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Capítulo 21 Uma página em branco
CAPÍTULO 21
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Encostei o carro na frente da casa dela, a rua estava bem escura e era um bairro bem periférico, do lado de uma favela. Mandei uma mensagem avisando que tinha chego. Ela veio, entrou no carro e falou toda animada.
- Minha mãe falou que tinha um carrão aqui na frente de casa, parece aqueles carros de filme, que massa.
A cumprimentei sorrindo com a empolgação dela e pensando “ela não sabia que carro eu tinha? Tem um monte de foto no insta; que massa.”
Fomos rumo ao meu restaurante favorito e comentei que minha semana de treino foi bem puxada. Ela perguntou.
- Você treina o quê?
- Sou lutador de MMA, aí treino muay thai, jiu-jitsu, wrestling e faço musculação.
- Que massa, não sabia que você lutava. Deve ser bem divertido. “Como assim não sabia?”
- É muito massa, sou campeão na Rússia e no Japão. Você não viu as fotos no insta?
- Cara, que irado! Não vi, só gostei de conversar com você. Que mulher é essa? Ela está saindo comigo porque gostou de mim
como eu sou. Não sabe de carro, que tenho academia, que sou campeão, ela não sabe nada sobre mim. Isso é muito diferente.
Chegamos no restaurante e o gerente que é meu amigo desde meus 15 anos deixou uma mesa reservada. Ela viu a mesa com flores e falou.
- Nossa! Que linda.
Puxei a cadeira para ela se sentar e ela disse com os olhos brilhando.
- Você puxou a cadeira, que lindo.
Sorrindo respondi.
- Vamos lá nos servir, eles trazem as carnes na mesa. Você gosta de camarão?
- Eu nunca comi camarão.
Inclinei a cabeça e perguntei com um ar incrédulo.
- Como assim?
- Eu não saía muito, casei bem cedo e só ficava em casa.
- Você vai amar os camarões daqui e tem um salmão grelhado que é uma delícia.
Nos servimos e ela amou os frutos do mar e as carnes, ela estava muito empolgada e era muito simples. Eu estava ficando bobo com o jeitinho dela. Ela também era muito linda, morena, toda baixinha, bem magrinha, cabelos castanhos bem longos e bem cuidados. Ela tinha uma beleza única e era bem diferente das mulheres que eu estava acostumado a sair.
Estávamos conversando muito, contei sobre as lutas e sobre as viagens e como eu amo viajar. Ela falou meio cabisbaixa.
- Eu nunca viajei.
- Como assim nunca viajou? Nem para as praias aqui perto? - Pior que não. Casei com 15 anos, meu ex trabalhava de pedreiro
e ficava o dia todo com o chefe dele, ganhava bem pouco e nunca tinha tempo para mim. Ele não me deixava trabalhar e só podia ir na casa da minha mãe. Faz dois meses que nos separamos, estou procurando trabalho e quando tiver meu dinheirinho quero viajar.
Fiquei perplexo com a história de vida dela, ela tinha 22 anos e não viveu nada! Passou a vida inteira dentro de casa com um marido que era completamente ausente e nunca fez nada por ela. A Alice era uma página em branco. - Agora vou te levar em vários lugares que você vai amar. Você já comeu comida japonesa? - Nunca! Ouvi falar que é muito bom. - No nosso próximo encontro vamos comer comida japonesa então. - Oba! Vou amar.
E ela falava e dava um sorrisão lindo, que sorriso encantador.
Curiosa ela me perguntou. - Você que luta, não tem medo de nada? - Tenho medo de máquina de cortar grama.
Falei e dei risada. Ninguém sabia desse medo que eu tenho, não tinha como ela saber. Ela respondeu. - Eu também! Quando era criança meu pai estava cortando grama e a máquina pegou em uma pedra que deu bem na minha testa. - Não pode ser! Aconteceu o mesmo comigo; meu pai estava cortando a grama e bateu uma pedra na minha testa, me curvei com dor e quando olhei para frente bateu outra pedra.
Rimos juntos. Ela comentou. - Que coincidência.
Perguntei. - Você gosta de gatos? - Amo! Mas meu ex não deixava eu ter.
- Você vai amar os meus, tenho um branquinho que tem um olho de cada cor.
- Meu Deus, deve ser a coisa mais linda do mundo. Quero conhecer ele qualquer dia.
Após terminarmos o jantar fiz um convite. - Vamos lá em casa conhecer o Thanos?
- Vamos!
Antes de irmos embora fizemos uma selfie na entrada do restaurante, não postei, guardei na galeria e no meu coração. Fomos até o carro, abri a porta e estiquei meu braço apontando para ela entrar. - Ah não acredito, você abriu a porta para mim, parece um sonho.
Com certeza ela nunca tinha visto isso, tudo que eu fazia era novo e ela ficava muito empolgada. Fomos para minha casa e quando abri a porta do quarto os gatinhos foram até ela.
E ela comentou.
- Eles são tão lindos.
- Puxaram o papai. Ela riu.
- Puxaram mesmo.
Sentamos na cama e conversamos um pouco mais, olhava para ela encantado, toda magrinha, toda pequenininha e tão linda. Nossos olhares se cruzaram e nossos lábios se tocaram, ela tinha os lábios carnudos e o encaixe do nosso beijo foi perfeito.
Um beijo suave e doce; o beijo fluiu e minha excitação se elevou, a deitei na cama e deitei por cima dela, grudei minhas duas mãos naquela bundinha redondinha e a arrastei até o travesseiro. Enquanto nos beijávamos subi lentamente com minha mão da sua bunda passando pela sua barriguinha bem fina, subi lentamente a camiseta dela e ela segurou a minha mão.
Continuei a beijar e recuei minha mão. Mordi levemente seus lábios
carnudos e desci beijando sua bochecha, lentamente seu pescocinho e fui descendo até que ela me parou e falou meio receosa.
- Aí, no primeiro encontro eu acho melhor não.
- Assim está perfeito. Vamos só aproveitar o momento.
Continuamos nos beijando e respeitei a vontade dela. Queria muito mais do que só uma noite. Entre os beijos tentávamos conversar, mas era impossível. Nossos lábios e nossos corpos queriam mais, muito mais!
Sugeri. - A gente não está se aguentando. O que acha de eu te apresentar minha academia e te mostrar os cinturões?
- Não, quero te beijar mais!
E me beijou novamente. Quando o beijo voltou a esquentar e minha pegada ficou mais forte, ela parou e falou. - Mas vamos, está difícil me controlar com você por cima de mim e te sentindo quando se esfrega no meu corpo.
- Como assim?
E levei meu quadril para frente bem colado entre as pernas dela, fiz movimentos circulares a deixando louca de tesão. Parei e falei.
- Vamos lá.
Ela fez uma carinha de que queria mais. Nos levantamos e estávamos indo até a recepção da academia, onde fica os cinturões. Tirei os sapatos para atravessar o tatame e inocentemente ela perguntou.
- Precisa tirar o tênis para passar?
- Você não vai precisar.
A abracei com a mão direita envolvendo o seu quadril e atravessei o tatame a carregando com um só braço.
- Agora que voltei a comer bem ganhei 2 kg, estou com 40 kg.
- Nossa! Você é muito magrinha, que perfeição.
Ela sorriu. Eu nunca tinha visto uma mulher tão leve. Fomos até a recepção, mostrei meus cinturões e os entreguei nas mãos dela. - Nossa, que pesado! E para que serve o cinturão?
- Quando somos campeões nos tornamos detentores do cinturão, significa que sou o melhor da categoria nesse evento.
- Que massa!
Absolutamente tudo era novidade para ela e confesso que para mim também. Nunca tinha nem imaginado conhecer alguém assim.
Voltamos para casa dela e quando chegamos a rua estava tomada por traficantes, tinha 2 em cada esquina, mais quebrada do que alguns becos que me enfiei no Rio de Janeiro. Na hora de se despedir ela falou.
- Aqui não tem risco, eles só estão olhando porque não vem carro assim para esses lados.
- Tranquilo. Tenho um convite para te fazer para amanhã.
- Eu quero!
Ri, ela é mais acelerada do que eu. Nos despedimos com um beijo e um longo abraço e no dia seguinte fomos para o próximo encontro. Puxei a cadeira para ela se sentar e ela sempre sorria com esse gesto simples, a Alice ficava muito animada com tudo que eu fazia para ela.
- Eu tô muito ansiosa, nunca comi comida japonesa, deve ser muito bom.
Para mim era tão comum, estar com ela fazia eu valorizar cada segundo, a simplicidade é algo que enche o coração e transborda a alma.
Meus patrocinadores trouxeram um combo com hot Philadelphia,
salmão grelhado, sashimis de salmão e 2 temakis grandes. Ela não sabia segurar o hashi, dei a comida na boquinha dela. - Meu Deus, que delícia! Agora comida japonesa é minha favorita.
Ela me arrancava sorrisos a todo instante. Ficamos até quase fecharem o restaurante, conversávamos muito, comentei sobre o meu sonho e ela compartilhou qual era o maior sonho dela.
- Meu maior sonho é casar e ter filhos. Mas antes quero ser rica. Não sei bem o que vou fazer, mas eu quero ganhar meu próprio dinheirinho e me bancar sozinha.
Meus olhos brilharam.
- É o sonho mais lindo do mundo! Eu sonho em ter uma filha, a coleção de ursinhos é toda para ela.
- Ela vai amar, seus ursinhos são tão lindos, adorei os unicórnios que cantam.
O lutador malvadão que tem gatinhos e ama ursinhos. A essa altura você já me conhece muito bem e já deve imaginar aonde fomos parar após ver os gatinhos. E foi muito apaixonante, ela era muito pequena e magrinha, tive que cuidar muito com a minha pegada forte. Foi muito diferente, diria, único.
Começamos a nos ver todos os dias e conversávamos muito pelo WhatsApp, Instagram e até pelo Facebook, era assunto que não acabava mais.
Fomos comer um cachorro quente e tomar sorvete tailandês em um amigo e patrocinador; estávamos sentados na mesinha em frente ao trailer e enquanto esperávamos a sobremesa ela perguntou. - Você comentou que está escrevendo um livro com sua biografia e histórias pessoais; o que te motivou a começar a escrever?
Ri e fiz o que eu faço de melhor. - Chegou o sorvete tailandês, você vai amar! É o melhor sorvete do mundo.
Mudei de assunto com maestria, ela amou o sorvete, assim como gostava de tudo o que eu fazia por ela. - Voltando ao assunto do livro. Vou ser sincero, espero que não prejudique nada entre a gente. É passado, o que importa é o presente e o futuro que quero viver com você.
- Você é muito fofo! Não vai prejudicar. - Comecei a escrever o livro como processo da minha terapia, mas não me empolguei muito. O que realmente fez eu escrever o livro foi a última tentativa de voltar com a minha ex. Eu tinha feito de tudo, aí achei que um livro seria a única coisa que poderia trazê-la de volta. A reação dela foi muito ruim, fiquei sabendo pelas redes sociais que ela me chamou de tóxico, manipulador e abusivo. Foi horrível, quase desisti de escrever o livro. Mas aí continuei pela minha história; recebi o convite de uma editora e agora dividi o livro em duas partes que vão se conectar. O fim vai ser o começo e o começo vai ser o fim.
- Que massa! E como vai ser o nome do livro?
- O primeiro vai ser: O que é Verdadeiro Sempre Volta. Uma frase que meu ex usava.
- O Moscão? Há, há, há. Ele devia ser divertido. Meu apelido da escola era mosquinha, porque eu era bem pequenininha.
- Capaz, que coincidência. - E o 2°?
- Vai ser: Nada é Para Sempre. Afinal, nada é. Tudo muda ou acaba.
- Forte esse nome.
Terminamos o sorvete e fomos para minha casa. Chegando lá falei.
- Tenho uma surpresa!
- Oba, amo suas surpresas. Estou curiosa, o que é?
Peguei uma caixa bem grande que estava guardada atrás do guarda-roupas e coloquei sobre a cama.
- O que é isso? - Esse é um presente para nós desbravarmos juntos.
Abri a caixa e falei o que era. - É um mapa do Brasil de raspar. Cada estado e cidade famosa que conhecermos juntos vamos raspando e ele vai ficando colorido. - É lindo, mas ainda não viajei para nenhum lugar e você já viajou bastante.
- Tenho mais uma surpresa. Vamos fazer a nossa primeira viagem juntos e conhecer as praias mais lindas do Brasil. - Oba, onde é?
Depois de mais de 1000 km rodados, estávamos chegando para o nosso tour pelas 3 das praias mais lindas do Brasil. Tinha um carro da polícia nos seguindo a mais de 1 km, até que ele deu luz alta e encostei no acostamento.
- Aí Bruno, eu estou com medo. Porque eles nos pararam?
- Calma minha bebezinha, vai ser tranquilo.
Os policiais desceram do carro e estavam agitados na abordagem - Desce do carro e mão na cabeça! Anda logo.
Baixei o vidro para nos verem e abri a porta lentamente, desci e ele gritou de novo.
- O passageiro também! - Senhor, minha namorada nunca foi abordada.
Ele mandou afastar as pernas e veio me revistar. O outro policial foi mais gentil e falou com a Alice.
- Pode descer, moça, é uma abordagem padrão. Não vamos nem tocar em você.
O policial agitado me revistou, procurando armas e conferindo os meus bolsos. Não encontrou nada de errado e me liberou para esperar na calçada junto a minha bebezinha, que na verdade ainda não era minha namorada.
Ele literalmente revirou o carro, abriu as malas e fez uma bagunça dentro do meu Lancer. O outro policial era mais gente boa e adorava lutas, fizemos amizade rapidamente. No fim estava tudo certo e seguimos rumo ao nosso destino final.
Já de volta à estrada, minha bebezinha falou.
- Ah que massa, nós somos a cara do freio da Blazer.
Ri alto.
- Somos!
Segurei a mão dela enquanto dirigia e coloquei o som do L7 para a gente ir curtindo até o fim da viagem. Estava muito sol e no caminho passamos por lindas praias que tinham dunas de areia gigantes.
Quando chegamos no hotel ela estava radiante. - Não estou acreditando, é na frente do mar! A gente sai do hotel e já pode entrar direto na água.
- Vamos nos trocar e já entramos agora.
Ela deu uns pulinhos fofos, com as mãos cruzadas no ombro, olhando para cima e falou toda empolgada. - Obrigado, Deus, gratidão.
A empolgação e a simplicidade dela conquistavam cada vez mais o meu coração.
Entramos no quarto que era bem grande, uma cama de casal queen e uma de solteiro; um guarda-roupas bem espaçoso. Abrimos as malas e fomos nos arrumar. Ela foi ao banheiro e eu tirei a camiseta e
coloquei um short camuflado do muay thai. Ela saiu do banheiro e comentou.
- Ual, que gato! Parece que o tanquinho está ainda mais definido. - São seus olhos minha bebezinha. Você ficou maravilhosa nesse biquíni vermelho.
Ela colocou as mãos nos seios e comentou.
- Pena que é muito pequeno, eu tinha que colocar um silicone.
- Você é perfeita do seu jeitinho!
Ela me abraçou e fomos para a praia. Saímos do hotel, descemos um lance de duas escadas e estávamos direto na areia; foram menos de dez passos na areia até entrarmos no mar. Ela adorava água e foi a primeira vez dela na praia. - É verdade que a água é salgada? - É verdade! Não vai beber essa água.
Já estávamos dentro do mar e ela lambeu as pontas dos dedos - Eca! É salgado mesmo.
Tive que rir. - Só você minha bebezinha, adoro seu jeitinho Ela me abraçou e falou.
- Obrigado por tudo, nunca imaginei conhecer o Rio de Janeiro. Não imaginava que a água do mar era tão cristalina, parece uma piscina.
- Você vai amar esse tour, Arraial do Cabo, Búzios e Cabo frio são conhecidos como o Caribe Brasileiro.
Mal sabia ela que estava me proporcionando realizar um sonho, como queria dar um tour por esse paraíso. Há dois anos esperava por aquela viagem e queria eternizar aquele momento, naquela data tão importante, dia 20 de agosto. Uma data que sempre vai mexer comi-
go, aniversário do Zito e de outra pessoa. Agora teria outra lembrança dessa data.
- Bebezinha, vamos para o hotel nos arrumar? Aqui tem um lugar lindo para ver o pôr do sol.
Nos arrumamos rapidinho e fomos para o pico mais lindo para ver o pôr do sol em Arraial. O nome da praia é, Praia Grande, que devia ser chamada de Praia Gigantesca, é toda aberta e tem diversos quiosques e bares, se estende por mais de 20 quadras. Chegamos lá e o sol já estava se pondo por detrás do mar, o céu alaranjado, uma vista incrível. Pedi para uma mulher tirar uma foto nossa e no fundo o sol se pondo.
Minha bebezinha estava toda sorridente para a foto, segurei a mão dela e coloquei meu joelho direito no chão, ela me olhou de cima e seus olhos castanhos estavam brilhando, com um sorrisão perguntei.
- Alice, você quer namorar comigo?
- Ah, eu quero muito!
Ela vibrou com o pedido, as reações dela sempre me surpreendiam. Coloquei a aliança em seu dedo e ela colocou no meu; nos abraçamos e nos beijamos.
Sábado pela manhã, tomamos nosso café de frente para o mar e embarcamos em um tour pelas praias mais belas de Arraial, o barco ia parando nas principais praias e fazíamos fotos e vídeos todo empolgados. E no meio da agitação falei para ela.
- Quero ficar para sempre com você!
- Mas você falou que nada é para sempre.
- Para sempre enquanto durar.
E dei risada.
- Aí bebê, que maldade.
- Vamos eternizar esse momento, vamos pular no mar juntos.
- Oba! Vamos.
Pedi para um rapaz nos filmar enquanto pulamos de mão dadas do barco para o mar.
Ela começou a se debater na água. - Aqui não dá pé, não sei nadar. - Apoia seu braço no meu pescoço.
Voltei nadando com ela até o barco, até os desastres dela eram divertidos.
No outro dia acordamos cedo para viajar, como é bom fazer uma viagem dentro de outra viagem.
Passamos a manhã em Cabo Frio, aproveitamos o sol da manhã e até subimos uma montanha de frente para o mar. Depois entramos juntos no mar e aproveitamos demais. Ela era muito parceira e muito parecida comigo, amava entrar na água.
Almoçamos literalmente na praia, sentados numa mesinha na areia, de frente para o mar.
Depois do almoço seguimos para próxima parada, Búzios. Lá visitamos três praias, andamos de stand up juntos e curtimos o dia até o pôr do sol, na praia de Geribá.
Voltamos para Arraial e viramos a noite bebendo chopp de frente para o mar, no hotel em que estávamos hospedados.
O último dia curtimos a bela Praia do Forno, isolada e rodeada pelas montanhas, foi uma viagem perfeita! Aproveitamos cada instante juntos e não nos desgrudamos.
De volta à Curitiba. Ela tinha comentado que queria começar a trabalhar e que a única experiência era em posto de gasolina. Conversei com meu irmão que é meu amigo e patrocinador e ele falou. - Pede para ela mandar um currículo, vamos conseguir um trabalho perto da casa dela, e no meu posto ela vai ganhar muito bem.
- Muito obrigado irmão! Sem palavras, sua ajuda com o patrocínio do posto faz muita diferença. E valeu por ajudar minha namorada. - Não esqueça de mim quando for campeão do UFC, quero uma foto com o cinturão.
- Vamos fazer essa foto, meu sonho!
Quando a Alice me mandou o currículo não acreditei. Só tinha o endereço e o nome dela. Nada das experiências e qualidades, nem mandei o currículo. De noite ela foi na minha casa e quando estávamos deitados na cama sugeri. - Bebezinha, o que acha de montarmos o seu currículo juntos? Posso te ajudar a descrever suas qualidades.
Ela estava bem desanimada.
- Pode ser.
- Você está bem?
- Estou. Bruno, você ainda ama sua ex? - Que pergunta é essa? Estou com você! Só isso importa. - Tá, mas você ainda ama a Renata? - Isso não faz diferença! Agora é eu e você, esquece isso.
Minha resposta não foi a melhor, mas eu odeio mentir. E odeio ainda mais que me questionem sobre os meus sentimentos por ela.
Lentamente começamos a nos afastar, ficamos quase uma semana sem nos ver e na sexta fui buscar ela para passarmos a noite juntos. Pedi uma pizza para a gente e fomos ver um filme romântico, mas ela estava séria; comeu somente uma fatia de pizza e mal conversava comigo. Estávamos deitados vendo um filme inspirado nos livros do Nicholas Sparks, pausei o filme e fui conversar com ela. - Bebezinha, vou pausar aqui. Estou preocupado, o que está acontecendo que você está tão tristinha?
Ela falou num tom bem irônico, virando os olhos com desprezo e fez aspas no fim da frase.
- O que acontece? É que você ainda ama sua ex e está escrevendo um livro para reconquistar a “Renatinha.” - Vamos deixar o passado para trás e viver o presente, estou com você! É isso que importa. - Tá bom.
Respondeu com ar de deboche e ficou quietinha. Voltamos a ver o filme. O ar estava pesado e o clima tenso. Perguntei para ela. - Quer ir para sua casa? - Quero!
Ah deixei em casa e nem dormi nessa noite, fui para o diário escrever e estava muito desanimado, eu achei que era ela! Mas não posso ficar com alguém que não quer nada com nada da vida e ainda fica questionando meu passado.
Pela manhã mandei uma mensagem para ela. - Posso ir aí na sua casa para a gente conversar? - Se quiser venha.
Estacionei o carro na frente da casa dela, avisei que estava ali e ela veio até o carro. Me estiquei para abrir a porta de dentro para fora e ela entrou e nem me cumprimentou; apenas sentou-se ao meu lado e falou seriamente.
- O que quer conversar? - Essa semana queria ter te ajudado com o currículo para conseguir o trabalho para você, estava tudo certo. Mas você preferiu passar a semana se preocupando com o meu passado e eu não quero isso para minha vida. Acho melhor a gente terminar. - Eu já esperava. Quer a aliança de volta? - Não, pode ficar com você se quiser. - Eu quero, tchau.
Ela abriu a porta do carro e se foi.