2 minute read

E de tudo isto o que resultou?

Muita história se fará nos próximos meses sobre as intervenções da DGS, ARS’s, ACeS e Unidades de Saúde perante a pandemia. Acreditamos que mais tarde se fará uma melhor análise, mais científica e menos emocionada, da qualidade das decisões e das intervenções de todas estas entidades. Para já, ficam alguns resultados preliminares que revelam um pouco do comportamento do ACeS-EG no decorrer dos primeiros meses da pandemia. Tratam-se de dados acumulados de Janeiro a Abril de 2020, comparados com o período homólogo de 2019.

Indicador

Advertisement

Consultas médicas presenciais (exclui SAP e afins) Consultas médicas não presenciais ou inespecíficas Domicílios Nacional

- 27,0 % ARS Norte ACeS-EG

- 28,6 % - 26,9 %

+ 39,4 % + 38,3 % + 28,0 %

- 27,0 % - 28,7 % + 0,30 %

Consultas de enfermagem - 16,2 % - 17,5 % - 18,4 %

Consultas de outros técnicos de saúde - 15,5 % - 26,0 % - 35,5 %

Quadro 1: Alguns indicadores nos primeiros meses da pandemia (variação entre Jan-Abril 2020 e o período homólogo de 2019).

Fonte: ACSS

Faça-se a leitura que se quiser, eu poderei pacificamente concluir que o ACeS-EG diminuiu as consultas presenciais de acordo com o estipulado nos planos de contingência (-26,9%), compensando essa diminuição com um número semelhante ou mesmo superior de consultas telefónicas (+28%). E, muito importante, mantivemos estável o número de domicílios (+0,3%), que eram uma das actividades consideradas como de “serviços mínimos”.

Os registos das vigilâncias dos doentes com Covid-19 é elevado relativamente à média dos ACeS da ARSN. À data de 02/06/2020, a execução de tarefas rondava os 80% e éramos o quinto melhor ACeS da região Norte. Depois, o website entrou em remodelação e deixámos de ter acesso a dados actualizados.

O número de casos activos na área geográfica do ACeS Espinho/Gaia prossegue uma sustentada diminuição (apenas com algumas variações diárias) desde o fim de semana de 25 de Abril, altura em que chegámos a ter 472 doentes em vigilância. Nos últimos dias de Junho os casos activos são apenas 39!

Finalmente, e não menos importante, não tivemos profissionais infectados no decurso destes primeiros meses. Foi gigantesco o esforço do ACeS na aquisição de EPI´s, para que nada faltasse aos profissionais, particularmente numa altura em que escasseavam no mercado estes equipamentos.

Saímos do estado de emergência, entrámos no estado de calamidade e, mais recentemente em estado de Alerta, com medidas de confinamento mais

Manuel Mário Sousa

Presidente do Conselho Clínico mmfsousa@arsnorte.minsaude.pt

brandas. As próprias unidades de saúde iniciaram uma reorganização do seu funcionamento de forma a retomarem progressivamente as suas actividades e regressarem ao normal cumprimento dos compromissos assistenciais.

Vamos aguardar uma transição cuidada para aquilo que já se vem chamando uma “nova normalidade” virada para as necessidades dos utentes, sem comprometer a segurança da comunidade profissional e efectuada com muito bom senso.

This article is from: