
13 minute read
Capítulo 10 A luta do ano Psicopata X Macaco Louco
CAPÍTULO 10
A luta do ano Psicopata X Macaco Louco A luta do ano Psicopata X Macaco Louco A luta do ano Psicopata X Macaco Louco A luta do ano Psicopata X Macaco Louco A luta do ano Psicopata X Macaco Louco
Advertisement
Aguerra estava chegando. Me preparei muito bem para essa luta e mesmo saindo comer fora estava mantendo o peso. Faltando 15 dias para pesagem e já estava com apenas oito quilos acima do peso, dois a menos do que o habitual.
Meu amor e eu estávamos muito felizes, não só comecei a mudar como demonstrava em cada atitude. Ela ter sido a única pessoa que me presenteou no meu aniversário de 25 anos me marcou muito e graças ao presente dela eu desenvolvi uma habilidade que mereceu até um apelido.
Estava na saída do restaurante onde sempre almoço e um amigo que trabalha lá comentou.
- Cara, como você pega tanto ursinho? Não consigo pegar um e você vem aqui e todo dia pega dois ou três.
Contei a ele.
- Tem uma técnica especial.
- Me ensina? Quero pegar um para minha filha.
- Vamos ali na máquina que eu vou te ensinar e você vai pegar um para sua princesa.
Fomos até a máquina que tem no restaurante e falei. - Você faz assim, primeiro olhe bem os ursinhos.
Dei uma volta ao redor da máquina e apontei para um macaquinho.
- Está vendo aquele ali? Ele está por cima e não tem nenhum ursinho colado nele, aí a garra não bate no da lateral.
Fui colocar os dois reais na máquina e já tinha um real no marcador.
- Olha que sorte, vou colocar só um real. Mas se não der não tem problema, às vezes vai uns dez reais para pegar um.
Coloquei a moeda e continuei com as dicas.
- Agora temos 30 segundos, sem pressa. Vou direcionar o centro da garra com o centro do ursinho e esperar a garra parar de se mexer. - Vai logo, só tem 10 segundos.
- Calma. Agora vem a técnica especial.
Pressionei o botão e quando a garra envolveu o ursinho apertei de novo e acionei a trava. Essa é a técnica do double tap.
- Aee!!! Peguei o macaquinho com um real. Sempre vibro muito quando pego os ursinhos. Meu amigo falou. - Que irado, minha filha vai amar!
- Calma, o macaquinho é do meu amor; agora que aprendeu pode pegar vários para sua princesa.
- Vou tentar agora.
Ele colocou dez reais na máquina e já escolheu um unicórnio que estava isolado. Ele mirou certinho no meio do unicórnio, usou a técnica do double tap e a garra grudou e subiu com o ursinho, mas ele escorregou e acabou caindo. Dei mais uma dica. - Mira na cabeça do unicórnio, o corpo dele é muito pequeno, a garra vai soltar.
E ele mirou bem no centro da cabeça do unicórnio e vibrou.
- Ah, não acredito, é meu primeiro ursinho! Minha filha vai amar. Muito obrigado, você é o Rei dos Ursinhos.
Depois da minha aula fui para casa dela, tinha uma surpresa para o meu amor. Ela me recebeu na porta e a cumprimentei.
- Oi vida.
- Oi.
A abracei e nos beijamos, entrei no apartamento dela. Notei que ela estava estranha.
- Você não parece muito bem, aconteceu alguma coisa? - Aquela vaca da mulher do meu irmão.
Ano passado, 2018
Quando terminei com a Renata pela primeira vez, a esposa do irmão dela me mandou algumas mensagens e queria me encontrar.
Quando voltei com meu amor nem contei a história, apenas mostrei as conversas, uma imagem vale mais do que mil palavras.
A Renata foi tirar satisfação com a Luciana e a Lu humilhou ela. Meu amor ficou muito mal, mostrou os prints para o irmão dela e mesmo assim ele não acreditou. A Renata processou a Lu por calúnia e danos morais.
Perguntei.
- O que ela fez dessa vez?
- Minha advogada perdeu o prazo e ela ganhou o processo. - Que merda! Vida, sei que é difícil reverter isso, mas tenho uma surpresa que pode te animar um pouco.
- Que lindo, pegou mais um ursinho.
A entreguei o ursinho e falei.
- Ah é, peguei mais um ursinho também. Na verdade, é uma surpresa bem melhor.
Ela ficou animada e curiosa.
- E o que é? Quero ver.
A entreguei um envelope. - O que é isso? - A viagem que tinha te prometido há muito tempo atrás. - Nossa, vida, obrigada. Você sempre falou de Balneário Camboriú, quero muito conhecer as praias de lá. - Não é para Camboriú. É uma viagem ainda melhor, na próxima a gente vai para lá. Não vou mais prometer nada, agora vou chegar e fazer.
Com brilho nos olhos ela falou.
- Eu te amo, vida!
Ela me abraçou e ficou muito feliz com a viagem que íamos fazer depois da luta.
Começou o corte de peso para luta, faltava um dia para pesagem e estava com setenta e dois quilos, seis quilos acima do peso.
Gosto de correr em jejum com roupa de chuva para acelerar ainda mais o metabolismo. Meu personal me passou um treino que o suor escorria por todos os poros. 20 minutos de corrida a 10 km por hora, 5 minutos de bike sendo: 40 segundos ultrarrápido e 20 segundos cadenciando a velocidade. Esse foi o primeiro round.
Estava de roupa de chuva e por baixo uma sacola de lixo que fazia o meu corpo esquentar no limite do suportável. Ainda faltavam dois rounds e na esteira formou-se uma poça de suor.
O 2° e o 3° round foram 10 minutos de corrida por 5 minutos de bike. Após o treino perdi dois quilos.
De noite o Nando foi me buscar na Renata e fomos para o motel fazer o corte de peso.
Chegamos no motel e preparamos a banheira com água pelando. Antes de entrar subi na balança, me pesei e estava com setenta quilos cravado. Fui até a banheira e coloquei a perna dentro da água, tirei o mais rápido que pude.
- Caralho! Está muito quente.
- Coloca um pouco de água gelada irmão, está insuportável assim.
Ajustamos a temperatura e entrei na banheira quente. Rapidamente começou a escorrer suor pelo meu rosto, fiquei 20 minutos na banheira e quando sai estava tonto. Me apoiei no Nando e fomos andando até a cama para descansar. 10 minutos de descanso e estava pronto para o próximo round. Foram mais de 10 idas a banheira até perder os quatro quilos que faltavam.
Chegamos na casa da Renata por volta das 4 horas da manhã, meu irmão precisou me ajudar a subir as escadas, com o braço apoiado no pescoço dele subimos degrau por degrau. Me despedi do Nando e abri a porta.
Ela estava me esperando sentada no sofá.
- Oi vida, o que está fazendo acordada até essas horas? - Não consigo dormir, estava preocupada com você. É tão ruim te ver assim, tão mal e tão magrinho.
Ela se levantou e me abraçou. Fomos para o quarto dormir, mas é impossível dormir bem quando está desidratado, a boca fica seca e a cada meia hora o corpo desperta em busca de água. Nosso instinto primitivo entende que estamos correndo risco de vida e não nos deixa dormir.
Luta principal do evento, éramos os últimos a se pesar. Subi na balança e bati sessenta e cinco quilos, um quilo abaixo do peso. Meu
oponente se pesou e não acreditei, nunca vi alguém estourar tanto o peso. Sessenta e nove quilos e trezentas gramas.
A organização conversou comigo e não tinha porque aceitar a luta, ele estourou mais de três quilos e eu bati um quilo a baixo, dava quase cinco quilos de diferença.
Eles ofereceram tirar dois pontos do adversário e metade da bolsa. O evento precisava de mim, minha torcida já tinha comprado os ingressos e me preparei meses para essa luta. - Pode fechar, vamos lutar!
“Amores são provisórios, eternos são ilusórios e a prioridade é viver bem.” Tribo da periferia, Viver Sem Segredos.
As luzes se apagaram, o ginásio estava lotado, minha música tocando e na escuridão a avistei próxima da entrada do octógono, fui em direção a ela e a abracei.
- Te amo vida, você é mais importante do que tudo! - Também te amo vida, bate nele.
Tocamos a luva e a pancadaria começou! Já fui para cima e impus meu estilo agressivo, conectando duros jab e direto no meio do rosto dele. O Psicopata tem o chute na perna mais forte do MMA e treinei muito bloqueio, ele tentou chutar e me defendi com facilidade, já contra golpeei com mais dois socos entre a guarda dele.
Segui colocando um grande volume de boxe e ele não deixava sem respostas, a cada golpe que eu desferia ele mandava um contragolpe e eu mandava mais três golpes. Usei meu chute fatal na cabeça e ele resistiu. Usei a joelhada na cara e ele aguentou bravamente. O primeiro round foi uma guerra, no intervalo fomos para o corner e ambos estávamos sangrando.
No intervalo chamei o juiz e o alertei. - Ele perdeu dois pontos na pesagem, precisa anunciar para o público.
Começou o segundo round; tudo ficou escuro, não enxergava mais nada.
Acabou a luz no evento, foram mais de 10 minutos para estabilizar a energia. Quando a luta retomou meu oponente já tinha se recuperado dos danos que sofreu no primeiro round.
Reiniciamos a luta e fui com tudo para cima, ataquei com jab e ele devolveu com direto, esquivei e devolvi com um cruzado e um direto no nariz dele, jorrava sangue para todos os lados. Continuei acelerando e colocando muita pressão, usava minhas pernas como extensão dos braços, eram socos seguidos de chutes e joelhadas, ele levava muita porrada e não deixava de contra golpear. Ganhei com larga vantagem esse round.
Luta ganha por pontos, agora é só administrar o round. “Administrar é o caralho! Nunca ganhei por pontos, vou nocautear!”
Voltei ainda mais agressivo no 3° round, parti para cima e o persegui pelo octógono o atacando. Ele se preparou para me dar um chute forte na perna e do corner o Nando gritou.
- Bloqueia!
Ergui a perna, mas o chute era só uma finta, ele acertou um direto e quebrou meu nariz.
Sorri e fui para cima, dei um frontal certeiro no rosto dele, a cada golpe que conectamos voava sangue para todos os lados.
Fintei uma entrada de queda e ele abaixou a cabeça para se defender, subi com a minha joelhada fatal na cara dele.
Ele se manteve firme. O tempo estava acabando, conectei um chute giratório na cabeça, mais socos e meu chute na cabeça; ele resistia bravamente.
Nos últimos 30 segundos, entrei nas pernas, o agarrei tirando-o do chão e o arremessei no solo, bateu com as costas no tablado e virou de costas para se levantar; ataquei um Mata-Leão e ele escorregou entre o suor e o sangue.
Nos últimos segundos, tentei um frontal no rosto e ele se afastou, ergui o braço e comemorei; que guerra inesquecível!
Fui até o Cássio que estava fazendo as fotos do evento e fizemos uma foto histórica, eu coberto de sangue lambendo minha luva e degustando o sangue do meu oponente.
Cheguei em casa todo quebrado, a cara toda roxa e todo dolorido. Peguei o Thanos no colo e comemorei com ele. - Uh papai ganhou!
Meu coração apertou ao lembrar do Ares.
Passou uma semana e continuava com os hematomas e um pouco dolorido. A Renata me fez um convite que foi mais uma intimação.
E ela falou toda empolgada. - O show é hoje vida, vai ser muito massa, vai tocar turma do pagode, sorriso maroto, jeito moleque e inimigos da HP. Você vai comigo né!? - Claro vida, vamos nos divertir muito.
Eu odeio pagode! Eu não gosto de shows, baladas e lugares que não dê para conversar à vontade. O barulho e a agitação me irritam. Mas é por ela, eu a amo e se isso vai fazer ela feliz eu vou.
O show começava às 23h e ela queria ficar na primeira fila, chegamos quando os portões se abriram, às 21h. O show atrasou e o festival do pagode fest começou por volta da meia-noite.
Dancei, pulei e curti a noite toda com ela; foi incrível, para ela. Para mim foi uma tortura! Mas não demonstrei, queria ser o melhor para ela. Saímos do festival às 6h da manhã, já estava de dia. E ela me pediu.
- Vida, você se importa de dar uma carona para o Vi?
- Onde você mora, Vitor?
O “best” dela morava do outro lado da cidade, dei uma carona para ele e chegamos no AP dela para lá das 7h da manhã.
Sua sandália preta de salto alto estava amarrada com um cadarço de couro, dando a volta pela canela e subindo; ela sentou-se na cama e tirei lentamente suas sandálias. Suas pernas brancas contrastavam com seu vestido vermelho flamejante que cobria somente a bunda, e seu decote avantajado estava me enlouquecendo a noite toda. Beijei lentamente suas pernas, subindo pela parte interna das suas coxas e tirei o seu vestido. Pelo vão do blackout entrava luz no quarto e iluminava o seu corpo sexy. Subi com minhas mãos passando pela sua barriguinha, chegando até seus peitões. - Vida, vamos dormir, eu tô cansada.
“Puta que pariu! A noite toda nessa bosta de pagode e não vamos nem fazer um amorzinho.”
- Claro vida, vamos descansar.
Não ia deixar a falta de sexo atrapalhar nosso relacionamento mais uma vez.
Numa quinta-feira, estava assistindo anime com a Renata e nossa viagem seria no final de semana. Meu celular vibrou e fui conferir, era uma mensagem do Moscão.
“Ô irmão, vamos trocar uma ideia, preciso conversar com você urgente.”
Já passava das 10h da noite. Falei para ela. - Vida, recebi uma mensagem do Moscão. Você se importa se eu for conversar com ele? Vou chamar ele para ir ali no bar do pai. - Não vida, vai lá. Se quiser voltar para dormir aqui pode chegar a hora que quiser. - Até umas duas horas estou de volta.
O Bar dos meus pais é bem simples e aconchegante, logo na entrada tem uma área com mesinhas e uma mesa de sinuca. Na parte interna tem um balcão bem grande e rústico, e as mesas onde eles jogam cacheta.
Cheguei lá e minha mãe estava na parte externa fazendo espetinhos, a abracei.
- Oi mãezinha.
- Oi meu amor, o que está fazendo aqui nessas horas?
- O Moscão vem aqui para a gente conversar.
Entrei, cumprimentei meu paizão, peguei uma cerveja e me sentei próximo da mesa de sinuca, enquanto esperava o meu amigo. - Aí mãe, obrigado.
Minha mãe me trouxe uma bandeja com um de cada espetinho, alcatra, coraçãozinho, kafta e um pãozinho de alho com queijo derretido.
Já tinha terminado de comer quando o Moscão chegou atrasado como sempre.
- Orra irmão, sempre atrasado.
- Foi mal, estava com uma mina.
Levantei da cadeira, nos cumprimentamos com um abraço e falei. - Bora beber.
Nos sentamos nas cadeiras, peguei a garrafa e enchi o copo dele. - Não irmão, eu não posso beber.
- Ah pare, estou a mais de uma hora te esperando. - Não posso beber.
- Como assim não pode? Só uma cerveja. - Eu usei uma balinha, se eu misturar é perigoso. - Porra irmão, não acredito que está usando drogas! O Zito sempre falou para a gente ficar longe dessas merdas. - Tá foda irmão. No começo era só final de semana nas raves e baladinhas, agora estou usando quase todo dia. Preciso parar, quero voltar a lutar.
- Vamos treinar MMA comigo, vou cuidar de você irmão. Esse final de semana vou viajar, quando voltar não importa o dia, não importa a hora, bateu vontade de usar essas merdas você me liga e vou até você.
Ele se levantou da cadeira, me abraçou e falou. - Obrigado Irmão, te amo mais que tudo! É eu e você até o fim, sei que nossas minas não gostam da gente juntos, mas foda-se elas. Nunca vamos deixar nenhuma mulher atrapalhar nossa amizade!
- Claro irmão, somos família. Tamos juntos até o fim!