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Uma visão social em tempos de pandemia

A realidade vivida desde março do presente ano, em resultado da Pandemia, remete-nos para um período de ajustamento da atividade de todos os profissionais de saúde, nuns casos com uma melhor definição dos seus papeis, por necessidade de resposta de cuidados de saúde imediatos e, noutros casos, com a implementação do teletrabalho, embora sem as condições desejáveis numa fase inicial.

Os constrangimentos ao teletrabalho foram, entretanto, minimizados com a atribuição do pacote de chamadas e dados. As indisponibilidades de uma VPN aos profissionais em teletrabalho foram também atenuadas, com a disponibilidade dos profissionais da área administrativa, que estiveram sempre disponíveis para efetuarem os agendamentos, e fornecerem dados importantes para os contactos diários que cada profissional realizou.

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A Covid 19 trouxe, no entanto, apesar dos planos de contingência definidos, neste período, pelos vários níveis de intervenção na área da saúde, o receio do desconhecido, a necessidade de proteger os grupos de risco, levou a uma intervenção minimalista nos cuidados de saúde que teve como resultados danos colaterais.

Os danos colaterais passaram por maior mortalidade, não COVID 19, quer por receio das pessoas em se deslocarem aos serviços de saúde, quer por uma modificação na resposta aos doentes crónicos, quer ainda por menor disponibilidade de recursos humanos para acompanharem estes doentes.

Ao nível do Serviço Social consideramos que deveria ter havido maior presença destes profissionais no terreno, com as condições de segurança exigidas aos profissionais, existência de Equipamentos de Proteção individual (EPI), o que a determinada altura passou a estar disponível. Esta pandemia, conforme é sabido, trouxe outros problemas associados, relacionados com questões económicas e mentais, com impacto devastador na vida de muitas pessoas. Os idosos porque passaram a estar mais isolados, muitas vezes, sem qualquer retaguarda familiar, com falta de respostas da comunidade, menor capacidade de Serviços de Apoio Domiciliário, Centros de Dia encerrados e Estabelecimentos Residenciais Para Idosos (ERPI) que deixaram, em muitos casos, de acolher idosos. Também percecionamos as dificuldades da população em idade ativa que perdeu o seu emprego ou que viu o seu rendimento substancialmente diminuído.

Por todos estes motivos, é importante definir uma estratégia multidisciplinar para a intervenção em tempos de crise.

jfmnunes@arsnorte.minsaude.pt

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