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A realidade do ACeS Espinho Gaia em tempos de Pandemia
Em tempos de Pandemia enquanto profissionais de saúde fomos “obrigados” a orientar a população, a tratar infetados e lidar com transtornos vividos.
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Fomos dignos de aplausos, mas não somos dignos de um merecedor reconhecimento remunerado, nem tão pouco de profissão de risco.
Colocados no meio de uma guerra, sem estarmos preparados, rapidamente nos vimos obrigados a afastar das nossas famílias e amigos, por medo, precaução e acima de tudo amor a eles.
Durante dias a fio foram muitas as horas dedicadas ao trabalho, muitas horas camuflados por todo um Equipamento de Proteção o qual não podia ser retirado após a sua colocação e que nos deixava marcas visíveis no rosto, bem como, uma sensação de aprisionamento no nosso próprio corpo.
Foram turnos de 8 a 12 horas, alguns deles sem podermos comer ou beber enquanto se mantivesse toda a fatiota de “astronauta”.
Toda esta agitação levou a que muitos de nós vivêssemos aterrorizados com a possibilidade de ficarmos infetados e todos os dias pensássemos para nós “Será hoje que fico infetado”?
A 20/04 iniciamos as colheitas dos testes COVID-19, que até à data perfizeram mais de 1500 amostras, a utentes e profissionais de ERPI’s, Creches, Infantários, para determinar o número de casos infetados, bem como, para prestarmos o nosso apoio para o acompanhamento de todas as diretrizes que envolvem esta situação pandémica nas estruturas.
Em cada lugar que fomos, visualizamos o medo e a tristeza no rosto de todos os envolvidos, pelo confinamento e desorientação perante esta Pandemia.
No centro desta “guerra”, foi difícil no início conseguirmos dar o apoio que as pessoas necessitavam, face à premência que a situação exigia.
Mais tarde, a um outro ritmo, este processo permitiu-nos ficar mais próximos da comunidade envolvente, dando-lhes mais esperança de que tudo irá correr melhor e que não estão sozinhos.
Em consonância com a Saúde Pública, continuamos a acompanhar estas estruturas e a auxiliá-las nas demais questões para o combate e irradicação deste tenebroso vírus.
A força de cada profissional que se encontra dedicado a esta realidade, vem junto da profissão que escolhemos e da vontade de ajudar o próximo em todos os momentos. Por isso, a todos nós profissionais, um bem-haja!
Cláudia Sousa
UCC Arcozelo/Espinho cbandeira@arsnorte.minsaude.pt
Silvana Carvalho
UCC Arcozelo/Espinho sccarvalho@arsnorte.minsaude.pt
Natália Branco
UCC Arcozelo/Espinho nbranco@arsnorte.minsaude.pt