a água atinja a pétala do lótus (isso porque o lótus está por sobre o lodo; mesmo assim é belo e gracioso). O Senhor em Si mesmo, reside onde o G…t€ está, é lido, cantado ou ensinado. O G…t€ é conhecimento Supremo, e o som personificado do Eterno e Absoluto. Aquele que O lê, pondera, e pratica os Seus ensi-

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