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Sorrir com os olhos

Escrevo esta reflexão, respondendo ao desafio do Núcleo Editor da Newsletter, para partilhar a minha experiência profissional, enquanto Assistente Técnica, nestes tempos de Pandemia COVID 19.

À semelhança de outros profissionais, por motivo da reorganização dos serviços no ACES, fui recolocada noutra Unidade Funcional.

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Em simultâneo com a adaptação ao funcionamento interno da unidade, veio a adaptação à nova forma de trabalhar equipada com bata, luvas e máscara.

Sendo o(a) Assistente Técnico(a), uma “ponte” entre os utentes e os serviços, trabalhar dentro desta realidade “mascarada”, creio que terá sido o maior desafio, dado que, antes de sermos utentes ou profissionais, somos humanos, habituados a interagir emocionalmente.

Todos nós, seja qual for a categoria profissional, estabelecemos uma relação com o outro, preferencialmente positiva, com uma expressão facial, postura corporal, tom de voz, toque, etc.

Nesta luta contra este inimigo invisível e silencioso, além do medo de ser contaminado, de contaminar família e amigos, veio também esta castração da nossa natureza humana, de relacionamento com o próximo.

O equipamento de proteção individual, necessário nesta época de pandemia, tornou-se uma barreira na comunicação e relação com o utente, com o nosso colega de trabalho.

Creio que, este será um dos desafios que teremos que lidar, não permitindo que estas barreiras no relacionamento interpessoal, que o medo de contágio, diminua a nossa capacidade de empatizar com o outro, que nos desumanize enquanto pessoas e profissionais.

Não sei se, “Vai ficar tudo bem”, mas até lá, o que pudemos fazer é “sorrir com os olhos”!

Tânia Coutinho

UCC Arcozelo/Espinho-URAPECSCP tabcoutinho@arsnorte.minsaude.pt

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