. A NO III . NÚME RO 9 . T RIME S T R A L . OU T UBRO / NO V E MBRO / DE Z E MBRO . 2 0 1 3 . 5, 00 €
. E VENTOS . CONGRESSOS . FEIRAS . INCENTIVOS . DESTINOS .
CONTINENTE: “OS EVENTOS APROXIMAM‑NOS DAS FAMÍLIAS”
STANDS: UMA DAS FACES DA INTERNACIONALIZAÇÃO DESTINO INTERNACIONAL: GALIZA HOTÉIS E E VENTOS
2
3
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
FICHA TÉCNICA
EDITORIAL
4
PROPRIETÁRIO Estação Livre . Comunicação Tel: 226053936 info@eventpoint.com.pt www.eventpoint.com.pt SEDE DA REDACÇÃO Rua do Sporting Clube Candalense, 14, 1° Dto. Frt. 4400‑688 Vila Nova de Gaia . Portugal DIRECTOR Rui Ochôa (rui@eventpoint.com.pt) EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa (claudia@eventpoint.com.pt) REDACÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa Maria João Leite (mj@eventpoint.com.pt) Sara Marques (sara@eventpoint.com.pt)
DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva (filipe@eventpoint.com.pt) ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Coutinho Costa COLABORAÇÃO Ana Godinho (agodinho@eventpoint.com.pt) Maria Pereira (mpereira@eventpoint.com.pt) COLUNISTAS Alexandre Real Artur Junqueira Cristina Siza Viera Lara Tropa Pedro Cardoso
DESIGN Norma Design (geral@normadesign.com) FOTOGRAFIA DA CAPA NV Studio FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint Zona Industrial Alto da Cruz ‑ Fontiscos Apt.: 172 . 4780‑583 Santo Tirso
Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral
É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.
CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA
RUI OCHÔA
QUALIFICAÇÃO Muitos são os caminhos que conduzem ao registo e à certificação das empresas de eventos. A APECATE lançou há algum tempo o debate, e o desejo de haver pelo menos um registo que permita identificar as empresas que constituem esta indústria. Digamos que é o primeiro passo para que se construa um retrato mais fiel do sector. Não se trata de limitar, muito menos de difi‑ cultar o acesso à actividade, mas apenas de saber quem presta serviços de organização e gestão de eventos. O patamar seguinte consiste em distin‑ guir qualitativamente as empresas desta área. Têm sistemas de gestão da qualida‑ de? Cumprem um conjunto de requisitos, estabelecido por uma associação como a APECATE, ou outro qualquer? O que pretendem os clientes? O que é valori‑ zado pelo mercado de eventos? Será que o sector é capaz de se auto‑regular? Os próximos tempos serão decisivos nesta matéria, e 2014 deverá trazer‑nos notí‑ cias neste campo. Já não é novidade, mas mais uma vez Portugal conquista prémios nos European Best Event Awards. Iniciativa de que a Event Point é media partner, e júri. A
Action 4 venceu na categoria de Evento Não Convencional, com um projecto para a Yorn, mas também a Desafio Global e a Portugal Telecom foram distinguidas. Leia aqui a reportagem completa. Na grande entrevista, ouvimos o director de marketing e a responsável pela activação da marca Continente, João Seara e Nádia Reis, respectivamente. Trazemos‑lhe o rescaldo das Jornadas de Protocolo, em Cascais, e uma visão dos PCO sobre os hotéis, com que trabalham diariamente. Casos de estudo são dois: IBM e Schweppes. Sabe qual a semelhança entre um fiscal da EMEL e um organizador de eventos? Ambos estão sujeitos a um stress que se pode tornar penoso. Escutámos especialistas, que nos explicam os riscos e as tácticas para lidar com este stress. Neste número continua o dossiê alargado que dedicamos à Animação Turística. Desta vez, entrevistámos os responsáveis de qua‑ tro empresas, com características e produ‑ tos diferentes, para percebermos melhor a realidade em que cada uma delas vive. E, finalmente, a Galiza aqui tão perto. Um território que apresentamos no nosso Destino Internacional.
Boa leitura, e até Março.
ÍNDICE 5
8 10 12 13 14 18 24 28 32 34 36 38 40 44 48 52 54 56 58 62 64 72 76 77
Espaço APECATE Mercado European Best Event Awards Jornadas de Protocolo da APEP A liderança e a motivação de equipas de eventos, por Alexandre Real
GRANDE ENTRE VISTA: NÁDIA REIS E JOÃO SE ARA, DO CONTINENTE DOSSIÊ TEMÁTICO: HOTÉIS E E VENTOS
Hotelaria e turismo de negócios: Parceiros estratégicos, por Cristina Siza Vieira Um evento de sucesso faz‑se a 360º, por Lara Tropa Inauguração do Centro de Inovação Tecnológica de Tomar Don’ expect. Enjoy! Certificação em empresas de eventos O stress e os eventos
STANDS: O ROSTO VISÍVEL DAS ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Desperdício alimentar é economicamente negativo, ambientalmente errado e eticamente inaceitável, por Artur Junqueira EIBTM “...Learn, unlearn and relearn”, por Pedro Cardoso Tecnologia Formação Consultório de protocolo Portugal, Portugal: Um olhar sobre as empresas de animação turística
DESTINO INTERNACIONAL : GALIZA Empresas Directório
18
72 W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
COLUNISTAS 6
ALEXANDRE REAL É Mestre em Gestão de Empresas, Licenciado em Direito com especialização em Ciências Jurídico‑Económicas. Tem um MBA em Planeamento e Estratégia Empresarial, e é Pós‑Graduado em Liderança e Desenvolvimento de Equipas. É actualmente professor no I.S.PA.‑ I.U. Colaborou no conteúdo do livro sobre Marketing Internacional “Campeões Portugueses no Estrangeiro”. É co‑autor do livro de gestão “Casos Empresariais” Alentejo. Partner da Sfori, onde coordena várias acções de Teambuilding e de Eventos Formativos.
ARTUR JUNQUEIRA Licenciado em Gestão de Empresas pelo ISAI, Bacharelato em gestão hoteleira pela Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Iniciou a sua carreira no Grupo Ibersol em 1987, tendo passado por diversos departamentos e marcas. Actualmente é responsável pela unidade de negócio de Catering do Grupo Ibersol.
CRISTINA SIZA VIEIRA É desde Abril de 2010 presidente da Direcção Executiva da Associação da Hotelaria de Portugal. Teve uma larga expe‑ riência no sector público e privado. Representou o Estado português nas negociações de directivas comunitárias rela‑ tivas ao turismo e participou na elaboração de projectos de diplomas legais na área. É docente no curso pós‑graduado de Direito do Turismo, no Instituto de Ciências Jurídico‑Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É licenciada em Direito e pós‑graduada em ciências jurídico‑administrativas pela Faculdade de Direito de Lisboa.
LARA TROPA Licenciada em Gestão e Administração, com especialidade em Estudos Europeus, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, UTL. Inicia, em 1998, um estágio curricular na Direcção Geral dos Assuntos Comunitários do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em Março de 1999, é aceite num estágio no Departamento de Comunicações e Programas Externos da Companhia IBM Portuguesa, empresa onde já desempenhou diversas funções. Actualmente é directora da Divisão de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM Portugal e membro da direcção da APCE.
PEDRO CARDOSO Formado em Gestão Hoteleira, foi director de Front‑Office/Alojamento na abertura do ex‑Sheraton Porto em 1986 e director de Marketing e Vendas até 1995. Quadro co‑fundador e director‑executivo da Sugestões&Opções e do Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, e ex‑docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.
7
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
ESPAÇO APECATE 8
2.º CONGRESSO APECATE Certificar a qualidade, promover as empresas no mercado externo
DE QUE FORMA PODEM E DEVEM OS EMPRESÁRIOS AFIRMAR AS SUAS EMPRESAS NUM MERCADO CADA VEZ MAIS LIVRE E GLOBAL? QUE CRITÉRIOS DIFERENCIADORES SÃO VALIDADOS PELO MERCADO? AS CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE TÊM EFECTIVO VALOR COMERCIAL? SÃO FACTORES PONDERADOS PELOS CLIENTES NA ESCOLHA DOS SEUS FORNECEDORES? QUAIS AS VIAS DE ACESSO MAIS EFICA ZES AO MERCADO E X TERNO? ESTAMOS NA ÉPOCA DO “CADA UM POR SI” QUE A INTERNE T PROPICIA? OU, PARA AFIRMAR PRODUTOS ANCORADOS NO DESTINO PORTUGAL , TEMOS QUE TER PARTE ACTIVA NUMA ESTRATÉGIA NACIONAL DE PROMOÇÃO? QUAL O PAPEL DO TURISMO DE PORTUGAL , DAS AGÊNCIAS REGIONAIS DE PROMOÇÃO TURÍSTICA E DOS EMPRESÁRIOS NA DEFINIÇÃO DAS POLÍTICAS DE PROMOÇÃO REGIONAL E NACIONAL? O QUE PODEMOS ESPERAR DAS DELEGAÇÕES DO TURISMO DE PORTUGAL ESPALHADAS PELO MUNDO?
São estas e outras questões que estarão presentes no grande fórum de debate que será o 2º Congresso da APECATE, a realizar no dia 31 de Janeiro de 2014, no Hotel Altis Castilho, em Lisboa. No primeiro painel, dedicado à certifi‑ cação da qualidade como instrumento de diferenciação, vamos apresentar o Selo de Qualidade APECATE definido para a área dos Congressos e parti‑ lhar realizações e perspectivas com os nossos congéneres da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA) e da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC) que nos trarão o essencial do modelo de certificação que está a ser seguido no Brasil. Começaremos em plenário, a que se seguirão workshops sectoriais, dinamizados pelos conferencistas, por responsáveis da APECATE e por especialistas convidados de várias entidades. Nestes workshops, que continuarão a reflexão iniciada com as três comunicações referidas, cada sector será convidado a centrar a sua reflexão em duas temáticas funda‑ mentais: os requisitos de qualidade que devem ser objecto de certifica‑ ção; e o valor relativo dos vários tipos
de certificação existentes (normas internacionais, normas europeias, normas nacionais, selos de asso‑ ciações sectoriais, selos de destinos regionais, etc.). No segundo painel, dedicado à pro‑ moção, depois de uma intervenção de fundo sobre o tema, a cargo do Turismo de Portugal, IP, sentaremos à mesma mesa alguns responsáveis pelas Agências Regionais de Promoção Turística, que, tendo como interlocu‑ tores os empresários presentes, deba‑ terão as especificidades da promoção no mercado externo que devem ser tidas em consideração quando o ob‑ jectivo é a captação de eventos e con‑ gressos ou a colocação no mercado de produtos de nicho. No âmbito dos trabalhos do Congresso e procurando tirar o máximo partido bilateral da presença dos nossos cole‑ gas brasileiros e europeus, a APECATE promoverá, durante a manhã do dia 1 de Fevereiro, um programa misto de speedtrading/ networking, exclu‑ sivamente dedicado a empresários associados da APECATE e a operadores turísticos convidados que pretendem enriquecer a sua oferta nos mercados brasileiro e europeu. Ana Barbosa Presidente da Direcção da APECATE
9
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
MERCADO 10
EVENTS BY TLC LANÇA‑SE NO MERCADO DOS EVENTOS CORPORATIVOS PORTUGUESES Depois de um percurso de dez anos feito com clientes internacionais, a events by tlc anunciou recentemente o início da operação no mercado dos eventos corporate para clientes nacionais. A DMC quer agora conquistar as em‑ presas portuguesas e as delegações de multinacionais em Portugal. “Até 2020, queremos ser a referência no mercado dos eventos para as empresas em Portugal, quer seja na apresenta‑ ção de um novo produto no nosso país, numa conferência em Espanha ou para desenvolver um programa de incentivos no Dubai. A nossa proposta acrescenta valor ao cliente final, e isso reflecte‑se nos resultados” assegura Diogo Assis, CEO e fundador da events by tlc. Segundo o mesmo responsável, a events by tlc vai procurar explorar “os destinos de uma forma criativa, con‑ siderando sempre as necessidades e os objectivos de comunicação de cada cliente. Por outro lado, há mais de uma década que desenvolvemos pro‑ cedimentos e metodologias próprias e detalhadas como a gestão de risco e a política de compras assertiva. Estamos empenhados em transformar cada evento num acontecimento inesquecí‑ vel para quem o vive.” Com uma equipa fluente em vários idiomas e escritórios de vendas em alguns pontos da Europa e Américas, a events by tlc espera facturar 10 mi‑ lhões de euros até ao final do ano.
QUATRO PERGUNTAS A DIOGO ASSIS, CEO DA EVENTS BY TLC Porquê esta opção e o timing em que foi tomada? Foi uma questão estratégica. Depois de uma década a criar acontecimentos inesquecíveis para clientes de topo a nível global, sabemos que é o momento para competir pelas empresas nacio‑ nais. Há 10 anos, quando iniciámos actividade, detectámos uma oportuni‑ dade no mercado externo. As agências que trabalhavam esse mercado tinham uma oferta muito tradicional e não havia nenhuma empresa que acrescen‑ tasse valor ao cliente final. Hoje, detec‑ tamos essa oportunidade no mercado doméstico, muito devido à tendência exportadora e de internacionalização das empresas nacionais. Que mudanças internas terão de existir para responder a este novo mercado? Numa fase inicial, os nossos depar‑ tamentos criativos e operacionais em Portugal ‑ que até à data concebiam, planeavam e realizavam eventos cor‑ porativos e associativos para empresas lá fora ‑ têm capacidade para dar res‑ posta aos eventos para empresas ba‑ seadas cá. Até porque, em boa verdade, as propostas apresentadas e toda a gestão e implementação do evento não
difere em nada por ser um cliente em Portugal. No entanto, já iniciámos a expansão e contratámos quem conhece bem o tecido empresarial português, nomeadamente nos principais sectores onde queremos actuar: banca, seguros, farmacêutico, automóvel, entre outros. Vamos continuar a reforçar a equipa, à medida que vamos expandindo. Como olha para a concorrência? Respeitamos o trabalho da concorrência e temos noção do seu valor. No entanto, acreditamos que há espaço no mercado para a events by tlc. Aliás, a prova disso mesmo são os contactos reactivos que temos recebido de filiais em Portugal das multinacionais com quem já fizemos alguns trabalhos. Na events by tlc apostamos em soluções criativas e no factor “uau”, para garantir que os nossos eventos são irrepetíveis e memoráveis para quem os vive. A par deste factor, temos vindo a desenvolver metodologias e procedimentos próprios que garantem eventos sem risco ou risco muito baixo, propostas apresentadas com o recurso a novas tecnologias ‑ o que permite que o cliente viva, por antecipação e à distância, o seu próprio evento ‑, eventos sustentáveis que minimizam a pegada ecológica, entre outros. Estes factores diferenciam‑nos e percebemos que as empresas valorizam a diferença. Temos
MERCADO 11
JOSÉ CARLOS COUTINHO ASSUME DIRECÇÃO GERAL DA CBS DIOGO ASSIS CEO DA EVENTS BY TLC
consciência do valor da concorrência, mas estamos muito empenhados para sermos, até 2020, a referência em Portugal no sector dos eventos ‑ sejam eles corporativos, associativos, culturais ou desportivos. Quais são os objectivos, olhando para este segmento em específico, para a events by tlc no próximo ano? As nossas previsões apontam para que, em dois anos, as empresas nacionais representem entre 7% e 10% da factu‑ ração global. É muito importante que as empresas portuguesas façam eventos corporativos e associativos em Portugal, apesar de estarmos também preparados para desenvolver eventos no estran‑ geiro, para empresas que optam por realizar uma conferência ou programa de incentivos e premiação lá fora.
No âmbito da estratégia de afirmação como um dos principais players do sector de projecto e construção de stands para feiras e exposições, a CBS ‑ Creative Building Solutions passou a integrar José Carlos Coutinho nos seus quadros, como Director Geral. O novo responsável é licenciado em Engenharia Mecânica pela FEUP, tendo também o Curso Geral de Gestão da Universidade Católica. Tem uma carreira profissional diversifi‑ cada de mais de 25 anos, com desempenho de funções de Administração, Direcção Geral e de Direcção Técnica em empresas do sector Industrial, dos Serviços e Organizações sem Fins Lucrativos. Trabalhou 19 anos na AEP, onde criou e geriu a Planiserv S.A., uma empresa prestadora de serviços para feiras e congressos e geriu outras áreas de negócios daquela Associação. Nos últimos cinco anos foi director geral da Exponor, em represen‑ tação da qual foi Presidente da APFC ‑ Associação Portuguesa de Feiras e Congressos e membro do Board of Directors da UFI ‑ Union de Foires Internationales. No entender da CBS, José Carlos Coutinho constitui um importante reforço das competências técnicas e humanas da empresa.
PEDRO RODRIGUES DE SAÍDA DESAFIO GLOBAL Ao fim de 12 anos à frente da empresa, Pedro Rodrigues decide deixar a Desafio Global. O responsável liderou uma equipa que obteve 80 prémios, muitos dos quais internacionais. “Tenho o maior orgulho na equipa, e no trabalho desenvolvido, e quero acredi‑ tar que deixo muito do meu adn em toda a história da empresa”, escreveu Pedro Rodrigues no seu Facebook. “Sigo o meu caminho agradecendo a todos os que, ao longo de centenas e centenas de eventos, comigo riram, choraram e celebraram momentos memoráveis e inesquecíveis”. W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
EM DESTAQUE 12
EUROPEAN BEST EVENT AWARDS TRÊS PRÉMIOS PARA PORTUGAL O evento da Action 4 para a Yorn chegou ao topo do pódio na categoria de Melhor Evento Não Convencional, mas houve outros eventos portu‑ gueses premiados. A Desafio Global arrecadou um segundo lugar, na categoria de Melhor Congresso, com a Convenção Rotary International. Na mesma categoria, o terceiro posto foi ocupado pela Portugal Telecom, com a Conferência de Tecnologia e Inovação. O evento da Heineken, no Convento do Beato, produzido também pela Desafio Global, chegou à short‑list dos melho‑ res eventos internos.
O SHOPPING DA YORN Reunir em plena baixa lisboeta diferentes marcas dirigidas à juventude e com ofertas especiais para clientes, foi o objectivo da Yorn com um evento de celebra‑ ção da cultura urbana. Os objectivos da marca passavam por criar notoriedade, estimular o relacionamento entre a audiência ‑ público entre os 13 e os 20 anos ‑, e mostrar as vantagens reais de se ser um cliente Yorn. Assim, de 5 a 7 de Abril de 2013, uma escola abandonada no coração de Lisboa recebeu as mais atraentes marcas do mercado dirigidas a jovens, Adidas, Nike, Vans, Carhartt, etc. Além das “lojas”, os convidados podiam usufruir de concertos ao vivo, sessões de skate, bmx e arte urbana. O evento era exclusivo para clientes Yorn, mas estes podiam trazer um amigo de outra rede. Cada produto tinha dois preços, sendo o mais baixo só para clientes Yorn. Desta forma, a marca procurou dar um motivo real para aderir ao seu produto. Cerca de cinco mil pessoas participaram neste evento, vencedor na categoria de Melhor Evento Não Convencional dos EuBEA 2013.
GANHOU A CRIATIVIDADE O lançamento do Samsung Galaxy pela Swisscom foi o grande vence‑ dor dos European Best Event Awards (EuBEA). O júri dos prémios, que se reuniu este ano pela primeira vez em Malta, rendeu‑se à criatividade deste evento, produzido pela Heimat Berlin. A ideia parece muito simples e resul‑ ta em cheio, não deixando ninguém indiferente. “Olhos no S4” foi o mote e o desafio para os fãs ou simples tran‑ seuntes numa das quatro estações de comboio onde o evento se realizou: Zurique, Berna, Lausanne e Genf. Quem conseguisse estar 60 minu‑ tos a olhar para o “telemóvel” em ponto grande instalado no meio das estações ganhava um equipamento. Parece fácil? Mas não foi. A organiza‑ ção tratou de dificultar ao máximo a prestação dos concorrentes. Durante os longos 60 minutos havia dezenas de distracções, desde cães ferozes a
ladrar, músicos a cantar ao ouvido, figurantes a discutirem, um homem a pegar fogo, a Miss Suiça a tentar chamar a atenção, motas, tudo o que de mais irritante conseguir imaginar, aconteceu. Milhares de pessoas segui‑ ram o stream online destas tentativas para ganhar um telemóvel. E era esse justamente um dos vários objectivos da marca: criar impacto nas redes sociais, aumentar o tráfego do site, desenvolver um novo mercado, ganhar exposição nos media. Os objectivos foram alcan‑ çados, considerou o cliente.
Este ano os EuBEA contaram com mais um país a concurso, a Turquia. Ao todo houve 104 eventos a concurso, de 17 países. Os EuBEA são uma organização do ADC Group. A Event Point é media partner e júri destes prémios.
EM DESTAQUE 13
JORNADAS DE PROTOCOLO SOBEM A FASQUIA Cerca de 100 pessoas disseram pre‑ sente a mais uma edição das Jornadas Internacionais de Protocolo da APEP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo. Atraídas, ou não, pela presença de Marcelo Rebelo de Sousa, o facto é que ele não desiludiu nenhum dos participan‑ tes. “Esta é a primeira e última confe‑ rência que faço sobre protocolo”, atirou a abrir, para depois dar uma autêntica lição sobre o protocolo e relações inter‑ nacionais, dando uma série de exemplos práticos sobre a convivência e apresen‑ tando alguns dos que considera “desafios fascinantes” do protocolo, desde logo a informalidade e instantaneidade do mundo em que vivemos. Mas houve outros motivos de interes‑ se nas jornadas anuais da APEP, este ano com um grande acento tónico na multiculturalidade. O primeiro painel reuniu Fernando Braz de Oliveira, da FBO Sharing Consultoria, que falou da comunicação digital, dos seus perigos e virtudes; Fátima Ziegler, cerimonialista brasileira, que realçou a importância da profissão no seu país; Maria Teresa Otero, da Universidade de Sevilha, que detalhou aqueles que foram os grandes desafios do protocolo durante a Expo 92; e Pedro Rodrigues, da Desafio Global ativism, que partilhou dois casos de estudo, a Convenção dos Rotários e o Prémio Aga Khan, dois dos grandes eventos do ano no nosso país. A conversa foi moderada por Eduardo Guedes de Oliveira, da Galp Energia. A parte da tarde ficou marcada pelo painel sobre “A marca da cidade nos eventos internacio‑ nais” e pela intervenção da presidente da APEP, Isabel Amaral. O primeiro mo‑ mento contou com a presença de Alfredo Rodriguez, da Universidade Camilo Jose Cela, que falou das cidades e dos países enquanto marca; Manuel Novaes Cabral, presidente do Instituto do Vinho do Douro e do Porto; que salientou o quase que desígnio natural do Porto para receber eventos internacionais; e
ISABEL AMARAL E MANUEL ALMEIDA RIBEIRO
MARCELO REBELO DE SOUSA
Miguel Macedo, da Câmara Municipal de Matosinhos, que partilhou a experiência de organização da Maratona do Porto. Isabel Amaral fechou com chave de ouro apresentando uma comunicação sobre a importância do protocolo nos eventos in‑ ternacionais, antes do encerramento pro‑ priamente dito pela mão do Embaixador Manuel Côrte‑Real, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e de Teresa Byrne, da Presidência da República Portuguesa.
A organização não podia estar mais satisfeita com o resultado do evento. “Foram as melhores jornadas de sempre, não houve um tempo morto desde que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa fez a magistral conferência de abertura sobre as normas protocolares até ao balanço final feito pelo Embaixador Manuel Corte‑Real. Todos os oradores ofereceram pontos de vista diferentes e inovadores suscitando um interesse permanente da assistência. Vai ser difícil fazer melhor para o ano”, sublinha Isabel Amaral à Event Point, “A fasquia ficou muito alta!” Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpoint.com.pt]
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
14
ALE X ANDRE RE AL DIRE C T OR D A S F ORI
OPINIÃO 15
A LIDERANÇA E A MOTIVAÇÃO DE EQUIPAS DE EVENTOS
Para Hampton (1990), quem tem funções de liderança tem que induzir as equipas a contribuir com o seu esforço para a realização de uma actividade e esse é o desafio da motivação. Os líderes devem conhecer as condições que levam as equipas a ser motivadas. Os líderes que desejam motivar as suas equipas devem compreender as necessidades, crenças e expectativas. O mesmo autor defende que os líderes devem ter em consideração outros dois factores importantes no processo motivacional: a diversidade e a subjectividade. A diversidade trata do facto de os colaboradores serem diferentes e, por exemplo, actividades que para uns são motivantes (relações públicas de um evento, logística, etc.) para outros são entediantes. A diversidade, neste sentido, não está limitada a características pessoais como origem, etnia, mas segundo vários investigadores envolve cinco grupos de atributos: . Predicados demográficos: tais como idade, etnia, género, orientação sexual, religião, educação e características físicas; . Conhecimentos, habilidades e capaci‑ dades para a realização de tarefas; . Valores, atitudes e crenças; . Características de personalidade e estilos comportamentais cognitivos; . Posicionamento na equipa de trabalho
da organização, como por exemplo o nível hierárquico, grau de especialidade, depar‑ tamento e antiguidade na organização. Tomando em consideração os atri‑ butos acima mencionados, para o líder deter um relacionamento eficaz deve desenvolver a sensibilidade de identificar as competências e diferen‑ ças dentro da organização. Além de
conhecer a diversidade da sua equipa é importante conhecer a subjectivida‑ de, que vem da singularidade de cada colaborador, o seu interior e o signifi‑ cado, pensamento e emoções. Neste sentido, para Hampton (1990), subjectividade significa que perante a mesma situação os colaboradores terão reacções diferentes, uns poderão ficar W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
OPINIÃO . A L IDE R A N Ç A E A MO T I VA Ç Ã O DE E Q UIPA S DE E V E N T O S , P OR A L E X A NDRE RE A L 16
motivados e outros desmotivados. A relação entre o líder e os seus colabo‑ radores deverá ser personalizada, ou seja, para criar condições de motivação é necessário identificar e compreender o que impulsiona e o que frustra cada colaborador. Para Cavalcanti, Carpilovsky, Lund e Lago (2006), cabe aos colaboradores procurar o seu próprio desenvolvi‑ mento e encontrar novas formas de ultrapassar os problemas que surjam, e cabe à liderança promover um am‑ biente que respeite a individualidade de cada um. A liderança deve evitar o clima de sofrimento, pois segundo os mesmos autores enquanto existir sofrimento não haverá motivação. De acordo com vários estudos, é necessá‑ rio que os líderes estabeleçam objecti‑ vos e que capacitem os colaboradores para que eles alcancem os resultados desejados. É também importante a liderança saber recompensar cada um de maneira a evitar a criação de senti‑ mentos de injustiça. Primeiramente a liderança deve‑ rá percepcionar os vários factores e condicionantes que poderão despole‑ tar motivação e desmotivação na sua equipa de eventos. Conjuntamente com esta leitura a liderança deverá ter a capacidade de identificar o que é importante para cada um, e após esta análise deverá desenvolver estratégias de desenvolvimento e autonomia de forma a aumentar o nível motivacional de cada membro da sua equipa.
Neste sentido, Pink (2010) defende que os líderes devem criar novas condições de motivação, nomeadamente assente nos três pilares da motivação intrínseca; . Autonomia: controlo efectivo da nossa vida, realizando tarefas de forma autónoma e obtendo sensação de felicidade; . Domínio: aprendizagem constante de forma a elaborarmos as nossas tarefas com mestria e de forma cada vez mais perfeita;
Também caberá à liderança a iden‑ tificação do nível de maturidade de cada colaborador de forma a adequar o estilo de gestão de acordo com as necessidades individuais, ou seja, motivar o colaborador conforme o seu perfil de desenvolvimento. Pode concluir‑se que fazer uma gestão de pessoas personalizada gera mais confiança, proximidade e facilita o tra‑ balho do líder de forma a compreender as necessidades de cada indivíduo. Ainda segundo Pink (2010), a gestão mo‑ tivacional da equipa é determinante para o bom desempenho da organização. Os líderes devem criar um ambiente propício para o desenvolvimento organizacional. De acordo com Novo, Chernicharo e Barradas (2008), a eficácia e a perfor‑ mance de um líder está dependente da sua competência em utilizar a moti‑ vação como ponto de alavancagem e satisfação da sua equipa. Para Gostick e Elton (2008), numa organização onde se confia nos lí‑ deres, os colaboradores estão mais motivados para dar o máximo pelo seu trabalho e pela empresa.
Neste sentido, conforme os . Propósito: capacidade de vários autores mencionados percepcionar que o nosso anteriormente, e seguindo as trabalho é determinante para o suas sugestões, poderemos bom desempenho da organização obter uma melhor liderança e que o melhoramento do e desempenho nas empresas desempenho individual impacta no de eventos, com equipas mais resultado final da organização. motivadas e felizes…
17
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
18
NÁDIA REIS DIRE C T OR A DE RE L A Ç ÕE S P ÚBL IC A S E A C T I VA Ç Ã O DO C ON T INE N T E
JOÃO SE ARA DIRE C T OR DE M A RK E T ING DO C ON T INE N T E
GRANDE ENTRE VISTA . N Á DI A RE I S E J O Ã O S E A R A 19
“OS EVENTOS APROXIMAM‑NOS DAS FAMÍLIAS”
Na Grande Entrevista desta edição fomos conversar com Nádia Reis, directora de Relações Públicas e Activação do Continente e João Seara, director de Marketing do Continente. Quisemos perceber a relação da marca com os eventos. Como é que o Continente olha para os eventos enquanto ferramenta de comunicação? Os eventos são, sem dúvida, uma forma de transmitir os valores que as‑ sumimos como centrais no Continente ‑ a união, a alegria, a emoção, esforço para o sucesso e a celebração e a afir‑ mação dos valores nacionais ‑, garan‑ tindo uma maior proximidade e afecti‑ vidade com os nossos clientes. Sentimos que os eventos ajudam a criar uma relação humana que é também transferida para a marca Continente, sendo muito importante para a ima‑ gem que o consumidor tem de nós. Planeamos e desenvolvemos, por isso,
um conjunto de projectos de apoio à produção nacional, de cariz social e iniciativas de apoio à poupança das fa‑ mílias nos momentos que enaltecem o orgulho de ser português e que ajudam a democratizar os bens e serviços que o Continente disponibiliza. Enquanto ferramentas de comunica‑ ção, estes eventos reforçam, por um lado, a nossa proposta de valor junto de todos os nossos clientes e, por outro, aproximam‑nos das famílias, refor‑ çando a amplitude e a presença do Continente na vida dos portugueses.
Os nossos eventos representam uma resposta inovadora àquilo em que o marketing se tem vindo a transformar: por um lado, alguma saturação dos meios convencionais de comunicação, depois a necessidade dos consumidores serem constantemente surpreendidos e, finalmente, mas não menos importante, a responsabilidade das marcas se pronunciarem sobre temas de relevância pública.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
GRANDE ENTRE VISTA . N Á DI A RE I S E J O Ã O S E A R A 20
Pretendemos portanto, com gran‑ des eventos como o Mega Pic‑Nic ou Mercado de Sabores, por exemplo, renovar o compromisso de enaltecer os valores da cultura tradicional portu‑ guesa, a proximidade das famílias com as origens e com a tradição e o orgulho de ser português. Estes são eventos que se traduzem não apenas na sustenta‑ bilidade da produção nacional, mas no maior envolvimento dos consumidores com a causa e com os produtos de ex‑ celência que o Continente oferece. Outros eventos, como a Maratona do Cão, valorizam o ambiente, promovem hábitos saudáveis e ao mesmo tempo contribuem para o convívio em família e a integração da comunidade. Diríamos, por isso, que o Continente se tem envolvido de forma activa com a comunidade, desenvolvendo um conjunto de iniciativas que procuram beneficiar directa ou indirectamente a sociedade, quer a nível local, quer a nível nacional, intervindo em áreas como a saúde, educação e ambiente. Os nossos eventos são uma ferramenta inovadora de comunicação, em linha com o que o Continente tem desen‑ volvido ao longo de mais de 25 anos de história e que levou a marca a ser eleita consecutivamente como a marca de confiança dos portugueses no sector. Que peso têm no orçamento de marketing? Mais do que o peso que os eventos ou a activação da marca têm no orçamento global do marketing, a nossa preocu‑ pação passa por sermos relevantes, enquanto marca, para os nossos clien‑ tes e todas as famílias portuguesas. São iniciativas que tendo uma forte componente emocional, são por vezes mais intangíveis na ligação directa com o próprio negócio da marca, mas que, estamos convictos, aportam valor para a mesma e acima de tudo permi‑ tem criar uma maior aproximação aos nossos clientes, fora das fronteiras das nossas próprias lojas.
Nos vossos eventos em que circunstâncias recorrem a uma agência externa? Há eventos assegurados internamente? Os nossos eventos são normalmen‑ te desenvolvidos em conjunto com as agências com que já trabalhamos regularmente. Mas, evento a evento, analisamos as competências das agên‑ cias que mais se adequam ao desafio. Procuramos parceiros que primam pela qualidade do trabalho que apresentam e que asseguram todos os aspectos essenciais às respectivas iniciativas, tanto ao nível da logística e segurança, do conceito criativo, das campanhas de publicidade e das relações públicas. Valores como a confiança, a consistência e o respeito mostram‑se pilares na exce‑ lente relação que tem vindo a ser cons‑ truída ao longo dos anos com as agências. Estamos muito satisfeitos com as par‑ cerias desenvolvidas até ao momento e a coerência do trabalho conjunto trans‑ parece para o público e beneficia assim o crescimento tanto do Continente como dos nossos próprios parceiros. Como escolhem uma agência de eventos? Que requisitos tem que ter para trabalhar convosco? Os critérios passam, essencialmente, pela qualidade da proposta que nos apresentam face ao desafio e caderno de encargos proposto, tendo sempre como princípio os valores centrais que o Continente defende ‑ o rigor, o envolvi‑ mento, a inovação, assertividade e pro‑ fissionalismo, que se revela no resulta‑ do final do evento e se reflecte na adesão e entusiasmo dos nossos clientes. Essa selecção faz‑se evento a evento? No que diz respeito à operacionalização dos eventos, sim. Em cada evento que realizamos lançamos um concurso às várias agências a operar no merca‑ do e é factor de decisão um conjunto de critérios devidamente definidos. Analisamos, no fundo, as competências das agências que mais se adequam ao tema e tipo de evento, à sua localização, flexibilidade e dimensão. São muitas as
agências com que trabalhamos, para diferentes formatos e dimensões dos eventos que realizamos e já temos, com muitas delas um sentimento de con‑ fiança e uma proximidade considerável, o que torna sempre mais fácil a imple‑ mentação do projecto. Como olham para a qualidade das agências de eventos em Portugal? Temos excelentes profissionais e exce‑ lentes agências a operar em Portugal, desenvolvendo eventos que em nada ficam aquém dos profissionais e dos eventos realizados por esse mundo fora. A nossa capacidade organizativa e a matriz de inovação está ao nível dos melhores do mundo. De resto, e no nosso caso em particular, alguns dos nossos eventos foram já distinguidos por prémios internacionais, nomeada‑ mente o Mega Pic‑Nic Continente, que já foi galardoado com o melhor evento público europeu e este ano chegamos à short list dos World Retail Awards, com as iniciativas “Missão Sorriso” e “Cada Jogo, uma Final”. Estamos por isso con‑ victos de que estamos ao nível do que melhor se produz no mundo e só com uma relação de muita confiança como aquela que temos com as nossas agên‑ cias e parceiros é possível atingir níveis tão elevados de qualidade e execução. Que tipo de envolvimento têm enquanto cliente nos eventos que promovem? Cada evento que organizamos tem as suas particularidades e objectivos muito específicos. Vivemos, por isso, cada um dos eventos que promovemos com uma dupla perspectiva: a de quem os organiza e dinamiza e a de quem os experimenta enquanto consumidor. Só dessa forma podemos manter uma visão crítica e uma noção clara do impacto que gera‑ mos. Estar perto dos nossos Clientes é fundamental para nós, ouvir e receber a opinião que nos é dada no terreno faz com que de ano para ano nos consigamos aproximar ainda mais das expectativas dos clientes e criando uma relação emo‑ cional ainda mais vincada, reinventando as iniciativas que desenvolvemos.
GRANDE ENTRE VISTA . N Á DI A RE I S E J O Ã O S E A R A 21
O Mega Pic‑Nic e o Mercado de Sabores são dois dos vossos maiores eventos. De que forma têm evoluído esses dois casos em específico? O Continente mantém a sua aposta estratégica na produção nacional, um compromisso que assumimos como central. Promovemos, por isso, ini‑ ciativas que dinamizam a produção regional e as tradições locais e o Mega Pic‑Nic e o Mercado de Sabores são, realmente, dois eventos de sucesso. O Mega Pic‑Nic do Continente é já considerado uns dos maiores eventos em Portugal. Tendo em conta a tradi‑ ção de proximidade da marca aos seus clientes, esta acção ‑ cujo tema está umbilicalmente ligado à nossa acti‑ vidade ‑ este ano, sob o lema “Festeje um dia em família no Mega Pic‑Nic
Continente”, o evento reuniu mais de 650 milhares de portugueses no Terreiro do Paço que celebraram as tradições e a cultura de Portugal. A 4ª edição do Mercado de Sabores, por sua vez, reuniu 17500 pessoas, que prova‑ ram e adquiriram os melhores produtos e iguarias portuguesas. Pela primeira vez, o Mercado de Sabores decorreu no Porto de forma a alargar a nossa proposta de valor a todo o território nacional. Esta é mais uma iniciativa do Continente de apoio à produção nacional, que representa tam‑ bém uma oportunidade do Continente estar próximo de todas as famílias por‑ tuguesas com iniciativas surpreendentes, emocionantes e, claro, inovadoras. A inovação deste ano associou à compo‑ nente de gastronomia um ingrediente muito especial e envolvente: a música. O
Mercado de Sabores 2013 juntou, assim, estrelas da gastronomia e da música nacional, que em conjunto criaram re‑ ceitas exclusivas inspirando‑se mutua‑ mente a partir do seu trabalho. Estes são dois eventos muito acarinha‑ dos por nós e pelos portugueses, cujo impacto tem crescido de ano para ano. O Continente pretende com estes dois even‑ tos, e com outras iniciativas, demonstrar de forma inequívoca o seu apoio à produ‑ ção nacional, que se traduz não apenas na sustentabilidade da produção nacional, mas no maior envolvimento dos consu‑ midores com a causa e com os produtos de excelência que o Continente oferece. Acreditamos que este compromisso é reconhecido pelos clientes, que de resto garantem a sua preferência diariamente com a sua visita às nossas lojas.
P UB
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
GRANDE ENTRE VISTA . N Á DI A RE I S E J O Ã O S E A R A 22
Procuram incorporar alguma novidade ou replicam todos os anos o modelo de sucesso? A base de compromisso é a mesma, mas inovamos anualmente com facto‑ res diferenciadores. Faz parte do ADN do Continente continuar a inovar e a reinventar‑se, apostando em iniciati‑ vas que mobilizem os portugueses, seja pela solidariedade, como por exemplo a Missão Sorriso, seja pela participa‑ ção em eventos ímpares como o Mega Pic‑Nic, o Mercado de Sabores ou a Maratona do Cão. A Missão Sorriso, por exemplo, tem vindo a mobilizar os portugueses de ano para ano através de um conjunto de iniciativas mobili‑ zadoras da sociedade e dos cidadãos, que faz chegar a crianças e seniores hospitalizados ou a necessitar de cui‑ dados de saúde, bem como a pessoas em situação de carência alimentar, a necessária ajuda, fazendo‑o em parce‑ ria com instituições sem fins lucrativos e entidades públicas prestadoras de cuidados de saúde. A Missão Sorriso é um projecto inédito em Portugal que começou por ser uma campanha de responsabilidade social associada ao Natal mas que, durante este ano, alargou a sua actuação, compreenden‑ do diferentes iniciativas ao longo do ano, ajudando cada vez mais famílias Portuguesas a viverem histórias feli‑ zes. A Missão Sorriso tornou‑se uma causa com cada vez maior impacto e alcance a nível nacional, oferecendo ainda mais e mais razões para sorrir. Acreditamos, por isso, que a Missão Sorriso é a expressão máxima de uma relação próxima com os portugueses e as comunidades onde nos inserimos e acredito mesmo que um projecto que poucas marcas no mundo teriam capacidade em replicar. É uma mis‑ são que extravasa as fronteiras do nosso próprio negócio e que é já uma causa de Portugal. Diríamos, então, que a inovação é um dos princípios a que a Sonae MC tem sido fiel desde o primeiro momento e que tem orientado a sua actuação em diferentes áreas.
Em relação ao patrocínio em eventos, quais são os critérios para a vossa escolha? Como agente activo na sociedade, o Continente acredita que tem um papel a cumprir no apoio às comunidades onde está inserido, desenvolvendo ou patrocinando um vasto conjunto de iniciativas de âmbito social. Os patrocínios do Continente são sempre analisados à luz daqueles que são os nossos valores centrais, de proporcionar grandes momentos de entretenimento às famílias por‑ tuguesas, sempre a baixo custo, ou apoiar causas que ajudam a ultra‑ passar alguns dos problemas estru‑ turais do nosso país. Os critérios passam por avaliar se determinado projecto beneficia directa ou indirectamente a sociedade, quer a nível local, quer a nível nacional, inter‑ vindo em áreas como a saúde, despor‑ to, educação e ambiente. A estratégia do Continente passa sempre por apoiar iniciativas que de alguma forma sejam relevantes para os portugueses e que os aproximem da marca, como é o caso do futebol e da Selecção, activos geradores de grande visibilidade para as marcas. Quando patrocinam um evento, de que modo planeiam e executam a activação da marca? O Continente é uma marca que acompa‑ nha sistematicamente a vida dos portu‑ gueses, sempre focado na descoberta de novas soluções e na reinvenção de pro‑ postas de valor, criando fortes dinâmicas de democratização e acesso a experiên‑ cias, produtos e serviços inovadores. A nossa estratégia de patrocínios passa por reforçar a oferta de valor do Continente e da promessa da marca de providenciar as melhores soluções de poupança para as famílias portuguesas. Activar a marca, nas suas diferentes dimensões é uma preocupação central para nós, sendo nosso objectivo prin‑ cipal proporcionar experiências aos nossos Clientes que não se limitem à experiência de compra nas nossas lojas.
Desde iniciativas que organizamos “in store”, como acções de showcookings ou os desfiles da Popota, até iniciativas de grande impacto com o Mega Pic‑Nic, o Mercado de Sabores ou a parceria com a Selecção permitem‑nos um contacto mais próximo com os nossos clientes e a satisfação de lhes proporcionar mo‑ mentos em família. Que valores da marca Continente procuram incorporar nos vossos eventos? As iniciativas do Continente intervêm em áreas como a saúde, educação, ambiente e entretenimento e reflectem o compromisso da marca de estar ao lado das famílias portuguesas em mo‑ mentos de diversão, por um lado, e, por outro, o de apoiar causas que ajudem a sociedade e o país a ultrapassar alguns dos seus problemas estruturais. O envolvimento com as comunidades é o reflexo deste compromisso e o Continente tem, de facto, contribuído para o desen‑ volvimento das localidades onde opera, através de acções que promovem a coesão social, a criação de emprego e a melhoria da qualidade de vida das populações. Estes eventos são fruto da nossa aposta na portugalidade, no orgulho de ser português, na nossa paixão pela gastronomia e na nossa capacidade de mobilização em torno de um objectivo maior: o de procurarmos sempre fazer a diferença e demonstrar que estamos cada vez mais próximos dos nossos clientes e atentos às suas necessidades. Como empresa líder no sector da alimen‑ tação, temos também vindo a desenvolver iniciativas que promovam a gastrono‑ mia e a produção nacional e contribuir para a democratização da boa cozinha. Exemplo disso é o mais recente projecto do Continente, em parceria com a RTP e a Shine Iberia ‑ o Chefs’ Academy, que prima pela excelência dos produtos e da gastronomia nacional, elementos que assumimos também como centrais no nosso compromisso de valorizar o que de melhor se produz no país.
GRANDE ENTRE VISTA . N Á DI A RE I S E J O Ã O S E A R A 23
DEZ PERGUNTAS DE RESPOSTA RÁPIDA A NÁDIA REIS E JOÃO SE ARA: NÁDIA REIS
JOÃO SE ARA
De que modo medem o retorno e avaliam o impacto dos vossos eventos? Os eventos são avaliados, essencialmente, pela componente afectiva que é criada com os portugueses e pela sua adesão. Os nossos eventos existem para e pelos por‑ tugueses e o retorno tem sido de tal forma positivo que vem comprovar o crescimen‑ to e fortalecimento dos nossos eventos, permitindo‑nos continuar a trabalhar no sentido de levar sempre uma promessa de valor acrescido a todos os portugueses. De ano para ano, temos tido a capa‑ cidade, que poucas marcas têm, de desenvolver iniciativas que mobilizam diferentes vontades e energias em torno de causas comuns.
Cidade para viver? Amesterdão, se fosse mais solarenga e tivesse o mar por perto
Cidade para viver? Estocolmo
Faz sentido, hoje em dia, falar mais em retorno nos objectivos, e menos em retorno do investimento? Diríamos que o mais importante retorno dos nossos eventos é de ordem qualitativa, no sentido de aproximar a marca das famílias portuguesas em momentos de descontracção e lazer, apostando numa solução económica, eficaz e adequada às suas expectativas. O Continente assume, assim, a res‑ ponsabilidade de se envolver com a comunidade, proporcionando momen‑ tos de entretenimento aos portugueses e criando temas de relevância pública.
Clube de futebol? Vitória de Guimarães
Férias de sonho? Nova Zelândia Livro que está na mesinha de cabeceira? Eu, Malala ‑ Christina Lamb Música que punha a tocar em loop? “She”, de Elvis Costello Figura da História que gostaria de conhecer? Mahatma Ghandi
Comida que não dispensa? Tradicional portuguesa. Somos exímios na arte de bem cozinhar! Tem cartão Continente? Claro!!! Popota ou Leopoldina? As duas! Tão diferentes uma da outra, mas tão iguais na sua génese: levar alegria às crianças!
Férias de sonho? Tour pelo Canadá Livro que está na mesinha de cabeceira? Ideias que mudaram o mundo Música que punha a tocar em loop? Romeo e Julieta Figura da História que gostaria de conhecer? Leonardo Da Vinci Clube de futebol? FC Porto (claro) Comida que não dispensa? Salada de alface e tomate Tem cartão Continente? Que pergunta!? Claro Popota ou Leopoldina? Leopoldina até morrer Twitter ou Facebook? Nenhum.
Twitter ou Facebook? Facebook… mas Twitter cada vez mais!
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DOSSIÊ TEMÁTICO 24
MAIS EVENTOS EM HOTÉIS, MAS VÁRIOS ASPECTOS A MELHORAR Os hotéis são muitas vezes as primeiras escolhas dos clientes e dos organizadores de eventos e congressos para serem o palco das suas iniciativas. Fomos conversar com quatro destes organizadores de modo a perceber o que esperam dos hotéis. A preferência por organizar eventos em hotéis tem evoluído “de forma crescente”, diz Filipe de Pina, da ES Viagens, admitindo que organizam mais eventos em hotéis agora do que há uns anos atrás. A escolha é determina‑ da “pela própria dimensão e perfil do evento”. “Para eventos até 250 partici‑ pantes a preferência é por continuarem a ser organizados em hotéis”, regista Marjolaine Diogo da Silva, da Forum d’Ideias. São os clientes que decidem por unidades hoteleiras, em vez de centros de congressos, “para evitar custos e a perda de tempo em transfe‑ res”, diz a responsável. Paula Almeida, da Factor Chave, aponta também razões relacionadas com os custos para justificar alguma preferência por hotéis. “Os valores dos centros de congressos encontram‑se significati‑ vamente mais altos do que os dos hotéis, actualmente, com excepção feita aos centros de congressos incluídos nas unidades hoteleiras. Devido a este facto,
e dada a economia em que nos encon‑ tramos, a tendência está em crescente”, refere. Uma vez que a empresa está especializada nos congressos médicos, a resposta à pergunta se organizam mais eventos em hotéis hoje em dia do que há uns anos atrás, tem uma resposta dupla. “A categoria dos hotéis tem feito praticamente desaparecer os congressos médicos dos hotéis de cinco estrelas. Daí que diríamos que está a diminuir fran‑ camente nos hotéis que ficaram presos à classificação por estrelas, nos cinco estrelas, com excepção feita aos que têm centros de congressos independentes (enquanto pessoa jurídica). E tem au‑ mentado em hotéis de quatro estrelas”. A escolha do espaço é normalmente feita pela Factor Chave, “salvo o cliente tenha uma ideia completamente pré‑definida quando vem ter connosco”, explica Paula Almeida. “Trabalhamos com uma ma‑ triz de decisão que permite classificar os hotéis de acordo com vários parâmetros importantes para os congressos médicos
e esse facto ajuda o cliente a tomar a decisão final que é sempre altamente influenciada pelo nosso conhecimento do local e do serviço que as unidades hoteleiras disponibilizam”. Elizabete Figueiras, da Abreu, é pe‑ remptória: “Temos hoje muito mais congressos em hotéis”. Isto porque “a oferta é maior e apareceram hotéis com grandes áreas, com salas, locais para exposição, almoços, coffee‑breaks e áreas de posters. A escolha é normal‑ mente sugerida pela Abreu, “quando o cliente quer tudo concentrado”.
EVOLUÇÃO POSITIVA Muito embora a capacidade dos hotéis “tenha evoluído”, Marjolaine Diogo da Silva lamenta que ainda não haja “hotéis suficientes que juntem as capacidades de quartos, salas e es‑ paço de refeição nas áreas da grande Lisboa e Porto para estes eventos”.
DOSSIÊ TEMÁTICO . M A I S E V E N T O S E M HO T É I S , M A S VÁ RIO S A S P E C T O S A ME L HOR A R 25
E por isso o que tem acontecido é a perda de eventos para outros países. A responsável da Forum d’Ideias lembra também que para congressos científicos não há capacidade sufi‑ ciente em hotéis de quatro estrelas. Elizabete Figueiras e Paula Almeida, da Abreu e Factor Chave, respectiva‑ mente, são da opinião de que a hote‑ laria tem evoluído muito no que diz respeito ao segmento dos eventos.Uma opinião partilhada por Filipe de Pina, da ES Viagens, “Tem melhorado com o aparecimento de novos equipamentos, com melhor e maior capacidade de res‑ posta”. Mas Paula Almeida lembra que é possível “fazer mais”. “Ainda falta muita cultura de rigor no planeamento e na operação, bem como uma maior perspectiva de negócio e de captação de clientes que por agora é bastante limi‑ tada por falta de visão, de versatilidade
e de disponibilidade de adaptação A metodologia ‘orientação para o cliente’ é para muitos ainda um mito. No en‑ tanto, a responsável diz que têm cada vez mais parceiros que já efectuaram essa “mudança de visão”.
RELAÇÃO PCO VS. HOTEL Para que esta relação seja mais profícua, a rapidez nas respostas por parte dos hotéis é um aspecto a melhorar, acredi‑ tam os nossos entrevistados. “O cliente internacional não espera”, salienta Marjolaine Diogo da Silva. Elizabete Figueiras aponta ainda a necessida‑ de de “preços mais baixos” e “maior flexibilidade”. Apanhando a onda dos preços, Filipe de Pina lamenta que não exista “uma estratégia concertada, não se procura melhorar o preço de venda
pela qualidade intrínseca do produto. O preço baixo continua infelizmen‑ te a ser a principal arma comercial”. Marjolaine Diogo da Silva diz que, por vezes, a política de preços dos hotéis “não tem nexo”. “ Não há coerência na aplicação dos preços, de vez em quando demasiado baixos em relação ao seu standard, e o inverso. Para cada evento necessitamos de negociar para que o nosso cliente tenha confiança no que procura”, esclarece. Para a responsável da Abreu, Elizabete Figueiras, a gama de preços “continua a ser um pouco alta, especialmente para almoços de trabalho e coffee‑breaks”. Já Paula Almeida acha que os preços estão a tornar‑se mais competitivos, mas “existe ainda um longo caminho a percorrer. Os valores essencialmente do catering, versus a qualidade que oferecem, ainda ficam muito aquém
P UB
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DOSSIÊ TEMÁTICO . M A I S E V E N T O S E M HO T É I S , M A S VÁ RIO S A S P E C T O S A ME L HOR A R 26
SITE INSPECTIONS na maioria dos locais, principalmente no coffee‑break, onde tendem a equi‑ librar algum desconto mais agressivo nos valores de salas ou quartos”, refere a directora comercial da Factor Chave. Quanto à relação qualidade/preço da hotelaria nacional, o responsável da ES Viagens acha que é “algo desequili‑ brada”. “Poder‑se‑iam praticar preços mais altos atendendo à boa qualidade de muitos dos produtos que concorrem no segmento”. Marjolaine Diogo da Silva diz que a relação, na sua maio‑ ria, é boa, sobretudo se compararmos com outros países europeus. “Mas talvez devido à crise, alguns cinco estrelas aplicam preços abaixo do seu standard, o que nos dificulta a venda. O nosso cliente duvida do serviço e da qualidade do hotel, chegando a perguntar se de facto é um cinco estrelas ou um quatro”, argumenta. Paula Almeida considera que a relação qualidade/preço é cada vez mais com‑ petitiva. Elizabete Figueiras não é tão optimista. “No geral podemos dizer que não é má, mas necessitam fazer adaptações, conforme as datas, o total de serviços que se vão realizar dentro do hotel, total de quartos vendidos (normalmente por um mínimo de três ou quatro noites ). Tem que existir uma maior apreciação quando existe um total de serviços requisitados”.
As site inspections são uma altura em que a relação entre PCO e hotel tem que funcionar bem. “Habitualmente temos uma boa colaboração ao nível do en‑ quadramento e das condições comer‑ ciais propostas”, refere Filipe de Pina. Dos hotéis a resposta que Marjolaine Diogo da Silva espera é o “acompanha‑ mento por profissionais com o devido conhecimento da unidade hoteleira, e que às perguntas do cliente consigam dar respostas concisas e precisas sem hesitações, pois como todos sabemos a site inspection é talvez o principal elemento para que o cliente tome a sua decisão, sendo por isso que se desloca de um país a outro”. Elizabete Figueiras salienta essa necessidade de trabalho em equipa. E apela ainda a uma maior colaboração na oferta de alojamento ‑ o que já acontece, mas nem sempre ‑, e maior flexibilidade.” A Factor Chave o que espera dos hotéis é que tudo esteja “preparado, orga‑ nizado, planeado, sem falhas. É essa atitude e disponibilidade que espera‑ mos, independentemente do número de estrelas na porta”. Até porque “não existe uma segunda oportunidade para uma primeira boa impressão’ . No entanto Paula Almeida é crítica em relação a “grande parte dos locais”, que ainda “encara a visita de inspec‑ ção quase como ‘um frete’, ao qual alocam muitas vezes ‘alguém’ dispo‑ nível do departamento comercial para nos acompanhar e que assume uma atitude totalmente passiva. O que es‑ peramos são sugestões e resolução de problemas e questões. Muitas vezes, quem acompanha as visitas de ins‑ pecção nem tem autonomia para saber se pode retirar mobiliário para fazer uma exposição técnica”.
COLABORAÇÃO ENTRE HOTÉIS Na perspectiva da captação de mais eventos a colaboração entre os vários hotéis parece ser um aspecto crítico de sucesso. Mas será que existe essa colaboração? “Não o suficiente”, alerta o responsável da ES Viagens. Filipe de Pina considera que essa articulação seria uma mais‑valia “na lógica do que já se faz em outros destinos nossos concorrentes”. A opinião é subscrita por Elizabete Figueiras, da Abreu. A directora da Forum d’Ideias considera que já existe esse hábito de colabora‑ ção entre os hotéis. Isto sobretudo na captação de eventos de maior dimensão, acrescenta Paula Almeida. A respon‑ sável acredita que este é o caminho a seguir. “Qualquer colaboração entre profissionais que procuram os mesmos objectivos é sempre uma mais‑valia. O que é importante perceber é que jun‑ tos o valor e a força são sempre mais e maiores. E as possibilidades aumentam para todos os interessados. É necessário mais união, enquanto mercado ‑ não puxando cada um para si”.
DOSSIÊ TEMÁTICO . M A I S E V E N T O S E M HO T É I S , M A S VÁ RIO S A S P E C T O S A ME L HOR A R 27
WI‑FI GRÁTIS Desafiámos os nossos entrevistados a nomearem os serviços que gostavam que os hotéis tivessem, de modo a melhorar a experiência do delegado ou participante de um evento. “Internet wi‑fi grátis”, foi a resposta assertiva de Marjolaine Diogo da Silva, e de todos os outros entrevista‑ dos. Mas há mais. Por exemplo, Elizabete Figueiras desejaria que os hotéis tives‑ sem outras áreas disponíveis durante os congressos, onde os delegados pudessem fazer networking. Filipe de Pina gostava que o staff dos hotéis fosse mais alargado e que houvesse flexibilidade no que diz respeito aos horários das várias áreas de serviço (spa, bar, entre outros). Paula Almeida aponta ainda a questão do estacionamento. “Não faz sentido cobrar este serviço aos participantes, e na maior
parte dos casos a organização acaba por ter que suportar mais este custo, com o objectivo de oferecer o maior conforto e o melhor serviço possível aos seus convi‑ dados. No entanto, seria uma mais‑valia e um elemento diferenciador se o Hotel oferecesse esse serviço”, sublinha. Incitados a apontar o hotel mais bem preparado para receber eventos e congressos, nenhum dos entrevistados quis nomear uma unidade. “Cada caso é um caso. Hoje são inúmeras as uni‑ dades que nos permitem organizar um evento com sucesso. Não há um modelo único pelo que não há um melhor”, salienta Filipe de Pina. “É difícil dizer, visto que cada evento e cada cliente são diferentes. O que pode ser bom para uns pode não ser para outros. No
entanto notamos que [o sector] corpo‑ rate opta pelos hotéis novos com design, enquanto que os eventos científicos optam pelos hotéis mais clássicos”, detalha Marjolaine Diogo da Silva. Paula Almeida considera que o hotel mais bem preparado “é aquele com uma equipa que, desde a manutenção ao Director Geral, faz acontecer, resolve, ajuda, acrescenta, disponibiliza, cola‑ bora, sugere, complementa, excede‑se e dedica‑se para que o evento/congresso seja um sucesso”. Também Elizabete Figueiras não consegue escolher um, porque “temos vários, dependendo das características dos eventos ou congressos”. Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpoint.com.pt]
MEE TINGS INDUSTRY MUITO IMPORTANTE PARA A HOTEL ARIA O peso do segmento da meetings industry é assinalável na hotelaria nacional. “Em hotéis de cidade [atinge] 20% a 25% de ocupação e 25% a 30% de receita, podendo em hotéis com centro de conferências de significativa dimensão chegar aos 35% da ocupação e 40% da receita”, refere Eduardo Abreu, sócio da Neoturis. À luz desta importância, os hotéis procuram adaptar‑se às exigências deste mercado específico. As principais tendências neste momento são, segundo o especialista, “maior standardi‑ zação dos quartos, de forma a alojar todo o grupo no mesmo tipo de quarto (evitando assim problemas de ‘melhor quarto’ versus ‘pior quarto’); tentativa de maior “share of wallet” do cliente, por exemplo, disponibilizando espaços diferentes para refeições e refeições temáticas (evitando que o grupo jante fora do hotel). Em termos de tecnologia, a descida dos preços tem permitido que as unidades hoteleiras apresentem salas com mais equipamento standard (ex: vídeo projecção integrada)”. Como ficou claro nas entrevistas aos organizadores profissionais de congressos, a questão do wi‑fi é crítica. Há diferentes modelos de disponibilização do serviço, mas segundo Eduardo Abreu o melhor sob o ponto de vista da gestão hoteleira é “wi‑fi grátis nos espaços públicos (incluindo a zona de conferências) e pago nos quartos”. O envolvimento dos hotéis em parcerias estratégicas para a captação de eventos existe, no entender deste responsável da Neoturis. E isso é visível na participação em feiras do sector, de forma formal, através dos convention bureaux, e informal, pela participação conjunta de unidades hoteleiras. “Também é do nosso conhecimento que unidades hoteleiras integradas em cadeias internacionais têm vindo a aproveitar com sucesso as ferramentas de promoção que estas cadeias disponibilizam (por exemplo, workshops com PCOs de grandes empresas, cross selling)”, realça. As restrições que existem relativamente aos eventos do sector da medicina têm condicionado a escolha dos hotéis, nomeada‑ mente de cinco estrelas e resorts. Como pode a hotelaria gerir esta situação? “Sabemos da existência em Espanha de hotéis de cinco estrelas que simplesmente se reclassificaram para quatro estrelas para poderem continuar a receber a indústria farma‑ cêutica. Como todos os sectores, existe uma evolução natural do negócio e os hotéis terão de se adaptar”, conclui Eduardo Abreu.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
28
CRISTINA SIZA VIEIRA DIRE C T OR A E X E C U T I VA D A A HP
OPINIÃO 29
HOTELARIA E TURISMO DE NEGÓCIOS: PARCEIROS ESTRATÉGICOS No mês em que se realiza em Barcelona a EIBTM, uma das feiras mais importantes da meetings industry é, mais uma vez, tempo de afirmar que a hotelaria e o turismo de negócios são parceiros estratégicos, com resultados de ouro quando trabalham juntos. O turismo de negócios é um produto altamente sensível à conjuntura eco‑ nómica internacional. A performance negativa da economia nos últimos anos teve um impacto directo na redução do número de viagens em negócios, incen‑ tivos, realização de eventos, lançamento de produtos e participação em congres‑ sos, seminários e conferências a nível mundial. Depois de alguns anos de crise mundial declarada, 2012 terminou com uma frágil recuperação, e é pos‑ sível constatar que em 2013 se começa a verificar alguma recuperação econó‑ mica, visível desde logo no aumento de deslocações em negócios. Segundo o observatório das tendências da EIBTM, para 2014, as perspectivas indiciam que o crescimento económico se manterá, com previsões optimistas para este sec‑ tor, ainda que com alguma prudência. Segundo análise do BES Research, em 2012, apesar do cenário de maior crise vivido em algumas das suas regiões, os europeus continuaram a viajar, aumentando os seus gastos
(em cerca de 2%) e mantendo estáveis as dormidas. Contudo, é importante salientar algumas tendências e/ou al‑ terações ocorridas: o maior segmento de mercado (férias) não cresceu, registando mesmo um decréscimo na motivação “praia”, mas houve cresci‑ mentos significativos das city e short trips (14% e 10%, respectivamente) e das viagens de negócios (8%).
As viagens de negócios são mesmo um dos segmentos que registam maior crescimento na Europa, apontando‑se para cerca de 8% em 2012, e prevendo, a Global Business Travel Association que, em 2013, os gastos a nível global alcancem um crescimento de quase 6%.
Em 2014, estamos por isso certos de que a hotelaria nacional irá beneficiar com a melhoria da conjuntura económica mundial. Portugal mantém‑se como um dos principais destinos turísticos, com excelentes condições de infra‑es‑ truturas e de hotelaria, reconhecidas globalmente para receber reuniões de negócios e eventos corporate. Para tal muito contribui uma hotelaria moder‑ na, preparada em serviço, elevado know how e infra‑estruturas adaptadas com as melhores condições para receber as mais importantes reuniões do mundo. A hotelaria é um parceiro estratégico para a meetings industry. O valor de um congressista ultrapassa claramente o valor de um hóspede regular, tornando a captação deste tipo de turistas num valor seguro e apetecível. Segundo os dados do Hotel Monitor, em Junho de 2013, com a Convenção dos Rotários, Lisboa foi o destino turístico com o RevPar mais elevado em Portugal (73,29 euros), impulsionado pela realização desta Convenção. Este valor foi superior
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
OPINIÃO . HO T E L A RI A E T URI S MO DE NE G Ó C IO S : PA RC E IRO S E S T R AT É GIC O S , P OR C RI S T IN A S I Z A V IE IR A 30
em 28,51% a Junho de 2012. Entre os dois meses em análise verificou‑se ainda uma subida de 20,68% no preço médio por quarto ocupado, indicador que se fixou em 92,48 euros.
Apesar de alguma quebra, as estatísticas falam por si e Portugal continua a ser hoje um dos principais destinos mundiais em número de reuniões por mercado, onde ocupa um prestigiante 17º lugar (ICCA, 2012), que passa para 8º lugar no ranking europeu, com 213 reuniões. A cidade de Lisboa tem sofrido quedas desde o ano 2010, caindo do 8º para 12º lugar em 2011 e voltando a cair para a 15ª posição, em 2012, com 106 reuniões. Já o Porto, com 42 eventos, tem tido um comportamento diferente, subindo um lugar e passando para a 53.ª posição.
É preciso potenciar as vantagens comparativas que Portugal tem para acolher turistas de negócios, que beneficiam a hotelaria. Por isso, os hoteleiros têm defendido a construção de um novo centro de congressos no centro de Lisboa, com capacidade para acolher grandes eventos, mas também com a capacidade e flexibilidade para receber diferentes formatos de confe‑ rências, dirigidos a públicos variados e que possam decorrer ao mesmo tempo, acompanhando a tendência de eventos de capacidade média. Lisboa precisa desta nova infra‑estrutura para poder competir com aquelas que são as suas maiores concorrentes: Barcelona, Madrid, Budapeste, Copenhaga, Istambul e/ou Viena.
É possível recuperar as quedas no ranking da ICCA e crescer neste segmento da meetings industry, aproveitando o que de melhor se tem feito em prol de um destino turístico de excelência mundial. Quanto a Lisboa e Porto, a continuação de políticas urbanas que integrem o turismo como um dos principais objectivos e preocu‑ pações de desenvolvimento das cidades, irão concorrer não só para aumentar o número de turistas e melhorar a sua experiência no destino, mas também para o bem‑estar das populações, contribuin‑ do para a melhoria de vida da população residente, com acções de reabilitação urbana, maior segurança e policiamento, limpeza, utilização e proteção do pa‑ trimónio cultural, áreas verdes ajardina‑ das, entre outros.
Todavia, o planeamento da construção deve seguir em paralelo com o planeamento da gestão deste equipamento, que seguramente deverá ser da responsabilidade privada. Fundamental é assegurar que teremos um projeto sustentável, não só em termos de rentabilidade financeira, mas também em termos de adequação àquelas que são as necessidades do sector.
Todos têm a ganhar, mas a hotelaria tem expectativas concretas, muito positivas, nos resultados e vantagens desta parceria tão estratégica para o futuro do turismo nacional.
31
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
32
L ARA TROPA DIRE C T OR A D A DI V IS Ã O DE M A RK E T ING , C OMUNIC A Ç Ã O E C ID A D A NI A D A IBM P OR T UG A L
OPINIÃO 33
UM EVENTO DE SUCESSO FAZ‑SE A 360° Conceber, planear e organizar um evento tendo em conta apenas o Marketing a ele associado sempre nos pareceu redutor. E é por isso mesmo que desde há alguns anos a esta parte surgiu na IBM a necessidade de se falar a uma só voz. Isto porque quase todo o tipo de iniciativas deve integrar as diversas vertentes das disciplinas de marketing e comunicações. Refiro‑me à publi‑ cidade, à geração e acompanhamento de oportunidades de negócio ‑ quer através de campanhas, quer através de eventos ‑, à comunicação externa, à comunicação interna e executiva, à presença e interacção nas redes sociais. Neste sentido, a realização de um evento 360° requer, mais do que nunca, uma maior colaboração e total com‑ promisso das diferentes equipas que contribuem com o conhecimento e ex‑ periência específicos de cada uma das áreas. Para além disso, a consistência das nossas mensagens é fundamen‑ tal, para mais tendo em conta a actual multiplicidade de meios e canais, acre‑ ditando que a maior vantagem desta integração advém de conseguirmos combinar a nossa cultura com a nossa marca, nunca esquecendo a máxima Think, Prepare, Rehearse que deve estar sempre presente, não esquecendo qualquer tipo de detalhe. É o que temos vindo a promover na IBM. A título de exemplo, no passado dia 4 de Novembro, inaugurámos, em parceira com a Câmara Municipal de Tomar e o Instituto Politécnico desta
cidade, um novo Centro de Inovação Tecnológica gerido pela SoftINSA, uma empresa do grupo IBM. A data não foi escolhida ao acaso. Neste mesmo dia a IBM celebrou 75 anos em Portugal. Ao fazermos coincidir dois momentos tão relevantes numa mesma data reforçámos a nossa mensagem de compromisso contínuo na investigação, desenvolvimento e inovação no nosso país tendo conse‑ guido marcar a agenda nacional. Com base num plano integrado de comunicação externa onde foram pensadas e repensadas todas as men‑ sagens que queríamos fazer passar ao país, foi possível uma cobertura total onde frases emblemáticas como ‘75 anos a investir e a inovar em Portugal’, articulação entre o mundo académico e empresarial e criação de novos postos de trabalho foram uma constante. Numa cerimónia em que tivemos a honra de contar com a presença de Sua Excelência o Presidente da República, mas também de Sua Excelência o Ministro da Economia, Conselheiros de Estado, vários presidentes de Câmara, líderes do tecido empresarial, do meio político e académico portu‑ guês, entre outros convidados, como IBMers, clientes, parceiros de negócio e demais stakeholders, acreditamos que conseguimos colocar a marca IBM no top of mind dos portugueses e aumentámos o share of voice. Abrimos
os telejornais dos três canais genera‑ listas, o momento foi narrado ou pelo menos mencionado em quase todos os meios de comunicação social gene‑ ralistas e especializados da área das Tecnologias de Informação. No total contabilizámos cerca de 200 clips, entre os quais 32 peças televisivas e nove radiofónicas. Também nas plataformas sociais, onde a IBM Portugal tem perfil e presença regular, nomeadamen‑ te Facebook, Twitter, Linkedin e Google+, os números superaram as nossas melhores expectativas. Internamente, envolvemos todos os colaboradores desde o primeiro dia, reconhecendo e agradecendo a ener‑ gia, criatividade e paixão que ao longo destes 75 anos colocaram ao serviço da construção de uma Companhia singular e de referência no nosso país. A todos os IBMers dedicámos um vídeo que não só evoca os momentos mais marcantes da IBM em Portugal ao longo das últimas sete décadas e meia como também projecta a nossa visão de futuro. No seu todo a activação de um evento como este resulta de um trabalho con‑ tinuado, que passa por garantir que qualquer iniciativa é consistente com o carácter corporativo da empresa ao parecer (looks like), soar (sounds like), pensar (thinks like) e agir (performs like) de acordo com esse mesmo carácter. W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
34
INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DE TOMAR
No mesmo dia em que, há 75 anos, a IBM se instalou em Portugal ‑ 4 de Novembro ‑, a marca aproveita a data e inaugura o Centro de Inovação Tecnológica de Tomar. O evento esteve a cargo da Desafio Global ativism, em parceria com a IBM Portugal e a Softinsa, empresa do grupo IBM.
CASE‑STUDY . IN A U G UR A Ç Ã O D O C E N T RO DE INO VA Ç Ã O T E C NOL Ó GIC A DE T OM A R 35
diferentes. Além dos convidados nor‑ mais, tínhamos também uma comitiva Presidencial, uma comitiva de honra e uma comitiva de imprensa”, refere Serzedello. Para se ter uma ideia, mais de 60% dos convidados tinham requi‑ sitos protocolares. Trabalhar num evento que conta com a presença do Presidente da República tem “um grau de complexidade muito
O convidado especial foi o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, mas a iniciativa contou com a presença do ministro da Economia, Pires de Lima, e de outras figuras da vida política nacional. O interesse mediático em torno do evento foi grande, com direc‑ tos televisivos nos principais canais. Ao todo foram mais de quatro horas de televisão, bem como cobertura extensa na rádio, imprensa e online. Estiveram presentes mais de 30 meios de comu‑ nicação social, o que resultou em 154 clips, o que, segundo a Cision, equivale a um ROI (retorno do investimento) de mais de 479 mil euros. Francisco Serzedello foi o gestor do evento. O responsável considera este “um evento marcante”. E um grande desafio, já que foi produzido, no que diz respeito à agência, em pouco mais de três semanas. “Na realidade não foi um, mas três eventos diferentes, com target, agendas, requisitos e até locais
aliciante”, explica o gestor de eventos. “É fantástico ter a sorte de trabalhar com os excelentes profissionais que compõem a Casa Civil da Presidência da República, é sempre com gosto que colaboramos com esta equipa. O cuidado que têm com o protocolo, a segurança, a comunicação, a imprensa e a logística são um exemplo a seguir e tornam tudo mais simples”, sublinha. A presença dos media acarreta uma responsabilidade extra. Tudo tem que ser precavido para que o evento seja um sucesso também ao nível mediáti‑ co. “É com muito gosto que acolhemos a imprensa nos nossos eventos, sabe‑ mos das suas agendas complicadas e compreendemos as suas necessidades. O nosso trabalho é fazer com que todos os envolvidos consigam desenvolver os seus serviços nas melhores condições, e é por isso que nos esforçamos”. Este projecto envolveu várias equipas, entidades e fornecedores. “Facilmente falamos de três dígitos”, salienta o ges‑ tor do evento.
TRÊS PERGUNTAS A FRANCISCO SERZEDELLO Que briefing vos passou o cliente e qual a ideia criativa que desenvolveram? O grande desafio foi como comunicar um elevado número de mensagens‑chave, escolhendo criteriosamente o que, e como comunicar. Mais uma vez, e apesar dos muitos conteúdos interessantes que gostaríamos de comunicar, a regra ‘menos é mais’ prevaleceu e as mensagens‑chave saíram reforçadas. Como se desenvolveu a relação com o cliente? Há muito que a Desafio Global estabeleceu com a Companhia IBM Portuguesa uma confiança que nos permite funcionar como uma verdadeira equipa, algo que nos enche de orgulho. O nosso envolvimento neste projecto foi total e tivemos a oportunidade de participar nas decisões de fundo que foram sempre tomadas ao mais alto nível. Um grande conhecimento mútuo, cimentado com os muitos anos de parceria tornaram fácil o que parecia assustador. Que balanço fazem do evento? O nosso objectivo é sempre a satisfação do cliente e a melhoria contínua e, neste sentido, estamos muito satisfeitos. A julgar pelo feedback, o evento foi um sucesso e de todos os lados vieram mensagens de parabéns. Embora tudo façamos para que os eventos sejam perfeitos somos particularmente sensíveis aos agradecimen‑ tos sinceros dos nossos clientes, é algo que nos enche, nos motiva, e nos faz querer ser ainda melhores.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
36
DON’T EXPECT. ENJOY! EVENTO DA SCHWEPPES NO ANIVERSÁRIO DA TIME OUT
A Prestígio for Brands foi a agência escolhida pela Schweppes para activar a marca no evento de aniversário da Time Out. Alinhada com o tema da revista para a festa ‑ “em construção” ‑, a equipa criativa da Prestígio imaginou um conceito divertido e sofisticado.
CASE‑STUDY . D ON ’ T E X P E C T. E N J O Y ! 37
TRÊS PERGUNTAS A RENATA AMARAL, DIRECTORA CRIATIVA DA PRESTÍGIO Que briefing vos passou o cliente? Qual era o objectivo da marca para este evento? O director de Marketing, Miguel Cardoso, passou‑nos a necessidade de responder dentro do tema proposto pela Time Out. O desafio passava por alinhar no tema “Em Construção”, garantindo ainda assim uma presença diferenciada, perante o universo de activações a protagonizar por outras bebidas presentes. Fazer algo original, com pinta, para o público convidado da Time Out, sendo estas festas normalmente percepcionadas como um must, imperdíveis.
R E N ATA A M A R A L
O que destacaria como diferenciador nesta activação? O conceito, que passa por tornar aquela parede viva, surpreendente e interactiva; o carácter plástico da parede que, numa linguagem realista, pisca o olho aos traba‑ lhos de Rui Ferreira , entre outros street artists; o facto de se distinguir os amigos e convidados Schweppes com um serviço de conforto distinto, contornando as filas no bar, típicas em noites de bar aberto, e premium, compreendendo cocktails sofisticados Gin&Schweppes. Qual foi o envolvimento do cliente neste processo? Total. Trata‑se de um cliente exemplar, que espera da agência o máximo de cria‑ tividade, disrupção e atrevimento, que se envolve na afinação das ideias com a sua visão e experiência, também com entusiasmo e paixão pela marca, tornando‑se cúmplice da agência no que respeita aos resultados da acção.
O Mercado da Ribeira foi o palco do evento de aniversário da Time Out (27de Setembro). Todo o tema da festa, bem como cenários, esta‑ vam subordinados ao conceito “em construção”, numa alusão ao facto de o espaço entrar em obras. Tudo o que faz parte do imaginário colecti‑ vo da construção estava acautelado na decoração, desde chapéus de trolha, passando pelos carrinhos de mão, até aos sinais mais típicos. Tendo isto em conta, a Prestígio procurou injectar alguma sofisti‑ cação e impacto para diferenciar a
forma como a marca se apresenta‑ va. Sem fugir à estética. Foi enco‑ mendada uma obra ao artista Rui Ferreira , uma parede que simulas‑ se um estado de semi‑demolição. Foram esculpidos buracos toscos, que iriam desempenhar um papel importante no evento. Em néon aparecia inscrito o mote: “Don’t expect. Enjoy!”, que deixava antever as surpresas que se seguiriam. À entrada, alguns dos 1500 convi‑ dados da festa foram desafiados, por colaboradoras munidas com iPads, a escrever um piropo no Facebook da
marca. Automaticamente, os “atrevi‑ dos” ganhavam uma pulseira amarela e tiveram acesso facilitado ao bar, sem filas, e com um manancial de Gins&Schweppes para aproveitar, oferecidos para lá do alcance visual, ou seja atrás da parede. Pelos buracos misteriosos surgiam espaçadamente mãos enluvadas su‑ portando bandejas com taças com bebidas. Operárias da construção civil circulavam de tempos a tempos, saídas da parede, com um carrinho de mão repleto de Gins&Schweppes para oferecer aos demais convidados. W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
REPORTAGEM 38
CERTIFICAÇÃO EM EMPRESAS DE EVENTOS O CASO KRIAEVENTOS
É uma das poucas empresas de organização de eventos que possui a certificação de qualidade NP EN ISO 9001:2008. Fomos conhecer, na companhia de Vera Lourenço, responsável pelo Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da KriaEventos, as mais‑valias de se ser uma empresa certificada. Que mais‑valias vos trouxe a certificação de qualidade que a empresa possui? A implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, e a sua certificação, é uma mais‑valia para a empresa, no sentido em que envolve a conscien‑ cialização de melhorar todos os pro‑ cessos da empresa, com a perspectiva de aperfeiçoar o serviço prestado. Referimo‑nos à melhoria da imagem, à redução de custos de funcionamento, através da melhoria do desempenho operacional, a uma nova cultura com a sensibilização e motivação dos colabo‑ radores, direccionada para a melhoria contínua e para a satisfação dos clien‑ tes, permitindo assim o acesso a novos mercados mais exigentes. Naturalmente, com a implementação do SGQ, a empresa obteve benefícios, nomeadamente no planeamento da actividade, na melhoria da comunicação interna e externa, na confiança dos clien‑ tes que forçosamente obtêm mais garan‑ tias, e um maior controlo dos processos e actividades em toda a organização.
Quando é que decidiram fazê‑la e que passos deram? Será possível traçar um breve histórico do processo? Iniciámos todo o processo em 2009 e durou sensivelmente um ano. Tivemos formações de Gestão da Qualidade, onde obtivemos conhecimento das metodo‑ logias de implementação de um SGQ, da envolvência da Gestão da Qualidade e da Gestão Estratégica, das técnicas de Auditorias da Qualidade, adquirindo competências para o desenvolvimento de um sistema devidamente estruturado. Assim, começámos a construir todo o processo inerente à empresa, sempre com o envolvimento da gestão de topo. Foram‑se estabelecendo objectivos e metas, tendo estes sido alinhados com as directrizes de planeamento estratégico e políticas da empresa. A KriaEventos encontra‑se certifi‑ cada desde 10 de Setembro de 2010, obtendo a renovação da certifica‑ ção em Setembro de 2013, pela TÜV Rheinland, de acordo com os requi‑ sitos das normas de sistema de gestão NP EN ISO 9001:2008.
Foi fácil envolver todos os colaboradores? No que respeita aos colaboradores, apesar de já termos uma gestão com mé‑ todos e processos bem definidos, antes da certificação da qualidade, também passaram por uma fase de adaptação aos novos conceitos (mais técnicos) e pro‑ cedimentos definidos. Para tal, foram facultadas formações internas para dar a conhecer aos colaboradores todo o processo de Gestão da Qualidade, quais os objectivos a atingir com a sua imple‑ mentação e em que processos estariam envolvidos. Todo este percurso levou a um maior envolvimento dos colabo‑ radores, à definição clara das funções e responsabilidades, à eliminação de tarefas desnecessárias e à uniformização de procedimentos e melhorias a nível da organização. Como na prática todos os processos, formulários e procedimentos vieram ajudar ao planeamento e desen‑ volvimento da actividade, os colabora‑ dores acabaram por perceber as mais valias e colaboraram de forma proactiva.
REPORTAGEM . C E R T IF IC A Ç Ã O E M E MP RE S A S DE E V E N T O S 39
Numa entrevista recente à Event Point, apontaram o vosso método de trabalho como “burocrático”, mas “criado para diminuir riscos”. Podem explicar um pouco melhor o vosso método? Ao fazermos planeamentos e guiões dos eventos, análises de risco, de segurança e instruções de trabalho, e tudo isso bem fundamentado e suportado com impressos específicos, a margem de risco diminui, pois todos os colabora‑ dores têm de seguir escrupulosamente os procedimentos bem definidos. Considera que possuir a certificação é uma vantagem competitiva neste mercado? Hoje em dia, a certificação é uma vantagem competitiva para qualquer empresa, não só ao nível de desen‑ volvimento. Faz transparecer para o mercado a imagem de uma orga‑ nização que procura altos padrões de qualidade, e que aposta na oferta de melhores serviços para alcançar uma maior satisfação do cliente. Para garantir a consistência da prestação dos nossos serviços, há que ter recur‑ sos humanos devidamente formados e com competências para desenvolver um bom trabalho, aliado a um Sistema de Gestão da Qualidade devidamente estruturado e credível no mercado. Considera que a certificação criou uma cultura de exigência diferente na empresa? A KriaEventos assume a qualidade como elemento‑chave da cultura interna da organização, sendo por isso um dever e responsabilidade de todos os colaboradores. Todos estão envol‑ vidos no processo e interessam‑se por melhorar continuamente toda a mecâ‑ nica de actuação, desde o cumprimento dos requisitos do cliente aos requisitos regulamentares e legais. A qualidade é importante para o nosso negócio, porque valorizamos os nossos clientes e queremos oferecer‑lhes um serviço de qualidade adaptado, supe‑ rando as suas expectativas.
CINCO PERGUNTAS A HERMÍNIO HENRIQUE, AUDITOR DA TÜV RHEINLAND PORTUGAL Trabalham há relativamente pouco tempo com a KriaEventos, tendo renovado a certificação de qualidade da empresa em 2013. Como decorreu esse processo de renovação? Correu de forma simples, pois a organização tinha já um bom histórico de im‑ plementação. Contudo, as competências específicas da TÜV Rheinland Portugal nestes processos permitiram identificar alguns aspectos de melhoria, o que gerou incorporação de valor nas actividades da empresa. Que mais‑valia pode ter para uma empresa de organização de eventos a certificação de qualidade? As mais valias são significativas. Sendo a certificação um modelo de gestão, uma or‑ ganização, ao implementar esse modelo, orienta as suas actividades para as neces‑ sidades do cliente. Por outro lado, o modelo de gestão baseado na abordagem PDCA (planeamento‑realização‑verificação‑actuação) demonstra, ao longo dos tempos, que é uma óptima ferramenta para a gestão estratégica e operacional das empresas. Também deve ser referido que, no seguimento da realização da certificação, a em‑ presa é “convidada” a fazer uma reflexão interna sobre a sua missão, visão e valores, que permitem uma dinâmica de melhoria sustentada, suportada pela eficiência dos processos e visando a eficácia nos resultados. Por fim, referir que em termos mun‑ diais o número de empresas certificadas pela ISO 9001 supera já um milhão. E esse número é só por si prova da utilidade e benefício deste modelo de gestão. É uma vantagem competitiva? Seguramente. Muitas empresas de topo, multinacionais e outras empresas de di‑ mensão nacional, têm nos seus requisitos de contratação a necessidade das empre‑ sas serem certificadas. Mas, mais importante do que a vantagem competitiva exter‑ na, é a vantagem competitiva que resulta das melhorias internas que a norma ISO 9001 permite incrementar nas empresas. Assim, a competitividade sai reforçada. Quais são, no seu entender, os pontos críticos na certificação de uma empresa de eventos, à luz de que cada evento é único, com especificidades diferentes, sem possibilidade de grandes ensaios? Sem dúvida que o ponto crítico é a concepção e o desenvolvimento do processo criativo do evento. Pegar nas mensagens ou conceitos base que o cliente pretende e chegar ao fim do processo criativo com uma solução montada para dar resposta ao pretendido pelo cliente, exige que a concepção e o desenvolvimento sigam etapas muito bem determinadas e documentas pela norma ISO 9001. Merecem destaque o planeamento, a definição da equipa de trabalho, a identificação clara dos inputs do cliente e dos outputs por este pretendidos. Têm outros clientes da área de organização de eventos? A TÜV Rheinland Portugal tem na sua carteira de clientes várias empresas que trabalham no sector da organização de eventos. Pensamos que a nossa experiência neste sector é uma mais‑valia para os nossos clientes, e a nossa marca de certifi‑ cação um passaporte de segurança para a fiabilidade e a confiança.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
REPORTAGEM 40
O QUE É QUE UM FISCAL DA EMEL TEM EM COMUM COM UM GESTOR DE EVENTOS? Ambos estão sujeitos a intensos níveis de stress. É, aliás, razoável dizer que a profissão de gestor de eventos é uma das mais sujeitas a stress na actualidade. Como não há nenhum estudo ou inves‑ tigação sobre o assunto fomos procurar conhecimento a outras áreas de activi‑ dade. Auto‑confiança, planeamento, equipa, são palavras‑chave.
TER AUTO‑CONFIANÇA É IMPORTANTE Mariana Kaiseler é investigadora na área da Psicologia na Universidade do Porto, tendo feito investigação na área de stress em vários grupos profissionais e também no contexto do desporto. Falámos com a espe‑ cialista sobre várias questões que podem ser comuns ao gestor de eventos e aos grupos profissionais a que a investigadora se atem. A auto‑confiança pode ser uma carac‑ terística “extremamente importante”, com influência em vários aspectos da vida, quer em termos pessoais, como profissionais. “Há estudos que demons‑ tram que as pessoas com níveis de au‑ to‑confiança mais elevada lidam mais facilmente com as situações indutoras de stress. Uma pessoa auto‑confiante acredita nas suas capacidades e poten‑ cialidades, é uma pessoa determinada e com uma auto‑estima elevada. Assim, a auto‑confiança funciona como um factor protector em situações de stress. A literatura sugere que a auto‑confian‑ ça influencia a forma como avaliamos as situações, bem como os recursos dis‑ poníveis que temos para lidar com essas mesmas situações”, explica Mariana Keiseler. A auto‑confiança pode ser treinada, lembra a investigadora, “por
exemplo através de técnicas de res‑ truturação cognitiva, que permitem a identificação de crenças disfuncionais e que visam a construção de pensamen‑ tos/frases positivas; treino imagético que consiste num processo de visuali‑ zação mental de situações reais de uma determinada prática, contemplando um aperfeiçoamento de competências específicas, tais como: auto‑controlo; emoções positivas; focalização nos objectivos a atingir e respectivos passos para a sua concretização; entre outras”. A força mental também tem um peso na equação. Mas será que é possível traba‑ lhá‑la, de modo a tornarmo‑nos mais fortes e lidarmos melhor com o stress, ou será que ela pouco varia? Se sou forte mentalmente serei sempre assim, e se sou mais fraco, pouco há a fazer... “As pessoas com elevada resistência mental (mental toughness) tendem a percepcionar os eventos stressantes como desafios (versus ameaças), considerando a presença de recursos que lhes permitem fazer face às adversidades. São adicionalmente pes‑ soas com maior estabilidade emocional, que experienciam situações adversas com menor intensidade de stress e maior percepção de controlo. Estes aspectos podem ser trabalhados, apesar do peso das características predisposicionais (por exemplo determinados traços de perso‑ nalidade)”, refere Mariana Kaiseler.
O STRESS PODE SER POSITIVO Não raro, no contexto do desporto, se ouve dizer que o atleta muitas vezes funciona melhor em competição, em situações de pressão e pior na situação
de treino. Poderá o stress funcionar como um aspecto positivo? “A mesma situação competitiva pode ser percep‑ cionada por dois indivíduos de formas completamente diferentes (por exem‑ plo, como desafiante ou ameaçadora), dependendo da avaliação que cada um deles faça da situação. Se o indiví‑ duo acreditar que possui os recursos necessários para lidar com as exigên‑ cias da situação, então este individuo tende a experienciar emoções mais positivas, que por sua vez poderão beneficiar a sua performance, aju‑ dando‑o a focar mais nos objectivos, aumentando os níveis de atenção e motivação. Se por outro lado, o in‑ divíduo acreditar que não possui os recursos necessários para lidar com aquela situação, tende a experienciar emoções mais negativas, e talvez até experienciar alguma tensão física que poderá afectar a sua performance.”. Desse ponto de vista o planeamento das situações de stress potencial ‑ os eventos ‑ é muito importante. Mas se o stress pode ter uma ver‑ tente positiva, o stress crónico pode ter consequências nefastas e quan‑ do ouvimos dizer “sou viciado em stress”, há motivos para alarme. “O stress gera activação fisiológica e psicológica, aumentando os níveis de alerta e de concentração, podendo desta forma ser considerado positivo, quando as exigências não excedem os recursos do indivíduo. Algum nível de estimulação é necessário para algumas pessoas, no sentido em que as motiva e impulsiona para a reali‑ zação de tarefas. No entanto, torna‑se nefasto quando as exigências são su‑ periores aos recursos individuais, po‑ dendo até ser contraproducente, não
REPORTAGEM . O Q UE É Q UE UM F I S C A L D A E ME L T E M E M C OM UM C OM UM GE S T OR DE E V E N T O S ? 41
devendo ser considerado “um vício”, mas sim uma resposta adaptativa e essencial para a nossa sobrevivência”, refere a investigadora.
O PAPEL DA EQUIPA Pode ser fulcral, por isso o melhor mesmo é rodear‑se da equipa certa. “De acordo com a literatura, os sujeitos que recebem e vivenciam elevados ní‑ veis de suporte social ao longo da vida (de companheiros de equipa, fami‑ liares e amigos) apresentam menores níveis de stress. Por outro lado, se o ambiente da equipa for hostil e nega‑ tivo, este já não é percepcionado como sendo um factor protector, mas sim um factor de risco, com o qual o indivíduo tem de lidar”, detalha Kaiseler. A experiência, a análise crítica das situações também pode ser impor‑ tante para se aprender com os erros e melhorar futuras performances. “Em vez de assimilar a situação como resultado de incompetência, é im‑ portante relativizar, admitir e aceitar os erros, considerando que ‘errar é humano’ e que se pode aprender com esses erros, analisando a situação, o que falhou e o que pode ser me‑ lhorado. Desta forma, as situações passadas serão percepcionadas como oportunidades de aprendizagem que permitiram uma melhoria e não como fracassos”, lembra a investigadora em Psicologia. Homens e mulheres lidam de forma diferente com o stress? A resposta não é definitiva. “De acordo com investi‑ gações anteriores na área da psicologia do desporto, foram encontradas algu‑ mas diferenças na forma como ho‑ mens e mulheres lidam com o stress. Por exemplo, os homens tendem a ser mais preocupados com resultados, se ganham ou perdem, a sua maior motivação é obterem uma recompensa. Por outro lado, as mulheres estão mais focadas na sua performance, com mo‑ tivações mais orientadas para a tarefa. Adicionalmente, antes das provas os
homens utilizam estratégias de coping mais relacionadas com o planeamento e as mulheres optam mais por parti‑ lhar os seus receios e preocupações. As mulheres tendem a ser mais coo‑ perativas e a partilhar sentimentos, admitindo e aceitando mais facilmente os erros, o que pode ser positivo, pois mais facilmente podem ser apoiadas. Os homens por outro lado são mais in‑ trospectivos, não partilhando os seus erros nem preocupações”. *
“ELES ANDAM AÍ!” Estão sujeitos a tudo, desde insultos a ameaças físicas. Só em 2012, se‑ gundo o Jornal Sol, registaram‑se 39 situações de agressão a fiscais da EMEL. Estivemos à conversa com António Rodrigues, responsável pela Qualidade, Formação e Comunicação Interna, de modo a perceber como a empresa prepara os colaboradores para lidarem com níveis de stress intensos.
QUAL A IMPORTÂNCIA QUE ATRIBUI AO FACTOR STRESS NO CONTEXTO DE TRABALHO? O factor stress está fortemente as‑ sociado à actividade desenvolvida pelos profissionais da EMEL afectos à fiscalização do estacionamento. Com efeito, estes profissionais estão diariamente sujeitos a todo o tipo de pressões, no exterior, por parte de condutores menos compreensivos. Por esse motivo, é impossível ignorar a importância do stress e dos seus efeitos directos sobre a actividade de fiscalização do estacionamento.
QUANDO É QUE O STRESS SE TRANSFORMA NUM PROBLEMA? COMO É MEDIDO? HÁ TESTES PERIÓDICOS? Entendo que o stress se transforma num problema sempre que o colabo‑ rador deixe de conseguir cumprir a sua missão com o profissionalismo que lhe é exigido ou quando o mesmo se sente desmotivado ou insatisfeito
com o seu trabalho. Os colaboradores da EMEL estão permanentemente sujeitos a um exigente escrutínio por parte dos clientes, pelo que é uma tarefa que pode ser classificada como particularmente exigente.
PELA SUA EXPERIÊNCIA, QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS MAIS RELEVANTES DO STRESS? Diria que o desgaste associado à acti‑ vidade de fiscalização da EMEL leva necessariamente a situações de stress profissional. No entanto, quero sa‑ lientar que, apesar das dificuldades a que estão quotidianamente sujeitos, a EMEL conta com profissionais com muitos anos de experiência nesta acti‑ vidade, que frequentemente partilham um espírito de missão e orgulho no seu trabalho de ordenamento do estacio‑ namento na cidade de Lisboa.
DE QUE MODO PODEM AS EMPRESAS LIDAR COM O STRESS, MANTENDO‑O EM NÍVEIS RAZOÁVEIS? QUE FERRAMENTAS CONHECE E APLICA? A formação dos nossos colaboradores, dotando‑os das competências neces‑ sárias para lidar com diversos tipos de situações tem sido e continuará a ser uma aposta desta empresa. Estas ac‑ ções de formação são essenciais para a empresa e para os seus colaboradores. Da mesma forma, a empresa tem rea‑ lizado acções no sentido de transmitir e obter o reconhecimento junto do público da importância da sua missão.
ATÉ QUE PONTO AS RESPOSTAS PODEM OU DE VEM SER INDIVIDUAIS, AJUSTADAS A CADA UM DOS COL ABORADORES? Creio que tanto tem de haver lugar a respostas genéricas como a respostas específicas, nos casos mais preocu‑ pantes, onde existe o cuidado de pre‑ servar a privacidade dos colaboradores que enfrentam maiores dificuldades em lidar com situações de stress.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
REPORTAGEM . O Q UE É Q UE UM F I S C A L D A E ME L T E M E M C OM UM C OM UM GE S T OR DE E V E N T O S ? 42
A CAPACIDADE PARA LIDAR COM O STRESS É UM FACTOR VALORIZADO NA FASE DE SELECÇÃO DE NOVOS COL ABORADORES? COMO MEDEM ESSA CAPACIDADE? A capacidade para lidar com o stress é um dos factores determinantes, ou mesmo o mais determinante, a apurar nas fases de recrutamento e selecção de novos colaboradores. A experiência anterior em lidar com situações que envolvam o contacto com o público é um dos elemen‑ tos fundamentais a ter em consideração nas entrevistas de selecção de candidatos. O mau desempenho de um profissional pode afectar a imagem de toda a empresa e dos restantes colaboradores, pelo que o processo de selecção tem de ser especial‑ mente exigente a este nível.
A VOZ DA ORGANIZADORA DE EVENTOS Bárbara Sobral, directora da KriaEventos, admite que a profissão de gestor de eventos é muito stressante. “Vivemos sob stress pois vendemos a expectativa de que tudo vai correr bem no dia do evento e não há possibilidade de repetições...” Quando está num evento, a experiência que tem nestas andanças já lhe permite gerir o stress, mas tem alguns cuidados, por exemplo na forma de andar, expres‑ são facial e linguagem, “de forma a que ninguém se aperceba que estamos sob
stress ou que algo não está bem”. Bárbara Sobral não faz nenhuma preparação prévia, nem exercícios de relaxamento. “Fiz uma formação de gestão de stress, mas a melhor forma é tentar relativizar... não uso a meditação, nem exercícios de respiração”, partilha a responsável. A liderança que assume nos eventos é a de delegar as tarefas e responsabilidades nos colaboradores. “Caso não consigam, por estarem em stress, assumo as rédeas no momento, mas se todas têm um papel é mais fácil!” Depois do evento o ritual para alívio do stress é um brinde a comemorar o sucesso. Aos jovens que queiram seguir a gestão de eventos, Bárbara Sobral deixa um conselho, “Não basta gostar, tem de se ter espírito de sacrifício para esta área”.
CUIDAR DA SAÚDE, GERIR O STRESS Conceição Espada é autora do livro Manual de Gestão de Stress para Empresas e desenvolveu um programa de intervenção individual e em grupo de gestão de stress. Mais recentemen‑ te adaptou este programa ao sector do turismo e lazer, em parceria com o Hotel Palácio do Estoril e o Estoril Wellness Center. Aos organizadores de eventos a autora deixa alguns conselhos. “Em primeiro lugar, é importante reconhe‑ cer e diagnosticar os sintomas e tentar minimizá‑los; em segundo lugar, não confundir pressão com estímulo ‑ muitas
vezes já se está num estado de tanto stress que se pensa e diz que não se consegue viver de outra forma. Nestes casos, para além das questões da operacionalidade da profissão, criam‑se outros factores de stress para manter um estado de elevada tensão”. Conceição Espada sublinha a im‑ portância do sono reparador. “As capaci‑ dades físicas também são alteradas pelos níveis de stress, pois os sintomas físicos, tais como permanentes dores de cabeça, de costas, dificuldades respiratórias ou digestivas, condicionam sempre o bem ou o mau estar de um individuo”, diz.
Conceição Espada acredita ainda que em profissões sujeitas a alto teor de stress é importante investir e apostar nas pessoas. “Quanto melhores e mais saudáveis forem as pessoas que fazem parte das organizações, melhores serão essas organizações e, consequentemente, melhores serão os resultados conseguidos!” Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpoint.com.pt] Rui Luís Romão [rui@eventpoint.com.pt]
*Bibliografia
Building Self‑confidence (1997) (Chris Sellars)
Selye, H. (1974). Stress without distress. New York: J.B.
Eys, M. A., Burke, S. M., Carron, A. V., & Dennis, P. W.
Lippincott, Co.
(2010). The sport team as an effective group. In J. W.
Lazarus, R.S., & Folkman, S. (1984). Stress, Appraisal, and Coping. New York: Springer.
Williams (Ed.), Applied sports psychology: personal Lazarus, R.S. (1999). Stress and emotion: A new
growth to peak performance (6th ed., pp. 132‑148). New
synthesis. Free Association, London.
York, NY: McGraw Hill.
Kaiseler, M, Polman, R., & Nicholls, A. (2009). Mental toughness, stress, stress appraisal, coping and coping
http://www.psychologies.co.uk/self/
effectiveness in sport. Personality and Individual
have‑you‑got‑what‑it‑takes.html
Differences 47, 728‑733. doi:10.1016/j.paid.2009.06.012 Agradecimento: Susana Rodrigues
43
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
REPORTAGEM 44
STANDS
O ROSTO VISÍVEL DAS ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS NAS FEIRAS INTERNACIONAIS Numa altura em que as empresas procuram exportar, as feiras internacionais assumem particular relevância. As empresas de construção de stands podem ser grandes aliados no processo de internacionalização. Fomos conhecer dois casos de empresas de stands com grande vocação externa. CBS: 80% DO NEGÓCIO EM AMBIENTE DE EXPORTAÇÃO A CBS ‑ Creative Building Solutions foi fundada em 2010, por um conjunto de ex‑quadros da Insyncro, empresa resultante do rebranding da Construtora da Ferraria, efectuada pelos accionistas quando a compraram no final de 2007. Nessa altura a Construtora da Ferraria gozava de grande preponderância junto do mercado das empresas exportado‑ ras, com trabalhos um pouco por todo o mundo. Em 2012, a Insyncro foi compra‑ da pela CBS. Neste momento a empresa conta com cerca de 70 colaboradores, bem como de meios fabris e logísticos. António Pereira Névoa é o presidente da administração da empresa. O stand é um factor crítico de sucesso na participação numa feira internacional, acredita o responsável. “É o primeiro convite à realização de negócios por parte dos expositores”. Por isso, deve ser “fortemente apelativo em termos
visuais, ser a montra da empresa na feira e ter um layout que permita a realização de reuniões de negócios ou acções de demonstração dos produtos”, explica. E, nesta altura de contenção. deve cumprir estas funções a custos controlados. Ao conceber o layout do stand, a CBS tem em conta a região onde se realiza a feira, mas acima de tudo “o stand deve estar alinhado com a estratégia da empresa expositora, que pode ser diferente de país para país. Por outro lado, as normas e os regulamentos que regem a participação em feiras também são muito diferentes, quer entre países, quer entre parques de exposição de um mesmo país”, refere António Pereira Névoa. E dá o exemplo das questões ambientais, “nomeadamente as rela‑ cionadas com os produtos e processos utilizados na execução dos stands, que têm vindo a assumir uma dimensão cada
vez maior, principalmente nos recintos internacionais”. Por isso, estas questões são “consideradas e avaliadas caso a caso, salvaguardando os nossos clientes de possíveis complicações com as dife‑ rentes organizações de feiras”. Por falar em potenciais complicações, os procedi‑ mentos burocráticos podem ser um dos aspectos mais exigentes da actividade. “Um deficiente planeamento da docu‑ mentação e das licenças necessárias, acarreta seguramente implicações ao atravessar as fronteiras”, alerta, origi‑ nando atrasos e podendo comprometer o sucesso da participação na feira. À luz disto é essencial minimizar qualquer risco, refere o administrador da CBS. A filosofia da CBS é de 360º, ou seja, tem a capacidade de prestar um ser‑ viço completo, desde a projecção ao desenvolvimento. Isto exige um grande investimento. “Na CBS fazemos esse
REPORTAGEM . S TA ND S 45
QUATRO PERGUNTAS A ANTÓNIO PEREIRA NÉVOA O que justifica que uma empresa portuguesa recorra a um fornecedor nacional, como é o vosso caso, e não a uma empresa local de stands? No nosso caso, a experiência, a quali‑ dade do serviço e o conhecimento dos recintos internacionais são aspectos que os nossos clientes valorizam. A estes podemos acrescentar o conheci‑ mento comum, a facilidade de comu‑ nicação, a possibilidade de poder ver o produto final antes da montagem.
ANTÓNIO PEREIRA NÉVOA
investimento estratégico, para suportar a nossa filosofia de prestação de ser‑ viço integral”. Neste momento a CBS realiza a parte mais significativa da sua actividade em feiras no exterior, apoiando as empresas que expõem lá fora. “Devemos realçar, porém, que também somos responsáveis pelo pro‑ jecto e instalação de stands de diversas empresas estrangeiras, quer em feiras nacionais, quer noutros países”. A acti‑ vidade em Portugal também não é des‑ picienda, no entanto os números não enganam, cerca de 80% do negócio é realizado em ambiente de exportação.
Como encara a concorrência de soluções modulares? A nossa proposta de valor assenta numa lógica de que cada cliente e a marca são únicos e o projecto é feito à medida das suas necessidades e ex‑ pectativas. As soluções modulares, não necessariamente mais baratas do que outras estruturas, constituem mais uma opção de construção de stands, que se pode revelar adequada em de‑ terminados contextos. Sentem que há cada vez mais empresas portuguesas a apostar em feiras lá fora, e a investir em stands para esse fim? Num contexto económico em que exportar é cada vez mais determinante para a economia nacional, é fulcral que as empresas portuguesas façam uma permanente monitorização da evolu‑ ção das tendências e sejam muito ágeis na resposta às solicitações do mercado global. As feiras continuam a ser uma peça fundamental na estratégia de penetração em novos mercados e da afirmação internacional das empresas portuguesas. A política oficial de in‑ centivo à actividade exportadora coloca
à disposição das empresas um conjun‑ to de instrumentos de apoio à partici‑ pação em feiras que, se devidamente aproveitados e rentabilizados, podem constituir uma poderosa ferramenta de desenvolvimento da actividade. A este nível, gostava de salientar o exce‑ lente trabalho que vem sendo levado a cabo por associações e organizações empresariais que, de forma consis‑ tente, têm ajudado muitas empresas a aumentar o seu volume de negócio no exterior. Na CBS, como empresa muito ligada à actividade exportadora, pro‑ curamos responder cabalmente a estes desafios, de forma permanente. O que gostaria que o mercado reconhecesse, no serviço que prestam? A resposta da CBS para que a pre‑ sença dos nossos clientes nas feiras e exposições seja coroada de sucesso é suportada em três eixos: con‑ fiança, disponibilidade e garantia. Confiança num conjunto de pessoas que há mais de vinte anos prestam serviços nesta actividade e são os continuadores da Construtora da Ferraria. Disponibilidade para, conjuntamente, procurarem as soluções que melhor respondam aos objectivos dos clientes, do ponto de vista do impacto comunicacional, e dos custos associados. Garantia de que a empresa dispõe dos recursos necessários para que os stands e as exposições sejam projectados, produzidos e instalados nos timings prescritos, em qualquer data, em qualquer parte do mundo. Estamos convictos de que os nossos clientes e fornecedores nos reconhecem como um parceiro de confiança.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
REPORTAGEM . S TA ND S 46
MULTILEM: IMPACTO VISUAL É O MAIS IMPORTANTE Nasceu em 1986, como empresa portu‑ guesa, mas hoje é Multilem Portugal e Multilem Angola. Está nos cinco conti‑ nentes e já fez projectos em mais de 50 países. A concepção, produção e mon‑ tagem de stands é apenas uma das áreas de negócio. A que nasceu primeiro e a que é mais reconhecida. “Não porque fazemos stands, mas pelo modo como os fazemos”, garante o administrador da empresa, Pedro Castro. Na arquitectura efémera “o im‑ pacto visual é o mais importante, vivemos do factor uau ‑ apesar de os orçamentos serem muitas vezes inversamente proporcionais ao efeito causado. Depois de atrair as pessoas ao stand, é preciso que elas se sintam confortáveis nesse espaço”, afirma Pedro Castro. A questão cultural é muito importante, defende o respon‑ sável da Multilem. “Na China, por exemplo, as pessoas são atendidas fora do stand, e só quando há uma certa familiaridade é que são convi‑ dadas a entrar. Nos Estados Unidos, a sinalética superior, suspensa, é muito importante. Comparativamente, gasta‑se pouco dinheiro nos espaços dos stands. Na Alemanha é o contrá‑ rio. É vulgar encontrarmos stands que custam dois ou três milhões de euros, o que também se compreende pelo facto de eles acolherem algumas das maiores feiras do mundo. As burocracias são por vezes uma dor de cabeça. “Na União Europeia desabituá‑ mo‑nos das alfândegas, mas em países como a Rússia, por exemplo, as coisas podem complicar‑se. Os materiais que enviamos daqui, quando chegam à fron‑ teira russa, têm que ser mudados para camiões russos. Por isso temos que tratar de tudo com um mês de antecedência, que é o mesmo tempo que demora uma carga para o Brasil, uma distância maior,
e feita de barco”, desabafa Pedro Castro. Muitos dos clientes da Multilem já pedem iluminação de led, mais ecoló‑ gica, e materiais recicláveis ‑ embora o custo possa ser um entrave. “E podemos fazer outras coisas interessantes, como pegar em lonas impressas e transfor‑ má‑las em pastas para oferecer mais tarde aos oradores, o que é também uma interessante ferramenta de comu‑ nicação”, lembra Pedro Castro.
PEDRO CASTRO
QUATRO PERGUNTAS A PEDRO CASTRO O que justifica que uma empresa portuguesa recorra a um fornecedor nacional, como é o vosso caso, e não a uma empresa local de stands? Porque conhecemos o cliente, ele conhe‑ ce a nossa equipa, existe uma relação de proximidade. Isso permite trabalhar de um modo uniformizado a imagem da empresa, da marca nossa cliente. E também porque a qualidade dos nossos acabamentos é tão elevada que não é fácil encontrar um parceiro local, ou então torna‑se demasiado caro fazê‑lo. Como encara a concorrência de soluções modulares? É curioso. Nós começámos justamente por vender soluções modulares, de uma empresa francesa. Mas consideramos que é um mercado muito desinteressante, onde a concorrência é imensa. Apostámos há muito em produtos personalizados. Sentem que há cada vez mais empresas portuguesas a apostar em feiras lá fora, e a investir em stands para esse fim? O sucesso das empresas portugue‑ sas está mesmo lá fora. Isso é óbvio. E um dos grandes instrumentos de
apoio à internacionalização são as feiras. Por isso, sim, notamos essa aposta. Nós próprios estamos in‑ ternacionalizados. Já estamos em Angola, a crescer 20% ao ano, de forma sustentada. O próximo passo será avançarmos para o centro da Europa, e para Espanha, mais dia menos dia, quando a crise por lá se notar menos. Porque estamos a falar sempre de investimentos pesados. O que gostaria que o mercado reconhecesse, no serviço que prestam? A qualidade dos nossos acabamen‑ tos ‑ na Multilem, por exemplo, não pintamos, lacamos. E o cumprimen‑ to escrupuloso dos prazos. Temos uma regra, instituída há 20 anos, de terminar todos os trabalhos com 24 horas de antecedência. O último dia é sempre para o cliente. Isto só é possível porque controlamos todo o processo, desde a concepção à cons‑ trução e montagem, com equipas nossas. É tão difícil arranjar clien‑ tes, que é estúpido perdê‑los, e por isso queremos dar‑lhes sempre o melhor serviço.
REPORTAGEM . S TA ND S 47
CINCO PERGUNTAS A CRISTINA MOTTA, REPRESENTAÇÃO OFICIAL DA MESSE FRANKFURT PARA PORTUGAL E CABO VERDE Enquanto representantes de uma das maiores organizadoras de feiras do mundo, que conselhos práticos dão aos expositores portugueses quando se apresentam nas feiras? As empresas devem ter consciência de que a participação numa feira não se limita temporalmente à duração do evento. Uma feira tem de ser preparada com muita antecedência (um ano antes no caso das grandes feiras internacionais) e há que fazer um follow‑up da participação, um balanço e contactar os visitantes que passaram pelo stand. Participar numa feira é um projecto da empresa e, idealmente, é nomeada uma equipa responsável pela sua execução. A maior parte das feiras for‑ nece ao expositor uma checklist dos itens a ter em conta e dos prazos para a requisição de serviços relacionados com a sua participação. Trata‑se de um instrumento de trabalho muito útil que evita que se deixem coisas para a última hora ou que se esqueça de algum item importante. Sugerimos também que uma empresa tire partido de todos os serviços incluídos na inscrição, como a eventual inscrição em catálogos online, a possibilidade de distribuir material junto da imprensa, a requisição de material publicitário. Parece‑nos, ainda, muito importante preparar bem a equipa que irá estar presente na feira. Tratam‑se de três ou quatro dias cruciais, onde todos os contactos devem ser devida‑ mente registados e onde não se pode perder um cliente, apenas porque alguém estava distraído, ao telefone ou a fazer outra coisa. Qual é a importância de terem um bom stand? Há cerca de dez anos houve claramente uma viragem na forma como as empresas portuguesas se passaram a posi‑ cionar nas principais feiras internacionais. O mercado glo‑ bal tornou‑se mais exigente e as empresas sentiram neces‑ sidade de marcar a diferença relativamente a fabricantes de baixo preço. A qualidade do produto deixou de ser suficiente para uma empresa se destacar no contexto de uma concor‑ rência feroz. Participar numa feira faz parte da estratégia de marketing de uma empresa. Através do stand a empresa comunica os seus valores, a capacidade de inovação, o posi‑ cionamento no mercado. A arquitectura do stand é uma das principais formas de uma empresa se diferenciar. Consegue identificar algumas tendências em relação aos stands? Em Frankfurt, as principais feiras são dedicadas a artigos para a casa, ou seja, a produto acabado. Ao participar numa feira está, não só a mostrar‑se os artigos, mas a comunicar
uma marca, a apresentar uma empresa, a dar a conhecer um know how. Em feiras como a Heimtextil (têxteis‑lar e para hotelaria), as empresas dos sectores premium têm apostado no factor surpresa. Diversas têm optado por eleger um tema ao qual subordinam a arquitectura do stand, o que tem per‑ mitido que renovem a sua apresentação de ano para ano. No geral, os stands são grandes e abertos, convidando a entrar e a tocar nos artigos expostos. Em feiras de natureza técnica, as empresas têm procurado veicular uma imagem que as iden‑ tifique. Os stands são modernos e abertos. O uso de material visual, como cartazes, é sóbrio. Parece‑lhe que expor na Alemanha ou na China deve ser encarado de forma diferente em termos de apresentação? Diria que hoje em dia não há diferença substancia. As empresas esforçam‑se por ter uma imagem coerente e apresentam‑se de acordo com o produto que vendem. Se estivermos por exemplo a falar de artigos para a casa, não seria credível uma empresa mostrar‑se num mer‑ cado com uma imagem cuidada e noutro com um stand básico descaracterizado. O visitante asiático ou árabe na Europa é muito provavelmente também visitante numa feira na sua região e ele espera encontrar uma imagem coerente quando visita a mesma empresa em feiras diferentes. O stand poderá variar em tamanho, mas o perfil da empresa deverá ser consistente. Não podemos esquecer de que a participação em feiras se integra na estratégia de marketing da empresa. Como avalia a qualidade da participação portuguesa nas feiras? Nos sectores onde se regista maior número de exposito‑ res, como o têxtil, o calçado ou os artigos para a casa em geral, as empresas investem seriamente na sua participa‑ ção quando se trata de uma feira internacional conside‑ rada incontornável. Nestas feiras a concorrência é muito forte e a forma como as empresas se apresentam pode fazer toda a diferença. Em muitos pavilhões as melhores localizações (mais centrais, mais perto das portas de en‑ trada) são naturalmente atribuídas às empresas que têm os stands maiores e que cuja presença enaltece a própria feira. O facto de as empresas terem procurado correspon‑ der às exigências da própria organização do certame para poderem melhorar a sua localização, também contribuiu para a elevada qualidade da participação portuguesa nas principais feiras internacionais.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
48
ARTUR JUNQUEIRA RE S P ON S ÁV E L PE L A UNID A DE DE NE GÓC IO DE C AT E RING D A IBE R S OL
OPINIÃO 49
DESPERDÍCIO ALIMENTAR É ECONOMICAMENTE NEGATIVO, AMBIENTALMENTE ERRADO E MORAL E ETICAMENTE INACEITÁVEL O desperdício alimentar é um tema para o qual a nossa sociedade está cada vez mais atenta. A conjuntura actual despertou‑nos para este assunto. Pessoas com carências alimentares deixaram de estar apenas em países longínquos do terceiro mundo, para aparecerem bem perto de nós. De uma forma mais ou menos acentuada, as dificuldades financeiras afectam agora grande parte da nossa sociedade. Economizar, em especial na alimentação, que dantes era algo que tínhamos algum pudor em assumir, passou a ser “politicamente correcto”. Com o aumento do número de pessoas a necessitar de ajuda ali‑ mentar, organizações e cidadãos passaram a encarar o desperdício alimentar como algo inaceitável e a combater. Algumas Organizações Humanitárias conseguiram já avan‑ ços notáveis, fazendo chegar aos mais carenciados as sobras alimentares de supermercados e restaurantes. No entanto, o problema assume
também relevância em termos de sustentabilidade ambiental. Segundo o Eurostat, em 2010 foram desperdiçadas 89 milhões de toneladas de alimentos, cerca de 180 kg por pes‑ soa. Cerca de 30% da comida em toda a cadeia alimentar é desperdiçada, da qual 42% pelos consumidores. Actualmente mil milhões de pessoas em todo o mundo sofre de má nutrição. A necessidade alimentar mundial
aumentará 70% até 2050. Os factos são incontornáveis e levam‑nos a concluir que, em parti‑ cular no mundo ocidental, desper‑ diçamos demasiados alimentos, o que é ambientalmente insustentável e tem impactos económicos dema‑ siado elevados. Se nada fizermos, a situação tenderá a agravar‑se, com consequências dramáticas para a humanidade num futuro próximo.
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
OPINIÃO . DE S P E RDÍC IO A L IME N TA R É E C ONOMIC A ME N T E NE G AT I V O , A MB IE N TA L ME N T E E RR A D O E MOR A L E E T IC A ME N T E IN A C E I TÁV E L , P OR A R T UR J UNQ UE IR A 50
TUDO ISTO LEVOU A UNIÃO EUROPEIA A ESTABELECER O OBJECTIVO DE REDUZIR EM 50% O DESPERDÍCIO ALIMENTAR ATÉ 2020 O combate ao desperdício alimentar é uma responsabilidade de toda a sociedade. É necessário dar notorie‑ dade ao assunto, envolvendo cidadãos e organizações, de forma a que todos possam contribuir com soluções para minimizar o problema. No sector do catering para eventos, o tema assume particular relevância. Em eventos de grande dimensão, o volume de desperdícios assume proporções alarmantes, pelo que é urgente desper‑ tar a atenção de todos os intervenien‑ tes. Clientes, organizadores de eventos, empresas de catering e convidados, todos podemos contribuir para reduzir o desperdício alimentar. No respeitante aos clientes e orga‑ nizadores de eventos, o contributo mais importante consiste na definição exacta do número de participantes com a necessária antecedência, de forma a evitar produção excessiva. Da parte dos convidados, é funda‑ mental a tomada de consciência de que confirmar e não aparecer gera obri‑ gatoriamente desperdício de refeições que poderão terminar no lixo. A este propósito circula já há algum tempo no YouTube um vídeo muito oportuno, “Don’t spoil the party” que ilustra de forma particularmente inte‑ ressante este tema. No que respeita às empresas de catering, o desperdício é inevitável e pode ocorrer ao longo de toda a cadeia de produção. Desde o aprovisionamento ajustado às neces‑ sidades, correcto acondicionamento,
aproveitamento integral dos alimentos, modernas tecnologias de confecção e embalamento que prolongam a validade, transporte e correcto acondicionamento no local do evento, tudo poderá con‑ tribuir para uma efectiva redução do desperdício alimentar. Por vezes é inevitável a sobre‑pro‑ dução. É normal haver sobras de alimentos especialmente em algumas tipologias de serviço como buffets, cocktails, etc. Nestes casos é reco‑ mendável a existência de protocolos com instituições de solidariedade so‑ cial permitindo canalizar essas sobras para os mais necessitados. Sendo o desperdício inevitável, o importante é controlar e reduzir. Para isso temos que assegurar o registo da quantidade de desperdício alimentar gerado, pesando todo o lixo orgânico gerado ao longo de todas as etapas do processo produtivo. A partir destes registos poderemos estabelecer objectivos e definir planos de redução, que podem passar por alteração do tipo de produtos utilizados, metodolo‑ gias de preparação e confecção, reutiliza‑ ção de sub‑produtos, etc. Neste processo é essencial assegurar o envolvimento de todas as equipas para que se consigam obter resultados visíveis e sustentados. Não é uma tarefa fácil, mas é pos‑ sível. Existem já algumas empresas nacionais e europeias com trabalho desenvolvido nesta matéria, com planos definidos e com alguns re‑ sultados visíveis.
A sustentabilidade nos eventos está na ordem do dia. Os resultados de algumas destas práticas, como a quantidade de resí‑ duos gerados, sobras alimentares e refeições doadas, poderiam integrar o dossier de sustentabilidade de cada evento, contribuindo para calcular a sua pegada ecológica. A redução do desperdício alimentar é uma respon‑ sabilidade de toda a sociedade.
É fundamental que todos os intervenientes tomem consciência do problema, pensem no contributo que podem dar e coloquem mãos à obra!
51
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
E VENTOS 52
RENOVADA EIBTM ANTECIPA UM 2014 POSITIVO Por entre os corredores e stands de uma rejuvenescida EIBTM, em Barcelona, a mensagem era de espe‑ rança num 2014 com mais e melhores negócios para o sector da meetings industry (ver caixa). Uma opinião partilhada pelos expositores nacionais, reunidos maioritariamente no stand E50, do Turismo de Portugal. “Já há vários trabalhos confirmados”, “Temos tido mais consultas”, “As coisas come‑ çam a compor‑se”, foram algumas das frases ouvidas pela nossa reportagem. Voltemos ao novo layout da feira. A Reed, organizadora da EIBTM, alterou muitos dos espaços comuns, desde logo a zona dos media partners, onde a edição internacional da Event Point es‑ teve disponível: área maior, com novas e mais modernas estantes, e mais lugares para as pessoas se sentarem ‑ só quem nunca teve a experiência de visitar uma destas feiras terá difi‑ culdade em compreender como é uma verdadeira benção encontrar um sítio confortável onde descansar as pernas e mitigar as dores nas costas... Novo design ainda para os três lounges de hosted buyers, o centro de imprensa, a zona das tecnologias e duas praças de alimentação. De resto, alguns nú‑ meros interessantes, a começar pelas mais de 100 conferências, apresenta‑ ções, debates, etc., que tiveram lugar em 12 espaços distintos, espalhados pelo hall 3 da Fira Gran Via, ao longo de três dias. Os educacionais são aliás um dos atractivos de feiras como esta, e a dificuldade reside muitas vezes no que escolher. Outros números inte‑ ressantes: as mais de 65 mil reuniões pré‑agendadas ‑ embora saibamos que nem todas se realizam. Um expositor português, por exemplo, comentava que alguns dos hosted buyers que partiam no dia seguinte, às 10h, ainda tinham reuniões marcadas para essa manhã. Mas, apesar de algumas “desistências”, é este programa de hosted buyers que
continua a justificar a vinda à EIBTM de tantos expositores, mais de 3000, representando 150 países. E que por lá passem, segundo dados da organização, cerca de 15 mil profissionais da meetin‑ gs industry de todo o mundo.
A próxima edição da EIBTM está já marcada para 18 a 20 de Novembro de 2014, em Barcelona, claro.
OPTIMISMO CONTIDO PARA 2014 A apresentação do Relatório de Tendências da EIBTM é, ano após ano, uma das sessões mais concorridas da EIBTM. É a altura em que é apresentada a compila‑ ção de todos os estudos, inquéritos, investigações na área da meetings industry, com a interpretação do especialista Rob Davidson, professor da Universidade de Greenwich. O autor começou por dar a nota de que a percepção geral da indústria é de um optimismo contido para 2014. O grande responsável por esta recuperação que se antevê nos eventos é o sector corporate. “Nos últimos doze meses, houve inúmeras indicações de que as em‑ presas estão a abrir os cordões à bolsa e a aumentar os seus gastos com eventos corporate”, regista Davidson. O sector associativo também contribui para o optimismo, ainda que prudente, de acordo com o barómetro do MPI. Igualmente, as viagens de incentivo estão a voltar. Um estudo do SITE ‑ Society of Incentive Travel Executives revela que “na globalidade o uso de viagens e experiências moti‑ vacionais está numa curva crescente”.
53
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
54
PEDRO CARDOSO DIRE C T OR ‑ E X E C U T I V O D A T HE HOU S E OF E V E N T S © RUI LUÍS ROMÃO . EVENT POINT
OPINIÃO 55
“…LEARN, UNLEARN AND RELEARN”
Historicamente, a nossa capacidade de ultrapassar crises teve sempre muito a ver com o espírito de além‑mar, procurar novos territórios, desafiar o desconhecido. Hoje o desafio para as empresas do nosso segmento traduz‑se na capacidade de atrair, apaixonar e fidelizar clientes organizacionais, multiplicadores, decisores ou líderes de opinião. E no mundo globalizado e instantâneo em que vivemos essa tarefa é particularmente exigente. Obriga‑nos a ter a capacidade de interagir, de criar relacionamentos, ser mais emocional. Se antes organizávamos programas de sightseeing , agora contamos histórias, se no passado preparávamos uma ementa, hoje levamos à descoberta de novos paladares, simples e autênticos. Estamos num processo de reinvenção cujo sucesso passa muito pela nossa capacidade de comunicar de forma mais interessante, criativa... mágica! A nossa experiência mais recente de internacionalização tem‑se centrado na procura de novos mercados, nomea‑ damente o Escandinavo. E tem sido uma fonte de motivação e de grande aprendizagem. Acredito que não pode‑ mos continuar a insistir nos modelos de negócio e nos mercados tradicionais. O mundo mudou radicalmente nos últimos dez anos e é essencial repensar, diria mesmo reaprender a nossa acti‑ vidade. Temos de ter uma postura mais dinâmica, mais comercial, procurando concretizar aquilo que dizemos e pen‑ samos. No fundo, todos sabemos qual é o caminho, chegou a hora de agir. E agir colectivamente. Este é um factor crítico
de sucesso e que nos pode ajudar a sair, mais fortes, da situação em que nos encontramos. Como se costuma dizer: se queres ir depressa, vai sozinho; se queres ir mais longe, vai acompanhado. Não obstante todos os constran‑ gimentos, creio que as pessoas estão receptivas, e mais do que isso, ansiosas por fazer parte de um desígnio maior, mais ambicio‑ so, sobretudo mais equilibrado. No meu dia‑a‑dia, tenho sentido uma enorme abertura em mobi‑ lizar pessoas para acções con‑ cretas. Esta não é só uma questão de solidariedade, é também uma questão de sobrevivência. E, por
isso, temos de unir esforços, tra‑ balhar em coopetição*. Falta‑nos dar este passo e isso é fundamental para o processo de internacionali‑ zação. Citando Alvin Tof ler, “The illiterate of the 21st century will not be those who cannot read and write, but those who cannot learn, unlearn, and relearn”.
*O termo coopetição é usado para descrever a relação simultânea de cooperação e competição entre pessoas ou organizações W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
TECNOLOGIA 56
AUDIOVISUAIS
Como eles mudaram nos últimos anos a face dos eventos em Portugal Em 1992 fiz a cobertura de um concer‑ to dos Resistência, no Pavilhão Paz e Amizade em Loures, com uma câmara em tripé de madeira, que estava ligada a dois projectores de vídeo com três tubos, que transmitiam o concerto em directo. O que mudou desde essa altura nos audiovisuais para eventos? Tudo! Os audiovisuais nos eventos vieram tra‑ zer uma maior proximidade. O especta‑ dor sente‑se mais próximo, conseguindo mesmo, por vezes, interagir com quem está em cima do palco. A preparação de um evento é um factor crucial para que este corra bem. Hoje em dia, existem múltiplos formatos, codecs e resoluções, e um produtor de eventos tem que lidar e estar preparado para o que vai acontecer. Não faz sentido ter num evento projec‑ tores de alta definição(HD), quando as câmaras que estão a fazer a cobertura são em definição standard (SD).
Em primeiro lugar, um produtor tem de saber qual a resolução em que pre‑ tende trabalhar, pois isso define todo o equipamento a ser contratado, desde as câmaras aos projectores de vídeo, passando pelos ecrãs e pela produção de qualquer tipo de conteúdo a utilizar. Se for SD, há que definir se vamos tra‑ balhar na relação de aspecto 4:3 ou no formato mais panorâmico 16:9. Se for HD é obrigatório trabalhar em 16:9. Outro erro comum é esticar imagens que estão na origem em 4:3 para 16:9. Nunca podemos alterar a proporção de uma imagem. A imagem tem de ser visualiza‑ da com barras laterais. O mesmo acon‑ tece ao contrário, se queremos projectar uma imagem 16:9 num ecrã 4:3, temos de ter barras em cima e em baixo. Mesmo pedindo os conteúdos com antecedência, é comum em Portugal estarmos a receber vídeos no próprio
dia, e sem estar nos formatos pedidos pelo produtor do evento. Há que estar preparado para isso com equipamento que faça a conversão de ficheiros. Independentemente dos formatos, os conteúdos foram e serão sempre o mais importante. É fantástico ter à disposição um leque cada vez maior de ferramentas, e de uma forma bas‑ tante acessível. Como costumo dizer aos meus alunos na Restart, o mais importante continua a ser contar uma história, quer seja captada com um telemóvel, quer seja com uma câmara 4K. E por falar em 4K, enquanto no panorama televisivo em Portugal ainda se faz a transição do 4:3 para 16:9 em SD (feito de uma forma muito duvidosa através do processo de TDT, limitado aos quatro canais generalistas e ao canal parlamento), já há muitos fabri‑ cantes que estão a apresentar câmaras,
TECNOLOGIA . A UDIO V I S U A I S 57
servidores, e toda uma linha de equipa‑ mentos como routers e monitores que conseguem lidar com uma produção em 4K. Estando sempre um passo à frente, a televisão pública japonesa NHK já esta a fazer emissões experimentais em 8K!!! Neste aspecto a área dos eventos está à frente da televisão, pois a maior dos eventos já são captados em HD. Uma grande marca da utilização dos audiovisuais em eventos é o Festival da Canção da Eurovisão. Apesar de este evento em Portugal estar em declínio constante, as grandes marcas de equi‑ pamento internacionais apostam nele, para divulgação de todo o potencial tecnológico. E ainda que muitas vezes este potencial seja levado ao exagero, de o artista não se distinguir no meio de uma parafernália de equipamento. Outro exagero que acontece nos eventos hoje em dia é a utilização de
dispositivos móveis, como smartpho‑ nes e tablets. Enquanto for para filmar e tirar fotografias, ainda compreendo, mas pagar bilhete para ir a um concer‑ to para estar constantemente nas redes sociais a fazer posts no Facebook e a colocar vídeos no Instagram, na an‑ gústia de que alguém faça um comen‑ tário ou coloque um like, é no mínimo deprimente. Um evento é para viver o momento, que não se volta a repetir. Outra tecnologia que há muito é usada nos eventos corporate, foi notícia de jornal há poucos anos. José Sócrates tinha começado a utilizar o teleponto em comícios. O que muitos não sabem é que o teleponto é utilizado desde o início dos anos 70, tendo sido o pro‑ fessor Marcelo Caetano, nas célebres “Conversas em Família”, o primeiro a utilizá‑lo. Era preciso olhar os portu‑ gueses “olhos nos olhos”. E foi assim
que ele acabou mesmo por chegar à RTP... mas só para o chefe do Governo. É que apesar de o Telejornal precisar do aparelho, ele estava religiosamente guardado e reservado para Marcelo Caetano. O teleponto tem a vantagem de colocar o orador a falar directamente para a câmara/espectador, e não para os papéis que estão no púlpito. A inovação nos eventos é um factor essencial de diferenciação. A interacti‑ vidade e realidade aumentada são meios para melhorar ou aumentar a percepção do real através do uso de uma câmara, giroscópio ou GPS, permitindo assim novas formas de pensar, ver, interagir, comunicar e de envolvimento com os clientes, entendendo melhor o seu com‑ portamento e preferências. Vítor Hugo Restart
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
FORMAÇÃO 58
SUMÁRIO DOIS PONTOS
OS EVENTOS E O ENSINO SUPERIOR O ensino superior na área dos Eventos constitui o tema de formação deste e do próximo número, assim como a afirmação dos Event Studies . Procuraremos, como temos vindo a fazer, contribuir para o mapeamento e caracterização das ofertas formativas existentes no nosso país, sendo que, neste número, atentamos em particular aos cursos que conferem grau académico. Apresentamos uma pequena entrevista aos coordenadores destes cursos e damos, ainda, conta de algumas novidades referentes ao Ciclo de Formação Event Point e à 4ª edição do ENEOGE. Assinalamos, por último, a publicação em Portugal de um livro sobre organização e gestão de eventos. GRANDE TEMA
A AFIRMAÇÃO DOS EVENT STUDIES Embora a investigação na área dos eventos seja, em Portugal, escassa, e a formação de nível superior ainda em‑ brionária, é possível identificar, in‑ ternacionalmente, alguns marcos que comprovam a afirmação dos Eventos
como área de estudo e disciplina aca‑ demicamente reconhecida. Os Event Studies referem‑se, generi‑ camente, a teorias e ao conhecimento aplicados à compreensão dos eventos planeados. São definidos por Donald Getz, em “Event Studies ‑ Theory, research and policy for planned events”, como “o campo académico dedicado à criação de conhecimento e teoria sobre eventos planeados. O fenómeno nuclear é a experiência de
PEDRO FIGUEIREDO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR E PROFISSIONAL. A S S E S S O R E V E N T P O I N T PA R A A F O R M A Ç Ã O .
eventos planeados e os significados que lhes são inerentes”. Este reconhe‑ cido professor e investigador advoga um modelo para os Event Studies que possibilite a compreensão “das expe‑ riências e significados, dos resultados, da gestão, dos antecedentes e escolhas e dos padrões e processos em eventos”. Trata‑se de uma área multidiscipli‑ nar que convoca conhecimento “das Ciências Sociais, da Gestão, das Artes, das Humanidades e de um número de campos profissionais estreitamente relacionados”. Neste sentido, a Gestão de Eventos é “a área de estudo aplicada e a área de prática profissional que se baseia no conhecimento e na teoria oriunda dos Event Studies”. Pese embora o reconhecimento dos Event Studies não seja consensual no seio dos académicos, há um conjunto de factos que atestam, na nossa opi‑ nião, a afirmação emergente desta área de estudo académica. De entre eles, destacamos as formações de nível superior, como as que, de seguida, apresentaremos para o contexto nacio‑ nal, alguns jornais académicos, como o International Journal of Event and Festival Management, o International Journal of Event Management Research, o Journal of Policy Research in Tourism, Leisure and Events ou o Journal of Convention & Event Tourism, ou, ainda, o EMBOK ‑ Event Management Body of Knowledge. [continua no próximo número]
FORMAÇÃO . O S E V E N T O S E O E N S INO S UP E RIOR 59
CURSOS CONFERENTES DE GRAU ACADÉMICO EM EVENTOS Segundo informação disponibilizada pela DGES ‑ Direcção Geral de Ensino Superior há, em Portugal, dois cursos que conferem grau académico em Eventos: uma licenciatura em Gestão de Eventos e uma especialização em Gestão Estratégica de Eventos (inte‑ grada num mestrado em Turismo). A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche (ESTM) e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) são, respectivamente, as instituições de ensino superior público responsáveis por estes cursos. A licenciatura da ESTM, que tem como objectivo principal a formação de técnicos superiores com competências adequadas para planear e coordenar a organização de qualquer tipologia de eventos, tem a duração normal de seis semestres e é reconhecida pela Organização Mundial de Turismo. O plano de estudos contempla uni‑ dades curriculares pertencentes a doze áreas científicas, sendo Gestão e Administração a predominante. A realização de estágios, assim como uma forte participação dos estudantes na organização de múltiplos eventos constituem pontos fortes deste per‑ curso formativo. Já a especialização em Gestão Estratégica de Eventos da ESHTE tem a duração de quatro semestres e funcio‑ na em regime pós‑laboral. O plano de estudos contempla, nos dois primeiros semestres, um conjunto de unidades curriculares obrigatórias (de especiali‑ zação) e um conjunto de unidades cur‑ riculares opcionais (a seleccionar pelo estudante em função das suas necessi‑ dades específicas). Os terceiro e quarto semestres são dedicados à investigação e à elaboração de dissertação ou pro‑ jecto, havendo ainda a possibilidade
de realização de estágio. A natureza executiva desta formação, a análise de estudos de caso, a realização de visitas técnicas ou as parcerias estratégicas que permitem o acesso dos estudantes a contextos de trabalho‑acção são, entre outros, aspectos a destacar nesta formação que vai já na 7ª edição.
PRÁTICAS & CONTE X TOS
TRÊS PERGUNTAS A VERÓNICA NOBRE DE OLIVEIRA
C O O R D E N A D O R A D A L I C E N C I AT U R A E M G E S TÃ O D E EVENTOS DA ESCOLA SUPERIORDE TURISMO E TECNOLOGIA DO MAR DE PENICHE INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
Quais são, em termos genéricos, o perfil e as motivações dos alunos que procuram o vosso curso? Neste momento, sendo o primeiro e único curso de licenciatura em Gestão de Eventos ministrado no nosso país, temos consciência de que os nossos estudantes estão extremamente motiva‑ dos. A maioria escolhe este curso como primeira opção com a certeza de que esta é a área na qual pretende desenvolver o seu percurso profissional. Sentimos essa responsabilidade, sendo para nós importante responder às expectativas dos nossos alunos. Actualmente o nosso público são jovens que vêem os eventos como área em crescimento e que, por isso, procuram o nosso curso. No futuro ambicionamos captar profissionais que queiram aprofundar a sua formação, certificando as suas competências.
Quais são, na sua opinião, os desafios de ministrar, em Portugal, formação de nível superior na área dos eventos? O grande desafio passa pela necessi‑ dade de se reconhecer os Eventos como área que necessita de profissionais qualificados de nível superior. Cabe às instituições de ensino a tarefa de demonstrar ao mercado que um diplo‑ mado em Gestão de Eventos tem com‑ petências adequadas para planificar e coordenar a organização de qualquer evento. Neste sentido, é importante fomentar uma formação prática e com uma abordagem integrada entre di‑ versas áreas, não só em planeamento, marketing ou protocolo, mas também em gestão, recursos humanos ou com‑ promisso ético, social e ambiental. Que percepção tem em relação à indústria portuguesa de eventos e à capacidade desta para integrar diplomados em eventos? O crescimento que a indústria tem demonstrado denota a necessidade de profissionais com formação específica em eventos, não podendo esta ser vista apenas como formação complemen‑ tar a outras. A formação superior em eventos é muito recente e, consequen‑ temente, ainda existe algum desco‑ nhecimento acerca das mais‑valias que um diplomado nesta área possui. Ultrapassada esta situação, a indústria beneficiará com a integração destes profissionais, não só como colabora‑ dores mas até como futuros empresá‑ rios do sector. W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
FORMAÇÃO . O S E V E N T O S E O E N S INO S UP E RIOR 60
TRÊS PERGUNTAS A NUNO GUSTAVO
C O O R D E N A D O R D A E S P E C I A L I Z A Ç Ã O E M G E S TÃ O E S T R AT É G I C A DE EVENTOS DO MESTRADO EM TURISMO NA ESCOLA SUPERIOR DE HOTELARIA E TURISMO DO ESTORIL
Quais são, em termos genéricos, o perfil e as motivações dos alunos que procuram o vosso curso? O curso é frequentado, por um lado, por trabalhadores‑estudantes, já com experiência profissional nas áreas do turismo, hotelaria e even‑ tos, que pretendem obter know how adicional e, por outro, por alunos com formações superiores de base em outras áreas, como comunicação social, que reconhecem os eventos como área de especialização a con‑ siderar profissionalmente. Sendo os eventos uma área de negócio muito desenvolvida em mercados interna‑ cionais, esta formação abre inclusive portas a oportunidades de emprego além‑fronteiras. Quais são, na sua opinião, os desafios de ministrar, em Portugal, formação de nível superior na área dos eventos? Há, desde logo, a necessidade de fomentar a formação superior e a investigação neste domínio específico, considerando que este é um sector de actividade com um crescente impac‑ to em Portugal, quer no contexto da actividade turística em particular, quer da actividade económica em geral. Por outro lado, o tipo de competências associadas ao negócio é cada vez mais
EM AGENDA:
exigente, considerando não só a evolu‑ ção do mercado em termos quantitati‑ vos, mas também ao nível qualitativo. A ambição e a expectativa dos clientes colocam, cada dia que passa, novos desafios. Por fim, dada a natureza da actividade, é fundamental envolver o trade nos processos formativos, não só em termos do desenvolvimento das matrizes formativas, como no próprio processo formativo. Que percepção tem em relação à indústria portuguesa de eventos e à capacidade desta para integrar diplomados em eventos? O sector ainda não conquistou o devido reconhecimento em Portugal, embora a situação tenha mudado significativa‑ mente nos últimos anos. As empresas têm vindo a reconhecer os eventos como estratégia particularmente eficaz e ino‑ vadora face a opções tradicionais above the line, havendo quem identifique os eventos como sector through the line, pois permitem gerar/mobilizar indi‑ rectamente meios above/below the line. Os níveis de empregabilidade são acima da média, sendo que muitos dos nossos alunos optam, com sucesso, por iniciar e desenvolver as suas carreiras profis‑ sionais em contexto internacional.
A INDÚSTRIA PORTUGUESA DE EVENTOS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES Os desafios e as oportunidades da indústria portuguesa de eventos constituem o mote para um evento de formação, a realizar já no início de 2014, em que a Event Point convida reconhecidos profissionais, repre‑ sentantes das associações sectoriais, assim como responsáveis pela educa‑ ção e formação para o sector. Este evento integra o Ciclo de Formação Event Point 2013/2014 para professores, que inclui diversos semi‑ nários, workshops, painéis e activi‑ dades de team building a realizar em Lisboa e no Porto. Gostaríamos que nos ajudassem a pensar este ciclo! Para isso, convidamos todos a preencherem este inquérito! http://pt.surveymonkey.com/s/7zmk8ws
GARANTA A SUA PRESENÇA!
ENEOGE NO CENTRO DE CONGRESSOS FREEPORT A 4ª edição do ENEOGE ‑ Encontro Nacional de Estudantes de Organização e Gestão de Eventos realizar‑se‑á no dia 7 de Fevereiro no Centro de Congressos Freeport, em Alcochete. Entre os oradores confir‑ mados estão Isabel Amaral (Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo), José Pimentel Furtado (especialista em Segurança) e Pedro Rodrigues.
FORMAÇÃO . O S E V E N T O S E O E N S INO S UP E RIOR 61
[IN]FORMAÇÃO ‑ PARA LER SOBRE…
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS Neste número assinalamos a publica‑ ção, em Portugal, de um manual sobre organização de eventos, o que, em face das reduzidas referências nacionais, não pode deixar de constituir aconte‑ cimento digno de destaque. Sugerimos ainda uma publicação internacio‑ nal, recentemente reeditada, sobre a mesma temática.
Prefaciado por João Lagos, o Manual de Organização e Gestão de Eventos, da autoria de Ana Margarida Isidoro, M.ª Manuela Simões, Sílvia Diogo de Saldanha e Joaquim Caetano, é um livro em que são apresentados alguns dos fundamentos da organização de eventos, sendo leitura aconselhável para estudantes ou para quem queira iniciar‑se na actividade. O livro está estruturado em dez capítu‑ los que abordam temas como a organi‑ zação genérica de um evento, a gestão de equipas, a orçamentação e negocia‑ ção, o marketing, o protocolo, os patro‑ cínios ou a avaliação em eventos e inclui dezasseis casos de estudo de eventos realizados em Portugal. O Estoril Open, o Optimus Alive!, as Festas de Lisboa ou a OVIBEJA são alguns dos eventos es‑ tudados. Os autores apresentam ainda uma avaliação destes eventos em função de critérios como a inovação, o alcance, os custos, os proveitos, a estratégia de marketing, a estratégia de comunicação ou a mediatização.
MANUAL DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS AUTORES: ANA MARGARIDA ISIDORO, M.ª MANUEL A SIMÕES, SÍLVIA DIOGO DE SALDANHA E JOAQUIM CAE TANO EDITORA: EDIÇÕES SÍL ABO ANO: 2013 214 PÁGINAS
Reeditado este ano, Events Management ‑ Principles and Practice apresenta uma abordagem integrada e prática aos eventos, combinando, numa perspectiva contemporânea, a articu‑ lação desejável entre teoria e prática, através, nomeadamente, da apresenta‑ ção de exemplos e de casos de estudo. Esta nova edição está estruturada em cinco secções ‑ “Concept and Management, Finance and Law”, “Marketing and Media”, “Preparation and Operation” e “Events and Beyond” ‑ e contempla novos capítulos sobre empreendedorismo em eventos, gestão de projectos e financiamento, novas tecnologias multimédia para organi‑ zadores de eventos, festivais e eventos sustentáveis, legado e impacto a longo prazo dos eventos e futuro da indústria. Escrito por três destacados docentes universitários ‑ Razaq Raj (Leeds Metropolitan University), Paul Walters (Manchester Metropolitan University) e Tahir Rashid (Leeds Metropolitan University), esta publicação é, indis‑ cutivelmente, o recurso ideal para, entre outros interessados, estudantes e docentes de Gestão de Eventos.
EVENTS MANAGEMENT ‑ PRINCIPLES & PRACTICE AUTORES: RA ZAQ RAJ, PAUL WALTERS E TAHIR RASHID EDITORA: SAGE ANO: 2013 (2ª EDIÇÃO RE VISTA ) 400 PÁGINAS formação@eventpoint.com.pt
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
LEITOR 62
CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO
Como é habitual, as nossas especialistas Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova respondem às perguntas dos leitores, enviadas para o email info@eventpoint.com.pt. Gostaria que comentassem o que aconteceu recentemente no México com a bandeira portuguesa. O que falhou, quem falhou? AP, Amadora
Muitos são os detalhes protocolares que ficam a cargo do anfitrião/país visitado na organização de uma visita oficial. Falhou, neste caso, a versão da bandei‑ ra que foi usada aquando dos discur‑ sos, na Cidade do México. A bandeira utilizada não é a bandeira de Portugal. Trata‑se de uma versão em que era visível a esfera armilar da Bandeira Nacional assente num fundo branco, ao invés de se visualizarem as cores da nossa bandeira, ou seja, o verde e o vermelho. De igual modo, os sete cas‑ telos presentes no escudo também não estão de acordo com a versão original, ou seja, inclinados para fora. Em termos de organização, ao nível das relações internacionais entre dois Estados (visitante e visitado) são elabo‑ rados diversos documentos, definidos os programas e é preparada documen‑ tação diversa referente à deslocação, entre tantos outros aspectos. É difícil saber com precisão o que terá ocorrido para que se tivesse produzido uma Bandeira de um Estado incorrecta. Numa época em que o acesso à informa‑ ção é tão simples, estranha‑se que nin‑ guém da organização tenha feito uma validação de um símbolo de um Estado.
S U S A N A D E S A L A Z A R C A S A N O VA E C R I S T I N A F E R N A N D E S
Como gerir um evento em que está presente uma pessoa que de antemão sabemos que tem síndrome de Tourette? AN, Lisboa
A questão que apresenta não se prende directamente com a gestão do evento e, como tal, não pode, nem deve, ser respondida nesse âmbito. Acresce que não refere o tipo de evento, o contexto, a circunstância pessoal do portador da doença, bem como outros aspec‑ tos que poderiam, eventualmente, orientar melhor o comportamento do gestor do evento.
A síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico que se caracteriza por múltiplos tiques, motores ou vocais, para a qual, creio, não existir cura, mas apenas controle, e que provoca, não raras vezes, problemas de sociabilidade, dada, para mais, a possibilidade de se verificarem crises de coprolalia. De qualquer modo ‑ e seja qual for a circunstância do evento ‑ aconse‑ lha‑se, para quem presencia, bom senso, discrição, calma, paciência e compreensão para que o portador da doença possa controlar a crise e ultra‑ passar a consequente aflição.
63
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
PORTUGAL , PORTUGAL 64
© TOBOGÃ
UM OLHAR SOBRE AS EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA
Iniciámos na edição passada um conjunto de dossiês sobre o sector da Animação Turística, com uma entrevista de fundo a Ana Barbosa, presidente da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos). Nesta edição fomos conhecer algumas das empresas que o constituem, perceber a sua evolução e quais os problemas que mais as atingem.
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 65
PORTUGAL GREEN WALKS: UMA APOSTA NO MERCADO EXTERNO A Portugal Green Walks começou como uma empresa de animação tu‑ rística chamada Oficina da Natureza. Corria o ano de 2005 e o território eleito para a explanação da activida‑ de foi o do Vale do Lima e do Parque Peneda‑Gerês. Paulo Lopes, rosto do projecto, desvenda como tudo come‑ çou. “A proposta inicial consistia em desenvolver um conceito inovador de Turismo de Natureza e Turismo Cultural, orientado para a população urbana, proporcionando nas activi‑ dades oferecidas a vivência e partilha de experiências únicas e genuínas, através do contacto com o património natural e cultural do Vale do Lima e do convívio com as populações lo‑ cais. Exemplos disso são os percursos pedestres interpretados; as actividades tradicionais, tais como as desfolhadas e as vindimas; o trabalhar do barro ou ainda, numa componente gastro‑ nómica, os workshops de compotas e licores, as provas de vinho ou a confec‑ ção de biscoitos de milho”, detalha o responsável. O sucesso das iniciativas levou a que a Oficina da Natureza “naturalmente” alargasse o âmbito de acção territorial a todo o Norte, direccionando a oferta para o mercado internacional. Assim, em 2011 a Oficina da Natureza obtém do Turismo de Portugal a renovação da Declaração de Interesse Turístico (a primeira declaração foi em 2005), bem como a licença de Operador Turístico, por forma a poder ter uma oferta global
TRÊS PERGUNTAS A PAULO LOPES PA U L O L O P E S
e integrada dos seus programas. O ano passado, há a fusão com a empresa Portugal Green Walks. Esta fica direc‑ cionada para o mercado externo, en‑ quanto que a marca Oficina da Natureza se mantém no mercado nacional. “A crise apenas veio acelerar um processo que já estava em andamento: a captação de mercados internacio‑ nais”, sublinha Paulo Lopes, que revela que desde 2009 havia a percepção do potencial que era o mercado externo. “Por outro lado sentimos que o clien‑ te nacional, por força da crise, está a passar por uma fase de ‘descoberta’ do seu próprio país, fazendo mais férias “cá dentro”. Esta mudança de atitu‑ de veio gerar algum dinamismo nas nossas vendas, obrigando à criação de programas diferentes, mais apelativos mas a um preço atractivo, pelo que é importante continuar a adequar a nossa oferta à realidade actual”. Para o reposicionamento da empresa foi “muito importante” adquirir o alvará de Operador Turístico, confessa Paulo Lopes. “Passámos a trabalhar com mais parceiros, por forma a agregar dife‑ rentes serviços para dar resposta a uma oferta integral; os programas passaram a ter a duração de uma semana, pelo menos; passámos a olhar para o terri‑ tório de uma forma mais abrangente; e o investimento de comunicação e marketing (sobretudo digital) passou a estar sobretudo centrado nos grandes mercados emissores”, refere o director da Portugal Green Walks.
Quais são, no seu entender, os principais problemas que afectam o sector da animação turística? Economia paralela? Concorrência das autarquias ? Fiscalização? Burocracia? Sazonalidade? Em maior ou menor escala tudo a que se referiu vai continuar a existir. No entanto sinto que o sector está num momento de viragem, de crescimento, de afirmação e de internacionalização. E para fazer face a estes desafios temos sem dúvida de atacar alguns problemas e debilidades: formação/certificação: é um caminho que está a dar os primeiros passos mas que vai no bom sentido. A excelência do nosso trabalho e a inter‑ nacionalização passam seguramente por uma melhor qualificação dos nos‑ sos quadros; diálogo entre entidades públicas e privadas: a nível nacional a APECATE tem feito um trabalho meritório no constante diálogo com o Turismo de Portugal e com os sucessivos governos, influenciando nas decisões e sensibilizando‑os para o que são os nossos problemas reais. Infelizmente ao nível regional e local esta prática já tem sido mais complicada de implementar, não se maximizando o esforço e inves‑ timento de cada entidade. Embora o DL 95/2013 venha dar a oportunidade de muitos “part‑time” poderem, de uma forma simples, passar a estar legais, a economia paralela, a concorrência das câmaras e das associações vai continuar a existir. Vamos continuar a necessitar de investir em campanhas de sensibili‑ zação e fiscalização. Como vê a questão dos seguros nesta actividade? O Estado deve “meter‑se” neste assunto? Sobre esta questão a nossa posição é clara. Os seguros (responsabilidade civil e acidentes pessoais) devem ser obrigatórios, sem qualquer excepção perante certas actividades. Não deve haver qualquer tipo de concessão W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 66
quando está em causa a segurança do cliente. Deixar essa decisão ao livre critério das empresas, em nossa opinião, é um caminho perigoso. Por menor que seja o risco das actividades os clientes devem ser informados dos seus direitos e deveres. Como avalia o apoio das entidades de turismo da região onde se insere? Não se vislumbra uma estratégia coe‑ rente e articulada de desenvolvimento para o turismo da região Norte entre as diferentes entidades com responsabili‑ dades e poder de decisão. Assim sendo, e infelizmente,… é o salve‑se quem puder!
VERTENTE NATURAL FINTA A CRISE Criada em 2004, a Vertente Natural tinha como objectivo oferecer ser‑ viços de turismo activo na região da Arrábida. Hoje em dia a empresa opera em todo o território continental e pos‑ sui uma sucursal na Madeira. Os prin‑ cipais serviços são: passeios de barco, observação de golfinhos, canoagem, coasteering, passeios pedestres, espe‑ leologia, teambuilding, entre outros. “No Continente continuamos a operar bastante com o mercado nacional, mas com uma crescente procura de mer‑ cados externos como por exemplo o francês. Já na Madeira a principal fatia do nosso mercado é externa”, explica José Saleiro, director da empresa. A tão propalada crise começou a sentir‑se, inicialmente, no mercado corporate, ao nível dos teambuildin‑ gs, e depois espalhou‑se ao mercado do turismo individual. A redução da despesa foi a primeira estratégia que a Vertente Natural adoptou para fintar a crise, mas este passo foi de difícil implementação, “já que parte desta [despesa] é proveniente de exigên‑ cias feitas pelo Estado”, lamenta José Saleiro. “A médio e longo prazo apostámos na captação de mercado
externo, com produtos direccionados a este mercado e temos vindo a promo‑ ver o contacto com operadores exter‑ nos. No entanto a captação do mercado externo não depende exclusivamente da dinâmica da empresa, mas sim, em muito, da dinâmica do destino e da sua promoção e na nossa principal zona de actuação ‑ a Arrábida ‑ estamos muito aquém do que deve ser feito, pois para muitos operadores este destino não tem qualquer expressão, pelo simples facto de não o conhecerem ou do seu cliente nunca ter ouvido falar nele, e ninguém compra o que não conhece minimamente”, sublinha.
QUATRO PERGUNTAS A JOSÉ SALEIRO Quais são, no seu entender, os principais problemas que afectam o sector da animação turística, sobretudo na vertente dos operadores marítimo‑turísticos? As empresas de animação turística que operam em terra já conseguem ter um clima que lhes permite desenvolver a sua actividade. Todos sabemos que alguns requisitos legais são exage‑ rados e não foram sequer pensados para a nossa actividade, no entanto é possível operar sem grandes e per‑ manentes sobressaltos. Já no mar, os grandes problemas estão na gestão do território e na forma como se legisla e se fiscaliza. Aqui os OMT’s [opera‑ dores marítimo‑turísticos] estão, ao que parece, cada vez mais longe de conseguirem contribuir para o desen‑ volvimento da tão falada economia do mar. Atrever‑me‑ia mesmo a dizer que é praticamente impossível desen‑ volver o turismo náutico na área dos OMT’s. Não se trata da sazonalidade, da economia paralela ‑ apesar de existir e também ser um problema‑ , nem da crise. Trata‑se sim de legis‑ lação desenquadrada da realidade, de interpretação difícil e diversa. Diria um verdadeiro desastre que é imposto
JOSÉ SALEIRO
aos OMT’s e no qual não foram tidos nem achados, em que ninguém se revê. A par desta legislação, avança uma fiscalização igualmente desade‑ quada e altamente penalizadora para a actividade. Imagine‑se que agora alguns capitães de porto proibiram a realização de baptismos de mergulho. Quando o país avança para se afirmar como destino de mergulho (e muito bem, aproveitando a instabilidade que se vive no Egipto, um dos maiores destinos de mergulho do mundo e muito procurado por europeus), com projectos como os afundamentos de navios que assistimos em Portimão, a forma como se castra a dinamização da actividade é altamente prejudicial. Atrever‑me‑ia a dizer que, actual‑ mente, assistimos a uma verdadeira “batalha campal” de gabinete entre OMT’s e quem tem a incumbência de gerir e fiscalizar o mar. Outro grande problema que se vive é a forma como as infra‑estruturas portuárias são geridas. Estas são relutantes e criam alguma resistência ao crescimento das actividades dos OMT’s, já que muitos recebem os turistas de forma precária, comparativamente a outros desti‑ nos, facto que dificulta a captação de
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 67
operadores estrangeiros, uma vez que noutros locais do mundo as condições são bem melhores. Confesso que esta é uma situação que me envergonha bastante, pois passados largos anos a debater sobre este tema, já começa a sobrar pouco mais do que vergonha. O que poderia ser melhorado em relação ao acesso ao recurso água por parte das empresas? A resposta a esta pergunta é quase infindável, pelo que me vou focar nos aspectos mais importantes. Nomeadamente, a revisão do quadro legislativo que regula os OMT’s. Sem isto dificilmente chegamos a algum lado, pois este diploma legal tem a sua ultima versão em 2003, ano em que ainda era obrigatório os OMT’s terem um cais de embarque e desembarque para se licenciarem. Como grande parte das infra‑estruturas portuárias não tinha este cais, não se conseguia aceder à actividade. Em 2009 esta exigência é abolida e assiste‑se a um licenciamento de OMT’s exponencial. De tal forma que sugere até que algumas das empresas já operavam, mas à margem da lei, pois não conseguiam obter licenciamento por falta de existência do cais. Em 2010, chega‑se à conclusão no seio do OMT’s que o Regulamento de Actividade Marítimo‑Turística tem que ser altera‑ do, pois inibe a dinamização da activi‑ dade. Hoje continuamos a falar sobre isso e a aguardar a revisão do mesmo. Os Açores, em 2007, resolveram criar o seu próprio regulamento. Pergunto‑me se não terá sido pelas mesmas razões. Depois é necessária a revisão do qua‑ dro legislativo do mergulho recreativo. Esta lei não teve em conta o mergulho como actividade turística e podemos imaginar alguns dos problemas que dai advêm. A exigência de um ates‑ tado médico que permita ao turista fazer mergulho é uma das exigências desta lei, a que apenas assistimos em Portugal. Imagine‑se os centros a receberem asiáticos com atestados escritos em mandarim. Só não acon‑ tece porque ninguém no mundo anda
prevenido com um atestado médico para fazer mergulho. Em Portugal este turista não irá certamente fazer mer‑ gulho porque a coima mínima para a empresa (no caso de ser pessoa colecti‑ va) é de cinco mil euros. As infra‑estruturas portuárias têm que fazer os seus planos tendo em conta que o turismo é uma das activi‑ dades económicas a considerar e não devem por exemplo taxar infra‑estru‑ turas a um valor 250% acima do valor normal para outras actividades, como acontece por exemplo com o porto de Sesimbra. Devem, sim, prever estacio‑ namento a nado para as embarcações Marítimo‑Turísticas e condições de acesso à água que nos permitam ser concorrentes nos mercados externos. A maioria das embarcações OMT’s usam motores a gasolina, pelo facto de serem menos barulhentos, menos poluentes, proporcionando uma me‑ lhor experiência ao turista, e também por não haver modelos de motor fora de borda disponíveis no mercado. No entanto, a gasolina tem preços proibi‑ tivos e não existe redução de taxa deste combustível, estando esta redução apenas disponível para o gasóleo.
de outras entidades que administram o território. Pessoalmente tenho assisti‑ do a uma situação destas no projecto de criação de um museu subaquático em Sesimbra, que passa por afundar cerca de 10 peças ‑ canhões de ferro e ferros almirantados (âncoras) ‑ devolvendo as mesmas ao leito marinho. A região de turismo tem dado todo o apoio e com bastante celeridade, no entan‑ to a Direcção Geral de Património e Cultura e a autarquia parecem não ter a mesma eficácia…Já lá vão uns anos desde que se iniciou o processo, penso que cerca de oito anos, e não tem fim à vista. Respondendo directamente à pergunta e de uma forma mais abran‑ gente, o Estado deve meter‑se em tudo o que tem capacidade de gerir bem, e a meu ver nos seguros deve meter‑se, no resto que não consegue gerir bem deve evitar estar presente…Como se costu‑ ma dizer “quem não sabe não mexe”.
Como vê a questão dos seguros nesta actividade? O Estado deve “meter‑se” neste assunto? Os seguros, desde que a preços bem regulados, devem ser obrigatórios. É a nossa imagem enquanto destino que pode ser posta em jogo e os valores actualmente praticados são passiveis de ser suportados.
É uma empresa relativamente recente. Nasceu a 1 de Março de 2011, dia da fundação do Castelo dos Templários em Tomar, lembra João Fiandeiro. O projecto surgiu pela mão de um grupo de profissionais e recém‑formados do mestrado em Turismo Cultural, no Instituto Politécnico de Tomar, que identificaram as necessidades do turista que visita aquela região, nomeadamente “guias para os mo‑ numentos, bem como apoio integrado nos seus passeios”. “Fora de Lisboa e dos grandes centros turísticos há efectivamente uma grande carência neste tipo de oferta”, explica o respon‑ sável da empresa. “Essencialmente acompanhamos visitantes ao nosso património com uma interpretação histórico‑cultural profunda e espe‑ cializada. Desenvolvemos produtos turísticos para operadores e agências,
Como avalia o apoio das entidades de turismo da região onde se insere? Existe um ou outro elemento dentro das entidades de turismo na nossa região que demonstra vontade de fazer algo realmente capaz, mas no âmbi‑ to geral o desempenho é fraco pois deveria ser feito mais e tem que ser feito mais (bem sei que se diz sempre o mesmo, mas haverá certamente uma razão para isso). Infelizmente estas entidades também estão dependentes
CAMINHOS DA HISTÓRIA, EM CONTRA‑CICLO
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 68
assegurando todos os recursos locais. Criámos rotas e circuitos nas temáti‑ cas dos Templários, Ordem de Cristo, Judaica, Descobrimentos”, detalha João Fiandeiro. Os clientes vêm de todo o lado, mas a maior procura é por parte do mercado anglo‑saxóni‑ co e norte da Europa e, este ano, do norte‑americano. A empresa começou a operar em plena crise, mas “muito honestamente não sentimos o seu efeito negativo, em‑ bora conscientes de que há mercados que diminuíram e a procura é mais criteriosa. No entanto, como temos uma oferta variada e adaptada a cada público, mesmo às bolsas de meno‑ res recursos, temos crescido e sabido viver nestes tempos difíceis”, refere o responsável. Para contornar a crise, a Caminhos da História procurou parcerias estratégicas. “A nossa região tem uma oferta muito acessível em custos e conseguimos construir pro‑ dutos ajustados, sendo assim competi‑ tivos e fazendo tudo para nunca perder um cliente”.
JOÃO FIANDEIRO
QUATRO PERGUNTAS A JOÃO FIANDEIRO Como olha para a questão do recurso património, e o seu acesso por parte das empresas de animação turística? O core da nossa empresa é o patrimó‑ nio. Fundou‑se com base nos recursos patrimoniais e deles vive. A história, por muito rica que seja, se não for consubstanciada nos monumentos e museus é insípida. Temos dos melho‑ res recursos patrimoniais do mundo, e não exagero. Somos o país mais antigo da Europa, não sofremos com as guer‑ ras mundiais que devastaram países, podemos fruir de castelos medievais, igrejas, mosteiros e inúmeros espa‑ ços em excelentes condições de visita. Porém tutelados de forma dispersa e sem estratégias enquadradas. O grande problema dos nossos re‑ cursos é que existe demasiado Estado nos monumentos‑âncora, que sendo geridos centralmente, ou com direc‑ ções demasiado conservadoras, não viabilizam o uso destes para activida‑ des que não sejam a visita guiada. Por outro lado há espaços e bens de grande interesse e com procura que, ou estão fechados, ou pertencem a uma diocese qualquer que não autoriza a sua visita. Somos um país com tantos regula‑ mentos e leis, mas depois permitimos que o património cultural seja aban‑ donado ou, por vontades menores, seja
ignorado. Temos exemplos de locais onde grupos pagariam para visitar, mas que são inacessíveis devido a uma disputa de herança ou a um padre local que não autoriza a sua entrada, mesmo que devidamente acompanhada. Uma outra realidade que cria entropias ao sucesso é a falta de diálogo dos ges‑ tores de alguns espaços. A pior coisa que podemos fazer ao turismo é prometer a possibilidade de conhecer algo único e, por interesses pontuais, foi encerrado ou está sem uso, não havendo infor‑ mação prévia. Felizmente são poucas as situações ocorridas connosco, já que o nosso profissionalismo minimiza o impacto negativo de tais actos. Gostaria de referir igualmente que a gestão dos nossos monumentos está na sua maioria entregue a pessoas que nada percebem de turismo nem de gestão. Gostam de referir que o turis‑ mo cultural é muito importante e ne‑ cessário, mas na prática pouco ou nada fazem para o acolher. Muitas vezes bastaria educarem os seus funcioná‑ rios a serem simpáticos e acessíveis. Nesta questão há uma outra realidade em que as tutelas deveriam ser mais acessíveis: terem preços adequados às empresas de animação (EAT) e serem mais abertos a actividades que não ponham em causa as estruturas.
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 69
Como vê a desregulação da profissão de guia? Vejo bem e vem confirmar a tendên‑ cia do mercado. Não pode, nem deve, haver monopólios de actividades pro‑ fissionais, que foram extremamente importantes no final do séc. XX para credibilizar o turismo em Portugal e a interpretação dos nossos monumentos. Mas com a evolução do mercado, do ensino superior e da oferta diversifica‑ da já não fazia sentido uma lei que só permitisse este serviço a um determi‑ nado grupo ou tipo de profissional. Confesso que fiz o meu papel no devido tempo para provar a necessidade dessa desregulamentação, junto de quem de direito, mas apontando soluções que não seriam o vazio ou a liberalização total. Deve haver algumas regras para quem exerce determinadas profissões, mas nunca a restrição de classe. Actualmente, quem queira exercer a actividade tem de se registar no RNAAT [Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística] e estar no mercado como todos. Acho que foram os guias a criar uma certa animosidade contra eles próprios, pela forma como agiam em alguns locais e se compor‑ tavam como donos do conhecimento, quando o seu papel é muito importante no sector e devem estar próximos de todos os agentes. Quais são, no seu entender, os principais problemas que afectam o sector da animação turística? A economia paralela, feita por quem não paga impostos ou não está devida‑ mente registado. O próprio Estado, nas suas diversas formas, tal como as au‑ tarquias, promove actividades a custo zero, sendo perverso com o mercado e bloqueando a criação de iniciativas privadas. As associações de diversa ordem, e órgãos estatais, que orga‑ nizam e implementam determinadas actividades, muitas vezes com nobres princípios, pensam que estão atrair e criar públicos, mas na verdade estão a inviabilizar quem se queira instalar localmente e criar emprego, que é o
que as empresas fazem. Simultaneamente não há fiscalização activa no nosso sector. Parece haver uma impunidade aparente, uma vez que nos deparamos com grupos/organizações que promovem actividades sem estarem devidamente legalizados. Também é verdade que a comunicação do sector não é a esperada e deveria haver mais infor‑ mação ou pedagogia nesse sentido. Penso que a opinião publica ainda olha para a animação turística como algo que faz umas “coisas” animadas e diverte o turista. Tem de haver mais artigos sobre o que se faz em geral, mais comunicação e mais proximidade dos media. O que verdadeiramente necessitamos é de mais comunicação e promoção. Como avalia o apoio das entidades de turismo da região onde se insere? Bom… agora podemos ser politicamente correctos e dizer que fazem o seu papel e tentam com os poucos meios de que dispõem promover a região, mas a grande realidade é que criaram umas super regiões que não identificam os territórios e têm andado a baralhar tudo e todos sem grande coerência. A região onde estamos inseridos chamou‑se durante muitos anos de Templários, o que para nós faz todo o sentido e tem uma identidade regional muito bem marcada. Ao aglomerarem em entidades e optarem por regiões mais uniformes, criaram um certo vazio identitário entre os territórios e nas novas regiões. Ainda é cedo para falarmos da região Centro, uma vez que estamos nela muito recentemen‑ te, mas uma coisa é verdade, tem‑se notado uma preocupação da direcção do Centro em ir a todos os concelhos e ouvir os diferentes stakeholders, de‑ monstrando interesse em estar próxi‑ mo e unir esforços. No passado tínhamos uma exce‑ lente relação com a T‑LVT [Turismo de Lisboa e Vale do Tejo], o que nos permitiu estar na BTL e haver al‑ gumas acções concertadas, sendo nós uma micro‑empresa e muito jovem. Esperamos que não alterem
constantemente o mapa regional, e que estejemos todos a promover a região de forma estratégica e concertada, con‑ tribuindo assim para o bem comum. Se a região crescer em notoriedade e visitantes, crescemos todos, e todos ficamos a ganhar.
TOBOGÃ
O projecto Tobogã nasceu em 2005, di‑ reccionado à prática da modalidade de eleição dos seus fundadores: o canyo‑ ning. “O caminho que definimos foi o da especialização, optando claramente pela realização de uma única activida‑ de de animação turística. Tendo como pano de fundo esta visão, procuramos obter uma certificação internacional de guias profissionais em canyoning, o que veio a acontecer junto da Comissão Internacional de Canyoning (CIC)”, explica Joel Pereira. O que não quer dizer que a oferta não seja mais ampla, uma vez que a Tobogã recorre à ligação em rede de empresas da região que oferecem outras actividades e serviços. “Consideramos que esta foi, e continua a ser, a forma através da qual as micro‑ ‑empresas podem aumentar a qualida‑ de dos seus produtos e serviços de todos os envolvidos na rede de parceiros, evitando ainda o ‘esmagamento’ de em‑ presas e áreas de actuação”, sublinha o responsável. A empresa actua em várias zonas do país, com particular incidên‑ cia na zona Norte, nomeadamente no Minho e no Gerês. Além das actividades, a Tobogã criou uma loja especializada em canyoning, “a única loja especializada na modali‑ dade, como resposta às próprias solici‑ tações do mercado e dos praticantes”. Em termos de equilíbrio de forças entre clientes nacionais e internacionais, há praticamente um empate técnico, mas com ligeira vantagem dos internacio‑ nais, desde logo vindos de França. A crise obrigou à redefinição das es‑ tratégias da empresa, já que provocou, por um lado, “a diminuição claríssima de grupos organizados que realizavam as suas actividades ao fim‑de‑semana, W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 70
que funcionavam como forma de ‘fugir à rotina’, ‘matar o stress’”, refere Joel Pereira. Por outro, houve um acréscimo da expressão dos clientes dispersos, “dado que, na nossa opinião, reservam agora o seu dinheiro apenas para estas ocasiões ‘especiais’, como as férias”. Dado o panorama, a empresa optou por aumentar a rede de parceiros, ou seja, os hotéis e hostels, restaurantes, outras empresas de animação turística; refor‑ çar a comunicação e aumentar o leque de produtos. Criaram sub‑produtos do canyoning como caminhadas aquá‑ ticas, mini‑canyoning, cascading, canyoning aventura e canyoning expe‑ dição. Além disso passaram a oferecer a possibilidade de aluguer de material e serviços pick‑up and drop‑off de clientes em locais pré‑definidos.
CINCO PERGUNTAS A JOEL PEREIRA Quais são, no seu entender, os principais problemas que afectam o sector da animação turística. No nosso entender os maiores pro‑ blemas são a concorrência ilegal das autarquias e associações que desen‑ volvem actividades concorrenciais com as empresas de animação turís‑ tica, não deixando espaço a que estas possam muitas das vezes até mesmo instalar‑se, e muito menos trabalhar e gerar mais valias para a região e para o país, nomeadamente através do pagamento dos impostos resultantes da sua actividade. Como olha para a questão das áreas protegidas, do ponto de vista deste sector? O que é que poderia ser melhorado? As áreas protegidas são os espaços na‑ turais por excelência para a realização de actividades de turismo de natureza e aventura, modalidade onde nos en‑ quadramos enquanto empresa. Neste preciso momento no qual me encontro a escrever estas linhas de pensamento,
JOEL PEREIRA
a carta de desporto de natureza do Parque Nacional da Peneda Gerês encontra‑se em consulta pública. Este documento poderá ser um marco para a (re)definição do que se poderá rea‑ lizar em termos de actividades nesta área protegida. Temos uma forte con‑ vicção de que existe, desde logo, uma clara falta de definição de conceitos. Vejamos o caso em apreço, a carta é de desporto de natureza, no entanto ape‑ nas fala de turismo de natureza, con‑ ceito e termo definido no diploma legal que regulamenta a animação turística, levando desde logo a que se confundam espaços, conceitos e missões de cada uma das áreas: o desporto e o turismo. Passando por cima desta reflexão, que com certeza terá de ser realizada, que‑ remos apenas deixar claro que as car‑ tas de turismo e desporto de natureza (designação eventualmente a adoptar?) deverão com certeza definir quais as áreas, quais os percursos que deverão ser percorridos pelos seus utilizadores, limitando, condicionando ou promo‑ vendo‑os com base em estudos, como
o são a da definição das capacidades de carga dos diferentes locais e ac‑ tividades, mas deixando sempre um espaço para que projectos específicos e particulares possam ser desenvolvidos autonomamente pelas empresas de animação turística, funcionando até como forma de promoção dos valores naturais. Queremos com isto dizer que a definição e consequente promoção de um determinado traçado para a realização de um percurso pedestre, de um troço para a realização de um canyoning ou de uma via de escala‑ da, não pode condicionar totalmente o que é a actividade turística nesse local, correndo o risco de o mesmo se tornar inócuo. As empresas que estão cá para ficar, até porque investimos o nosso tempo e o nosso dinheiro, o que temos e o que não temos (que tivemos de “pedir” emprestado aos bancos), querem naturalmente que a sua maté‑ ria‑prima (a natureza) possa estar de saúde e se recomende. Queremos com isto dizer que é necessária supervisão por parte das áreas protegidas, poden‑ do e devendo analisar projectos. Não deve, no entanto, existir proibição pela eventual falta de capacidade de super‑ visão ou outros factores. As áreas pro‑ tegidas podem e devem servir‑se das empresas de animação turística para as auxiliar na conservação dos valores naturais, etc. Nós estamos disponíveis e oferecemos a nossa ajuda. Como olha para a questão do recurso água, e o seu acesso por parte das empresas? Mais uma vez, o que é que poderia ser melhorado? Bem, este é um tema actual até pela questão da proibição de realização de baptismos/ experiências de mergu‑ lho em vários locais do país. A água é um recurso, em Portugal e não só, de extrema importância. Associadas a este recurso temos imensas actividades no nosso sector (canyoning, mergulho, canoagem, passeios de barco, pesca, surf, etc.) e nem sempre é fácil perceber quem é responsável pelo quê, isto em termos de tutela, com as empresas a
PORTUGAL , PORTUGAL . UM OL H A R S OB RE A S E MP RE S A S DE A NIM A Ç Ã O T URÍ S T IC A 71
frequentemente terem uma dificuldade enorme ou mesmo a impossibilidade de levarem a cabo os seus projectos empresariais. Penso que a simplificação de processos e a articulação de tutelas é fundamental para que este recurso possa ser efectivamente usado e renta‑ bilizado da melhor forma. Como vê a questão dos seguros nesta actividade? O Estado deve “meter‑se” neste assunto? Ideologicamente, creio que não. O Estado deve deixar o mercado definir o que pretende regular. No entanto, na prática, e tendo por objectivo a protec‑ ção do consumidor, temos como opi‑ nião que o Estado deve efectivamente “meter‑se” neste assunto, obrigando a que as empresas possuam seguros. Isto até porque com a simplificação do acesso à actividade e sem a obriga‑ toriedade de formação por parte dos técnicos que operam nas actividades, desde logo o risco das mesmas aumen‑ ta exponencialmente. Conjugado com o facto de uma empresa poder ter um euro de capital social, em caso de um acidente, quem pagará as custas rela‑ cionadas com tal acidente? A empresa não tem seguro, não tem liquidez, pura e simplesmente fecha as portas e o consumidor não tem onde se “agarrar”. Perante tais possibilidades creio que os seguros funcionam, por agora, como uma pequena garantia para o consu‑ midor já que essa terá de passar como referi atrás pela formação e qualidade dos serviços, e não pelos seguros que funcionam, naturalmente, como uma estratégia de remediação. Como avalia o apoio das entidades de turismo da região onde se insere? É positiva, até pelos números que tem apresentado. No entanto, creio que existem aspectos que podem e devem ser melhorados, nomeadamente o es‑ treitamento de relações com as empre‑ sas em geral, promovendo uma apro‑ ximação dos vários agentes do sector, dando a conhecer os seus intervenien‑ tes e promovendo um maior trabalho
em rede com os hotéis, os restaurantes, as empresas de animação turística, os guias, etc. “Só podemos falar do que conhecemos”, este deverá ser o mote para que, de uma forma integrada, todos possamos “vender” a região e o que esta tem para oferecer. Aqui sim, as entidades de turismo devem encontrar o seu espaço enquanto mediadores e promotores da região, assumindo um papel preponderan‑ te através da promoção da aproximação de todos os agentes do sector.
REACÇÕES AO DL N.º 95/2013 Publicado recentemente, e já aludido no última edição da Event Point, o DL n.º 95/2013, que dá uma nova redacção ao n.º 108/2009, de 15 de Maio, veio delimitar as actividades de animação turística. Além disso o acesso à actividade passa a fazer‑se por mera comunicação prévia e o valor da taxa de registo baixa substan‑ cialmente. Paulo Lopes, da Portuguese Green Walks, considera o DL “globalmente positivo”, “abre portas a que mais pessoas possam aceder à actividade de anima‑ ção turística e com isto outras formas de ‘animação turística’ possam aparecer, ganhando o consumidor com esta diversidade”, entende o responsável. Também José Saleiro, da Vertente Natural tem uma opinião positiva. No entanto, acredita que “simplificar o acesso à actividade é o menor dos problemas”, lembrando todos os “entraves burocráticos com que nos deparamos e com a forma como o território é gerido”, quando se começa a dinamizá‑la. João Fiandeiro, da Caminhos da História, acredita que o DL vem “reforçar” e dar “mais importância e protagonismo às EAT, que são um parceiro fundamental no sector turístico e devem ser devidamente enquadradas na promoção do Turismo de Portugal”. No entanto opta por salientar um aspecto que no seu entender é grave no documento. “O que acho grave foi considerarem que existem actividades de baixo risco que não necessitam de seguro de acidentes pessoais. Ora o que é baixo risco? Visitas a museus e afins? São centenas de acidentes de pequena escala que acontecem anualmente nos nossos monumentos, e quantos há em actividades de rappel ou ditas radicais? Foi uma forma airosa de facilitar o acesso ao registo para profissionais em nome individual, como os antigos guias intérpretes, sem terem de assumir esse custo. Enquanto profissional da área e empresa responsável nunca irei abdicar desse seguro e faço questão de o dizer aos nossos clientes”. Joel Pereira, da Tobogã, defende que com esta simplificação, “se empurra o mercado para a preparação de uma nova fase/necessidade”, a da formação. Sem uma aposta nessa vertente, Portugal corre o risco de “perder o comboio por não corresponder às expectativas dos nossos mercados emissores e, para além desta situação, com o aumento (espero eu) da cultura de realização de actividades de turismo de nature‑ za e aventura, os incidentes e acidentes comecem a tomar proporções que poderão prejudicar claramente o sector”, refere. “Não posso deixar de salientar o excelente trabalho realizado pela APECATE na criação da qualificação e respectivo perfil do Técnico de Turismo de Ar Livre (através através de um Curso de Especialização Tecnológica (CET) numa Escola de Hotelaria e Turismo, em parceria com a APECATE). À semelhança do que acontece noutros sectores, em que a segurança das pessoas é uma questão primordial, a formação certificada terá obrigatoriamente de ser uma condição de acesso a quem trabalha neste sector”, sublinha. No próximo dossiê sobre animação turística vamos falar sobre formação. Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpoint.com.pt]
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
72
© A L E X B I K FA LV I
E A GALIZA AQUI TÃO PERTO Para um português do Norte a Galiza é uma extensão natural da sua própria região. E arrisco dizer que o contrário também se aplica, pelo menos a julgar pela experiência de três dias na Galiza, a convite da Associação Galega de Feiras e Eventos. Uma viagem de descoberta pela oferta para eventos desta zona de Espanha, com um bónus: o melhor polvo de sempre!
CAMINHO DE SANTIAGO Este é o maior recurso turístico da região, que culmina na espectacular Catedral. Mundialmente famoso, o ca‑ minho beneficiou de uma requalificação no que toca às estradas e aos albergues, promovida pela Junta da Galiza. O cami‑ nho português tem 119 km (desde Tui) e é constituído por seis etapas, cumpridas todos os anos por milhares de pere‑ grinos. Em Santiago de Compostela, a qualquer hora do dia, é possível encon‑ trar estes peregrinos, gente de todas as geografias, movida por uma fé comum. E à noite a cidade anima‑se com uma enchente multicultural, que preenche as estreitas ruas, e que faz desta o mais cosmopolita burgo galego.
DESTINO INTERNACIONAL 73
vocacionada para o mercado espanhol, mas está a lutar por mais eventos in‑ ternacionais. A oferta hoteleira agrega cerca de três mil camas e para eventos o principal destaque é a ExpoCoruña. Trata‑se de um espaço amplo. Senão vejamos alguns detalhes, um átrio central com 5200 m2, um auditório com 424 lugares, um hall com 1971 m2, três salas de reunião com 150 m2 (que se podem transformar num espaço só). A ExpoCoruña não organiza eventos, apenas aluga espaços, com ou sem serviços agregados.
OURENSE: CIDADE TERMAL
C AT E D R A L D E S A N T I A G O D E C O M P O S T E L A
CORUNHA, FAMOSA PELA QUALIDADE DE VIDA Santiago tem uma Universidade muito importante, sobretudo na área da medicina, e é por isso a melhor clas‑ sificada (aliás é a única cidade galega) no ranking da ICCA ‑ International Congress and Convention Association, aparecendo num modesto 363º lugar. Para eventos, dispõe de vários venues, nomeadamente o Palacio de Congresos e Exposiciones de Galicia, o Auditorio de Galicia e a própria Universidade. No total, estes venues contam com 162 salas de reuniões. No que diz respeito a hotéis, a cidade dispõe de quatro hotéis de cinco estrelas (867 camas), 14 de quatro estrelas (2617 camas) e 18 de três estrelas (4744 camas)
Com 250 mil habitantes, a Corunha é considerada por muitos a cidade mais bo‑ nita da Galiza. Entre os séculos XVI e XIX foi mesmo a capital da região (hoje em dia é Santiago de Compostela). As praias, a praça Maria Pita, são pontos turísticos interessantes, mas a Torre de Hércules é, sem dúvida, o ex‑libris. Património da Humanidade, este é o único farol da antiguidade que ainda funciona e é o destino primeiro de muitos dos turis‑ tas que aportam na cidade a bordo dos muitos barcos cruzeiros que chegam ao porto. Curiosidade: o farol foi construído no século II DC, pela mão do arquitecto Caius Sevius Lupus, de Coimbra. Em termos de eventos, a cidade está
Ao longo da sua história, Ourense esteve muito ligada ao comércio. Entrada natural da Galiza a partir de Castela, no século XIX foi pratica‑ mente “colonizada” por comerciantes vindos dessa região vizinha. Hoje em dia a economia é de base agroali‑ mentar, sendo que existe um parque industrial e tecnológico importante perto da cidade. A grande atracção turística são as termas ao ar livre, bem no meio da cidade, “Las Burgas Romanas”. Aliás é no termalismo que reside muita da importância desta cidade, a segunda cidade termal mais importante da Europa (a primeira é Budapeste), e que recebe a principal feira termal da Península Ibérica e uma das mais relevantes da Europa. Esta é também uma região dos vinhos da Ribeira Sacra, internacionalmente famosos. A Expourense faz‑se justa‑ mente valer dos atributos regionais para organizar algumas das suas feiras mais importantes, a Termatália, Feira Internacional de Turismo Termal, o Xantar, dedicado à gastronomia (e inspirada na Feira de Gastronomia de Santarém), ou a Feira dos Vinhos Galegos (Vinis Terrae), entre outras. A título de curiosidade, dizer que na ExpoOurense decorre uma feira de fu‑ nerais, a Funergal ‑ Feria de Produtos y Servicios Funerarios. A Expourense dispõe de um hall W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DESTINO INTERNACIONAL . G A L I Z A 74
multiusos com 400 m2, um pavilhão principal com oito mil m2, e salas mais pequenas de conferências. Tudo servido por wi‑fi gratuito. Além de receber eventos de terceiros, a enti‑ dade também os organiza. Esse é o corebusiness, promover os próprios eventos, onde participam muitos portugueses. Cerca de 30% dos clientes deste espaço (expositores e visitantes) são de Portugal. De salientar que, no ano passado, e pela primeira vez, a Termatália inter‑ nacionalizou‑se, tendo sido realizada no Perú, e organizada pela mesma equipa que a faz em Ourense. O con‑ ceito vai continuar a ser exportado nos próximos anos.
VIGO E AS CÍES AO LARGO É a cidade mais importante da Galiza em termos de número de habitantes e de indústria. O sector automóvel é forte, já que a PSA Peugeot Citroën tem uma fábrica na cidade, e aí nasceram uma série de indústrias auxiliares. Vigo detém um dos principais portos pesqueiros do mundo, sendo que à sua volta gravita um tecido industrial dinâmico. Em termos hoteleiros, conta com uma oferta de mais de 14 mil quartos, de várias categorias. Uma das características únicas desta cidade é a intensa vida cultural e nocturna, que nasceu de geração espontânea. Ao largo de Vigo localizam‑se as be‑ líssimas Ilhas Cies. Com praias fabu‑ losas e miradouros naturais de cortar a respiração, estas ilhas não deixam ninguém indiferente. Não fosse a água fria (ou melhor, gelada) e poderíamos estar numa qualquer ilha do pacífico. Sem dúvida, a não perder. O Ifevi é o principal espaço para eventos, sejam feiras, sejam eventos de música ou desportivos. A jóia da coroa é um pavilhão com bancadas desmontáveis, e com condi‑ ções acústicas consideradas óptimas. O espaço, de nove mil m2, já recebeu con‑ certos de artistas como Lenny Kravitz
ILHAS CÍES
e Bob Dylan. Além deste espaço, dispõe de um auditório para 506 pessoas, dois outros pavilhões de cinco mil e nove mil m2, que podem tornar‑se um só. As principais feiras são a Navalia ‑ Feria Internacional de la Industria Naval, e a Conxemar ‑ Feria Internacional de Productos del Mar Congelados.
LUGO E O POLVO MEMORÁVEL Em Lugo comeu‑se a melhor refei‑ ção de toda a viagem e que vai deixar marcas no imaginário culinário da autora deste texto. O prato foi polvo e a companhia foi a do director do Parque de Exposições de Lugo, Ruben Lopez. Ele é o responsável pelo prin‑ cipal espaço para eventos nesta cidade do interior da Galiza. Conforme nos conta o anfitrião, a ocupação este ano é de 267 dias, isto porque apostam na multidisciplinaridade de eventos. Aqui é possível realizar feiras, con‑ gressos, espectáculos de música e até... casamentos (foram realizados dez no ano passado). Com dois pavilhões de 3600 m2, uma sala de congressos com
capacidade para 500 pessoas, salas de formação, entre outros espaços, o Parque de Exposições de Lugo quer abrir‑se mais ao mercado português, quer em termos de expositores, quer de organizadores que desejem realizar eventos na região. Além da oferta culinária, a não perder em Lugo é o centro histórico, totalmente mu‑ ralhado, e Património da Humanidade.
A ESTRADA, PAÇOS DE FERREIRA DA GALIZA Em A Estrada (Pontevedra) realiza‑se a principal feira de móveis da Galiza, para onde todos os anos rumam cerca de 100 expositores nacionais. A feira tem um impacto económico enorme, uma vez que conta com 30/40 mil visitantes nos nove dias de certame. Embora a oferta turística seja menor, a região está muito próxima de Santiago de Compostela.
DESTINO INTERNACIONAL . G A L I Z A 75
FEIRA INTERNACIONAL DE GALICIA: AGAFE: JUNTOS SÃO IMPRESSIONANTE MAIS FORTES Localiza‑se em Silleda, uma pequena cidade de dez mil habitantes na região de Pontevedra, a 15 Km de Santiago, e é o maior espaço para feiras de toda a Galiza. É verdadeiramente im‑ pressionante. O tamanho total são 54 hectares, o equivalente a 54 cam‑ pos de futebol. Podia perfeitamente receber uma exposição mundial, como a que ocorreu em Lisboa ou em Sevilha. Inaugurada em 1996, a Feira Internacional de Galicia (FIG) é maio‑ ritariamente detida por entidades pú‑ blicas. Ao todo o espaço dispõe de oito pavilhões, dois dos quais com mais de dez mil m2. Além dos pavilhões para feiras, a Feira Internacional de Galicia (FIG) conta com um centro de con‑ gressos, um auditório para 625 pessoas e várias salas de apoio. Os principais eventos são a Semana Verde (agricul‑ tura), a SALIMAT (alimentação) e a CIMAG (maquinaria agrícola).
São 50 associados de toda a Galiza e representam o ciclo de vida de um evento. Juntos formam a AGAFE: Associação Galega de Feiras e Eventos. A entidade conta já com alguns as‑ sociados portugueses, por exemplo a Spormex ou a Newevents, e em 2014 quer mudar os estatutos de forma a poder criar uma euroregião: Galiza e Norte de Portugal. Com a crise que assolou Espanha e esta actividade, a AGAFE foi a solução para enfrentar os desafios do sector. “A Galiza é um destino de qualidade na organiza‑ ção de feiras, eventos e congressos”, afirma Alejandro Rubin, presidente da Associação. Este é justamente o lema
desta associação que nasceu no ano passado. O primeiro objectivo é o de que os sócios façam negócio entre si, mas a meta é extravasar este âmbito. O Norte de Portugal é um mercado natu‑ ral para a Galiza e foi com isto em mente que a AGAFE organizou uma missão empresarial à região, para que mais empresários portugueses ficassem a par da oferta galega para feiras e eventos. Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpoint.com.pt] *Viajou a convite da AGAFE
W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
EMPRESAS 76
GONÇALO COELHO DE SOUSA
O QUE MUDOU NO DOUBLETREE BY HILTON LISBON ‑ FONTANA PARK? Desde logo a assinatura, DoubleTree by Hilton Lisbon ‑ Fontana Park, naquela que é a primeira unidade do grupo na capital portuguesa. Depois, as boas‑vindas ao viajante, assinaladas pela oferta de uma bolacha quente, com pepitas de chocolate. Um conforto, particularmente neste tempo frio, e uma tradição com mais de 25 anos em todos os hotéis DoubleTree by Hilton. Pequeno‑almoço Wake Up DoubleTree, e serviço de chá e de café no quarto. Connectivity station no lobby, com todas as funcionalidades de um business center. Área de fitness gratuita, aberta 24 horas. E ainda o programa Hilton HHonors®, único porque permite acu‑ mular pontos e milhas em simultâneo. De resto, o DoubleTree by Hilton Lisbon ‑ Fontana Park continua a beneficiar da localização privilegiada, bem no centro
da cidade, e das condições que oferece para reuniões e conferências. Todas as salas estão equipadas com a mais recente tecnologia e permitem uma fácil adapta‑ ção às necessidades de cada cliente. Gonçalo Coelho de Sousa, director‑geral do DoubleTree by Hilton Lisbon ‑ Fontana Park, não podia estar mais satisfeito com esta mudança para o universo Hilton. “Temos recebido um feedback bastante positivo de todos aqueles que nos visitam, o que nos motiva para fazer cada dia mais e melhor”. E acrescenta, “Na DoubleTree by Hilton adoptamos, e personificamos, uma cultura de serviço que denomi‑ namos CARE ‑ Creating A Rewarding Experience, que se constrói em torno da
criação de uma experiência gratificante para os nossos hóspedes e colaboradores, e ainda com o contributo de acções constan‑ tes dirigidas à comunidade local”. Além de beneficiar do apoio e conheci‑ mento da Hilton Worldwide, que conta com um portfólio de 10 marcas distintas e mais de quatro mil unidades em todo o mundo, o DoubleTree by Hilton Lisbon ‑ Fontana Park quer lançar novas ofer‑ tas, incluindo experiências únicas em Portugal, numa parceria com as outras duas unidades do grupo no país, o Hilton Vilamoura e o Conrad Algarve. Para mais informações visite: www.doubletree.com.
DIRECTÓRIO 77
DIRECTÓRIO AMBIENTE E )MISSION
L I S B O A | 2 1 0 1 5 7 1 6 1 | S E R G I O @ E‑ M I S S I O N N E U T R A L . C O M | W W W. E‑ M I S S I O N N E U T R A L . C O M / P T
SMART WAT T
P O R T O | 2 2 0 1 1 4 3 6 6 | I N F O @S M A R T WAT T. P T | W W W. S M A R T WAT T. P T
ANIMAÇÃO 2 THE LOVE PRO JEC T
L I S B O A | 9 6 2 3 4 1 9 5 5 | 2 T H E L O V E P R O JE C T@ G M A IL . C O M
ADEREÇO PRODUÇÕES
P O R T O | 2 2 5 3 2 2 7 2 0 | G E R A L@A D E R E C O . C O M | W W W. A D E R E C O . C O M
ASES NA MANG A
B R A G A | 2 5 3 2 8 3 4 8 3 | A S E S@A S E S N A M A N G A . C O M | W W W. A S E S N A M A N G A . C O M
CONCEP T 4 TALENT S
L I S B O A | 2 1 3 9 4 0 2 4 2 | G E R A L@ C O N C E P T4 TA L E N T S . C O M | W W W. C O N C E P T4 TA L E N T S . C O M
FADUS
E S T O R IL | 2 1 4 6 6 2 5 5 0 | G E R A L@ FA D U S P E C I A L E V E N T S . C O M | W W W. FA D U S P E C I A L E V E N T S . C O M
TOBOG Ã
VA L O N G O | 9 1 5 7 0 7 9 3 8 | IN F O @T O B O G A . P T | W W W.T O B O G A . P T
T UR AVENT UR
É V O R A | 2 6 6 74 3 1 3 4 | T U R AV E N T U R @T U R AV E N T U R . C O M | W W W.T U R AV E N T U R . C O M
VERTENTE NAT UR AL
S E S IM B R A | 2 1 0 8 4 8 9 1 9 | IN F O @V E R T E N T E N AT U R A L . C O M | W W W.V E R T E N T E N AT U R A L . C O M
ARTISTAS E ESPECTÁCULOS E VERY THING IS NE W
L I S B O A | 2 1 3 9 3 3 7 7 0 | G E R A L@ E V E R Y T H IN G I S N E W. P T | W W W. E V E R Y T H IN G I S N E W. P T
MÚSICA NO COR AÇ ÃO
L I S B O A | 2 1 0 1 0 5 7 0 0 | M U S I C A N O C O R A C A O @ M U S I C A N O C O R A C A O . P T | W W W. M U S I C A N O C O R A C A O . P T
RITMOS & BLUES
PA Ç O D ’A R C O S | 2 1 4 6 9 4 0 5 0 | IN F O @ R I T M O S E B L U E S . P T | W W W. R I T M O S E B L U E S . P T
UAU
L I S B O A | 2 1 3 3 0 3 5 0 0 | U A U @ U A U . P T | W W W. U A U . P T
AUDIOVISUAIS
MOVE IT
C O VA D A P I E D A D E | 2 1 2 5 8 1 9 8 0 | I N F O @ M O V E I T. P T | W W W. M O V E I T. P T
RITMOS URBANOS
L I S B O A | 2 1 0 1 6 8 4 5 2 | G E R A L@ R I T M O S U R B A N O S . C O M | W W W. R I T M O S U R B A N O S . C O M
WINE SOLU TIONS
S IN T R A | 9 6 4 3 7 0 6 3 3 | IN F O @ W IN E S O L U T I O N S . C O M | W W W.W IN E S O L U T I O N S . C O M
ANIMAÇÃO TURÍSTICA
F LYMEDIA
M AT O S IN H O S | 2 2 9 5 4 5 6 8 9 | F LY M E D I A@ M A IL .T E L E PA C . P T | W W W. F LY M E D I A . P T
BIG TIME
FÁT IM A | 2 4 9 5 3 3 7 7 0 | J U L I O . S A N T O S@ B I G T IM E . P T | W W W. B I G T IM E . P T
CAMINHOS DA HISTÓRIA
T O M A R | 2 4 9 3 0 2 2 4 5 | G E R A L@ C A M IN H O S D A H I S T O R I A . C O M
CAMPO AVENT UR A
Ó B I D O S | 2 6 2 9 6 8 8 7 0 | G E R A L@ C A M P O AV E N T U R A . P T | W W W. C A M P O AV E N T U R A . P T
EQUINÓCIO
L I S B O A | 2 1 0 1 5 5 1 3 9 | IN F O @ E Q U IN O C I O . C O M | W W W. E Q U IN O C I O . C O M
MARGENS
B A R R O S IN H A S | 2 3 4 6 4 8 5 7 1 | M A R G E N S@ M A R G E N S . P T | W W W. M A R G E N S . P T
PORT UG AL GREEN WALKS
B R A G A | 2 5 3 0 4 9 4 5 0 | IN F O @ C A M IN H O P O R T O S A N T I A G O . C O M | W W W. C A M IN H O P O R T O S A N T I A G O . C O M
ROTA DO F RESCO
V I L A N O VA D A B A R O N I A | 2 8 4 4 7 5 4 1 3 | I N F O @ R O TA D O F R E S C O . C O M | W W W. R O TA D O F R E S C O . C O M
RUSTIT UR
É V O R A | 2 6 6 9 7 8 0 4 3 | I N F O @ R U S T I T U R . C O M | W W W. R U S T I T U R . C O M
SAL
S E T Ú B A L | 2 6 5 2 2 7 6 8 5 | S A L@S A L . P T | W W W. S A L . P T
X VENA ‑ E VENTOS E AUDIOVISUAIS
L I S B O A | 9 1 8 3 9 4 4 3 4 | G E R A L@X V E N A . P T | W W W. X V E N A . P T
ADLC AUDIOVISUAIS
C A R N A X ID E | 2 1 8 6 2 1 4 4 0 | C O M E R C I A L@A D L C ‑ AV. C O M | W W W. A D L C ‑ AV. C O M
AUDINOVA
L E Ç A D A PA L M E IR A | 2 2 9 9 6 1 9 3 0 | G E R A L@A U D IN O VA . P T | W W W. A U D IN O VA . P T
AUDIOMEIOS
V E N D A D O P IN H E IR O | 2 1 9 6 6 3 8 4 3 | G E R A L@A U D I O M E I O S . P T | W W W. A U D I O M E I O S . P T
AVK
L I S B O A | 2 1 9 4 1 3 5 3 0 | C O M E R C I A L@AV K . P T | W W W. AV K . P T
BACKLIGHT
S E T Ú B A L | 2 1 2 3 4 9 74 0 | B A C K L I G H T@V E R Y L I G H T. P T
DIGITAL F R AME
V IL A N O VA D E G A I A | 2 2 7 8 7 0 17 5 | IN F O @ D I G I TA L F R A M E . P T | W W W. D I G I TA L F R A M E . P T W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DIRECTÓRIO 78
ELEC TROAUDIO
S . D O M IN G O S D E R A N A | 2 1 4 5 3 1 2 2 3 | I N F O @ E L E C T R O A U D I O . N E T | W W W. E L E C T R O A U D I O . N E T
EUROLOGISTIX
V I L A M O U R A | 2 8 9 4 1 9 1 9 9 | G E R A L@ E U R O L O G I S T I X . P T | W W W. E U R O L O G I S T I X . N E T
MAINVISION MEDIA SOLU TIONS
L I S B O A | 2 1 1 5 8 3 0 5 3 | IN F O @ M A IN V I S I O N . P T | W W W. M A IN V I S I O N . P T
SERVICE PACK
L E Ç A D A PA L M E I R A | 2 2 9 9 4 2 9 4 4 | G E R A L@S E R V I C E PA C K . P T | W W W. S E R V I C E PA C K . P T
SMART CHOICE
L I S B O A | 2 1 8 6 8 1 0 3 5 | G E R A L@S M A R T C H O I C E . P T | W W W. S M A R T C H O I C E . P T
CATERING B HOLDING
DESTINATION MANAGEMENT COMPANIES ABREU
L I N D A ‑ A ‑V E L H A | 2 1 4 1 5 6 1 1 5 | D M C P O R T U G A L . L I S B O N @A B R E U . P T | W W W. D M C P O R T U G A L . A B R E U . P T
AIMS
L I S B O A | 2 1 3 2 4 5 0 4 0 | L I S B O N @A IM S ‑ IN T E R N AT I O N A L . C O M | W W W. A IM S . P T
CIT UR TR AVEL
L IN D A ‑ A ‑V E L H A | 2 17 7 1 2 6 1 0 | L I S B O N @ C I T U R . P T | W W W. C I T U R . P T
DOC DMC SERVICES
L I S B O A | 2 1 3 2 4 2 0 0 0 | E V E N T S@ D O C ‑ D M C . C O M | W W W. D O C ‑ D M C . C O M
E VENT S BY TLC
L I S B O A | 2 1 3 2 1 3 0 6 0 | E V E N T S@T L C . P T | W W W. E V E N T S B Y T L C . C O M
F ORUM D’IDEIAS ‑ PCO & DMC
A B Ó B O D A | 2 1 4 6 5 8 4 2 0 | G E R A L@ B H O L D IN G . C O M . P T | W W W. B H O L D IN G . C O M . P T
V IL A N O G U E IR A D E A Z E I TÃ O | 2 1 2 1 8 9 3 9 3 | IN F O @ F O R U M D ID E I A S . C O M | W W W. F O R U M D ID E I A S . C O M
CASA DO MARQUÊS
IMAGINE MORE
CATERI
THE HOUSE OF E VENT S
COOKING L AB
TOP ATL ÂNTICO DMC
COZINHA DIVINA
T UR ANGR A
ENCONTRUS
ESPAÇOS MULTIUSOS
L I S B O A | 2 1 4 1 1 8 1 5 2 | C A S A D O M A R Q U E S@ C A S A D O M A R Q U E S . P T | W W W. C A S A D O M A R Q U E S . P T
A L C A B ID E C H E | 2 1 4 6 0 8 8 3 0 | G E R A L@ C AT E R I . P T | W W W. C AT E R I . P T
L I S B O A | 9 1 1 5 5 9 6 6 6 | I N F O @ C O O K I N G L A B . N E T | W W W. C O O K I N G L A B . N E T
L O U R I N H Ã | 9 17 8 9 8 5 5 5 | C O N TA C T O @ C O Z IN H A D I V IN A . C O M | W W W. C O Z IN H A D I V IN A . C O M
C A R R E G A L D O S A L | 2 3 2 9 6 0 2 0 0 | M A IL@ E N C O N T R U S . C O M | W W W. E N C O N T R U S . C O M
MO JITO BAR CATERING
PA Ç O D E A R C O S | 9 1 9 1 8 6 0 2 9 | I N F O @ M O J I T O B A R C AT E R IN G . C O M | W W W. M O J I T O B A R C AT E R IN G . C O M
PAL ACE CATERING
L I S B O A | 2 1 3 6 2 8 3 9 3 | A N A .T E L O @ IM A G IN E M O R E . P T | W W W. IM A G IN E M O R E . P T
P O R T O | 2 2 8 3 4 8 9 4 0 | IN F O @T H E . P T | W W W.T H E . P T
L I S B O A | 2 1 8 9 2 5 8 0 0 | T O PAT L A N T I C O @T O PAT L A N T I C O . C O M | W W W.T O PAT L A N T I C O . P T
A N G R A D O H E R O Í S M O | 2 9 5 4 0 1 5 1 5 | A N G R A@T U R A N G R A . C O M | W W W.T U R A N G R A . C O M
AVEIRO EUROPARQUE
S A N TA M A R I A D A F E IR A | 2 5 6 3 7 0 2 0 0 | E V E N T O S@ E U R O PA R Q U E . P T | W W W. E U R O PA R Q U E . P T
P O R T O | 7 0 7 5 0 2 2 2 0 | C O M E R C I A L@ PA L A C E C AT E R I N G . P T | W W W. PA L A C E C AT E R I N G . P T
BR AG A
SILVA CARVALHO CATERING
MULTIUSOS DE GUIMAR ÃES
TRÊS SÉCULOS
PARQUE DE E XPOSIÇÕES DE BR AG A
TROPICAL CATERING
COIMBR A
S I N T R A | 2 1 9 2 5 5 5 1 0 | C O M E R C I A L@S C C AT E R IN G . P T | W W W. S ILVA C A R VA L H O C AT E R I N G . C O M
V IL A N O VA D E G A I A | 2 2 3 74 2 8 0 0 | G E N E R A L . O F F I C E@T R E S S E C U L O S . P T | W W W.T R E S S E C U L O S . P T
F U N C H A L | 2 9 1 7 0 0 8 4 0 | R E S TA U R A N T E .T R O P I C A L@ C L I X . P T | W W W.T R O P I C A L C AT E R IN G . PA ‑ N E T. P T
CONVENTION BURE AUX / TURISMOS ALG ARVE CONVENTION BURE AU
FA R O | 2 8 9 8 0 0 4 0 3 | W W W. A L G A R V E C O N V E N T I O N . C O M
ESTORIL & SINTR A CONVENTION BURE AUX
E S T O R I L | 2 1 4 6 6 8 1 6 7 | G E R A L@ E S T O R IL M E E T IN G S . C O M | W W W. E S T O R IL M E E T IN G S . C O M
PORTO CONVENTION BURE AU
P O R T O | 2 2 3 3 2 6 7 5 1 | P O R T O C V B @ P O R T O C V B . C O M | W W W. P O R T O C V B . C O M
T URISMO DA MADEIR A
M A D E I R A | 2 9 1 2 1 1 9 0 0 | IN F O @ M A D E IR AT O U R I S M . C O M | W W W. M A D E IR A I S L A N D S .T R AV E L
T URISMO DE LISBOA VISITORS & CONVENTION BURE AU L I S B O A | 2 1 0 3 1 2 7 0 0 | AT L@V I S I T L I S B O A . C O M | W W W.V I S I T L I S B O A . C O M
T URISMO DO ALENTE JO
G R Â N D O L A | 2 6 9 4 9 8 6 8 0 | G E R A L@T U R I S M O D O A L E N T E J O . P T | W W W.V I S I TA L E N T E J O . P T
T URISMO DO CENTRO DE PORT UG AL
AV E I R O | 2 3 4 4 2 0 7 6 0 | G E R A L@T U R I S M O D O C E N T R O . P T | W W W.T U R I S M O D O C E N T R O . P T
G U IM A R Ã E S | 2 5 3 5 2 0 3 0 0 | G E R A L@T E M P O L I V R E . P T | W W W.T E M P O L I V R E . P T
B R A G A | 2 5 3 2 0 8 2 3 0 | P E B @ P E B . P T | W W W. P E B . P T
CENTRO DE ARTES E ESPEC TÁCULOS DA F IGUEIR A DA F OZ F I G U E IR A D A F O Z | 2 3 3 4 0 7 2 0 0 | G E R A L@ F I G U E IR AT U R I S M O . C O M | W W W. C A E . P T
FARO CENTRO DE CONGRESSOS DO AR ADE
P O R T IM Ã O | 2 8 2 4 1 0 4 4 0 | G E R A L@ E X P O A R A D E . P T | W W W. E X P O A R A D E . P T
PORTIMÃO ARENA
P O R T IM Ã O | 2 8 2 4 1 0 4 4 0 | G E R A L@ P O R T IM A O T U R I S . P T | W W W. P O R T IM A O A R E N A . C O M
LEIRIA CENTRO CULT UR AL E CONGRESSOS DAS CALDAS DAS R AINHA C A L D A S D A R A IN H A | 2 6 2 8 8 9 6 5 0 | S E C R E TA R I A D O @ C C C . E U . C O M | W W W. C C C . E U . C O M
E XPOSAL ÃO BATALHA
B ATA L H A | 2 4 4 7 6 9 4 8 0 | IN F O @ E X P O S A L A O . P T | W W W. E X P O S A L A O . P T
DIRECTÓRIO 79
LISBOA
CAVES CALÉM ‑ SOGE VINUS F INE WINES
V IL A N O VA D E G A I A | 2 2 3 74 6 6 6 0 | T U R I S M O @S O G E V IN U S . C O M | H T T P : // W W W. C A L E M . P T
COLISEU DO PORTO
P O R T O | 2 2 3 3 9 4 9 4 0 | C O L I S E U @ C O L I S E U D O P O R T O . P T | W W W. C O L I S E U D O P O R T O . P T
E XPONOR
M AT O S IN H O S | 2 2 9 9 8 1 4 0 0 | IN F O @ E X P O N O R . P T | W W W. E X P O N O R . P T
MEO ARENA
L I S B O A | 2 1 8 9 1 8 4 0 9 | I N F O @ M E O A R E N A . P T | W W W. M E O A R E N A . P T
AUDITÓRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA L I S B O A | 2 17 9 2 2 6 2 5 | A U D I T O R I O @ F M D . U L . P T | W W W. F M D . U L . P T
ASSOCIAÇ ÃO COMERCIAL DE LISBOA
L I S B O A | 2 1 3 2 2 4 0 5 0 | S M @A C L . O R G . P T | W W W. A C L . O R G . P T
CAMPO PEQUENO
L I S B O A | 2 17 9 9 8 4 5 0 | VA S C O C O R N E L I O @ C A M P O P E Q U E N O . C O M | W W W. C A M P O P E Q U E N O . C O M
CASINO ESTORIL
E S T O R I L | 2 1 4 6 6 7 7 0 0 | I N F O . C E S T O R I L@ E S T O R I L . S O L . C O M | W W W. C A S I N O ‑ E S T O R I L . P T
CENTRO CULT UR AL DE BELÉM
F UNDAÇ ÃO DE SERR ALVES CONGRESS CENTER
P O R T O | 2 2 6 1 5 6 5 0 0 | S E R R A LV E S@S E R R A LV E S . P T | W W W. S E R R A LV E S . C O M
MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA
P O R T O | 2 2 3 4 0 1 9 0 0 | L A R C H E R @T N S J . P T | W W W.T N S J . P T
SANTARÉM CNEMA
S A N TA R É M | 2 4 3 3 0 0 3 0 0 | C E N T R O D E C O N G R E S S O S@ C N E M A . P T | W W W. C N E M A . P T
VISEU E XPOVIS
V I S E U | 2 3 2 4 2 2 0 1 8 | G E R A L@ E X P O V I S . P T | W W W. E X P O V I S . P T
L I S B O A | 2 1 3 6 1 2 6 9 7 | D A C@ C C B . P T | W W W. C C B . P T
AÇORES
CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
AÇOR ARENA
L I S B O A | 2 1 3 6 0 1 4 0 0 | L I S B O A C C@A IP. P T | W W W. L I S B O A C C . P T
V IL A F R A N C A D O C A M P O | 2 9 6 5 3 9 3 9 0 | A C O R A R E N A@A C O R A R E N A . P T
CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL
CENTRO CULT UR AL E DE CONGRESSOS DE ANGR A DO HEROÍSMO
E S T O R IL | 2 1 4 6 4 7 5 7 5 | IN F O @ E S T O R IL C O N G R E S S C E N T E R . C O M | W W W. E S T O R IL C O N G R E S S C E N T E R . C O M
A N G R A D O H E R O Í S M O | 2 9 5 2 0 6 1 2 0 | C U LT U R A N G R A@ C U LT U R A N G R A . P T
COLISEU DE LISBOA
MADEIR A
L I S B O A | 2 1 3 2 4 0 5 8 0 | M J O A O @ C O L I S E U L I S B O A . C O M | W W W. C O L I S E U L I S B O A . C O M
CONVENTO DO BE ATO
L I S B O A | 2 1 0 1 0 9 9 2 3 | C O N V E N T O D O B E AT O @ C E R E A L I S . P T | W W W. C O N V E N T O D O B E AT O . C O M
ESTÁDIO ALVAL ADE X XI
L I S B O A | 2 17 5 1 6 5 2 2 | E V E N T O S . C O R P O R AT E@S C P. P T | W W W. S P O R T IN G . P T
ESTÁDIO DA LUZ ‑ BENF ICA E VENTOS
CENTRO CULT UR AL E DE CONGRESSOS DE PORTO SANTO P O R T O S A N T O | 2 9 1 9 8 0 6 0 0
MADEIR A TECNOPOLO
F U N C H A L | 2 9 1 7 2 0 0 0 0 | A D M IN @ M A D E IR AT E C N O P O L O . P T | W W W. M A D E IR AT E C N O P O L O . P T
ESTRUTURAS E ALUGUER DE MATERIAL
L I S B O A | 2 17 2 1 9 5 6 5 | B S A@S L B E N F I C A . P T | W W W. S L B E N F I C A . P T
F IL ‑ F EIR A INTERNACIONAL DE LISBOA L I S B O A | 2 1 8 9 2 1 5 0 0 | F I L@A IP. P T | W W W. F I L . P T
PORTO ALUGOCLIMA ( AR‑CONDICIONADO)
A L D E I A D E PA I O P IR E S | 2 1 2 5 4 9 5 5 0 | IN F O @A L U G O C L IM A . C O M | W W W. A L U G O C L IM A . C O M
CENTRO DE CONGRESSOS E E XPOSIÇÕES DA ALFÂNDEG A P O R T O | 2 2 3 4 0 3 0 2 4 | C C E@A M T C . P T | W W W. A M T C . P T
CBS
L O U S A D A | 2 5 5 8 1 0 2 3 0 | G E R A L@ C B S . P T | W W W. C B S . P T
ESTÁDIO DO DR AG ÃO
P O R T O | 2 2 5 0 8 3 0 2 7 | P O R T O E S TA D I O @ F C P O R T O . P T | W W W. F C P O R T O . P T
MULTILEM
A Z A M B U J A | 2 6 3 4 0 0 0 1 0 | IN F O @ M U LT IL E M , P T | W W W. M U LT IL E M . P T W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DIRECTÓRIO 80
ALUGU’AQUI (MOBILIÁRIO, LOUÇ A )
FABRICE ZIEGLER
EURODOME (DOMES E OU TR AS E STRU TUR AS)
NV ST UDIO
EUROPALCO (PALCOS E OU TR AS ESTRU T UR AS)
HOTÉIS
S IN T R A | 2 1 9 1 0 8 0 0 3 | I N F O @A A Q U I . C O M | W W W. A A Q U I . C O M
F E R N Ã O F E R R O | 9 17 2 2 4 8 6 6 | E U R O D O M E S@ G M A I L . C O M | W W W. E U R O D O M E . P T
M E M M A R T IN S | 2 1 9 6 0 5 5 2 0 | VA N E S S A . F O N S E C A@ E U R O PA L C O . P T | W W W. E U R O PA L C O . C O M
E VENTPACK (ESTRU T UR AS, MOBILIÁRIO, DECOR AÇ ÃO) B R A G A | 2 5 3 2 8 3 4 8 3 | P E D R O @ E V E N T PA C K . N E T | W W W. E V E N T PA C K . N E T
E VIDÊNCIA DISPL AY (STANDS)
L I S B O A | 2 1 4 6 0 3 6 2 0 | G E R A L@ E V ID E N C I A D I S P L AY. C O M | W W W. E V ID E N C I A D I S P L AY. C O M
GL E VENT S (MOBILIÁRIO)
A L C O C H E T E | 2 1 2 3 17 4 3 0 | IN F O @ G L E V E N T S ‑ P O R T U G A L . C O M | W W W. G L E V E N T S ‑ P O R T U G A L . C O M
MODEL STAND (STANDS)
B R A G A | 2 5 3 3 0 0 3 2 0 | C O M E R C I A L@ M O D E L S TA N D . P T | W W W. M O D E L S TA N D . P T
L I S B O A | 2 1 8 8 7 7 7 1 9 | FA B R I C E Z I E G L E R @ N E T C A B O . P T | W W W. FA B R I C E Z I E G L E R . C O M
P O R T O | 2 2 6 1 8 0 74 1 | N V S T U D I O @ N V S T U D I O . P T | W W W. N V S T U D I O . P T
AVEIRO GR ANDE HOTEL DA CURIA
A N A D I A | 2 3 1 5 1 5 7 2 0 | G E R A L@ G R A N D E H O T E L D A C U R I A . C O M | W W W. G R A N D E H O T E L D A C U R I A . C O M
PAL ACE HOTEL BUSSACO
L U S O | 2 3 1 9 3 7 9 7 0 | B U S S A C O @A L M E ID A H O T E L S . C O M | W W W. A L M E ID A H O T E L S . C O M
BE JA BE JA PARQUE HOTEL
B E J A | 2 8 4 3 1 0 5 0 0 | R E S E R VA S@ B E J A PA R Q U E H O T E L . C O M | W W W. B E J A PA R Q U E H O T E L . C O M
MULTIARCO ( AR‑CONDICIONADO)
L I S B O A | 2 1 8 4 8 3 74 0 | I N F O @ M U LT I A R C O . P T | W W W. M U LT I A R C O . P T
BR AG A
PEBÊ DESIGN (STANDS)
MELIÃ BR AG A
T E R R U G E M | 2 1 9 1 8 8 7 2 0 | G E R A L@ P E B E . P T | W W W. P E B E . P T
B R A G A | 2 5 3 1 4 4 0 0 0 | M E L I A . B R A G A@ M E L I A P O R T U G A L . C O M | W W W. M E L I A B R A G A . C O M
POP COMMUNICATION GROUP (STANDS, SINALÉ TICA )
BR AG ANÇ A
L I S B O A | 2 1 8 6 5 0 4 0 0 | P O P G R O U P @ P O P G R O U P. P T | W W W. P O P G R O U P. P T
PUBLIACÇ ÃO (ROAD‑ SHOW )
A L M A R G E M D O B I S P O | 2 1 0 1 0 6 2 9 5 | G E R A L@ P U B L I A C C A O . C O M | W W W. P U B L I A C C A O . C O M
SIR AM (PALCOS E OU TR AS ESTRU T UR AS)
F U N C H A L | 2 9 1 2 3 0 3 5 0 | S IR A M @S IR A M . P T | W W W. S IR A M . C O M
SPORME X (STANDS)
HOTEL SÃO L Á Z ARO
B R A G A N Ç A | 2 7 3 3 0 2 7 0 0 | C O M E R C I A L . H S L@ H O T E I S ‑ A R C O . C O M | W W W. H O T E I S ‑ A R C O . C O M
CASTELO BR ANCO TRYP COLINA DO CASTELO
CASTELO BRANCO | 272 349 280 | TRYP.COLINA.CASTELO@SOLMELIAPORTUGAL.COM | WWW.TRYPCOLINACASTELO.COM
B R A G A | 2 5 3 6 7 3 6 8 9 | G E R A L@S P O R M E X . P T | W W W. S P O R M E X . P T
COIMBR A
FORMAÇÃO
HOTEL QUINTA DAS L ÁGRIMAS
ESCOL A DE GESTÃO E NEGÓCIOS
L I S B O A | 2 1 3 17 7 6 0 7 | E G N E G O C I O S@ U N I V E R S ID A D E‑ A U T O N O M A . P T | W W W. E G N E G O C I O S . U A L . P T
ESCOL A SUPERIOR DE HOTEL ARIA E T URISMO DO ESTORIL
C O IM B R A | 2 3 9 8 0 2 3 8 0 | C O M E R C I A L@ Q U IN TA D A S L A G R IM A S . P T | W W W. Q U IN TA D A S L A G R IM A S . P T
HOTEL VIL A G ALÉ COIMBR A
C O IM B R A | 2 3 9 2 4 0 0 0 0 | C O IM B R A@V IL A G A L E . P T | W W W.V IL A G A L E . P T
E S T O R IL | 2 1 0 0 4 0 7 0 0 | I S A B E L . S O U S A@ E S H T E . P T | W W W. E S H T E . P T
É VOR A
ESCOL A SUPERIOR DE T URISMO E TECNOLOGIA DO MAR
HOTEL MAR DE AR
E TIC
FARO
P E N I C H E | 2 6 2 7 8 3 6 0 7 | E S T M @ IP L E IR I A . P T | W W W. E S T M . IP L E IR I A . P T
L I S B O A | 2 1 3 9 4 2 5 5 0 | I N F O @ E T I C . P T | W W W. E T I C . P T
ISL A
L I S B O A | 8 0 8 2 0 3 5 4 4 | E L P M E@ L X . I S L A . P T | W W W. I S L A . P T
RESTART
L I S B O A | 2 1 3 6 0 9 4 5 0 | I N F O @ R E S TA R T. P T | W W W. R E S TA R T. P T
FOTOGRAFIA E VÍDEO
É V O R A | 2 6 6 74 0 7 0 0 | G E R A L@ M A R D E A R H O T E L S . C O M | W W W. M A R D E A R H O T E L S . C O M
CROWNE PL A Z A HOTEL
V IL A M O U R A | 2 8 9 3 8 1 6 0 0 | G E R A L@ C P V IL A M O U R A . C O M | W W W. C R O W N E P L A Z AV IL A M O U R A . C O M
C S SALG ADOS GR ANDE HOTEL
A L B U F E IR A | 2 8 9 5 9 8 3 3 1 | G R O U P S . A L G A R V E@ C S H O T E L S A N D R E S O R T S . C O M | W W W. C S H O T E L S A N D R E S O R T S . C O M
LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORT
P O R T I M Ã O | 2 8 2 4 2 0 2 0 0 | R E S E R VAT I O N S . P E N IN A@ L E M E R I D I E N . C O M | W W W. L E M E R I D I E N P E N I N A . C O M
SHER ATON ALG ARVE HOTEL & RESORT
ALBUF EIR A | 289 500 100 | PINECLIF F S.RE SERVATIONS@LU X URYC OLLEC TION.C OM | W W W.SHER AT ONALG ARVE .C OM
TIVOLI MARINA DE VIL AMOUR A
V IL A M O U R A | 2 8 9 3 0 3 3 0 3 | H T M A R IN AV IL A M O U R A@T I V O L IH O T E L S . C O M | W W W.T I V O L IH O T E L S . C O M
LEIRIA MINIF OTO
L I S B O A | 2 17 5 6 7 3 3 0 | M I N IF O T O @ N E T C A B O . P T | W W W. M IN IF O T O ‑ E S T U D I O . C O M
MARRIOT PR AIA D’EL RE Y & BE ACH RESORT
Ó B I D O S | 2 6 2 9 0 5 1 0 0 | I N F O . P D R @ M A R R I O T T‑ P D R . C O M . P T | W W W. P R A I A ‑ D E L‑ R E Y. C O M
DIRECTÓRIO 81
LISBOA
AÇORES HOTEL AVENIDA
P O N TA D E L G A D A | 2 9 6 2 0 9 6 6 0 | AV E N ID A@ B E N S A U D E . P T | W W W. B E N S A U D E . P T
HOTEL AÇORES ATL ÂNTICO
P O N TA D E L G A D A | 2 9 6 3 0 2 2 0 0 | AT L A N T I C O @ B E N S A U D E . P T | W W W. B E N S A U D E . P T
MADEIR A DOUBLE TREE BY HILTON LISBON ‑ F ONTANA PARK
L I S B O A | 2 1 0 4 1 0 6 0 0 | L I S B O N F O N TA N A PA R K . IN F O @ H ILT O N . C O M | W W W. D O U B L E T R E E . C O M
CORINTHIA LISBOA HOTEL
L I S B O A | 2 17 2 3 6 3 6 3 | L I S B O A@ C O R IN T H I A . P T | W W W. C O R IN T H I A H O T E L S . C O M
HOTEL CASCAIS MIR AGEM
C A S C A I S | 2 1 0 0 6 0 6 0 0 | R E S E R VAT I O N S@ C A S C A I S M IR A G E . C O M | W W W. C A S C A I S M I R A G E . C O M
HOTEL SAVOY
F U N C H A L | 2 9 1 2 1 3 0 0 0 | R E S E R VAT I O N S@S AV O Y R E S O R T. C O M | W W W. S AV O Y R E S O R T. C O M
THE VINE HOTEL
F U N C H A L | 2 9 1 0 0 9 0 0 0 | R E S E R VAT I O N S@ H O T E LT H E V IN E . C O M | W W W. H O T E LT H E V IN E . C O M
ORGANIZADORES PROFISSIONAIS DE CONGRESSOS
HOTEL RE AL VILL A ITÁLIA
C A S C A I S | 2 1 0 9 6 6 0 0 0 | R E A LV IL L A I TA L I A@ H O T E I S R E A L . C O M | W W W. R E A L H O T E L S G R O U P. C O M
LISBON MARRIOT T HOTEL
L I S B O A | 2 17 2 3 5 4 0 0 | C L A U D I A .V E N T U R A@ M A R R I O T T H O T E L S . C O M | W W W. M A R R I O T T. C O M
PAL ÁCIO ESTORIL
E S T O R IL | 2 1 4 6 4 8 0 0 0 | F R O N T‑ D E S K@ PA L A C I O E S T O R IL H O T E L . C O M | W W W. PA L A C I O E S T O R IL H O T E L . C O M
PESTANA PAL ACE
L I S B O A | 2 1 3 6 1 5 6 0 0 | S A L E S . P O R T U G A L@ P E S TA N A . C O M | W W W. P E S TA N A . C O M
RIT Z F OUR SE ASONS HOTEL LISBOA
L I S B O A | 2 1 3 8 1 1 4 0 0 | F S H . L I S B O N @ F O U R S E A S O N S . C O M | W W W. F O U R S E A S O N S . C O M / L I S B O N
VIP E XECU TIVE ART ’S
L I S B O A | 2 1 0 0 2 0 4 0 0 | H O T E L A R T S@V IP H O T E L S . C O M | W W W.V IP H O T E L S . C O M
PORTO PORTO PAL ÁCIO CONGRESS HOTEL & SPA
P O R T O | 2 2 6 0 8 6 6 0 0 | G E R A L@ P O R T O PA L A C I O H O T E L . P T | W W W. P O R T O PA L A C I O H O T E L . P T
POUSADA DO PORTO
P O R T O | 2 2 5 3 1 1 0 0 0 | G U E S T@ P O U S A D A S . P T | W W W. P O U S A D A S . P T
SHER ATON PORTO HOTEL & SPA
P O R T O | 2 2 0 4 0 4 0 0 0 | S H E R AT O N . P O R T O @S H E R AT O N P O R T O . C O M | W W W. S H E R AT O N P O R T O . C O M
THE YE ATMAN
FAC TOR CHAVE
A L G É S | 2 1 4 3 0 7 74 0 | C O N G R E S S O S@ FA C T O R C H AV E . P T | W W W. FA C T O R C H AV E . C O M
ACRÓPOLE
P O R T O | 2 2 6 1 9 9 6 8 0 | G E R A L@A C R O P O L E‑ S E R V I C O S . P T | W W W. A C R O P O L E‑ S E R V I C O S . P T
CI ‑ CONGRESSOS E INCENTIVOS
S IN T R A | 2 1 9 2 4 6 3 4 2 | C I C O N G R E S S O S@S A P O . P T | W W W. C I ‑ C O N G R E S S O S . C O M
CPL MEE TINGS & E VENT S
C A S C A I S | 2 1 4 0 0 3 5 4 0 | E V E N T S@ C P L E V E N T S . P T | W W W. C P L E V E N T S . P T
LE ADING ‑ CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENT L IN D A ‑ A ‑V E L H A | 2 17 7 1 2 6 3 4 | L E A D IN G @ L E A D IN G . P T | W W W. L E A D IN G . P T
MUNDICONVENIUS
L I S B O A | 2 1 3 1 5 5 1 3 5 | I N F O @ M U N D I C O N V E N I U S . P T | W W W. M U N D I C O N V E N I U S . P T
SK YROS
P O R T O | 2 2 6 1 6 5 4 5 0 | S K Y R O S@S K Y R O S ‑ C O N G R E S S O S . C O M | W W W. S K Y R O S ‑ C O N G R E S S O S . C O M
ORGANIZADORES DE E VENTOS
V IL A N O VA D E G A I A | 2 2 0 1 3 3 1 0 0 | R E S E R VAT I O N S@T H E Y E AT M A N . C O M | W W W.T H E Y E AT M A N . C O M
TIAR A PARK ATL ANTIC
P O R T O | 2 2 6 0 7 2 5 0 0 | R E S E R VA S . P O R T O @T I A R A ‑ H O T E L S . C O M | W W W.T I A R A ‑ H O T E L S . C O M
SANTARÉM DOM GONÇ ALO HOTEL & SPA
FÁT IM A | 2 4 9 5 3 9 3 3 0 | M A IL@ H O T E L D G . C O M | W W W. H O T E L D G . C O M
VIANA DO C ASTELO
DESAF IO GLOBAL ATIVISM
LINDA‑A‑VELHA | 214 149 550 | PEDRO.RODRIGUES@DESAFIOGLOBAL.ATIVISM.PT | W W W.DESAFIOGLOBAL.ATIVISM.PT
F LÔR DE SAL
V I A N A D O C A S T E L O | 2 5 8 8 0 0 1 0 0 | R E S E R VA S@ H O T E L F L O R D E S A L . C O M | W W W. H O T E L F L O R D E S A L . C O M
V I L A R E AL VIDAGO PAL ACE HOTEL
V I D A G O | 2 7 6 9 9 0 9 0 0 | V I D A G O PA L A C E@ U N I C E R . P T | W W W.V I D A G O PA L A C E H O T E L . C O M
VISEU
INF ORPRESS
L I S B O A | 2 1 3 2 4 0 2 2 7 | L I S B O A@ I N F O R P R E S S . C O M | W W W. IN F O R P R E S S . C O M
HOTEL MONTEBELO
V I S E U | 2 3 2 4 2 0 0 0 0 | M O N T E B E L O V I S E U @V I S A B E IR AT U R I S M O . C O M | W W W. M O N T E B E L O V I S E U . P T W W W . E V E N T P O I N T. C O M . P T
DIRECTÓRIO 82
MED F IRST
PA Ç O D E A R C O S | 2 1 6 0 0 2 7 3 2 | G E R A L@ M E D F IR S T. P T | W W W. M E D F IR S T. P T
SEGURANÇA 20 45
M A LV E IR A | 2 1 9 6 6 3 0 7 0 | G E R A L@2 0 4 5 S A . P T | W W W. 2 0 4 5. P T
KRIAE VENTOS
L I S B O A | 2 17 9 5 5 4 2 4 | K E@ K R I A E V E N T O S . P T | W W W. K R I A E V E N T O S . P T
JOSÉ PIMENTEL F URTADO
9 17 7 2 6 2 6 9 | J O S E P F U R TA D O @S A P O . P T
SOF T WARE DE GESTÃO DE E VENTOS
S.V. E VENTOS & COMUNICAÇ ÃO C O R R O I O S | 2 1 2 5 5 0 0 5 7 | S V E V E N T O S E C O M U N I C A C A O @ G M A IL . C O M | W W W. S V E C . C O M . P T
AC TING OU T
E VENT SERVICES
BEST E VENT S
T ZIR ANDA
LINEUP
TRANSPORTES
L I S B O A | 2 1 4 5 4 4 3 5 5 | A C T IN G O U T@A C T IN G O U T. P T | W W W. A C T IN G O U T. P T
B R A G A | 2 5 3 2 0 4 0 5 3 | I N F O @ B E S T E V E N T S . P T | W W W. B E S T E V E N T S . P T
L I S B O A | 2 1 3 3 0 3 7 3 4 | I N F O @ L I N E U P. P T | W W W. L I N E U P. P T
MERCADO DA CULT UR A
O E IR A S | 2 1 4 4 1 0 4 4 8 | G E R A L@ M E R C A D O D A C U LT U R A . P T | W W W. M E R C A D O D A C U LT U R A . P T
NE W E VENT S
L I S B O A | 2 1 3 3 0 3 7 6 8 | G E R A L@ N E W E V E N T S . C O M . P T | W W W. N E W E V E N T S . C O M . P T
PMP PRODUÇÕES
L I S B O A | 2 1 8 6 1 9 3 7 5 | G E R A L@ P M P E V E N T O S . C O M | W W W. P M P E V E N T O S . C O M
PRESTÍGIO
L I S B O A | 2 1 3 8 3 9 6 0 0 | G E R A L@ P R E S T I G I O . P T | W W W. P R E S T I G I O . P T
RE ALIZ AR
V IL A N O VA D E G A I A | 2 2 0 9 3 2 9 4 7 | IN F O @ E V E N T S E R V I C E S . P T | W W W. E V E N T S E R V I C E S . P T
L I S B O A | 2 1 3 1 4 0 9 8 3 | R G F@T Z IR A N D A . C O M | W W W.T Z IR A N D A . C O M
DOURO A ZUL
P O R T O | 2 2 3 4 0 2 5 0 0 | R E S E R VA S@ D O U R O A Z U L . C O M | W W W. D O U R O A Z U L . P T
F IDALGUIA
L I S B O A | 2 1 9 5 6 6 3 5 9 | G E R A L@ F ID A L G U I A . P T | W W W. F ID A L G U I A . P T
F ROTA A ZUL
O L I VA L B A S T O | 2 1 9 3 8 0 4 0 0 | G E R A L@ F R O TA ‑ A Z U L . P T | W W W. F R O TA ‑ A Z U L . P T
GRUPO BARR AQUEIRO
L I S B O A | 2 17 5 1 1 9 0 0 | B A R R A Q U E I R O @ B A R R A Q U E I R O . C O M | W W W. B A R R A Q U E I R O . C O M
OUTROS SERVIÇOS
P O R T O | 2 2 5 0 74 5 3 0 | IN F O @ R E A L I Z A R . C O M | W W W. R E A L I Z A R . C O M
SF ORI
L I S B O A | 2 17 6 0 4 8 3 9 | G E R A L@S F O R I . C O M | W W W. S F O R I . C O M
STRESS LESS
L I S B O A | 2 1 3 4 0 3 3 0 0 | G E R A L@S T R E S S L E S S . P T | W W W. S T R E S S L E S S . P T
TAVOL ANOSTR A E VENTOS GLOBAIS
BULL INSUR ANCE
A R G A N IL | 2 3 5 2 0 3 0 2 9 | G E R A L@TAV O L A N O S T R A . C O M | W W W.TAV O L A N O S T R A . C O M
L I S B O A | 2 1 8 5 2 2 1 8 3 | A S A LV O @ B U L L‑ IN S U R A N C E . C O M | W W W. B U L L‑ IN S U R A N C E . C O M
TOX’INN ‑ PROMOÇ ÃO E E VENTOS
EDIGMA
L I S B O A | 2 17 9 2 3 3 5 | G E R A L@T O X IN N . C O M | W W W.T O X IN N . C O M
A D A Ú F E | 7 0 7 3 0 9 1 3 1 | E D I G M A@ E D I G M A . C O M | W W W. E D I G M A . C O M
UPPARTNER ‑ COMUNICAÇ ÃO DE MARKE TING
ESTAÇ ÃO LIVRE COMUNICAÇ ÃO
PIROTECNIA
F CO.
LUSO PIROTECNIA
HELLO MOVEMENT
L I S B O A | 2 1 0 4 1 0 1 0 0 | H E L I O . S O A R E S@ U P PA R T N E R . P T | W W W. U P PA R T N E R . P T
A L M A D A | 2 1 2 74 1 0 5 6 | H E A D O F F I C E@ L U S O P IR O T E C N I A . C O M | W W W. L U S O P IR O T E C N I A . C O M
MACEDO’S PIROTECNIA
L I X A | 2 5 5 4 8 3 9 9 9 | P IR O T E C N I A@ M A C E D O S . C O M . P T | W W W. M A C E D O S . C O M . P T
SAÚDE CRUZ VERMELHA PORT UGUESA
L I S B O A | 2 1 3 9 1 3 9 3 2 | M C E C IL I O @ C R U Z V E R M E L H A . O R G . P T | W W W. C R U Z V E R M E L H A . P T
P O R T O | 2 2 6 0 5 3 9 3 6 | IN F O @ E L C . P T
S Ã O J O Ã O D A M A D E IR A | 2 5 6 2 0 0 9 2 9 | F C O @ F C O . P T | W W W. F C O . P T
L IN D A ‑ A ‑V E L H A | 9 6 9 9 7 8 9 8 4 | H E L L O M O V E M E N T@ G M A IL . C O M | W W W. H E L L O M O V E M E N T. C O M
HOSPEDEIR AS DE PORT UG AL
P O R T O | 2 2 5 3 2 0 2 8 0 | P O R T O @ H O S P E D E IR A S ‑ P O R T U G A L . P T | W W W. H O S P E D E IR A S ‑ P O R T U G A L . P T
MESSE F R ANKF URT
L I S B O A | 2 17 9 3 9 1 4 0 | IN F O @ P O R T U G A L . M E S S E F R A N K F U R T. C O M | W W W. M E S S E F R A N K F U R T. C O M
NORMA DESIGN
P O R T O | 9 1 9 6 1 1 3 5 0 | G E R A L@ N O R M A D E S I G N . C O M | W W W. N O R M A D E S I G N . C O M
84