Event Point 32

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ANO IX NÚMERO 32 TRIMESTRAL OUT, NOV E DEZ DE 2019 5,00 € COOL SPONSORS

DIZER “SIM” EM PORTUGAL HÉLIO LOUREIRO: “EU NÃO FAÇO ARTE, FAÇO COZINHA” MI: É PRECISO SENTAR OS POLÍTICOS À MESA




FICH A T ÉCNICA    4

ÍNDICE

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PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação NIF: 508135648 Rua do Jornal de Notícias, 562, R/C Drt. 4100‑293 Porto | Portugal Tel: 221 113 202 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt GERÊNCIA Rui Ochôa CAPITAL DA EMPRESA Cláudia Sousa (100%) SEDE DA REDACÇÃO Av. D. Afonso Henriques, 1462 ‑ Ed. Olympus I, 1.º Tras. 4450‑013 Matosinhos | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com] EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com] REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha [alexandra@eventpointinternational.com]

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GRANDE ENTREVISTA: CHEF HÉLIO LOUREIRO O zapping da vida. Compromisso procura‑se, por Nuno Santana Espaço Empresas UNSDG: Uma forma poderosa de contarmos a nossa história, por Rod Cameron

CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS Ramy Salameh e Rose de Almeida DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Ramos, Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes TRADUÇÕES Diana Reis Marques [diana@eventpointinternational.com]

22 DIZER “SIM” EM PORTUGAL 28 Espaço APECATE 30 Manifesto para melhorarmos a produtividade em Portugal na área dos eventos, por Nuno Seleiro

COLABORAM NESTA EDIÇÃO Francisco Morgado Véstia, Miguel Macedo, Nuno Santana, Nuno Seleiro e Rod Cameron DESIGN Norma Design [info@normadesign.com] FOTOGRAFIA DE CAPA Hélder Couto Photo | Mary Me FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz ‑ Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

32 MEETINGS INDUSTRY: É PRECISO SENTAR OS POLÍTICOS À MESA 35 Jornadas de Protocolo: Novo venue e formato 36 Influencer Marketing e a indústria de eventos, por Francisco Morgado Véstia 38 Melting Gastronomy Summit: Mais do que um evento, um movimento 41 Consultório de protocolo 42 Campeonato do Mundo Feminino da FIFA: Desafios do protocolo, por Miguel Macedo 44 Hotelaria: PortoBay Flores 48 Destino nacional: Viana do Castelo 52 Destino internacional: Košice 56 Diretório


EDITORIAL

Cláudia Coutinho de Sousa

Rui Ochôa

DIZER “SIM” A PORTUGAL Quando em 2003 encetámos a viagem que oito anos mais tarde nos levaria à Event Point, e publicámos um diretório, em papel, de contactos de empresas ligadas ao setor dos eventos, rapidamente percebemos o erro em que tínhamos incorrido, ao colocar, lado a lado, empresas que se encarregavam umas de eventos profissionais e outras de eventos particulares. Os chamados wedding planners, e dizemo‑lo assim porque neste caso o que interessa são os casamentos de estrangeiros em Portugal, têm vindo a conquistar visibilidade e reconhecimento, à medida que vão amadurecendo processos, e vão captando cada vez mais clientes para Portugal. É ainda interessante verificar os sinais do interesse, no Turismo de Portugal, de trazer este segmento para debaixo do chapéu da Meetings Industry – como já sucede há muito noutros mercados, e basta pensar no exemplo dos EUA, em que os wedding planners constam na lista de associados dos convention bureaux. A Olga Teixeira conversou com alguns destes organizadores de eventos e conta‑lhe como foi. Católico e monárquico, defensor da cozinha tradicional portuguesa, Hélio Loureiro é o nosso grande entrevistado desta edição. Começou a mexer em tachos e em panelas em casa, num tempo em que não era suposto os meninos andarem sequer pela cozinha. Ultrapassou preconceitos, fez um percurso sólido como Chef na hotelaria, inovou por cá ao mudar os hábitos alimentares de muitos futebolistas, e ultimamente optou por dedicar‑se a serviços de consultoria. Uma conversa gravada numa tarde quente de verão que apetece beber de um gole. No primeiro aniversário do Altice Forum Braga, comemorado a 11 de setembro, fez‑se pela primeira vez um encontro que juntou agentes da meetings industry, nacionais e estrangeiros, lado a lado com políticos e outros intervenientes neste setor, como são as universidades. Objetivo: reforçar a ideia de que a meetings industry, o setor dos eventos, gera impactos muito relevantes para as cidades, as regiões e os países. Impactos que vão muito além das receitas, da criação de postos de trabalho, e se traduzem por exemplo na troca de conhecimentos, na catalização de novos negócios, na valorização de costumes e de tradições locais. E que por isso os políticos devem conhecer melhor as circunstâncias e as necessidades deste setor. Esta é uma iniciativa que se quer regular, todos os anos, e cada vez mais abrangente e mobilizadora das esferas políticas locais, regionais e nacional.

Haverá muitos outros motivos de interesse, ao longo desta edição. Por isso, boas leituras, e até breve!


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“EU NÃO FAÇO ARTE, FAÇO COZINHA”


CHEF HÉLIO LOUREIRO: VALORIZAR O QUE É NOSSO O termómetro marcava perto de 30ºC quando nos encontrámos ao final da tarde para conversar com Hélio Loureiro. O local no Porto, escolhido por ele, foi o Soundwich, no Parque da Cidade. Na ementa, uma das célebres sanduíches da casa foi pensada por ele e tem o seu nome. Mas o calor pedia mais líquidos, e escolheu‑se por isso uma limonada, que fomos bebendo. A entrevista com este acérrimo defensor da cozinha portuguesa, católico e monárquico, deteve‑se numa vida ligada à hotelaria e ao futebol, no FC Porto e na seleção nacional e, mais recentemente, na opção de se dedicar à consultoria.

Pedia‑lhe que fizesse o exercício de memória de recuar até ao momento mais antigo em que percebe a paixão pela cozinha e pela comida. A paixão pela cozinha começa muito novo. A minha primeira memória da cozinha vem por volta dos seis, sete anos. Em minha casa sempre se conviveu muito, sempre houve a vontade de estar à volta da mesa, e a vontade de ir para a cozinha e de experimentar fazer alguma coisa sempre existiu. Lembro‑me de que a primeira receita que fiz era da Crónica Feminina, eram umas empadas de maçã, que ficaram tal e qual como na receita. Lembro‑me que depois em 1976 saiu a revista TeleCulinária e o meu pai comprava e trazia para casa. Eu fazia as receitas de fio a pavio. Mais tarde vim a ser grande amigo do Chef Silva, que foi o meu primeiro mestre. Aí já cozinhava, já tinha 13 anos. São essas as primeiras memórias que tenho da cozinha. E depois do tempo em que estava em casa dos meus tios, em Bragança, e da cozinha da minha tia Ludovina. Tenho memórias dessa comida transmontana, com muitos afetos, mas também com muito sabor. Lembra‑se de ter experimentado alguma resistência pelo facto de um rapaz gostar e querer ir para a cozinha? Havia um preconceito e uma resistência familiar muito grande. A minha mãe, com 90 anos, com a sua demência, ainda este Natal disse que é uma vergonha eu ter ido para cozinheiro. Havia a ideia de que um filho tinha de ter uma formação académica, que não se vencia na vida à volta dos tachos. A grande ajuda que tive foi do professor Daniel Serrão, porque o filho dele também foi para o curso de cozinha e ele incentivou muito a minha mãe para que me deixasse ir, porque naquela altura, há 30 e poucos anos, ir para cozinheiro não era propriamente o sonho de qualquer mãe. Hoje, sim!

Era quase um ato de rebeldia? Era um ato de rebeldia porque não se ganhava muito, era uma profissão desprestigiante. O cozinheiro era um barrigudo, de bigode, seboso e alcoólico, com pouca formação. Era assim que era vista a profissão, não tinha estatuto. Hoje é vista com outros olhos. Quase com o glamour de estrelas de rock… Infelizmente depois enveredou por aí, para um aspeto de que hoje não gosto tanto, que é um bocadinho aquele do showbiz, da pop star, em que estamos. E como é que a cozinha se tornou uma profissão? Como é que se preparou? Fiz, na altura, a Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, que tinha uma grande ligação à Escola de Lausanne, na Suíça. A escola funcionava onde hoje é o Palace do Vidago, era um curso de dois anos, com estágio de dois meses, e foi aí que fiz a minha preparação. Depois estagiei em Paris, no Luxemburgo, em Bruxelas, fui para o hotel Quinta do Lago, estive no Zé da Calçada, em Amarante, depois na abertura do hotel Meridien, voltei ao hotel Quinta do Lago, vim para o hotel Sheraton do Porto, depois para o hotel Porto Palácio, de onde saí há cinco anos, e enveredei pela parte de consultoria. Os hotéis mudaram muito. Hoje estou afastado dos hotéis e da restauração e estou mais como consultor.


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Olhando para esses tempos do antigo Sheraton, o que de mais profundo mudou na cozinha em Portugal? Mudou muita coisa. Houve uma altura em que era preciso definir de que é que estávamos a falar. Havia uma cozinha de base francesa e, porque não tínhamos gosto e apreço por aquilo que era português, foi preciso fazer um trabalho de ‘sapa’ muito importante, que uma geração como a minha fez, e que foi o de valorizar aquilo que era nacional. Depois houve uma geração que veio a seguir que se deslumbrou com o que era asiático, da América do Sul, e hoje vejo o retorno à terra com uma geração com vinte e poucos anos. Este retorno é muito importante por várias razões. Primeiro por uma questão ambiental. Quando falamos em cozinha temos de atentar em três pontos que são importantíssimos. O primeiro deles é a biodiversidade, os outros são a sazonalidade e a proximidade. E não podemos esquecer que, enquanto país que criou a globalização, nós trouxemos produtos, levamos produtos, mas eles foram integrados na nossa alimentação. Ou seja, trouxemos o tomate, os pimentos, o feijão, mas plantámo‑los cá. Não continuámos a ser importadores deles. Hoje o que acontece é que somos importadores de abacate, de chia, de gogi, de quinoa, em grande escala. Há que voltar um bocadinho ao passado, voltar à nossa cultura e tradição. Quando se fala em tradição as pessoas têm sempre ideia de que sou retrógrado, ou conservador. Tradição quer dizer semanticamente transmissão, transmitir as coisas que são boas. E por isso temos que fazer esta avaliação, se vale a pena continuarmos com este novo‑riquismo que é termos uma cozinha baseada nesta cozinha oriental, os sushi, sashimi, que também aprendi a fazer há 30 anos, mas que achei que não era por aí que devíamos ir. Devíamos aproveitar aquilo que temos da nossa cozinha regional portuguesa, recuperá‑la e fazer dela bandeira. Vê sinais positivos de uma mudança de atitude? Vai haver mudanças e umas vão ser quase impostas. Acho que temos essa oportunidade de fazermos a nossa cozinha de uma forma diferente. Choca‑me muito quando olho para algumas ementas, sejam de chefs portugueses ou de estrangeiros, e são precisas legendas para sabermos o que queremos comer. Havia um chef há pouco tempo que dizia que esta cozinha moderna, esta cozinha de luxo, não existiria se não fossem os estagiários, se não fosse uma mão de obra grátis, escrava, que não devia existir. Isto não pode continuar. A restauração tem que ser um valor acrescido, mas nunca pela desvalorização do trabalho, nem nunca pela exploração do trabalho.


Algumas cozinhas, a espanhola, a italiana, a japonesa, conseguiram fazer um percurso de afirmação internacional. Não lhe parece um bocadinho estranho que a gastronomia portuguesa não tenha feito esse caminho? Quando a cozinha portuguesa estava a fazer esse caminho, ele é interrompido com a entrada dessa aproximação a um mundo que não é o nosso. Esta importação daquilo que é da América do Sul, do Norte, do Oriente, esta vontade de querer fundir, mas que confunde aquilo que é nosso, não nos permite manter uma linha sempre correta, ou contínua, de originalidade. Ao passo que os italianos sempre souberam muito bem o que é a cozinha italiana. Mesmo os restaurantes de alta cozinha italiana nunca misturaram, nem quiseram, outras cozinhas, de fusão. Nós fizemos cozinha de fusão com cozinha tradicional portuguesa, o que deu sempre uma grande confusão, e nunca permitiu uma afirmação completa daquilo que é a cozinha tradicional portuguesa. Gostar de pessoas é importante para cozinhar bem? É o mais importante, gostar de pessoas. O facto é que nós nunca nos lembramos de uma refeição em que comemos sozinhos. As minhas memórias de comer são sempre com alguém. Começamos a frase “Eu estava com... e comi um belíssimo cozido à portuguesa”. Eu sei que a frase está muito repetida, mas quando a disse sei que foi original, porque li o livro todo do Mia Couto. O Mia Couto dizia que cozinhar não é um serviço, é uma forma diferente de amar. Quando uma mãe ou pai de família, ou alguém, se levanta às oito horas da manhã de um domingo para cozinhar para a família, para almoçar à uma da tarde, é um ato de amor. É preciso gostar das pessoas para quem se vai fazer a refeição. É essa dose de amor e afeto que nós colocamos na comida. Temos de gostar das pessoas para quem estamos a cozinhar. Depois há a parte profissional. Há um outro elemento que é relevante na sua vida, que é a música. Como é que a música e a cozinha se misturam? Gosta de ouvir música quando cozinha? Há pessoas que gostam de estar a cozinhar e a beber um copo de vinho. Eu não suporto a ideia. Um amigo meu dizia: ‘Fui a um jantar e estavam mulheres lindíssimas, a comida era fantástica, a música era fabulosa, mas as três coisas não se misturam’. Eu também acho que há coisas que não se misturam. Não sou assim tão extremista quanto ele, mas a verdade é que não consigo estar a cozinhar, a beber um copo de vinho e a ouvir boa música. Não consigo estar a ler e a ouvir música. Não consigo estar a cozinhar e a ouvir música, são dois mundos diferentes. A música faz parte da minha vida desde muito novo, cantei ópera no Círculo Portuense de Ópera, fiz parte de vários coros, tive o grande gosto de ser ensaiado pelo cónego Ferreira dos Santos, por Manuel Ivo Cruz, que me ensinaram imensas coisas, não só a parte

musical, mas sobretudo a ser homem, a ser aquilo que hoje sou. Onde suporto a música a fazer outras coisas é quando vou a viajar sozinho, quando vou acompanhado não consigo. Prefiro conversar ou manter o silêncio. O silêncio também é uma forma fantástica de meditação. Há limites para a criatividade e para a experimentação na cozinha, ou corremos o risco de estar a fazer malabarismos, perdendo algo de essencial nesse exercício? Acho que não há limites para a experimentação. Gosto muito pouco de ir a restaurantes que me perguntam se gostei da experiência. Não vou a um restaurante para ir a um laboratório, vou para comer, para estar com as pessoas, para degustar, para ter esse prazer da comida. Acredito que haja pessoas que gostam dessa experiência, não tenho um especial interesse ou gosto por umas amostras de comida que depois não posso repetir. Acho que há espaço para tudo, mas não sou muito dessa onda, prefiro ter uma refeição mais quente, mais saborosa, mais equilibrada, mais contida. Na cozinha, qual é a percentagem da técnica, e do génio, criatividade, imaginação? É uma pergunta muito interessante, porque às vezes as pessoas dizem: cozinhar é uma arte. A cozinha pode ser uma arte, mas uma cozinha é uma técnica. Eu não faço arte, faço cozinha, e exploro algumas técnicas, outros farão arte, com certeza. Temos que nos interrogar sempre sobre o que é a arte. Posso ficar muito sentido, e muito comovido, com um bom prato de tripas à moda do Porto, que tem técnica, mas será que tem arte? Onde procura inspiração? Nas viagens que faz, nos livros, com outras pessoas? Nas memórias, no contacto com as pessoas, mas acho que quem vive agarrado ao passado não vive o presente. Isso também não faz sentido nenhum. Eu vivo o presente. O que eu não quero é deixar morrer aquilo que veio do passado. Faz sentido preservar as coisas boas que nos foram legadas. Quando faço uma viagem, recordo‑me das viagens que fiz no passado, mas vivo a viagem do presente, que me vai trazer memórias para fazer outras coisas dali a uns dias, seja um prato, um banquete, uma decoração, ou seja o que for. Não fico agarrado nunca ao passado. As pessoas que ficam agarradas ao passado são melancólicas, tristes, saudosistas e eu não tenho essas características.


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O futebol e a mudança na alimentação Há uma parte do seu percurso que é sobejamente conhecido que é o da sua ligação ao futebol. Como foi essa experiência? Foram 20 anos muito interessantes, em que senti que prestei um serviço muito interessante não só à Seleção, mas também ao conhecimento de uma área que era de todo desconhecida, que era a da alimentação em alta competição. Comecei a trabalhar com o Futebol Clube do Porto em 88/89 e havia muito pouca coisa sobre a alimentação no desporto. Tenho a certeza de que fui um dos pioneiros nessa área, e que fiz um grande trabalho ‑ que hoje pode ser ou não reconhecido, pouco me importa ‑, mas o que importa é que a partir daí começou a estudar‑se. Há 20 anos um jogador de futebol, antes de ir para o campo, comia um bife do lombo em sangue, porque achava que aquilo lhe dava mais energia, e que aquilo é que era saudável. Havia pequenas coisas que mesmo os médicos da Seleção desconheciam por completo porque eram ortopedistas, de clínica geral, e não tinham estes conhecimentos. Trabalhei muito com nutricionistas, com pessoas como o professor Emídio Peres, que me ajudou imenso nessa área, o Dr. Basílio, o Dr. Domingos Gomes, que fundaram as bases da alimentação dos atletas de alta competição. Mas já tinha interesse por essa área? Não, tudo surgiu do convite do Futebol Clube do Porto, e mais tarde da Seleção, e fui à procura, sobretudo no basquetebol americano onde já havia algum conhecimento nessa área de nutrição. Foi muito interessante e abriu horizontes. O FCP foi pioneiro nisso e depois a Seleção Portuguesa de Futebol seguiu‑lhe o exemplo. Hoje já nenhuma equipa prescinde de ter um cozinheiro, porque é de facto importante ter alguém que acompanhe as refeições dos jogadores.

Catering nos eventos: quente, fresco e saudável E passando para a área dos eventos, quais são os principais desafios quando é preciso providenciar um catering para um evento? O primeiro é a segurança alimentar. Ter a certeza de que quando aquilo acaba as pessoas vão estar de boa saúde. Isto é essencial. E depois ter uma comida que não seja plastificada, que seja uma comida saborosa e que permita que, no final da refeição, as pessoas se lembrem de que tiveram uma boa refeição.

Mesmo quando é preciso servir mil pessoas? Duas, três, quatro mil... É evidente que as pessoas têm que ter consciência de que é diferente servir duas, três mil pessoas ou servir dez. Nunca vai ser a mesma refeição. Mas o que se serve tem de se servir quente, tem de ser fresco e tem que ser saudável. Em termos de regras de segurança e de higiene alimentar, acha que em Portugal as boas práticas estão suficientemente bem implantadas? Acho que fomos os melhores alunos da Europa. Conseguimos passar de más práticas a umas belíssimas práticas. Quando aparece a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), as pessoas acharam que era uma revolução, que nada ia resistir, que os restaurantes iam todos fechar, que ia ser um desastre. Mas o que é verdade é que hoje ter açucareiros nas mesas, como existe por exemplo em Itália e França, servir o pão aos clientes com as mãos e dar os trocos logo a seguir, fumar em restaurantes e cafés, o óleo que só ao fim de uma semana é que se deitava fora, já ninguém voltava a querer isso. Hoje faz‑se a triagem de lixo nas cozinhas, separa‑se o plástico do lixo orgânico em quase todos os restaurantes, do mais simples ao mais luxuoso. As pessoas nem imaginam o quanto mudou e é impossível voltar atrás.


Quando estamos a falar de catering para eventos sente‑se muito a limitação que é imposta pela questão do preço, pelo cliente que quer sempre cortar um bocadinho mais? O preço é sempre um constrangimento, seja no que for. O grande problema no catering é que a expectativa de quem vai ser servido e de quem contratou o serviço são coisas diferentes. Posso ir a um evento de uma grande marca e chego lá e estou à espera de um grande banquete, só que a grande marca contratou o serviço de 20 euros. Quem está no evento não vai culpar a marca, vai culpar o catering. O catering não tem culpa nenhuma, a marca não contratou champanhe, contratou espumante, e se calhar do mais barato que havia. Às vezes as pessoas confundem isso. E hoje há uma outra coisa que acontece imenso que é a tendência cada vez maior para termos vegetarianos, vegans, intolerantes à lactose, ao glúten; depois há os intolerantes e os que não podem mesmo comer; há os que avisam e os que não avisam com antecedência. É uma lista interminável, que obriga a ter uma pessoa escalonada só para este serviço. E quando o prato chega à mesa, alguém olha para o lado e vê outra pessoa a comer vegetariano, e naquele momento não lhe apetece comer carne, diz que também é vegetariana. Isto implica um constrangimento enorme no serviço. Que remete para outra coisa, que é a educação. Se for comer a sua casa e me der uma sopa de nabo – eu que detesto nabos ‑, como e no final agradeço. As pessoas não entendem que a educação é uma parte importante da nossa sociedade. Ser convidado para um banquete é o mesmo que ser convidado para casa de uma pessoa. De repente, está‑se num banquete e quer‑se mudar de vinho, só porque não se gosta do vinho que o cliente, que a pessoa que contratou o serviço, aprovou… só porque sim. Pensando nas centenas ou milhares de eventos que já forneceu em termos de catering, recorda‑se de um ou outro mais desafiante? Houve um que me marcou imenso e que foi o da abertura da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, não só pelo que representou para a cidade, mas porque contou com a presença da Rainha Beatriz da Holanda e de pessoas dos vários cantos do mundo. O evento foi na Alfândega do Porto e foi lindíssimo. Tive um desafio muito grande que foi servir um vinho tinto com peixe. Peixe porque era a imposição que havia, porque estávamos em Portugal, e eu achei muitíssimo bem, e tinha que haver ali uma conjugação, uma ponte entre o peixe e o vinho. Servi então um rodovalho, que é um peixe mais gordo, com uma compota de cebola feita com um vinho da mesma casta do vinho tinto, com foie‑gras, e aquilo resultou muito bem. Tão bem que, passados dois anos, o ajudante de campo do Grão Duque do Luxemburgo ainda se lembrava do menu. E isso deixou‑me espantado. Depois a cimeira Ibero‑Americana, em que estiveram 23 chefes de Estado. Servi‑os duas vezes e isso também foi marcante. Depois, claro, como monárquico


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servir o jantar de apresentação dos Príncipes das Beiras, na Casa do Senhor Dom Duarte, em Nelas; e o batizado do Príncipe D. Dinis aqui no Porto, mas isso mais pelo simbolismo, não pela grandiosidade. Há eventos em que me orgulho imenso de ter estado presente. Olhando para o mercado como um todo, que impressão tem da qualidade do catering que é servido em Portugal? Comparado com aquilo que se serve lá fora, temos uma boa relação qualidade‑preço e estamos um bocadinho acima da média em termos de comida. Muitas vezes o que nos falta é o show off, a parte da apresentação, do glamour, de tudo aquilo que é a mise‑en‑scène dos eventos. Lembro‑me de ter estado numa empresa em Paris, não vai há muito tempo, que tem dez eventos por dia, que fatura 250 milhões. E essa tem pratos e copos de todas as formas e feitios, estão sempre a criar e a inventar, tem um batalhão de empregados, e hoje arranjar empregados de mesa é das coisas mais difíceis que pode imaginar. É um problema gravíssimo que estamos a atravessar na hotelaria e na restauração, e que é a dificuldade na contratação de empregados, de mão‑de‑obra, e isso limita imenso. Aquilo que nós fazíamos antes, que era ter dois empregados para uma mesa de dez, hoje é impossível porque os empregados não existem. A qualidade de serviço diminuiu bastante em relação ao que era há 20 anos. Até que ponto é possível ser criativo em catering para eventos? A criatividade em catering depende sempre da correspondência monetária. Só tive uma vez um cliente que me disse que o orçamento não era um obstáculo e então aí não houve limite à criatividade. Foi um dos melhores serviços que já fiz em toda a minha vida, uma coisa fantástica, desde os cortinados de seda selvagem, até aos talheres de prata. Quando não há limites, não há limites para o vinho, para o que se serve, para os empregados. E em termos de tendências? É capaz de identificar uma ou outra nesta área? Há 30 anos usavam‑se mesas de espelho, os dourados, grandes arranjos de flores, muitas pratas; depois veio uma coisa mais simples, as mesas com os atoalhados, os adamascados; depois vieram as mesas com cor, depois as mesas de vidro, com luzes; hoje usa‑se muito estas mesas de madeira, o rústico, o vintage. A próxima tendência não sei qual será, mas acho que a tendência será sempre para simplificar.

Com o aumento do turismo em Lisboa, no Porto, noutros pontos do país, que principais impactos positivos ou negativos isto tem ao nível da nossa gastronomia? Trouxe benefícios enormes para a cidade do Porto. Quem viu a cidade há 20 anos, como ela estava antes, tínhamos medo de andar na rua, parecia uma cidade de zombies, os prédios estavam todos degradados, havia meia dúzia de restaurantes. Em Lisboa era igual. Hoje a cidade tem vida. O professor Hélder Pacheco diz que há pouco Porto no Porto. E eu entendo quando ele diz isso. Mas prefiro assim, do que ter o Porto de há 20 anos. Nem tem comparação. Esta reorganização da cidade é muito mais interessante do que aquela que nós tínhamos. O crescimento da cidade quando se torna turística é sempre doloroso. Quando vamos a Roma ou Paris ou Barcelona há filas para tudo. Mas isso é o normal das cidades que são bonitas e que têm história. Trouxe coisas muito boas, belíssimos restaurantes e espaços que antes não tínhamos. O que traz de mau é um abuso grande das pessoas que estão a trabalhar. Não é admissível que os hotéis cobrem o que estão a cobrar e os empregados continuem a ganhar o que estavam a ganhar há 20 anos. Eu não pactuo com isso. Se o turismo veio para ficar, a sociedade tem que também crescer e tornar‑se mais razoável e mais valorizada para todos. Da mesma forma que, quando penso num banquete, penso nas pessoas, quando penso na sociedade, nos restaurantes, nos hotéis, nas ruas e cidades, primeiro devem estar sempre as pessoas. Regressando a si, qual é o segredo para se manter tantos anos no topo de uma profissão? Acho que não há segredo nenhum. Uma pessoa que é coerente naquilo que diz e faz, e é fiel àquilo em que acredita, mantém‑se na mesma linha. Acho que nunca estive no topo de nada, nem em baixo de nada, fui sempre coerente. Vou fazendo o meu trabalho. Tinha 16 anos quando adotei um lema de vida num retiro que fiz: quem não vive para servir, não serve para viver. Todos os dias me lembro disto quando me levanto. Eu estou sempre ao serviço. E isso é estar ao serviço de tudo e de todos, seja na cozinha, na vida social, seja na família, e este estar ao serviço é que me mantém vivo e atento às coisas.


Dez perguntas ao Chef Hélio Loureiro Viagem de sonho? Argentina. Cidade para viver? Porto. Se pudesse escolher qualquer pessoa para convidar para jantar em sua casa, quem escolheria? Eça de Queiroz. O melhor rei de Portugal? D. João II. Se pudesse viver em qualquer época da história, qual escolhia? No século XIX. Acredita que um dia podemos voltar à monarquia? Sim. Qual é a sua comida de conforto? Tripas à moda do Porto. Qual e onde foi a refeição mais fabulosa que já comeu? Lembro‑me de estar em Itália com a minha filha, e fomos ao Alfredo a Roma, mas foi por estarmos os dois. Utensílio de cozinha de eleição? O salazar, por causa do aproveitamento. O Chef mais genial com quem já trabalhou? Adozinda Gonçalves.


OPINIÃO    14

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O ZAPPING DA VIDA. COMPROMISSO PROCURA‑SE Esta Era digital não mudou só a forma de comunicar, mudou de uma forma drástica a maneira como vivemos. Segundo o site Statista, em 2018 os utilizadores de redes sociais em Portugal passam cerca de duas horas por dia ligados. Nas Filipinas e Brasil ronda as quatro horas e no Japão e na Alemanha cerca de 40 minutos. Se num passado recente vivíamos stressados com falta de tempo, entre a família, o trabalho, os amigos, o desporto e os hobbies, hoje a nossa vida tornou‑se socialmente “esquizofrénica”.


Com a idade dos meus filhos só havia duas maneiras de me contactarem – pelo telefone fixo ou, simplesmente, tocarem a campainha de casa. Hoje são dezenas as formas como nos podem contactar. Lembro‑me de que com a idade deles as referências eram o Herman José, a Teresa Guilherme, o Carlos Pinto Coelho entre outros, mas eram poucos. Hoje os nossos filhos têm milhares de conteúdos a influenciá‑los ao minuto. A velocidade que o Digital imprimiu no Mundo mudou‑nos o comportamento de uma forma drástica, não só aos meus filhos, que são “digital natives”, mas também a nós. Tornou‑se tudo, de uma forma assustadora, imediato. Atualmente vivemos num mundo de clicks. Partilhamos emoções com um click, adicionamos amigos com um click, criamos inimigos com um comentário, e adivinhem... deixamos de ser amigos com um... click. Mais grave do que isso, sinto que nesta geração a “métrica” de alguns “millenials” é o número de seguidores que têm, por vezes sem relevância nenhuma. Oiço frequentemente aquele tem 200 000 mil seguidores e por vezes sem sabermos quem é, o que é que faz ou o que construiu. O “agora” desta geração é vivido tão rápido, que até nos obriga a comprar a calma do momento! Como é que isto foi acontecer? Compramos mind fullness em todo o lado. Precisamos de parar? Temos a App que nos obriga a “meditar” dez minutos por dia, e mesmo assim somos interrompidos pelo time off do telemóvel que nos diz que chegou a hora de dormir, enquanto pensamos que amanhã temos uma grande jantarada naquele spot a que queremos mesmo ir, mas “oops” íamos começar aquela dieta, que todas as pessoas fazem, e temos aquela conference call às 9h mesmo depois de termos deixado os miúdos na escola. As agendas deixaram de existir, os encontros, as reuniões combinam‑se no próprio dia à distância de um voice memo, assim como se desmarcam através de um simples whatsapp de texto.

Este “zapping” na vida provocado essencialmente pelo digital levou‑nos a uma mudança de comportamento em todos os “touch points” seja na vida pessoal ou profissional . Onde está o compromisso, onde é que vamos parar? Cada vez, e de uma forma mais acentuada em função das gerações, existe menos compromisso, seja no talento, nas nossas organizações (com as gerações mais jovens em que é normal que numa semana estejam altamente motivados e na semana a seguir se despeçam porque não estão “felizes”), ou no briefing que recebemos para fazer um evento em que investimos 500 horas e o cliente afinal mudou de ideias e, por vezes, nem sequer atende o telefone ou simplemente no jantar que marcámos com amigos que duas horas antes inventam a desculpa de que não arranjaram baby sitter. Até nas relações, o Tinder veio revolucionar os momentos mais íntimos, é só clicar... Nesta nova era, onde muitos não conseguem planear o próprio dia, pois andam à mercê do que lhes apetece no momento devido ao bombardeamento de informação que lhes chega através de todos os meios que visualizam, das mil solicitações dos amigos, daquela viagem, da ida ao sunset, falsa ideia que têm acesso a todos os eventos ou viagens, só porque os visualizam é igual à ideia de atingirem objetivos sem planos… confesso que é uma dinâmica que me faz confusão. As pessoas têm um novo sentido de urgência gerado pelo imediatismo das redes sociais. Tudo se está a tornar descartável, tudo é imediato. A ansiedade de experienciar é tão grande que, por vezes, se esquecem de o fazer. Estamos cada vez mais ansiosos porque o nosso cérebro não está preparado para esta mudança que em apenas 15 anos alterou por completo a nossa forma de viver. Basta analisar a venda mundial de anti depressivos. Esta tendência na forma como nos relacionamos com o compromisso está a mudar a Sociedade, diria mesmo que está a mudar o Mundo, o que antes dizíamos que era falta de educação hoje é o zapping da vida. Nuno Santana

Diretor da Niu



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VOQIN’

EQUILÍBRIO ENTRE BEM‑ESTAR E TRABALHO Diogo Assis, o CEO da VOQIN’, orgulha‑se de ter concluído três maratonas (até agora), não por causa do tempo ou da classificação final, mas porque se desafiou a completar uma tarefa que exige um esforço físico e mental substanciais, além de um treino intensivo.

Mais orgulhoso ainda está do facto de haver, em cada um dos escritórios da empresa espalhados pelo mundo, pessoas que treinam e que competem regularmente em eventos desportivos. Embora se trabalhe muito na VOQIN’, sempre se encorajou que as pessoas tenham um estilo de vida ativo e saudável. O foco não está limitado ao exercício físico. Também meditam antes de alguns dos seus eventos e procuram ter sempre opções de comida saudável. Fazem isto porque sabem que um estilo de vida saudável pode reduzir o absentismo, e por sentirem que abraçando o bem‑estar são mais felizes e produtivos. Também têm a oportunidade de conduzir os outros a uma vida mais saudável através de experiências e eventos que criam.

Uma pequena mudança pode ajudar a alterar comportamentos e atitudes e isso pode acontecer ao servir comida saudável, com boas proteínas, vegetais frescos e evitando o açúcar. Juntar um elemento de atividade física, uma sessão de yoga ou uma corrida de convívio, a um evento é outra forma de promover o bem‑estar. Um exemplo de que estão particularmente orgulhosos é o da IMEXrun, um conceito desenvolvido a partir do zero pela VOQIN’. Esta corrida divertida, informal, de convívio, é agora parte integrante das feiras IMEX Frankfurt e IMEX America, complementando os dias intensos no recinto da feira com uma dose saudável de “sweatworking” ‑ e os participantes anseiam por ela todos os anos. Um outro evento‑chave para a VOQIN’ é a B2Run. Originalmente desenvolvida na Alemanha, este evento é feito para dar aos participantes a oportunidade de networking com os seus pares de outras empresas, participando num evento com uma atmosfera inspiradora. A VOQIN’ é agora parceira dos criadores do conceito para produzir a B2Run em Lisboa, no Porto, e em breve no Brasil. Esperamos que tenha também a oportunidade de criar um equilíbrio saudável e produtivo na sua vida profissional. E se quiser introduzir mais elementos de bem‑estar nos seus eventos, não hesite em contactar qualquer elemento da equipa VOQIN’.

VOQIN’ Portugal, Espanha, Brasil, Florida | 213 213 060 | info@voqin.com www.voqin.com

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AVK

GALA QUINAS DE OURO O objetivo é o de premiar todos os anos os melhores portugueses e portuguesas do futebol, futsal e futebol de praia. A iniciativa, batizada Quinas de Ouro, é da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol, da Associação Nacional de Treinadores de Futebol e do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol. Este a ano a cerimónia realizou‑se a 2 de setembro no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e contou com os meios técnicos da AVK.

A AVK forneceu as soluções técnicas para este evento, “que apresentava exigências muito próprias para conciliar os requisitos de um evento ao vivo com as exigências de uma transmissão televisiva, que tem sempre características particulares em termos técnicos”, explica Inês Aguiar, sócia, administradora e ainda responsável comercial pela AVK. Este acabou por ser um evento carregado de características e momentos especiais, designadamente a entrega de prémios e a presença de convidados de destaque na vida do país, acolhendo personalidades tão reconhecidas como Cristiano Ronaldo, Jesualdo Ferreira ou Catarina Furtado. A tarefa de adaptação do Pavilhão Carlos Lopes a um verdadeiro estúdio de televisão apresentou, por si só, diversos desafios, nomeadamente nas estruturas de suporte de iluminação, de vídeo e cénicas. Foi necessário ainda construir uma bancada em anfiteatro para centenas de convidados. Nos meios utilizados destacam‑se, diz Inês Aguiar, “os mais de 160m 2 de ledwall, suspenso e de chão, cerca de 700 equipamentos de iluminação, robótica, convencional e arquitetural, a maior parte

com tecnologia led”. Durante a realização do evento a AVK alocou mais de 30 técnicos, enquanto que nos períodos de montagem e de desmontagem esse número subiu para cerca de 50 pessoas. “Foi uma honra para a AVK termos podido colaborar num evento de relevo na vida desportiva nacional, onde a excelência e o mérito são destacados”, garante Inês Aguiar. Refira‑se que a escolha dos nomeados para os prémios foi feita pelo Conselho das Quinas de Ouro e que a eleição dos vencedores resultou dos votos feitos por treinadores, jogadores e adeptos.

AVK AMADORA | 219 413 530 | COMERCIAL@AVK.PT www.avk.pt


OPINIÃO    20

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UNSDG: UMA FORMA PODEROSA DE CONTARMOS A NOSSA HISTÓRIA Durante vários anos a meetings industry – e os centros de convenções enquanto os seus representantes mais visíveis ao nível do destino – tem procurado veículos apropriados para documentar e ilustrar os benefícios abrangentes que gera para o desenvolvimento das comunidades, locais e global. Por que razão? Porque durante demasiado tempo a única coisa medida neste setor eram os gastos por delegado – apenas uma consequência destes eventos, e não as reais e variadas razões pelas quais eles se realizam. Isto simplesmente não era o suficiente, face ao contínuo suporte de que todos nós precisamos para fazer o nosso trabalho de uma forma cabal, numa indústria em que muito do investimento exigido vem de dinheiros públicos e deve por isso ter um retorno público relevante.


A procura não foi fácil. Enfrentou resultados tão diversos quanto são diversos os eventos – tudo desde o desenvolvimento profissional e avanços médicos a transferência de conhecimento e posicionamento de uma cidade ou de um país num setor em particular ‑, e muitas vezes acomodou‑se a coisas como as noites de hotel e os gastos dos organizadores em refeições, serviços para eventos e transportes, pela simples razão de que estes são parâmetros que podem ser logo medidos, avaliados, e podem ainda ser extrapolados em coisas como receitas com impostos e outros benefícios de particular interesse para governos locais e nacionais. Chegam então as United Nations Sustainable Development Goals ou UNSDG*. Estas declarações de intenção, bastante abrangentes, foram desenvolvidas para criar “um plano que permita alcançar um melhor e mais sustentável futuro para todos. Elas abarcam as mudanças globais que enfrentamos, incluindo aquelas relacionadas com a pobreza, desigualdade, clima, degradação ambiental, prosperidade, e paz e justiça. As metas interligam‑se, e para não deixar nenhuma para trás, é importante que atinjamos cada meta até 2030”. Mas, ainda que genéricas, elas são particularmente relevantes para contarmos a história da nossa indústria e dos nossos venues – por uma série de importantes razões. Primeiro, elas são globais – e globalmente reconhecidas. Isto significa que em vez de aparecer com algo específico desta indústria, e ter que promover a sua adoção por uma ampla variedade de interesses, elas são amplamente reconhecidas e vêm de uma fonte altamente credível. Para uma indústria que continua a ser um mistério para o mundo, este foi um grande benefício. Segundo, elas são tão diversas quanto a nossa indústria – reconhecendo e respondendo a diferentes formas de desenvolvimento social e económico e às muitas formas que isto assume em diferentes partes do planeta. Novamente, este é um grande benefício para uma indústria cuja atividade facilita uma enorme variedade de áreas e de formas de comunicação. Terceiro, elas reconhecem o desenvolvimento de benefícios a longo prazo – uma questão que tem perseguido o setor dos eventos profissionais desde que se têm procurado novas formas de medir o seu valor. A verdade é que os benefícios

específicos resultantes de um particular evento, convenção ou feira não surgem todos de imediato, mesmo se questionários e cálculos de valor tendam a representar uma fotografia instantânea de um momento em particular no tempo. Em vez disso eles ocorrem como parte de um continuum, em que as metas e os legados de um evento em particular são parte de um processo que se prolonga por vários anos – exatamente a moldura de tempo a que respondem as UNSDG. Quarto, elas não são “detidas” por ninguém em particular – o que significa que não podem ser colocadas ao serviço de um interesse em particular, excluindo os outros. O processo de demonstrar como certas SDG são alcançadas por certos eventos ou atividades é um processo que pode tomar diversas formas, cada uma tão válida como as outras, e case studies individuais podem ser encadeados de diferentes maneiras para ilustrar os princípios que todos queremos demonstrar, mostrando a importância – e a relevância – do que fazemos. Finalmente, a possibilidade de aplicar e usar as UNSDG exige e encoraja a colaboração – e tudo o que a nossa indústria pode e deve ser é sobre colaboração. A organização e entrega de um evento bem‑sucedido precisa de se basear numa parceria em que todas as partes reconhecem que toda a gente tem um papel a representar naquilo que é o resultado final, e que o sucesso e o fracasso são de todos, juntos. Isto são tudo boas razões pelas quais as UNSDG estão a ser adotadas como uma declaração de valor por tantos na nossa indústria – e porque nos podem servir bem no nosso esforço contínuo de clarificar o valor do que fazemos em prol do desenvolvimento global. Membros da AIPC, juntamente com outros colegas da indústria, estão agora empenhados no processo de documentar os mais importantes objetivos atingidos no contexto das UNSDG. Mas no final de contas, e porque este precisa de ser um esforço colaborativo, há um papel a desempenhar por cada um, dos venues e outros fornecedores aos organizadores de eventos e às comunidades que acolhem estes eventos. Isto é uma coisa boa – porque nos dá algo em que nos podemos concentrar, para demonstrar porque uma meetings industry saudável e centros de convenções competitivos são bons, não apenas para as suas respetivas comunidades, mas para a sociedade como um todo. Rod Cameron Diretor Executivo da AIPC ‑ International Association of Convention Centres

* As 17 UNSDG podem ser consultadas em www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable‑development‑goals/


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MULTICULTURALIDADE, EXCLUSIVIDADE E PERSONALIZAÇÃO

© Hélder Couto Photo | Mary Me


DIZER “SIM” EM PORTUGAL Portugal é, cada vez mais, o destino escolhido por casais estrangeiros para a celebração do casamento. A trilogia formada pelo clima, comida e bebida, que constitui a base do turismo nacional tem, no setor do casamento, variáveis especiais, mas cujo desempenho tem agradado a wedding planners e noivos.

Não residem em Portugal, conhecem o país por terem ouvido falar ou porque já foi destino de férias e foram seduzidos pela beleza da paisagem e pelo clima ameno. Afinal, o que atrai os turistas atrai também cada vez mais casais que, na hora de dizer sim, escolhem Portugal para um dos dias mais importantes das suas vidas. Do Douro ao Algarve, passando por Lisboa ou Açores, o número de casamentos está a aumentar, o que significa que este é também um negócio cada vez mais interessante não só para wedding planners, mas também para fornecedores, incluindo hotéis, quintas e outros locais, catering ou fotografia. Os últimos dados do Ministério da Justiça, relativos a 2018, confirmam esta tendência. Estes números, que dizem respeito só ao registo civil – não incluem, por isso, os casais que celebraram o casamento no seus país natal e que só fizeram o copo‑d’água no nosso país – têm vindo a subir. Se no início da década o número de casamentos de cidadãos estrangeiros realizados em Portugal era de cerca de 500, em apenas oito anos esse número subiu para 1 235 celebrações. Uma tendência que acompanha também o aumento do número de turistas em Portugal, mas que tem particularidades bastante interessantes, como a duração da estadia, o número de convidados que acompanham os noivos e valor despendido neste tipo de eventos. Embora esta seja uma área em crescimento, existem também alguns desafios, como lidar com a multiculturalidade, garantir a exclusividade e personalização do serviço ou fazer com que noivos e convidados se sintam numa cerimónia íntima, mesmo estando a milhares de quilómetros de casa. As três empresas com quem a Event Point falou estão já neste mercado há vários anos e mostram‑se otimistas quanto ao futuro deste setor, mas também alertam para a necessidade de preservar a qualidade na oferta. Como se explica o sucesso de Portugal como destino para casamentos de estrangeiros? Paula Grade, da White Impact, e Maria Luís Vaz Teixeira, da Mary Me, falam na hospitalidade e na qualidade da comida e do vinho, fatores que, todos os anos, atraem milhares de turistas a Portugal. Dyana Dessar Simmons, da Optimum Weddings, acrescenta “a beleza da paisagem e a enorme variedade de locais,

© Algarve Weddings


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com diferentes preços e características”. Sendo estrangeira, admite também que a simpatia das pessoas com quem se trabalha na organização de um evento é igualmente um fator decisivo. Se as expetativas são mais ou menos comuns, já a proveniência dos casais que escolhem Portugal para casar é bastante variada. À White Impact chegam sobretudo pedidos dos EUA, Reino Unido e Irlanda, enquanto a Mary Me trabalha sobretudo com casais vindos dos EUA e Brasil: “O nosso cliente tipo é estrangeiro, está na casa dos 30 e procura um destination wedding de qualidade, que possa permitir aos convidados viverem uma experiência durante um fim de semana”, revela a responsável. “A maioria dos casamentos que organizo é para casais indianos e judeus, por isso duram vários dias, incluindo eventos religiosos ou tradicionais. Assim, procuram sobretudo ter tudo o que precisam para realizar o seu casamento de sonho”, diz Dyana Dessar Simmons, sublinhando que, muitas vezes, é necessário recorrer a catering especializado para que estes eventos sejam bem‑sucedidos. Paula Grade revela que os casais que procuram a sua empresa preferem a zona do Algarve e, entre os pedidos

mais frequentes, estão as festas ao ar livre, que possam prolongar‑se pela noite dentro. “Pretendem viver uma experiência, a experiência do casamento em férias”, explica. Maria Luís Vaz Teixeira conta que os noivos “querem mostrar aos convidados, durante a sua estadia, o motivo que os fez casar em Portugal”. E este é mais um desejo que os wedding planners têm todo o prazer em satisfazer: “Organizamos atividades para os dias anteriores e posteriores ao casamento, como visitas às caves do Vinho do Porto, um passeio de barco, uma noite de fados, um dia numa vindima”. A boa relação entre a qualidade dos produtos e serviços e o preço é, para a responsável da Mary Me, um dos aspetos diferenciadores de Portugal enquanto destino de casamentos: ”Garantimos bons preços, mas excelente qualidade. Para além disso, a maioria dos profissionais fala inglês, o que é raro em outros países da Europa”. Dyana Dessar Simmons traz a Portugal casais do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá que, para além de um acompanhamento personalizado e especializado, procuram “bom tempo, flexibilidade nos locais da cerimónia excelência no serviço e hotéis de luxo”.


© Algarve Weddings

“Trabalhamos em toda e a Europa e, para os nossos clientes, o que diferencia Portugal é a simpatia do serviço e a tradição. E, para muitos casais, existe a influência indiana devido à ligação com antigas colónias”. Organizar um casamento é algo que traz sempre alguns desafios que, no caso de cerimónias envolvendo estrangeiros podem ser ainda maiores. Paula Grade garante que a experiência adquirida lhe permite ter uma equipa estruturada “de forma a tudo ser superado”, realçando que o seu principal cuidado é “o contacto constante com o cliente”. A comunicação com todos os convidados, garantindo que têm tudo o que precisam enquanto estão em Portugal é, para Maria Luís Vaz Teixeira, um desafio, mas também um ponto de honra. Já no que respeita a cuidados especiais, refere um profundo conhecimento das tradições, sobretudo no caso de casais indianos ou judeus. Algarve (sobretudo Vilamoura e Carvoeiro), Cascais, Sintra e, mais recentemente a zona do Porto, são os locais onde a Optimum Weddings tem organizado cerimónias. Para Dyana Dessar Simmons, o maior desafio que enfrenta, neste tipo de eventos, “é garantir alojamento

suficiente para todos no mesmo local ou, pelo menos, o mais próximo possível do local da cerimónia”. Conta que nem sempre os hotéis facilitam o trabalho dos wedding planners e alerta: “Devemos trabalhar em equipa, de forma a que os casamentos e outros eventos sejam, para os noivos e para as famílias, o mais tranquilos que for possível”. As exigências legais, o catering e o clima em alguns meses do ano são, na sua opinião, outros pontos que exigem sempre muitos cuidados. A qualidade da comida é, para Paula Grade, o que mais surpreende os noivos estrangeiros que casam em Portugal. Já Dyana Dessar Simmons diz que os seus clientes apreciam sobretudo a atitude amigável e a solicitude dos habitantes locais e dos fornecedores. E, claro, deixam‑se encantar pela beleza da costa portuguesa e pela forma como o tradicional e o moderno se conjugam. “Os nossos clientes ficam sempre fascinados com o ‘descanso’ que têm durante os dias que cá estão, principalmente no dia de casamento, pois certificamo‑nos que tudo corre como os clientes desejam. Ficam surpreendidos com o evento em si, em que tudo flui e nisso sei que temos um papel preponderante”, sublinha Maria Luís Vaz Teixeira.


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Potenciar o turismo A evolução do setor de organização de casamentos para estrangeiros tem sido acompanhada por um crescimento na qualidade e quantidade de empresas que trabalham de perto com os organizadores. Paula Grade sublinha que, desde que começou a trabalhar na área, “evoluiu muito a quantidade de bons fornecedores”. Revela ter boas expetativas para os próximos anos e considera que este setor pode potenciar o turismo em vários aspetos. Maria Luís Vaz Teixeira destaca a forma como as pessoas passaram a encarar a atividade de wedding planner: “Quando criei a minha empresa ninguém conhecia o conceito. Hoje podemos dizer que já toda a gente sabe o conceito e vê a necessidade deste serviço”. Ainda assim, pensa que, em Portugal há ainda muito trabalho para fazer. “Alguns espaços e outros fornecedores portugueses ainda não estão habituados a trabalhar connosco e acabam por não valorizar o nosso trabalho e o quanto os estamos a facilitar o seu trabalho”, lamenta. Dyana Dessar Simmons, habituada a organizar casamentos em vários países, realça o crescimento de Portugal como destino escolhido para este tipo de evento, bem como o crescimento

no número de fornecedores especializados. “Tudo isso faz com que Portugal seja o destino perfeito e um local fácil de sugerir. A variedade no tipo de locais disponíveis faz com que possamos criar uma experiência diferente em cada casamento que planeamos”. A responsável pela Optimum Weddings diz não ter sentido dificuldades em trabalhar em Portugal. “Até agora tem correspondido às nossas expetativas e às dos nossos clientes. Desde que começámos a promover este destino que tem corrido bem e todos os anos conhecemos mais fornecedores e locais excelentes e descobrimos novas surpresas para oferecer aos nossos clientes”. Esta satisfação com o que Portugal tem oferecido é, para Dyana Dessar Simmons, motivo para que encare com otimismo o futuro deste setor para Portugal, afirmando que todo este processo está ainda no início. Sublinha, no entanto, que é importante que se mantenha uma ligação forte entre os operadores turísticos e os wedding planners. “Devemos ser convidados para conhecer e experimentar locais e serviços e esta é a forma de trabalharmos juntos e de pessoas como eu poderem promover Portugal como um destino que é como a nossa casa”.


© Optimum Weddings

AS EMPRESAS WHITE IMPACT/ALGARVE WEDDING PLANNERS    © Algarve Weddings

Os fatores que diferenciam Portugal de outros destinos são, para Maria Luís Vaz Teixeira, um dos segredos que é preciso explorar: “Estamos a competir com Itália e Grécia, que ainda lideram os destination weddings, mas temos vantagens que estão a ser descobertas, como os preços e o acesso fácil a partir de qualquer aeroporto”. A responsável pela Mary Me reforça também o peso económico deste setor, de forma a alertar para a sua importância e para a importância de manter a boa relação qualidade/preço, evitando assim afastar potenciais clientes. “Cada casamento que organizamos não é apenas um casamento. São, pelo menos, três dias de eventos, com jantares em restaurantes ou espaços de eventos e atividades lúdicas. Sem falar em transportes e deslocações”. Na sua opinião, “o turismo só tem a ganhar, porque falamos de clientes com elevado poder de compra, que acabam por vir mais cedo, visitar outras cidades e ficam alojados em unidades hoteleiras de luxo”. O Turismo de Portugal tem estado atento a este crescente interesse dos estrangeiros em casar em Portugal, estando a trabalhar para promover Portugal como wedding destination. Olga Teixeira

Há 12 anos que Paula Grade e Karina Sousa planeiam casamentos de cidadãos estrangeiros e, se inicialmente este era um pequeno negócio a quatro mãos em part‑time, hoje cresceu para uma empresa formada por uma equipa de especialistas internacionais e especializada em casamentos de luxo. OPTIMUM WEDDINGS Portugal é um dos destinos onde a Optimum Weddings, com escritórios na Costa do Sol e Londres, tem organizado casamentos de luxo. Das Maldivas à Grécia, passando pelas Seychelles ou Disneylândia, a empresa faz da multiculturalidade uma bandeira, organizando muitos casamentos para praticantes do Judaísmo e Hinduísmo. MARY ME Fundada em 2013 e sediada no Porto, a Mary Me começou por planear cerimónias no Norte de Portugal, mas já expandiu a sua atividade a todo o país, trabalhando com parceiros locais. Com uma grande experiência em celebrações na região do Vale do Douro, a empresa tem 90% de clientes estrangeiros, sobretudo brasileiros e norte‑americanos.


E SPAÇO A PECAT E    28

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OS DESAFIOS DO SETOR DOS CONGRESSOS, EVENTOS E ANIMAÇÃO TURÍSTICA O Turismo, e em especial a área dos Congressos, Eventos e Animação Turística, continua a crescer, a sociedade e as necessidades dos turistas estão a modificar‑se e a nossa organização social e económica permanece a mesma.

Esta incompatibilidade de ritmos e mesmo de objetivos está a provocar cada vez mais conflitos e vai colocar em causa a nossa competitividade no mercado global. É urgente encarar esta questão com objetividade, sem desvios acessórios. Quanto mais tarde se procurar soluções construtivas, mais atrasados vamos ficar no desenvolvimento de um turismo sustentável e competitivo.

Fazendo um resumo da situação atual temos: ‑ As atividades de animação turística e eventos são maioritariamente, senão na totalidade, micro, pequenas e médias empresas e têm de lidar com 10 ministérios e 20 entidades diferentes ‑ Estas entidades não estão sensibilizadas para os problemas do setor, nem têm qualquer motivação e interesse em responder e resolver os mesmos – a palavra de ordem é complicar, proibir, restringir e aplicar coimas.


EMPREGO

A QUESTÃO DE FUNDO É O ORDENAMENTO. É importante estruturar um ordenamento que englobe as realidades, locais, regionais e nacionais, criando oportunidades de desenvolvimento social. Temos de lutar para ter um papel ativo nas várias comissões e departamentos que discutem o ordenamento. Tem de existir: ‑ Um bom ordenamento, baseado nos princípios da sustentabilidade (contexto social/ cultural/ ambiental e económico). É urgente iniciar o trabalho da definição de cargas nos espaços naturais, rurais e urbanos; ‑ Consistência. Um dos princípios deveria ser a consulta e envolvimento das associações desde o primeiro momento (antes de se iniciar qualquer construção de lei ou regulamento); ‑ Continuar a simplificação e harmonização administrativa (acabar com autorizações redundantes). Balcão Único; ‑ Apostar na qualificação, descriminando positivamente as empresas que investem na qualificação e sustentabilidade; ‑ Maior rapidez na resposta do Estado, com as instituições a cumprir prazos limite; ‑ Maior fiscalização no terreno, combatendo a concorrência desleal (não apostar em processos administrativos). TERRITÓRIO: SIMPLEX NO PROCESSO DE LICENCIAMENTO Balcão Único, nos processos de ocupação de espaço público. Este balcão centralizaria todos os pedidos para as entidades envolvidas, com timings e protocolos de aprovação.

O nosso setor necessita muito de recursos humanos. Temos construído várias alternativas, mas existem questões como a possibilidade de trabalhar com estudantes que não são favorecidas e poderiam ajudar muito o setor a, ao mesmo tempo, contribuir para uma melhor integração destas pessoas no setor do trabalho. Serve de exemplo o facto de os bolseiros perderem o direito à bolsa em situações de emprego temporário (atos únicos ou contratos de curtíssimo prazo). É um contrassenso, estamos a falar de jovens que teriam toda a vantagem em ir experimentando o mercado de trabalho e ficam restritos à opção de voluntariado, muitas vezes em situações que não o são. Na área do Turismo, agilizar a prestação de serviço, sem onerar tanto os intervenientes, fazendo com que estes não queiram trabalhar pelos elevados encargos que isso lhes traz. IVA Esta é uma situação sensível, mas as áreas dos Festivais, Eventos, Animação Turística deverá ter um enquadramento de IVA semelhante às outras áreas do Turismo. Existe uma discriminação e confusão sobre os regimes de IVA a aplicar. A nossa exigência é que seja feita uma discussão para harmonização do mesmo. CRIAÇÃO DE GRUPOS DE TRABALHO PARA RESOLVER SITUAÇÕES Criar Grupos de Trabalho onde estejam representadas as instituições intervenientes e as associações do setor, com o objetivo de resolver as situações que aparecem todos os dias. Seriam três Grupos de Trabalho: ‑ Espaços Urbanos; ‑ Espaços Naturais; ‑ Espaços Marítimos.

REGISTO PARA AS EMPRESAS DE CONGRESSOS E EVENTOS FORMAÇÃO O objetivo primordial deverá ser a existência de um registo obrigatório – como existe para a animação turística, para as agências de viagem, alojamento local, hotelaria e empreendimentos turísticos.

Permitir a formação modular certificada para o nível 5. O RVCC é um imperativo para a qualificação do setor.

Continuação de bom trabalho. António Marques Vidal

Presidente da Direção da APECATE


OPINIÃO    30

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MANIFESTO PARA MELHORARMOS A PRODUTIVIDADE EM PORTUGAL NA ÁREA DOS EVENTOS Estudos com gráficos, onde constamos no fundo, mostram‑nos que somos pouco produtivos. Juntam‑se as horas que passamos no trabalho e no trânsito, aos comprimidos que tomamos para relaxar e dormir. Ah, e as gastrites?

O problema da produtividade, impede‑nos (diz‑se) de termos aumentos salariais, melhores condições de vida. Tira‑nos motivação e desempenho. Vou focar‑me no segmento dos eventos, onde a troca de informação, velocidade, compromisso e relação cliente‑fornecedor está sempre no fio da navalha, mas esta reflexão é válida para outros negócios.

O que podemos fazer a nível pessoal? SERMOS PONTUAIS Demonstra respeito pelo tempo dos outros, pelo nosso tempo, e um bom planeamento conduz a uma melhoria do bem‑estar. Lembra‑se das reuniões com clientes e parceiros no evento? Dos tempos que está à espera ou faz que espera?

DEFINIRMOS PERÍODOS “OFFLINE” O nosso trabalho merece concentração plena em muitas ocasiões. Sermos interrompidos por colegas, mensagens, lembretes, obriga‑nos a reiniciar constantemente um raciocínio, uma tarefa, podendo colocar em causa a qualidade e despendendo mais energia do que a necessária. DEFINIRMOS URGÊNCIA E PRIORIDADE Nos eventos normalmente o que é urgente é prioritário, não é? E porque é que se torna urgente? Porque surge mesmo sem ser esperado, porque foi mal planeado (tornou‑se urgente), ou porque alguém nos pressiona para tal. O mau planeamento é o nosso excesso de confiança (ou falta de vontade) a empurrar‑nos para o que gostamos de fazer, e é rápido. Se for prioritário e deixarmos o tempo rolar, uma atividade vai tornar‑se urgente. E quando isso acontece, colocamos em causa o nosso trabalho e o dos outros.


ALOCAR TEMPO PARA TAREFAS DE BAIXA PRODUTIVIDADE QUANDO ESTAMOS SEM ENERGIA E COM POUCA CONCENTRAÇÃO É bom despachar tarefas, não é? Por vezes quando começamos a trabalhar, tratamos logo de dez coisas ao mesmo tempo. Muito bom! Depende. Se o que fizermos na altura em que estamos no nosso pico de energia e concentração forem as tarefas de baixo nível (pagar contas, marcar viagens), vamos deixar para depois as mais difíceis, quando já não tivermos combustível. O que fazer? Perceber os nosso períodos de elevada energia e guardar as tarefas mais complexas para esses momentos, e relegar as tarefas básicas para aqueles momentos onde não estamos tão “para aí virados”, p.e. depois do almoço ou antes de um intervalo. APRENDER A DIZER ‘NÃO’ Fomos educados a não dizer ‘não’ para não sermos... mal educados. E sofremos em termos de cultura nos dois extremos. Os que nunca dizem que não e os que fervem em pouca água. É difícil face a um chefe, ou face a um cliente que acha que num evento “é só pedir, e que o fornecedor está lá para isso”. O ‘não’ é muito importante. São os ‘nãos’ que nos obrigam a pensar, mais do que os ‘sins’. Não precisamos de ser incorretos para dizer um ‘não’. Podemos explicar e pensar em alternativas. Há ‘nãos’ que salvam negócios ruinosos, há ‘nãos’ que colocam limites ao que é razoável. RESPEITAR O ESPAÇO DOS OUTROS Desaforos, fura‑filas, falar alto em público, deitar lixo para o chão, ser indecoroso, desrespeitar quem está a trabalhar, interromper, não agradecer, não chegar a tempo a reuniões, e não marcar reuniões a horas desnecessariamente tardias... Parece uma aula do primeiro ciclo, mas isso influencia a nossa produtividade. Tira‑nos concentração, energia e tempo, as três variáveis que influenciam a nossa performance.

... O que as organizações do setor dos eventos podem fazer pela produtividade: MODELOS MISTOS DE COLABORAÇÃO Porque é que temos que ir todos os dias para o escritório? Com as ferramentas de colaboração digital, a cloud, o que nos impede de trabalharmos remotamente um ou dois dias por semana? O que se ganha? Tempo e poupanças nas deslocações, menos trânsito, mais tempo disponível no horário de trabalho, menos custos para a empresa (fixos e variáveis), mais disponibilidade para a criatividade.

FOMENTAR REUNIÕES À DISTÂNCIA Ainda há a perceção de que temos de ir falar pessoalmente, na lógica das vendas/suporte tradicional, mas uma reunião por vídeo conferência que começa às 9h30 e acaba às 10h só dura 30 minutos. E se for pessoalmente? Muitas vezes temos dezenas ou centenas de quilómetros, horas, trânsito e atrasos de parte a parte. Não estamos a falar de eliminar, mas de reduzir drasticamente. DEFINIÇÃO DE URGÊNCIA E DE PRIORIDADE Na organização é tão ou mais importante definir prioridades e urgências do que a nível pessoal. Senão, somos inundados de novas tarefas assumindo que temos “costas para carregar com tudo”. E depois de heroicamente concluídas ainda nos cobram o que “devíamos ter feito”. PROFISSIONALISMO COM CLIENTES E FORNECEDORES Não conheço empresas sem problemas, sem situações que têm de ser resolvidas. Mas há formas de estar: dos fornecedores com os clientes, dando resposta aos problemas em tempos definidos, conhecidos e razoáveis... e os clientes dando resposta a fornecedores ou potenciais fornecedores. A quantidade de propostas que é feita e que depois não tem resposta é preocupante. Do outro lado podem estar horas, dias, semanas de preparação. Trata‑se de respeito e profissionalismo. CULTURA DA AUTONOMIA Micro gestão, castigo e gritaria por um erro, o que causa? Vergonha, falta de autonomia, perda de produtividade, desmotivação. Há erros graves? Sim. Consequências? Também. Mas os culpados podem não ser os operacionais, e sim a falta de processos. E mesmo sendo os operacionais, o que aconteceu? Como podemos melhorar? Vou ficar por aqui. Falei ao de leve no planeamento, peça‑chave nesta engrenagem. Sim, somos os desenrascas que fazem o que outros não fazem, mas isso é a exceção, não a regra. Este não é um problema meu, seu, da minha organização, ou da sua. É nacional. É cultural. E todos podemos ajudar a resolvê‑lo.

Nuno Seleiro

Diretor da Asserbiz


REPORTAGEM    32

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MEETINGS INDUSTRY: É PRECISO SENTAR OS POLÍTICOS À MESA O Altice Forum Braga comemorou um ano de atividade, a 11 de setembro, com um seminário dedicado à meetings industry. O objetivo foi trazer para a discussão os atores políticos que têm responsabilidades no setor do turismo, sensibilizá‑los para as especificidades do setor, e refletir sobre os impactos dos eventos para os destinos.

Dispensa apresentações. Elling Hamso, Managing partner do Event ROI Institute, é um decano da meetings industry. Viaja por todo o mundo a sensibilizar as audiências para a importância das reuniões e eventos no desenvolvimento económico, cultural e científico dos destinos. Em Braga não deixou os créditos por mãos alheias e evangelizou mais uns quantos profissionais portugueses para a importância crítica dos eventos. Dos bons eventos, bem entendido! Os bons eventos têm de promover mudanças de comportamentos. E mostrou uma série de exemplos, que podem ser consultados no

site da The Iceberg, de destinos que trabalham superiormente este setor. Hamso lembrou ainda que os destinos podem aproveitar os setores em que são fortes e criar os seus próprios eventos e congressos e torná‑los as referências de cada uma das áreas. No mesmo painel esteve Paco Quereda, diretor do Convention Bureau de Málaga, e membro do board do Capítulo Ibérico da ICCA. Málaga é um bom exemplo de cidades secundárias que fazem um bom trabalho em termos de captação de eventos. Depois de Barcelona e Madrid, Málaga assume‑se como um forte candidato a receber


eventos em Espanha. Quereda explicou que trabalham com grande proximidade com o setor político e empresarial da cidade e região. O responsável lembra um aspeto que introduziram em Málaga e que lhe parece fundamental: a criação de um programa de embaixadores da cidade que ajudam na captação dos eventos. Estes embaixadores são muito acarinhados pelo Convention Bureau. O segundo painel contou com Ricardo Valente, presidente da direção da Associação de Turismo Porto – Convention & Visitors Bureau, Altino Bessa, Vereador do Turismo na Câmara Municipal de Braga, e Pedro Quelhas Brito, Professor da FEP.UP, diretor da PG em Gestão do Turismo e Hotelaria na Porto Business School, investigador do INESC‑Tec. O foco foi o debate na realidade portuguesa. Tanto Ricardo Valente como Altino Bessa preferiram abordar os destinos que estão sob sua responsabilidade de uma forma holística, usando uma panóplia de argumentos que poderiam interessar mais aos turistas do city break, aos estudantes nacionais e estrangeiros ou até aos turistas residenciais, que optam por mudar de cidade ou de país porque se reformaram ou porque mudaram de emprego. O responsável pelo Turismo de Braga deu o exemplo da colaboração com a Universidade Católica, de modo a conseguirem captar eventos académicos internacionais para a cidade, e ainda falou na ligação a entidades e empresas que são dínamos de desenvolvimento e de atração na região, como por exemplo o INL ‑ Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e a Bosch. Pedro Quelhas Brito partilhou com a audiência os estudos de impacto de eventos que realiza, a sua importância, e a disponibilidade em colaborar com o setor para se chegar a uma visão mais clara da contribuição da meetings industry na economia das cidades e das regiões.

Cinco perguntas a Elling Hamso Qual é a importância de envolver os políticos nesta conversa global sobre a meetings industry? Acho que é importante porque há esta ferramenta poderosa de desenvolvimento regional, disponível para eles começarem a usar. É uma tragédia se não cumprirmos o nosso dever, enquanto indústria, de lhes dizer que esta ferramenta existe. Existe, está pronta, só precisam de pegar nela e dar‑lhe uso e criar os seus clusters, os hubs de conhecimento, desenvolver as suas indústrias, os destinos, as cidades, para comércio, o emprego, a justiça social e o bem‑estar das pessoas. Parece‑me que a maior parte dos políticos ainda não está a par do poder dos eventos para este propósitos. Isto é algo que me apaixona neste tópico: estamos sentados em cima de um grande segredo e é o nosso dever contar‑lhes. Que tipo de argumentos podem ser usados? Eles continuam a ver os eventos apenas como turismo? Sim, porque foi o que lhes dissemos durante uma série de anos. Portanto não podemos culpá‑los. Chamamos a área de turismo de negócios e isto não tem nada a ver com turismo. Vamos parar de dizer turismo de negócios. Porque turismo é apenas uma pequena ferramenta na caixa de ferramentas. Temos de lhes falar das outras. Portanto não podemos culpar os políticos por não verem o potencial, temos de tomar para nós essa responsabilidade. Talvez devamos tomar um pouco do nosso remédio, porque como profissionais de comunicação sabemos que os argumentos não são muito eficazes, temos de criar uma história, uma história poderosa, e um exemplo poderoso e trazê‑los para cenários em que não lhes contamos,

mas levamo‑los numa viagem de descoberta, envolvendo‑os em conversas. Outra área pela qual me interesso é a da aprendizagem. Como é que as pessoas aprendem? E a ciência sabe há muito tempo que as pessoas não aprendem através da informação que lhes é ‘atirada’. As pessoas aprendem sendo levadas numa jornada de exploração e de descoberta. É a diferença entre aprendizagem indutiva ou dedutiva. A estratégia, então, não deve ser dar‑lhes informação e argumentos, mas levá‑los numa jornada de auto‑descoberta. Simplesmente porque é uma maneira poderosa de aprender e temos de despertar as suas emoções, para eles desenvolverem a sua própria história, os próprios exemplos, e assim aprenderão mais depressa e passarão a usar esta ferramenta de desenvolvimento regional mais depressa e de forma efetiva. Consegue dar‑nos um exemplo de cidades ou regiões que o entusiasmem? Diria que um dos exemplos mais poderosos é a cidade de Sidney. Mas há outros. Se calhar levar os vossos políticos a visitarem as cidades com mais sucesso nesta área e ouvirem as suas histórias, talvez resultasse.


REPORTAGEM    34

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Por outro lado, há uma série de eventos não tão bem organizados, que às vezes são verdadeiras perdas de tempo. Pode dar duas ou três dicas de como se pode melhorar a qualidade dos eventos de uma forma geral? Primeira: estudem a parte cognitiva da aprendizagem, e percebam a diferença entre aprendizagem induzida e deduzida. Toda a nossa tradição, e de alguma maneira a forma intuitiva de ensinarmos, é deduzida. Noutras palavras, temos um especialista à frente de pessoas, a dar‑lhes as repostas certas, a mostrar exemplos, a dar um exercício para ter a certeza que o assunto foi compreendido… isto não funciona! A aprendizagem deduzida: dar uma premissa, um desafio, uma tarefa, e levar as pessoas numa jornada guiada, com interação, discussão e descoberta, e eles vão chegar às mesmas respostas e nunca as vão esquecer. A segunda coisa é que sabemos, e particularmente agora na economia digital, que uma das mais poderosas vertentes das reuniões é o networking entre os presentes. Então como é que podemos ter tão pouco talento para não desenhar a parte mais importante das reuniões? Como é que não criamos condições para que as pessoas que realmente querem conhecer outras pessoas o possam fazer? Como é que podemos esperar que as pessoas conheçam pessoas interessantes durante o coffee‑break? Temos de ser mais inteligentes. Temos de envolver mais a ciência comportamental nos nossos esforços de tornar as reuniões, os eventos, mais eficazes. Acredita que seria necessário envolver nos eventos consultores noutras áreas mais comportamentais? Temos de distinguir o que é um meeting planner, que trata da gestão do projeto, da logística, do meeting designer, que é algo completamente diferente, para desenvolver as experiências de aprendizagem nos eventos.

Quatro perguntas a Paco Quereda Podia partilhar connosco aquela que é a estratégia do Convention Bureau de Málaga? Para os próximos anos, alteramos um pouco os nossos objetivos. Como já estamos estabelecidos como um destino de topo em Espanha para congressos nacionais, agora queremos crescer no ranking da ICCA, que contempla os congressos internacionais, que rodam por mais de três cidades. O nosso foco é trabalhar a base de dados da ICCA e tentar captar o máximo de eventos, mesmo os de tamanho médio, até porque Málaga tem uma ocupação alta em termos de hotéis, e às vezes não é fácil trazer os congressos maiores, de mais de duas mil pessoas. Portanto estamos mais focados nos eventos de média dimensão, europeus e ibero‑americanos. O segundo objetivo é trabalhar de forma mais próxima com os embaixadores locais, os profissionais nas universidades, nos hospitais, nos parques tecnológicos, nas empresas, e apoiá‑los. Sendo de uma cidade, uma região, que está muito conotada com o turismo de sol e mar, quais são os desafios para se implantarem como um player importante no setor MI? Levou tempo. Quando comecei, em 2006, o centro de congressos tinha apenas três anos, a região era Costa do Sol – Málaga ‑ agora é Málaga – Costa do Sol ‑, era complicado porque a percepção do organizador era de que eu estava a falar de Marbelha, Torremolinos, da praia, do sol, do golfe. E eu tinha que reforçar que era da cidade de Málaga que estava a falar, um novo destino para eventos, e levou uns anos para que as pessoas entendessem. Málaga tem cultura, monumentos, é um destino de cidade, tem centro de congressos. Agora, depois de 13 anos, Málaga tem nome na meetings industry.

Isso obrigou a fazer muito lobby nas associações internacionais? É uma parte importante do trabalho? Absolutamente! Estamos na ICCA, no MPI, na SITE e isso deu‑nos a oportunidade de trazer para Málaga em 2008 e 2010 os eventos europeus da SITE e a EMEC do MPI. Isso fez recair em nós muita atenção. Foi um grande investimento, partilhado por algumas instituições. Mas fez com que as pessoas‑chave da indústria conhecessem Málaga e começassem a falar do destino. Isso encurtou o caminho da afirmação. Em que tipo de eventos estão a apostar neste momento? De que indústrias ou áreas? Estamos a apostar nos eventos associativos nacionais e internacionais; nos corporate, uma vez que cada vez mais empresas têm‑se fixado em Málaga; feiras. Em termos de indústrias, destaque para a tecnologia, temos que aproveitar que estas empresas estão no destino e porque não criar eventos próprios e atrair pessoas de todo o mundo.


EVENTO       WWW.EVENTPOINT.PT

JORNADAS DE PROTOCOLO: NOVO VENUE E FORMATO A Fundação Oriente vai receber a edição catorze das Jornadas de Protocolo.

As Jornadas de Protocolo da AporEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo mudam‑se este ano para a Fundação Oriente, mais precisamente para o Centro de Reuniões do Museu do Oriente. A vista sobre o Tejo promete trazer inspiração aos participantes, assim como os oradores convidados, todos especialistas nas questões do protocolo e eventos. Novidades nesta edição das jornadas são as quatro masterclasses, que se vão distribuir por duas salas, e que contemplam temas mais específicos e uma abordagem mais interativa. As masterclasses serão lideradas por Isabel Amaral, presidente da AporEP, com o tema “Serão as falhas protocolares inevitáveis?”; Fernando Braz de Oliveira, Comandante da Marinha Portuguesa, com especialização em Comunicação Estratégica, que falará sobre “Símbolos pátrios”; Miguel Macedo, especialista em protocolo em eventos internacionais, que tratará do “Protocolo autárquico”; e Isabel Névoa Tavares, gestora de eventos e protocolo, que abordará questões relacionadas com o “Protocolo académico”.

A sessão de abertura ficará a cargo de Javier Carnicer, atualmente Chefe de Protocolo do Governo de Aragão, Espanha, numa conferência intitulada “A simplificação do protocolo através de uma app”. Carnicer, que já esteve em Portugal em outras ocasiões, é um dos mais consagrados especialistas do país vizinho, e usa a tecnologia como ninguém quando organiza um evento. Outra das conferências a ter em conta é a de Pedro Cymbrom, Conselheiro na Comissão Europeia, que vai falar sobre “Um protocolo adaptado à renovação constante da União Europeia”.

O evento terá lugar a 20 de novembro e as inscrições podem ser efetuadas no site da APorEP.

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OPINIÃO    36

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FAZENDO DO EVENTO ALGO QUE PROVOCA E CONVIDA A PARTILHA DIGITAL


INFLUENCER MARKETING E A INDÚSTRIA DE EVENTOS De certo já deu com algumas pessoas em poses sugestivas a tirarem fotos semiprofissionais no meio de um festival de música, ou notou que há palcos de alguns eventos que têm enchentes à conta de personalidades digitais.

Influencer Marketing tem sido umas das buzzwords e tendências que têm dominado o discurso e discussão do marketing nos últimos anos. Não sendo mais uma questão de pertinência, é agora a sua utilidade e penetração em diferentes áreas de ativação de marca que define os novos perímetros da discussão. Também a área de eventos corporativos, patrocínios e ativação de marca não é de todo alheia a esta realidade. É, aliás, uma das áreas onde o marketing de influência mais se faz notar, e também possivelmente onde é mais disruptivo. Em 2019 não é mais uma questão de como a audiência digital é uma realidade mensurável, expectável do planeamento de um evento. Seja uma ação corporativa, uma feira de setor ou um grande festival de verão, tem de ter na sua génese uma preocupação estética e funcional de como o mesmo pode e deve ser amplificado digitalmente. Não apenas com uma estratégia clara de criação própria para os canais parceiros, mas mesmo fazendo do evento algo que provoca e convida a partilha digital dos participantes nas suas redes. Basta observar os fenómenos digitais que a popularidade de festivais como Coachella, TomorrowLand ou Burning Man passaram muito além das fronteiras do espaço geográfico destes certames para serem hoje marcas reconhecidas do grande público. E até mesmo ativações de marca dentro destes eventos a rivalizar com a popularidade digital do mesmo. O exemplo #REVOLVEFestival para a Revolve Beauty é paradigmático. Parte desta popularidade deve‑se a estratégias de marketing de influenciadores. Tão caricatamente fulcral como fator de sucesso, que até tem na tragédia do “afamado” FYRE Festival o seu mais

reconhecido case de sucesso e eficiência no que vale a venda de ingressos. Mesmo terminando numa tragédia em termos de organização. Mas não só de objetivos de venda de passes vive a presença de influenciadores digitais e criadores de conteúdo em eventos. Aliás, a sua presença sobe já hoje em dia aos próprios palcos dos eventos, quando podemos ver já em Portugal como o Rock In Rio dedica palcos inteiros a estrelas digitais como Youtubers ou Gaming Streamers. Quem tem capitalizado, e muito, com recurso a influenciadores em eventos têm sido claramente as marcas: a presença de criadores de conteúdo com largas audiências pode elevar o reconhecimento da marca num evento muito além daqueles que estão presentes no recinto, criando um efeito de curiosidade e FOMO junto dos que acompanham os conteúdos através das redes sociais. Cabe às equipas especializadas em criação de experiências de marca e eventos compreender que otimizar condições para o trabalho destas pessoas é um questão de ganho mútuo, para a organização, para os patrocinadores e para aqueles que participam ativamente no evento. O passo seguinte será integrar inputs da estratégia de conteúdos digitais e influencer marketing no próprio momento de planeamento e criação do evento. Com este nível de antecipação pode‑se tirar o maior partido deste tipo de estratégias: Brand Awareness, Brand Engagement, Lead Generation, Atention Retention, etc… Tudo são objetivos que, depois de definidos, podem ser amplamente ajudados pelo recurso a uma proposição de Influencer Marketing pensada para o efeito. Francisco Morgado Véstia

Countr y Manager da SamyRoad Portugal


EVENTO    38

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“SOMOS AQUILO QUE COMEMOS”


MELTING GASTRONOMY SUMMIT: MAIS DO QUE UM EVENTO, UM MOVIMENTO O Melting Gastronomy Summit – Congresso Internacional de Gastronomia vai decorrer de 14 a 16 de novembro, mas há muito que vem sendo cogitado. “Este projeto surge há já quase dez anos quando resolvemos fazer uma associação dedicada a esta área, que é a gastronomia e os vinhos, porque sentíamos que este território não estava ocupado, as empresas não tinham uma representação muito forte neste segmento que, ao nível não só económico, mas também cultural, social, estava ter uma importância crescente na vida das pessoas e na vida das empresas”, refere António Souza‑Cardoso, presidente da direção da AGAVI (Associação Portuguesa para a Promoção da Gastronomia e Vinho, Produtos Regionais e Biodiversidade). Coincide também com uma forma diferente de olhar para estas áreas, e uma consciência maior daquilo que comemos. “Acho que nunca a frase ‘somos aquilo que comemos’ teve um sentido tão amplo, tão transversal, tão universal como hoje”, sublinha o responsável, “e eu acho que esta consciência não é impeditiva de nada, pelo contrário, pode fazer‑nos muito mais felizes”.

O evento surge, então, como uma consequência natural do caminho que vem sido percorrido pela AGAVI, e como imperativo de reflexão sobre os temas que hoje em dia estão na agenda destas áreas. E essa discussão tinha de ser encetada num país como Portugal, e numa cidade como o Porto. “Não estamos a fazer isto no Porto por acaso. Além da pele, o Porto tem o caráter, tem a pronúncia, e tem esta gastronomia galaico‑duriense que representamos”, afirma Souza‑Cardoso. Será então a Alfândega do Porto a receber a maior parte das atividades do evento, e elas são muitas. Desde logo as “Melting Talks”. “Pareceu‑nos relevante trazer as pessoas que fazem a diferença”, com um conteúdo que interessasse a um português ou a um peruano, francês ou japonês. “Portugal para a comunidade internacional é um plus, porque toda a gente tem curiosidade. Evidentemente que isso faz diferença. Estou muito consciente de que a nossa gastronomia e os nossos vinhos vão saber responder muito bem a esta curiosidade que as pessoas têm”, acredita o presidente da AGAVI. O racional para desenvolver o programa e os convites foi o “sensacionismo do Pessoa”. Falar‑se‑á de sensações, de partilha, de consciência e de futuro. A coordenar os trabalhos estarão quatro curadores: Miguel Esteves Cardoso, Ricardo Dias Felner, Nuno Queiroz Ribeiro, e José Diogo Albuquerque. O elenco de oradores foi selecionado cuidadosamente. “Vamos antecipar uma filosofia nova. Mais do que um evento, queremos que seja um movimento, uma filosofia

nova que tem muito a ver com o facto de esta sociedade ter de encarar o alimento com estas três características que a slow food internacional sublinha muito bem, que é um alimento bom, um alimento justo, e um alimento limpo”, lembra o responsável. O formato do evento foi pensado para ser interativo e interessante para o público. A segunda grande vertente do evento é o ‘Melting Market’. “Vamos fazer um grande mercado, um mercado à portuguesa, sem perder nenhuma da sua autenticidade, com pregões e tudo, mostrando aquilo que é bom na nossa gastronomia, aquilo que é autêntico, contando as histórias. O mercado vai ter estas coisas, muita interação, pitching, apresentação de produto, conhecimento, e por isso acho que vai ser muito animado”. Haverá ainda o ‘Melting Lab’, um espaço experiencial; o ‘Melting Movies’, que resulta de uma parceria com o Devour! Food Film Festival e onde serão apresentados no Melting filmes vencedores deste festival canadiano; o ‘Melting Art’, com exposições e instalações, porque “gastronomia também é cultura”; o ‘Melting Stories’, que tem como objetivo juntar as pessoas à volta das livros; o ‘Melting Business’, que vai apoiar o empreendedorismo nesta área; e o ‘Melting Dinner’, uma viagem pelos sabores de alguns dos maiores Chefs. “É o momento certo para fazer uma coisa destas, temos uma oportunidade única de fazer afirmar Portugal através desta área”, acredita António Souza‑Cardoso.



C O N S U LT Ó R I O D E P R O T O C O L O       WWW.EVENTPOINT.PT

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova, especialistas em protocolo, respondem às perguntas dos leitores sobre protocolo e imagem.

Em vários eventos que organizamos as inscrições são gratuitas, mas obrigatórias. O que acontece normalmente é que nem metade dos inscritos aparece. O que fazer nestas situações? Esta questão, muito pertinente, está em nossa opinião relacionada com a comunicação do evento; a não comparência, naturalmente, condiciona o trabalho da equipa protocolar e gera muitos custos desnecessários. No imediato, só resta uma opção: tentar que o público que compareceu tenha a melhor experiência possível. É necessário ter um “plano b” de ocupação de lugares e fazer os ajustes necessários com vista a evitar passar uma imagem de espaço vazio ou de desorganização. Consideramos que tal facto acontece porque o público tem uma enorme oferta, não só física como digital, de abrangência nacional e internacional. A concorrência é vasta e neste campo, além de se tentar sempre organizar melhor, ter um programa mais atrativo, ter melhores oradores, ter mais criatividade, criar mais impacto… as dificuldades de atração de público subsistem. A isto acresce o facto dos profissionais terem agendas muito dinâmicas (os compromissos desmarcam‑se e remarcam‑se com a maior facilidade). Deixamos uma sugestão: a entidade organizadora poderá tentar perceber junto dos inscritos porque não participaram enviando, logo após o evento, um breve inquérito com uma pergunta, cuja resposta seja rápida e simples (preferencialmente de escola múltipla) sobre a sua não comparência. Talvez a análise dos dados possa dar uma visão mais clara da opção efetuada pelos não participantes.

Vamos ter um moderador e quatro oradores no evento. Onde se deve sentar o apresentador/moderador do evento? No meio? Numa das pontas? Há alguma regra? Existem várias opções e a escolha terá de ser aquela que melhor se enquadrar na dinâmica do acontecimento, na tipologia do evento, na organização do espaço e na melhor visualização quer dos demais intervenientes, quer do público. OPÇÃO A) No caso do moderador se sentar ao centro, quer se trate de uma mesa de presidência ou de um modelo de seating com sofás, os oradores são distribuídos a partir da direita do moderador de acordo com o seu estatuto protocolar. Exemplo: O3 O1 M O2 O4 OPÇÃO B) Existem situações em que o moderador e os oradores se sentam em linha, ordenando‑se os oradores de acordo com o seu estatuto protocolar, mas a partir da direita do moderador. Exemplo: O4 O3 O2 O1 M Este segundo modelo funciona muito bem numa disposição em semicírculo porque permite uma melhor visualização entre o moderador e os oradores. Legenda: O = a orador | M = a moderador

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OPINIÃO    42

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PARTILHA DE INFORMAÇÃO É FUNDAMENTAL


CAMPEONATO DO MUNDO FEMININO DA FIFA: DESAFIOS DO PROTOCOLO Tive o privilégio de assumir funções na equipa Protocolo/VIP do Comité Local de Organização, do Campeonato do Mundo Feminino da FIFA, realizado em França, tendo trabalhado no Estádio Océane em Le Havre.

Nesta cidade da Normandia realizaram‑se sete jogos, cinco da fase de grupos e dois da fase a eliminar, oitavos e quartos‑de‑final, que foram disputados a um ritmo vertiginoso, com jogos de dois em dois dias, com a exceção do último, em que tivemos um espaço de três dias, para o preparar. Como responsável de Protocolo&VIP, o meu trabalho era coordenado a partir da central organizativa em Paris, e foi realizado localmente, em parceria, com uma equipa da FIFA, da área de Protocolo e VIP. Em Le Havre, o Estádio Océane tinha uma capacidade para 25.000 pessoas e dispunha de uma Tribuna VIP com um total de 329 lugares e de dois VIP Lounges. Por lá passaram diplomatas, entidades políticas locais, ministros da área do desporto, o presidente da FIFA e outros dirigentes deste organismo, o primeiro‑ministro Francês Édouard Philippe, o príncipe herdeiro da Noruega, Haakon Magnus, e o seu filho, príncipe Sverre Magnus, e diversas figuras públicas internacionais. Nas minhas funções tive de preparar as visitas oficiais aos diferentes jogos, o envio de bilhetes, a articulação com a equipa de transportes e de segurança e a gestão dos lugares na bancada VIP e dos VIP Lounges. Tudo isto exigia uma partilha de informação constante entre as diferentes componentes organizativas, para que tudo funcionasse pelo melhor, no dia do jogo. Outras das minhas funções, passava por gerir os bilhetes VIP para um conjunto de cinco entidades locais e regionais, havendo um conjunto de ferramentas informáticas a serem geridas para o efeito numa primeira fase e sendo depois necessário dar apoio e solucionar todas as alterações, problemas ou outras questões que iam surgindo, nomeadamente no dia dos jogos e à ultima da hora. O jogo dos oitavos‑de‑final, entre a França e o Brasil, consistiu num

dos maiores desafios. Com a presença do primeiro‑ministro francês, que curiosamente, na sua função anterior, tinha sido presidente da Câmara de Le Havre, desde logo, houve uma noção, de que Édouard Philippe se sentiria de certa forma em “casa”. Tal não significou qualquer tipo de facilidades e, pelo contrário, levou, por exemplo, a que o seu acesso ao estádio fosse organizado através de zonas de público geral e não pelo parque de estacionamento VIP, como acontecia com os convidados nessa condição. Por outro lado, esta era uma visita igualmente política, como é natural, havendo necessidade de criar momentos de impacto mediático, como a visita à central de segurança do estádio e o acesso ao relvado, antes mesmo do jogo se iniciar, exigindo um conjunto de diferentes operações a vários níveis. Como seria natural, a tribuna VIP estava repleta com um grande contingente de convidados da Federação Francesa de Futebol e diversos responsáveis da FIFA, entre outros convidados VIP. Este foi, de facto, um dia mais exigente do que os outros, tornando a minha participação neste evento ainda mais recompensadora. Em jeito de conclusão, o que é exigido a um responsável de protocolo neste tipo de funções: capacidade de trabalho em equipas internacionais (havia 19 nacionalidades); enorme capacidade de aprendizagem; relacionamento humano; gestão emocional; compreensão multidisciplinar e aplicar o protocolo de uma forma consistente, percebendo cada momento do evento e definindo assim a forma mais assertiva de atuar.

Miguel Macedo

Especialista em Protocolo


HOTELARIA    44

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HISTÓRIA CONVIVE COM UMA NOVA VIVÊNCIA URBANA


PORTOBAY FLORES: O CHARME DO SÉCULO XIX COM VISTA PARA O SÉCULO XXI A Rua das Flores, no Porto, tem, oficialmente, desde o passado dia 6 de setembro, um novo ponto de encontro que é, também, reflexo da forma como, numa das ruas mais charmosas da cidade, uma História de séculos se conjuga perfeitamente com uma nova vivência urbana e cosmopolita.

O PortoBay Flores, o novo hotel de 5 estrelas do grupo PortoBay é, segundo revelou António Trindade, Presidente e CEO do grupo PortoBay, a concretização de “uma vontade de diversificação de produto hoteleiro, indo à procura de edifícios com características fortemente diferenciadas e com a melhor localização possível”. A localização é, sem dúvida, privilegiada. Esta rua pedonal, situada entre a mítica Estação de São Bento e a Ribeira, foi em tempos ocupada pelas hortas do Bispo do Porto (daí o seu nome) mas transformou‑se, nos últimos anos, num ponto de passagem e paragem obrigatórias para quem está de visita à cidade. Antigas casas burguesas ou brasonadas convivem harmoniosamente com lojas tradicionais e modernas e com cafés e restaurantes onde é possível desfrutar de toda a alegria vibrante que tomou conta desta parte da cidade. O PortoBay Flores nasce justamente de uma dessas casas históricas, cujas origens remontam ao século XVI. Conhecida como Casa dos Maias (uma referência à última família que a habitou) ou Palácio dos Ferrazes – a família Ferraz viveu nesta casa até a ter vendido aos Maias, no século XIX ‑ este edifício apalaçado mantém, nesta sua nova vida, muito do espírito que a caracterizou enquanto casa familiar.


HOTELARIA    46

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Varanda com vista para o bilhete‑postal

Nasoni lado a lado com o século XXI O projeto do arquiteto Samuel Torres de Carvalho recuperou os principais elementos do edifício, incluindo uma fachada com largas janelas encimadas por frontões triangulares, varandas de ferro forjado e os brasões com os escudos de armas da família Ferraz. A entrada no hotel faz‑se pela zona em que funcionaram, há séculos, as cavalariças do palacete. No interior, esses tempos são ainda evocados numa imponente escadaria, que deslumbra quem entra e que mantém as lajes de granito originais, em azulejos e até num antigo forno de cozinha que se encontra a meio do corredor que une o edifício do palacete e a ala nova do hotel. Nos antigos salões do palacete funciona agora o restaurante e uma sala de reuniões com luz natural, que pode receber até 36 pessoas. Nas traseiras é possível descobrir mais dois elementos surpreendentes: um amplo pátio pavimentado em lajes de granito e uma pequena capela barroca, cuja autoria tem sido atribuída a Nicolau Nasoni. O grande desafio do arquiteto responsável pelo projeto do PortoBay Flores foi fazer com que este edifício histórico pudesse conviver, de forma natural, com outro que viria a surgir a partir da demolição de uma estrutura mais recente, existente na Rua da Vitória, nas traseiras da Rua das Flores. Surgiu então, de forma necessariamente harmoniosa, um novo edifício com nove pisos, ligado ao anterior através de um pátio ajardinado.

O PortoBay Flores tem 66 quartos ‑ 55 no edifício novo e 11 no antigo palacete – marcados pelo conforto e com um “extra” para quem estiver nos pisos superiores: as janelas e varandas oferecem uma paisagem típica dos bilhetes‑postais do Porto, com vista para o casario da zona histórica, Sé do Porto e Rio Douro. O projeto de interiores é da autoria da arquiteta Catarina Cabral, que procurou evidenciar o contraste entre o clássico do edifício e o design moderno das peças escolhidas. O restaurante Bristrô Flores, sob orientação do Chef Nuno Miguel, está aberto ao público e pretende fundir a autenticidade do bistrô com toques de alta gastronomia, privilegiando sabores portugueses. O Bar dos Maias, na entrada do hotel, tem esplanada e acesso direto pela Rua das Flores, o que lhe permite, em poucos minutos, passar do ambiente tranquilo e requintado do hotel para a vibração de uma das ruas mais movimentadas da cidade. No PortoBay Flores é também possível relaxar num spa com três salas de tratamento, sauna, banho turco e ginásio. A área de relaxamento do Mandalay Spa tem ligação à piscina interior aquecida com luz natural. As terapias são oriundas do Sudeste Asiático e baseadas na medicina Indiana e Tailandesa. O PortoBay Flores reforça assim a presença deste grupo hoteleiro na cidade do Porto, onde já possuía o Hotel Teatro. “O hotel PortoBay Flores surge no seguimento do interesse do grupo em ter representação nas principais cidades do país, com uma oferta alargada no segmento de 5 e 4 estrelas. Este nosso novo hotel preenche os nossos objetivos em termos de realidade urbana em Portugal, reproduzindo o nosso exemplo em Lisboa, com o PortoBay Liberdade e PortoBay Marquês”, explicou António Trindade. Este novo hotel permite igualmente apelar ao segmento MICE, disponibilizando uma oferta superior: “Com a abertura do Pavilhão Rosa Mota e as oportunidades que estão a surgir em termos do MICE, não deixaremos de pontuar a nossa presença nesse segmento”, sublinhou Bernardo Trindade, administrador do grupo.



DE S T INO N ACION A L    48

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“O NOVO CENTRO DE CONGRESSOS FAZ TODO O SENTIDO E VEM DAR RESPOSTA AO NÚMERO DE PEDIDOS CRESCENTE”


VIANA DO CASTELO

ALMA E CORAÇÃO ‘Havemos de ir a Viana’ – cantava Amália Rodrigues o poema de Pedro Homem de Melo. As palavras do poeta podem aplicar‑se ao turismo de lazer e de negócios, já que na cidade minhota a estratégia para a captação de investimento, de empresas e de turistas está tão alinhada como a filigrana que forma o Coração de Viana.

JOSÉ MARIA COSTA

O coração, um símbolo da cidade, é levado orgulhosamente ao peito pelas mulheres trajadas a rigor. As tradições populares, como a Romaria da Senhora da Agonia, em agosto, são alguns dos motivos que levam milhares de pessoas a Viana do Castelo, estendida aos pés do Monte de Santa Luzia, que no seu alto, além das vistas privilegiadas, exibe o templo do Sagrado Coração de Jesus. Esta é uma das principais atrações da cidade. Mas as ruelas bem conservadas do Centro Histórico, os seus monumentos e espaços museológicos, o Castelo de Santiago da Barra, as praias atlânticas e fluviais, tudo isto aliado à oferta cultural e desportiva, são também motivos de visita. “Viana do Castelo é uma cidade cada vez mais cosmopolita e que acolhe turistas ao longo de todo o ano. Para nós, este crescimento só pode ser motivo de regozijo”, referiu José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, acrescentando: “A verdade é que o concelho tem sabido aproveitar as oportunidades de crescimento que têm surgido. O município investiu forte na reabilitação urbana, nos incentivos ao acolhimento empresarial, na dinamização de eventos desportivos nacionais e internacionais, bem como na promoção de atividades culturais para todos os gostos e idades. Assim sendo, foi com satisfação, mas alguma naturalidade, que assistimos ao crescimento turístico do concelho, em concordância com o crescimento do turismo na região norte.” Em cinco anos, Viana do Castelo registou um aumento de 79,93% nas dormidas na hotelaria, alojamento local, turismo rural e de habitação: em 2017, a cidade aumentou para 223.866 as dormidas, face às 124.412 registadas em 2013. “Esta subida é ainda mais significativa face à variação, no mesmo período de cinco anos, que foi de 45,60% a nível nacional, face aos 70,74% registados na região norte.” E estes números colocaram o concelho como o sexto com maior número de dormidas, hóspedes e proveitos, entre 86 municípios nortenhos, avançou o autarca.


DE S T INO N ACION A L    50

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Captar negócios e turismo No antigo pavilhão da Associação Industrial do Minho, que foi recentemente adquirido pelo município, vai nascer um centro de congressos e exposições, cujas obras estão previstas arrancar no início de 2020. O novo venue vai contar com uma sala de congressos e eventos, um auditório, uma sala de exposições e salas para workshops e sessões temáticas. A cidade já possui “infraestruturas de excelência, pavilhões e estádios de elevada qualidade”, mas tendo em conta as muitas solicitações para eventos nacionais e internacionais, “o novo centro de congressos faz todo o sentido e vem dar resposta ao número de pedidos crescente”. O número de eventos e congressos em Viana do Castelo tem aumentado a olhos vistos. Exemplo disso são os eventos desportivos: só em 2018, o concelho acolheu 20 eventos regionais, 13 nacionais e 29 internacionais. Mas as propostas empresariais e culturais são também uma realidade. Este ano, Viana do Castelo recebeu vários eventos de grande dimensão, como o Euro’Meet 2019 e a Semana Europeia do Desporto, e estão previstos outros para breve, como uma exposição de Filatelia e o congresso da Associação de Hotelaria de Portugal, em outubro e novembro, respetivamente. Viana do Castelo tem captado investimentos de novas indústrias,

que podem de alguma forma contribuir para o turismo de lazer e de negócios. Mais empresas, mais negócios, mais pessoas. E para conquistar novas empresas, “a região apresenta como fatores decisivos a qualidade de vida existente no Alto Minho, os parques empresariais com infraestruturas de excelência, os bons serviços públicos existentes por parte das autarquias e a qualidade dos recursos humanos”, bem como um Regime de Incentivos para fomentar o acolhimento empresarial apresentado pela autarquia. “Este ano tem sido verdadeiramente marcante para o desenvolvimento de Viana do Castelo. Não só assistimos à eletrificação da Linha do Minho, como iniciamos a construção dos novos acessos rodoviários e marítimos ao Porto de Mar, uma obra ansiada há 40 anos”, adiantou José Maria Costa, que lembrou que todo o desenvolvimento da cidade e do concelho traz “mais empresas, mais investimento, mas gera também um aumento do número de turistas, já que a cidade tem mais vida, mais eventos e mais economia a circular”. Além disso, a cidade tem sido apresentada pela câmara municipal em feiras de turismo nacionais e internacionais e está em curso um plano de internacionalização da marca turística Viana do Castelo. Há também uma aposta no património e nas tradições para a captação de turistas.


Novas unidades hoteleiras a caminho Viana do Castelo tem vindo a atrair mais organizações, empresas e associações para lá realizarem os seus congressos e eventos. “Tudo isto se deve ao facto de sermos uma cidade atrativa no que diz respeito à segurança, com paisagens naturais de tirar o fôlego, com uma oferta cultural para todas as idades e gostos, garantindo ainda a existência de infraestruturas de elevada qualidade para acolhimento e promoção de eventos culturais, associativos, empresariais e desportivos.” Mas para dar resposta à crescente procura e tornar a cidade mais competitiva, Viana do Castelo necessita de uma maior oferta hoteleira. José Maria Costa contou que vão nascer, nos próximos anos, três novas unidades: o grupo Meliá Hotels International vai investir na construção de um hotel de quatro estrelas, com cerca de 200 quartos e um centro de congressos, que vai entrar em funcionamento no último semestre de 2021; vai entrar um projeto para licenciamento de um hotel com 90 quartos, num investimento de cinco milhões de euros; e está em curso o processo de licenciamento da reabilitação de um imóvel no centro da cidade para a instalação de uma unidade hoteleira, com 25 quartos. “A verdade é que estes três hotéis representam um investimento global na ordem dos 14 milhões de euros e deverão estar prontos até junho de 2021, o que será uma

enorme mais‑valia para a cidade e para todo o concelho”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo. No sentido de incentivar a promoção de mais turismo, a autarquia tem feito um forte investimento na reabilitação urbana – cerca de 60 milhões de euros, desde 2014. E entre 2017 e 2020, ao abrigo do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano do Portugal 2020, vão ser investidos 18,7 milhões de euros. “O turismo e o crescimento da economia local são um dos grandes motores para a vida no nosso centro histórico, cuja habitação começa agora a ser de qualidade, graças à requalificação dos espaços públicos e reabilitação dos nossos edifícios.” José Maria Costa lembrou também o investimento privado, que “nos últimos quatro anos atingiu quase 40 milhões de euros em regeneração”. De referir ainda que, entre 2014 e 2017, foram abertos 1.900 processos de obra para reabilitação. “Estas intervenções de reabilitação urbana terão um efeito multiplicador no investimento privado na área da reabilitação do edificado para arrendamento e área turística.” ‘Havemos de ir a Viana’? Havemos, pois. Maria João Leite


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CAPITAL DA CULTURA, CRIATIVIDADE E ESTILO


REGIÃO DE KOŠICE

UMA PORTA DE ENTRADA PARA MENTE, CORPO E SETOR MICE SAUDÁVEIS Košice está a florescer como uma cidade de eventos na zona leste da Eslováquia.

Produtos ‘hub and spoke’ de Košice A região recebeu recentemente e de forma bem‑sucedida o Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo IIHF em maio de 2019; esse grande espetáculo desportivo deu destaque a outros eventos anuais emblemáticos que a cidade organiza, como a Maratona da Paz (a segunda mais antiga do mundo), o Košice Food Festival e o Art Film Košice Festival, entre outros. O status de Košice como Capital Europeia da Cultura em 2013 (ECC2013) serviu de catalisador no desenvolvimento de ‘soft power’ e na economia criativa. À Capital Europeia do Desporto 2016 seguiu‑se, mais recentemente, a designação de Cidade Criativa no domínio Media Arts da UNESCO em 2017. Segunda maior metrópole da Eslováquia, Košice definiu‑se como uma capital da cultura, criatividade e estilo, e isso teve um efeito cascata para as regiões da Eslováquia Oriental. Em 2019, as Montanhas Tatra foram eleitas como o destino europeu nº 1 a ser visitado na lista da Lonely Planet. A organização regional de turismo de Kosice criou viagens de comboio e autocarro personalizadas a 18 locais património mundial da UNESCO que ficam num raio de 100 minutos de Košice. Acrescente o destaque à natureza e aos produtos de bem‑estar e esses fatores‑chave são verdadeiramente diferenciadores para organizadores de reuniões, conferências e eventos.

Com um aeroporto internacional próximo do centro da cidade e uma importante estação ferroviária e rodoviária, Košice é uma porta de entrada para toda a região, formando um sistema ‘hub and spoke’ nacional e internacional, com cerca de 500 aeroportos do mundo à distância de apenas uma escala de avião. É por isso que o pensamento inovador da organização regional de turismo de Košice ajudou a lançar um produto emblemático, o “UNESCO by Retro Train”, apelando em primeira instância ao seu público doméstico, mas também lançando as bases para atrair mercados internacionais de lazer, negócios e incentivos. O produto “UNESCO by Retro Train” mostrou‑se tão popular em 2017, que no ano seguinte foram organizadas mais seis viagens de um dia, além de cinco viagens de autocarro adicionais. O ano de 2019 foi marcado por mais cinco viagens de comboio retro e uma viagem especial introdutória de ‘início de temporada’ por locomotiva a vapor, com mais 11 viagens de autocarro para vários locais da região. A formação de uma forte parceria com a transportadora ferroviária nacional eslovaca ‘Zeleznicna Spolocnost Slovensko’ (ZSSK), permitiu viagens de comboio dedicadas a destinos não programados.


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Natureza, património e cultura unidos Focados na saúde, os recursos naturais da Eslováquia Oriental, a atitude descontraída e uma população jovem e vibrante são ingredientes que começaram a fazer com que a região fosse notada globalmente. A partir da principal estação ferroviária e rodoviária de Košice, a rede de transporte espalha‑se por locais de importância histórica, natural e cultural, apoiados por um forte portfólio de venues MICE. Sentados numa carruagem desgastada pelo tempo, ouvimos os sons das viagens ferroviárias do passado. Não representava a moderna frota de comboios de alta velocidade da Eslováquia, mas era uma forma verdadeiramente atmosférica de chegar à famosa região produtora de vinho de Tokaj em menos de uma hora. As vinhas antigas e o terroir produzem, há séculos, vinhos de excelente qualidade, admirados de Voltaire a Cromwell, de Napoleão ao rei Luís XIV de França. O Chateau Grand Bari é um novo produtor a moldar o futuro da vinicultura nesta parte da Eslováquia, continuando uma tradição de produção de bons vinhos, enquanto permite o crescimento do mercado de reuniões e incentivos em Tokaj. As paredes caiadas de branco deste edifício arquitetonicamente refinado seguem os contornos da paisagem, criando uma experiência contínua entre os espaços interno e externo, como o considerável terraço, ideal para receber

eventos, com vistas impressionantes sobre o vale e o Monte Sator. O Chateau abriu as portas na primavera de 2019 e já está a atrair uma nova onda de turistas e organizadores de eventos ‘terroir’. No interior, os modernos espaços para reuniões observam os barris de aço, uma sala de máquinas que conduz a produção de vinho dos Chateaux. Em frente à entrada e à escadaria, encontra‑se a rede subterrânea da adega, onde ocorrem incentivos de degustação de vinhos. Outro exemplo de natureza e património, combinado com modernas opções de reuniões e incentivos, é o ‘Zemplinska Sirava’, conhecido como o lago abaixo das montanhas vulcânicas, no canto nordeste da Eslováquia. O Thermal Hotel Sirava fica ao lado do lago, incorporando um parque termal a uma curta caminhada deste hotel de congressos ultramoderno, oferecendo uma série de espaços multifuncionais. A uma curta distância de carro do hotel, na vila de Ruska Bystra, cercada pelas florestas de Podvihorlat, fica a representante mais oriental de todas as igrejas de madeira eslovacas. A Igreja de São Nicolau, do século XVIII, é uma maravilha da arquitetura folclórica e outra das heranças mundiais da UNESCO na região, construída sem o uso de um único prego, e com o seu exterior com madeira escura e interior íntimo dominado por várias linhas de iconóstase.


AquaCity e montanhas altas de Tatras    © Ramy Salameh

Um dia, três parques nacionais eslovacos e inúmeras aventuras A facilidade de acesso a todas as partes da região de Košice alimenta um mosaico diversificado de parques nacionais que oferecem atividades de incentivo ilimitadas. Num só dia, é possível visitar os parques nacionais ‘The Karst’, ‘Parque Nacional do Paraíso Eslovaco’ e ‘High‑Tatras’. Definido por mais de 1000 cavernas, desfiladeiros e despenhadeiros, o Parque Nacional Karst está entre as maiores regiões cársticas da Europa Central e abriga o desfiladeiro mais profundo da Eslováquia, com 400m de profundidade e 3km de comprimento. Graças a um curioso jovem mineiro chamado Eugen Ruffiny, a ‘Caverna de Gelo Dobsinska’ foi descoberta no ‘Parque Nacional do Paraíso Eslovaco’, em junho de 1870. Ele não havia apenas descoberto uma das maiores cavernas de gelo do mundo, como jamais poderia imaginar o seu tamanho ou importância global, especialmente porque está situada fora dos Alpes, ou a sua eventual inclusão na lista de Património Mundial Natural da UNESCO em 2000. As cavernas de gelo espalham‑se por uma área de 110.000m²; os visitantes seguem um caminho artificial de 515m que permite admirar as esculturas harmoniosas de gelo, transformadas em formas extraordinárias.

Aproveitar os holofotes postos na região montanhosa de High‑Tatras pela afirmação do Lonely Planet certamente ajudará a diversificar e expandir o número de visitantes. A cidade de Poprad é a porta de entrada para o playground montanhoso de bem‑estar, desporto de aventura e incentivos relacionados com natureza, team‑building e possibilidades de reuniões. A zona do parque nacional de High Tatras está repleta de ideias e atividades para incentivos, especialmente quando se divide a região em números: 1150km de trilhos de bicicleta; 1800km de trilhos para caminhadas; 50 picos acima de 2000m com o mais alto, o Monte Gerlach, a 2655m e o pico mais alto no baixo Tatras a 2024m. O Monte Chopok oferece aos organizadores de eventos e reuniões muito espaço para incentivos e atividades de team‑building. Com os picos das montanhas nevadas como pano de fundo, o AquaCity Poprad fica a 10 minutos do Aeroporto Internacional e da estação ferroviária. O resort tem todos os ingredientes para atrair equipas desportivas, grupos de incentivo e conferências (o salão principal de 245m 2 acomoda até 350 pessoas) que estejam interessados em combinar reuniões com bem‑estar. O AquaCity hospeda há muito tempo equipas da Premier League, fazendo uso de piscinas termais e cobertas, numa área ultramoderna de dois andares e um centro de crioterapia, além de várias opções de alojamento. Para se inspirar, visite www.visitkosice.com; www. kosiceregion.com; www.regiontatry.sk/en www.aquacity.sk. Ramy Salameh


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