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Capítulo 9 Eu posso mudar

CAPÍTULO 9

Eu posso mudar Eu posso mudar Eu posso mudar Eu posso mudar Eu posso mudar

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“N ão vou ficar prometendo que vou mudar, chega de promessas! Agora vou te mostrar.”

Depois dessa mensagem fui para o meu cantinho da escrita, organizei meus pensamentos em meu diário pessoal e depois escrevi uma carta para a Renata. Escrevi sobre os meus sentimentos por ela e como acho linda a nossa história de amor. ...

Nos conhecemos quando eu tinha 13 anos, ela era muito magrinha e tinha o rosto cheio de sardinhas; eu também não era nenhum galã, era feio, pobre e burro. Começamos a conversar no Orkut e tivemos nosso primeiro encontro na minha casa; foi um desastre! Nosso beijo era completamente desordenado, eu muito acelerado e ela muito lenta. Fomos para o quarto, e enquanto a beijava tirei toda a minha roupa, nem sabia o que estava fazendo. E quando ela me viu pelado se assustou. - Meus Deus Bruno, o que você está fazendo? Você está peladão!

Nisso ouvimos o portão da minha casa abrir. - É minha mãe!

Me vesti e fomos embora. Deixei ela no portão da casa dela e marcamos de nos encontrar lá na outra semana.

Uma semana depois fui à casa dela e ela não estava. Levei o primei-

ro bolo da minha vida e desisti dela pela primeira vez.

Em 2016, 8 anos depois, nos encontramos no Facebook. Naquele dia fazia três anos que ela estava noiva e três dias que eu tinha me separado da Ale. Exatamente naquele dia o noivo dela estragou tudo que eles tinham, ele cheirou cocaína na frente dela na comemoração de 3 anos de noivado.

Ela ficou muito mal, eu também não estava bem com o divórcio. Juntos conhecemos o amor verdadeiro e nos apaixonamos perdidamente.

A carta nos aproximou um pouquinho e fomos fazer um lanche na padaria que ela amava. Ela comentou. - Também acho linda a nossa história, mas você não está esquecendo de uma parte?

- Nossa história é tão linda que daria um livro. De qual parte eu esqueci?

- Você está esquecendo um capítulo desse livro. Lembra quando nos vimos no colégio? Acho que eu tinha uns 15 anos.

Novembro de 2012

Fui na saída de um dos maiores colégios de Curitiba; tinha meus 17 aninhos e adorava ir nas saídas dos colégios conhecer as meninas. Nesse dia eu tinha um encontro marcado com uma morena linda, mas eu perdi completamente o rumo quando vi a Renatinha no meio da multidão. Meus olhos brilharam e abri aquele sorriso, fui em direção a ela. - Oi Renata, lembra de mim?

- Nossa, Bruno, quanto tempo. Ela me deu um abraço longo e sorrimos. - E você, o que está fazendo aqui?

- Estou com uns amigos.

E apontei para os meninos que estavam comigo.

Ela falou.

- Eu já estou indo para casa, quer ir descendo comigo?

Descemos a rua conversando e o tempo passou voando, chegamos na frente da casa dela muito rápido e ela falou.

- Nossa, nem parece que estamos conversando há 15 minutos, vou descer até a academia com você.

E continuamos rindo e conversando. Quando chegamos na esquina da academia ela disse.

- Quando puder vai lá no colégio para a gente conversar mais.

- Semana que vem vou lá te ver.

Nos olhamos e ela sorriu toda tímida, tentou desviar o olhar olhando para baixo e quando ela olhou para frente eu estava pertinho da sua boca; nos beijamos lentamente e nos abraçamos antes de ir.

Cheguei na academia, o Zito e o Moscão estavam na porta. O mestre falou.

- Olha só que ligeiro o Ceará, quem diria hein? Chegou aqui na academia de bicicleta e chinelo de dedo e tinha até medo de mulher; agora dá até uns beijinhos nas gatinhas.

Ele e o Moscão riram, eu fiquei todo sem jeito.

Na semana seguinte comecei a ficar com a Ale, e dei um tremendo bolo na Renatinha.

Realmente já tinha passado da hora de começar a mudar, estava na hora de ter atitudes.

Cuidar da Daenerys foi a atitude que fez ela me dar um espaço. Também preciso me afastar do Moscão e priorizar ela e nosso tempo

juntos, essa é a linguagem do amor dela, se quero ela na minha vida, preciso ter mais tempo de qualidade com ela e parar de ficar resolvendo coisas no celular quando estamos juntos. Ela vai ser minha prioridade!

Chegou o dia 31 de outubro e neste ano não comemorei meu aniversário, não fazia nenhum sentido fazer uma festa. Sempre foi ela quem organizou meus aniversários e por mais que estivéssemos nos vendo, não tínhamos voltado e ela não iria me assumir em público no meu aniversário.

Estávamos sentados no sofá da casa dela e ela falou.

- Como assim você não vai comemorar? É o seu dia, é o dia mais importante do ano.

- Aí vida, não quero comemorar. Passar o dia treinando, focar na próxima luta.

- Vamos fazer alguma coisa pelo menos, não vai ficar só treinando no seu aniversário.

Ela era a única pessoa com quem eu queria estar junto no meu aniversário e o presente que eu ganhei foi o melhor!

Fomos em um stand de tiro e depois saímos para comer um lanche. Estávamos esperando nossas comidas chegarem e vi uma máquina de ursinhos.

- Vou lá pegar um ursinho para você vida.

Coloquei dois reais na máquina e a garra não chegou nem perto de pegar o ursinho. Coloquei mais dez reais e nada. Comecei a ficar bravo, queria pegar um ursinho para ela. Coloquei mais dez reais.

Ela falou.

- Aí amor, deixa. Essas máquinas são programadas. - Como que pode, essa garra solta. Meu pai sempre pegava para mim quando eu era criança, achei que fosse mais fácil.

- Deixa eu tentar uma vez.

Ela mirou em um jacarezinho bem bonitinho e quando a garra desceu eu falei.

- Não acredito!

Ela me abraçou, beijou-me e estendeu suas mãos com o Jacarezinho.

- Seu presente de aniversário, vida.

Foi o único presente de aniversário que ganhei em 2019 e não podia ter sido melhor.

Continuamos jogando. - Não acredito! De novo, você é muito boa nisso.

Ela pegou mais um ursinho, e mais um, e mais um. Foram 4 ursinhos no total. Ela foi me dar umas dicas.

- Vida, faz assim. Mira bem no meio do ursinho e espera a garra parar de se mexer.

Mirei em um dragão irado, não tinha pego nenhum e fui no que ela mais queria. Ela comemorou animada.

- Aí, amor, conseguiu um. A abracei, beijei e estiquei minhas mãos segurando o ursinho. - Vida, essa é para você.

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