Event Point 30

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ANO IX NÚMERO 30 TRIMESTRAL ABR, MAI E JUN DE 2019 5,00 € COOL SPONSORS

RICARDO RIO: BRAGA VIVE UM MOMENTO EXEMPLAR PRESTÍGIO FOR BRANDS CELEBRA 25 ANOS DESTINO NACIONAL: FAIAL




FICH A T ÉCNICA    4

ÍNDICE

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PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação NIF: 508135648 Rua do Jornal de Notícias, 562, R/C Drt. 4100‑293 Porto | Portugal Tel: 221 113 202 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt

08 A consistência é importante, mas a originalidade também!, por Aloysius Arlando

GERÊNCIA Rui Ochôa CAPITAL DA EMPRESA Cláudia Sousa (100%) SEDE DA REDACÇÃO Av. D. Afonso Henriques, 1462 ‑ Ed. Olympus I, 1.º Tras. 4450‑013 Matosinhos | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com] EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com] REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha [alexandra@eventpointinternational.com] CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS Ramy Salameh, Rose de Almeida DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa

08 GRANDE ENTREVISTA: RICARDO RIO 18 Empresas 23 Consultório de protocolo 24 Subsetor dos eventos: a realidade (des)conhecida dos números…, por Rui Costa 26 Espaço APECATE 28 Em destaque: Starter Acceleration Program da EDP tem final na Web Summit 30 Espaço APOREP 32 Como a Inteligência Artificial influenciará os eventos em 2019, por Vítor Hugo Filipe 34 Painel: Recursos Humanos: um capital a valorizar 38 Eventos são comunicação, por Angelina Castel‑Branco

CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes TRADUÇÕES Diana Reis Marques [diana@eventpointinternational.com] COLABORAM NESTA EDIÇÃO Aloysius Arlando, Angelina Castel‑Branco, Cristina Ávila, Rose de Almeida, Rui Costa, Vítor Hugo Filipe DESIGN Norma Design [info@normadesign.com] FOTOGRAFIA DE CAPA Direção Regional de Turismo dos Açores FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz ‑ Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal

40 MERCADO: PRESTÍGIO FOR BRANDS CELEBRA 25 ANOS 42 Quais as tendências em eventos para 2019?, por Rose de Almeida 46 Hotéis: Palácio de Belmonte 50 Os Açores e a revolução do turismo, por Cristina Ávila

Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.

52 Destino nacional: Faial 56 Destino internacional: Ha Long Bay 60 Diretório


EDITORIAL

Cláudia Coutinho de Sousa

Rui Ochôa

AOS 30 MUDA! Atingimos a simpática marca das 30 edições da Event Point (se contarmos apenas as edições em português). E se chegas aos 30 o desafio é mudar. Foi o que fizemos. Um novo grafismo, ainda a precisar do tempo que lhe vai limar as arestas, e uma experiência de co‑edição da revista, em colaboração com os membros do nosso conselho consultivo. O primeiro a enfrentar este desafio é António Gouveia Santos, do Centro de Congressos da Alfândega do Porto, como pode ler na página seguinte. E outros se seguirão, sempre em regime de voluntariado, ao longo do próximo ano. Iniciamos neste número uma colaboração regular com a AIPC‑International Association of Convention Centres (Associação Internacional de Centros de Congressos), passando a publicar conteúdos desta associação. E começamos justamente com Aloysius Arlando, presidente da AIPC, sobre a tensão que os venues experimentam entre consistência e originalidade. “Braga vive um momento exemplar”. A afirmação é de Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal, na Grande Entrevista à Event Point. Um tempo para descobrir a visão de um autarca que realmente pensa a cidade, o território. Quando falamos em recursos humanos para os setores do turismo e dos eventos, mais concretamente, que competências são valorizadas? Que importância é dada à formação? E o que é feito para reter o talento dentro das empresas? Ouvimos uma associação e três agências para identificar tendências no mercado nacional. Ramy Salameh é o novo International MICE Correspondent da Event Point. Baseado em Londres, este premiado jornalista traz‑nos um texto sobre… o Palácio Belmonte, um lugar que o cativou numa das viagens a Lisboa. O Congresso da APECATE levou‑nos à descoberta da ilha do Faial, por entre memórias de baleeiros, e o gin do Peter’s. Único lamento para o facto de, teimosamente, o cume do Pico se ter mantido escondido. Nos antípodas, a Maria João Leite desembarcou na baía de Ha Long, na fronteira entre Vietname e China, para descobrir uma região que também se prepara para acolher viajantes do segmento MICE. Claro que há muitos outros temas de interesse ao longo desta Event Point nº 30, nomeadamente com os artigos de opinião de Angelina Castel‑Branco, Cristina Ávila, Rose de Almeida, Rui Costa e Vítor Hugo Filipe.

Por isso, boas leituras, e até breve!


R E UNI ÃO E DI T OR I A L    6

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António Gouveia Santos

A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS HUMANOS Para assinalar a edição número 30 da Event Point, decidimos desafiar os membros do nosso Conselho Consultivo para um trabalho muito especial: o de editar connosco esta edição da revista, que marca também uma mudança gráfica da publicação. O primeiro co‑editor da Event Point é António Gouveia Santos, diretor do Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

A reunião editorial decorreu no histórico Edifício da Alfândega, com uma vista para o Douro que ajudou a torná‑la ainda mais agradável e inspiradora. Muitas das ideias debatidas serão incorporadas paulatinamente em próximas edições da revista, mas nesta optou‑se por dar destaque a três assuntos introduzidos por Gouveia Santos. Por um lado a questão dos recursos humanos no setor, que tentamos ver nesta edição na perspetiva das empresas. O diretor da Alfândega insistiu na importância de remunerar bem os recursos humanos a bem da sustentabilidade desta indústria. Outra preocupação de

Gouveia Santos é dar voz aos políticos, aqueles que têm nas mãos as estratégias do turismo. E, por isso, a Grande Entrevista é com Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, cidade que ganhou em 2018 um renovado equipamento: o Altice Forum Braga. A terceira grande ideia que surgiu deste encontro foi o de trazer ainda mais as universidades e a academia para a revista. Sugestão que a Event Point acolheu, tendo convidado Rui Costa, da Universidade de Aveiro, para um artigo de opinião sobre a importância de perceber o quanto vale o setor dos eventos para a economia nacional.



OPINIÃO    8

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“GARANTIR QUE O SABOR ÚNICO DE UM DESTINO NÃO É SOBRECARREGADO POR SOLUÇÕES PADRONIZADAS”


A CONSISTÊNCIA É IMPORTANTE, MAS A ORIGINALIDADE TAMBÉM! Atualmente, os centros de congressos enfrentam um conjunto de exigências cada vez mais desafiantes e algo contraditórias.

Por um lado, espera‑se que eles forneçam os seus produtos e serviços de forma consistente e segundo padrões geralmente aceites do setor, particularmente em eventos que sejam rotativos a nível regional ou global e que, portanto, precisam de ter a certeza de que as suas expectativas serão atendidas numa variedade de diferentes destinos. Por outro lado, eles devem ser capazes de demonstrar recursos e qualidades que reflitam e apoiem uma experiência única, naquilo que é uma parte cada vez mais importante dos eventos de hoje. Como gerir este equilíbrio é uma consideração importante na forma como a AIPC‑International Association of Convention Centres (Associação Internacional de Centros de Congressos) estrutura os seus programas para membros em mais de 65 países de todo o mundo ‑ e isso acontece de três formas principais. Em primeiro lugar, é um reconhecimento de que, embora os centros operem com uma variedade quase infinita de condições e circunstâncias, todos eles têm muitas das mesmas questões a serem resolvidas. Isso significa que a experiência coletiva e a experiência de mais de 185 centros em todo o mundo podem ser utilizadas em preocupações comuns ‑ mas a chave é reconhecer a importância de as adaptar às condições e tradições locais para garantir que o sabor único de um destino não é sobrecarregado por soluções padronizadas. Ao optimizar as oportunidades para os membros compararem e contrastarem as suas práticas e experiências num ambiente colegial, cada um pode retirar o que é mais útil das discussões coletivas e aplicá‑las às suas próprias necessidades, de maneira a manter a sua singularidade. Em segundo lugar, a AIPC oferece uma ampla gama de ferramentas e padrões adaptáveis que, em vez de definirem o que determinados centros devem fazer, indicam como abordar desafios específicos para responder às necessidades e

expectativas dos clientes. Essas ferramentas são desenvolvidas em contactos contínuos com grupos de clientes‑chave cujas perspetivas são incorporadas em atividades de desenvolvimento profissional, como conferências e workshops, para garantir que sejam os próprios clientes a esclarecer onde a consistência é mais importante do que tentar interpretar isso através outras fontes. Terceiro, as formas mais importantes de reconhecimento da AIPC ‑ em particular, o Prémio AIPC Apex de Melhor Centro Avaliado pelo Cliente ‑ são inteiramente baseadas em avaliações dos clientes do centro, incluindo o quão bem os centros concorrentes gerem o equilíbrio entre padrões de operação e consistência e aquelas qualidades frequentemente evasivas que determinam quão bem um centro de congressos e um destino são capazes de oferecer uma experiência local distinta e atraente para os delegados. Essa abordagem enfatiza novamente a importância primordial de cumprir com a satisfação dos clientes, em vez de apenas um conjunto de padrões gerais que podem não dar atenção suficiente ao “wow factor” que tantos organizadores hoje procuram, a fim de satisfazer os seus delegados e atrair o público. Com tantos conteúdos tradicionais fornecidos por outros veículos, as reuniões e os eventos de hoje estão cada vez mais focados na qualidade das interações e experiências dos delegados, e não apenas nas informações transmitidas. Como consequência, os centros de congressos e destinos devem trabalhar ainda mais para contribuir para essa experiência. Ao conseguir um bom equilíbrio entre bons padrões onde estes são necessários para garantir o sucesso operacional e ajudar os clientes a ter acesso ao que torna o seu destino único, os membros da AIPC são capazes de assegurar o tipo de produto que garante resultados de sucesso a todos. Aloysius Arlando Presidente da AIPC ‑ International Association of Convention Centres


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“HOJE POSICIONAMO‑NOS COMO UM DESTINO PARA GRANDES CONCERTOS”


RICARDO RIO: “BRAGA VIVE UM MOMENTO EXEMPLAR” Foi no Altice Forum Braga o ponto de encontro para uma conversa sobre Braga e aquela que é a estratégia do concelho para o setor do turismo de negócios. O trabalho em rede, a construção conjunta de uma visão da cidade, e a aposta em eventos que se enquadrem no perfil da cidade, foram alguns dos eixos da conversa com Ricardo Rio, um autarca que claramente pensa o turismo de negócios e o território.

Sendo um bracarense de alma e coração, como é que vê a evolução de Braga nos últimos anos? Acho que a cidade de Braga está a viver um momento muito positivo em todas as frentes. Estamos a registar um crescimento muito grande desde logo do ponto de vista populacional, aquilo que é a nossa imagem de marca, uma cidade jovem, vai‑se sustentando, atraindo cada vez mais pessoas. Do ponto de vista económico foram anos, os mais recentes, de atração de muitas empresas, em que assistimos ao crescimento, também sustentado, das empresas já cá instaladas, dos vários setores de atividade, do setor agrário até aos serviços, ao comércio, ao turismo, e obviamente à indústria. A cidade está com uma energia muito forte do ponto de vista cultural, desportivo, social. Partilho o sentimento de todos os bracarenses que é de facto de orgulho por aquilo que tem sido a evolução recente da cidade e de expectativa positiva em relação ao seu futuro. Ser autarca sempre foi um objetivo? Quando se vive numa cidade em que o presidente da Câmara está em funções, como acabou por estar, durante 37 anos, sentimos um desejo de mudança. Portanto, quando estamos disponíveis para dar o nosso contributo, obviamente que o podemos fazer de melhor forma através do exercício de um cargo autárquico. Fui deputado municipal entre 2001 e 2005, concorri pela primeira vez à Câmara em 2005, depois novamente em 2009. Nestas duas ocasiões não fui bem sucedido. Em 2009 perdi por dois mil e qualquer coisa votos, mas depois em 2013 acabei por ser eleito. Foi o veículo que entendi que tinha para dar esta minha contribuição pessoal para transformar a cidade e para melhorar o seu desenvolvimento. Quais foram as suas prioridades nessa altura para a cidade, e de que forma o turismo é também uma prioridade? A primeira de todas era obviamente o desenvolvimento económico. A realidade de Braga, tal como do país, em 2013, era substancialmente diferente daquilo que temos hoje. Tínhamos taxas de desemprego bastante elevadas, muitos jovens qualificados que concluíam as suas licenciaturas na Universidade do Minho e que depois não tinham acesso ao mercado do trabalho. E dentro do desenvolvimento económico, numa lógica transversal, obviamente que também o turismo teria que ser melhor potenciado. Só para lhe dar uma indicação, de 2013 até hoje, praticamente duplicamos o número de turistas que visitam regularmente a cidade de Braga e que aqui permanecem para as suas diversas realizações. Portanto havia, quer num caso, quer noutro, um potencial muito grande por explorar e que foi o foco da minha intervenção, no sentido de aproveitar os recursos que Braga tinha, quer em termos de massa populacional qualificada, quer em termos de capacidade empreendedora, quer em termos de centros de investigação ligados à Universidade, ao INL [Laboratório Ibérico


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Internacional de Nanotecnologia], e outras organizações como é o caso do Centro Clínico Académico. E isso no turismo também se aplica, do ponto de vista daquilo que é o património da cidade, dos seus recursos naturais, da dinâmica que a cidade passou a ter com a multiplicidade de eventos que vão marcando a agenda ao longo de todo o ano. Mas depois também nunca descurando aquilo que são as políticas sociais. Também do ponto de vista da componente da dinamização cultural, não é por acaso que assumimos já o desígnio de sermos Capital Europeia da Cultura em 2027, e temos feito um trabalho muito consistente também no sentido de diversificar a oferta cultural, e estimular a atividade cultural no nosso concelho. Entretanto fomos reconhecidos como cidade criativa da UNESCO na área das media arts, em 2017. Portanto estamos a fazer um percurso também nessas várias dimensões muito importante. Consegue partilhar connosco a estratégia da Câmara de Braga para este setor do turismo de negócios e de que forma o Altice Forum pode ser o ponta de lança nessa estratégia? Tínhamos uma situação de partida que era evidente de há vários anos a esta parte, mesmo antes de ser presidente de Câmara. Enquanto vereador fui discutindo com as várias administrações do Parque de Exposições de Braga (PEB) a aspiração que havia de se requalificar este espaço e dotá‑lo de melhores condições, quer do ponto de vista funcional, mas também do ponto de vista das condições de climatização, de insonorização, enfim toda uma série de fatores que passados anos foram criando aqui dificuldades e que no fundo punham em risco a própria sustentabilidade do antigo Parque de Exposições, porque a cada novo evento que organizávamos, sentíamos que havia desagrado dos expositores, dos visitantes. As condições eram muito agrestes e portanto tínhamos aqui um equipamento com um grande potencial, mas que não estava a responder. Então foi desenvolvido, em colaboração com o arquiteto Pedro Guimarães, um projeto de requalificação integral do PEB que passou por não só dotá‑lo de melhores condições em cada uma destas dimensões, mas também por transformá‑lo em termos de espaços e de versatilidade. Hoje temos, além do grande auditório, todo ele requalificado e que é um dos maiores auditórios a nível nacional, com cerca de 1500 lugares, o pequeno auditório, com 250 lugares, salas que são multifacetadas, ora para acolher exposições, ora desfiles de moda, jantares, toda uma série de ações de formação, ou workshops. E depois uma grande nave, que foi toda ela infraestruturada para ser o palco de grandes eventos, de natureza económica, como são as feiras, as mostras, e de natureza cultural. Hoje posicionamo‑nos como um destino para grandes concertos. E também para eventos desportivos. O ano passado fomos Cidade Europeia do Desporto e, das 600 atividades que acolhemos, os

grandes eventos foram realizados no Forum. E como cereja no topo do bolo, uma galeria de arte contemporânea, que é um traço diferenciado deste espaço. Hoje já temos iniciativas calendarizadas para 2020, 2021 de grande dimensão, nomeadamente na área do turismo de negócios.

PROMOÇÃO E TRABALHO EM REDE Para captação desses eventos internacionais, é necessária uma grande promoção internacional. Como vê o trabalho da Associação de Turismo do Porto (ATP)? Acho que é positivo. Aliás, uma das primeiras decisões que tomei aquando da minha assunção de funções logo em 2014, foi juntarmo‑nos à ATP. Nós tínhamos já anteriormente uma colaboração muito próxima, que temos vindo a reforçar, com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte, mas como sabemos a sua promoção está circunscrita a Portugal e Espanha. Julgamos que Braga tinha de extravasar essas fronteiras e tinha de se posicionar junto de outros mercados. Daí essa inscrição imediatamente na ATP, mas que tem sido reforçada ano após ano com muitas outras ligações de caráter internacional em que Braga tem vindo a estar, quer diretamente em organizações ligadas ao turismo de negócios, através desde logo da própria Invest Braga, quer também na promoção internacional da cidade em redes como a Eurocities, Global Parliament of Mayors, de geminações com cidades na China, no Brasil, Europa e África. Isto acaba por nos dar uma visibilidade internacional e um posicionamento, que teve como corolário ainda recentemente a eleição como segundo melhor destino europeu para o ano 2019.


Nunca esteve em cogitação criarem um convention bureau aqui da região? Nós julgamos que temos de trabalhar em rede, não vale a pena fazermos muita promoção própria. Mas fazemos muitas ações internacionais, temos estado presentes através do município e dos nossos parceiros em várias feiras internacionais de turismo, quer especializado, quer mais genérico, mas julgamos que temos que trabalhar em rede, e portanto não vale a pena estarmos a compartimentar excessivamente aquilo que trabalhado numa base regional seguramente tem potencial para cumprir os nossos objetivos. E como é esse trabalho em rede? Diria que é satisfatória essa relação com a Associação Comercial, com o INL, com a Universidade do Minho? Em termos locais, diria que é excecional. Braga vive também aí um momento exemplar, e até dificilmente replicável noutros contextos territoriais, porque também desde o início houve aquilo que tenho designado como uma mudança do modelo de governança da cidade. Ou seja, em vez de passarmos a ter uma câmara que tem um projeto, e que quer implementar, e que chama os parceiros para concretizar o seu projeto, temos construído em conjunto a visão de futuro da cidade. Quer com o INL, quer com a Universidade do Minho, com as associações empresariais, com as instituições sociais, há hoje um clima de colaboração muito estreito. Também na captação de eventos? Sobretudo na captação de eventos. Dou‑lhe o exemplo do INL, que tem promovido várias conferências internacionais, além do INL Summit. Algumas delas têm sido organizadas aqui no Forum. A Universidade do Minho a mesma coisa. Um dos grandes eventos que temos em 2020 é uma grande conferência na área das comunicações, terá cerca de 2000 participantes. Mas também outras instituições da cidade. Vamos ter, por exemplo, em finais de junho e julho o World Dance Cup, que vai trazer 5000 jovens artistas de todo o mundo à cidade durante uma semana, aqui em parceria entre o Forum e o Theatro Circo. Em termos do perfil que imagina da cidade, que tipo de eventos é que são mais interessantes de captar? Acho que estes eventos não podem ser vistos numa lógica desligada da realidade e das vivências próprias da cidade. Temos de atender àquilo que é também o nosso perfil de público, e esta população jovem que temos, quase 40% abaixo dos 30 anos, tem que se rever e querer participar nos eventos. Diria que todas estas dinâmicas de natureza cultural e desportivas que têm vindo a acontecer, e vão acontecer ao longo de todo este ano, são eventos que têm desde logo uma grande afinidade com a população do concelho. Mas mesmo do ponto de vista científico, e digamos dos congressos que podemos atrair,

tudo o que tem a ver com estas áreas que temos valorizado, quer do ponto de vista da ligação a estas organizações que referi, o caso do Hospital, da Universidade e do INL, quer do ponto de vista das áreas de negócio em que Braga está hoje a crescer mais, como o caso das novas tecnologias, das ciências médicas, da biotecnologia. A Medicina tem sido uma das áreas em que nós, em 2018 e 2019, conseguimos ter muitos congressos, e muitas iniciativas no nosso concelho.

A GALIZA E O QUADRILÁTERO Como é que olha para a Galiza neste contexto, quer em termos de participantes que podem vir de lá, quer em termos de organizadores de eventos que podem fazer as suas iniciativas aqui em Braga? Braga sempre teve uma relação muito forte com a Galiza, se calhar mais distintiva até face a outros municípios da região norte do país. Historicamente sempre tivemos uma grande afluência de cidadãos galegos, por razões turísticas, à cidade de Braga, desde os tempos da Bracalândia, e hoje por razões comerciais. Temos estado também integrados em várias iniciativas de colaboração, desde logo através do Eixo Atlântico, mas também de outras instituições. Teremos este ano cá a Expocidades ‑ Mostra de Turismo das Cidades do Eixo Atlântico, temos participado sempre no Xantar, temos tido uma relação de colaboração com vários agentes desta área da Galiza, e portanto temos aqui uma oportunidade de intercâmbio muito forte. Hoje temos vindo a fortalecer esses laços e é uma das áreas em que queremos continuar a trabalhar de forma muito estreita. E em relação aos outros municípios do Minho? Vê hipóteses de colaboração na captação de eventos? Temos alguns dos eventos que ultrapassam em larga medida a escala da própria cidade de Braga. Dizia‑me alguém da organização do World Dance Cup que já havia pessoas a alojarem‑se em Santa Maria da Feira, porque a oferta regional já não chega em épocas como essa de grande afluência. Obviamente que todos beneficiamos com essa capacidade de interligação. Tem havido alguns eventos que temos promovido de forma interligada desde logo entre Braga e Guimarães. Por paradoxal que possa parecer temos tido uma relação de colaboração muito forte, mas também no âmbito do quadrilátero entre Braga, Barcelos, Guimarães e Famalicão. E mesmo com o Porto e com Viana do Castelo temos uma relação de grande proximidade.


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Acha que faria sentido criar uma espécie de calendário de eventos para não existirem na mesma região, no Porto, Guimarães, eventos internacionais ao mesmo tempo? Acho que como conceito e princípio é sempre positivo e temos tentado fazer esse trabalho desde a base mais micro, até dentro da própria cidade temos instituições diferenciadas a desenvolver iniciativas que quase são concorrentes entre si, até alargando a malha geográfica para a envolvente, para o quadrilátero, até depois para a região norte. Agora, não é sempre fácil de fazer essa conciliação, até porque muitos desses compromissos são trabalhados com muito tempo de antecedência, depois surgem outras oportunidades que não se podem desaproveitar e depois há sempre algumas sobreposições. Mas como principio temos tentado.

O MUNICÍPIO COMO PIVOT Há algum plano de sensibilização da estrutura da câmara, das freguesias, para a importância deste setor dos eventos, do turismo de negócios? É uma coisa que o preocupa, estarem sintonizados e alinhados para a importância deste setor? É fundamental, acho que qualquer organização desta natureza acima de tudo é a experiência. O que nós queremos é que quem nos visita, seja nacional e internacional, tenha uma excelente experiência na nossa cidade, e que toda a cidade corresponda aos desafios. Recentemente, numa visita técnica dos responsáveis do World Dance Cup, eles davam‑me nota que numa das localizações onde tinham feito o campeonato chegaram lá e não havia restaurantes abertos. Isto é absolutamente impensável. Toda a cidade tem de saber tirar o devido proveito das iniciativas. Temos tido esse cuidado, quer do ponto de vista dos próprios serviços municipais, tentar partilhar o mais possível o calendário de eventos que está previsto, aqueles que são nossos, aqueles em que colaboramos, que são aqueles em que temos mais acesso à informação, para minimizar os impactos sobre os cidadãos, e tentar acomodar a sua organização da forma mais efetiva e profissional possível, e levar até aos agentes económicos, hotelaria, comércio, restauração, informação sobre os vários eventos que vão sendo realizados, tentando trazê‑los para a valorização dessa mesma oferta. Isso tem acontecido em muitas ocasiões.

É comum ouvir os organizadores de eventos dizerem que uma das dificuldades que sentem, sobretudo com eventos de uma certa dimensão, é articularem‑se com várias entidades que têm responsabilidades sobre diferentes áreas. São necessários licenciamentos, autorizações, questões burocráticas. Acha que a Câmara pode funcionar como um pivot? Isso no caso de uma realidade como a de Braga fica naturalmente facilitado porque o Altice Forum Braga é uma entidade pública, pertence à Invest Braga, que é uma entidade 100 por cento municipal, portanto em todas as ocasiões, ou eventos, há desde logo esse trabalho prévio que é feito, quer de articulação com os serviços municipais, quer depois de articulação com outras entidades, ao nível das forças de segurança, das estruturas comerciais, das unidades hoteleiras. Nós fazemos de facto um trabalho de mediação entre o promotor do evento e aquilo que é a realidade concelhia, que é aliás o foco da Invest Braga, cujo trabalho é remover as pedras, os obstáculos para quem quer concretizar os seus projetos em Braga. Temos a capacidade de sentar à mesma mesa de forma quase imediata todos os interlocutores relevantes e encontrar todas as soluções. Dou‑lhe um exemplo, um dos grandes desafios que muitas vezes se coloca em relação a este tipo de iniciativas é o sistema de transportes. Nós em Braga beneficiamos do facto de termos uma empresa de transportes 100 por cento pública, em que imediatamente chamamos à mesa os transportes urbanos e conseguimos criar as respostas para que se satisfaçam as necessidades de cada evento, seja nos grandes eventos desportivos e culturais a criar parques periféricos com linhas dedicadas para serviços de transporte, ou nas conferências e congressos a disponibilizar linhas para servir os hotéis, ou a criar passes de um euro como temos para os conferencistas e participantes para poderem circular livremente na rede de transportes públicos. Que projetos estão previstos para os próximos anos em termos de hotéis, novas estruturas que possam estar aí na calha? Temos neste momento em Braga cerca de 6000 camas disponíveis, 4000 de hotelaria, mais cerca de 2000 de alojamento local ou de outras ofertas afins. Estão em carteira, em fases diferentes de tramitação em serviços municipais, cerca de cinco a seis novos projetos hoteleiros, de diferente natureza, uns mais de turismo de centro da cidade, mais elitista, de maior valor acrescentado, outros projetos mais vocacionados para o turismo de negócios, portanto para apoio a feiras e congressos, e já em zonas mais periféricas, mas são projetos que estão numa base já sustentada de concretização, e portanto até 2021 seguramente que boa parte deles estará disponível.


Há alguns eventos que são naturalmente apoiados pela Câmara Municipal. Quais são os critérios para apoiar eventos? Temos duas dimensões. O Altice Forum Braga posiciona‑se como espaço de dinamização económica do concelho e, portanto, nesse aspeto, não é em si mesmo uma entidade que vise ser particularmente rentável. Quer ser competitiva com os seus parceiros e concorrentes, mas não tem como foco a obtenção de uma rentabilidade considerável. Portanto, o trazermos eventos para Braga é benéfico indiretamente para toda a malha económica da cidade, e isso é tido em conta. Temos consciência de que há aqui uma estrutura a manter, e todo um conjunto de investimentos que foram realizados e que têm que ser recuperados e há aqui uma lógica mínima de remuneração desse investimento que foi feito. Em relação depois em concreto a cada uma das iniciativas, fazemos uma avaliação, desde logo, do impacto que podem ter na cidade, daquilo que é a disponibilidade de recursos que podemos ter. Nós, para pôr as coisas desta forma, não pagamos para ter eventos na cidade, podemos eventualmente disponibilizar serviços logísticos em alguns eventos. Temos na área dos congressos uma parceria com muitos agentes culturais que depois disponibilizamos para a concretização de iniciativas de animação dessas várias realizações que aqui são feitas. Há aqui assim um trabalho em rede que depois também pode ser potenciado e que é feito quase diria de forma casuística, não há digamos um critério universal para a atribuição desses apoios. Mas gostava, ou está previsto, um estudo do impacto deste setor na cidade de Braga? Esse é um trabalho que acho que deve ser feito, mas no momento em que ele esteja mais consolidado. Demos um salto quântico de 2017 para 2018 com esta requalificação que foi feita do Parque de Exposições, reconvertido para Altice Forum Braga. Hoje temos aqui todas as condições para poder acolher muitos e bons eventos da mais diversa natureza, mas esta é ainda uma fase de aprendizagem. Estamos de facto a registar uma procura muito considerável, mas achamos que temos ainda de perceber qual vai ser a dinâmica estável do Forum, e daquilo que são os seus parceiros para podermos fazer essa avaliação. Mas queremos ter, naturalmente, uma análise mais rigorosa, como temos feito noutras áreas, nomeadamente uma análise de impacto. Lançaram o visitbraga.travel há algum tempo. Que feedback tem desse projeto e como o vê evoluir? Há aqui muitas oportunidades. O objetivo primeiro dessa plataforma, e da parceria que tem sido desenvolvida com a Associação Comercial de Braga de forma muito especial, foi dar outra visibilidade à cidade e aos seus agentes económicos: às unidades hoteleiras, à estrutura comercial, aos recursos turísticos. Acho que a recetividade tem

sido muito positiva, temos conseguido outra notoriedade que Braga não tinha nesta área turística, em vários segmentos de mercado, nacionais e internacionais. Voltando à questão do European Best Destination, para nós foi particularmente significativo termos sido o destino preferido dos cidadãos brasileiros, mas diria que isso era quase natural. Já sermos o primeiro destino para os cidadãos ingleses, ou para os franceses o segundo, é algo que nos dá uma perspetiva e um testemunho de um reconhecimento externo que hoje a cidade tem e não existente há alguns anos e, obviamente, todas estas iniciativas acabam por contribuir. Em termos de evolução diria que iremos acompanhar a realidade também do mercado. Vemos algumas destas plataformas à escala local, global, a serem transformadas em verdadeiras plataformas de negócio, agregadoras da oferta e isso não está posto de parte, mas também não vale a pena criar estruturas redundantes. Só vale a pena avançar por aí se considerarmos que é verdadeiramente vantajoso. Falou ainda agora do European Best Destinations. De que forma vão potenciar esse selo que Braga conseguiu muito recentemente? Algum tipo de promoção específica? Sim, nós passamos a incluir esse título em todos as nossas componentes promocionais à escala internacional, nas feiras em que temos estado, nos vários suportes que temos, mas diria que o grande apport desse trabalho é aquele que decorre da organização do prémio que, de facto, reconheceu que Braga tinha alcançado um reconhecimento muito importante, e embora normalmente só trabalhem depois em termos comunicacionais de forma bastante forte o primeiro destino do ano, a organização fez questão de nos endossar uma carta, e já tivemos vários contactos posteriores em que nos disseram que iriam trabalhar também de forma muito intensa Braga como destino. Acho que esse é o grande proveito que a cidade tem de uma iniciativa desse género. Obviamente tivemos notícias sobre Braga, e algumas delas de grande dimensão, no Lonely Planet, na Forbes, na Condé Nast, revistas da especialidade que posicionam Braga na liga dos campeões do turismo. Isso pressupõe um aumento do fluxo de turistas à cidade. Ela está preparada ou teme que possa existir, no futuro, uma tensão entre população e turistas, entre turismo de lazer e turismo de negócios? Felizmente ainda não é uma preocupação que devamos ter aqui na cidade. Braga tem registado esse crescimento que referi, mas tem‑no assimilado de forma bastante natural, não vivemos aquilo que acontece noutras cidades, de uma grande conflitualidade entre visitantes e residentes, não estamos a ter o esvaziamento do centro para se transformar num parque temático turístico. Continuam a conciliar‑se essas dinâmicas. O centro tem vindo


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Dez perguntas a Ricardo Rio Viagem de sonho? Foi a lua‑de‑mel, em que durante um mês fizemos um périplo pelo oriente: Tailândia, Austrália, Singapura... Prato favorito? Papas de sarrabulho Que livro anda a ler? Crónicas do Lobo Antunes, o meu escritor favorito

a registar uma reabilitação enorme de edifícios históricos, e edifícios degradados para fins habitacionais, para serviços, comércio, não apenas para a área turística. No horizonte próximo são duas realidades que vão continuar a conviver pacificamente. Nesta área do turismo, de forma mais abrangente, como é que quer ser recordado enquanto autarca? Acho que este é um período em que espero que, desde logo em termos do momento presente, as pessoas se sintam felizes e cada vez mais felizes por morar na cidade de Braga e que sintam orgulho na evolução. Em termos de memória acho que o maior legado que um autarca, um governante, pode ter é daquilo que introduziu de novo, seja algo que ninguém queira voltar para trás. Nesse sentido, quer do ponto de vista da relação com os agentes, quer do ponto de vista da dinâmica da cidade, quer da envolvência dos cidadãos e da sua participação em todas as dinâmicas que a cidade vai tendo, essa transformação é de facto irreversível, e é o maior legado que posso deixar à cidade de Braga.

Filme marcante? Gosto muito de cinema. O que sintetiza o meu gosto pelo cinema é o Cinema Paraíso Banda que gostaria de ver no Forum Braga? Bruce Springsteen Uma figura histórica para convidar para jantar? Afonso Henriques, alguém que formatou o nosso país e também como tributo aqui aos nossos vizinhos de Guimarães Um local especial em Braga? O Bom Jesus Hobbies? Desporto, Videojogos

Ricardo Rio é licenciado em Economia, pela Faculdade de Economia do Porto. Foi docente em várias instituições universitárias, nomeadamente na Universidade Lusíada, no IESF ‑ Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, e no ISAG ‑ Instituto Superior de Administração e Gestão. Como consultor e colaborador esteve ligado a várias organizações, a então Bolsa de Derivados do Porto, depois Bolsa de Valores de Lisboa e Porto, depois Euronext Lisbon, onde esteve até 2004; foi diretor do Instituto de Mercado de Capitais, e esteve ligado à criação da Casa da Música do Porto. Foi ainda consultor privado em várias organizações públicas ou privadas, desde empresas, a associações empresariais.

Quando era miúdo o que queria ser? Além de presidente de câmara, julgo que cobrador de autocarros Evento memorável O nascimento das minhas filhas Cláudia Coutinho de Sousa



EMPRESAS    18

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KOFLER GROUP

EM PORTUGAL PARA “SATISFAZER TODOS OS SENTIDOS” O Kofler Group, fornecedor de soluções globais de hospitalidade, chegou a Portugal no ano passado. Com a abordagem “Satisfying all senses”, a empresa alemã atua em eventos internacionais, restaurantes, estádios ou arenas, prestando serviços premium de catering para eventos e de hospitalidade em eventos desportivos.

A parceria exclusiva de hospitalidade no Estádio da Luz, firmada em Agosto de 2018 e cujo contrato de colaboração se prolonga por dez anos, levou à fundação da Kofler Portugal. No estádio do Sport Lisboa e Benfica opera sob a marca Gourmet Sports Hospitality e é responsável pela hospitalidade em todo o estádio, pelos dois restaurantes do venue, que se encontram em fase de instalação, pela oferta de comida durante os jogos, e por 29 stands de comida, 20 quiosques móveis, seis salas VIP e 154 camarotes. O Kofler Group foi fundado em 1991 em Frankfurt, na Alemanha, onde está também presente em Berlim, Hamburgo, Munique e Düsseldorf, e detém ainda unidades em Portugal, no Reino Unido, China, Brasil, Rússia e Japão. No currículo conta também com a

gestão da hospitalidade de eventos como os Campeonatos do Mundo de Futebol da FIFA de 2006, 2010, 2014 e 2018, estando já acordado para a competição em 2022, no Qatar, e os Jogos Olímpicos Brasil 2016 e Rússia 2014, entre muitos outros.

COMIDA COMO ESTILO DE VIDA Ingredientes frescos e da maior qualidade, combinados com uma preparação detalhada por chefs talentosos, associada a uma apresentação em forma de arte. É assim que visões culinárias surpreendentes se tornam realidade, e essa é a missão da Kofler. Uma fusão de cozinha internacional com o melhor da gastronomia nacional, transformada através de conceitos originais e criativos.

DE VOLTA ÀS ORIGENS José Carvalho, diretor geral e sócio do Grupo Kofler Portugal, está de volta às origens portuguesas, depois de um sólido percurso, nomeadamente em França e na Rússia, sempre ligado ao catering de luxo e aos grandes eventos internacionais. Estabelecido agora em Lisboa, vem à conquista do mercado de catering em Portugal, com toda a paixão e experiência adquirida ao longo de tantos anos nesta indústria.

KOFLER | GOURMET SPORTS HOSPITALITY Lisboa | 938 644 644 | ialbu@gourmetsports.pt www.koflerkompanie.com


OCUBO

GOLEADA CRIATIVA EM PORTUGAL E NO MUNDO! A estratégia de jogo do ateliê OCUBO, apostando na criatividade e inovação, tem trazido grandes resultados para os adeptos e clientes. Na primeira parte do ano OCUBO traz a campo um dos maiores e mais inovadores espetáculos desenhados pela sua equipa: a Cerimónia de Inauguração do Estádio de Al Wakrah, construído para o Qatar 2022 FIFA World Cup™.

Os árbitros vão estar atentos e o treinador de OCUBO aposta nos melhores jogadores para um jogo perfeito desde o conceito e direção artística no pontapé de saída, passando pela criação de conteúdos no ataque criativo, pela produção executiva na defesa de qualquer detalhe mais sensível, culminando com a direção técnica, fornecimento de soluções audiovisuais e operação do evento para a marcação dos golos! A celebração do evento decorre ao vivo no estádio de Al Wakrah para uma audiência de cerca de 45.000 adeptos e a transmissão em direto para milhares de espectadores na televisão. De forma a surpreender o público, e o cliente deste jogo, OCUBO foca‑se nas jogadas que mais o distinguem na grande área dos eventos: video mapping, interatividade,

stage design, live performance, hologramas e fogo de artifício, aliados à criação e inovação artística. Jogadas complexas que o ateliê vai executar com o planeamento, gestão e operação de uma equipa de mais de 500 jogadores, entre produtores, criativos, técnicos, informáticos, artistas, designers, músicos, bailarinos, coreógrafos, figurinistas, designers de luz, realizadores, iluminadores, riggers, operadores, voluntários... O crescimento e investimento de OCUBO em novos jogadores e novas tecnologias tem elevado a qualidade dos eventos jogados em casa e fora, preparando‑o ainda melhor para futuros desafios. O atelier promete marcar o mundo futebolístico internacional com um evento memorável, à semelhança do que fez a nível nacional na entrada em campo, a 21 de março, para a Gala dos Galardões Cosme Damião 2019, do Sport Lisboa e Benfica. Por vezes é preciso reconquistar pontos, jogos e campeonatos, confiança, clientes e projetos. Foi exatamente sobre esse tema da #reconquista que OCUBO desenhou a referida gala e mostrou como reconquistar esses importantes pontos e objetivos em Portugal. Uma gala ao vivo e transmitida em direto em canal aberto na BTV, com a equipa do OCUBO a jogar a bola nas várias direções do evento, driblando no conceito criativo e direção artística, fintando a gravidade com o stage design imersivo, cabeceando os conteúdos multimédia bem alto, rematando forte nas soluções audiovisuais fornecidas e defendendo com segurança a operação live do jogo.

OCUBO Lisboa | 219 250 818 | info@ocubo.com www.ocubo.com


EMPRESAS    20

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RITUAIS

ANIMAÇÃO, AUDIOVISUAIS E PRODUÇÃO DE EVENTOS Na rituais costuma dizer‑se que “estamos ao serviço dos nossos clientes desde que nos contactam pela primeira vez. Por isso, acreditamos em relações entre pessoas, mais do que na ideia tradicional dos negócios. Acreditamos que os nossos clientes nos escolhem porque estamos sempre ativos, sempre à procura da luz, do som, do movimento e das sensações”, explica o responsável da empresa Luís Alves.

A rituais presta todos os serviços de audiovisuais, animação, performances e produção de eventos. “Produzimos e materializamos eventos empresariais com audiovisuais para congressos, lançamento de produtos, festas de incentivo, festas de natal, festas temáticas, performances hitech, sunsets com DJs e live acts, ações de ponto de venda, montagem de equipamentos audiovisuais para concertos e espetáculos, eventos à medida, dispondo de um know‑how técnico e criativo consolidado nos últimos anos, no mercado afeto à nossa atividade”, adianta Luís Alves. Uma única empresa que conjuga vários serviços integrados: “animação, bandas, DJs/VJs, artistas, performances inovadoras, espetáculos temáticos, e soluções criadas de raiz para qualquer tipo de evento”, diz Luís Alves, e acrescenta, “Aliamos aos nossos artistas os nossos equipamentos de audiovisuais, ecrãs e pistas de dança leds, palcos, decoração com mobiliário iluminado, entre outros”.

“Se deseja eventos memoráveis. Se deseja contar com a confiança de uma equipa dedicada de profissionais com muita experiência. Se deseja uma gama de oferta em soluções vasta e organizada de acordo com cada desafio. Se deseja a garantia de que o foco está nos resultados da ação e na conquista da satisfação do seu público, então o seu evento é com a rituais”.

RITUAIS Corroios | 919 412 954 | 211 361 213 www.rituais.pt | www.rituaiswed.com


VOQIN’

O QUE AS NOVAS GERAÇÕES ESPERAM DOS SEUS EVENTOS Conheça a nova geração de participantes em eventos. Eles esperam mais dos seus eventos, e em sentidos que o podem surpreender.

1. Mudar o mundo. As novas gerações compreendem a importância de usar eventos para alavancar o poder das pessoas e das comunidades. 2. Ambiente. Cada evento deve estar consciente da pegada de carbono e reduzir o seu impacto o mais possível. 3. Questões sociais e societárias. Pessoas e sociedades são igualmente importantes, por isso, as comunidades locais terem benefícios tangíveis dos eventos que acolhem é o melhor resultado. Quando a VOQIN’ criou a campanha O Nosso Futsal ajudou a conquistar os corações e as mentes dos habitantes de bairros desfavorecidos um pouco por todo o país, inspirando talvez uma nova geração de atletas. 4. Saúde e bem‑estar. É perfeitamente aceitável interagir com colegas vestindo roupa de desporto. E sweatworking, como no caso da IMEXrun, pode muito bem ser o melhor tipo de networking. 5. Nutrição. A deve ser fresca, nutritiva, preparada com ingredientes locais e biológicos. A correta identificação da comida é fundamental, por causa da segurança alimentar, e trabalhar com um chef que é uma celebridade é a cereja no topo do bolo. 6. Diversidade e inclusão. As novas gerações querem eventos abertos e recetivos a toda a gente, independentemente do estilo de vida, condição física ou bagagem cultural. 7. Interação. Estão habituados a que a informação esteja acessível online, para que o real valor dos eventos esteja na discussão e em unir as pessoas.

8. Imagem. Apreciam um evento que lhes proporciona a oportunidade de potenciar a sua imagem. Isto pode ser tão simples como criar um grande cenário para tirar fotos, como fizemos recentemente no Nespresso Goal Alignment 2018. 9. Surpresa. As novas gerações querem ser imersas em experiências que usam todos os sentidos. E ajuda se temos um elemento forte de novidade, como no GM Lollapalooza que organizamos. 10. Tecnologia. Um grande evento precisa de tecnologia bem desenhada que proporciona boas experiências. Na VOQIN’ são obcecados com superar as expectativas e em entregar eventos únicos em nome dos clientes. Desenvolvem experiências que estão sintonizadas com as novas gerações, e procuram cada vez melhores #UnboringSolutions.

VOQIN’ Portugal, Espanha, Brasil, Florida | 213 213 060 | info@voqin.com www.voqin.com



C O N S U LT Ó R I O D E P R O T O C O L O       WWW.EVENTPOINT.PT

Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova

As especialistas em protocolo e imagem, Cristina Fernandes e Susana Casanova, respondem às perguntas colocadas pelos leitores da Event Point. Envie também as suas dúvidas para info@eventpointinternational.com

Há algum programa informático que ajude a fazer o seating? Existem diversos softwares que podem auxiliar na tarefa de planear o seating. Desconhecemos, contudo, algum programa que esteja ajustado às precedências portuguesas (Lei n.40/2006) e que faça, por exemplo, uma equiparação com as precedências empresariais, ou outras. A tarefa de sentar convidados e de respeitar precedências, cargos, estatutos, antiguidades e outras variáveis é bastante complexa. Acresce que no decurso do evento há sempre alterações de última hora a fazer, muitas delas no local e no decorrer do evento. Quais são os melhores presentes para dar a um orador? Aconselhamos que o presente seja escolhido em função do perfil do convidado. Na atualidade privilegiam‑se, por variadíssimas razões e implicações éticas, presentes simbólicos, de baixo valor monetário, alusivos à organização ou instituição que promoveu o evento. Os presentes regionais ou locais, que podem incluir produtos alimentares são, por norma, apreciados. Atente‑se, ainda, para convidados estrangeiros no peso e no volume, bem como na simbologia do presente na respetiva cultura.

Parece‑vos que dá má imagem a uma organização colocar o orador a viajar numa low‑cost?

A resposta tem sempre de ser dada em função do perfil do orador e do seu estatuto. Provavelmente para um orador bastante requisitado poderá não ser a opção mais acertada. Acrescem ainda detalhes relacionados com o percurso a efetuar (regional, médio ou longo curso) e da localização dos aeroportos de destino. Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova

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OPINIÃO    24

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“E EM PORTUGAL… QUAL A IMPORTÂNCIA DO SUBSETOR DOS CONGRESSOS E EVENTOS?”


SUBSETOR DOS EVENTOS: A REALIDADE (DES) CONHECIDA DOS NÚMEROS… Só os números e apenas os números é que definem a realidade e a tornam visível e comparável.

Os congressos e eventos representam uma das áreas centrais do Turismo, e constituem‑se como um dos principais impulsionadores do desenvolvimento do setor e um importante gerador de rendimento, emprego e investimento. Para além das oportunidades de negócios que permite, o subsetor dos congressos e eventos gera importantes benefícios para a economia em geral, induz um maior nível de gastos, reduz a sazonalidade, contribui para a regeneração dos destinos, dissemina conhecimento e aumenta a inovação e criatividade. E em Portugal... qual a importância do subsetor dos congressos e eventos? O ‘discurso’ do poder político refere a importância deste setor para a economia em termos gerais, o seu papel central na geração de emprego e rendimento, na projeção internacional de Portugal como destino turístico e na promoção turística dos territórios, na atração de visitantes, na valorização das economias locais, dos seus produtos endógenos e das suas histórias e tradições. Mas... qual a base... quais os dados... que permitem sustentar esta opinião? Quem são afinal as empresas de congressos e eventos? Para responder a essa pergunta importa definir, em primeiro lugar, o que é um evento e quais as suas tipologias. Investigação realizada nesta área define evento como ‘uma atividade ou conjunto de atividades organizadas, com finalidade específica de promover o encontro entre pessoas, em espaços preparados para o efeito, durante um período de tempo determinado e em função dos objetivos que justificam a sua realização’. Mas, será que esta

definição inclui todas as diferentes vertentes e tipologias de eventos, e as especificidades inerentes a este tipo de atividade em Portugal? Importa, por isso, consensualizar o conceito, a sua abrangência, e as diferentes tipologias que o integram. E qual é a realidade empresarial do subsetor dos congressos e eventos? Quantas empresas de congressos e eventos existem em Portugal? Qual a sua dimensão e estrutura empresarial? Qual o volume de negócios que geram? Qual a sua distribuição geográfica? Qual a sua importância económica? Perguntas para as quais não há uma resposta concreta, uma vez que não existem dados que permitam quantificar de uma forma objetiva a realidade empresarial e a importância económica deste subsetor. Considerando a informação disponível no Instituto Nacional de Estatística (INE), existem 21.706 empresas de congressos e eventos em Portugal, distribuídas pelos Códigos das Atividades Económicas: 82300 ‑ Organização de Feiras, Congressos e Outros Eventos Similares (6%); 90010 ‑ Atividades das Artes do Espetáculo (75%); 93192 ‑ Outras Atividades Desportivas (19%). Contudo, a opinião é unânime, os dados apresentados não refletem a realidade do setor dos congressos e eventos em Portugal. No entanto, esta é uma questão central para a avaliação do peso económico do subsetor, porque só os números e apenas os números é que definem a realidade e a tornam visível e comparável. Já Kaplan e Norton (1992) referiam que ‘só se pode gerir aquilo que se pode medir’. Face às dificuldades inerentes em delimitar e consensualizar o conceito, e de quantificar a importância do subsetor dos congressos e eventos, considera‑se fundamental (1) Aprofundar o conhecimento técnico‑científico sobre a temática dos congressos e eventos de modo a consensualizar o conceito de evento, as diversas tipologias de eventos, assim como, clarificar as bases do seu reconhecimento enquanto evento de vocação turística. (2) Caracterizar a oferta disponível e o perfil dos empresários e das empresas de congressos e eventos, o que irá permitir conhecer detalhadamente a atividade das empresas de eventos, os seus atributos e características distintivas, assim como, o perfil, habilitações, experiência e competências dos gestores das empresas de eventos; (3) Avaliar o perfil da procura atual e o impacto económico das empresas de congressos e eventos, o que irá permitir caraterizar a procura atual e potencial das atividades das empresas de eventos, o seu perfil, caraterísticas e comportamentos de compra e consumo, assim como, avaliar o impacto económico gerado sobre as respetivas bases económicas regionais e locais. Rui Costa

Professor da Universidade de Aveiro


E SPAÇO A PECAT E    26

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“ACREDITO MUITO NA COMPETÊNCIA DAS EMPRESAS DE EVENTOS NACIONAIS”


OS EVENTOS SÃO UM LUXO OU UMA NECESSIDADE? Portugal é considerado atualmente como um dos destinos preferenciais para a organização de eventos na Europa, o que muito nos orgulha. Mas devemos pensar no futuro. Que tipo de destino queremos ser? Acredito que temos todas as qualificações e condições para captarmos alguns dos melhores eventos mundiais, pela segurança do país, pela diversidade de tipologia de locais de eventos, pela gastronomia, pela facilidade linguística, pelo profissionalismo dos profissionais de eventos e muito mais. Quando estamos a competir mundialmente, o nível de exigência e profissionalismo aumenta quando pretendemos continuar a ser uma referência. Há medidas urgentes que deveriam ser tomadas, entre as quais: obrigar que os profissionais de eventos tenham uma certificação profissional à semelhança do que acontece em vários países da Europa, e que exista uma concorrência transparente e qualificada nesta área; que exista uma modalidade fiscal adequada a este tipo de atividade, assim como seguros, e que não penalize ainda mais os profissionais que trabalham como freelancers nesta área, por paixão. E quando falamos em eventos falamos em criar momentos especiais e únicos na vida das pessoas. Sejam os participantes nos eventos, sejam os milhares de profissionais envolvidos.

Gostava de falar com dados concretos sobre o impacto económico da área de eventos na economia nacional, mas infelizmente em Portugal ainda não temos uma forma de obter essa informação. Uma análise do sector é crucial para a criação de uma estratégia consolidada nacional e internacionalmente, sendo a obrigatoriedade de registo das empresas de eventos na associação do setor uma hipótese, ou o registo através de um organismo estatal. Ter um processo de registo obrigatório das empresas de eventos é uma garantia de que estão a cumprir todos os processos legais, e os planos de segurança e contingência nos eventos que organizam. Estamos numa era dourada com uma taxa de ocupação de espaços de eventos excelente, mas corremos riscos incalculáveis ao permitirmos que alguns eventos sejam realizados sem exigência. O aumento de empresas privadas a organizar eventos e que coloca voluntários a trabalhar tem aumentado, como sendo o caso de festivais de verão ou mesmo eventos internacionais de grande dimensão e notoriedade. É um procedimento ilegal, mas que acontece com muita frequência, e o facto de termos pessoas sem formação nesta área pode colocar em risco os participantes num evento, ao não terem formação sobre processos de segurança e contingência, assim como não é justo para com as pessoas que estão a fazer voluntariado e as empresas que prestam esse serviço legalmente. Mas a conquista está no nosso sangue desde a nossa génese em que fomos uma potência mundial e acredito que o futuro

passa por levar o nosso conhecimento e profissionalismo além fronteiras, como já começamos a ver com algumas empresas nacionais de eventos, pois somos determinados, criativos e ainda temos preços bastante competitivos. Acredito muito na competência das empresas de eventos nacionais e na sua capacidade de brilhar.. Acredito também que a união faz a força e que o maior envolvimento em associações como a APECATE pode contribuir para um alinhamento de estratégia e visibilidade maior do setor, nacional e internacionalmente. Como diria o Principezinho, “... As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes” e quando falamos em eventos “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”, porque “Quando a gente anda sempre em frente, não pode ir muito longe...“. Porque nos eventos “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”, sendo as larvas muitas vezes a ansiedade e o stress e as borboletas a magia e o sorriso no rosto dos clientes e participantes nos eventos. Nesta era atual os eventos são sem dúvida uma necessidade para um equilíbrio emocional e económico da sociedade. Sónia Brochado Presidente da secção de Eventos e Congressos da APECATE


EM DESTAQUE    28

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STARTER ACCELERATION PROGRAM DA EDP TEM FINAL NA WEB SUMMIT A partir do sucesso dos programas de inovação que a EDP tem desenvolvido ao longo dos anos nos países em que está presente (EDP Open Innovation e EDP Starter Espanha e Brasil), o grupo decidiu unir num programa único a procura por startups com tecnologias inovadoras, que possam ser adaptáveis aos negócios da empresa, batizado Starter Acceleration Program.


O novo programa vai ter módulos em três regiões – Europa (Madrid, Espanha), América do Sul (São Paulo, Brasil) e América do Norte (Houston, Estados Unidos) ‑, onde a EDP já tem uma presença forte e experiência reconhecida na área da inovação. Depois de uma fase de trabalho intensivo com a EDP, vão ser selecionadas as startups com maior potencial para a final, que se realiza em Lisboa, em novembro, em plena Web Summit. As escolhidas terão um espaço próprio na maior cimeira de inovação e empreendedorismo da Europa, para mostrarem os seus produtos e procurarem oportunidades de negócio. Em linha com as áreas estratégicas da EDP, o Starter Acceleration Program está à procura de projetos em sete categorias: energias limpas; soluções para clientes; análise de dados; armazenamento de energia; redes inteligentes; acesso à energia e processos internos inovadores. Durante o programa, as startups vão também ter acesso a vários apoios e benefícios, como o aconselhamento de especialistas em inovação, marketing, entre outros. “Não podíamos estar mais satisfeitos com esta evolução dos vários programas de aceleração de startups para uma iniciativa verdadeiramente global, que coloca a nossa fasquia de qualidade ainda mais elevada. Acreditamos que este é o caminho certo na nossa busca por novos modelos de negócio e serviços que possam ser adotados pelos negócios que temos em 16 países”, destaca Carla Pimenta, diretora do apoio ao empreendedorismo da EDP.

O primeiro módulo do programa vai realizar‑se em Madrid, em junho, seguido de um segundo em São Paulo, em julho, e um terceiro, em setembro, em Houston. As candidaturas estão abertas até 6 de maio e podem ser feitas em edpstarter.com/acceleration.


E SPAÇO A P OR EP    30

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Isabel Amaral

O QUE É FULCRAL SABER QUANDO TEMOS PARTICIPANTES CHINESES NOS NOSSOS EVENTOS? Quem já teve contacto com potenciais clientes chineses, sabe que é essencial demonstrar conhecer a sua cultura e respeitar a sua maneira de ser para conseguir atingir os objetivos de qualquer relacionamento comercial.


Sendo uma das civilizações mais antigas do mundo, com mais de 4 milhões de anos de História, a China é uma grande potência económica que já não depende da agricultura, mas conserva o espírito coletivista. Ou seja, os interesses do partido, do grupo, da família ou do clã continuam a passar à frente dos interesses do indivíduo. Isto reflete‑se, por exemplo, no facto de que o nome de família é considerado mais importante do que o nome próprio e, por isso, o apelido aparece sempre escrito antes do nome próprio. Devem ser sempre tratados pelo apelido, nunca pelo nome próprio. A cultura chinesa é profundamente influenciada pelo confucionismo. Esta filosofia faz com que a busca da harmonia e do consenso, salvaguardando o bem do grupo ou da organização, seja feito através de relações rigorosamente hierárquicas. O relacionamento faz‑se entre pares com grande distanciamento em relação aos superiores hierárquicos. Os valores da obediência e da deferência perante os superiores continuam enraizados e os superiores têm obrigação de defender subordinados. Por isso as responsabilidades têm de ser claramente definidas. Outra característica desta filosofia de vida é a preocupação em “não perder a face” (mianzi), um conceito difícil de traduzir pois significa exatamente isso: ficar sem cara ou sem imagem social. Para não “perder a face”, nenhum chinês confessará, por exemplo, que não percebe o que lhe está a dizer. Revelar desconhecimento é uma vergonha. Quem perde a face (ou a imagem positiva de si próprio) está realmente perdido. Mas quem faz perder a face a um chinês também não fica em melhor situação. Os chineses não gostam de dizer “não”, para não perderem a face, nem fazer perder a face ao interlocutor. Quando dizem sim, significa talvez, quando dizem talvez, podem estar a dizer “não”, palavra que raramente dizem por ser muito rude em mandarim. Preferem um estilo de comunicação implícito, subtil e cortês completamente diferente do estilo direto, explicito e agressivo dos ocidentais É necessário respeitar os rituais, a hierarquia e o protocolo para conseguir estabelecer relacionamentos com chineses. Para um chinês o conhecimento pessoal (Guan Xi) e a confiança são fundamentais. Só se fazem negócios entre pessoas que se conhecem e se respeitam. Para um chinês os acordos verbais são tão importantes como os acordos escritos e ambos são passíveis de alteração. O mais importante é criar um clima harmonioso entre as duas equipas. A língua oficial é o mandarim, mas existem outros dialetos, como o cantonês. Só o chinês escrito é entendido por todos. Use um tradutor qualificado pois cada palavra pode ter muitos significados dependendo da entoação. Para salvarem a face, se tiverem de recuar nas condições do contrato, os chineses podem sempre dizer que a culpa foi do intérprete…

Evitam o contacto físico e preferem manter alguma distância seja nos encontros oficiais ou empresariais. Já se habituaram a cumprimentar os ocidentais com um aperto de mão. Mas se não lhe estenderem a mão, incline a cabeça, corresponda à saudação e não tome a iniciativa.

A cultura chinesa trata com deferência as pessoas mais velhas. Quando entrar na sala de reuniões, deve começar por cumprimentar a pessoa mais velha, aguarde que lhe indiquem o lugar onde se deve sentar e prepare‑se para uma longa conversa de circunstância acompanhada de muito chá. Os chineses não são trocadores compulsivos de cartões‑de‑visita como os japoneses (povo com que não gostam de ser confundidos!). Mas se o seu interlocutor lhe entregar o cartão‑de‑visita dele, observe‑o com toda a atenção e coloque‑o em cima da mesa – nunca no bolso das calças. Depois entregue o seu cartão, segurando‑o com as duas mãos e virado de modo a que o seu interlocutor possa ler o seu nome. Para um chinês, é um documento importante, simboliza o interesse em aprofundar a negociação. Não deve escrever nada no cartão. Sobre a cultura chinesa e o seu “amor dos cerimoniais meticulosos” muito mais haveria a dizer, mas termino recordando a importância da pontualidade que representa o respeito pelo compromisso assumido. Desmarcar em cima da hora é uma ofensa gravíssima. O trânsito é caótico nas grandes cidades chinesas. Por isso, deve partir com bastante antecedência e não se fiar na proximidade aparente entre dois pontos no mapa. Boa sorte! Isabel Amaral Presidente da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo


OPINIÃO    32

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COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL INFLUENCIARÁ OS EVENTOS EM 2019 Muito tem sido escrito nos últimos tempos sobre a Inteligência Artificial (AI), e os profissionais dos eventos em breve deverão oferecê-la como parte da sua solução de tecnologia nos eventos.


É claro que ainda está longe a AI conseguir desempenhar tarefas intelectuais melhor do que os humanos. Capacidades avançadas como raciocínio, aprendizagem conceptual, bom senso, criatividade, consciência de si próprio e emoções são capacidades não reprodutíveis tecnologicamente, ainda. No entanto, a Inteligência Artificial já pode aprimorar os processos de negócios para criar e personalizar o envolvimento do cliente e, subsequentemente, aumentar a receita. A AI em 2019 vai ser usada para permitir experiências personalizadas e aprimoradas com interações mais significativas que chamem a atenção dos participantes, expositores e patrocinadores dos eventos. Para implementar a AI de uma maneira que reflita uma marca, os dados são fundamentais. A Inteligência Artificial depende da administração de dados para cumprir as suas promessas PERSONALIZAÇÃO E RECOMENDAÇÕES USANDO AI A maior mudança que a AI está a trazer para os eventos é a personalização das recomendações para os participantes do evento, expositores e produtos, numa escala inédita. Num evento de rede típico, o participante pode ser combinado manualmente com outros, de acordo com um formulário manual que é preenchido com os seus interesses. Todo o processo é lento e caro para os gestores de eventos. Um mecanismo de matchmaking com AI pode interpretar dados de perfis de redes sociais como LinkedIn e Facebook. Os participantes podem agendar reuniões antes do início do evento ou indicar que não estão interessados nas recomendações do sistema, o que ajuda a melhorar o próximo conjunto de recomendações. É um ciclo virtuoso. A AI aprende com o comportamento à medida que se interage com ela. Assim, os participantes recebem melhores recomendações quanto mais a usarem. CHATBOTS AI E EXPERIÊNCIAS SEM INTERFACE Chatbots estão a tornar-se cada vez mais sofisticados, e são fáceis de utilizar pelos participantes, já que eles não exigem um download de uma aplicação ou login num website. Além disso, os chatbots habilitados para AI têm capacidade tecnológica para aprender com interações anteriores e personalizar conversas. No futuro, a tecnologia pode permitir que os eventos deixem de ter uma aplicação dedicada, tendo, em vez disso, todo o conteúdo do evento entregue por meio de um chatbot do Facebook Messenger.

DEEP LEARNING USANDO INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL O Deep Learning é uma forma de AI que se baseia no reconhecimento de padrões. O sistema lê os dados de registo de um evento e, em seguida, antecipa quais os requisitos logísticos necessários no local em termos de bebidas, alimentos e controlo de pessoas, conforme o evento avança em tempo real. Ele fará esses julgamentos com base na entrada de dados de eventos anteriores, de tamanhos e requisitos semelhantes. PROTEÇÃO E INTEGRIDADE DE DADOS Agregadas à AI, vêm as preocupações sobre proteção e integridade de dados. Enquanto uma análise cada vez mais sofisticada é aplicada aos dados, é necessário estabelecer um equilíbrio entre a conformidade da proteção de dados e, ao mesmo tempo, estimular a criatividade, a inovação e ajudar a garantir a qualidade dos dados. É importante atingir esse equilíbrio, gerando insights profundos e protegendo a privacidade dos participantes.

O setor de eventos é competitivo e a sua capacidade de se destacar depende da criação de um conjunto de tecnologias que simplifique a experiência. Em 2019, o uso de Inteligência Artificial dará aos eventos uma vantagem competitiva. Vitor Hugo Filipe

Consultor técnico da AVK


PAINEL    34

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RECURSOS HUMANOS: UM CAPITAL A VALORIZAR São a força de um projeto, de uma empresa. Os recursos humanos, no sentido de capital humano, são os motores dos diferentes barcos que vão cruzando oceanos de desafios. E há muitos desafios nos setores do turismo de lazer e de negócios e dos eventos. Mas para as pessoas também. Independentemente das suas competências, nem sempre os recursos humanos se sentem valorizados, o que leva muitas vezes a que o talento escape das empresas.

É um mundo competitivo, este. E a competitividade pode ser um desafio, pois exige profissionais “com um leque de competências que se integram nos domínios dos ‘saberes’, do ‘saber fazer’ e do ‘saber estar’”, refere o presidente do Fórum Turismo 2.1, que organiza a Bolsa de Empregabilidade. No entender de António Marto, “algumas das mais importantes e mais valorizadas competências passam pela capacidade de comunicação, capacidade de trabalho em equipa, autonomia e gestão de pessoas”. No domínio das soft skills, “quanto maior for a capacidade de responsabilidade, espírito crítico e construtivo, positivismo, inteligência emocional, capacidade de empatia e confiança, melhor e mais rapidamente se dá o sucesso do profissional”. O responsável acredita que as empresas valorizam a formação em turismo e em eventos, mas lembra que, para além da formação académica, as empresas tendem a valorizar outro tipo de conhecimento, o que é obtido pela experiência. “Saber fazer

António Marto

aprende‑se em sala de aula, mas é no ‘campo de combate’ que é testado o que realmente se sabe”, frisa, adiantando que “é preciso adaptar a formação às reais necessidades das empresas para que as mesmas consigam dar valor à formação”. Trabalhadores satisfeitos podem ser sinónimo de maior rentabilidade e entrega. Há quem veja a valorização dos seus recursos humanos uma mais‑valia para o sucesso da empresa e esses casos de sucesso poderiam servir de inspiração às empresas dos setores do turismo e dos eventos, defende António Marto, que lembra que essa valorização não passa só pelo aumento salarial, mas “pelo reconhecimento transmitido em palavras, pela aceitação das ideias do colaborador na decisão e pela passagem de responsabilidades”. Afinal, quem não gosta de ser reconhecido e valorizado? A Event Point falou com responsáveis de três agências para perceber que competências valorizam, a importância que é dada à formação contínua dos seus recursos e o que fazem para reter o talento na empresa.


Rui Carreira KriaEventos Que tipo de competências procuram nos profissionais dos eventos? Procuramos pessoas que não tenham medo de sair da sua zona de conforto, confiantes, com empatia e que consigam produzir eventos de cabeça para baixo! Na questão ‘experiência vs. em formação’ o que privilegiam? Acreditamos que tem de haver um mix. A irreverência e novas visões sobre o mundo dos mais novos deve apoiar a assertividade e know‑how dos mais velhos. Que importância dão à formação contínua dos vossos recursos humanos? Todos os dias é uma aprendizagem, cada projeto promove essa formação contínua, a interação da equipa... Ainda assim, os momentos de formação com ajuda externa são sempre bem‑vindos e de grande riqueza, pois permitem ter uma visão fora do nosso dia a dia nas mais variadas matérias. Onde procuram os recursos humanos? Noutras agências, nas escolas, através de anúncios... Recentemente abrimos uma vaga para gestor de projeto e começámos por avaliar a base de dados que temos de candidaturas espontâneas que nos vão chegando quase diariamente. No entanto, comunicámos ainda nas nossas redes sociais, como o Linkedin, Instagram e Facebook. Como fazem para reter o talento na agência? Através do reconhecimento e valorização das pessoas. Todos fazem muito, muitas vezes prejudicando a sua vida privada e isso muitas vezes não tem preço. Este tipo de envolvência e dedicação é o que faz uma grande equipa e grandes equipas produzem grandes eventos.


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Ana Fernandes Eventors’ Lab Que tipo de competências procuram nos profissionais dos eventos? Diversidade nas competências – esse é o ponto fulcral. Por isso, raramente procuramos alguém que tenha uma formação específica na área. Preferimos alguém que tenha licenciaturas mais abrangentes. E depois mais algum tipo de especialidade, consoante o que estamos à procura. Como trabalhamos com clientes tão diversos, preocupa‑nos muito mais que quem trabalhe connosco tenha uma cultura geral bastante abrangente e que consiga chegar aos diferentes tipos de clientes que temos do que propriamente alguém que tenha uma formação específica. Na questão ‘experiência vs. em formação’ o que privilegiam? Depende do que estamos à procura. Para algum tipo de projeto ou de cliente, a experiência pode ser um ponto fulcral; para conseguirmos chegar a outro tipo de públicos, como os millennials ou gerações seguintes, se calhar temos de ir à procura de recursos humanos que tenham essas competências, e por aí os recém‑licenciados que têm menos experiência. Há também uma vantagem nesses recursos humanos, é que podemos moldá‑los ao nosso perfil e àquilo que esperamos deles. E isso também é um desafio aliciante. Que importância dão à formação contínua dos vossos recursos humanos? Bastante. Esse é um ponto importante, porque a experiência profissional e pessoal tem de ser acompanhada de formação ao longo da vida. E se calhar essa é muito mais importante. Por isso volto à minha questão inicial. Preferimos pessoas que tenham licenciaturas ou formações académicas mais gerais, que possam depois ir tornando mais específica ao longo do tempo, do que aqueles que já vêm com uma formação muito específica, muito orientada, e que depois será mais difícil trabalhar noutras áreas. Onde procuram os recursos humanos? Noutras agências, nas escolas, através de anúncios... Recebemos sempre muitos estagiários. E temos tido muita sorte, porque temos acabado por ficar com eles ou, se não de uma forma efetiva, pelo menos em termos de projetos e de trabalho. Essa tem sido a nossa forma de recrutamento mais eficaz. E nós também procuramos. Há algumas escolas que procuramos e mostramos interesse em estagiários, porque reconhecemos também a qualidade dos cursos. Como fazem para reter o talento na agência? Com os projetos que vamos tendo, tentar sempre que eles próprios se sintam parte da casa e sintam que a empresa é parte deles. Quando as pessoas sentem que estão em casa, mais dificilmente têm motivação para sair. Mas isso é sempre algo importante a reter.


Duarte Sacadura Botte

Mustard

Que tipo de competências procuram nos profissionais dos eventos? Se estivermos a falar na área de contacto, procuramos pessoas com know how na área, com excelente network, dinâmicos e com vontade de trabalhar. É uma área que tem muitas especificações e que é necessário conhecer muito bem. Na questão ‘experiência vs. em formação’ o que privilegiam? Tem de haver um equilíbrio, mas a experiência é muito importante. Que importância dão à formação contínua dos vossos recursos humanos? A formação é o dia a dia no terreno e toda a envolvência desta área. Com a experiência diária ganham mais conhecimento. Onde procuram os recursos humanos? Noutras agências, nas escolas, através de anúncios… Em empresas da área. Como fazem para reter o talento na agência? Através de vários fatores: felicidade e bom ambiente na agência, projetos novos e desafiadores, objetivos com incentivos.

O Forum Turismo 2.1 organiza, há já quatro anos, a Bolsa de Empregabilidade, uma feira que promove o emprego de jovens formados na área do turismo e de profissionais que procuram novas oportunidades. Na última edição, onde estiveram 70 empresas empregadoras presentes, houve mais de dez mil ofertas de emprego. Aos que procuram emprego na área, mas também sucesso e reconhecimento, António Marto deixa alguns conselhos: ‑ Faz trabalho voluntário, ele vai trazer ganhos profissionais a longo prazo; ‑ Traz sempre contigo a tua atitude mais positiva – a atitude é o reflexo de quem somos e da forma como nos sentimos; ‑ Começa cedo a fazer a tua rede de contactos e o teu lóbi pessoal; ‑ Trabalha na tua atitude comercial para te conseguires “vender” – procura ser comercial desde o pequeno‑almoço ao copo do final de dia; ‑ Deixa a tua marca e não te esqueças que, por todo o lado, estás a ser observado; ‑ Faz muito com pouco – quem contrata admira esta capacidade; ‑ Sê resistente, pois as portas fechadas são como degraus, servem para subir; ‑ 5 segundos de boa energia, 15 minutos de conversa – os cinco segundos de contacto inicial são decisivos; ‑ Um bom approach para não cair no ridículo – é fundamental estudar a pessoa com quem vamos falar e perceber pontos em comum é um bom ponto de partida para abrir a conversa e torná‑la mais amigável.


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“UMA PROPOSTA É UM VERDADEIRO STORYTELLING”


EVENTOS SÃO COMUNICAÇÃO O mercado dos eventos está a mudar? Sim… muito! Quem não se lembra de fazer propostas em que apresentávamos apenas um conjunto de serviços. Um Word horrível sem qualquer enquadramento em que listávamos todas as ações sem qualquer ordem específica com as ideias meio desconcertadas. Bom, talvez uma ordem cronológica! Então, o que tínhamos: I. Enquadramento, II. Espaços, III. Animações, IV. Decoração, V. Audiovisuais, VI. Design, etc etc…

Cada serviço era apresentado com uma memória descritiva básica e as fotografias quase sem qualidade, e quando existiam, serviam apenas para dar mais cor à proposta e mostrar que poderíamos alinhar as nossas ideias por um mood idêntico. E o orçamento??? No próprio Word à frente de cada rubrica! Valores muito certinhos e no final, só às vezes, é que conseguíamos ver um valor global de toda a proposta. A evolução dos eventos, nesta última década, foi de tal maneira e a aposta das empresas neste mercado foi de tal forma, que fez emergir no mercado dezenas de empresas nesta área. E há mercado para todas elas? Provavelmente sim, e cada uma terá o seu espacinho... Então como nos podemos manter num mercado em constante mudança, com tanta concorrência e com conteúdos fáceis, onde toda a gente diz que sabe fazer tudo? Aproveitando aquilo que temos de melhor: as pessoas, a criatividade e as ferramentas que estão hoje ao nosso dispor, para fazermos dos eventos um dos melhores meios de comunicação. Hoje, criamos conceitos. Uma proposta é um verdadeiro storytelling e as marcas querem impactar os seus clientes e o seu público interno, querem ser diferenciadoras face à concorrência e só o conseguem fazer com conteúdos verdadeiramente “fora da caixa” que possam ser divulgados. Todos os meios que usamos no pré‑evento, durante e no pós‑evento, como o naming, as cores, o formato das peças produzidas, os cenários, os palcos, a forma como os oradores entram em palco, as ativações que fazemos com o público e a forma como eles podem levar uma recordação e uma experiência diferente para casa, são tudo pormenores que temos que levar ao extremo. As sensações que são hoje exigidas têm de ser intensamente trabalhadas.

Eu hoje espero receber convites com realidade aumentada, chegar ao local e ter um check‑in eletrónico, faço download de uma aplicação onde posso fazer perguntas aos oradores convidados… ups, um dos oradores não veio, temos um holograma, UAU! E abertura? Bailarinos suspensos fazem interação com a projeção, écrãs que mexem e emoções, muitas emoções… Não, esperem… vamos fazer rewind… chego ao evento e tenho um mapeamento de toda a fachada do edifício com um filme espetacular, cheio de movimento, cor e música. Quem é que não faz, de imediato, uma historinha para o Instagram ou Facebook, faz um vídeo e envia para os amigos, tira uma selfie e coloca de imediato online? Se não tivermos cuidado com a imagem e a história que contamos nos eventos, não estamos a tirar partido do potencial desta divulgação fácil e partilha de informação com o mundo. Estamos a falar de comunicação e de como um evento pode capitalizar todo um conjunto de visualizações e retorno imediato para o cliente e de uma forma gratuita! Mas nem tudo é fácil. Toda esta adaptação ao mercado é necessária e a reinvenção tem de ser uma constante. Já não podemos pensar no evento como uma simples reunião, convenção, team building que vai funcionar apenas para os convidados que estão ali no momento, a usufruir. Há que pensar como é que “o outro público”, que está lá fora, pode também ser impactado com a história que criámos e sintam necessidade de usufruir e também a partilhá‑la. Temos que pensar nos eventos como uma verdadeira ferramenta de comunicação. Apesar de todas estas mudanças ao longo dos anos, aquilo que sabemos fazer bem não pode mudar: as ideias, a criatividade, o fazer diferente, a seriedade, o rigor e a qualidade com que se fazem os eventos. Esta evolução faz‑nos apenas estar mais atentos, faz‑nos exigir mais das nossas equipas e faz‑nos querer superar as expectativas do cliente, mas também as nossas. Podemos ceder a tendências? Sim, mas com cuidado. Podemos acompanhá‑las e moldá‑las para as tornar uma verdadeira ferramenta de marketing. E no meio de todas estas mudanças, continua quem tem uma identidade, quem tem PAIXÃO, pelos eventos quem faz a DIFERENÇA. E sim os eventos, hoje, são comunicação. Angelina Castel‑Branco

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“HÁ 25 ANOS OS EVENTOS ERAM MERAS FESTAS”


PRESTÍGIO FOR BRANDS CELEBRA 25 ANOS E PROMETE MAIS 25 DE GRANDES EVENTOS 2019 marca um aniversário muito especial para a Prestígio For Brands, uma das principais agências de eventos do país. São 25 anos de vida, evoluindo na mesma medida do mercado dos eventos e das ativações. Para marcar este momento especial a empresa apresentou uma nova imagem e um renovado site. Estivemos à conversa com Pedro Santos Costa, líder da equipa da Prestígio.

Como surgiu a Prestígio e como foi evoluíndo ao longo destes 25 anos? A Prestígio surge como uma agência de Driver’s no seguimento da primeira lei do álcool, que previa, e prevê, multas pesadas para quem conduza com uma taxa de álcool superior ao permitido. Vi, assim, uma oportunidade no mercado e começámos a disponibilizar driver’s, sem automóvel, ou seja, os motoristas conduziam sempre os automóveis dos clientes, para fazer os mais variados serviços. Por exemplo, ir buscar os clientes a jantares ou festas ou até conduzir os filhos de clientes dos colégios para casa. Nesta altura apenas com clientes particulares. Rapidamente identificamos no mercado empresarial o setor automóvel como alvo e passamos também a disponibilizar hospedeiras. Passados dois anos fazíamos com grandes equipas ações de promoção para marcas de automóveis, de norte a sul de Portugal, tanto outdoor como indoor, em grandes superfícies e centros comerciais. Pelo facto de estarmos muito presentes no terreno a coordenar as nossas equipas em variadíssimos eventos, iniciamos em 1997, o nosso trajeto pelo mercado dos eventos da A a Z. Quais foram os momentos mais marcantes destes 25 anos? Como agência de eventos que somos, são os próprios eventos, a aprendizagem e as equipas com que trabalhamos ao longo destes anos que marcam as etapas e evoluções na vida da Prestígio. Fazem‑nos ganhar experiência, tornam‑nos mais sólidos e permitem‑nos inovar ao longo dos anos. A verdade é que todas as ações e clientes são para nós especiais e importantes. Mas é impossível, por exemplo, não recordar a ação que desenvolvemos e implementamos, de norte a sul do país, em 1994, para o lançamento de uma nova marca de tabaco, da Tabaqueira. Ou quando fizemos, para o lançamento do Peugeot 206, em 1998, a bandeira nacional com 500 automóveis. O EURO 2004 foi igualmente importante para a Prestígio dado que ganhamos a receção e acolhimento de todos os convidados VIP, a nível internacional, de marcas como a Coca‑Cola, McDonald’s, Canon ou Eurosport. Recordo igualmente, em 2010, o centenário da Associação de Futebol de Lisboa em que a Prestígio foi selecionada para produzir todos os eventos, assim como produzir o livro comemorativo. Este foi também o ano em que fizemos a primeira mudança de imagem e designação da empresa e passamos para Prestígio For Brands, afirmando, ainda mais, a nossa ligação ao mundo das marcas. Alguns anos mais tarde, em 2013, recebemos o 1º Prémio para a Melhor Ativação, atribuído pela Time Out, para a ação que desenvolvemos para a Schweppes. Já mais recentemente, há três anos, em 2016, apresentámos, em Lisboa, o novo Renault Talisman com a presença do Alain Prost.


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Pedro Santos Costa

Neste mesmo ano reconquistamos a Peugeot como cliente e organizamos, no Autódromo do Estoril, o evento “Peugeot Driving Experience” que juntou mais de 1500 pessoas em test drive. Mas 2016 ficou marcado também pelo desenvolvimento e produção do novo stand no Nos Alive para a Volkswagen, após oito anos de trabalharmos, consecutivamente, a ativação da marca neste festival. A entrada da Caixa Geral de Depósitos para a agência, em 2017, é igualmente um marco importante nestes 25 anos, sendo que organizamos o “Encontro da Caixa fora da Caixa” para 5000 quadros do banco e este ano, em janeiro, voltamos a ganhar o concurso e a organizar o evento. Neste período de que forma lhe parece que o setor dos eventos foi evoluindo? A mudança é radical. As marcas, hoje em dia, olham para os eventos como uma verdadeira ferramenta de marketing, e sentem a necessidade de estar mais próximas dos seus pares e clientes. As marcas precisam de criar relação com os seus consumidores, com os seus clientes. O patamar é muito mais emocional e de experiência. Há 25 anos os eventos eram meras festas e não eram tidos como um investimento, não se mediam retornos.

Como descreveria a Prestígio hoje em dia, em termos de estrutura, de clientes, de visão? A Prestígio For Brands é hoje em dia uma estrutura muito sólida e com muito know‑how, espartana, mas ao mesmo tempo muito flexível para os seus clientes. Costumo dizer que somos uma extensão natural das marcas, na área dos eventos e ativações. Temos inovado constantemente ao longo destes 25 anos, mas mantendo sempre, no nosso ADN, o compromisso de fazer bem e mantermos a proximidade com o cliente. Temos, igualmente, um leque de clientes invejável, sendo que em alguns casos são de facto verdadeiras parcerias que foram sendo criadas ao longo de muitos anos. Exemplo disso é termos clientes há 23 anos. Como imagina os próximos anos da Prestígio? Quais os objetivos para o futuro? Queremos continuar a crescer, de forma sustentada, alargando o nosso portefólio junto de marcas de vários setores, como temos feito até aqui. Temos milhares de horas, ao longo destes 25 anos, alocadas a criatividade, a soluções, a inovação, a fazer sempre melhor. Temos uma equipa jovem, mas igualmente experiente e madura, com ideias out of the box e diferenciadoras. Vamos continuar com a mesma paixão e dedicação. Vamos continuar a apostar nos eventos corporativos, nas ativações, na componente digital, hoje em dia indissociável das marcas e dos eventos, e também uma aposta nos eventos internacionais. Prometemos mais 25 anos de futuro. Cláudia Coutinho de Sousa



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“NOTOU, POR EXEMPLO, QUE O CORPO DE MUITAS PESSOAS ESTÁ NO EVENTO, MAS A CABEÇA DELAS ESTÁ EM OUTRO LUGAR?”


QUAIS AS TENDÊNCIAS EM EVENTOS PARA 2019? No início de cada ano somos bombardeados por matérias, discursos e entrevistas com especialistas sobre as tendências para o corrente ano e os próximos.

É assim em todos os setores, inclusive no de eventos e viagens corporativas. Desde previsões apocalípticas de que alguns costumes e atividades corriqueiras têm os dias contados, até à ilusão de que de uma hora para a outra todos os players do setor estarão na mesma página em relação a determinados procedimentos, as matérias sobre tendências estão entre as mais lidas em qualquer sítio da internet, revistas ou jornais. E no geral cada lista vem acompanhada por um número mágico, do tipo “As 10 principais tendências...” que é para aumentar a otimização nas buscas do Google. Para 2019 não são poucas as tendências baseadas em palavras‑chave (para não dizer clichês) como Experiência, Sustentabilidade, Tecnologia, Inclusão, Colaboração e Inteligência Artificial, Ativação. O que me pergunto sempre é quanto custaria um evento cujos organizadores e promotores se propusessem a colocar em prática senão todas, pelo menos uma boa parte das tendências listadas a cada novo ano. E onde estão os clientes dispostos a pagar por elas. Ora, seja participando em pequenas reuniões e em médios e grandes eventos todos os meses, produzindo um evento proprietário ou idealizando eventos para clientes, sinto na pele a dificuldade de implementar as novidades mais corriqueiras a custos razoáveis, integrar novas tecnologias a procedimentos arraigados nos participantes, ou escolher um orador que ofereça um conteúdo atraente e de fácil implementação nas empresas. Afinal, os eventos são vitrinas para networking e partilha de conhecimentos que devem ser colocados

em prática e não apenas “emocionar” ou “motivar” os convidados nas poucas horas que dura o evento. Aliás, garantir a presença efetiva dos convidados no evento já é um grande desafio. Notou, por exemplo, que o corpo de muitas pessoas está no evento, mas a cabeça delas está em outro lugar? Que ao menor sinal de enfado na palestra ou apresentação a plateia saca o telemóvel e entra num mundo paralelo? Percebeu como são raros os convidados que carregam cartões suficientes, deixando os seus interlocutores com a promessa de “enviar” os contactos depois, o que em geral só acontece se houver alguma possibilidade de obter algum lucro com aquele novo relacionamento? Bem, voltando à tipologia dos eventos, falemos sobre Tecnologia. Pelas minhas contas ela ocupa a primeira posição entre as “próximas” tendências há pelo menos uns cinco anos. Check‑in eletrónico, plataformas de reservas e pagamentos, ativação com leitor de código de barras, reconhecimento facial, realidade aumentada. Mas quanto custa tudo isso? Qual cliente quer fazer um investimento dessa monta se quando vê a primeira planilha já vai logo cortando café, sumo, pessoal de segurança ou metade das rececionistas? E as aplicações, então? Dos eventos que participou recentemente e que tinham aplicações customizadas, quais baixou e efetivamente usou? E ainda, quantas vezes usou o app para interagir com os outros participantes, enviar perguntas aos oradores, saber antecipadamente quem seriam os seus colegas na plateia ou com quem poderia marcar um encontro? O facto é que nós, seres humanos, somos estranhos. Relacionamo‑nos com as tendências e novidades de formas diferentes e isso precisa de ser levado em conta pelos meeting planners. Por exemplo, hoje ninguém mais quer fazer um evento apenas. Todos desejam “proporcionar experiências”. No entanto, experiências têm significados e sentidos diferentes para cada público. Daí a importância de saber identificar primeiramente quem são os convidados do evento, com que propósito vão estar ali, de onde vêm, a que tribos pertencem, que anseios e fantasias têm, quais são os seus hábitos e preferências no dia‑a‑dia. Para então uniformizar a criatividade e adequar a oferta de tendências ao perfil dos participantes. É necessário pensar também se o modelo ou tendências a serem adotados combinam com a marca, instituição ou mesmo o patrocinador do evento. Porque se não houver conexão, não haverá eco. E aí a falta de retorno sobre o investimento vai ser a única tendência. Rose de Almeida Jornalista, escritora, blogger, publisher do portal Mice Business w w w.micebusiness.com.br


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© Ramy Salameh


© Ramy Salameh

O PATRIMÓNIO É A SUA CASA NO PALÁCIO BELMONTE Uma porta vermelha, discreta, anónima e pesada, separa um pitoresco pátio pavimentado, de um foyer íntimo e histórico, num silêncio quase monástico. Quando a porta se fecha atrás de nós, o brilho do sol da manhã de Lisboa é substituído por tons mais suaves; o contraste sensorial é imediato e bem‑vindo. Este é um dos muitos contrastes que os hóspedes do requintado Palácio Belmonte poderão experimentar durante a sua estadia.

Em frente à entrada, duas figuras esculpidas em madeira pendem da parede, conduzindo os hóspedes a um antigo lance de degraus de pedra calcária, cuja pátina é caracterizada por marcas ou entalhes. Representam os milhares de passos dados antes, ao longo de uma longa e distinta história, que serviu de residência a Pedro Álvares Cabral, Marquês de Atalaia, Duque de Loulé e Conde de Belmonte. O Palácio é um monumento nacional e um dos hotéis boutique mais cativantes do mundo. Tem o endereço e localização mais exclusivos da cidade, ao lado da entrada do Castelo de São Jorge, no bairro de Alfama, partilhando a mesma elevação, vistas e muros antigos. Integra uma torre romana (138 aC) e duas torres mouriscas do século VIII, que acabaram por se transformar numa residência em 1449, ampliada e concluída em 1650 com toques decorativos finais, concluídos em 1725. Hoje, alberga suites íntimas e espaços cheios de arte contemporânea, artefactos antigos, esculturas, características de época, livros e móveis estimados. Todos pertencentes e selecionados por Frederic Coustols, um francês, que comprou o Palácio Belmonte no início dos anos 90. Ele diz que “o Palácio é um compósito português, uma construção vernacular, que tentei trazer de volta às suas origens, uma casa. Passei um ano a ouvir, a bater nas paredes, a entender. Sempre foi uma casa, com a mesma família apenas com títulos diferentes, por quase 600 anos ”. Com um profundo amor e conhecimento de arte, arquitetura vernacular e sustentabilidade, Coustols restaurou este icónico e precioso edifício histórico, transformando‑o num santuário de património e luxo. A partir da entrada, a escadaria de pedra segue em direção ao ‘Piano Nobile’, contendo o salão palaciano ‘Maria Ursula’, ao lado do ‘Governors Room’ e cercado pelas mais íntimas ‘White & Red Libraries’, onde Coustols é frequentemente encontrado. Os espaços formaram o núcleo da “casa” por muitas centenas de anos, onde as gerações da família teriam jantado e entretido. O senso de “casa e família”, sustentabilidade e, claro, arte, são componentes‑chave da singularidade do hotel. Talvez o mais revelador seja o contínuo desejo de Coustols de manter esse ADN residencial, como parte da conservação e preservação geral, enquanto acrescenta regularmente novas peças de arte no status quo. “A arte contribui para a liberdade e a liberdade é muito importante neste mundo, é rara. A coleção de arte no PB é muito eclética, é o meu próprio gosto ”, acrescenta Coustols. As obras vão desde cartas escritas e assinadas pelo Rei e Rainha, tapeçaria, escultura feita por um artista checo e, atualmente, uma instalação de luz semelhante à holográfica que lança as cores do arco‑íris pelos pátios de paredes brancas chamada “Spectral”. Além dos espaços para convidados do “Piano Nobile”, onze suites excepcionais aproveitam ao máximo a linhagem arquitetónica histórica, tanto no interior como no exterior, deixando a sua marca


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no mais peculiar dos layouts labirínticos. É aí que património, exclusividade e design se fundem para proporcionar esta individualidade que ilustra o passado com tanta eloquência. As suites receberam o nome de figuras importantes da história portuguesa: Fernão Magalhães, Egas Moniz, Fernão Mendes Pinto, Gil Vicente e Bartolomeu de Gusmão, entre outros. Cada suite é tão refrescantemente diferente, que os únicos aspetos que têm alguma forma de uniformidade são a garantia de elegância e uma vista magnífica sobre Lisboa. A suite Ricardo Reis assimila uma escadaria medieval em espiral para os hóspedes chegarem ao seu quarto, o que os mergulha nos frescos do século XV nas paredes, sobre os painéis de azulejos do século XVIII do Mestre Valentim de Almeida. Eles explodem de cor quando as velhas janelas fechadas se abrem e a famosa luz do dia de Lisboa ilumina ambos. De facto, os distintos azulejos azuis e brancos, que retratam a música, a arte e a vida da nobreza dos anos 1700, correm como uma fita nas paredes caiadas do Palácio, um fio constante no hotel e símbolo da cidade e de Portugal. Existem cerca de 3.700 azulejos no Belmonte. O promontório do Palácio atravessa um panorama que vai de leste a oeste, desde a Ponte Vasco da Gama (Vasco da Gama foi recebido no Palácio aquando do seu retorno triunfal da Índia), até à Ponte 25 de Abril. Cada janela e varanda, captando um aspecto de Lisboa. O olhar a tentar ligar as duas pontes, com os telhados de telhas de terracota aparentemente intermináveis e irregulares através de Alfama e São Vicente de Fora, com o rio distante em constante contraste e pano de fundo. Em 1723, Manuel dos Santos e Valetim de Almeida foram os responsáveis por decorar o Palácio com cinquenta e nove painéis originais de azulejo, que levaram dois anos para serem concluídos, “e em comemoração desta grande obra, houve uma grande festa com o rei e ministros convidados”, Coustols continua. Coustols e sua esposa Maria teceram um design contemporâneo por todo o Palácio, e talvez a suite com terraço “Amadeo de

Souza Cardoso” reflita isso. Uma escada em espiral moderna suporta uma plataforma de mezanino com cama japonesa king size, para ajudar a preencher o espaço volumoso. Este sublime trono é um local ideal para apreciar a mobília contemporânea angular, com um certo aspecto “Bauhaus”; a biblioteca e a casa de banho em mármore juntam‑se à coleção de painéis de azulejos do século XVIII para proporcionar opulência. O terraço do jardim é um refúgio do encanto do sul da Europa, outro recanto para olhar para o fluxo e refluxo da vida em Lisboa. Sob a sombra manchada criada por ramos de pinheiros, os hóspedes podem sentar‑se e absorver as cores e os sons que mudam das ruas de Alfama, tendo um vislumbre dos eléctricos amarelos vintage a subir e a descer as colinas entre residências apertadas. O fluxo constante de água, da piscina de borda infinita de mármore preto, é outro acompanhamento para desfrutar dentro do oásis murado, como é o toque dos sinos da igreja da Catedral da Sé. A arte em constante mudança, juntamente com um fluxo regular de escritores, artistas e compositores que permanecem no Belmonte, mantém os espaços frescos e criativamente inspiradores. Mantém uma ligação constante entre o antigo e o novo, enquadrando o passado com o futuro. Acima de tudo, o Palácio é uma autêntica amálgama de arquitetura através dos tempos de Lisboa, tal como continua a ser uma casa, um hotel, uma galeria e um Palácio. Coustols transmite mais um pensamento: “Sempre gostei de areia e pedras, sou colecionador de paisagens e adoro colecioná‑las, já que são gratuitas”, filosófico, mas interpretável depois de uma estadia em sua “casa”. Os hóspedes devem admirar, absorver a atmosfera e adicionar mais uma pegada sobre os degraus antigos, antes de sair por aquela porta vermelha anónima. Ramy Salameh * *Viajou a convite do Lisboa Convention Bureaux



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“OS AÇORES APRESENTAM‑SE, NO XADREZ DOS DESTINOS MI, DE UMA FORMA ALTAMENTE DIFERENCIADORA E APETECÍVEL”


OS AÇORES E A REVOLUÇÃO DO TURISMO Os Açores são uma das regiões do país que mais tem crescido nos últimos anos e o turismo, cada vez mais internacionalizado, tem‑se afirmado como um dos vetores fundamentais desse crescimento, sendo que o produto MICE faz parte integrante deste sucesso.

Consciente da importância do turismo para a economia, assistiu‑se, nos Açores, nas duas últimas décadas, a uma verdadeira revolução, a qual ficou a dever‑se ao enorme esforço institucional em dotar o tecido empresarial açoriano de um sistema de incentivos que permitisse a criação de infraestruturas de apoio ao turismo. No que diz respeito ao desenvolvimento do produto MICE, atendendo ao fator de atenuação da sazonalidade e ao efeito multiplicador que gera, foram criados os mecanismos necessários para que o destino fosse posicionado no mapa dos destinos nacionais e internacionais, com uma grande abertura institucional em captar e apoiar a realização de eventos. O turismo, que tem por motivações as reuniões, os eventos, os congressos ou os incentivos, é uma das valências do turismo açoriano que mais se estão a desenvolver e internacionalizar, graças à qualidade de infraestruturas na área da hotelaria e de espaços multifuncionais, para os quais foi determinante o apoio institucional e a iniciativa empresarial. O reconhecimento da qualidade da oferta turística dos Açores reflete‑se na procura crescente, a nível nacional e internacional, pelo nosso destino para a realização de eventos, destacando‑se os últimos dois grandes eventos na área do turismo, nomeadamente o congresso da ABTA e o congresso da APAVT, pela novidade e pela segurança, sendo que, a sua localização torna‑o apetecível para o mercado de associações internacionais, visto que se apresenta como destino short‑haul tanto para o Continente Europeu como para o Americano, oferecendo uma gama infindável de oportunidades para os incentivos e os eventos team building onde a imaginação é o limite.

Tem atributos ao nível de experiências únicas, só possíveis nos Açores, e que podem, durante os próximos anos, servir de fator de diferenciação entre os destinos. Tem um novo leque de jovens profissionais com mais conhecimentos e mais experiência, qualidades que o novo buyer procura. Oferece a oportunidade de, em pouco tempo, e com muita comodidade e facilidade visitar várias ilhas e criar várias experiências à volta do mesmo destino. Estamos conscientes que o buyer é cada vez mais conhecedor, mais informado e mais exigente, pelo que temos procurado demarcar as nossas posições pela qualidade dos serviços, a simplicidade de procedimentos na colocação dos eventos e o maior apoio possível ao potencial cliente. Hoje os potenciais visitantes em geral, e os buyers, em particular, procuram experiências diferentes e isso requer, ou destinos novos ou uma nova visão sobre os destinos estabelecidos. O fator novidade é importante para as nossas Ilhas e, aliado a uma forte criatividade dos agentes locais e à segurança, tem vindo a ganhar notoriedade nos mercados. Tendo em conta as boas ligações aéreas principalmente com o mercado nacional, as boas infra‑estruturas, excelentes cenários para actividades outdoor e o know‑how e competência de quem implementa, os Açores apresentam‑se, no xadrez dos destinos MI, de uma forma altamente diferenciadora e apetecível. Atendendo aos eventos que estão já previstos para os próximos dois anos, as perspetivas futuras são, obviamente boas, se considerarmos que os resultados têm surgido de uma forma crescente o que nos leva a pensar que estamos no bom caminho e que não nos devemos desviar do rumo, inicialmente delineado, ou seja, transformarmos os Açores num destino MICE de referência. Cristina Ávila Delegada de Turismo da Direção Regional de Turismo dos Açores


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É IMPOSSÍVEL FALAR DO FAIAL SEM MENCIONAR O VULCÃO DOS CAPELINHOS


© Associação Turismo dos Açores, António Carvalho e Cunha

FAIAL: A ILHA AZUL COM PINCELADAS DE VERDE São quase 7 horas de uma manhã de Janeiro e o Pico recusa‑se a dar um ar do seu encanto, uma teimosia aliás que durou toda a permanência na Ilha Azul. As poucas pessoas na marina da Horta dão as boas‑vindas a um novo dia e rapidamente lançam‑se nos seus afazeres. Há uma superstição vigente que “obriga” os marinheiros, os velejadores, e são muitos os que por aqui passam, a gravarem um testemunho numa das pedras dos paredões da marina. Dessa forma a viagem será abençoada com um final feliz. O mar está calmíssimo, a suave brisa acaricia o rosto, e a vontade é de permanecer ali indefinidamente, a ver esta autêntica galeria ao ar livre.

Há duas baías na Horta, a da marina, a maior, e onde estamos, e a de Porto Pim, divididas pelo que sobrou da cratera de um vulcão. Da marina partem os barcos que levam os turistas à observação de cetáceos. O cachalote é a baleia mais recorrente por estas águas, mas há cerca de

25 espécies que podem ser avistadas. A Azores Experience é uma das várias empresas dedicadas a essa atividade. O Pedro Filipe, responsável pelas viagens, é um lisboeta absolutamente apaixonado pelo Faial, que contagia todos à sua volta com o profundo conhecimento da história e


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cultura da ilha, das baleias, da natureza. Outro Pedro, o Rosa, viveu muitos anos no Porto, mas assentou arraiais na ilha, tendo criado o Azul Singular, o primeiro glamping dos Açores. Ambos estão envolvidos na promoção do turismo sustentável na ilha que tanto amam. José Leonardo Goulart da Silva, presidente da Câmara da Horta, lembra que a cidade é a capital do mar dos Açores e que o turismo é uma prioridade para o concelho. Nesse contexto, o esforço tem sido o de melhoramento das acessibilidades, sobretudo por via aérea, e a aposta na formação dos recursos humanos. Continuamos o nosso périplo pela Horta. Mais à frente, situa‑se o Teatro Faialense, palco do Congresso da APECATE, motivo que nos trouxe de resto à ilha. Construído em 1916, o Teatro Faialense é por mérito próprio um dos edifícios mais importantes na vida cultural da cidade da Horta. Foi construído em 1916 no lugar de um outro edifício: o Teatro União Faialense, datado de 1856. “Decorreram os anos e o Teatro União Faialense, desgastado pelo uso, revela‑se pequeno e deficiente, pelo que se impunha a edificação de uma nova casa de espetáculos, dimensionada e confortável, que melhor respondesse às exigências do público”, escrevia‑se no jornal Tribuna das Ilhas, citado pelo Açoriano Oriental. Assim, a 6 de Abril de 1916 era inaugurada a nova “casa”. Em 1995, o Município da Horta adquiriu o imóvel à família Vasconcelos Corrêa e Ávila, tendo dado início ao restauro e ampliação do mesmo. As obras ficaram prontas em 2003. O Teatro Faialense oferece em termos de espaço um Cineteatro, um Auditório, uma Sala Polivalente e um Bar. O Cineteatro tem capacidade para 106 pessoas em teatro, mais 32 no balcão e 144 nos camarotes. O Auditório dispõe de 73 lugares. Existe equipamento de som, iluminação e tradução e por isso é um dos locais óbvios para eventos na cidade. O outro será a Sociedade Amor da Pátria, edifício onde durante muitos anos funcionou a Assembleia Regional dos Açores. Fundado em 1934 é um impressionante exemplar de “Art Deco”. A sala principal pode receber jantares de gala, concertos e outras atividades.

Em termos culturais, destacam‑se as visitas ao Museu da Horta, que está instalado no antigo Colégio dos Jesuítas, e a Casa Manuel Arriaga, onde viveu o primeiro Presidente da República, nascido na Horta.

ATIVIDADES NA NATUREZA É impossível falar do Faial sem mencionar o Vulcão dos Capelinhos. Em setembro de 1957, o vulcão acordou e durante treze meses esteve em atividade, fazendo por exemplo com que a superfície do Faial aumentasse em 2,4 Km2. A 24 de outubro de 1958 adormece, até aos dias de hoje. O Centro de Interpretação dos Capelinhos é uma visita obrigatória para se perceber o fenómeno. Foi nomeado pelo European Museum Forum, na competição para melhor museu da Europa no ano de 2012. Há variadíssimos percursos pedestres a realizar na ilha: o percurso da Caldeira, o Faial Costa a Costa, Entre Montes, Morro de Castelo Branco, Ribeirinha, Levada, Rocha da Fajã, Cabeça do Canto, Dez Vulcões, Caminhos Velhos, entre vários outros. Se visitar a ilha no Verão perceberá porque a chamam de Ilha Azul, por causa das hortênsias que cobrem as paisagens. Do Miradouro da Espalamaca avistam‑se outras ilhas do grupo central, nomeadamente o Pico, São Jorge e também a Graciosa, e por isso é um passeio a não perder. Assim como o miradouro do Monte da Guia, com vista para Porto Pim.

PONTO DE ENCONTRO É um local turístico por excelência, mas ainda assim não perde nenhum do encanto ou interesse. O Peter Cafe Sport é uma joia da Horta e o gin faz jus à sua fama. Em 2018, o Peter cumpriu 100 anos de existência. No piso superior está localizado o Museu de Scrimshaw (gravação em marfim de dentes de cachalote), fundado em 1986, que alberga a coleção particular dos donos do Peter Cafe Sport e é um testemunho daquela que foi a história da caça à baleia no arquipélago, entretanto proibida. O espólio de dentes gravados é assinalável e o melhor de tudo é mesmo a visita guiada por José Henrique Azevedo, o neto do fundador, e um contador de histórias nato. Cláudia Coutinho de Sousa* *Viajou a convite da APECATE



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HA LONG É UMA DAS CIDADES MAIS VISITADAS DO VIETNAME

© Maria João Leite


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HA LONG, UMA PRECIOSIDADE TAMBÉM PARA O TURISMO DE NEGÓCIOS É uma das cidades mais visitadas do Vietname e detentora de um património natural de tirar o fôlego. Mas Ha Long não atrai só turismo de lazer, tendo estruturas e condições para chamar a si cada vez mais o turismo de negócios.

Conta a lenda que a mãe dragão e os seus filhos foram enviados para proteger o país dos invasores estrangeiros e que eles cuspiram joias e pérolas que se transformaram em ilhotas, trazendo a vitória. Diz‑se mesmo que Ha Long quer dizer “descendente de dragão”. Essas pequenas preciosidades lançadas ao mar são reconhecidas pela UNESCO como Património Natural da Humanidade. O conjunto de ilhas na baía de Ha Long, os grandes recortes que rasgam o mar com uma geomorfologia singular, são o grande atrativo daquela região do Vietname, seja para quem a visita em lazer ou em negócios. Durante o passeio de barco, atividade obrigatória, não é de estranhar os suspiros profundos e as máquinas fotográficas em punho, numa quase procissão divina. Não bastasse a beleza natural das ilhas, algumas delas têm grutas, onde os recortes se acentuam e onde é possível aprofundar o conhecimento sobre este fenómeno natural. Sung Sot, Thien Cung e Dau Go são algumas das grutas a visitar. Este é um dos cartões‑de‑visita da região e do país. E, embora os visitantes cheguem essencialmente por ar e terra, são muitos os que entram pela via marítima em Ha Long City, capital da província de Quang Ninh. E pelo caminho ficam as 1969 ilhas que enfeitam o mar até lá chegar. Em terra, Ha Long apresenta templos, como o Loi Am Pagoda, Tranc Quoc Nghien Temple ou Long Tien Pagoda, este erguido no sopé da Bai Tho Mountain, que é também uma das atrações


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TURISMO EM CRESCIMENTO CONTÍNUO locais. Um dos mais importantes centros espirituais da região fica situado a cerca de uma hora de viagem do centro da cidade. Na Yen Tu Mountain é possível apreciar templos, o mosteiro, torres e árvores antigas, numa comunhão espiritual com a natureza. Passear de barco, descobrir as vilas piscatórias flutuantes, conhecer melhor a atividade da apanha da pérola, andar na roda gigante que não passa despercebida junto à ponte que liga os dois lados da cidade ou experimentar os parques temáticos, visitar o mercado local, reconhecer cheiros e sabores são algumas das muitas coisas a fazer em Ha Long. Também visitar o Quang Ninh Museum, que reúne mais de 30 mil documentos originais e artefactos arqueológicos, geológicos e culturais da província, num encontro com a história, com a cultura e até com a natureza, dadas as vistas privilegiadas para a baía. Mesmo para quem está em Ha Long em negócios o tempo pode ser aproveitado para mergulhar numa das cidades mais visitadas do Vietname.

Tal como as rochas que se erguem no mar, crescem em terra inúmeros empreendimentos. No início do ano, faziam‑se notar edifícios em construção um pouco por toda a cidade. Mais casas para habitação e mais hotéis, espaços para acolher mais visitantes. Sendo o turismo uma das maiores fontes de receita da região, há que criar mais condições de acolhimento. Não que não exista já bastante oferta hoteleira, mas o número de chegadas internacionais ao país, e consequentemente a Ha Long, aumenta a olhos vistos. Aliás, entre as nações que compõem a ASEAN – Association of SouthEast Asian Nations, o Vietname foi o país que no ano passado registou o maior aumento no número de chegadas internacionais (15,497.791 visitantes), um aumento de cerca de 20% em relação ao ano anterior. São turistas que procuram as praias, a cultura, a natureza e o contacto com o modo de vida vietnamita. Este é um destino


CIDADE COM CONDIÇÕES PARA A MEETINGS INDUSTRY

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popular no continente asiático, de onde chega o maior número de turistas (12,075.466). A proximidade com a China faz com que este seja o principal mercado de visitas internacionais em 2018, com quase cinco milhões de visitantes, seguida da Coreia do Sul, com perto de 3,5 milhões. Da Europa chegaram 2,037.915 turistas, das Américas 903.830, da Oceânia 437.819 e de África 42.761. A tendência de crescimento tem‑se estendido em 2019 e em janeiro e fevereiro as contas indicavam já a chegada de mais de três milhões de pessoas ao país (3,089.927), mais 8% do que no mesmo período do ano passado. E chegam por vários meios, mas a maioria chega de avião. A província de Quang Ninh é servida pelo Noi Bai International Airport, em Hanói, o Cat Bi International Airport e o recentemente inaugurado Van Don International Airport. Tem sido feito um forte investimento em infraestruturas e transportes e um grande esforço para a captação de investidores, embora sem descurar a conservação e proteção do património natural.

Ha Long tem um espaço privilegiado para a meetings industry, o Quang Ninh Exhibition of Planning, Culture and Expo Center. É um centro de congressos composto por dois edifícios que se complementam, um com a forma de molusco e outro com a forma de golfinho, com 21 mil metros quadrados, equipados com tecnologia de ponta e localizados junto ao mar. Contam com espaços para eventos, conferências, seminários e feiras. Foi lá que decorreu o ATF Travex 2019, a feira expositiva do ASEAN Tourism Forum, que juntou em janeiro profissionais do setor do turismo oriundos de todo o mundo. Já os encontros entre os ministros das nações do sudeste asiático e as galas de abertura e encerramento do ATF tiveram lugar no FLC Halong Bay Golf & Luxury Resort, um complexo cinco estrelas com vistas deslumbrantes e com um centro de congressos preparado para diversos tipos de eventos. Wyndham Legend, Vinpearl Ha Long, Muong Thanh Quang Ninh, Novotel Halong Bay, Saigon Ha Long, Grand Ha Long, Royal Lotus e Ha Long Pearl são outros hotéis na cidade com espaços dedicados a este segmento e com serviços relacionados. E possível é também levar os negócios para a água, uma vez que muitos dos barcos que cruzam a baía contam com espaços para reuniões e eventos. Estruturas e condições para o turismo de negócios existem. Tendo em conta a beleza natural da região, os viajantes de negócios só necessitam de levar concentração. E a máquina fotográfica.

Maria João Leite* *Viajou para o Vietname a convite do ATF


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