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ANO VIII NÚMERO 28 TRIMESTR AL JUL, AGO E SET DE 2018 5,00 €
GONÇALO CASTEL‑BRANCO: “SEMPRE ME ATIREI PARA FORA DE PÉ” DESAFIOS DA VIDA DE FREELANCER EVENTOS EM CRUZEIROS
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Ficha Técnica PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação Tel: 939 093 030 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt
Índice
SEDE DA REDACÇÃO Rua da Fábrica Social, s/n 4000‑201 Porto | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com] EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com] REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha [alexandra@eventpointinternational.com]
06 Grande entrevista: Gonçalo Castel‑Branco
DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes TRADUÇÕES Diana Reis Marques [diana@eventpointinternational.com] COLABORAM NESTA EDIÇÃO Carlos Oliveira, Miguel Neves e Pedro Rodrigues
16 Dossiê temâtico: As vantagens e os desafios da vida de freelancer 22 Recrutar hoje os gestores de eventos de amanhã, por Pedro Rodrigues 24 Especialistas: Sónia Brochado 28 Consultório de protocolo 30 Venues: Centro de Congressos do Algarve
DESIGN Norma Design [geral@normadesign.com] FOTOGRAFIA DE CAPA António Camilo FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar. A Event Point não adoptou o Novo Acordo Ortográfico
32 Eventos no mar alto 35 Empresas 38 Centro Cultural De Belém: Há 25 anos, um lugar para artes e eventos 42 Espaço APECATE 44 Figuras: Vítor Paulo Pereira 46 O segredo (das redes sociais) está na receita, por Miguel Neves 48 Espaço APOREP 50 Braga posiciona‑se para ser referência no turismo de negócios, por Carlos Oliveira 52 Destino nacional: Coimbra 56 Destino internacional: Tóquio 60 Directório
CL ÁUDIA COUTINHO DE SOUSA
RUI OCHÔA
“Sempre me atirei para fora de pé” Esta frase, retirada da entrevista a Gonçalo Castel‑Branco, é a síntese perfeita de uma longa entrevista, mais longa do que o tempo que demorou a fazer, tantos são os motivos de interesse. Gonçalo Castel‑Branco é, sem dúvida, uma das personagens mais fascinantes do país dos eventos, aliando ao rasgo criativo a coragem de arriscar, o tal ir “para fora de pé” de que se fala. Confira nesta edição o resultado dessa conversa à beira Tejo. Como é a vida dos freelancers que trabalham na organização de eventos? Fomos ouvir três deles, com experiências e realidades bem diferentes, mas que ajudam a reflectir sobre a sua condição em Portugal. Gerir equipas é o seu maior desafio? Sónia Brochado, da Btrust, acredita que muitas vezes é. E partilha por isso alguns dos ensinamentos que a experiência lhe proporcionou, frisando que valoriza a liderança pelo exemplo. O Algarve acaba de ganhar um novo venue, que representa um investimento de 10 milhões de euros. Levantamos a ponta do véu sobre o Centro de Congressos do Algarve, integrado no Tivoli Marina Vilamoura Hotel, com capacidade para mais de 3000 pessoas. Eventos em mar alto? A Alexandra Noronha foi investigar uma cada vez maior tendência nos mercados internacionais, falou com o responsável da MSC em Portugal, e explica porque um navio pode ser, de facto, uma boa alternativa a um hotel. O Centro Cultural de Belém faz 25 anos, e já ninguém se lembra das polémicas da altura, que era um mamarracho, que tapava os Jerónimos… hoje é um reputado espaço da capital, aliando aos eventos o elã de alguma da mais interesse programação cultural do país. Finalmente, estivemos à conversa com um dos mais refrescantes autarcas nacionais, o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura. Vítor Paulo Pereira é um dos fundadores do festival de música da vila minhota e ajuda‑nos a perceber a importância daquele evento para a região.
Claro que há muitos outros temas de interesse ao longo desta Event Point nº 28. Por isso, boas leituras, e até breve!
GRANDE ENTREVISTA 6
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© António Camilo
Gonçalo Castel‑Branco
“Sempre me atirei para fora de pé” Uma conversa que durou uma hora e meia, mas que podia muito bem ter durado uma tarde inteira. Gonçalo Castel‑Branco é um criativo, que não apenas dos eventos, e um conversador nato. Sem medo de arriscar, de se lançar a fazer coisas, é o mentor do projecto The Presidential Train, ou Comboio Presidencial, ideia da filha mais velha, e que lhe valeu o prémio de Melhor Evento Público do mundo, nos Bea World. Pelo meio, tem uma carreira recheada de eventos marcantes, que quisemos conhecer.
Quando era miúdo o que é que queria ser? Acho que a primeira coisa que me lembro era de querer ser realizador. Fui expulso de todas as escolas onde andei. Era péssimo. À quarta ou quinta seguida, a minha mãe desistiu, já estávamos a meio do ano, e arranjou‑me um emprego como inspector publicitário, em que basicamente tinha de ir para os cinemas, e ver se os anúncios davam na hora certa. Para mim era um emprego óptimo, porque passava o dia inteiro sozinho a ver filmes. Comecei a querer ser algumas coisas, nomeadamente realizador. Hoje em dia realizo algumas coisas, muito poucas, mais amadoras, mas fiquei com uma vontade e uma noção de narrativa, de storytelling, que trago para todas as outras coisas que faço. Porque é que não teve sucesso na escola? O tipo de ensino era demasiado formatado? Preferia algo mais ligado às artes, à criatividade? Nunca me encaixei muito bem no formato. Não me dou bem com aquela estrutura de 20 a 30 pessoas estarem sentadas a fazer uma coisa predefinida. Sempre fui mais de exercício criativo, e de construção livre. Portanto não tinha prazer naquilo, e porque não tinha prazer não fazia bem. Nunca tive boas notas, nunca fui bom aluno. Hoje em dia quando dou aulas são quase sempre desformatadas, conversas abertas e num formato mais americano. Qual foi a influência da sua mãe [Luisa Castel‑Branco] na escolha de carreira? De seguir a área da comunicação... Muita. Ela sempre foi a única pessoa que tinha uma noção daquilo que eu podia ser. Era objectivamente um miúdo difícil, um aluno difícil. A minha mãe era a única que não achava que eu era difícil, só não tinha encontrado aquilo que queria fazer. Ela acabou por acreditar em mim, em alturas em que mais ninguém acreditava. Se tivesse uma mãe com menos visão, teria provavelmente seguido direcções diferentes. Por outro lado, ela trabalhava em comunicação e em política, que foram as duas coisas em que eu acabei a trabalhar até hoje. Nós trabalhávamos todos nas coisas da minha mãe. Os projectos da minha mãe eram um bocadinho como são os meus projectos hoje em dia: projectos da família toda. Que outras pessoas influenciaram a carreira? Acho que várias. Nunca segui ninguém do ponto de vista aspiracional, mas sempre fui muito mais influenciado por pessoas‑chave ao longo da minha carreira. Na altura em que se organizou o logótipo humano para o Euro, vi aquilo na televisão e disse: quero estagiar naquela empresa. Era uma empresa de marketing desportivo. Na altura consegui uma entrevista, consegui entrar, e passei de estagiário a responsável de departamento em seis meses. E lembro‑me que essa primeira pessoa com quem trabalhei influenciou‑me imenso, por todas as razões, as óptimas e as péssimas. Era uma mulher fenomenal, chamava‑se Ana Matias. Hoje em dia já não está na
área. Era uma mulher genial. Se os eventos eram um mundo de homens, hoje em dia menos, o marketing desportivo ainda mais. Ela era uma mulher com força, fibra intelectual, criatividade. Ela propunha coisas que ainda hoje em dia seriam consideradas revolucionárias. Mas tratava toda a gente de uma maneira que aprendi que era aquilo que eu não queria fazer. As pessoas tinham medo dela em vez de quererem segui‑la. Mas eu, que sempre vivi rodeado de mulheres fortes, continuo a ter um talento para estar bem à beira de mulheres fortes, que ninguém consegue aturar. Depois a seguir trabalhei com o Eduardo Guerra, numa empresa pequena. Também era um tipo formidável, completamente diferente, mais magnético e carismático… Ainda na área do marketing desportivo? Quando saí da empresa de marketing desportivo, passado uma semana tocou o meu telefone, e era o Eduardo Guerra, que era uma pessoa que conhecia há muitos anos. Ele tinha uma empresa muito pequenina e queria que eu fosse para lá como director criativo. E fui. No primeiro dia, ele diz‑me que no dia a seguir tínhamos uma reunião com uma marca nova que ia ser lançada, que era a Yorn, e que queria levar uma ideia. Na minha carreira sempre me atirei para fora de pé. Quando aceitei este trabalho como director criativo, nunca na vida tinha tido que olhar para um papel em branco, e ter a necessidade de ter uma ideia. Lembro‑me de me sentir aterrorizado. Na altura criei uma coisa que era a Yorn School Experience, que era o dia de aulas perfeito. Era um roadshow de escolas, em que os miúdos quando chegavam à escola, em vez de terem matemática ou português, tinham aulas de grafitti, DJ. Então no dia a seguir chegamos lá, e ele sentou‑me em frente a uma pessoa, que era um dos responsáveis da marca, o Tiago Canas Mendes. Com quem depois trabalhou mais tarde… Exactamente. Apresento aquilo ao Tiago, e ele muito silencioso, chega ao fim e diz: “importas‑te de repetir a apresentação?” Ele volta com o director de marketing da Yorn, que era o António Fuzeta da Ponte, com quem trabalhei também mais tarde. Voltei a fazer a apresentação, e aquilo na altura foi aprovado e começámos a trabalhar muito com a Yorn. No dia que saí desta empresa, o Tiago convidou‑me para ir para a Yorn. Fizemos coisas fenomenais na Yorn. Uns anos depois, quando descobri que ia ser pai da Inês, fui ter com o Tiago e disse‑lhe que ia ser pai, e que o ritmo de trabalho não podia continuar assim, e que queria sair da empresa. Estava aterrorizado de como ele ia reagir, mas ele respondeu: “eu vou contigo, vamos abrir uma coisa nossa”. E então abrimos a Action 4, na altura já na ativism. O Tiago é um óptimo gestor de pessoas, um tipo que tem uma qualidade que não encontrei nunca mais na vida, é profundamente magnético, no sentido de atrair talento. Ele naturalmente consegue que gente talentosa se sinta atraída pelo magnetismo dele e queira trabalhar com ele e à volta dele. O talento dele é esse: ser um farol para gente com talento.
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Yes, he can Mais alguém que queira destacar? O Pedro Rodrigues [Desafio Global], sem dúvida. É uma pessoa que está no meu speed dial quando tenho uma pergunta. E tenho várias vezes. É para mim, de forma destacadíssima, o líder, sem comparação, da área dele. Eventos corporativos não há literalmente ninguém que eu conheça, em Portugal, e mesmo fora de Portugal, com a experiência e o bom senso que ele tem. É exactamente o oposto do que eu sou a trabalhar. É um tipo formidavelmente organizado, não muito propenso a riscos, que gosta de fazer coisas com os pés assentes no chão, mas é um tipo encantador, com quem toda a gente gosta de trabalhar e que sempre me tratou, desde o início da minha carreira, até hoje, da mesma maneira, sempre me fez sentir muito acarinhado profissionalmente. É muito fácil valorizar as pessoas que estão ao nosso lado, que são boas, que têm talento, com quem nós já trabalhamos, mas pessoas novas, é muito fácil descartar. E é preciso um esforço consciente para acarinhar essas pessoas, para ser generoso com o nosso tempo, generoso com a nossa opinião. É um esforço consciente que muita gente não faz, e o Pedro fez comigo desde o início e faz ainda hoje. É uma pessoa que admiro imenso e cuja opinião peço regularmente. Influenciou o teu estilo de liderança? Acho que tenho um formato de interacção e de liderança muito próprio. Tento criar um contexto à minha volta, no qual a minha equipa se sente, simultaneamente, fora de pé, constantemente, e constantemente protegida. É um equilíbrio também difícil. Posso a qualquer momento dizer: tive aqui uma ideia, pode ser qualquer coisa, que a equipa sabe que vou esperar que eles consigam entregar coisas, que eles até há 10 minutos nem sabiam como se fazia e se calhar em Portugal nunca ninguém fez. Eles sabem que há essa pressão enorme de andar constantemente fora de pé. É ainda mais importante então escolher as pessoas certas para cada projecto? Isso também. Preciso que eles sintam que são capazes, mas que sintam que no dia em que não foram capazes, a responsabilidade é minha, em nome deles. Acho que esse estilo de gestão vem de experiência de vida, de tentativa‑erro, de entender que a melhor maneira de tirar o melhor das pessoas é que elas sintam que estão num sítio em que tudo é possível, mas que no dia em que alguma coisa corra mal, ‑ e quando se está a inovar há sempre alguma coisa que corre mal ‑, a culpa nunca é deles, a culpa é sempre nossa. E a única coisa com que eles têm de se preocupar é de me desiludir a mim, e nunca de serem responsáveis perante o projecto. Não são, sou sempre eu.
Tinha uma vida bastante estável, e de repente decidiu ir para os Estados Unidos trabalhar na campanha do Obama. O que é que o levou a tomar esta decisão? Sempre fui apaixonado por política americana e um romântico em relação à política americana. O que nós fazemos é muitas vezes dividido em pequenas parcelas: comunicação, marketing, publicidade, estratégia, eventos, e é uma divisão absolutamente falsa. Nós fazemos uma coisa única que é: somos contadores de histórias, a narrativa é o único instrumento para passarmos sentimentos uns aos outros. Como a contamos, ou a escala com que a contamos, são tudo coisas mais facéis de arrumar. Agora no fim do dia as regras são absolutamente as mesmas. Quero contar‑te uma história, quero que te revejas naquilo que estou a dizer, e que de repente sintas uma empatia na minha história, e que revejas a tua na minha. E no fim que compres o iogurte que estou a vender. Sempre achei a política, quando bem feita, das formas mais nobres de storytelling que existe. Porque estou a contar‑te uma história, preciso que te revejas na minha história, não para comprares um iogurte, mas se conseguir que tu votes em mim, ou no tipo com quem estou a trabalhar, a tua vida vai ser melhor, a vida dos teus filhos vai ser melhor. É exactamente o mesmo caminho, só que no fim do dia o meu objectivo é que todos nós tenhamos uma sociedade melhor. E não há exercício mais nobre do que este, quando é bem feito. Sempre achei que nos Estados Unidos eram bem feitos, e sempre cresci com exemplos de gente que lutava por isso: Martin Luther King, os Kennedy, o Obama. Portanto achei que era muito importante participar em coisas deste género. Essa decisão de largar tudo, já tinha uma filha… Queria ter ido em 2008, mas a minha filha era muito pequenina. E então programei tudo para, finalmente, em 2012, ir. Na altura já era responsável da comunicação digital do governo e já estava na ativism, era director criativo. Reservei três meses e fui. Na altura ia completamente convencido de que ia servir cafés, e ia encantado, e em 48 horas aconteceu um conjunto de coisas. Soube logo para que Estado ias? Na altura fui para a Carolina do Norte, para a Convenção, e a minha ideia era depois ir para Chicago, para a sede da campanha. Mas acabei por ser desviado para Washington e ficar a trabalhar em Virginia. Conheci uma pessoa que meteu conversa comigo, de repente, em 48 horas, tinha trabalho na campanha, tinha casa na rua da Casa Branca, estava a jantar com o Mayor de Washington no dia a seguir. Começaram a aparecer uma série de coisas que só acontecem nos Estados Unidos. Fiquei com uma rede de contactos que até hoje mantenho. E entretanto já trabalhei nos Estados Unidos em mais duas campanhas. No total trabalhei em quase 15 campanhas, nos EUA, Brasil e Portugal.
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E também esteve envolvido na campanha da Hillary Clinton... Na campanha da Hillary estive a treinar e a gerir voluntários, que iam desde 20 e no final da campanha 60 e tal por dia. Treinava‑os no porta‑a‑porta, a fazer telefonemas, a convencer os eleitores a votarem na pessoa que queríamos. É um conjunto de técnicas muito específicas, que aprendi e conheço. Foi uma grande desilusão a derrota dela? Foi uma grande desilusão no dia. Para já foi a única eleição que perdi, não tinha muita experiência nesse exercício. Uma campanha tem uma coisa muito perversa e ao mesmo tempo muito natural, é o único exercício de comunicação e de marketing em que 50% das pessoas que estão a trabalhar vão sair profundamente desiludidas no fim do dia. Por outro lado foi das campanhas mais importantes em que participei, no sentido em que havia em todos nós uma noção de que estávamos a salvar o mundo. Foi uma tristeza enorme, e depois foi uma desilusão porque os números não batiam certo e isso foi difícil de arrumar. Vê‑se ao longo da noite que os números não batem certo, que os números com que estávamos a contar não estavam a sair. Acho que hoje em dia já se pode dizer que estamos muito próximos de provar o que aconteceu e que, de facto, ele [Trump] não ganhou, ele roubou uma eleição, através de
meios que são ilegais, pelos quais ele não irá preso, mas seguramente irá ser demitido. Obviamente aquilo não foi uma eleição legítima, e nesse sentido foi uma desilusão. Mas a vantagem de só fazer campanhas para pessoas em que acredito, é que normalmente estou do lado certo da história, e portanto perder uma campanha com alguém em quem acreditas é sempre melhor do que ganhar com alguém com quem tu não estás nem aí. Tenho muito orgulho de ter trabalhado nessa campanha mesmo que a Hillary não tenha sido eleita. Sei que estava do lado certo da história e que estava a tentar fazer um mundo melhor para as minhas filhas. Quando tens marcas isso não acontece, não há marca certa e marca errada. São as duas marcas.
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Quais foram as principais lições que trouxe da experiência americana? Que é muito importante, seja o que for que fazes na vida, acreditares no que estás a fazer. Se puderes escolher mais vale escolheres uma coisa com a qual vais dormir bem de noite. E que por outro lado, Portugal tem muito a aprender na comunicação não‑comercial, seja política, sejam organizações não‑lucrativas, o próprio governo. Tudo o que sejam coisas que não são comerciais, temos muito a aprender com as virtudes de profissionalizar esse trabalho em primeiro lugar, e por outro lado, a necessidade de injectar nos nossos cidadãos, nas pessoas à nossa volta e nos nossos filhos, uma noção cívica e de associativismo, da importância de se envolverem com coisas maiores do que eles mesmos. Sente que Portugal é pequeno para si? Sinto que tem o tamanho ideal. Os meus amigos americanos que acompanham a minha carreira acham que sou doido ou que estou a mentir. Estava em Wahsington, na campanha do Obama, era responsável pela comunicação digital do governo em Portugal, falava com o primeiro‑ministro directamente e regularmente, dois meses depois quando foram ao meu Facebook tinha inventado um comboio de luxo, que entretanto ganhou o prémio de melhor evento público do mundo; três meses depois estava a fazer a adaptação do Avenue Q em Portugal. Costumo dizer que Portugal é um lago pequeno, mas tem a vantagem de que é mais fácil seres um grande peixe. Nos Estados Unidos sou um peixinho pequenino. Em Portugal uma pessoa que seja séria, tenha talento e trate bem os outros, à partida chega ao nível mais alto do seu mercado, relativamente rápido. À partida consegue ter uma vida confortável, a fazer coisas boas. Não conheço mais nenhum país em que consiga inventar um comboio, sem nunca ter feito um, e seis meses depois ele estar na linha.
O The Presidential é o projecto mais marcante da sua carreira até agora? Acho que é um dos mais marcantes. Quero acreditar que não é o mais marcante, porque a minha carreira vai nem a meio. Adorei fazer Os Produtores e foi o único projecto da minha vida em que perdi muito dinheiro. O único que foi objectivamente um fracasso e eu adorei fazer. Era uma coisa que me enchia as medidas. Adorei fazer o Avenida Q e transformar um musical de marretas, que em teoria era impossível de fazer. Estava há nove anos a pensar como é que o havia de fazer. E transformá‑lo num sucesso de bilheteira com 97% de taxa de ocupação, 75 mil pessoas a verem e um case study de interacção com marcas no teatro, que não existia em Portugal, e que foi inventado literalmente quando estava a tomar duche. Ao fim de quatro dias sem conseguir encontrar uma maneira de pôr uma marca em teatro, a meio do duche comecei a gritar. Acho que todas estas coisas me enchem as medidas da mesma maneira. A Hillary e o Obama foram incríveis, as presidenciais no Brasil em que o meu candidato morreu a meio num desastre de avião, foram incríveis. Já fiz tanta coisa boa, que é muito difícil dizer qual é a mais marcante. Há uma razão para por o Presidencial num lugar diferente dos outros, é porque foi uma ideia da minha filha. Não há projecto mais bonito, no sentido familiar, e por esse aspecto ele é muito especial. Já partilhou connosco como surgiu a ideia do The Presidential. Nos outros projectos, qual é o seu processo criativo? Hoje em dia faço poucos projectos. Basicamente tive uma epifania há uns anos. Percebi que nós, as pessoas que fazemos criatividade, para a área dos eventos neste caso, somos o nosso principal inimigo. Nós tornamos perecível uma coisa que não é. Um exemplo: o director de marketing da CP entra em contacto comigo e o que é que acontece naturalmente no mercado? Para já entra em contacto comigo e com mais três ou quatro em concurso. Mas vamos saltar essa parte à frente. Dá‑me um briefing para uma acção, um orçamento e diz que o que quer é que as pessoas saibam que existe o Museu Nacional Ferroviário. Eu ia para casa ter uma ideia: um comboio com chefs Michelin. Apresentava a ideia, a CP dizia vamos avançar. E avançávamos. Isto é o normal de um evento. O evento chega ao fim. É um sucesso. E a CP, ou qualquer cliente, aperta‑me a mão e diz parabéns, e para o ano voltam a lembrar‑se de mim e pedem outra ideia. E o que é que acontece, e aqui é que está o problema, eu enquanto pessoa que vende criatividade não vou dar a mesma ideia outra vez. Vou cobrar um fee de criatividade pela mesma ideia? E esta ideia que era fenomenal, tornou‑se perecível, foi feita uma única vez e morreu ali. Mais, se eu dou uma ideia e o cliente não a quer por qualquer outra razão, a partir do momento que a apresento a ele, não posso apresentá‑la ao concorrente directo, porque ele nunca mais me vai falar. A ideia é perecível no minuto em que me sai da boca. Nós, que somos especialistas em ter ideias que funcionam para o público, transformamos através desse sistema essas ideias em perecíveis e o nosso trabalho em descartável, e não pomos qualquer custo do lado do cliente quando ele diz não. O cliente sabe que se
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disser não, aquela ideia nunca vê a luz do dia. Pusemo‑nos nesta situação. A minha epifania foi: eu tinha todas as ferramentas para entregar a mesma ideia, com o mesmo sucesso, sem receber briefing nenhum. Eu sei o que é que a CP quer e o que as marcas estão a fazer. Portanto se eu sei o que eles querem, e consigo ter a ideia, apresento‑a como minha e quero que eles sejam patrocinadores. A CP tem o mesmo retorno, investe a mesma coisa, é tudo igual, com a diferença de que se a ideia funcionar, ela é minha, eu posso fazê‑la de novo, e de novo. Passei a ser o tipo que sabe mais ou menos o problema que tu tens e vai ter contigo com uma solução que é minha, na qual eu quero que sejas meu parceiro. E vamos ganhar os dois. Hoje em dia tenho três ou quatro projectos que funcionaram muito bem à primeira e que são anuais. Hoje em dia posso não criar nenhum projecto novo, que já tenho o meu ano mais ou menos feito. Isto hoje em dia molda completamente o meu processo criativo. Parte de perceber onde é que há espaço no mercado, o que é que faz sentido. Pode dar um exemplo? O Chefs on Fire é um óptimo exemplo. O que é que se passa neste momento no mercado? Tens festivais de música onde vais comer mal, com excepção do Boom talvez. E depois tens festivais gastronómicos, aos quais só vais para comer, para falar sobre comida. Há um buraco aqui no meio: eu posso gostar de música, mas querer comer bem. Vamos criar um festival em que a música e a comida estejam em pé de igualdade. É um festival de música e
de comida ou de comida e de música, como quiserem. As duas coisas são boas. Porque é que se come mal num festival? Podes escolher o melhor Chef do planeta, mas para fazer 20 mil refeições é uma porcaria. Portanto a primeira coisa a resolver é a escala. É dizer assim: o nosso festival vai ter 1000 bilhetes à venda, é um festival para se estar confortável, para ires com os miúdos, para estares deitado no chão, portanto é uma coisa pequena, e por ser pequena os Chefs vão poder fazer boa comida. Vais poder ouvir boa música, comer boa comida, a um preço óptimo. Encontramos aqui um território. Qual foi a ideia depois de encontrar o território? Vamos fazer um buraco no chão, 90 metros, enchê‑lo de lenha, e por os sete melhores Chefs portugueses a cozinhar a noite inteira só com fogo. E no dia a seguir abrimos a porta e temos música, e a comida que eles estiveram a cozinhar a noite toda. E de repente temos ali uma iconografia, um visual, temos um nome, temos a estrutura toda. E nós acabamos por fazer tudo em casa, desde o nome, à comunicação, vídeo, tudo. Essa liberdade também traz riscos acrescidos? Claro. Os Produtores foram o único projecto em que perdi dinheiro, só que não era meu. Era dinheiro dos meus investidores. Há aquele cliché de que aprendes mais com os falhanços do que com os sucessos, e acho que é totalmente verdade. Até aí pensava que o que me dava prazer era o sucesso das coisas, e essa não teve sucesso e deu‑me muito prazer, portanto comecei a perceber o que é que me dava gozo. Por outro lado percebi que nunca mais queria sentir a sensação de perder dinheiro que não era meu. Quando perdes uma coisa que é tua pensas como é que vais pagar a renda e tal, mas é tua, és um homenzinho, mudas de casa, fazes qualquer coisa. Quando perdes dinheiro de outra pessoa, mesmo que ele tenha muito dinheiro para perder, é uma espinha que não sai. Jurei a mim mesmo que nunca mais voltava a cair nesse erro, e até hoje nunca mais voltei. Não sou uma pessoa com muito respeito pelo dinheiro, e isso é importante quando estás a arriscar, porque se fores agarrado ao dinheiro não arriscas em coisa nenhuma, mas percebi que uma coisa é teres à‑vontade com o teu dinheiro, outra é com o dos outros. Falhar a alguém é uma sensação que nunca quis voltar a repetir.
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Um comboio movido a paixão Ainda há espaço e clientes para outros projectos de luxo? Se olharmos para qualquer indicador objectivo, não só o turismo de luxo não quebra, não quebrou durante a crise de 2008, não quebra agora, como continua com um crescimento sustentado. Além disso é um eixo estratégico absolutamente imperativo para Portugal. Se há um problema com que estamos a lutar neste momento é que nós atraímos o tipo de turismo errado. Somos um país muito pequeno, e se recebermos turismo em massa, desvirtuamos a coisa. Estamos com turismo em massa. O que é que nós precisamos? Menos turistas, a gastar mais dinheiro, e a ficar cá mais tempo. Portanto o turismo de gama alta. Qual é o problema de Portugal? Temos óptimas condições, mas pouca oferta de turismo de luxo. O Porto é um óptimo exemplo. Os nossos clientes do comboio, 75% vêm de fora de Portugal, e nós é que tratamos deles do princípio ao fim. Temos vários fins‑de‑semana por ano em que não conseguimos arranjar um hotel de cinco estrelas. E restaurantes? Nós neste momento somos o melhor produto de luxo que há no país e existimos há três anos, sem nunca termos feito um produto turístico na vida. É claro que nós fomos ajudados por uma óptima ideia, um óptimo comboio, a linha do Douro, mas também sejamos honestos, o comboio já existia, estava recuperado desde 2010 e fechado num museu, a linha do Douro existe há 100 anos, o Douro já lá estava antes de nós cá estarmos. Foi só juntar as peças. Mais alguém o podia ter feito. As pessoas que criam coisas para o Douro todos os dias há 20 anos podiam ter tido a mesma ideia. Portanto há pouca coisa, há muita oportunidade de fazer, e para fazer bem feito, sem dúvida.
Até que ponto a paixão foi importante neste projecto e noutros que tem? Acho que muito, neste projecto em particular, mas na maior parte deles. Este projecto foi um risco total seu? Foi e é. O projecto, até hoje, nunca deu um euro, só custou dinheiro. O Presidencial só existe porque nós tivemos a liberdade, em primeiro lugar, e a parvoíce para dizer: "Isto nunca vai ser negócio, mas nós queremos muito fazê‑lo". Sempre quis fazer porque era ideia da minha filha. Depois aquele comboio, aquele museu, as pessoas daquele museu e a ferrovia no geral, é uma coisa apaixonante. Não há ninguém que trabalhe na ferrovia que não seja apaixonado por comboios. Isso é uma coisa que eu nunca mais encontrei em mais nenhuma área. Queria muito fazer justiça àquelas pessoas, mas também foi um exercício de paternidade. Achei que era uma óptima ideia, enquanto pai, provar à minha filha de 10 anos que é possível uma pessoa estar à mesa de jantar e ter uma ideia, e ela acontecer. Achei que era uma óptima mensagem para lhe passar. Nunca foi para ser um negócio. E a coisa foi andando até hoje. Ainda hoje é completamente movido a paixão, e não é minha, é das 35 pessoas que fazem parte. É um trabalho incansável. O projecto é de todos. Fazer um serviço de nível de restaurante Michelin numa coisa que está em andamento, em pé, durante nove horas por dia, e sempre com um sorriso. É incrível. Portanto o projecto é muito mais deles do que meu. Eu nem a ideia tive desta vez. É completamente injusto que fique com os créditos deste projecto.
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Os eventos estão no nosso ADN Como é que vê neste momento o sector dos eventos em Portugal? Qualquer pessoa que conheça a realidade internacional sabe que somos um país muito bom a fazer eventos. É uma extensão de sermos bons a receber e fazer um evento, seja de que tipo for, é um exercício de receber. Culturalmente nós somos bons a receber, valorizamos coisas que são boas nos eventos: comida, conversa, música. Os eventos estão no nosso ADN, e exactamente pela questão do tamanho, somos um país muito dado à inovação. Há coisas que fazíamos com a Yorn, há dez anos, que ainda hoje em dia não se fazem lá fora. O Alive, o Boom são festivais inacreditáveis em qualquer lugar do mundo, competem com os melhores festivais internacionais, portanto nós somos muito bons a fazer isto. Tu olhas para qualquer coisa que a Desafio Global faça hoje em dia, aquilo é exímio, é quase clínico, não há um cabelo fora do sítio, não há nenhuma coisa a correr mal. Se isso é verdade, como qualquer outra área da comunicação, ela sobe e desce e tens momentos em que sentes que tudo é requentado, e tens momentos em que sentes que o mercado está a correr para a frente. Há dez anos o mercado era um monstro, não havia nada que não se fizesse. Fizemos um concerto numa plataforma flutuante no meio do rio Douro. Lembro‑me de sentir que não havia nada que pudesse dizer que não fosse levado a sério.
E acha que estamos noutro momento por causa das marcas ou das agências? Acho que a crise de 2008 fez regredir um bocadinho o mercado. Fez‑nos ficar mais cautelosos, e acho que nunca recuperamos totalmente a vontade de arriscar. Há 15 anos quando inovávamos era em territórios que já conhecíamos. Fazíamos um evento de música, muito fora, mas era um evento de música. Hoje em dia, com o digital, com uma cultura de indignação e de resposta automática, as marcas não têm ferramentas para combater, não conseguem acompanhar, não conseguem antever, há muito mais medo. E esta cultura é em tudo, e deixou as marcas um bocadinho mais medrosas. Os orçamentos também nunca recuperaram o que eram em 2005, por exemplo. Eram completamente diferentes do que são hoje. Também acho que os directores de marketing, as pessoas que gerem as marcas, a vaga que hoje em dia está em posições de gestão, não é naturalmente propensa a grandes riscos. A vaga anterior cresceu ali nos anos 2000, em que havia uma propensão natural ao risco. E estas pessoas que estão agora nas direcções de marketing estão habituadas a ter cuidado. Já não tens Antónios Fuzeta da Ponte, como tinhas no tempo da Yorn, que era um cliente formidável. Hoje em dia tenho clientes muito bons, mas contam‑se pelas mãos os clientes que te pedem para abanares o barco. Talvez o Filipe Bonina, da Sagres, o Filipe Gomes, da NOS. Mas a maior parte deles é: eu quero ir daqui para ali. Como é que é a maneira mais segura de lá chegar?
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Ou seja, apostam na mesma em eventos, e essa aposta é crescente, no entanto com menos risco? Vou contar uma história. O Naked, a primeira vez que ganhei uma série de prémios, foi aquele evento da Yorn Store em que nós oferecíamos a roupa às pessoas que viessem todas nuas. E eu apresentei essa ideia ao António Fuzeta da Ponte, que era meu cliente na altura. Foi recusada em cinco segundos. Ele disse: “isso é absolutamente parvo, está fora de hipótese, passa já para a próxima”. E dei‑lhe outra ideia que se chamava Yorn House Party, que era fazer uma daquelas festas em casa à filmes americanos; agarrar num miúdo, distribuir folhetos no liceu, eles apareciam todos na vivenda, havia uma banda a tocar na sala, típico filme americano. O António, nesse dia, para aí à 1h da manhã, manda‑me uma mensagem e diz: “Olha gostei tanto da ideia da House Party, que só por causa disso vou apresentar a outra também”. E passado uns dias liga‑me a dizer: “Não vais acreditar: querem fazer as duas”. Mas esta cultura de não teres medo de fazer figura de parvo em frente a um cliente, e um cliente não ter medo de fazer figura de parvo em frente ao chefe dele... esta cultura não tive a sorte de reencontrar. Não quer dizer que ela não exista. Hoje em dia tenho um pézinho muito pequenino dentro do mercado, muito mais gente conseguirá responder mellhor do que eu. Que conselhos daria a um jovem, a um aluno seu que se quisesse lançar no mundo dos eventos? Diria para irem estagiar com o Pedro Rodrigues (risos). É uma área muito gira, mas tem uma dificuldade. Todos os miúdos acham que querem trabalhar em eventos, porque acham que eventos são festivais, é estar ali a curtir, e depois a maior parte deles percebe que aquilo não é tão fácil como parece, tão giro como parece. Se tiver bases como deve ser de organização, de gestão de tempo, de recursos, de dinheiro, se aprender essas coisas, e não se deixar prender com as outras, e continuar com uma cabeça muito aberta, porque os miúdos novos têm uma tendência a inovar, acho que é a mistura perfeita. É uma área que pode ser muito gira, e há muita coisa para ser feita.
Nove perguntas a Gonçalo Castel‑Branco Jorge Jesus ou Rui Vitória? Rui Vitória. Couratos ou foie‑gras? Foie‑gras (não gosto de couratos). Se o Douro é o lugar mais incrível do mundo, qual é o segundo? Por razões dramaticamente opostas: Washington. Se pudesse convidar alguém para jantar em sua casa, quem convidaria? John Stewart, Neil deGrass Tyson e o Obama. Livro que tem na cabeceira? Neste momento estou mais viciado em podcasts. Devoro podcasts. Qual foi o evento mais marcante em que participou? O concerto no palco flutuante no rio Douro, porque era uma missão impossível. E a Parada da SIC, na Avenida da Liberdade, produzida em 30 dias, que também foi um feito inacreditável. Alguma vez aceitaria vestir uma tanga à Borat? Em que circunstâncias? Já vesti e existe um vídeo meu a correr com uma tanga à Borat pela ativism. A circunstância? Tinha graça. Como é a sua relação com o dinheiro? Tenho como único objectivo não ter que saber quanto dinheiro tenho no banco. Poder dar o melhor aos meus filhos, viajar, viver coisas boas, sem ter que olhar para a conta a saber se lá tenho dinheiro. A viagem de comboio que quer mesmo fazer, e ainda não fez? É o novo comboio que vou lançar no próximo ano.
CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA
DOSSIÊ TEMÁTICO 16
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As Vantagens E Os Desafios Da Vida De Freelancer Por opção ou não, trilham um caminho mais independente, com vantagens e desafios, com mais liberdade de escolha, mas com a incerteza de saberem se terão ou não trabalho nos tempos que se seguem. Fomos conhecer profissionais na área dos eventos que executam a sua actividade de forma independente.
Três freelancers em discurso directo Há vantagens e desafios neste caminho e que podem variar de pessoa para pessoa. Uma maior gestão de tempo, mais liberdade de escolha dos projectos ou o poder de negociação dos valores podem ser alguns dos aspectos positivos que fazem frente ao risco de instabilidade, à incerteza de saber se haverá trabalho no futuro ou até à necessidade de constante adaptação a novas equipas, a novos contextos e formas de trabalhar, a cada projecto aceite. A vida de freelancer não é simples e não estar sob a alçada de uma empresa, a juntar à realidade (e responsabilidade) dos recibos verdes, pode levantar algumas preocupações. A situação financeira é uma delas. E se, por um lado, pode ser vantajoso, por outro, há casos de freelancers que trabalham ao mesmo tempo noutras áreas para conseguirem algum equilíbrio e de outros que complementam o seu trabalho na área com a prestação de serviços. Cada caso é um caso. Mas também não é um bicho de sete cabeças. É necessária uma boa gestão de tempo e de trabalho, que não é necessariamente em menor volume do que antes, e essa autonomia pode até ser um incentivo. E se há quem tenha sido obrigado pelas circunstâncias do mercado a tornar‑se freelancer, há com certeza casos em que essa é uma vontade ponderada e viável. Certo é que o empenho e a dedicação são os mesmos de sempre. Agências, empresas ou clientes finais recorrem aos seus serviços, pela sua experiência, por conseguirem acrescentar valor à equipa e ao trabalho e pela capacidade que demonstram na concretização do que é pretendido. Os projectos podem chegar de várias formas – e variadas são também as durações dos mesmos: podem ser de um dia, como podem durar semanas ou meses. E dependendo do projecto, da participação dos freelancers no seu desenvolvimento e de outras variáveis, os orçamentos são normalmente definidos projecto a projecto. A Event Point colocou diversas questões a Vítor Senra, Marta D’Orey e Miguel Macedo, sobre as vantagens e os desafios da condição de freelancer.
O fascínio pelo mundo dos eventos chegou cedo a Vítor Senra, que depois de organizar, com dois amigos, a sua primeira festa, com música, instalações fotográficas e de vídeo, soube que queria trabalhar no sector, contou à Event Point. Em 2014 foi trabalhar para o Brasil, na gestão de uma unidade hoteleira, e três anos depois regressou a Portugal onde trabalhou no Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, a convite da agência Bússola e da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Trabalha como freelancer na produção de eventos, de diferentes formatos e para diversas empresas. “A situação laboral em Portugal melhorou desde que parti para o Brasil em 2014, mas ainda assim acredito que há um grande percurso a ser feito. Os contratos que nos são apresentados por vezes não são tão vantajosos como a negociação de um freelancer; por outro lado, há sempre a questão da instabilidade, de uma procura constante por novos trabalhos, o que acaba por ser um pouco desgastante. Não obstante, tenho de admitir, tenho tido muita sorte com as pessoas com quem tenho trabalhado e, com um maior ou menor fluxo, os projectos vão aparecendo”, referiu Vítor Senra. Marta D’Orey tem tido um percurso variado, com trabalho em diversas áreas ligadas à produção e comunicação. Da assistência à produção de espectáculos musicais e infantis na Lemon, passou para os eventos na Desafio Global e na Touchgroup, tendo ido à publicidade na McCann e, ainda ao lado do cliente, na Immochan. É freelancer há quase dois anos na área da produção – eventos, activação de marca, publicidade – e gestão de projectos. E é freelancer por opção. “Por um lado, porque cheguei a um ponto da minha vida em que achei que poderia ‘arriscar’ e trabalhar por conta própria. Por outro, porque tenho a perfeita noção de que as agências têm um volume de trabalho inconstante e acho que faz cada vez mais sentido haver freelancers que possam dar apoio nos momentos de pico”, explicou à Event Point. Miguel Macedo é freelancer por opção e acumula essa actividade com uma outra em full time. “O meu percurso esteve praticamente sempre ligado aos eventos, de forma geral, tendo desde cedo trabalhado na área do protocolo” – área que escolheu como preferencial.
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Seis perguntas a... Vítor Senra Quais as vantagens e quais os desafios de ser freelancer no sector dos eventos em Portugal? Creio que as vantagens se prendem com a questão do valor que podemos negociar por projecto. É vantajoso para quem contrata não ter de suportar custos como com um funcionário em regime de trabalho “normal”. Por outro lado, há sempre uma certa instabilidade que se cria pelas mesmas razões. O facto de não se saber com certeza se teremos trabalho nos próximos meses é algo que nos afecta sempre, nem que seja inconscientemente. A situação de freelancer é para continuar no futuro? Como se convive com a instabilidade? Não é uma realidade fácil de se viver, é um facto. Tem de existir estofo mental para se poder resistir à tentação de abandonar a situação de freelancer e arriscar num projecto que não seja de todo aliciante, só pelo simples facto de podermos ter um pouco mais de estabilidade financeira. Tenho tido sorte com as pessoas com quem me cruzei e com quem trabalho regularmente, e tenho também um grande apoio da minha família e da minha noiva, o que ajuda bastante. Mas é sempre uma questão em aberto. No futuro, uma proposta aliciante pode mudar novamente as regras do jogo. No momento, a minha preocupação é desempenhar o meu trabalho da melhor forma possível. Creio que é o único trunfo que temos para nos mantermos neste meio. Como avalia os prazos de pagamento aos freelancers? Não tenho razões de queixa. Já tive experiências de receber dias antes de finalizar o evento, outras no dia seguinte ao evento ou dez dias depois, mas se não me falha a memória nunca fiquei mais do que 15 dias à espera de um pagamento dos meus serviços. De acordo com a sua experiência, os freelancers são contratados por quem? Agência, cliente, empresas de recrutamento? Há um pouco de tudo. Já me candidatei a postos de trabalho, já fui convidado por empresas que me conheciam e também já aconteceu ser referenciado por pessoas com quem trabalhei em projectos anteriores para outras empresas que não me conheciam. Acredito que, sempre que fazemos o nosso melhor, a publicidade “boca a boca” acaba, mais tarde ou mais cedo, por nos ajudar em situações futuras.
VÍTOR SENR A, PRIMEIRO À ESQUERDA
Como é gerir as diferentes formas de as empresas trabalharem nos seus eventos? Não é de todo uma situação fácil de gerir. Por vezes estamos habituados a uma certa rotina de trabalho e de repente já nos encontramos noutra realidade que em nada se parece com a anterior. Pessoas, eventos e formas de trabalhar diferentes. Não é fácil, mas com muita humildade e um certo jogo de cintura acabamos por encaixar nas novas equipas, ao mesmo tempo que podemos trazer certas valências e novas perspectivas que fomos adquirindo com outras equipas e outros eventos. Como descreveria o actual momento do sector? Olho para o sector dos eventos de uma forma bastante positiva. Creio que se vivem dias de grande fulgor, com ofertas muito variadas e elevados padrões de qualidade. Portugal tem um potencial enorme para explorar os eventos, com equipas extremamente competentes e criativas que, ano após ano, nos surpreendem com eventos para todos os públicos, que por sua vez se reflectem num reconhecimento internacional. Acredito que, devido à grande oferta de contratos “temporários”, nos quais os freelancers se enquadram, possa advir o risco de uma certa exploração dos mesmos face ao valor pago pelo trabalho desenvolvido. Isto tendo em conta que cada vez mais pessoas se encontram na mesma situação e às vezes, para “agarrarem” certos projectos, aceitam valores mais baixos do que a concorrência acabando por não valorizar a classe que trabalha neste regime.
Marta D’Orey Quais as vantagens e quais os desafios de ser freelancer no sector dos eventos em Portugal? Os desafios são transversais a todos os freelancers, o risco da instabilidade e de haver alturas com menos trabalho, que tenho tido a sorte de ainda não ter tido. As vantagens passam por alguma gestão do tempo e dos horários, e a possibilidade de poder aceitar os projectos que mais me entusiasmam e de vez em quando recusar outros. A situação de freelancer é para continuar no futuro? Como se convive com a instabilidade? Enquanto fizer sentido, sim. Se um dia surgir um projecto desafiante que precise de mim a full time volto a mudar a minha vida com tranquilidade. Não sou extremista. Aprende‑se a viver com a instabilidade mantendo os projectos e as economias organizadas. Como avalia os prazos de pagamento aos freelancers? Os prazos definidos no início de cada projecto devem ser cumpridos, com qualquer fornecedor. Acho que actualmente os clientes estão mais respeitadores desses prazos. De acordo com a sua experiência, os freelancers são contratados por quem? Agência, cliente, empresas de recrutamento? Eu trabalho quase exclusivamente com agências, foi assim que quis estabelecer‑me no mercado desde início – como braço direito das agências e não como concorrente das mesmas. Os poucos projectos que fiz no cliente final foram situações excepcionais em que não se ia recorrer a agência, o cliente faria o evento sozinho ou com outro freelancer. Como é gerir as diferentes formas de as empresas trabalharem nos seus eventos? É uma questão de adaptação. Acima de tudo é estarmos disponíveis para aproximar a nossa forma de trabalhar ao que o cliente precisa de nós. Como descreveria o actual momento do sector? Sinto que está novamente em crescimento, com mais eventos, eventos maiores e mais exigentes, com boas agências para responder às necessidades dos clientes. É um sector desafiante, em que é esperado de nós sempre mais e melhor. MARTA D’ORE Y
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Miguel Macedo Quais as vantagens e quais os desafios de ser freelancer no sector dos eventos em Portugal? Os desafios são enormes porque o país funciona numa escala pequena a todos os níveis. Daí as dificuldades serem grandes em função da existência reduzida de oportunidades de desenvolver o trabalho. A situação de freelancer é para continuar no futuro? Como se convive com a instabilidade? A minha área de freelancer será para manter. A instabilidade é combatida com outra actividade em full time. Como avalia os prazos de pagamento aos freelancers? Nunca tive razões de queixa. Talvez tenha sorte. De acordo com a sua experiência, os freelancers são contratados por quem? Agência, cliente, empresas de recrutamento? Cada vez mais pelos clientes finais. Como é gerir as diferentes formas de as empresas trabalharem nos seus eventos? O segredo está no nosso trabalho, que deve ser sempre com a maior qualidade possível. Como descreveria o actual momento do sector? Confuso, com alguns monopólios e muito centrado em Lisboa, mas isto tudo resulta do que disse anteriormente sobre a reduzida escala do nosso mercado de eventos. MIGUEL MACEDO
MARIA JOÃO LEITE
OPINIÃO 22
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“A confirmação de que a pessoa tem verdadeiramente perfil para esta área vem do dia‑a‑dia”
Recrutar Hoje Os Gestores De Eventos De Amanhã Ninguém sobrevive, na área de organização de eventos, sem uma enorme paixão por esta área. Apenas essa paixão permite aguentar o desgaste físico e emocional que é inerente a esta actividade. E quem é que aguenta esta pressão? Como recrutar nessa área? Como ter a certeza de que estamos a recrutar e a formar as pessoas certas para lidar com tudo o que implica “gerir eventos”? A geração que está agora a chegar ao mercado de trabalho é, em grande parte, uma geração materialista e digital. Materialista porque cresceram na convicção de que tinham direito àquele smartphone, de que tinham que comprar aquela toalete imprescindível para sair à noite e que tinham mesmo que comprar aquele bilhete para o Festival X ou Y onde todos os amigos vão, logo teriam que ir também. Cresceram nesta convicção de que tinham direito a tudo, mesmo não lutando por nada. Como é que esta geração, inteligente e sarcástica qb, dependente digitalmente, encaixa numa actividade que implica tantos sacrifícios e uma permanência fora da nossa zona de conforto? Primeiro encaixa com algum fascínio, não se revendo muitos deles em áreas como direito, gestão, engenharia, saúde ou outras áreas vocacionais, muitos abraçam essa área ou por exclusão de partes ou pela curiosidade, e o referido fascínio, por um mundo “sempre em festa”. E, do lado das empresas de organização de eventos, como se recruta esta geração que está agora a entrar no mercado de trabalho? Na maior parte das vezes, numa entrevista de recrutamento, além de uma análise à formação nesta área, experiências pontuais de trabalho e motivação, o que estamos a avaliar é a empatia com o candidato e se temos fé, ou não, no potencial desse candidato. A confirmação de que a pessoa tem verdadeiramente perfil para esta área vem do dia‑a‑dia, mas vem, acima de tudo, de como essa pessoa se revela nos momentos com poucas horas de sono, com uma refeição a menos ou a aturar um cliente mais ansioso.
Ou de chegar a uma sala vazia e acreditar que passadas umas horas, doa a quem doer, o evento vai estar pronto e vai ser fantástico. E aqui a diferença é entre os que sucumbem à pressão ou os que a abraçam e a gerem mesmo que, tantas vezes, por trás de uma máscara de absoluta confiança, estejam inúmeras dúvidas e inseguranças. Nos anos de crise ouvíamos, e utilizávamos de forma recorrente, a palavra “resiliência”. Aplicado à nossa área poderia ser um esforço contínuo, e em sofrimento, para levar um objectivo a um fim. Com o enorme Miguel Gonçalves (Spark Agency) aprendi que ninguém aguenta sofrer todos os dias e que as organizações não podem exigir isso das suas equipas. Esqueçam a resiliência e adoptem a nova palavra de ordem “consistência” ou a capacidade de, diariamente, ser dedicado e focado na actividade que desenvolvemos. Ser empático, ter piada e laivos de criatividade pontuais é fácil na nossa área de actividade, mas aguentar a pressão, ser profissional, gerar valor, de forma consistente, dia após dia após dia, isso já é um campeonato em que muito poucos jogam.
PEDRO RODRIGUES DIRECTOR‑GER AL DA DESAFIO GLOBAL
ESPECIALISTAS 24
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A gestão de equipas é dos maiores desafios da maioria das pessoas
“Liderar Pelo Exemplo” Gerir pessoas, motivá‑las, extrair o máximo potencial delas é uma tarefa exigente, mas decisiva quando se fala em staff para eventos. Sónia Brochado, CEO da Btrust, com uma larga experiência no sector, partilha algumas pistas para lidar com os desafios de preparar quem vai trabalhar num evento.
Quais são os principais critérios para escolher o staff para um evento? No caso da Btrust o principal critério é que na entrevista presencial os candidatos mostrem que têm o ADN, isto é, que partilham dos nossos valores e que transmitem confiança de forma a passar à segunda fase do processo de selecção, em que daremos a oportunidade de realizar um primeiro trabalho. Que características são absolutamente indispensáveis e decisivas num colaborador? Honestidade, pontualidade, proactividade, excelência, cuidado com a imagem, profissionalismo, responsabilidade, curiosidade intelectual, vontade de crescer profissionalmente, espírito de equipa. Como se pode adequar o perfil do colaborador à empresa que o vai contratar? Há estratégias que ajudem a este match? O processo começa pela pesquisa e recolha do máximo de informação sobre a empresa cliente, a sua cultura, forma de trabalhar e qual o objectivo que pretendem alcançar com o serviço que vamos prestar. É fundamental sabermos as características e qual o tipo de talento com o qual o nosso cliente se identifica. Após a recolha da informação o mais detalhada possível passamos à fase de match em que pesquisamos no nosso CRM os colaboradores que têm o perfil procurado e posteriormente publicamos no nosso grupo interno a oportunidade de trabalho para analisarmos a disponibilidade.
Qual o papel da liderança neste processo? Quais os principais desafios a lidar com os colaboradores? A liderança é essencial quando queremos que os nossos colaboradores nos ajudem a ser a melhor empresa para trabalhar na área de staff para eventos em Portugal e na Europa. Para desempenhar as funções de forma excepcional as equipas têm que ser inspiradas, motivadas e orientadas. Temos um estilo de liderança democrático e gostamos de liderar pelo exemplo. Já cheguei a vestir um fato de freira e distribuir flyers em pleno Agosto com a equipa Btrust num dos trabalhos mais desafiantes que tivemos. Fiz isto porque queria transmitir que na Btrust quando temos um desafio é um desafio de todos e que temos que trabalhar sempre com orgulho e dando o nosso melhor. Os principais desafios são conhecer todos os talentos dos nossos colaboradores e conseguir tocar a alma de cada um deles de forma a que os seus olhos brilhem quando estão a trabalhar num evento ou numa activação de marca. Queremos que as pessoas durante o tempo que estão connosco sejam felizes e que toquem na alma dos nossos clientes. Como motivar estas pessoas cuja ligação à empresa é mais fugaz para darem o máximo nos eventos? O que tentamos fazer é mostrar que nos preocupamos com cada um deles e sempre que conseguimos adoramos surpreendê‑los. Somos os seus mentores e queremos apoiar no desenvolvimento dos seus talentos e valores profissionais que serão úteis em qualquer profissão. Investimos muito tempo, e mesmo dinheiro, no seu desenvolvimento, como por exemplo o lançamento da Btrust Academy para que possam ter formação gratuita, na oferta de give aways Btrust, na oferta de “mimos” quando fazem anos ou quando sentimos que a pessoa precisa de energia para se sentir mais feliz, na recomendação dos serviços deles quando pretendem trabalhar na área de actividade para a qual estudaram... Mas acima de tudo, penso que a motivação está em sermos fiéis aos nossos valores e espalharmos alegria no trabalho.
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Acredita que o staff de um evento é valorizado no sector? A gestão de equipas é dos maiores desafios da maioria das pessoas e conheço várias pessoas do sector que evitam seleccionar e gerir as pessoas que trabalham em eventos. Ainda temos muitos casos de empresas que nos pedem pessoas para trabalhar num evento ou acção sem terem definido claramente qual o objectivo e o que pretendem exactamente alcançar. Posso contar uma história real, que foi numa convenção imobiliária em que tínhamos uma grande equipa a trabalhar e um participante nesse evento virou‑se para uma hospedeira nossa e disse “Vocês trabalham nesta área de eventos porque está difícil arranjar trabalho na vossa área, não é? E este trabalho é fácil de fazer”. A nossa hospedeira respondeu que fazia com paixão o trabalho, que adora estudar medicina e nos tempos livres trabalhar com a Btrust nos eventos, pois além de construir independência financeira, aprende imenso e conhece pessoas fantásticas. No nosso caso, a gestão de equipas é a nossa paixão e o exercício que fazemos é não ter expectativas relativamente a ninguém. Queremos sensibilizar o mercado e mostrar que este trabalho pode ser muito exigente e que as pessoas que trabalham connosco investem em si para serem os melhores profissionais na área de eventos. Qual a importância do debriefing e da avaliação do colaborador? É extremamente importante, pois só assim podemos ter a certeza de como correu o evento e se existe algo que podemos melhorar. A avaliação do colaborador normalmente é feita pelo nosso cliente, pelos colegas de trabalho e pelos nossos gestores de pessoas. Esta avaliação tem como objectivo analisar se o colaborador fez um serviço conforme o esperado ou se superou a expectativa, pois este é o objectivo. Assim como permite conhecer mais profundamente o seu desempenho e potencialidades.
Dada a sua experiência com eventos internacionais, como avalia a qualidade dos colaboradores portugueses? Os nossos colaboradores portugueses têm um nível de profissionalismo, polivalência, protocolo, proactividade e linguístico muito bom. O meu sonho era conseguir pagar o mesmo valor em Portugal que pago em França ou na Alemanha, pois nesses países chego a pagar três vezes mais do que pago em Portugal para o mesmo nível de experiência e perfil. Na Btrust queremos incentivar as nossas equipas a viajar e trabalhar na área de eventos em vários países, pois este intercâmbio permite um maior desenvolvimento enquanto profissionais e pessoas. É maravilhoso receber o feedback dos nossos clientes a dizer que a Btrust em Paris, no Dubai ou em Frankfurt tem o mesmo ADN e cultura e que é impressionante como conseguimos manter esses valores.
CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO 28
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CRISTINA FERNANDES E SUSANA DE SAL A Z AR CASANOVA
10 Conselhos Para Staff Em Eventos 1. Adapte‑se totalmente ao tipo de evento em que esteja a trabalhar, ajustando o seu mindset, a sua linguagem e o seu comportamento. Adequabilidade e flexibilidade são factores primordiais para que se sinta confortável num determinado contexto. 2. Garanta que está identificado como staff do evento ou com qualquer outra designação apropriada. É um detalhe importante revelador de organização e facilitador para os convidados. 3. Pergunte, pesquise, informe‑se sobre todos os aspectos relacionados com o evento, pensando na óptica do participante/ convidado, obtendo resposta para todas as dúvidas que este possa vir a ter. Em nenhuma circunstância responda “Isso não é comigo” ou “Não sei, ninguém me disse nada”. 4. Vista‑se em perfeita adequação com o contexto/mensagem do evento, caso não haja uma indumentária própria fornecida pela organização. Serão tão ridículos saltos altos num team building como sapatilhas num jantar de gala. 5. Cuide, globalmente, da sua imagem. Afinal está a representar a entidade anfitriã. Contudo, não exagere e mantenha presente sempre o facto de que está a trabalhar.
6. Comunique com simpatia e com máxima cortesia. Nenhum outro registo de linguagem é aceitável. 7. Mantenha claro ao longo de todo o evento, que está a trabalhar e não a usufruir de um momento de lazer. O facto de, estando presente, poder usufruir da atmosfera, não significa que se comporte como convidado. 8. Opte por não comer/beber/fumar na presença ou misturado com os convidados, sobretudo em eventos formais e/ou sofisticados. 9. Seja qual for a situação, não perca a calma, e transmita sempre e em qualquer caso uma imagem de tranquilidade: não fale alto, não corra, não se irrite. O autocontrole é fundamental. 10. Um evento é, por definição, um momento único, normalmente breve e irrepetível. Actue com o máximo profissionalismo!
CRISTINA FERNANDES E SUSANA DE SALAZAR CASANOVA ESPECIALISTAS EM PROTOCOLO
VENUES 30
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O Centro de Congressos do Algarve representa um investimento de dez milhĂľes de euros
Centro De Congressos Do Algarve Para Fortalecer A Oferta MI Na Região Uma infra‑estrutura moderna, com tecnologia state‑of‑the‑art, pronta para receber os mais diversos eventos no Algarve.
O Algarve ganhou um novo venue, que promete ser um complemento decisivo na oferta para eventos e congressos na região. Integrado no Tivoli Marina Vilamoura Hotel, o espaço dispõe da mais moderna tecnologia e da flexibilidade para receber conferências, reuniões, lançamentos de automóveis e outros eventos. A sala principal, a Fénix, tem um pé direito de dez metros, capacidade para 3000 pessoas e pode ser ajustada a diferentes layouts e tamanho dos grupos. Mas, ao todo, são 22 salas, terraços e áreas exteriores pensadas para fazer face às diferentes necessidades do organizador de eventos. O Centro de Congressos tem ligação ao hotel, cujas salas podem complementar as necessidades de um qualquer evento, e às ofertas em
termos de catering da unidade: Purobeach Vilamoura, Pepper’s Steakhouse e Oregano. Em Vilamoura há também outras opções de alojamento, nomeadamente propriedades de 4 e de 5 estrelas. Em comunicado, Jorge Beldade, director regional de Operações da Minor Hotels – Algarve, refere que o novo centro de congressos vai “complementar e fortalecer a oferta do destino, reposicionando‑o no mercado MICE” e que, “aliando a localização privilegiada às equipas especializadas, este novo venue maximiza o nosso alcance e capacidade de organização de qualquer tipo de evento, mantendo sempre o rigor e excelência que nos caracterizam”. O Centro de Congressos do Algarve representa um investimento de dez milhões de euros.
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“Um cruzeiro pode ser uma excelente alternativa aos hotéis”
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Eventos No Mar Alto As grandes companhias de cruzeiros estão a apostar na Meetings Industry. A MSC conta já com uma oferta abrangente em Portugal.
E se em vez de realizar um evento num venue estático escolhesse um que esteja em movimento? A navegar em águas de todo o mundo, os barcos de cruzeiro são uma opção cada vez mais na moda para todo o tipo de acontecimentos. Embarcar para uma reunião, congresso ou incentivo é uma forma de garantir que os convidados dificilmente irão esquecer o evento. As grandes companhias de cruzeiros estão a apostar em grande neste sector, incluindo em Portugal. A MSC, uma das maiores do mundo com presença estabelecida no país, é um dos players que já entraram no segmento da Meetings Industry. A empresa “tem vindo a apostar neste sector nos últimos anos e disponibiliza neste momento uma completa oferta de soluções para reuniões e incentivos, com várias possibilidades para realizar todo o tipo de eventos a bordo, com programas feitos à medida, adaptados e personalizados. Em Portugal, começamos a sentir uma forte curiosidade por parte das empresas neste tipo de produtos, na medida em que neste momento 25% dos nossos passageiros realizam cruzeiros em grupos, dos quais cerca de 15% são incentivos”, adiantou à Event Point o director‑geral Eduardo Cabrita.
Para a companhia, a prioridade é promover as vantagens deste tipo de serviço. “Um cruzeiro pode ser uma excelente alternativa aos hotéis, pois em termos de extras e de entretenimento está tudo incluído no preço da viagem”, adiantou o mesmo responsável. Também a Douro Azul tem um barco que aposta nesta área, o Spirit of Chartwell, uma embarcação que transportou a rainha Isabel no seu jubileu, com 16 cabines e uma suite real, explicou fonte oficial da companhia. Os custos de organizar um evento num navio podem ser 20 a 30% mais baixos do que num venue mais tradicional, segundo a empresa Landry & Kling, citada pela CNN e que é especialista neste tipo de serviços. Eduardo Cabrita adiantou ainda que “os clientes que fazem um cruzeiro em trabalho conseguem combinar as reuniões com umas curtas férias e momentos de relaxamento, visitando destinos diferentes, sem ter de fazer e desfazer malas”. Ou seja, é uma forma de ter toda a experiência de um evento ou incentivo no mesmo local e só com um parceiro. A MSC conta com 15 navios e garante que cada um “está totalmente equipado com os mais evoluídos equipamentos para reuniões, conferências e
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apresentações, dispondo de pessoal especializado e modernas tecnologias de comunicação para todo o tipo de eventos e reuniões, desde viagens de incentivo para comerciais, distribuidores e revendedores, a prémios de objectivos, eventos promocionais, convenções, reuniões e conferências ou lançamentos de produtos e apresentações e eventos internacionais”, referiu Eduardo Cabrita. Paralelamente, “os espaços a bordo como os teatros, salas de reuniões, bares e lounges, entre outros locais, permitem que sociedades dos mais diversos segmentos realizem os seus eventos ou, até mesmo, cruzeiros temáticos”, adiantou o director‑geral do grupo. Os barcos incluem ainda uma parte com “instalações de desporto, fitness e tratamentos de Spa que na frota da MSC Cruzeiros desempenham um importante papel no sucesso das reuniões, incentivos, conferências e eventos”, detalhou. Os navios da empresa permitem a organização de eventos com uma capacidade entre 30 e duas mil pessoas “incluindo a possibilidade de fretamento total do navio e/ou do Yacht Club, produto de luxo da MSC disponível nos navios das classes Fantasia, Meraviglia e Seaside. Os restaurantes, por sua vez, podem ter locais reservados para a realização de jantares especiais, comemorativos ou de negócios”, adiantou Eduardo Cabrita. A escolha de itinerários e destinos é grande, mas a MSC destaca os “Mini‑Cruises, cruzeiros com cerca de 4/5 dias, são perfeitos para este tipo de iniciativas, oferecendo uma experiência única onde a localização do
evento se move todos os dias com um incomparável custo/beneficio”, referiu o director‑geral da empresa. A MSC explicou ainda que é mais fácil conciliar reuniões e incentivos com o negócio “core” de lazer da empresa do que congressos e eventos. E o futuro é de maior aposta na Meetings Industry. “As empresas são cada vez mais internacionais com delegações em todos os cantos do mundo e este segmento permite que os seus colaboradores escolham o porto de embarque tendo a possibilidade de estarem presentes nas iniciativas da sua empresa, independentemente da sua localização”, salientou Eduardo Cabrita. Lá fora, os grandes armadores estão atentos a esta tendência. Na Royal Caribbean, a oferta começa a aumentar, assim como a procura. O grupo construiu 22 navios com centros de congressos, contou à CNN Lori Cassidy, directora de charters e incentivos da multinacional. Entre as preocupações de quem organiza eventos estão os enjoos, algo que os responsáveis das empresas dizem não ser um problema com os cruzeiros actuais, muito estáveis. Cassidy refere ainda outra vantagem: “os delegados não podem ir a lado nenhum, estão ali cativos”. Isto resolve um dos principais problemas dos organizadores: certificar‑se de que os convidados estão de facto no evento.
ALEXANDR A NORONHA
EMPRESAS WWW.EVENTPOINT.PT
Leading
#congressinportugal Nos últimos 10 anos, os 2.138 congressos internacionais que se realizaram em Portugal representaram receitas de aproximadamente 1.584 milhões de euros. Só na área da saúde foram 435, envolvendo 757.392 participantes. Apenas dois exemplos, mas inspiradores Mas o potencial do país é muito maior, e não se esgota em Lisboa e no Porto. Para ajudar a concretizar este potencial, a Leading abraçou o desafio de motivar e apoiar Universidades, Hospitais, Centros de Investigação, Associações Profissionais, Sociedades Científicas, Câmaras Municipais e outras Instituições que queiram candidatar‑se para acolher e organizar eventos internacionais em Portugal. Daqui resulta uma comunicação permanente para a importância da realização em Portugal dos grandes eventos internacionais; parcerias com algumas entidades para a apresentação de candidaturas; e mesmo um roadshow por várias cidades, apresentando a campanha e os objectivos. Para os responsáveis da Leading, Carin Isacson e João Paulo Oliveira, há pelo menos cinco objectivos que são muito claros: > Tornar a apresentação de candidaturas e a captação de eventos internacionais uma prática comum, à semelhança do que sucede noutros países europeus; > Afirmar o trabalho científico e profissional realizado em Portugal, projectando os resultados através da organização de importantes eventos internacionais; > Fazer com que o conhecimento produzido nestes encontros, pelo facto de se realizarem em Portugal, esteja acessível a mais portugueses; > Aumentar as receitas do país, contribuindo de forma directa para o desenvolvimento de muitos outros sectores da economia; > E finalmente conseguir resultados financeiros positivos, que permitam encarar estes projectos como fontes de financiamento complementares para as entidades nacionais que os organizam.
A primeira candidatura preparada pela Leading, para a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP), envolveu a pesquisa do congresso, estudo de viabilidade, preparação e apresentação de candidatura, realização de acções de promoção e gestão global do congresso, incluindo o programa científico e a exposição técnica. A candidatura foi apresentada em 2006 e Portugal venceu a Holanda e a Suíça para organizar em 2012 o 6th EORNA Congress. Já o mais recente desafio proposto pela Leading, e aceite pela Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), envolveu a candidatura ao 17th International ECHA. A candidatura do Porto foi muito apreciada e saiu vencedora frente a destinos tão populares como Praga. Assim, em 2020, Portugal recebe a visita dos maiores peritos internacionais, psicólogos, researchers e formadores para debater o "Desenvolvimento do potencial de excelência nas pessoas". Quer conhecer mais detalhes, e contar com o apoio da Leading para as suas candidaturas? Siga a hashtag #congressinportugal
Leading Linda‑a‑Velha | 916 611 119 | leading@leading.pt www.leading.pt www.vimeo.com/leadingcongress
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Imppacto
Nova Imagem Apresentada No Capitólio Foi no passado dia 11 de Setembro, numa festa bem animada, que a Imppacto apresentou ao mercado a nova imagem, e fê‑lo no Cine‑Teatro Capitólio, onde a empresa detém o exclusivo do catering. Esta mudança de imagem não corresponde a uma mudança de posicionamento, uma vez que esse está bastante consolidado. Prende‑se sobretudo com o crescimento da empresa nos últimos anos, e com a vontade de mudar a imagem anterior, algo datada. Destacam‑se agora os dois PP de Imppacto, sinalizando com as iniciais de um dos fundadores, Paulo Pinto, que esta é uma empresa familiar que se quer manter assim, nessa condição. E o azul e o cinzento em tons mais sofisticados, num bloco de marca sólido, que transmitem valores como qualidade, serviço, capacidade de resposta e robustez.
tonando‑os particularmente interessantes para, por exemplo, a apresentação de produtos. A sala permite ainda fazer blackout ou ficar completamente aberta, inundada de luz natural. O outro ponto de atracção deste Cine‑Teatro Capitólio é o terraço, um dos mais emblemáticos da cidade, ideal para um sunset, um cocktail ou mesmo um jantar, como puderam constatar as centenas de convidados da Imppacto no dia 11. Quer a sala quer o terraço têm capacidade para cerca de 700 pessoas em formato cocktail ou 400 se se tratar de um jantar.
Espaço multifuncional com terraço É uma descrição possível, na vertente de eventos, para este Cine‑Teatro Capitólio, recentemente remodelado, e símbolo de um Parque Mayer em transformação, mesmo no centro de Lisboa. Uma sala multifuncional, bem equipada de audiovisuais, com cerca de 400 m2, um palco principal com 120 m2, e mais dois palcos a meio que podem baixar, fazendo fosso, ou subir,
Imppacto – Catering & Eventos Almada | 212 962 365 | 937 200 350 | info@imppacto.com www.imppacto.com www.facebook.com/grupoimppacto www.instagram.com/imppacto
Hard Rock Cafe Porto
Identidade Forte, Também Nos Eventos Quando os fundadores do Hard Rock Cafe, os americanos Isaac Tigrett e Peter Morton, abriram a 14 de Junho de 1971 o primeiro restaurante em Old Park Lane, Londres, partilhavam duas paixões e uma ética de negócio.
Hard Rock no Porto As paixões eram evidentemente a música, o rock'n'roll, e a comida típica, bem condimentada, do sul dos Estados Unidos. Já a ética resultava em parte de uma viagem de Tigrett à Índia – como era habitual nos místicos ocidentais da época, pelo menos os que tinham a possibilidade de fazer essa viagem. Foi de lá que trouxe a inspiração para os motes que ainda hoje são os do Hard Rock, onde quer que esteja: Love All ‑ Serve All; All Is One; Take Time To Be Kind; e Save the Planet. Quase por acaso, ao negócio da restauração foram sendo adicionados outros ingredientes, como por exemplo o merchandising, que começou por ser um conjunto de t‑shirts brancas com o logo da marca, e hoje movimenta camisolas, t‑shirts, copos, pins e milhões de fãs; ou a memorabília, encetada pela oferta de Eric Clapton de uma guitarra para marcar a mesa onde gostava de se sentar sempre, e onde um dia encontrou outro cliente, seguida da oferta de uma outra guitarra, desta vez a de Pete Townshend dos The Who, com a nota: “Mine's as good as his! Love, Pete.” Hoje o Hard Rock detém a maior colecção privada no mundo de memorabília ligada ao Rock com mais de 80 mil peças. Hoje, o grupo do Hard Rock detém propriedades espalhadas pelo mundo inteiro, incluindo cafés, hotéis, casinos e, mais recentemente, um campo de golfe. Acima de tudo, transporta 47 anos de presença no mercado, apostando em proporcionar as melhores experiências possíveis aos seus clientes, que se revêm nos valores da marca. Num dos documentos de apresentação pode mesmo ler‑se “We create authentic experiences that rock”.
Em pouco menos de dois anos o Hard Rock Café Porto conseguiu afirmar os tais valores da marca junto dos consumidores, maioritariamente estrangeiros. Juntar música, memorabília, a típica comida americana, bebidas próprias, uma localização central, na zona histórica da Invicta, num edifício antigo que manteve a traça original, a atenção do serviço muito directo, que procura a interacção com as pessoas. E é também isto que o Hard Rock Cafe Porto tem para oferecer aos organizadores de eventos: a mística de uma identidade forte, de uma marca internacional, o poder de uma brigada de 22 pessoas na cozinha, onde tudo é feito “em casa”, num espaço com um carácter bem vincado, onde se vive e respira a música e um certo ideal de vida americano. Um espaço organizado em três pisos, que está disponível para eventos de pequenos grupos, enquanto mantém a operação normal do dia‑a‑dia, ou que pode ser alugado em exclusivo, aumentando aí a capacidade para um máximo de 300 pessoas.
Hard Rock Cafe Porto Porto | 227 664 470 | marketing@hrcporto.com www.hardrock.com/cafes/porto/ www.facebook.com/pg/hrcporto www.instagram.com/hrcporto
RADAR 38
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Centro Cultural De Belém Há 25 anos, um lugar para artes e eventos Nasceu há 25 anos com o objectivo de promover cultura, sendo palco para todas as artes. A actividade cultural no Centro Cultural de Belém (CCB) é intensa, mas a actividade relacionada com negócios e eventos não vai ficando para trás, estando o espaço preparado para congressos e reuniões, para eventos de grandes ou pequenas dimensões. O CCB conta com um Centro de Espectáculos, um Centro de Exposições e um Centro de Congressos e Reuniões, que acolheu em 1992 a presidência portuguesa da União Europeia. O trajecto percorrido ao longo destes 25 anos é muito positivo, de acordo com Isabel Cordeiro, administradora da Fundação Centro Cultural de Belém, que gere o CCB.
Deste percurso, Isabel Cordeiro destacou à Event Point três momentos: o primeiro, relacionado com a presidência europeia, em 1992 – o CCB “como lugar de representação do Estado”; o segundo momento prende‑se com a “afirmação da vocação cultural do CCB”, com a apresentação de uma programação diferenciada e inédita para a época, que “definiu padrões de qualidade no panorama cultural nacional que ainda hoje perduram”; e o terceiro ligado à forma mais consolidada como o CCB procurou afirmar‑se como “lugar da contemporaneidade”, um espaço educativo e de experimentação, que convida ainda hoje ao conhecimento, que se reinventou, que soube selar parcerias “fundamentais” com outras instituições culturais nacionais e internacionais e que concilia diferentes práticas e expressões artísticas.
A importância do sector MICE O Centro de Reuniões conta com diversas salas, auditórios e foyers pensados para acolher congressos e reuniões de natureza e dimensões distintas, proporcionando serviços relacionados, como banqueting, audiovisuais, hospedeiras ou decoração, entre outros. A política de fornecedores é de exclusividade, o que permite ao CCB “garantir ao cliente melhores condições de controlo e qualidade, dada a complexidade técnica e a permanente flexibilidade que reveste a maioria dos eventos, de forma crescente”. O CCB tem actualmente um contrato com a Casa do Marquês para os serviços de catering de eventos comerciais e outros contratos para os audiovisuais e multimédia. Para outras áreas, o CCB está disponível para receber propostas das agências e dos clientes. O peso do sector MICE nas receitas próprias do CCB corresponde a cerca de 40%, um valor que demonstra a importância do sector para o venue. Mas há ainda espaço para um “crescimento considerável” – “razão pela qual estamos também a apostar numa renovação dos nossos espaços, permitindo um branding de eventos de forma clara e diferenciada no segmento de mercado
do MICE, mas sempre absolutamente leal à arquitectura e design do CCB, que justamente lhe confere características únicas de um espaço contemporâneo integrado numa área monumental e paisagística absolutamente extraordinária da cidade de Lisboa”, acrescentou Isabel Cordeiro. O CCB assinala ao longo do ano estes 25 anos de existência e, do programa das comemorações, a responsável destaca a exposição “Território da Arquitectura, Gregotti e Associati 1953‑2017”, dedicada a Vittorio Gregotti, um dos arquitectos do CCB (o outro é Manuel Salgado), que vai ser inaugurada a 13 de Novembro, o concerto do DSCH – Schostakovich Ensemble a 28 de Outubro, o espectáculo “Fausto”, da Mala Voadora, com texto e direcção de Jorge Andrade, que sobe ao palco entre 5 e 8 de Dezembro, e ainda duas publicações que fixam “patrimónios, memórias e retratos” destes 25 anos do CCB.
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ISABEL CORDEIRO
Quatro perguntas a Isabel Cordeiro, Administradora da Fundação Centro Cultural de Belém Qual o balanço destes 25 anos? O CCB é hoje uma referência incontornável no panorama da Cultura portuguesa e da contemporaneidade. É uma instituição que participou no desenvolvimento impressionante da vida cultural da sociedade portuguesa nestas últimas décadas e nele continua activamente empenhada. O CCB trouxe novos públicos para a Cultura, deu um novo significado, mais plural, mais abrangente, à fruição cultural, à democratização do acesso à Cultura. Aqui, muitos artistas cresceram e se consagraram, também aqui as práticas artísticas mais diferenciadas, eruditas, contemporâneas, de experimentação e de reflexão tiveram acolhimento e momentos altos de expressão. O CCB é ainda hoje o lugar de todas as artes. Por tudo isso, o balanço só pode ser muito positivo.
O Centro de Congressos e Reuniões continua a ser uma vertente importante para o CCB? O Centro de Congressos e Reuniões foi desde o início considerado importante para a Fundação captar receita própria. Hoje essa importância é decisiva, para o cumprimento da sua missão cultural e para a sustentabilidade física e financeira da Fundação, uma vez que a receita gerada com os eventos comerciais constitui uma fonte de financiamento importantíssima para as restantes actividades e encargos da Fundação. E é por essa razão que gostamos de dizer que, quando uma empresa realiza um evento corporativo no CCB, está também a contribuir para o nosso projecto cultural. Qual o perfil de eventos que acolhem no centro de reuniões? O perfil é bastante diversificado, abrangendo desde os congressos e reuniões corporativas e institucionais, a grandes congressos internacionais envolvendo também os auditórios do Centro de Espectáculos, eventos sociais, activações de marca, workshops, team building, entre outros eventos e incentivos. Além disso, a excepcional configuração e localização dos diferentes espaços e a flexibilidade e competência das nossas equipas possibilita este posicionamento diferenciado.
Uma experiência marcante e muito intensa
Que planos existem para o futuro? Na área comercial e neste segmento em particular, no futuro mais imediato temos obras a decorrer em dois espaços que vão permitir já no final de Setembro ampliar a capacidade e o perfil de realização de eventos na Sala Almada Negreiros, virada para a Praça do Império e o Mosteiro dos Jerónimos, e na Sala Ribeiro da Fonte, frente ao Tejo e ao Jardim das Oliveiras. A parceria com a Casa do Marquês, por seu turno, transformou a Sala Vitorino Nemésio mais vocacionada para eventos sociais num espaço muito mais acolhedor, luminoso e simpático, com um amplo terraço virado para o rio que possibilita uma verdadeira fruição do lugar. Queremos associar à marca de qualidade uma imagem de contemporaneidade e de exclusividade também neste segmento, que está de resto em crescente e desafiante mudança.
MARIA JOÃO LEITE
Entre 1993 e 1995, Margarida Ferreirinha, actual directora de Comunicação da REN, foi Conference Centre Coordinator do Centro Cultural de Belém (CCB). A propósito dos primeiros passos do venue, Margarida Ferreirinha recordou que “o maior desafio na abertura do Centro de Reuniões foi, sem dúvida, combater a opinião pública negativa que existia na altura sobre o CCB”. Um desafio que foi ultrapassado com uma oferta diferenciadora, qualidade de serviço e inovação, explicou. “O CCB nasceu como um espaço integrado, o que constituía uma vantagem competitiva efectiva para os grandes eventos que começaram a vir para Portugal: os congressos médicos, as grandes apresentações e lançamentos comerciais viram uma enorme mais‑valia em escolher um espaço de grande qualidade para as suas reuniões, que podia ainda oferecer uma componente social e cultural ao mesmo nível. As exposições e espectáculos eram integrados nas propostas comerciais e as equipas dos três módulos (Centro de Reuniões, Centro de Espectáculos e Centro de Exposições) trabalhavam juntas para criar programas à medida dos clientes.” Margarida Ferreirinha guarda inúmeras boas memórias desses primeiros anos do CCB, uma experiência marcante e muito intensa. “Éramos poucos, trabalhávamos muito e aprendemos imenso uns com os outros. Hoje pode parecer pouco importante, mas na altura era muito raro as áreas culturais e comerciais trabalharem juntas. Havia bastantes preconceitos. O CCB, também aí, fez a diferença. Tive a sorte de ter experiências muito felizes posteriormente, mas o CCB foi de longe o projecto onde houve o maior espírito de equipa, de entreajuda, e onde todos tínhamos a noção de que havia um objectivo comum e que cada um (independentemente da função que tinha) era fundamental para o atingir. Houve sempre uma grande responsabilização, correspondida com um, também, grande sentido de responsabilidade.” Margarida Ferreirinha destacou ainda o “exemplo de liderança” de Maria José Stock [administradora com o Pelouro Cultural, Comercial e de Marketing] e Teresa Coelho [diretora das Actividades Comerciais], que foi “muito importante” em termos de desenvolvimento profissional. “Digo muitas vezes que o que desejo para os meus filhos é que eles possam ter uma experiência profissional tão marcante como a que tive no CCB”, sublinhou.
ESPAÇO APECATE 42
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“É tempo de investir”
Vemo‑nos Em Coimbra? Na recta final da preparação dos Best Event Awards (BEA) World 2018 importa uma reflexão do percurso percorrido… Dois anos após lançarmos a candidatura à organização de duas edições deste importante evento internacional, e apesar de alguns constrangimentos financeiros resultantes da primeira edição, acreditamos que trilhámos um caminho de sucesso.
Posicionámos dois destinos na rota dos eventos internacionais: Porto e Coimbra; Proporcionámos a várias empresas nacionais o contacto com uma rede de parceiros internacionais, e sabemos que os resultados comerciais foram positivos; Contribuímos para a internacionalização de várias empresas associadas. Esta é de facto uma oportunidade ímpar para as empresas se posicionarem no mercado global... e considerando que os BEA são agora uma marca global, é possível que as próximas edições deste evento possam não se realizar na Europa, o que distancia e dificulta por si as oportunidades para o nosso mercado. Assim, e não querendo ser fatalista, a verdade é que Coimbra é de facto uma oportunidade ímpar e derradeira para que as nossas empresas se possam afirmar perante mais de 400 representantes de empresas internacionais de eventos que têm como vocação a decisão de destinos e eventos internacionais. A edição deste ano apresenta uma novidade, ao premiar os “Best Location Awards”. Aumentam assim as oportunidades para os nossos destinos, espaços de eventos e congressos, quer em recintos infra‑estruturados, quer em espaços singulares.… E se a candidatura a estes prémios não foi possível, existem outras oportunidades para a apresentação do espaço/local sob outra perspectiva. E se Portugal continua a ser um destino na moda, atraindo diversos eventos internacionais, a verdade é que este Verão, já proliferaram notícias sobre outros destinos concorrentes, mais económicos, e onde já se sentem sinais de maior segurança e estabilidade, a “roubarem” turistas ao nosso País… O que faltará para que o mesmo aconteça na captação de eventos e congressos internacionais? É tempo de fazer o “trabalho de casa” e mais do que se deixar levar pela corrente de crescimento, preparar as bases para relações sólidas de confiança,
qualidade e fidelidade. Perceber que é tempo de investir, e não apenas recolher frutos, pois como a economia já nos provou, ela é feita de ciclos, e para contrariar tempos mais difíceis é este o momento de nos prepararmos. São exactamente estes os valores em que a APECATE apostou quando arriscou captar os BEA para Portugal. Sabíamos que, apesar da pequena estrutura que temos, podíamos dar este passo e contávamos com a participação activa dos nossos associados e parceiros. Por isso fica o convite! Contamos consigo em Coimbra, como parceiro, patrocinador, candidato a prémio, como participante, ou apenas para visitar esta bonita cidade.…
Se ainda não descobriu a melhor forma de o fazer, contacte‑nos, e teremos todo o prazer em apresentar‑lhe todas as possibilidades. Coimbra, 21 a 24 de Novembro de 2018 BEA World, Where Creativity Meets Business....
ANA FERNANDES VICE‑PRESIDENTE DA APECATE
FIGURAS 44
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© Arménio Belo
“Temos de ser sempre nós próprios a tornar aquilo que produzimos obsoleto” Presidente da Câmara de Paredes de Coura desde 2013, Vítor Paulo Pereira tem uma ligação de grande afectividade com o Festival de Paredes de Coura, não tivesse sido ele um dos fundadores do evento, há mais de 25 anos. A Event Point esteve à conversa com o autarca.
Um impacto no concelho “mais do que visível” Hoje em dia, apesar de vestir uma outra pele, a de autarca, o envolvimento com o festival mantém‑se, embora com funções e olhares diferentes daqueles que tinha quando era organizador do evento. Ter estado nos dois lados é uma vantagem. “Quem conhece o outro lado, também consegue muitas vezes compreender as necessidades e as preocupações do festival, e contribuir para os dois parceiros [autarquia e organização do evento] caminharem no sentido certo. Há a preocupação com o conforto das pessoas, com a relação que existe entre o festival e a vila, porque o festival também vive muito da vila, com a descentralização programática que procuramos fazer”, explica Vítor Paulo Pereira. O autarca lembra que um festival “é organização pura e dura” e que há mais vida para além do cartaz. “É tão importante o palco como as casas‑de‑banho. Fazer um festival com um grande cartaz, com condições de higiene, de conforto, de vivência no campismo más, uma coisa contamina a outra. E agora com as redes sociais, onde existe uma maior pressão do olhar, a fasquia da organização, de rigor, de logística, de produção, aumentou substancialmente”. Quando estava na organização, e agora como parceiro, Vítor Paulo Pereira encara o evento com muito rigor, e tem muita dificuldade em divertir‑se no recinto. “Uma empresa que está a organizar um evento não pode querer ter a tentação de participar e divertir‑se nele.” “A organização tem que ser rigorosa, com velocidade institucional a resolver problemas, porque o festival é uma máquina viva. Muitas vezes as pessoas não se apercebem, mas estão a acontecer problemas constantes, e a organização tem que mostrar que está capacitada para resolver os problemas, sem que isso afecte a vida das pessoas ou o seu divertimento”, sublinha o presidente da Câmara. Com tantos anos de envolvimento no festival, o autarca recorda muitas histórias. “Foi importante crescer com a ingenuidade, com o erro, com o fracasso, e com idealismo bacoco de querermos ser nós a transportar os músicos, a alojar os músicos, de muitas vezes investir mais numa banda porque gostávamos, e não porque pudesse trazer um acréscimo do ponto de vista financeiro à organização”, confessa. E lembra‑se de uma história em particular. “Quando os Tindersticks ficaram alojados na Casa do Paço, em Ferreira, e a senhora liga em pânico a dizer que faltava uma cama. Eles estavam lá todos numa sala, a comer numa mesa enorme, e para arranjar um novo quarto tínhamos de passar pela sala. Então eu e o Filipe [Lopes] fomos lá ajudar a senhora e estávamos a tentar de uma forma sorrateira, passar com o colchão por trás dos músicos que estavam a comer virados para a janela. Eles viram‑se para trás e dizem: ‘olha, vai ali a nossa cama’. Fomos apanhados em flagrante”. (risos)
A Câmara apoia o evento a nível da logística, das condições, dos sanitários, nas infra‑estruturas, no cuidar do rio e da sua envolvência, “ou seja é um trabalho de colaboração, uma vez que aqui entre a Câmara Municipal, mesmo antes de eu estar cá, houve sempre uma relação muito próxima com a organização”. Segundo o presidente, os festivaleiros notam todos os anos as melhorias e essas “fazem parte de uma preocupação e de um carinho que a Câmara Municipal e a organização têm para com os festivaleiros e com os campistas”. A importância deste festival é, do ponto de vista económico, “mais do que visível” para o concelho e os Courenses reconhecem isso. “Há aqui alguns comércios que se não fosse o festival teriam maiores dificuldades de sobrevivência. O festival é bom porque dinamiza a economia de uma forma transversal, até aos negócios mais díspares. Os festivaleiros chegam a todo o lado”. Depois há a faceta da visibilidade do território, “da imagem que as pessoas que são de fora de Paredes de Coura têm do nosso território, a imagem de modernidade, de criatividade, de inovação”. “Além do mais”, sublinha a negrito o autarca, “contraria muitas vezes o discurso da geografia. Sabemos que muitas vezes há um certo desânimo das pessoas que acham que são vítimas do determinismo geográfico, mas mostra que o que é verdadeiramente importante é a capacidade das pessoas de criar, e não o território onde se vive”. Se o festival é o “grande chapéus da modernidade”, o concelho de Paredes Coura orgulha‑se de ser muito activo e diferenciador em termos da programação de eventos. “Não procuramos fazer eventos para o mercado interno, não nos interessam as feiras medievais, aquilo que costuma ser feito. Todos os eventos que fazemos, fazemos para fora”, conta Vítor Paulo Pereira. Exemplo disso é o Congresso Internacional Vegetariano, ou o Mundo ao Contrário. O concelho recebe ainda um evento internacional da Lego. “Se tem pouca gente não nos preocupa, porque os eventos são como as árvores, plantam‑se, cuidam‑se. O próprio festival, e todos os eventos que fazemos, funcionam como um laboratório, todos os anos têm que se fazer reuniões de avaliação, e procurar melhorar. Porque se procurarmos viver à sombra do sucesso, os eventos acabam por morrer rapidamente”. E deixa a seguinte mensagem: “temos de ser sempre nós próprios a tornar aquilo que produzimos obsoleto, e não estar à espera que seja outro evento que torne o nosso obsoleto. Isso obriga‑nos a criar melhor, a sermos mais ousados, e às vezes até a seguir caminhos mais difíceis”.
OPINIÃO 46
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Os conteúdos que escolhemos partilhar definem a nossa marca
O Segredo (Das Redes Sociais) Está Na Receita Para prepararmos um grande petisco é aconselhável começar com uma boa receita. Nas redes sociais é a mesma coisa. Para tirarmos o máximo de partido das redes sociais em termos profissionais é preciso ter boas receitas e acrescentar alguma criatividade e trabalho.
Antes de começar a “cozinhar” é importante termos tudo em ordem, ou seja, termos os nossos perfis actualizados com uma foto profissional e um biografia corrente. Assim estamos prontos para começar a desenvolver a nossa marca pessoal em qualquer rede social. A nossa estratégia vai definir as receitas que escolhemos. A meu ver a nossa estratégia passa sempre por: Dialogar regularmente com a nossa rede e partilhar conteúdos cativantes, alinhados com a nossa marca pessoal de valor para a nossa comunidade. As redes sociais não servem só para transmitirmos as nossas ideias. Devemos dialogar escutando sempre os outros e fomentando conversas profissionais que tiram o máximo partido destas tecnologias. A cadência dos diálogos é muito importante e quanto mais regularmente dialogarmos melhor. Assim aumentamos a probabilidade de as nossas mensagens serem vistas pelos membros da nossa rede e estabelecermos uma forte rotina pessoal. Todos temos o potencial de influenciar a nossa rede pessoal, e quanto melhor for a nossa presença nas redes socais, mais hipóteses temos de demonstrar a nossa credibilidade e influenciar a nossa rede. Desenvolver uma marca pessoal pode demorar algum tempo mas devemos sempre geri‑la cuidadosamente e estrategicamente. A partilha de conteúdos, (textos, imagens, vídeos ou até podcasts) é indispensável para desenvolver a nossa marca. Os conteúdos que escolhemos partilhar de largo modo definem a nossa marca e factores como a origem, a qualidade e o estilo dos mesmos são importantes. Quando acrescentarmos comentários a conteúdos já existentes ou, ainda melhor, quando criamos conteúdos originais, aí sim conseguimos verdadeiramente demonstrar a nossa marca pessoal. Partilhar conteúdos cativantes é a prioridade porque só conteúdos deste tipo é que conquistam as redes sociais, talvez pelo valor emocional que contem. É igualmente importante que estes conteúdos estejam alinhados com a nossa marca caso contrário podem, nos piores dos casos, pôr em
causa a nossa credibilidade. A última componente desta estratégia é talvez a mais importante, trata‑se de contribuir para nossa comunidade profissional. É muito importante que os membros da nossa rede sintam que contribuímos activamente para a comunidade. Se apenas nos promovermos a nossa marca pessoal é vista como meramente publicidade e toda a estratégia é desperdiçada sem que possamos tirar partido dos benefícios das redes sociais. O último passo é criar ou adaptar receitas para as redes sociais alinhadas com a nossa marca e adequadas ao tempo e recursos que temos à nossa disposição. As minhas duas receitas preferidas são as seguintes: 1. EXPLORAR DIARIAMENTE AS REDES SOCIAIS, POR VOLTA DE 10 MINUTOS EM CADA UMA, E COMENTAR EM ARTIGOS OU RESPONDER A PERGUNTAS SOBRE TEMAS DA MINHA ESPECIALIDADE A QUE POSSA ACRESCENTAR VALOR. 2. DOCUMENTAR AS MINHAS VIAGENS EM TRABALHO OU ENCONTROS PROFISSIONAIS EM CURTOS VÍDEOS CAPTADOS POR UM TELEFONE E PARTILHAR NOS MEUS PERFIS DE LINKEDIN E TWITTER. Usando estas duas receitas vou a pouco e pouco mantendo a minha rede a par do trabalho que vou desenvolvendo, ao mesmo tempo vou alargando a minha rede, à medida que vou desenvolvendo a minha marca pessoal nas redes sociais. Convido‑o a fazer o mesmo.
MIGUEL NEVES FUNDADOR SOCIAL MEDIA CHEFS. GESTOR DE E VENTOS | CONSULTOR DE COMUNICAÇÃO DIGITAL E REDES SOCIAIS | PRODUTOR DE CONTEÚDO DIGITAL | BLOGGER
ESPAÇO APOREP 48
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Protocolo, Imagem E Eventos Em Debate Nas Jornadas De Protocolo Protocolo, Imagem e Eventos serão os temas das próximas Jornadas Internacionais de Protocolo que se realizam no dia 26 de Novembro.
As XIII JIP, organizadas pela APorEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo, terão lugar na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa. A iniciativa vai contar com diversos oradores de renome internacional, tendo como objectivo a actualização de conhecimentos, troca de informação e networking. A conferência de abertura com o título “Ensaio sobre os rituais e a convivência internacional” será proferida pelo Embaixador Francisco Seixas da Costa que foi embaixador de Portugal no Brasil, em França, além de representante de Portugal junto das Nações Unidas em Nova Iorque. Haverá três painéis sobre os temas‑base das Jornadas: sendo as soft skills essencialmente atitudes e comportamentos que facilitam as relações com os outros, o painel “Protocol – soft skills for hard work” reveste‑se de grande actualidade. Entre os profissionais do protocolo é costume dizer‑se que em protocolo não existem problemas, só situações que será necessário ultrapassar, sendo essenciais os conhecimentos básicos das regras, leis e cortesia. Atitude positiva e resiliência, compreender as situações e encontrar soluções eficientes e muitas vezes criativas, mantendo sempre o foco no objectivo, gerir o tempo com o planeamento das metas definidas, trabalhar em equipa com uma boa capacidade de comunicação e aprender sempre mais com o trabalho efectuado (e por vezes com os erros cometidos) são algumas das soft skills valorizadas para o hard work de manter o protocolo como algo que muitas vezes não se vê, mas que está presente, simplificando a vida a quem organiza um evento, seja ele de carácter oficial ou empresarial. O painel sobre “Imagem” será dedicado ao protocolo para pessoas e instituições públicas e privadas, à sua forma de estar, comunicar e de se relacionar com os seus públicos. No painel “Eventos memoráveis” contamos com a presença de profissionais do sector, que nos trarão as suas experiências e conhecimentos.
Teremos apresentações e conferências proferidas por: > José Maria Lopez Navarro, do Public Information Office da NATO; > Julio Panizo Alonso, da Universidade Pompeu Fabra em Espanha, autor do livro “Eventos y protocolo – la gestión estratégica de actos corporativos y institucionales”; > Jean Paul Wijers, fundador e director da Protocolbureau e do Institute for Strategic Relationship Management nos Países Baixos; > Isabel Amaral, Presidente da APorEP, formadora e autora do livro “Imagem e Sucesso”; > Ricardo Sabrosa, do Departamento de Comunicação do BPI e ex‑colaborador do Ministério dos Negócios Estrangeiros; > Bartolomeu da Costa Cabral, Coronel de Cavalaria da GNR com o tema “Imagem Institucional – uma mais‑valia”; > João Pestana Dias, da Fadus Special Events com “O conteúdo, a forma e a alma, na criação de um evento intemporal”. > Também de Espanha e da GMS Protocolo & Eventos, teremos Maria Gómez Requejo e Maria de la Serna, chefe de protocolo da Ministra da Indústria do Governo espanhol. A APorEP – Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo procura reunir neste encontro anual pessoas que se interessem por assuntos relacionados com cerimonial e protocolo, quer sejam particulares, estudantes, investigadores, profissionais dos Gabinetes de Comunicação, Imagem e Relações Públicas, do sector da Organização de Eventos e Protocolo ou de outras áreas. O objectivo é contribuir para que possam melhorar os seus conhecimentos e beneficiar da troca de experiências. Não perca esta oportunidade de ouvir grandes oradores e conhecer pessoas que partilham os mesmos interesses e enfrentam as mesmas situações no seu dia‑a‑dia profissional. Esperamos por si no dia 26 de Novembro no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, em Campolide! ISABEL NÉVOA TAVARES MEMBRO DA DIRECÇÃO DA APOREP
OPINIÃO 50
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Braga Posiciona‑se Para Ser Referência No Turismo De Negócios Portugal foi eleito recentemente, e pela segunda vez consecutiva, como o melhor destino europeu pelos World Travel Awards. Uma distinção que comprova que o mundo está a “descobrir” Portugal. Cabe agora ao Governo, ao poder local, às entidades sectoriais e aos empresários do sector conseguir capitalizar o interesse crescente dos turistas estrangeiros pelo nosso país e garantir que este interesse não é apenas uma tendência efémera ou passageira, mas antes uma aposta firme e para ficar.
Uma das formas para consolidar esta vaga de turismo passa pela aposta em determinados nichos, como é o caso do turismo de negócios. E é exactamente sobre este tema que gostaria de deixar uma reflexão, dando como exemplo o trabalho que estamos a realizar em Braga, com a recente abertura do Altice Forum Braga. Investimos mais de 9 milhões de euros para criar esta infra‑estrutura polivalente, composta por um centro de congressos (com o maior auditório do norte do país e diversos espaços complementares); um pavilhão multiusos (com a segunda maior sala de espectáculos do país) e uma extensa zona exterior, com 650 lugares de estacionamento no centro da cidade de Braga, pronta para acolher feiras e concertos para até 20 mil pessoas. A nossa estratégia passa por posicionar Braga como uma cidade de referência no turismo de negócios em Portugal, a partir do Norte de Portugal e da Galiza, aliando as vantagens competitivas da região (excelentes acessibilidades, património histórico milenar, boa capacidade hoteleira e uma oferta cultural diversificada) a uma infra‑estrutura moderna e de última geração, com capacidade para acolher todo o tipo de eventos, incluindo corporativos e culturais, das 20 até às 20 mil pessoas. Estamos convictos de que o turismo de negócios poderá ser um dos pilares de desenvolvimento da região de Braga, dado que reunimos todas as condições para trazer para Braga eventos nacionais e internacionais de grandes dimensões. Exemplo disso mesmo é o facto de Braga e o Altice Forum Braga terem sido escolhidos para receber a Dance World Cup em 2019. Este evento vai trazer 6.500 jovens de 48 nacionalidades diferentes ao Forum Braga, durante 10 dias, e oferecer uma projecção mundial a Braga e a Portugal. Mas os exemplos continuam. No mês de Setembro, o Altice Forum Braga acolhe o 4º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses, o 20º Congresso Português de Endocrinologia e um concerto com a banda norte‑americana Thirty Seconds To Mars, por ocasião da inauguração oficial do Forum. Já em Outubro vamos receber a Convenção da Natação e, em Novembro, o Congresso de Medicina Desportiva será também realizado no Altice Forum Braga. Entre os eventos já realizados destacam‑se o Greenfest, o maior evento de sustentabilidade do país, o festival Groove Braga, a reunião comercial da região norte da empresa Fidelidade ou o programa Os Nossos Campeões: Norte Summit, da SIC Notícias e do Novo Banco. Foram mais de 40 eventos nos três primeiros meses de actividade, também com muito teatro e eventos musicais e infantis. A elevada taxa de ocupação para 2018 e 2019 é para nós um barómetro de que estamos no bom caminho para colocar Braga no radar dos principais destinos para o turismo de negócios. Este posicionamento ajudará a promover o desenvolvimento económico da região, gerando emprego e contribuindo para que Braga seja uma cidade cada vez mais cosmopolita e moderna, sem nunca esquecer o orgulho pela sua herança histórica.
Estamos a fazer o nosso trabalho. É, agora, importante que as entidades responsáveis por esta área em Portugal percebam a nossa estratégia e a oportunidade, e apoiem a captação de eventos nacionais e internacionais para Braga e para outras cidades que não apenas Lisboa, Porto ou Algarve. Braga quer afirmar‑se como um dos polos do país para receber e realizar eventos de grande envergadura. Desafiamos o Turismo de Portugal, o Turismo do Porto e Norte e os restantes agentes a apostar em Braga. Os dados da International Congress and Convention Association (ICCA) de 2017 mostram que Portugal ocupa o 11º lugar a nível mundial na lista dos destinos mais procurados para a realização de congressos, conferências e eventos internacionais. Acredito que Portugal – tendo em conta as múltiplas vantagens e mais‑valias que o país apresenta – possa, no futuro, ascender ainda mais alto neste ranking. Da nossa parte, espero que o trabalho que estamos a desenvolver em Braga contribua para que Portugal possa tornar‑se como uma das principais referências mundiais no turismo de negócios. CARLOS OLIVEIR A PRESIDENTE DA INVESTBR AGA
DESTINO NACIONAL 52
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O Bea World Festival decorre de 21 a 24 de Novembro em Coimbra
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Coimbra Tem Mais Encanto Para Eventos A cidade aposta em grande na Universidade e no Convento de São Francisco como cartões de visita para a indústria dos congressos e eventos.
Eventos no Convento
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Nas margens do Mondego ergue‑se uma cidade orgulhosa, marcada pelo conhecimento da mais antiga Universidade de Portugal, onde estudantes de preto continuam a levar a cabo tradições de vários séculos. A história de Coimbra remonta a épocas imemoriais, marcada pela presença romana, três séculos de ocupação muçulmana e o estatuto de capital do reino durante quase dois séculos, depois da Reconquista Cristã. Foi em Coimbra, na Quinta das Lágrimas, que a trágica história de Pedro e Inês foi imortalizada. Com igrejas para todos os gostos, o icónico Convento de Santa Clara e o Portugal dos Pequenitos, a cidade é de visita obrigatória para todo o tipo de turistas. A poucos quilómetros, as praias da Figueira da Foz são um bom ponto de encontro para momentos mais relaxados. Uma incursão às Aldeias de Xisto, à Serra da Lousã ou à cidade romana de Conimbriga são outros locais de visita possíveis, em torno da cidade. Com os pés no século XXI, Coimbra conta com um cluster tecnológico e de saúde, que reforça os atributos da cidade como centro económico e de conhecimento no País. Com todas estas características, não admira que esteja cada vez mais no radar do sector dos congressos e eventos.
O Convento de São Francisco foi construído no século XVII, tendo sido habitado por Franciscanos desde 1609. Foi ocupado durante as invasões francesas e, no século XIX, com a extinção da Ordens Religiosas, o complexo passou a assumir outras funções, tendo inclusivamente albergado várias fábricas. Depois de comprado pela Câmara de Coimbra, nos anos 80, o Convento começou a preparar‑se para as suas funções actuais, com a construção de um auditório e várias salas polivalentes. Assim, o edifício tem‑se assumido, mais recentemente, como um dos motores da estratégia da cidade para a área, mas há outros espaços a dar cartas e a zona é cada vez mais procurada para todo o tipo de eventos. “A cidade e a região apresentam condições excepcionais para o desenvolvimento deste segmento; além dos motores essenciais para a dinamização dos grandes eventos (a academia, a saúde, os clusters relacionados com a investigação, tecnologia e inovação e o património), existem infra‑estruturas e equipamentos modernos com capacidade de acolher todo o tipo de desafios do segmento MICE, seja ao nível de salas e centros de congressos e multiusos, seja ao nível de unidades de alojamento e restauração de qualidade”, revelou à Event Point fonte da Entidade Regional do Turismo Centro de Portugal. Actualmente, a organização de eventos já faz parte do dia‑a‑dia. “Dotado de um conjunto de espaços apelativos e de uma beleza extraordinária, o Convento de São Francisco oferece as melhores condições materiais, técnicas e organizativas para a realização de conferências científicas, eventos sociais, corporativos e de incentivos. Os espaços interiores e exteriores convidam e permitem a coexistência, autónoma ou simultânea, de eventos diversos, inclusivamente atividades de programação cultural e artística”, lê‑se no site deste local histórico. O edifício conta com espaços de vários tamanhos e que podem ser usados com diversas finalidades, incluindo a antiga Igreja do Convento. A Entidade Regional acredita que há vários motivos para a escolha de Coimbra na área dos congressos e
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eventos. “A centralidade da cidade, o património histórico e cultural, associado a atractivos recursos naturais e excelente gastronomia, são factores diferenciadores. Tendo como base as inúmeras solicitações de apoio vindas dos diferentes departamentos da Universidade de Coimbra e do Politécnico, das unidades de saúde, das incubadoras, de organismos públicos e privados, verificou‑se um crescimento considerável deste segmento na cidade, reflectindo‑se claramente na ocupação das unidades hoteleiras e na receita turística da cidade”, explicou a mesma fonte. Aliás, a Universidade está na linha da frente em vários eventos e congressos com um enfoque no conhecimento. Na lista de eventos que ocorreram ou estão previstos para a cidade este ano e em 2019, a instituição está em destaque com congressos e encontros dedicados à medicina, química, ciências sociais, entre outros. “Trata‑se de um segmento com capacidade para atrair para a cidade e para a região um importante nicho de mercado ao longo de todo o ano. No que respeita à diversificação da oferta e concretização dos objectivos em termos de atractividade e receita turística, o segmento MICE apresenta‑se como uma aposta de excelência e, o fenómeno dos últimos tempos tem vindo a mobilizar os diferentes agentes no sentido do alinhamento da estratégia de penetração do mercado”, explicou fonte da Entidade Regional do Turismo Centro de Portugal. Por sua vez, a Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, responsável pela internacionalização da marca, dá conta de que “as diversas áreas do conhecimento ligadas às diversas instituições de
ensino na cidade, com particular destaque para a Universidade de Coimbra e toda a economia da saúde da cidade, foram um dos principais factores que contribuíram para a dinamização deste segmento de mercado. A ocupação dos hotéis e das principais salas de conferências da cidade, com destaque para o Convento de S. Francisco poderão dar, a este propósito, dados que comprovam a importância deste segmento para a economia turística da cidade”. A Universidade, com raízes que datam até ao século XIII, sempre foi um centro de educação e cultura de Portugal durante muitos séculos e, nos dias de hoje, mantém o seu lugar de liderança em várias áreas da cultura e do saber. Conta com oito Faculdades (Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, Ciências do Desporto e Educação Física) e mais de 22 mil alunos. Num país em que mais tradicionalmente o sector dos congressos e eventos se concentra em Lisboa, Porto e Algarve, Coimbra aproveita as suas especificidades para se promover no mercado. O crescimento em número de quartos é, também, um bom cartão de visita para a cidade na área do turismo. Segundo dados da Pordata, Coimbra tinha, em 2016, 3.580 estabelecimentos hoteleiros a operar, uma aumento considerável face a 2009, quando tinha 2.233. Com o crescimento do turismo, este número estará, certamente, obsoleto. O aumento da capacidade hoteleira na cidade dita que cada vez mais seja uma solução para a área dos eventos e dos congressos, com o mundo académico a ser importante na atracção de turismo de negócios à cidade.
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Bea World descem ao Mondego A prova de que Coimbra está a dar cartas na área dos congressos e eventos está na realização do Bea World Festival na cidade, depois de em 2017 ter rumado ao Porto. Os prémios mundiais dos eventos têm lugar entre 21 e 24 de Novembro, no Convento de São Francisco. Este ano há novas categorias a concurso, como a da melhor localização para um evento, bem como um novo presidente do júri, Gerd de Bruyker, director de marketing da Cisco Systems. Este responsável irá liderar uma equipa de representantes de várias multinacionais e de agências de eventos de todo o mundo. Os Bea transformaram‑se, no ano passado, em prémios mundiais na área dos
eventos, sendo a organização do ADC group, em parceria com a associação APECATE e com o Turismo de Portugal. Os prémios contam com o apoio do ministério da Economia, da secretaria de Estado do Turismo, da Câmara de Coimbra, do Turismo Centro de Portugal e com o patrocínio da EDP e da TAP. A escolha da cidade para este evento é um sinal da sua crescente importância no sector.
ALEXANDR A NORONHA
DESTINO INTERNACIONAL 56
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Meca mundial da gastronomia
Em Tóquio, O Japão Cruza‑se Com O Mundo A capital japonesa é um aglomerado gigante de tradições, modernidade, sabores e vida acelerada. Não é de admirar que seja escolhida para cada vez mais eventos.
Uma das principais atracções turísticas de Tóquio é um cruzamento, atravessado por um conjunto de passadeiras para peões. Na mega‑capital do Japão, com mais de 13 milhões de habitantes, turistas aglomeram‑se para ver o espectáculo diário de Shibuya Crossing, em que, diz‑se, por vezes atravessam mil pessoas de cada vez, debaixo da presença imponente de arranha‑céus coloridos e iluminados. E, claro, estando no Japão, tudo é feito de forma ordeira, com o mínimo contacto. A essência da cidade está aqui, no aglomerado de gente apressada, a caminho de um qualquer trabalho que não tem hora para estar acabado.
A capital nipónica não serve para quem gosta de espaço e sossego, ainda que por todo o lado se vejam templos e jardins bem desenhados, para ajudar os ocupados japoneses a relaxar do dia‑a‑dia. O metro apinhado é frequentemente alvo de fotos e reportagens em todo o mundo, com o foco em funcionários que, sem grande alarido, empurram os passageiros para dentro das carruagens, como sardinhas enlatadas numa caixa de fósforos. No entanto, apesar do desconforto na viagem, a cultura japonesa dita um silêncio quase sepulcral, por vezes difícil de entender para um estrangeiro
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Venues para todos os gostos desconfortável. Em Tóquio impera uma ordem desordenada que faz parte do apelo da cidade e que se alastra aos poucos momentos de lazer de um povo viciado em trabalho. Em Akihabara lojas de produtos electrónicos misturam‑se com prédios em que escadas rolantes infindáveis levam os visitantes a centenas de salas de jogos electrónicos ou a estantes a abarrotar de todo o tipo de livros de manga, animé e outras tendências. Tóquio ostenta ainda o título de Meca mundial da gastronomia, com o melhor do sushi, ramen, okonomiyaki e outras delícias locais e internacionais. Restaurantes requintados coexistem pacificamente com pequenos espaços mais humildes, numa cidade que lidera há uma década o número de distinções do Guia Michelin. Há ofertas para todos os gostos, desde restaurantes com três estrelas, a preços exorbitantes, a locais mais acessíveis, com comida de elevada qualidade que não causa estragos na conta bancária dos muitos foodies que se deslocam à capital do Japão.
Tóquio está bem equipada para receber congressos. Há pelo menos 12 venues com capacidade para eventos de grande e média dimensão, como, por exemplo, o International Forum, com 11 andares, bem no coração da cidade, com um auditório que pode receber mais de 5000 pessoas. Outra das grandes infra‑estruturas, o Big Sight, conta com várias salas espalhadas por uma Torre, com capacidades variáveis, mas que podem ultrapassar as mil pessoas. Ao lado fica o Tokyo Fashion Town, um venue versátil, que pode ser adaptado a vários tipos de eventos. Em Shibuya, o Hikarie Hall alberga duas salas de eventos, sendo que uma delas tem cerca de mil metros quadrados. A cidade conta ainda com vários espaços mais pequenos, alguns deles únicos que podem ser usados para eventos, congressos e eventos. Um jardim com 400 anos, onde se erguem edifícios tradicionais, é frequentemente palco de cerimónias. Várias embarcações estão à disposição dos organizadores de eventos e estruturas como a
© Ben Cheung
Tokyo Dome, o primeiro estádio coberto do Japão, que pode acomodar 55 mil pessoas, constam na lista de espaços notáveis na cidade. Para impulsionar o sector dos congressos, eventos e incentivos, Tóquio lançou o site www.businesseventstokyo.org onde dá conta das vantagens da cidade para o turismo de negócios. Entre elas está a existência de 140 universidades e um PIB equivalente ao de alguns países, que fazem com que esteja no top das mais desenvolvidas mundialmente. Mas há dez razões, diz a mesma página, para realizar um evento na capital japonesa.
1 > Experiência e história no sector: 225 congressos organizados em 2016, sexto lugar a nível mundial. 2 > Bons acessos de todo o mundo 3 > Oferta alargada de hotéis e venues 4 > Segurança e limpeza 5 > Mistura de moderno e tradicional 6 > Gastronomia 7 > Hub académico e de negócios asiático 8 > Óptimo serviço e organização 9 > Apoio forte do governo local 10 > Profissionais locais de qualidade
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