ANO IX NÚMERO 31 TRIMESTRAL JUL, AGO E SET DE 2019 5,00 € COOL SPONSORS
GRANDE ENTREVISTA: ALEXANDRA BALTAZAR UP PARTNER COMEMORA 30 ANOS CASE STUDY: MOMENTUM
FICH A T ÉCNICA 4
ÍNDICE
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PROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação NIF: 508135648 Rua do Jornal de Notícias, 562, R/C Drt. 4100‑293 Porto | Portugal Tel: 221 113 202 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt GERÊNCIA Rui Ochôa CAPITAL DA EMPRESA Cláudia Sousa (100%) SEDE DA REDACÇÃO Av. D. Afonso Henriques, 1462 ‑ Ed. Olympus I, 1.º Tras. 4450‑013 Matosinhos | Portugal DIRECTOR Rui Ochôa [rui@eventpointinternational.com] EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO Cláudia Coutinho de Sousa [claudia@eventpointinternational.com]
6 GRANDE ENTREVISTA: ALEXANDRA BALTAZAR 12 Pode um centro de congressos acrescentar valor aos membros das associações?, por Julianne Jammers 14 Espaço Empresas
REDACÇÃO Maria João Leite [mj@eventpointinternational.com] Alexandra Noronha [alexandra@eventpointinternational.com] CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS Ramy Salameh, Rose de Almeida DIRECTOR COMERCIAL Filipe Silva [filipe@eventpointinternational.com] ASSISTENTE DE DIRECÇÃO Rita Costa CONSELHO CONSULTIVO Alexandra Ramos, Alexandra Torégão, Ana Fernandes, António Gouveia Santos, Isabel Amaral, João Luís Moita, João Paulo Oliveira, Joaquim Pires, Jorge Vinha da Silva, Maria José Alves, Nuno Pinto Magalhães, Paulo Campos Costa, Pedro Magalhães, Pedro Ribeiro, Pedro Rodrigues e Sandra Antunes
18 CASE STUDY: MOMENTUM 20 Associativismo: “Temos uma oportunidade tremenda”
TRADUÇÕES Diana Reis Marques [diana@eventpointinternational.com] COLABORAM NESTA EDIÇÃO Julianne Jammers, Nuno Seleiro DESIGN Norma Design [info@normadesign.com] FOTOGRAFIA DE CAPA Momentum FOTOGRAFIA Minifoto IMPRESSÃO Norprint ‑ a casa do livro Zona Industrial Alto da Cruz ‑ Rua das Artes Gráficas, nº 209 4780‑739 Santo Tirso | Portugal Nº REGISTO ERC 126066 DEPÓSITO LEGAL 330066/11 TIRAGEM 3.500 exemplares PERIODICIDADE Trimestral ESTATUTO EDITORIAL www.eventpointinternational.com/pt/content/18‑about‑us É estritamente proibida a reprodução parcial ou integral de textos ou ilustrações da Event Point. As informações contidas nos anúncios são da exclusiva responsabilidade dos anunciantes. Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar.
23 UP PARTNER: TRINTA ANOS AO SERVIÇO DAS MARCAS 26 Espaço APECATE 28 Aplicações móveis para eventos. Valem a pena?, por Nuno Seleiro 30 Pequeno‑almoço Event Point: Pensar e agir coletivamente 32 Espaço APorEP 34 Passaporte português: Marta Gomes 38 Tendências: Mercado MICE Halal 40 Hotelaria: Iberostar Lisboa 43 Consultório de protocolo 44: Formação: Academia de Formadores 48 Destino nacional: Vila Nova de Famalicão 52 Destino internacional: Uruguai 56 Diretório
EDITORIAL
Cláudia Coutinho de Sousa
Rui Ochôa
PENSAR E AGIR COLETIVAMENTE Este é o título da peça em que lhe damos conta de mais uma edição dos nossos pequenos‑almoços debate, desta vez no Porto Palácio Congress Hotel & Spa. O tema, “Turismo em alta: impacto no setor de eventos e congressos”, conduziu‑nos uma vez mais à amarga sensação de que nos falta sempre algo. Os problemas estão identificados, sabemos até como resolvê‑los, ou melhor, sabemos que passos seriam necessários para que eles fossem resolvidos, mas depois esbarrramos numa atávica incapacidade para pensar e agir coletivamente. Apesar de tudo, a nossa performance como país, como destino, é assinalável. Podemos imaginar como poderia ser, se determinados obstáculos fossem removidos?… Como quebrar este círculo vicioso? Eis a questão. Por falar em destinos com bons desempenhos, em termos de atração de eventos, a nossa grande entrevista é desta vez com Alexandra Baltazar, coordenadora do Lisboa Convention Bureau. A capital portuguesa, ficámos a saber, ocupa o 6º lugar entre todas as cidades que no mundo mais congressos internacionais atrairam, de acordo com o ranking da ICCA. Admirável. Neste espaço houve tempo para falar de turismo, venues, apoios, aviões, arte, e muito mais. Confira o texto, e as fotos do António Camilo. A UP Partner comemora 30 anos, e estivemos à conversa com Rui Batista para conhecer o percurso da agência no que aos eventos diz respeito, e ao modo como olham os desafios de uma comunicação integrada, de modo a corresponder cada vez melhor às necessidades dos clientes. Momentum é um case study muito interessante, porque mostra que a academia e as empresas podem colaborar, e fazer com que ambos os lados ganhem. Este é um evento pensado, preparado por alunos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, e concretizado com a ajuda e os meios da Imppacto. O resultado apela tanto aos sentidos que se torna deslumbrante. Como destinos, por cá escolhemos Vila Nova de Famalicão, uma região pujante do ponto de vista industrial e comercial, que aposta em atrair também ela mais eventos, e lá por fora o Uruguai, um país relativamente pequeno, mas muito diverso e pacífico, onde sobressai uma classe média bastante robusta. E onde existe uma cidade antiga, fundada pelos portugueses, em pleno século XVII.
Por isso, boas leituras, e até breve!
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“TRABALHAR NA CONSOLIDAÇÃO DA MARCA LISBOA”
© António Camilo
“OS ASSOCIADOS SÃO RESPONSÁVEIS PELO SUCESSO DOS EVENTOS EM LISBOA” Alexandra Baltazar coordena desde 2006 o Lisboa Convention Bureau, um desafio que a motiva todos os dias. Nesta Grande Entrevista à Event Point, a responsável analisa a evolução do setor MI na capital portuguesa, que a coloca na 6ª posição mundial do ranking da ICCA de cidades que acolhem mais congressos internacionais, mas já com os olhos postos no futuro.
Como se descreveria a si própria? Lutadora, idealista. Quais foram os momentos mais marcantes do percurso profissional até aos dias de hoje? Candidatar‑me a um estágio na Missão de Portugal na ONU, em Nova Iorque, em 1997; trabalhar nos EUA, ser responsável pela imprensa na Delegação do ICEP também em Nova Iorque. Regressar a Lisboa e abraçar o Turismo de Lisboa em Agosto de 2004; e finalmente assumir a coordenação do LCB (Lisboa Convention Bureau) em Março de 2006, uma área completamente diferente para mim, altamente desafiadora e motivante. Enquanto lisboeta, quais são os locais onde vive mais intensamente a cidade? Porque trabalho no Terreiro do Paço, direi a proximidade do Tejo, o Chiado e Príncipe Real, a zona de Belém e o bairro onde vivo, Campolide. Como tem visto a evolução da capital? O que mais a orgulha na Lisboa de hoje? O TL (Turismo de Lisboa) existe há mais de 20 anos enquanto responsável pela promoção internacional da Região de Lisboa. Os resultados estão à vista de todos. O investimento público e privado visível na reabilitação da cidade, o empreendedorismo e criatividade das novas gerações, com novos olhares sobre o presente e futuro da cidade e da nossa indústria. Orgulha‑me que esteja latente o carácter de Lisboa e o que nos diferencia, o nosso saber receber. O que é que mais a apaixona no seu trabalho? Trabalhar na consolidação da marca Lisboa. O processo de trabalho da nossa equipa na captação e confirmação de eventos internacionais para Lisboa com todos os desafios inerentes ao processo. Fazer melhor. Aprender com os nossos pares.
MERCADOS PRIORITÁRIOS Quais são os mercados que mais procuram Lisboa hoje em dia? São os mesmos de há 10 anos? Como vê a evolução da procura? Há variações, mas mantemos como prioritários o Norte‑Americano, Alemanha e UK. Outros mercados europeus são trabalhados com ações de familiarização do destino, imprensa, no que toca aos eventos corporate e incentivos. O segmento associativo é trabalhado de forma diferente e a captação é um processo contínuo, muitas vezes um longo namoro até conseguirmos confirmar o congresso. Há Associações que muito nos honram pela confiança, traduzida no loop dos seus congressos em Lisboa. São exemplos as associações da Diabetes, Cardiologia, Alergologia, a CIRSE [Cardiovascular and Interventional Radiological Society of Europe]. De que forma estão a trabalhar, por exemplo, o mercado asiático? É uma grande oportunidade? Poderá ser uma oportunidade ao nível de captação de eventos corporate e incentivos. Faltam as ligações e a base na oferta do destino, incluindo guias oficiais que falem mandarim, para o mercado chinês. O LCB organizou e acompanhou em 2018 uma fam trip com workshop com 19 buyers da China. Ficámos com vontade de continuar este investimento pelo feedback extremamente positivo que tivemos do lado dos buyers e dos nossos associados presentes. No entanto, para que faça sentido o investimento, há que ter uma base sólida. Ainda não está lá, a meu ver.
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Sabemos da importância das ligações aéreas neste setor. Como avalia as rotas existentes? Que consequências existem dos problemas sentidos na operação do aeroporto Humberto Delgado? Estamos muito satisfeitos com o aumento dos voos e gateways especialmente da América do Norte para Lisboa, o que permite consolidar a atratividade de Lisboa também para o MI e a confirmação de eventos com maior dimensão para o destino. O desafio do aeroporto está identificado há anos pela direção do Turismo de Lisboa. Estão finalmente a ser dados passos para um novo aeroporto. Que instrumentos de promoção são mais utilizados pelo Convention Bureau e de que forma as ferramentas de comunicação foram mudando ao longo dos anos? Privilegiamos o contacto direto, a experiência pessoal, o taylor made. A experimentação do destino ainda é a forma mais eficaz de o ‘vender’?´ Quase sempre, direi, mas dependerá dos segmentos e dos decision makers. Em termos de promoção, julgamos ser uma ferramenta muito eficaz a experiência pessoal e o contacto com a rede de associados. Os nossos associados são os responsáveis finais pela concretização e sucesso dos eventos em Lisboa. A eles se devem os louros dos êxitos e recordes dos eventos em Lisboa (ainda em Junho o congresso da EAACI [European Academy of Allergy & Clinical Immunology] atingiu um novo recorde europeu, pela participação de mais de oito mil pessoas).
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A POPULARIDADE DO DESTINO A popularidade de Lisboa em termos de turismo traz um desafio acrescido, ou pelo contrário, facilita o trabalho do Convention Bureau? Claro!, mas sim facilita. Na IMEX Frankfurt, em conversa com uma agência norte‑americana, a rep dizia‑me: ‑ Alexandra, toda a gente que conheço foi a Lisboa, está em Lisboa ou quer ir a Lisboa. Dei‑lhe um beijo. Acredita que pode haver, ou já há, alguma tensão entre o turismo de lazer e de negócios na cidade? Há meses do ano com maior pressão pelo elevado número de eventos especialmente a acontecer na cidade, mas há equilíbrio, resultado da importância do MI para o destino e para a rede de associados.
De que forma os prémios, os rankings, o reconhecimento internacional, ajudam a implementar as estratégias de promoção do Convention Bureau? Além de serem um reconhecimento do trabalho desenvolvido há anos, permitem‑nos definir e aperfeiçoar caminhos de promoção e de captação. Uma das principais “queixas” do mercado é a falta de espaços para eventos na cidade. Como vê essa questão? Pelo que conhece do plano de expansão da FIL, essa resposta será suficiente para cobrir as necessidades de Lisboa nos próximos anos, em termos de venues? Dada a procura, dimensão dos eventos e novas necessidades dos organizadores, o Turismo de Lisboa identificou a necessidade de um novo centro de congressos multifuncional e estrategicamente localizado há mais de 10 anos, pelo que vemos com bons olhos a expansão deste equipamento.
Que destinos são os principais competidores de Lisboa? Depende do segmento. Em termos associativos, normalmente concorremos com Viena, Berlin, Paris, Madrid, Barcelona, Estocolmo. Em relação a destinos nacionais, diria que existe cooperação entre todos? Sente que Lisboa é um caso à parte? Se sim, em quê e porquê? Há respeito e apoio. Sou lisboeta, trabalho no Turismo de Lisboa e vivo em Lisboa. As sete regiões têm dimensões e um posicionamento diferente relativamente à relevância do MI no seu plano estratégico e nos seus objetivos. Lisboa destaca‑se largamente no âmbito nacional em termos do MI, não só pela oferta, atratividade e notoriedade, mas também pelo investimento e trabalho que tem sido realizado há mais de duas décadas neste produto. Lisboa está no top 10 mundial da ICCA. É a 6ª cidade a nível mundial. Os resultados de Lisboa são fruto de muitos fatores, o sucesso não cai do céu. Não acreditamos no sistema de tentar desviar os eventos dos destinos consolidados e de referência para os encaminhar para outros destinos emergentes. Sabemos é que quanto mais turistas e negócio consolidado Lisboa, a capital do país, tiver, mais turistas e negócio terão as outras regiões do país. Como olha para o papel do Turismo de Portugal, que avançou para a criação de uma equipa própria dedicada à Meetings Industry? Tem o seu papel. Como nem todas as regiões têm um Convention Bureau, pode ser uma ajuda muito útil. No caso de Lisboa, sendo o processo de identificação e captação de eventos internacionais maioritariamente desenvolvido por nós e pelas empresas associadas, tem menos relevância. Por curiosidade, no âmbito do nosso trabalho de captação de eventos internacionais apresentámos aos programas nacionais, chamados fundos de apoio à captação, cerca de 400 candidaturas. De notar que até 2015 Lisboa era apenas elegível para eventos com mais de 1.800 pessoas. Portanto, estamos a falar de um universo muito menos vasto do que a totalidade dos eventos que recebemos. No programa lançado de 2015 a 2018 apresentámos 275 e temos neste momento a aguardar resposta 58 candidaturas para eventos a realizar de 2020 a 2025. Para que o fundo de apoio a eventos corporate e associativos internacionais possa ser diferenciador em fase de candidatura do destino, há que dar respostas em tempo útil. E muitas vezes isso não acontece. Há diversos exemplos de eventos candidatados em que esperámos um ou dois anos para confirmar apoios ou pagar fundos aos organizadores. Mas eles vieram na mesma e realizaram os eventos.
As noites de hotel são de facto o principal indicador de referência para a tribuição destes apoios, ou deveria haver outros? Relativamente às dormidas/noites de hotel como fator principal, indicador de referência na confirmação dos escalões de apoio, é nosso entender ser este fator principal não só um retrocesso, mas também um olhar não atual sobre os eventos internacionais e o perfil de quem participa. Apenas por curiosidade, a redação do regulamento estabelece que podem, em teoria, ser contabilizadas noites num parque de campismo, mas não podem ser contabilizadas noites no alojamento local. Imagine‑se, por exemplo, candidaturas de eventos na área do digital, das novas tecnologias... Também é do conhecimento da indústria que o organizador já não assume grandes roomblocks, havendo um número cada vez maior de reservas diretas, não sendo portanto possível a prova pelo organizador das dormidas totais geradas pelo evento. Outro fator relevante e incluído no novo regulamento é a obrigatoriedade de apresentação de listas do alojamento pelos empreendimentos turísticos (hotéis e campismo). Julgo que a confidencialidade de dados não permitirá a divulgação destas listas, e sequer que os hotéis o poderão fazer. Mas é como está. Sente falta de uma avaliação regular do negócio gerado, e dos outros impactos que a Meetings Industry tem no país, nomeadamente nos postos de trabalho criados? Lisboa tem instrumentos para avaliar o MI, especialmente no segmento associativo, como por exemplo o inquérito anual ao congressista. Mas sabemos que atualmente o setor do Turismo representa 20% do PIB da região de Lisboa e 180.000 postos de trabalho diretos e indiretos, também na região de Lisboa. Cláudia Coutinho de Sousa
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DEZ PERGUNTAS A ALEXANDRA BALTAZAR Se não vivesse em Lisboa, onde gostaria de viver? Junto ao mar. Destino de férias preferido? Com a minha família. Comida favorita? …peixe grelhado, filetes com arroz de berbigão, pastéis de bacalhau. Um hobbie? Ler, andar, ver arte. Um restaurante em Lisboa? Gosto muita da Bica do Sapato. Figura do turismo que mais admira? Enca Mello. Evento mais espetacular a que assistiu? Expo 98, também pelo futuro que nos deu. Livro na cabeceira? Philip Roth, Jonathan Franzen, João Tordo, e Devoção, da Patti Smith Uma banda ou artista? Continuo a gostar muito de Depeche Mode. A minha filha está a abrir‑me os horizontes… Se pudesse conhecer qualquer pessoa, quem gostaria de conhecer? Rick Owens, Picasso, Cy Twombly, Richard Serra, Helena Almeida.
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OPINIÃO 12
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PODE UM CENTRO DE CONGRESSOS ACRESCENTAR VALOR AOS MEMBROS DAS ASSOCIAÇÕES?
No coração da proposta de valor das associações está o networking e o desenvolvimento profissional, e os benefícios dessas duas características são muitas vezes a força dos membros. As reuniões há muito tempo são o método de materialização dessas interações. Até certo ponto, a Internet interrompeu o negócio de reuniões, fornecendo um método alternativo para aceder a esses recursos através de seminários e de cursos online e de plataformas de networking. Provavelmente, também forneceu uma solução para as preocupações ambientais, custos e complicações das viagens. Mas, independentemente da qualidade da tecnologia, as reuniões presenciais ainda são importantes.
Por isso, embora as conferências continuem a ser um pilar dos negócios das associações, a realidade é que elas precisam de maneiras novas e inovadoras de acrescentar valor real às suas reuniões ‑ e elas precisam de ser mais criativas do que nunca a fazê‑lo. No SwissTech Convention Center oferecemos uma abordagem criativa, ao atuar como parceiro no desenvolvimento do programa ‑ não apenas no venue. Colaboramos de perto com as associações para fornecer um ambiente educacional, desenvolver novos contactos e oferecer uma experiência única para os membros.
Valor único para associações Muitos argumentam que o papel de um centro de congressos é entregar excelência na gestão de instalações e conferências e garantir que o seu destino seja uma prioridade para as atividades “after hour”. No SwissTech Convention Center, com sede na universidade, nas margens do Lago de Genebra, na Suíça, desenvolvemos o nosso USP [Unique Selling Proposition] independentemente desses elementos discutíveis. Desempenhamos um papel ativo no acesso a conhecimento e talento às associações em campos relevantes. Com mais de 350 laboratórios e grupos de pesquisa no campus, a EPFL (École Polytechnique Fédéral de Lausanne) é uma das instituições científicas mais inovadoras e produtivas do mundo. Dezenas de startups e multinacionais no campus e na área complementam o ambiente universitário e o centro de congressos é um lugar excecional para reunir e trocar ideias. Por um lado, identificamos ativamente associações relevantes que podem beneficiar de uma estreita cooperação com os especialistas ‑ alguns dos cientistas mais respeitados do mundo ‑, localizados no nosso campus, para desenvolver os seus programas. Em complemento a isso, a nossa divulgação ativa junto dos nossos professores, que são membros de numerosas associações, permite‑nos ajudar a fazer combinações prováveis, com o
objetivo de criar reuniões que tenham valor único e duradouro. Integramos nas reuniões estudantes de todos os níveis, de programas de bacharelato a doutoramento, proporcionando às associações acesso aos seus futuros membros. Ajudamos a criar sessões especiais de networking ‑ uma espécie de “speed dating” ‑, para incentivar e criar aqueles momentos inesperados em que os relacionamentos se formam. Estas alianças, que apoiam os pontos fortes dos centros de congressos, podem fazer a diferença para as associações na sua busca para identificar venues que possam oferecer valor adicional. A SwissTech tornou‑se recentemente membro da Energy Cities Alliance ‑ um restrito grupo de destinos com economias de energia significativas, com a intenção de atrair reuniões associativas relacionadas com energia. Embora o nosso destino não seja considerado uma cidade da energia, como um parceiro de conhecimento e pesquisa, graças à nossa localização no campus da EPFL, podemos oferecer às associações acesso à experiência em soluções tradicionais de energia e energia sustentável, que é uma forte oferta no campus da EPFL.
Valor para patrocinadores e expositores de associações Não só as associações têm acesso direto ao conhecimento e ao talento dos alunos, como esse acesso pode ser um bom incentivo para os parceiros das associações e para os apoiantes da indústria. Que melhor lugar para caçar talentos do que durante um evento de pessoas com ideias semelhantes, sob um único teto? A indústria gasta tempo e dinheiro significativos em recrutamento e as associações têm uma excelente oportunidade de posicionar as suas reuniões como plataformas confiáveis para complementar esse esforço. Os Centros de Congressos podem desempenhar um papel importante trazendo mais valor às associações, observando o que elas e a sua comunidade podem oferecer além de locais majestosos, um suprimento saudável de quartos de hotel e um venue bem equipado e flexível. As conferências estão intimamente relacionadas com as indústrias e tendem a procurar venues onde essas indústrias estejam localizadas. O mesmo pode ser feito com as associações. Ao visar as associações que combinam com as forças económicas locais, regionais ou nacionais, e ao gerar oportunidades de acesso ao conhecimento na economia, os centros de congressos podem criar uma situação de ganho mútuo para todos os seus stakeholders. Julianne Jammers Membro da AIPC ‑ International Association of Convention Centres e Diretora Executiva do SwissTech Convention Center
EMPRESAS 14
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GRUPO RXF
Presente e futuro
UMA QUESTÃO DE RIGOR
O mercado português está agora mais maduro, diz sem hesitações Pedro Miguel Ramos. “O país está na rota dos grandes eventos de há uns anos a esta parte, a promoção no turismo de negócios tem sido forte e tecnicamente estamos seguros das nossas competências. Acredito que estamos a fazer o mesmo ou melhor do que aquilo que se faz lá fora”. Uma competitividade que também se sente do lado dos clientes. “O cliente nacional está mais atento, mais rigoroso. E no capítulo da inovação, atualmente, não sentimos diferença, face aos clientes estrangeiros”. Daqui a cinco anos, o responsável da RXF espera ter uma empresa mais forte, mais adulta, e acima de tudo a crescer de dentro para fora, com pessoas e para pessoas. “A nossa equipa sempre foi e continuará a ser ‘o nosso maior ativo’. Por outro lado, a vertente de IT irá estar cada vez mais presente no mercado dos eventos, com mecanismos próprios e formas de negociar e implementar totalmente diferenciadoras”. Um desafio que levanta a questão da qualificação dos técnicos portugueses. Pedro Miguel Ramos entende que a evolução tem sido feita num crescendo. “Os últimos 15 a 20 anos foram prova disso, com mais cursos dedicados, seja nas escolas profissionais ou no ensino superior. Ainda assim, creio que temos um longo a caminho a percorrer. A área audiovisual é muito vasta e tremendamente segmentada, sendo necessária uma maior reflexão sobre o caminho a seguir”, conclui.
Desde o conceito criativo, que variadíssimas vezes passa por eles, à proposta financeira, terminando na logística e na entrega do projeto, tudo na RXF é desenvolvido por uma equipa com uma extrema atenção ao detalhe e ao rigor. “Na realidade é para isso que nos contratam”, garante Pedro Miguel Ramos, o CEO do Grupo. “Ao longo destes 12 anos foi de facto isso que nos definiu: rigor”.
No início, em 2007, a RXF estava apenas ligada à área das tecnologias de informação. Mais tarde dedicou‑se ao audiovisual, com a gestão técnica de eventos e o aluguer de equipamento, e por último passou a oferecer a produção de conteúdos. Porquê esse caminho? Pedro Miguel Ramos explica que “o equipamento sozinho não tinha a força desejada”. “Aliás, foi essa a perceção que tivemos bem cedo e que nos fez criar uma área de produção conteúdos, a RXF Cinema & Multimédia. A produção de conteúdos transformou a forma como vendemos o serviço. Em muitos casos a RXF desenvolve o conteúdo e materializa‑o no equipamento que aluga e opera”. Ainda assim, o investimento em novos equipamentos não é descurado. “Para uma empresa como a nossa, que detém várias áreas de negócio, torna‑se imperativo uma correta abordagem do investimento. O ano passado, por exemplo, foi o ano de maior investimento na área do vídeo com a aquisição do mais recente Ledwall 2.6”, diz o CEO do Grupo.
GRUPO RXF Sintra | 210 189 366 | 210 189 361 | geral@rxf.pt www.rxf.pt
VOQIN’
PODER ÀS MULHERES De acordo com diversas estimativas, as mulheres representam 80% da indústria de eventos. Na Meeting Professionals International (MPI), por exemplo, o rácio é exatamente esse: 80% dos membros são mulheres. E apesar de o CEO da VOQIN’ ser um homem [Diogo Assis], a empresa quer partilhar o grande respeito e admiração por todas as mulheres que ali trabalham, que foram suas clientes, que participaram em eventos ou que simplesmente são uma inspiração para esta equipa – e também ali as mulheres estão em maioria, nos escritórios que têm em Portugal, Espanha, Brasil e Florida.
Na VOQIN’ não só as mulheres estão em maioria, como desempenham importantes papéis de liderança. Para nomear apenas algumas, Kathya Calmanovitz Ferraro é a diretora executiva no Brasil e Patricia Fontan a diretora executiva em Espanha. Mas, ainda que estando orgulhosos do poder das mulheres que trabalham com eles, a verdade é que a maioria das posições seniores de liderança, em quase todos os setores, continuam a ser dominadas por homens – e apesar de a maioria das indústrias ter um
equilíbrio de géneros. Alguns estudos sugerem que empresas com mulheres em cargos executivos podem ter melhores performances, mas em última instância o que faz sentido é que as mulheres ocupem cargos nos mais altos níveis de liderança e de decisão. Infelizmente, os eventos podem colocar as mulheres em situações vulneráveis, particularmente em termos de assédio, e até de tráfico humano. Por isso, todos temos a responsabilidade de fazer a nossa parte na promoção da igualdade de género. Podemos ir buscar inspiração à iniciativa #MeetingsToo, à campanha Girls Creating ou à Association for Women in Events. Da mesma maneira, podemos olhar para eventos como She Means Business, da IMEX, Smart Meetings’ Smart Woman Summit ou as Kayo Conference Series, que estão focados em inspirar e empoderar as mulheres. Mas isso só não basta, estão empenhados em criar experiências e eventos memoráveis, com significado para quem os vive, ajudando as organizações a manterem-se relevantes junto dos seus diferentes públicos, repensando a experiência como algo intrínseco à estratégia de marca e consequentemente, à estratégia de negócio. Assinam as sua soluções como #UnboringSolutions, que apelam e apoiam a diversidade e a inclusão no mundo.
VOQIN’ Portugal, Espanha, Brasil, Florida | 213 213 060 | info@voqin.com www.voqin.com
EMPRESAS
AVK
Inês Aguiar. “Visualmente, o grande destaque são os 126 m 2 de led wall de 3mm, com curvas de modo a fazer um U. Finalmente, e porque este é um evento transmitido em direto pela televisão, há sempre uma emoção e uma adrenalina adicionais”. Em causa estiveram diferentes espaços: um de receção para os convidados, no primeiro andar; a entrega de prémios anuais da Liga Portugal e o sorteio da próxima época das competições profissionais de futebol da responsabilidade desta entidades, Liga NOS, LigaPro e Allianz CUP, no Pátio das Nações; e ainda uma zona para a imprensa poder trabalhar, com um backdrop onde se faziam entrevistas rápidas. A AVK, fundada há 9 anos, e que tem hoje uma faturação anual de cerca de 10 milhões de euros [exclusivamente com serviços de audiovisuais], já faz este Kick‑Off há várias edições. “É a terceira vez que o fazemos com a Desafio Global, a agência que coordena todo o evento, e depois há outros parceiros envolvidos, nomeadamente a transmissão da Sport TV e os conteúdos da wTVision”, conclui Inês Aguiar.
Apesar de este ser um evento que não é novo, apresenta sempre novos desafios, explica Inês Aguiar, que é sócia, administradora e ainda responsável comercial pela AVK. “Desde logo por se realizar num edifício histórico, onde por exemplo neste Pátio [das Nações] não temos pontos de suspensão. Depois porque só tivemos um dia, aliás, menos de 24 horas para fazer montagens e iniciar os primeiros testes”. A circunstância de haver pouco tempo para montagens obrigou mesmo a reforçar as primeiras equipas, num total de 60 pessoas, distribuídas por três turnos. “O tempo é sempre um elemento crítico no nosso trabalho”, acrescenta ainda
AVK Amadora | 219 413 530 | comercial@avk.pt www.avk.pt
A SORTE QUE NOS LIGA Todos os anos, a Liga Portugal organiza o Kick‑Off da época seguinte, incluindo o sorteio dos jogos para essa época desportiva, deixando milhares de fãs na expectativa de quando vão ser os grandes duelos, entre dérbis e clássicos. Este ano, o evento decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, com todos os audiovisuais a serem assegurados pela AVK.
CASE S TUDY 18
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TRABALHO VERDADEIRAMENTE MULTIDISCIPLINAR
MOMENTUM – DA FLORESTA AO PRATO: EXPLORAR OS LIMITES DO CATERING “Comida é memória”, lembra Ricardo Bonacho, responsável pelo mestrado em Inovação em Artes Culinárias da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), quando se refere à parceria que desde 2016 desenvolve com os seus alunos e a empresa de catering Imppacto. Uma parceria que permite justamente explorar novos limites do catering, colocando frente a frente a máxima liberdade criativa dos alunos com a experiência dos profissionais, liderados pelo Chef Eduardo Duarte, que têm que entregar todos os dias um bom produto, entenda‑se boa comida, em diferentes espaços, e servindo em simultâneo dezenas ou muitas centenas de pessoas.
Em causa está um evento anual ‑ como já foram os 25 anos da ESHTE, ou a Conferência Internacional de Food Design ‑, e que em 2019 aconteceu a 15 de junho, na Quinta da Ribafria, em Sintra, para comemorar o 10º aniversário da Associação Plantar Uma Árvore. Momentum – da floresta ao prato, assim se chamou o evento, constituiu uma reflexão sobre temas ligados à natureza e à sustentabilidade, ao uso de produtos autóctones, num jantar para 20 convidados. Nele participaram dez alunos da ESHTE, que dois ou três meses antes começaram a ir para as instalações da Imppacto, a fim de peneirar uma série de ideias e de conceitos, fazendo‑os passar pelo crivo da realidade, e daquilo que podia de facto ser executado. O conceito do menu refletiu também a preocupação na utilização de matérias‑primas locais e incomuns como a urtiga, o sabugueiro ou a azeda. Os convidados foram personalidades ligadas ao ambiente e à gastronomia que, pelo papel que têm na sociedade, poderão contribuir para a visibilidade da Plantar Uma Árvore. Este foi um trabalho aturado, que começou quase um ano antes, explica Ricardo Bonacho, e que envolveu muito mais do que pensar apenas a comida. O desafio foi o de trabalhar todos os sentidos, em torno de um menu com 12 momentos diferentes, e que incluiu a participação de uma companhia de teatro local, a Byfurcação, que criou personagens relacionadas com o imaginário da floresta; os suportes ao serviço de mesa desenvolvidos pelos alunos de Design da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria; e uma narrativa com sons, cheiros e imagens de pequenos filmes desenvolvidos pelos alunos da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa, num trabalho verdadeiramente multidisciplinar. Paulo e Lucinda Pinto, os dois responsáveis da Imppacto, decidiram investir tempo, equipamentos, pessoas, a capacidade logística da empresa, porque acreditam que esta é uma forma de atrair criatividade e inovação, valores que contribuem para estar na
vanguarda deste negócio do catering. Assumem por isso que a partilha de conhecimentos durante estes projetos educativos, muito próximos do conceito de fine dinning, funciona para os dois lados. Adicionalmente, esta é uma forma de a Imppacto identificar jovens talentos que poderão estar em breve a trabalhar nesta área. E se na academia muitos projetos tendem a ficar na gaveta, há pelo menos neste caso uma empresa que aposta em concretizá‑los, conclui Ricardo Bonacho.
ASSOCIATIVISMO 20
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“PORTUGAL PODE E DEVE APROVEITAR MELHOR ESTES CANAIS INSTITUCIONAIS”
“TEMOS UMA OPORTUNIDADE TREMENDA” Mais membros nacionais e uma voz mais ativa de Portugal na ICCA (International Congress and Convention Association) são os objetivos de Jorge Vinha da Silva, CEO da Altice Arena, ao assumir a vice‑presidência do Capítulo Ibérico.
Foi durante mais uma edição da IMEX Frankfurt que estivemos à conversa com Jorge Vinha da Silva, eleito vice‑presidente de uma direção liderada por Cristoph Tessmar, diretor do Convention Bureau de Barcelona. A tomada de posse decorreu na última reunião anual, que teve lugar no Porto. Da lista faz ainda parte a portuguesa Alexandra Ramos, Gestora Sénior de MI do Algarve Tourism Bureau. Jorge Vinha da Silva encara o desafio com um grande entusiasmo e acredita que Portugal pode e deve aproveitar melhor estes canais institucionais. “Todos nós fazemos o máximo nas nossas organizações para puxar pelo seu negócio e procurar oportunidades, mas há muitas coisas, e principalmente se considerarmos o efeito de alavanca em que acredito muito nos negócios, que tem a ver com o nosso posicionamento enquanto destino, enquanto país. E aí eu sempre notei quando estou presente nestes fóruns que não estamos tão organizados do ponto de vista coletivo, ou seja, a puxar todos para o mesmo lado, ou pelo menos tanto quanto os nossos concorrentes estão. A minha missão é puxar muito pelo global obviamente, mas também por Portugal e por essa militância ativa que eu acho que é benéfica para todos”. Na direção do Capítulo Ibérico, o CEO da Altice Arena fica responsável, entre outras coisas, pelo pelouro do membership. E aí o principal fito é puxar pela representatividade de Portugal, naquele que é visto como o ‘Super Capítulo’, uma vez que tem três cidades no top 6 mundial: Madrid (3º), Barcelona (4º) e Lisboa (6º). “É preciso fazer o trabalho coletivo de apelo à militância, à participação”, refere Vinha da Silva, e esse é um dos grandes propósitos da nova direção, “ tentar passar melhor a mensagem dos benefícios, também com o objetivo de captar mais membros para este posicionamento coletivo”. E quanto mais forte for a representação de Portugal, mais forte será o Capítulo.
Esses benefícios, assume Jorge Vinha da Silva, têm de ser vistos a médio e longo prazo, e lembra, “vão depender da ação de cada um de nós”. “Se com a relevância que temos hoje em dia no turismo de negócios entendemos coletivamente que não faz sentido termos uma representação forte numa fatia muito importante desse negócio [o segmento associativo], então estará tudo errado, porque é exatamente nas reuniões da ICCA, e no Capítulo Ibérico, que podemos de facto mexer nas diretrizes da organização, perceber como vai ser o futuro, como se pode captar mais negócio, como se pode promover cada um dos destinos”, sublinha. O vice‑presidente acredita que não estarmos presentes nestes fóruns não é uma solução para nada, e que “temos uma oportunidade tremenda, por estarmos num capítulo constituído por apenas dois países, sendo que os dois são países fortíssimos em termos de resultados. Só não temos conseguido traduzir isso em termos de representatividade, de fazer chegar as ideias das nossas associações, dos nossos empresários, e este é o canal certo, não temos outra forma de o conseguir”. Nos últimos meses já aderiram, do lado português, dois novos membros, a DMC Osíris, e o Altice Forum Braga, revela Vinha da Silva. O objetivo do board eleito é ainda o de aumentar a interação entre membros, e que esta vá além da reunião anual e dos encontros nas feiras do setor. “Visto que tem que se aumentar a representatividade de Portugal, estamos inclusive a pensar, ainda para 2019, numa ação, em que estamos já a trabalhar, dedicada exclusivamente aos atuais membros portugueses, mas também para captar novos membros”, antecipa Jorge Vinha da Silva. Nas reuniões anuais vão continuar a apostar na qualidade dos conteúdos e no networking, mas orientá‑las mais para o negócio, e em como ajudar o associado a evoluir nesse sentido. Na última reunião, no Porto, ficou decidida uma nova fórmula de rotação das reuniões. A partir do próximo ano acontecerão dois anos em Espanha, um ano em Portugal, e assim sucessivamente. Para o CEO da Altice Arena, isso traduz na prática a “fraca aposta neste caminho institucional e coletivo”. “Espanha é um mercado maior do que Portugal, mas isso ainda é mais agravado pela pouca representatividade ou a pouca aposta que, mesmo as entidades que já são membros, fazem neste caminho associativo. Portanto, se nós queremos algum dia vir a reverter isso, temos de fazer ao contrário, não é por imposição”. Por outro lado, Vinha da Silva lembra que era difícil encontrar destinos de interesse em Portugal. “Se enquanto destino fortalecermos a nossa posição, naturalmente essas medidas a prazo vão reverter‑se”.
Cláudia Coutinho de Sousa
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“O SETOR DOS EVENTOS TEM‑SE TORNADO CADA VEZ MAIS UM MOTOR DA NOSSA ECONOMIA”
Conte‑nos um pouco a história da UP Partner e como foi evoluindo ao longo destes 30 anos de atividade. A história da UP Partner começa em 1989, na altura com o nome Nomimarketing. Inicialmente, tinha como negócio a distribuição de folhetos e logística na área do retalho. A partir daí, foi um crescimento constante e sustentável, a par, e muitas vezes à frente, das tendências de marketing. São poucas as agências de comunicação em Portugal que podem afirmar ter 30 anos de existência, o que mostra bastante sobre o nosso ADN. Ao longo desta caminhada, foram sendo criadas novas áreas de negócio, tendo‑se evoluído do Retalho e Logística para Eventos, Healthcare, Digital e, mais recentemente, Relações Públicas e Pet Care.
Rui Batista
UP PARTNER: TRINTA ANOS AO SERVIÇO DAS MARCAS A UP Partner cumpre 30 anos, e não podíamos deixar passar a ocasião. Rui Batista, Event Director na empresa, repassa connosco os principais marcos na vida da agência, a visão sobre o setor dos eventos e a importância de estarem inseridos na rede internacional de agências 27Names.
Quando é que foi incorporada a competência de eventos na empresa, e de que forma esse departamento foi crescendo ao longo dos anos? Essa competência foi quase um passo natural. Na década de 90, já trabalhávamos com grandes contas, entre as quais a Optimus Telecomunicações, a Unicer, a Matutano e a Sonae. Cada vez mais confiantes no nosso profissionalismo e na nossa capacidade de entrega, foram‑nos passando projetos de maior envergadura, como os festivais de verão, as festas da cerveja e muitos outros eventos. Sempre gostámos de comunicar e de lidar com audiências. Eu integrei a agência nessa altura, vindo da então Euro‑RSCG, e realizei o meu primeiro evento para a IBM Portugal, um evento corporativo. Desde então, nunca mais deixei a área. Para quem conhece o segmento dos eventos sabe que, apesar do stress constante, é um trabalho muito “viciante” e com uma dinâmica muito própria. Mais recentemente, incorporámos fortemente a componente Digital (tanto nos canais online como offline) e a unidade de Relações Públicas. Isto porque estamos em crer que é de extrema importância que os eventos sejam amplificados e mensuráveis, gerando assim um retorno positivo do investimento feito pelas marcas. Quais foram os eventos mais marcantes deste percurso? Existem inúmeros, mas destacava a Expo 98, na qual fizemos diversas ativações. Este foi sem dúvida um marco que abriu o redescobrimento de Portugal pelo mundo. Gostaria também de referir o Euro 2004, em que tivemos a nosso cargo o sponsoring e ativações da Carlsberg, o lançamento da Fly Emirates em Portugal – Hello Lisbon ou as Festas da Cerveja, que reuniram mais de 120 mil participantes, inspiradas no Oktoberfest. Mais recentemente, destaco a Convenção da Nescafé Portugal, onde foi batido um record mundial do Guinness, e a 1º edição do Lisbon Coffee Fest, um evento que decorreu este ano na LX Factory e que teve na primeira edição mais de seis mil visitantes.
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De que forma os prémios arrecadados nos últimos anos ajudaram a valorizar a componente eventos dentro da empresa? Consideramos os prémios eficazes, na medida em que simbolizam o reconhecimento e o mérito do nosso trabalho, e a confiança que os clientes depositam em nós. É uma mais‑valia, pois ajuda a credibilizar a nossa indústria e, acima de tudo, é bom quando toda a nossa equipa recebe o reconhecimento por um trabalho bem feito. Entre outros, fomos eleitos Agência do Ano de Ativação e Eventos nos prémios Lusófonos; com a nossa rede 27Names ganhámos o prémio de Melhor Agência de Eventos da Europa em 2014, nos BEA World, e temos vindo a subir ao palco já com alguma frequência em tantas outras competições. O facto de terem outras valências na UP Partner ajuda o vosso trabalho no dia‑a‑dia junto dos clientes de eventos? Sem sombra de dúvida. O facto de termos diversos serviços integrados, a produção de conteúdos, research, 3D, conceção criativa dos projetos e logística integrada, permite acompanharmos a qualidade e entrega dos trabalhos do início ao fim. Neste momento, somos mais de 50 colaboradores, divididos entre os escritórios de Lisboa e do Porto, e a organização é um ponto‑chave para que tudo corra bem. Temos a certeza de que os clientes percebem esta mais‑valia.
O ABISMAL CRESCIMENTO NOS EVENTOS Neste período, de que forma lhe parece que o sector dos eventos foi evoluindo? No caso de Portugal, a evolução tem sido abismal. Nos últimos anos, fruto das novas tecnologias e do crescimento exponencial do turismo, o setor dos eventos tem‑se tornado cada vez mais um motor da nossa economia. Acima de tudo, tenho um certo orgulho em fazer parte desta mudança e em ver os excelentes profissionais que existem, nas mais diferentes áreas, os audiovisuais, o catering, os venues e outros serviços. Uma coisa considero como certa, os eventos são momentos únicos para as empresas e entidades comunicarem ao vivo e de forma direta com o público‑alvo. É sempre uma comunicação de pessoas para pessoas e, independentemente da evolução da sociedade, penso que os eventos irão sempre existir.
Que tendências vislumbra num futuro a médio prazo para este setor? Penso que os eventos vão caminhar cada vez mais no sentido da criação de experiências mais marcantes e imersivas. A internacionalização também é um fator a ter em conta. Temos todos de caminhar no sentido de criarmos eventos mais sustentáveis com preocupações ambientais e sociais acrescidas. A criatividade ao serviço do planeamento dos eventos, desde o marketing à execução e à medição dos resultados obtidos, assume também cada vez mais importância. Hoje em dia, um evento é uma ferramenta por excelência de comunicação, que nenhum marketeer ou entidade se pode dar ao luxo de dispensar, e que engloba muitas competências, desde artes e cultura, até tecnologias imersivas e muito mais. Serve isto para concluir que é uma área que continuará a crescer e a surpreender. Neste momento, como caracteriza o departamento de eventos, em termos de estrutura, de clientes, de visão para o setor dos eventos? No que concerne à UP Partner, temos vindo sempre a crescer de uma forma sustentável e a acompanhar o mercado, com um rumo bem definido. Temos integrado mais serviços in‑house como seja o Digital, Relações Públicas, e a Produção de Conteúdos, e continuamos a apostar fortemente nos mercados internacionais.
De que forma fazer parte da 27Names beneficiou a empresa? Logo à partida, identifico duas formas bastante positivas. Um aumento de operações a nível mundial, com diversos eventos que temos realizado em network, tanto em Portugal como fora. Por outro lado, há a possibilidade de tomarmos contacto com novas formas de trabalhar, tendências, fornecedores, outros. Em áreas como os eventos, o conhecimento atualizado é uma necessidade constante e a rede tem‑nos trazido este benefício. Como imagina os próximos anos da UP Partner? Quais os objetivos para o futuro? Internacionalização? Espero que os próximos anos da UP Partner, no que concerne a eventos, se mantenham no caminho da consolidação e crescimento. Para isso, temos de continuar a trabalhar diariamente, percebendo quais as melhores práticas e apostando na criatividade e no conhecimento. Metas como a internacionalização e a sustentabilidade estão na nossa agenda enquanto objetivos prioritários. Em todo o caso, um ponto que temos como dado adquirido é o de reconhecermos sempre que podemos aprender algo de novo todos os dias e que só com muita dedicação e profissionalismo conseguimos ir mais além.
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TURISMO E ORDENAMENTO – O GRANDE DESAFIO O turismo, e em especial a área dos Congressos, Eventos e Animação Turística, continua a crescer, a sociedade e as necessidades dos turistas estão a modificar‑se e a nossa organização social e económica permanece a mesma.
Esta incompatibilidade de ritmos, e mesmo de objetivos, está a provocar cada vez mais conflitos e vai colocar em causa a nossa competitividade no mercado global. É urgente encarar esta questão com objetividade, sem desvios acessórios. Quanto mais tarde se procurar soluções construtivas, mais atrasados vamos ficar no desenvolvimento de um turismo sustentável e competitivo. Em Portugal há: Uma boa capacidade de resposta e excelentes empresas que garantem um bom serviço na área dos congressos, dos eventos e na animação turística. Existem empresas distribuídas por todo o país, que são verdadeiros “ativadores do território”, garantindo um serviço essencial na captação de turistas e de desenvolvimento nas zonas menos procuradas. Podemos afirmar que as empresas são: Fator de coesão territorial; Fator de coesão social; Fator de sustentabilidade (ambiental, cultural, patrimonial, social e económico); Fator de diferenciação de destino (experiências, programas únicos e inovadores); Fator de redução da sazonalidade (eventos, congressos, atividades culturais, etc.). No entanto, existem muitos constrangimentos com que temos de lidar: A atividade de animação turística e eventos tem de se relacionar com dez Ministérios diferentes: Economia (regulador, programas de apoio, etc. ) Finanças ( Autoridade Tributária – com diferentes interpretações das diversas situações, muitas vezes em função da geografia ) Emprego e Segurança Social (ACT, IEFP) Ministério da Defesa (DGAM, Força Aérea, Polícia Marítima, etc.) Ministério do Mar (Portos, Direção Geral dos Recursos Naturais e Serviços Marítimos) Ministério do Ambiente (ICNF e APA) Ministério das Infraestruturas e Planeamento (ANAC, IMTT) Ministério da Administração Interna (PSP, GNR, Proteção Civil) Ministério da Cultura (Património, Espetáculos) Ministério da Educação (Formação, Desporto, IPDJ)
Além destes, temos de nos articular com 300 Municípios (com mais poderes depois da delegação de competências), 23 CIM do Continente e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira. É muita gente e muitas instituições para se conseguir trabalhar com eficácia. Por um lado, se a empresa tem uma dimensão nacional é o caos porque não há uma coerência de visão e de processos, constituindo‑se como um quebra‑cabeças ter um projeto ou evento nacional; se tem uma dimensão local, está sujeita a decisões muito focadas em realidades concelhias o que “mata” a sua iniciativa. Se adicionarmos mais factos, como as empresas terem maioritariamente pequena e micro dimensão, capacidade de investimento limitada, que os programas de apoio existentes não foram pensados para esta realidade dos eventos e da animação turística, excluindo muitas delas à partida, aqui temos um retrato difícil de ultrapassar. Para complicar, as instituições e o próprio Estado ainda não estão organizados para viver com esta realidade atual, criando enormes barreiras devido aos seus procedimentos ultrapassados, configurando‑se muitas vezes como “forças de bloqueio” em vez de estimuladores de crescimento sustentável. É altura de mudar. O que sugerimos é que sejam seguidos os seguintes princípios orientadores: Que exista um bom ordenamento, baseado nos princípios da sustentabilidade (Contexto social/cultural/ ambiental e económico). É urgente iniciar o trabalho da definição de cargas, quer nos espaços rurais quer nos urbanos; Tem de existir consistência, para isso um dos princípios deveria ser a consulta e envolvimento das associações desde o primeiro momento (antes de se iniciar qualquer construção de lei ou regulamento); Continuar a simplificação e harmonização administrativa (acabar com autorizações redundantes); Apostar na qualificação, discriminando positivamente as empresas que nela investem; Maior rapidez na resposta do Estado/ instituições cumprindo prazos‑limite; Maior fiscalização no terreno, combatendo a concorrência desleal (não é apostar em processos administrativos). Se todos juntarmos esforços a nossa competitividade aumentará e conseguiremos obter excelentes resultados. António Marques Vidal
Presidente da Direção da APECATE
OPINIÃO 28
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APLICAÇÕES MÓVEIS PARA EVENTOS. VALEM A PENA? Seria de esperar que, tendo serviços digitais para eventos, quiséssemos promover um serviço de que dispomos, criar aplicativos para eventos. Não é assim.
Uma aplicação móvel ou app pode parecer uma fonte inesgotável de negócios, fãs, awareness e tudo isso, mas… sim, mas, como em tudo, carece de cuidados. Antes de irmos para os contras, vamos visitar a terra dos prós: ‑ Experiência do cliente controlada pela marca: o cliente vê e navega por onde pretendemos com a vantagem de ser algo consistente, adaptável ao ambiente móvel e supostamente fácil de entender; ‑ Estamos onde o cliente está naquele momento: geolocalização, notificações push, conteúdo fresco, tudo pode ser acionado quando quisermos e onde o cliente estiver. E num evento quando é que queremos que ele consuma? Sim, lá dentro, quando está concentrado, focado e (esperemos) seduzido. Ah e estamos sempre no seu bolso, onde o mercado está a crescer: no consumo de conteúdos móveis. – Posicionamento “lá para cima”: “Já viu a nossa app?”, “Conheça as nossas novidades”, pode ajudar a marca a alavancar a presença e a “subir uns pontos” na escala da inovação, especialização e competência. – Comunicação direta, maior envolvimento: não é ciência exata, mas a comunicação não tem filtros de sites ou outras fontes, e dependendo do conteúdo, vamos aproximar o cliente/fã do que estamos a dizer/promover/partilhar. – Melhora o networking no evento: partilha de contactos, marcação de mini‑reuniões, partilha de apresentações, discussões, votações, ufa… Ok, vamos arrancar para programar aplicações móveis para eventos, mas vamos ao mas? – Fazem MESMO sentido as aplicações móveis para eventos? Depende do evento. Se houver partilha de informação, votações, e interactividade, sim! Se existirem participantes de várias origens onde faça sentido ter informação relevante de locais, contactos, sim! Se for um momento para criação de negócios, e troca de contactos, sim! Se utilizar para inscrições antes do evento, SIM! Mas para isso temos de deixar de pensar num site de inscrição e criar o aplicativo para evento logo na fase do planeamento. – Tempo e custo de desenvolvimento: há soluções rápidas com alguma personalização, mas se queremos algo único, o custo e o tempo são elevados. Aqui, caso não tenha equipa própria, há a oportunidade de subcontratação. Mas, como em tudo nos eventos, tem de ter o diapasão afinado com quem vai trabalhar pois o tempo é normalmente escasso. – Manutenção e produção de conteúdo: vale a pena
ter uma app bonita, mas que não tem conteúdo? Ou o último foi há tanto tempo que a memória apagou? Criar um aplicativo para um evento pode ser algo fantástico e envolvente, mas necessita de ser alimentado com conteúdo relevante. Outra vez a história do conteúdo? Sim, outra vez. O que é que acontece a uma app que instala e que não é atualizada com regularidade? Pois, é desinstalada ou chutada para o quarto ecrã do smartphone que é o mesmo que dizer que morre. Em muitos eventos ter um site e o aplicativo pode ser demasiado. Escolhendo e sabendo que a maioria dos acessos é via mobile, sugerimos a app, mas com estas notas em mente.
Uma nota para as Progressive Web Apps Nos últimos dois anos surgiram as PWA (Progressive Web Apps). Por esta designação talvez não saibam o que é mas e se vos dissesse que o Finantial Times, o Instagram, o Ali Express têm PWAs? PWAs permitem ser acedidas num PC, não requerem instalação via Lojas Android e iOS e o Google pode indexá‑las no motor de busca. São acessíveis via endereço como o caso de http://asser.biz. Pode aceder via PC como disse, mas em mobile ficará otimizada. O tempo de desenvolvimento e o investimento são mais reduzidos, adequando‑se ao mundo do mercado dos eventos.
Resumindo... A app pode ser a cereja no topo do bolo do seu evento e alavancar para fora da esfera dos participantes. E acreditamos que nos eventos certos e com as ferramentas certas é fundamental. Mas não basta instalar, ter o ícone, menus e algumas ligações. Temos de os fazer sentir parte daquele evento, naquele momento, de criar e partilhar conteúdo com que as pessoas se identifiquem. Nuno Seleiro
Diretor da Asserbiz
EVENTOS 30
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Aníbal Rocha, Rui Pedro Gonçalves, António Gouveia Santos, Diana Jorge Marques, Rui Ochôa e Pedro Cardoso
PENSAR E AGIR COLETIVAMENTE A mais recente edição dos nossos Pequenos‑Almoços Debates decorreu no Porto Palácio Hotel Congress & Spa tendo na ementa “Turismo em alta: impacto no setor de eventos e congressos”.
À mesa, os comensais Aníbal Rocha, diretor comercial e operacional da Super Bock Arena / Pavilhão Rosa Mota, António Gouveia Santos, diretor do Centro de Congressos da Alfândega do Porto, Diana Jorge Marques, coordenadora de eventos do Porto Palácio Hotel Congress & Spa, Pedro Cardoso, CEO da The House of Events, Rui Pedro Gonçalves, diretor executivo da Associação de Turismo do Porto e Norte, e elementos da equipa da Event Point. O tema que nos reúne neste dia está mais ou menos presente em todas as conversas de bastidores sobre o setor. É unânime na mesa que um turismo pujante e em crescimento é fantástico para a cidade do Porto, para o país,
para a economia de um modo geral. A reabilitação urbana de diversas zonas da cidade foi um dos benefícios produzidos mais visíveis, algo que muito fazia falta à cidade. A oferta de alojamento cresceu, bem como as atividades turísticas conexas. O Super Bock Arena / Pavilhão Rosa Mota está praticamente a abrir, e Vila Nova de Gaia vai ter um Centro de Congressos nos próximos anos, em plena Avenida da República. A Invicta está vibrante, dinâmica, mais moderna e há uma clara oportunidade para apostar em áreas de lançamento de produto, de natureza, mais trendy e fashion, dado o notório apelo que o Porto tem neste momento nos mais diversos mercados geográficos.
Pedro Cardoso
Aníbal Rocha e Rui Pedro Gonçalves
O aeroporto do Porto tem sido um equipamento absolutamente vital para o desenvolvimento da cidade e da região. O trabalho dos privados, do público, da Associação de Turismo do Porto e Norte faz com que o Porto ocupe neste momento um lugar de relevo no ranking da ICCA: 32ª posição a nível mundial, num universo de 1835 cidades avaliadas, e o 20º lugar na Europa, que inclui 844 cidades. Mas o crescimento gera naturalmente algum conflito e necessidade de adaptação. Com o aumento do turismo veio o aumento dos preços. O Porto está a ficar menos competitivo [no que toca ao preço] na geometria do turismo de negócios, acreditam uns, outros sublinham que é uma oportunidade para pugnar por outro posicionamento, mais premium e exclusivo. O cliente do Porto já não o vê como um destino mediano, aliás. Depois há a questão da mobilidade, um problema indisfarçável para quem vive e trabalha no Porto. Nos incentivos a falta de soluções em termos de mobilidade está a ter um efeito perverso, dada a dificuldade de locomover grupos de um
lado para o outro. E há igualmente a questão do estacionamento, especialmente complicado em algumas zonas da cidade. O apelo é que se aproveite este momento para pensar estrategicamente, e coletivamente, o futuro do turismo, e em particular do turismo de negócios. Funcionar em circuito fechado não tem aparentemente grandes vantagens, e há que envolver os políticos e todas as forças vivas da região nestas discussões. Algumas ideias: dispersar os investimentos para outras áreas da cidade e da região; estender o interesse turístico a outros territórios; criar um calendário de eventos centralizado para cada qual saber com o que conta e para que, a título de exemplo, não haja uma corrida no mesmo dia de um grande congresso; estudar o impacto do setor na economia da região; e finalmente pensar de modo estratégico nos eventos que interessa captar para a cidade. Cláudia Coutinho de Sousa
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A maioria dos organizadores de eventos prefere não ter mesa de presidência no palco
ASSENTAMENTO DE CONVIDADOS EM PLATEIA Qual o objetivo do assentamento num evento empresarial? Dar a cada um o lugar que lhe compete pela função que exerce para que todos os convidados sintam que foram bem tratados. Muitos organizadores de eventos portugueses desconhecem o termo assentamento e usam indistintamente as palavras inglesas “seating” ou “sitting”, sem saber que designam coisas diferentes: seating é a forma como os lugares estão distribuidos e sitting é o verbo sentar. Ou seja, sitting é o que fazemos e seating é onde o fazemos.
Pessoalmente prefiro dizer plano de assentamento, por ser o termo utilizado desde o século XV. Com efeito, no “Livro vermelho de D. Afonso V”, existe um capítulo intitulado «Determinação do conselho
d’el Rei acerca da maneira que se haja de ter com os embaixadores dos reis e príncipes estrangeiros que à sua corte vierem e acerca do assentamento em sua capela como das outras cerimónias» que
Nos tempos que correm, a maioria dos organizadores de eventos prefere não ter mesa de presidência no palco, apenas um púlpito para não criar o efeito de distância entre público e oradores. As entidades são chamadas por um mestre de cerimónias para fazer a sua intervenção a partir desse púlpito. Neste caso, o esquema mais adequado é o seguinte, porque não havendo presidência no palco, a fila mais importante passa a ser à direita de quem entra na sala:
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inclui gravuras elucidativas sobre este plano de assentamento. Quando estou a trabalhar na consultoria protocolar de um evento, só descanso quando todas as autoridades, anfitriões e convidados já tomaram assento nos seus lugares e a cerimónia pode arrancar. Mas para que isto aconteça sem falhas, é preciso que alguém tenha feito ‑ e atualizado ao minuto ‑ o plano deste assentamento. Este plano pode começar a ser estabelecido a partir do momento em que os organizadores já obtiveram cerca de 75% das confirmações. Através de programas informáticos (como o Excel), é possível ir trabalhando com estas listas de confirmações de forma a ordenar os participantes pela sua precedência e depois atribuir um lugar na primeira fila aos anfitriões e autoridades. A seguir distribuem‑se os outros convidados pela planta da sala. Se houver mesa de presidência no palco, estes esquemas retirados do livro “Imagem e Sucesso‑guia de protocolo para pessoas e empresas “1 parecem‑me os mais adequados:
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COXIA
COXIA
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No caso de o auditório ter coxia central, a divisão dos convidados começa por ser feita nas duas filas da frente, podendo colocar‑se na fila do lado esquerdo de quem entra (que fica à direita de quem preside na mesa), as outras autoridades presentes, que não tiveram lugar na mesa da presidência. Do lado direito de quem entra, sentam‑se os dirigentes da empresa com outros convidados da sociedade civil.
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Parece relativamente simples. No entanto, por mais preparativos e planos de assentamento que se tenham feito, é comum em Portugal, meia hora antes de o evento arrancar, quando já se está a fazer a acreditação dos primeiros convidados, começarem a chover telefonemas: «O Sr Xpto afinal não vem!!! O que fazemos?» «Acaba de chegar uma entidade que não confirmou a presença» ou «Chegou uma pessoa em representação de outra!! Onde a colocamos?». O essencial é contar de antemão com estes imprevistos e nunca perder a calma. Como em protocolo não existem “problemas”, apenas “situações”, com muita ponderação e bom senso, os responsáveis de protocolo vão reordenando as presenças e preenchendo os lugares das primeiras filas, sem deixar lugares vagos nas outras filas, como se fosse um puzzle. Posso garantir que a tradução desta palavra para português define bem esta tarefa protocolar: é um autêntico “quebra‑cabeças”! Se quando todas as autoridades já tiverem tomado assento, se verificar que sobrou uma cadeira vaga na coxia, o responsável pelo protocolo pode ocupar esse lugar. Daí é facilmente localizado pelos outros elementos da organização com quem pode comunicar discretamente para resolver todas as situações que surgirem até ao final da cerimónia.
Isabel Amaral Presidente da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo 1. Imagem e Sucesso – Guia de Protocolo para Pessoas e Empresas”, Isabel Amaral, Casa das Letras, 2017
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“O QUE EU MAIS ADORO NO MEU TRABALHO É CONHECER PESSOAS FASCINANTES”
MARTA GOMES: OS EVENTOS ESTÃO A SOFRER UMA PROFUNDA TRANSFORMAÇÃO Nasceu no Porto, mas vive em Paris há vários anos, onde ocupa o cargo de diretora de vendas internacionais da Viparis, entidade que gere vários venues na capital francesa. Atualmente é vice‑presidente da ICCA (International Congress and Convention Association) e partilhou com a Event Point os desafios, quer do setor, quer da associação.
Bilingue desde os três anos de idade, Marta Gomes frequentou a British School do Porto e a Escola Internacional de Lisboa. Na Escócia completou um mestrado em inglês e história, na Universidade de Saint Andrews, tendo daí seguido para Londres onde trabalhou durante algum tempo. “Sempre quis um emprego com conexões internacionais e comecei por querer ser diplomata. O meu francês não era fantástico na época, então encontrei um estágio em Paris na AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e descobri a indústria MICE, organizando os pavilhões portugueses em exposições têxteis”. Desde então trabalha em vendas internacionais, assumindo sempre cada vez mais responsabilidade e gerindo equipas maiores. “O que eu mais adoro no meu trabalho é conhecer pessoas fascinantes e apaixonadas, que são frequentemente as maiores especialistas mundiais na sua área, grandes cientistas, médicos, investigadores e executivos de alto nível, cujo evento é de grande importância e com quem trabalho de perto no meu dia a dia”, sublinha Marta Gomes, lembrando o esforço de equipa que é organizar e receber um evento, um trabalho que muitas vezes pode demorar anos e que exige uma estreita colaboração
entre todos os envolvidos no sentido de alcançar o sucesso. Ligada a vários venues da capital francesa, Marta Gomes acredita que os eventos empresariais estão a sofrer “uma profunda transformação”. “Os participantes, expositores e patrocinadores esperam experiências e conexões mais significativas e personalizadas e exigem mais inovação e criatividade em todos os aspetos da experiência do evento, desde a entrega de conteúdo, ferramentas de networking, ao bem‑estar, e mais preocupações de sustentabilidade”, sublinha a responsável. O desafio parece ser então “oferecer aos nossos clientes a infraestrutura e as soluções técnicas para viabilizar essa inovação: wi‑fi de alta densidade, áreas de networking com estações de carregamento de baterias, oferta de alimentos mais variada, autêntica e local, transporte mais ecológico, menos desperdício, melhor energia. Essas são todas as preocupações com as quais a Viparis trabalha para uma melhor experiência do cliente”, refere Marta Gomes. Em 2018, Paris saltou para o 1º lugar do ranking da ICCA, apesar de uma série de tensões políticas que abalaram a cidade, nomeadamente a situação do movimento dos coletes amarelos. Marta Gomes elenca alguns dos argumentos que fazem desta a principal cidade para
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A família ICCA eventos associativos do mundo. “Paris não é apenas a Torre Eiffel. É a cidade mais bonita, mais romântica, mais na moda, todos têm a sua razão especial para amar Paris. Mas Paris também é uma cidade comercial dinâmica, com mais de 800.000 empresas, variando de setores, de alta tecnologia a atividades industriais tradicionais. É também uma cidade de inovação, com um ecossistema de start‑ups que é hoje um dos mais ativos do mundo. É uma cidade da ciência e da saúde, com mais de 100.000 investigadores e representando a principal região na Europa em termos de despesas de pesquisa e desenvolvimento”. É o contraste entre ser uma das cidades mais visitadas do mundo, e uma cidade onde vivem 12 milhões de pessoas, que tornam Paris atraente para eventos, até porque todas as infraestruturas necessárias para grandes eventos já existem. Quanto à situação política, a vice‑presidente da ICCA acredita que não impediu as pessoas de participarem em eventos na cidade. “Tenho orgulho do presidente e do governo da França, que têm uma forte visão de reforma do país para torná‑lo pronto para o futuro: gosto da sua atitude pró‑negócios com campanhas como #ChooseFrance, da sua visão para a Europa e da sua atitude proativa em relação a questões ambientais, bem como posicionar a França enquanto uma nação start‑up”, refere.
O desafio de integrar o board da ICCA é fruto de uma participação ativa na associação já desde 2006. “Senti‑me imediatamente atraída por essa vibrante comunidade internacional onde a troca de conhecimento é aberta e amigável. Muitas mensagens nas redes sociais relacionadas com a ICCA são tagadas como #ICCAFamily, o que realmente reflete o espírito da associação. É a única associação verdadeiramente global na indústria de reuniões, dedicada a moldar o futuro e valor das reuniões de associações internacionais”, afirma. A carreira na ICCA começou quando se tornou presidente do Capítulo França‑Benelux, entre 2009 e 2015, e em 2016, no congresso da Malásia foi eleita para o board. Nesta condição, o objetivo de Marta Gomes é contribuir para “tornar a ICCA mais forte, mais global e mais sustentável a longo prazo”. Com mais de um milhar de membros em todo o mundo e escritórios em todos os continentes, “agora é hora de solidificar a posição desses escritórios regionais e oferecer mais serviços a todos os membros em todo o mundo e ajudar a integrar as gerações mais jovens nos nossos membros. O nosso novo CEO, Senthil Gopinath, que é ex‑diretor regional no Médio Oriente, foi contratado para cumprir as metas estratégicas da ICCA, aproveitando os talentos da nossa equipa global”. Indagada sobre a escassa presença de profissionais portuguesas na liderança de associações do setor, Marta Gomes relativiza. “Posso pensar em alguns líderes portugueses na nossa indústria, como Ricardo Vieira, que acabou de deixar o cargo de presidente do capítulo ibérico da ICCA, Mónica Freire, que é membro do Conselho da IAPCO [International Association of Professional Congress Organisers], e Miguel Neves que é membro do board do MPI [Meetings Professional International]. Realmente não sei dizer por que não existem mais, mas também poderíamos dizer o mesmo sobre os franceses”, lembra. Da passagem pela ICCA, Marta Gomes espera poder encorajar mais membros e mais mulheres a participarem e concorrem a eleições dos boards e dos capítulos. Já de Portugal o que sente mais falta, confessa, é do mar. “E tudo o que vem com ele: peixe fresco grelhado, sardinhas, sapateira, mariscos... A lista é interminável!” Cláudia Coutinho de Sousa
TENDÊNCIAS 38
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O MERCADO MICE HALAL É A NOVA TENDÊNCIA “Há cerca de 22 milhões de muçulmanos apenas na Rússia”, afirmou Gerceker, diretor geral do WOME Deluxe, um hotel de luxo de 5 estrelas em Alanya, na Turquia, e um dos melhores hotéis resort Halal‑friendly do país. Gerceker citou a Rússia como apenas um exemplo do potencial amplamente inexplorado do setor.
Do ponto de vista do Reino Unido, o Islão é a segunda maior religião do país, com cerca de 1 milhão de muçulmanos apenas em Londres. De acordo com o relatório do Conselho Muçulmano da Grã‑Bretanha de 2013, a “Libra Muçulmana”, cerca de 33% de todas as pequenas e médias empresas de Londres são propriedade de muçulmanos. Gerceker citou a enorme população muçulmana da Rússia como um meio de destacar as imensas oportunidades em todo o mundo para os viajantes que seguem a filisofia Halal. Algo que até recentemente, segundo a “HalalBooking.com” ‑ a principal plataforma internacional de pesquisa e reservas do mundo para férias Halal ‑, é descrito como “a maior tendência de viagens da qual você nunca ouviu falar”. No entanto, essa visibilidade está em transição de nicho para mainstream, com o segmento de viagens do mercado Halal seguindo o setor de alimentos Halal avaliado globalmente em US $ 1 bilião, e marcas de moda como NIKE e H&M a liderar uma indústria de vestuário de US $ 270 mil milhões. A tendência favorável ao Halal tem vindo a crescer rapidamente, com destinos em todo o mundo a procurar o cliente muçulmano; o recém‑divulgado relatório sobre economia global islâmica de 2018/19 estimou que o gasto deste mercado em viagens tem crescido US $ 10 mil milhões por ano, atingindo US $ 177 mil milhões em 2017. Prevê‑se que chegue a US $ 274 mil milhões até 2023, tornando‑se um dos setores que mais crescem. Viajar tornou‑se um segmento importante, e a gerar ondas, no
Yusuf Gerceker
mercado de consumo muçulmano, nos setores de lazer, negócios e MICE, todos à procura de colher os frutos. O Islão tem a população mais jovem de todos os principais grupos religiosos; assim, os “viajantes muçulmanos Millennial” começaram a remodelar a indústria de viagens muçulmana, em grande parte por meio do cenário digital e social, como o HalalTravelGuide.net, de Soumaya Hamdi. O setor MICE já está a definir‑se como um segmento valioso do mercado Halal, seja como plataforma para dar visibilidade ao tema, seja através de empresas que procuram espaços Halal exclusivos. Exemplos incluem o Malaysia International Halal Showcase, que aconteceu em abril deste ano, e a Halal Expo London, que aconteceu no Excel em dezembro. O diretor da Halal Expo, Dr. Patel, declarou que “iremos realizar uma
conferência Halal in Travel de um dia, com líderes de pensamento, empreendedores e líderes internacionais do setor de viagens Halal de todo o mundo para discutir tendências e oportunidades de destinos. Prevemos que cerca de 10% dos nossos expositores sejam do setor de lazer, negócios recreativos e viagens MICE ”. Anisa Syed, da Halal Holidays & Value Added Travel, agentes da Halalbooking.com, afirma que “Eventos como a Halal Expo London são uma oportunidade de obter feedback b2b sobre o mercado Halal, mas também uma celebração b2c do setor”. Outras grandes exposições, como a ITB Asia, ITB Berlin e Uzakrota Travel Summit Istambul, fizeram parcerias com dois especialistas Halal, Crescent Rating e Halal Trip, para consciencializar e propagar o potencial do setor através das suas conferências.
O WOME Deluxe, o resort de 545 quartos, dispõe de sete salas de reuniões com capacidade para conferências de até 1.000 delegados, tornando‑se um local ideal para negócios MICE com ambiente Halal. “Nos últimos anos, durante a temporada de inverno, recebemos negócios governamentais MICE e outras empresas interessadas em instalações Halal. O principal exemplo é o Ministério Religioso da Turquia, que envia milhares de funcionários para fins educacionais internos. Ao longo da última temporada de inverno, tivemos cerca de 10‑12.000 delegados ”, acrescentou Gerceker, enquanto a chamada para oração soava gentilmente pelas colunas de som do outro lado do complexo. A chamada para a oração é uma das principais características dos hotéis que os hóspedes islâmicos procuram, diz Gerceker: “Dedicamos e segregamos áreas exclusivas para mulheres, 10 mil metros quadrados em todo o complexo, que incluem restaurantes, piscinas, spa e centro de bem‑estar e uma área de praia, resguardados por uma floresta de pinheiro ”. O grupo WOME tem ainda a própria Academia de Formação, dedicada a treinar a equipa sobre o conceito Halal para oferecer qualidade de serviço e liderança neste campo. Também tem um novo hotel, vocacionado para reuniões, a inaugurar em Trabzon num futuro próximo. Muitos dos hotéis no Halalbooking.com refletem as instalações de qualidade e para reuniões da WOME em toda a Turquia e nos outros 10 países em que estão atualmente presentes. É uma área cujo desenvolvimento a Halalbooking.com tem vindo a monitorar. Anisa Syed comentou que “o nosso site Halal Holidays divulga as instalações para conferências e as opções de negócios Halal‑friendly disponíveis nas propriedades que promovemos; o setor MICE é uma demanda em desenvolvimento, o que é uma progressão natural dos nossos produtos de lazer e se relaciona com outras áreas do nosso negócio”. Com 60% dos muçulmanos abaixo dos 30 anos, dos quais 36% são da geração Millennial e 33% da geração Z, e “o rápido crescimento das redes digitais e sociais, além da ascensão de influenciadores muçulmanos digitais, está a impulsionar o setor de viagens Halal, confirmou o Dr. Patel. O apetite por viagens Halal de lazer, negócios e MICE é mais forte agora que o aumento da consciencialização mostrou que as sensibilidades culturais podem ser preservadas. Mais uma vez, o setor MICE será a plataforma para difundir essa consciencialização, impulsionar o crescimento e fornecer sustentabilidade a longo prazo para hotéis e venues.
Ramy Salameh* *Ficou hospedado pela www.Halalbooking.com e viajou com a Gatwick Express ‑ www.gatwickexpress.com
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IBEROSTAR LISBOA E O CONCEITO BLEISURE O que os turistas querem mesmo é ficar no centro da cidade. Os meeting planners precisam de combinar inovação com facilidades de mobilidade e conforto dos participantes. É esse o posicionamento do Iberostar Lisboa, primeiro cinco estrelas da espanhola Iberostar Hotels & Resorts em Portugal.
Reuniões e eventos Inaugurado há dois anos na emblemática rua Castilho, o complexo de 166 quartos oferece vista privilegiada da cidade, uma perspectiva inusitada da estátua do Marques de Pombal e todas as infraestruturas para quem procura um refúgio breve ou prolongado na cidade. Seja atendendo a reuniões, eventos corporativos, desfrutando de um almoço de negócios ou de um cocktail ao final da tarde. Conhecida pelos resorts de praia em destinos como Brasil, Marrocos e Cuba, a Iberostar iniciou a expansão para hotéis de cidade em Budapeste, Madrid, Miami, Nova Iorque e em Lisboa e parece ter encontrado a fórmula de aliar experiências bem‑sucedidas para viajantes em férias ou negócios. Os quartos amplos e com decoração elegante e sóbria são oásis para quem quer desfrutar de um bom descanso depois de um dia de trabalho ou de passeio. A suite Marques de Pombal, por exemplo, possui 118 metros quadrados e tem a parede em frente à cama totalmente envidraçada, do chão ao teto, com vista desde o Parque Eduardo VII até ao rio Tejo. Tem ainda sala de estar, cama king size e uma ampla casa‑de‑banho. O empreendimento também conta com alojamentos de 57 metros quadrados com quarto e sala independente e vista panorâmica. Ou ainda quartos de 41 metros. O suave perfume que envolve o ambiente do hotel é uma marca registada da Iberostar e pode ser identificado em todos os empreendimentos da rede pelo mundo.
Visando atender ao segmento da meetings industry, o Iberostar Lisboa oferece um Business Center composto pelo ballroom com 300 metros quadrados para eventos, e sete salas de reuniões com capacidades variadas entre 10 e 200 participantes. Os 300 metros quadrados de área são flexíveis e podem abrir‑se para grandes ocasiões ou dividirem‑se em salas multifuncionais que atendem a qualquer tipo de evento, seja social ou institucional. Os equipamentos audiovisuais e a equipa de apoio estão disponíveis para facilitar a vida dos organizadores e clientes. Espaços como o lobby bar, a piscina e o restaurante Luz também estão disponíveis para eventos ou reuniões, sendo que o restaurante, comandado pelo chef Jorge Fernandes, comporta até 150 pessoas. Nos dias quentes de verão, a piscina exterior do hotel é garantia de discrição, sossego e a privacidade garantida pela localização entre os dois edifícios que compõem o complexo hoteleiro. O jardim vertical completa o cenário com frescura. Como não poderia deixar de ser, o Iberostar Lisboa conta com ginásio equipado com aparelhos de fitness e um centro de wellness e spa, oferecendo duches, piscina aquecida, sauna e banho turco, salas de massagem e tratamentos estéticos.
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Hotel amigo do ambiente Esqueça os vidrinhos de creme, shampoo, sacos plásticos com chinelos de quarto, escova de dentes e outros amenities. No Iberostar Selection Lisboa, bem como em outros hotéis da rede espanhola, o cuidado com o meio ambiente é assunto levado a sério. Numa decisão pioneira em termos de hotelaria, a rede Iberostar decidiu substituir totalmente os artigos de plástico descartáveis por alternativas de materiais naturais ou biodegradáveis, bem como dispensadores com cosméticos equivalentes. Através da campanha Wave of Changes, o grupo Iberostar vem criando um compromisso de cuidado com os mares e oceanos que tem como objetivo, neste ano de 2019, abolir o plástico descartável dos quartos de todos os hotéis. Graças a essa iniciativa, os produtos habituais de plástico estão a ser substituídos por outros de materiais alternativos como vidro, papelão ou materiais à base de vegetais renováveis.
Em Espanha, por exemplo, os hotéis e resorts do Grupo Iberostar já conseguiram eliminar o uso individual do plástico. Agora, a rede trabalha para conseguir o mesmo em todos os resorts internacionais até 2020. Já na República Dominicana, por exemplo, o grupo criou em 2018 o primeiro viveiro de corais do país com vista a educar hóspedes e colaboradores sobre a responsabilidade de preservação, uma vez que os corais são indicativos da saúde da costa marinha. Através dessas iniciativas o Grupo Iberostar envolve os funcionários, parceiros e clientes que desejam juntar‑se a esta onda de mudança e incentiva uma postura de compromisso entre o turista e o destino visitado.
Rose de Almeida
C O N S U LT Ó R I O D E P R O T O C O L O WWW.EVENTPOINT.PT
Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova
CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO É uma das rubricas mais antigas da Event Point e abre a porta aos leitores para colocarem questões sobre protocolo e imagem. As respostas são, como habitualmente, da autoria das especialistas Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova.
O nosso município vai celebrar um protocolo de geminação com um município espanhol. Será possível esclarecer as seguintes dúvidas? Qual é a ordem de colocação destas cinco bandeiras: (1) Bandeira Nacional + (2) Bandeira da União Europeia + (3) Bandeira de Espanha + (4) Bandeira do Mun. Português + (5) Bandeira do Mun. Espanhol? Qual é a ordem de audição dos hinos? (1) Hino Nacional Português + (2) Hino da Alegria + (3) Hino Nacional Espanhol? A ordem de colocação das bandeiras é: Portugal ao centro (1), Espanha à direita (2), UE à esquerda (3), município espanhol novamente à direita (4), município português à esquerda (5). Recordamos que a direita é a esquerda de quem olha de frente. Em relação aos hinos, toca primeiro o Hino Nacional, depois o Espanhol, depois o da Alegria.
Quais os benefícios de num evento deixar as filas da frente com sinais de reservado e depois ficarem meias vazias? Como agir num caso destes? Reservar lugares numa plateia deve resultar de um plano cuidado de seating. E, por sua vez, um plano de seating começa a esboçar‑se desde o início da organização do evento: convidar, receber confirmações ou negativas, garantir que não há alterações dessas respostas até à realização do evento, receber os participantes, acompanhá‑los ao seu lugar… Se, mesmo com todo este planeamento detalhado e cuidado, algo falhar (o que acontece não raramente…) deve de imediato garantir‑se que o lugar vazio é ocupado por alguém absolutamente discreto, da confiança da entidade anfitriã e que não ponha em causa a ordem protocolar estabelecida entre os demais participantes. Em termos de moderação em eventos, qual a melhor forma de sinalizar a um speaker de que o tempo foi ultrapassado? Sugerimos que, previamente ao evento, o speaker seja devidamente informado de todos os aspetos necessários ao eficaz desenrolar do evento, sobretudo das questões de gestão de tempo. Quando, mesmo assim, o speaker incumpre, e se a habitual mensagem de telemóvel não resolve, pode recorrer‑se desde a técnica discreta de alguém estabelecer contacto visual comunicando silenciosamente, até à nota escrita entregue por uma hospedeira. De qualquer modo, existem relógios próprios que, colocados no campo visual do orador, vão contando o tempo de modo a que este possa autorregular‑se.
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Equipa da RTP responsável pela Eurovisão
QUANDO UM PROGRAMA DE TELEVISÃO SE TRANSFORMA NUM EVENTO DE PROMOÇÃO DE UM DESTINO TURÍSTICO
Arrancou na primeira semana de NINGUÉM APRENDE SE julho em Lisboa mais uma edição NÃO ESTÁ COMPROMETIDO da Academia de Formadores, COM A APRENDIZAGEM evento anual organizado pelo Rui Correia, vencedor do prémio do “Global Teacher Prize Portugal 2019”, foi o keynote speaker do evento e não Fórum Turismo, em parceria poderia encontrar maneira mais dramática de chamar a atenção da plateia do que subir ao palco e declamar de foma com o Turismo de Portugal. monocórdica um texto recheado de palavras desconhecidas,
Ao longo de três dias oradores, professores e formadores debateram importantes temas sobre o futuro da formação e do setor de turismo, partilhando estratégias e impactos atuais da indústria e da sociedade. A sessão de abertura do evento contou com a presença do presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, da coordenadora da Direção de Formação do Turismo de Portugal, Ana Paula Pais, e também da representante da World Tourism Organization (UNWTO), Lucy Garner. Luis Araújo abriu o evento apelando à reflexão sobre a parte que cabe a cada cidadão no cenário do turismo em Portugal. “Os desafios são grandes, mas todos nós temos a nossa parcela de responsabilidade com o setor turístico”, afirmou. Araújo elencou ainda três fatores que devem ser enfrentados para o bem do turismo do futuro em Portugal e também no planeta, nomeadamente a Demografia (concorrência de outros setores, capacitação de mais e melhores profissionais para o turismo), o Digital (simplificar processos e ser mais produtivos), e a Descarbonização (defesa do planeta é prioridade máxima, redução da pegada pessoal e do país). Já Ana Paula Pais enfatizou que é missão dos formadores ajudar os jovens a melhorarem a sua formação para atender um mundo cada vez mais exigente e fluído. “Procuramos trazer ao programa deste evento um pouco de desasossego para que nos possamos mobilizar para aprender mais, nos interrogarmos a respeito de como temos feito as coisas e também estimular novos conhecimentos e mudanças”, destacou a diretora de Formação do Turismo de Portugal.
antigas e completamente fora do vocabulário atual. “O que acabou de acontecer aqui é exatamente o que acontece na sala de aula, com vocês e os alunos. Vocês falam e eles não entendem nada”, afirmou. A estratégia utilizada pelo professor visava mostrar a responsabilidade que o educador tem de se fazer entender pelos alunos, estimulando e respeitando os processos de aprendizagem. Na sua opinião, o professor não deve esquecer que os alunos são pessoas e que todas precisam de estar interessadas no tema para que se envolvam, participem, e queiram estudar. Na sua apresentação, Rui Correia fez perguntas à plateia e deu exemplos do dia a dia da sala de aula, pediu que os educadores adaptassem os seus métodos de ensino para entrar no processo de aprendizagem do aluno.
A COMPLEXIDADE DE UM EVENTO O período da tarde da Academia de Formadores foi todo dedicado ao estudo do case All Abord, dissecando os bastidores, a produção e a organização do Eurovision Song Contest, realizado em Lisboa, em maio de 2018. João Nuno Nogueira, da RTP, um dos líderes do projeto, trouxe à conversa a produtora executiva e produtora do espetáculo, Carla Bugalho; o produtor executivo e produtor de televisão, Paulo Resende; a diretora de eventos e logística, Maria Ferreira; o diretor criativo, Gonçalo Madaíl; e o supervisor criativo, Nuno Galopim. Juntos, revisitaram o evento, destacaram os pontos críticos em relação aos números superlativos de equipamentos, talentos humanos envolvidos, logística, eventos paralelos, obrigações contratuais com os idealizadores do festival e a missão de realizar o mais inesquecível festival de sempre. Planeado ao longo do ano de 2017, com o rigor de quem tem de se
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INFRAESTRUTURA SUPERLATIVA fazer entender por 43 países de culturas e origens tão diferentes, e responder por um regulamento estabelecido pela EBU, entidade que detém o Festival Eurovisão da Canção, a edição portuguesa entra na história e na memória dos portugueses e dos amantes da música. Visto por uma audiência superior ao público de um Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, que tem 136 milhões de espectadores, a Eurovisão, na versão portuguesa, gravou o nome a ferro e água do mar e transformou‑se num case de eventos de promoção de destino. Através de uma identidade visual e de um conceito temático que convidou toda a Europa a embarcar na viagem da música e do turismo português, a Eurovisão disseminou valores de integridade, diversidade, multiculturalismo, experiências, sabores, cores e sons lusitanos. All Abord, a temática meticulosa que envolveu a campanha de comunicação, sinalizou o local e identificou a Eurovisão na versão portuguesa como um evento plural, fez‑se valer do mar e de tudo o que ele representa para o país como elemento gráfico. Como disse Nuno Galopim, “o oceano que conecta Portugal com a Europa é o mesmo oceano que há 500 anos foi centro das rotas marítimas mais importantes do mundo, o azul do nosso Tejo é a veia azul viva a percorrer Lisboa e toda a vida marítima está na vida desta cidade que tão bem acolheu o festival”. Pela primeira vez na história da Eurovisão, a identidade visual do evento teve mais do que um logótipo. Ou seja, além da concha estilizada que era o logótipo principal, foram desenvolvidas doze imagens complementares para simbolizar os diferentes aspetos do ecossistema marinho e das atividades paralelas da programação da Eurovisão.
Mais do que música, a Eurovisão também promove a indústria da televisão e apoia‑se na tecnologia do audiovisual, incentivando a capacitação de fornecedores locais e defendendo o produto nacional. Nesse sentido, por incapacidade de uma empresa única ser responsável pela estrutura cenográfica do evento, a RTP propôs um consórcio entre as três mais bem preparadas empresas do setor e assim foi feito. Juntas estiveram responsáveis pela imagem que rodou o mundo em sete horas de programação televisiva. 302 camiões com equipamentos, 20 toneladas de acessórios pendurados no teto da Altice Arena, 19 câmaras, sendo seis delas especiais, 860 pontos de trabalho simultâneo, 1600 jornalistas, dez conferências de imprensa por dia, 37 mil fãs e delegações de 1150 pessoas são alguns números superlativos desta edição da Eurovisão. Uma operação desta monta requer cuidados com logística, segurança e integridade física de larga cobertura. O programa é de televisão, contudo, a estrutura do festival exige a operação de transporte, alojamento, alimentação, entretenimento, segurança e todos os serviços inerentes ao posto de anfitrião que coube a Lisboa. Além das tarefas inerentes à competição, nomeadamente as referentes aos músicos, ensaios, apresentações, a Eurovisão contempla eventos paralelos e apoio a passeios, programação cultural, eventos abertos ao público com os participantes do festival. Embora muito da estrutura oficial estivesse concentrada na zona oriental da cidade, junto à Altice Arena e à FIL, a Eurovisão também teve pontos fixos no Terreiro do Paço, onde funcionou o EuroVillage e ainda o Euroclub, ao lado, no Ministerium Club, espaço social para as delegações, autoridades, artistas e jornalistas descontraírem ao longo do evento. O legado de experiência e know how que a organização de um evento da magnitude da Eurovisão deixou para a RTP, e consequentemente para Portugal, vai além dos ganhos financeiros da ordem de três milhões de euros. A composição do conteúdo transmitido ao longo das sete horas de programação, a criação de 43 programas promovendo cidades portuguesas para todo o mundo, a relação entre os cidadãos e os turistas, a história e a cultura lisboeta traduzem‑se num acervo invisível da Eurovisão para a terra de Camões. Rose de Almeida
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VILA NOVA DE FAMALICÃO
TÊXTIL COMO ALAVANCA PARA OS EVENTOS
A dois passos do Porto e de Braga, Vila Nova de Famalicão orgulha‑se de deter importantes clusters de negócios, conferindo à cidade um particular potencial para eventos e congressos. A autarquia, atenta ao fenómeno, tem uma estratégia para o setor.
Foi na casa de São Miguel de Seide, em Famalicão, que Camilo Castelo Branco escreveria alguns dos mais brilhantes romances da literatura portuguesa. Hoje funciona aqui um museu, que perpetua a memória do profícuo escritor, e onde está conservada parte da sua biblioteca, alguns objetos e mobiliário. Outro museu que se destaca no concelho é o Museu Bernardino Machado. O palacete Barão de Trovisqueira reúne o acervo familiar daquele que foi Presidente da República de Portugal. Os espaços deste museu estão disponíveis para alugar, bastando contactar para o efeito a Câmara Municipal de Famalicão. Não é possível falar de venues no concelho sem referir a Fundação Cupertino de Miranda e a Casa das Artes. A primeira detém um auditório com 176 lugares sentados, em anfiteatro, climatização e equipamento audiovisual, podendo acolher assim as mais diversas iniciativas. Já a Casa das Artes dispõe de um auditório com 494 lugares disponível para eventos e congressos, mas também para as mais variadas manifestações artísticas, desde ópera a dança, passando pelo teatro. O equipamento tem ainda um pequeno auditório com 124 lugares, bem como um café‑concerto, com 75, onde também se realizam eventos. O foyer é normalmente utilizado em exposições, em mostras de produto ou em cocktails. A Casa das Artes conta com uma programação cultural dinâmica, atraindo muitas pessoas do concelho e de concelhos limítrofes. Outro edifício icónico na região é o Mosteiro de Landim, mais um local por onde deambulava Camilo Castelo Branco. Embora mais vocacionado para acontecimentos sociais, está habituado a receber eventos corporate. Os locais mais procurados são o claustro – que recebe cerca de 300 pessoas ‑, e dois salões com
Festa da Flôr
capacidade para 150 pessoas aproximadamente, além do jardim. O pulmão de Famalicão é o Parque da Devesa, um projeto da autoria do arquitecto Noé Diniz. O anfiteatro ao ar livre recebe os mais diversos eventos e espetáculos, num entorno verdadeiramente bucólico.
Gastronomia e vinhos Também a gastronomia faz parte do apelo turístico de um local. Em Famalicão come‑se muito bem, ou não estivéssemos no Minho. O cabrito, os rojões, a vitela, o bacalhau fazem parte dos menus locais e a delícia dos comensais. O evento “Dias à Mesa”, que se realiza ao longo do ano, pretende destacar a riqueza gastronómica do território. E nada como um bom vinho a acompanhar. Famalicão faz parte da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, sub‑região do Ave, tendo uma produção de qualidade. Por fazer parte desta região, por aqui passam algumas rotas ligadas ao vinho, bem como existem diversos espaços de enoturismo. Famalicão é também conhecido por celebrar o Santo António. As Festas Antoninas atraem à cidade milhares de turistas para conferirem as marchas populares e todas as tradições ligadas a esta romaria. Também o Carnaval é levado muito a sério pelos famalicenses, contagiando foliões de todo o país. E há várias outras festividades no calendário de eventos locais.
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Parque da Devesa
“Famalicão Cidade Têxtil” É o setor têxtil e do vestuário o mais relevante para a economia de Famalicão. Tanto que, conforme explica Augusto Lima, vereador do Pelouro do Turismo da Câmara Municipal, foi criada a marca “Famalicão Cidade Têxtil”, uma vez que o concelho “alia a tradição, a inovação e a criatividade que o têxtil, o design e a moda ostentam, sempre com os olhos postos no futuro”. Mas há outras indústrias importantes: a agroalimentar, a metalomecânica e a automóvel. Juntas “configuram um contexto empresarial forte e dinâmico no concelho famalicense, reforçando o estatuto de território industrial”, diz o autarca, lembrando que o concelho é o mais exportador da região Norte e o terceiro em termos nacionais. “ Esta vitalidade industrial e de internacionalização constituem uma enorme mais‑valia na promoção do turismo industrial e de negócios. Além de ser a sede de empresas de renome internacional, acolhe também centros de investigação e inovação, como são os casos do CITEVE e do CeNTI”. O CITEVE é o centro tecnológico para o desenvolvimento da indústria têxtil e o CeNTI é o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes. Ambas as instituições são pólos de atração de eventos, empresas e pessoas. “Deste modo, Famalicão adquire uma centralidade muito relevante e estratégica, quer enquanto território de destino de profissionais internacionais que visitam as nossas empresas, quer enquanto emissor de eventos organizados pelas empresas e que atraem pessoas de várias proveniências, quer ainda enquanto território fértil para acolher eventos institucionais de turismo de negócios”, sublinha Augusto Lima.
Assim, também a Câmara gizou uma estratégia para promoção deste setor dos eventos e do turismo, “fortemente articulada com a estratégia regional definida para o Norte de Portugal”. “Os objetivos da estratégia local enquadram uma política de turismo sustentável – social, económico e ambiental –, e assentam na interação entre a comunidade local, os turistas, as empresas e serviços turísticos, as políticas públicas locais de promoção, a cultura e os agentes culturais”, refere o vereador. A implementação da estratégia numa fase inicial implica a concentração de esforços de promoção dos públicos que já estão na região e no país, bem como nos profissionais de outros país que colaboram com as empresas sitas no território, no sentido de harmonizar as deslocações a negócio com o turismo local. “Naturalmente que apostamos também na participação em feiras e na dinamização de ações complementares de fam trip e de missões inversas empresariais, que complementamos com programas turísticos”, elenca Augusto Lima. “A nossa Visão é a de atingir, no médio prazo, um patamar superior em matéria de posicionamento turístico, tendo sido formulada do seguinte modo: Famalicão, um destino cosmopolita e memorável, com uma diversidade de recursos patrimoniais e culturais e uma oferta gastronómica e vínica singular, para visitar, vivenciar e voltar”, explica. No tocante ao turismo industrial e de negócios, “estamos a desenvolver uma estratégia territorial integrada, envolvendo a economia, o turismo e a cultura, assente no cross selling e na criação e capacitação de redes de cooperação”.
TRÊS PERGUNTAS A AUGUSTO LIMA, VEREADOR DO PELOURO DO TURISMO DA CÂMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DE FAMALICÃO Em termos de hotelaria e estruturas de turismo, acreditam que a cidade está bem servida? Há algum projeto na calha? Reconhecemos a existência de necessidades que urge colmatar, face ao dinamismo económico e ao potencial turístico da região. Queremos criar condições para que Famalicão possa ser palco, cada vez mais, para a realização de grandes eventos. Estamos, por isso, empenhados em encontrar respostas para melhorar a oferta de equipamentos de hotelaria e outras estruturas de turismo que vierem a tornar‑se fundamentais para esse objetivo de afirmação. Quais são os critérios para a criação de eventos próprios ou para o apoio de eventos a terceiros? O território de Famalicão é fértil em eventos e em empresas e organizações, sendo, por isso, com naturalidade que as propostas vão emergindo com muita frequência e com caráter inovador. Mais do que concentrarmos a nossa preocupação na origem da proposta do evento, se é um evento próprio ou de terceiros, estamos realmente focados na qualidade, inovação, estratégia, transversalidade e visão de continuidade dos eventos. O enquadramento dos eventos na estratégia de organização, desenvolvimento e promoção do turismo e do território, e o envolvimento consequente dos stakeholders locais e regionais, materializado num trabalho em rede, que qualifica e projeta o território, constitui um objetivo fundamental.
Fábrica da Leica, em Famalicão
Há algum tipo de cooperação neste sector com o Porto ou com os outros concelhos do Quadrilátero na captação de eventos? Vila Nova de Famalicão goza de uma posição geoestratégica privilegiada, que se reflete na nossa incansável abertura ao exterior. Essa abertura ao exterior tem‑nos proporcionado enormes ganhos, desde logo expressos na economia vibrante que nos caracteriza, mas também nas relações internacionais e na dinâmica de cooperação institucional. Este Município integra a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Associação de Municípios Quadrilátero Urbano, a Comunidade Intermunicipal do Ave, a plataforma de cooperação MINHOIN, e o Eixo Atlântico. Em todos estes contextos de cooperação institucional e territorial têm sobressaído as vantagens do trabalho em rede e da partilha de conhecimento e estratégias, bem como os ganhos de escala quando se trata da abordagem turística ao território. Ao mesmo tempo, outros projetos de cooperação com outros territórios têm emergido, mais associados a domínios de cooperação específicos, como é o caso do turismo industrial. Existe uma enorme abertura e predisposição para um trabalho em rede, seja na captação de eventos, seja na estruturação partilhada da oferta turística. Esta dinâmica está naturalmente em curso e denota uma tendência de reforço que nos apraz registar e a que damos o nosso forte contributo. Cláudia Coutinho de Sousa
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“EM TODOS OS SERVIÇOS RELACIONADOS COM EVENTOS NÃO SE COBRA IVA”
DIVERSIDADE E CHARME NO PAÍS DO MATE Talvez seja diversidade a palavra que melhor descreve o Uruguai em termos turísticos. No espaço de escassos quilómetros as diferentes paisagens sucedem‑se, assim como as maravilhas históricas. Pelo que para incentivos o país tem uma oferta super abrangente em termos de natureza, de observação de aves, de turismo de aventura e náutico. O Uruguai é também conhecido pelos vinhos, pelo mate (um chá estimulante que é praticamente companhia de todos os uruguaios) e gastronomia. A famosa parrillada (carne assada) e o marisco fazem as delícias de quem visita este país pacato e amistoso, politicamente estável, e que conta, segundo o Banco Mundial, com a maior população de classe média do mundo.
É na capital, Montevideu, que se concentra uma grande parte da oferta MICE, contribuindo para o sucesso do país neste setor. A capital encapsula alguns dos aspetos que diferenciam o Uruguai: segurança, acessibilidade e conectividade.
Legado português A uma hora de Buenos Aires, por barco, pelo famoso Rio da Prata, Colónia de Sacramento é uma das regiões mais charmosas do país, mas o que muitos desconhecem é que tem fortes ligações a Portugal. Foi fundada a mando do Império Português, por Manuel Lobo, em 1608, e foi trocando de mãos ao longo da história entre portugueses e espanhóis, tendo chegado a fazer parte do Brasil. Os materiais com que se construíam as casas, as cores, a calçada são testemunhos da presença dos portugueses nesta cidade que, desde 1995, é Património Mundial da UNESCO.
Punta del Este Convention Center
Novos venues
Antel Arena
Em 2018, o Uruguai recebeu 248 congressos, dos quais 74 foram internacionais. O país encontra‑se no lugar 49 da ICCA (International Congress and Convention Association). O Antel Arena e o Punta del Este Convention Center são dois dos principais venues que existem no Uruguai. O primeiro data de 2018, está localizado em Montevideu, e tem capacidade de receber concertos, eventos desportivos e congressos até 12 mil pessoas. Com uma área de 12 mil hectares, o Punta del Este Convention Center dispõe de um pavilhão com 6.700 m 2 e mais de 60 mil de espaço exterior.
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Sete perguntas a Benjamin Liberoff, Vice‑Ministro do Turismo no Uruguai Quais são as principais potencialidades do Uruguai para o setor MICE? Hoje o sector MICE está à procura de novos destinos, com certas características de segurança, de vivência de experiências, e de ter a oportunidade de conhecer os países e a região. No caso do Uruguai, estamos a duas horas e meia de outros destinos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago do Chile, Foz de Iguaçu. Por outro, trata‑se de um país pequeno que permite em 300 kms ter acesso a natureza, avistamento de aves, adegas, experiências gastronómicas, arquitectura, fazendas. Cremos que isso facilita o desempenho neste setor, juntamente com dois novos venues especializados para eventos, Punta del Este Convention Center e Antel Arena. Do ponto de vista da infraestrutura, esta permite receber congressos para 2.500 pessoas sem nenhum problema. A Antel Arena recebe 6 ou 7 mil pessoas. Temos uma coisa que procura ajudar à organização de eventos e que é: em todos os serviços relacionados com eventos não se cobra IVA. Parece‑me um bom mix: a experiência, a infraestrutura e os benefícios fiscais.
Dentro do Uruguai quais são os destinos MICE mais importantes? Claramente Montevideo, seguido por Punta del Este, Colonia del Sacramento também tem facilidades, bem como Rivera, que fica na fronteira do Brasil. Comparando com outros países da América Latina, como caracterizaria o Uruguai em termos de segurança? De acordo com a opinião dos turistas, o Uruguai é um país muito seguro, pode transitar‑se por Montevideo, por Punta del Este, sem nenhum tipo de inconveniência, e verificamos isso quer nos eventos, quer nos cruzeiros. Os incidentes são poucos. E o Uruguai tem uma segurança, de que normalmente não se fala tanto, que é a segurança alimentar e sanitária. É possível beber água da torneira em qualquer lugar. Produto de políticas nacionais, o Uruguai mudou a sua matriz energética. Hoje há mais de 250 dias por ano em que o conjunto de energia é de caráter renovável, e isso influencia a qualidade de vida e quem quer organizar eventos tem empatia por este tipo de coisas.
Quais são os mercados prioritários para o Uruguai? Eventos latino‑americanos, ibero‑americanos ou hispano‑americanos. Temos entre 55 e 60 eventos no ranking da ICCA ao largo dos últimos anos e esse é o standard que temos. Todos sabemos que há cada vez mais competição, e assim manter esse número é para nós uma demonstração de que o país tem uma reputação importante e que é procurado para eventos. Que políticas estão em marcha para manter este bom desempenho do Uruguai? Temos desde há vários anos algumas linhas de atuação. Uma delas é trabalhar com entidades profissionais uruguaias que participam em congressos; depois com os profissionais que são membros de bureaux, de hierarquias em organizações internacionais; em terceiro lugar trabalhamos com as estruturas do próprio Estado, porque há uma parte substancial dos eventos internacionais que têm que ver com atividades do Estado. E temos uma área a que chamamos SOS Eventos, através da qual as organizações profissionais, ou os OPC, preenchem uns formulários – antecedentes dos eventos, participação, emprego que geram, investimento potencial, a área do evento (há áreas que são prioritárias: energias renováveis, telecomunicações, educação à distância, digital) ‑, e de acordo com isso damos algum dinheiro à organização para ir captar o evento. Neste âmbito, temos uma
bateria de incentivos e de facilidades para apoiar a captação de eventos. Depois, juntamente com a Argentina, Paraguai e Chile estamos a candidatar os nossos países a receber o Campeonato do Mundo de Futebol 2030. O primeiro campeonato realizou‑se em 1930 no Uruguai, e o Uruguai foi campeão, e a FIFA já determinou que vai haver uma celebração, pelo que estamos a tratar de que a celebração seja de alguma maneira com um Campeonato do Mundo. Qual é o peso do MICE no turismo do Uruguai? Mais ou menos 5 a 8 por cento. Há dados quanto ao número de turistas portugueses que visitam o Uruguai? Não chegam a 10 mil por ano. Tanto a Air Europa como a Iberia têm bastantes conexões com o Uruguai e há uma conexão muito ampla entre Portugal e Espanha. Nós promovemos o Uruguai como um multidestino, como parte de um circuito. Para os portugueses, que vão muito ao Brasil, a possibilidade de ampliarem o circuito, desde São Paulo, Porto Alegre, uma vez que o Atlântico já foi cruzado, é uma estratégia. É aí que me parece que temos uma oportunidade. Cláudia Coutinho de Sousa
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ANIMAÇÃO
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