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Capítulo 16 Quando a gente menos procura
CAPÍTULO 16
Quando a gente menos procura Quando a gente menos procura Quando a gente menos procura Quando a gente menos procura Quando a gente menos procura
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As vezes o que procuramos está na frente dos nossos olhos e não enxergamos.
Mais uma vez sentado na cadeira da cozinha, mas dessa vez estava na cadeira da visita e a visita na minha cadeira.
- Ai que susto!
- Essa cadeira é com emoção. Se sentar e soltar o peso ela abaixa, tem que sentar mais na ponta para ela ficar alta. - Assim, baixinha, combina mais comigo.
E já usei a velha piadinha de que nos menores frascos estão os melhores perfumes, e também os piores venenos. Ela riu e tudo corria como sempre, mas dessa vez eu já tinha bebido bastante; eu sou super sincero, quando bebo fico sem filtro nenhum. E ela perguntou.
- E você, lutador, campeão, dono de academia; por que está soltei-
ro?
- Nessa fase da vida eu sou incapaz de ser fiel! O negócio é só aproveitar uma noite de amor.
“Eu não acredito que falei isso!” E não é que deu certo, ela riu e me disse que não se importava, pois estava numa fase parecida. Conversa vai, conversa vem, acabamos na cama do meu quarto, beijei cada parte daquela morena baixinha e transamos a noite toda. Já era por volta das 5 horas da manhã e tive que perguntar.
- Você não cansa não?
Sarcasticamente ela respondeu. - Só se você não der conta.
Ri e aumentei a força e a intensidade, e ela pedia mais, cada vez mais. Pegamos no sono já era de manhã.
De tarde acordei e me surpreendi. “O que ela já está fazendo em cima de mim?”
Depois de virarmos a madrugada transando, acordamos e demos continuidade de onde paramos. Nunca tinha conhecido uma mulher que tivesse o mesmo fogo que eu.
Nosso café da manhã foi lá por 5 horas da tarde, fomos tomar um açaí e repor as energias. Enquanto comíamos uma barca de açaí com todos adicionais: banana, morango, leite condensado, leite em pó e Ovomaltine. Aproveitamos para conversar sãos pela primeira vez. - Você trabalha na polícia a quanto tempo? - Já vai fazer 10 anos, mas quero crescer! Esse ano vou terminar a faculdade de direito e quero ser juíza. - Que massa, deve ser bem corrido. - Demais! Trabalho durante o dia, treino após o trabalho e faço faculdade de noite. Fugindo do assunto de trabalho, que papo foi aquele que é incapaz de ser fiel?
Gargalhei alto e fui sincero como sempre. Tá, talvez sincero além do ponto. - Posso ser bem sincero?
- Claro!
- Esse ano terminei com o amor da minha vida; as coisas não davam certo e ela queria casar e ter filhos, eu não. Então já que estou solteiro, quero curtir a vida! Fico com quem eu quiser, até fiz um curso de sedução para isso e não preciso ser fiel a ninguém. Para namorar comigo teria que preencher uma lista bem longa de qualidades.
Não fui tão específico, mas na lista tinha 10 itens descritos detalhadamente e até o momento ela só preenchia dois: química sexual “fodástica” e parceria/disposição para estar comigo. - Entendo, meu ex também queria ser pai e eu não quero filho de jeito nenhum! Ia atrapalhar nos meus objetivos.
Pensei, “acaba de preencher mais um item.”
Voltamos para minha casa e literalmente viramos o final de semana transando; foi naquele final de semana que se desenvolveu um novo gosto sexual.
- Bate mais forte, Bruno!
Estava por cima e dei um tapinha no rosto dela, já que ela pediu vou bater um pouco mais forte. Dei um tapa firme e ela pediu.
- Bate de verdade!
A segurei pelo pescoço com minha mão esquerda e com a direita dei um tapão na cara dela.
- Enforca mais forte!
Grudei com as duas mãos no pescoço dela e a enforquei mais forte, cuidando para não deixar ela sem ar; enquanto metia lenta e profundamente a enforcava, e ela começou a ficar mole, cortou a circulação do sangue, sua pele clara começou a ficar pálida e ela estava quase desmaiando. Parei de enforcar e bati na cara dela, e quanto mais forte eu batia, mais meu tesão se elevava; nunca imaginei que enforcar e bater poderia ser tão sexy.
A semana começou e eu estava animado de um jeito que não ficava a muito tempo. Meus pensamentos na Renatinha diminuíram demais.
Estava chegando no treino e fui virar o carro na mesma rua que entrava todos os dias, um carro em alta velocidade atravessou minha preferência, tentei acelerar, mas não deu tempo de desviar. Ele bateu na lateral do meu Vectra preto, perdi o controle do carro e literalmente atravessei o muro de uma casa, o carro só parou quando bateu em uma árvore.
Bati a cabeça no volante e apaguei.
Quando acordei fui ver o estrago, por sorte não me machuquei, o carro que bateu em mim fugiu. O carro que eu levei 4 anos para pagar foi perdido em um acidente que eu não tive culpa, não tinha seguro e agora estava a pé.
A Viviana viu as câmeras da rua com uns amigos que ela tinha na polícia, mas o carro que bateu em mim era roubado e estava desaparecido.
Mal conhecia a Vivi e ela estava me apoiando demais, na semana do acidente fiquei para baixo e toda noite passávamos juntos; dormíamos na minha casa ou na dela, que ficava bem perto da academia. Ela me fazia muito bem.
Comentei com meu pai que ia precisar comprar um carro novo e queria muito o carro dos meus sonhos, já vinha aguardando dinheiro para isso e ia usar o Vectra como parte do pagamento. Meu pai falou preocupadamente. - Vai comprar esse carro agora e ficar sem dinheiro? Não seja burro! Guarda esse dinheiro e compra um carro mais baratinho, só usa o carro para ir treinar mesmo. 3 dias depois...
Cheguei no bar do meu pai buzinando. Ele saiu de dentro do bar e foi ver o carro. Falei todo empolgado. - Olha pai, é o carro dos meus sonhos! Igualzinho aos que eu via no vídeo game. - E o que é esse negócio atrás do carro? - É o aerofólio, um Mitsubishi Lancer tem que ter um aerofólio grande. - Pior que é lindo mesmo! Branco é bom que suja menos. Só não vai entupir de som igual ao outro.
Fui com meu pai até a parte de trás do carro e abri o porta-malas. - O que sobrou de dinheiro coloquei em som! Não cabe nenhuma mala no porta-malas
- Só você mesmo! Fez seguro dessa vez? - Fiz sim! Nossa, pai, estou muito feliz. É do jeitinho que eu sempre sonhei.
- Parabéns, filho, você merece.
E tinha outra coisa que era do jeitinho que eu sempre sonhei.
Domingo de manhã a Vivi me acordou com café da manhã na cama e flores.
- Flores?
- Você merece tudo de melhor, eu te amo!
Sorri e a abracei.
- Muito obrigado, amei esse café da manhã com flores, você é demais.
Além dela me tratar super bem, fazia de tudo por mim e na cama era um furacão! Todo dia tinha, e não era amorzinho, era com tapas e enforcamento; um sexo bruto e gostoso, quanto mais fazíamos mais queríamos.
Uma semana antes do meu aniversário fomos na conhecida choperia, enquanto bebíamos nossa torre ela me perguntou. - E aquele papo de ser “incapaz de ser fiel”, você está saindo com outras?
- Porque eu sairia com outra? Você me satisfaz completamente!
Ela sorriu e sua pupila dilatou, seus olhos castanhos ficaram negros e estavam brilhando.
- Eu te amo muito, você é o amor da minha vida!
“Há anos eu não minto, não vai ser agora!” A beijei e mudei de assunto.
- Vamos viajar no meu aniversário? É dia 31 de outubro, podemos virar o final de semana em Bombinhas e fazer um mergulho lá.
- Nossa, vai ser perfeito! Vou pegar uns dias de folga no trabalho e vamos.
- Então fechou! Estava pensando em fazer uma comemoração aqui na choperia, aí eu posso fazer durante a semana e no meu aniversário viajamos. 2 dias antes da viagem - Tudo certo para nossa viagem, já deixei o hotel reservado e nosso mergulho agendado. E hoje vamos comemorar na choperia. - Você é um sem noção, Bruno! Convidou todo mundo no seu Instagram, certeza que vai ter alguma ex sua lá! Eu não vou. - Agora é eu e você! Esquece o passado. - Igual você esqueceu a Renatinha? Não sou trouxa, sei que ainda ama ela. E se ela aparece lá?
A discussão se prolongou, ela ia criando um problema atrás do outro. Por fim ela decidiu não ir.
Horas depois... - Bora garçom, traz cinco torres para a galera!
E dá-lhe beber e comemorar o aniversário. Lotamos a famosa choperia, foram vários amigos e apareceu algumas ex ficantes, uma em especial. - Aí Ketlyn, muito obrigado! Nunca bebi Chandon. - Quem sempre te dá os melhores presentes? Eu sei, eu sei, ninguém me supera. - Você é demais!
Abracei a loira e logo em seguida o Beans me puxou num canto e me alertou cautelosamente.
- O irmão, a Viviana tá aí. Acabei de ver ela chegando.
E ela foi mesmo, estava com outra amiga da polícia e se sentaram longe de mim e dos meus amigos. A ignorei e continuei curtindo mi-
nha festa. Até meus pais ficaram em choque quando cumpri um desafio. - Querem apostar quanto que eu viro esse copo cheio de Chopp em um gole só?
Tenho um copo especial de Chopp que vai 600 ml, já tinha bebido muito e era improvável virar aquele copo. Até que a Ketlyn falou. - Duvido que consiga, aposto 100 reais!
Dei risada concordando com a aposta e comecei a virar o Chopp, a galera começou a gritar. - Vira! Vira! Vira!
Quando eu terminei o último gole meu cérebro estava congelando, fiquei paralisado. Alguém me acompanhou até o sofá e a Vivi veio e sentou-se do meu lado. Ironicamente falei para ela. - Oi meu amor, já se acalmou?
Nunca pergunte para uma mulher se ela está brava ou se já se acalmou.
E ela respondeu com um semblante sério. - Você está dando um vexame na frente dos seus pais, não me irrite mais se não te largo aqui. - Me dá um beijinho então.
Ela me beijou e cuidou de mim; no fim da noite peguei meus presentes, a maioria das ex, e fui dormir na casa da Vivi.
Fim de semana chegou e fomos para as lindas praias de Bombinhas, curtimos o dia conhecendo as praias e subimos o morro dos macacos, que eu chamei de: Morro do Macaco Louco.
O dia foi perfeito, mas ela conseguiu arrumar briga pelo motivo mais desnecessário que já vi.
Estávamos no quarto, deitados na cama e ela falou. - As praias aqui são muito tranquilas e de noite ia ser perfeito ter o Loki para dormir com a gente.
- Amor, viagem estressa os gatos. Ela falou em um tom mais sério.
- Eu não disse os gatos, disse o Loki! Meu pretinho é tão perfeito.
Ela tinha um amor doentio pelo Loki. - Ele está com os irmãos dele, e o Nando cuida super bem. - Então comigo ele não estaria bem? - Não foi isso que eu quis dizer.
Mais uma discussão que se prolongou por horas e só acabou quando entramos em outro assunto que a incomodava. - Eu vou embora, nem sua namorada sou. Mais de um mês comigo e nem me pediu em namoro, aposto que tem outra ou outras.
Ela se levantou da cama, pegou e começou a arrumar a mala, ela ia embora mesmo. Precisava reverter aquele cenário, eu gostava dela e tinha programado um final de semana incrível para a gente curtir juntos. Peguei na mão dela e falei. - Para amor, olha para mim - O que você quer? Estou indo embora, nada vai mudar. - Você quer namorar comigo?
Ela ficou paralisada, seus olhinhos ficaram negros e brilhavam igual ao do Gato de Botas. - É sério?
- Claro que é! Eu gosto demais de você, você é minha parceira para tudo; namora comigo?
Ela sorriu e me beijou. - É tudo o que eu mais quero.
Tirando a briga, o final de semana foi incrível; mergulhamos, fizemos fotos subaquáticas juntos e na volta para Curitiba fomos no Beto Carrero.