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Capítulo 14 O curso de sedução

CAPÍTULO 14

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No outro dia fui levar as coisas da Renata. Encostei o carro na frente da casa do padrasto dela, ela veio até o carro e a entreguei a sacola com seus objetos pessoais pela janela do passageiro e ela entregou uma com os meus. Não trocamos uma palavra, apenas as sacolas.

Era hora de seguir em frente e não perdi tempo, fui para o Instagram e comecei a seguir várias mulheres. Baixei o tinder e só arrastei para a direita, queria recuperar o tempo perdido. Enquanto estava só atrás de mulheres nas redes sociais, vi um anúncio.

As três características que fazem qualquer mulher se sentir atraída por você!

Era um curso de sedução. Sempre me dei bem com as mulheres, não sou o cara mais bonito nem sou rico, mas me dou muito bem. “E se eu puder atrair qualquer mulher que eu queira? Seria incrível!” Comprei o curso e me surpreendi ao saber que já tinha essas três características bem desenvolvidas e que esse era o motivo de atrair tantas mulheres.

Enquanto fazia o curso encontrei aleatoriamente uma menina fascinante no Instagram. Ela não se parecia com ninguém que eu já tinha ficado, era negra, muito baixinha, cerca de 1,5 m de altura, cabelos escuros encaracolados e tinha uma bunda e um par de peitos que não correspondiam com seu tamanho. Conversamos no direct e marcamos um encontro na terça-feira à tarde.

Fui buscá-la em casa e ela estava incrível, toda maquiada e produzida. Aquela baixinha roubou meu coração. Ela entrou no carro e meus olhos brilharam, nós dois demos um sorrisão e nos cumprimentamos com um beijo no rosto e um abraço. - Nossa Amanda, você está muito linda.

Ela sorriu e olhou para baixo. - Eu não sabia onde a gente ia, não sou de sair muito. Exagerei demais na maquiagem?

- Você está perfeita!

Sorrimos e continuei.

- Está bem cedo, podemos ir lá em casa e depois ir beber um chopp.

- Pode ser.

Abri a porta do meu quarto e os gatinhos estavam dormindo em cima da cama. Ela falou toda fofinha.

- Wou, que lindos.

Ela fez um carinho neles e nos sentamos na cama.

- É, meu mestre tinha razão!

- Sobre o quê?

- Nos menores frascos estão os melhores perfumes.

Ela sorriu e falou.

- Ele tinha mesmo.

- Ele também dizia que nos menores frascos estão os piores venenos!

Ela gargalhou alto.

- Ele tinha razão mesmo!

- Ah, você é braba então?

- Sou!

Delicadamente levei minha mão em seu rosto e falei olhando no fundo dos seus olhos castanhos.

- Comigo não vai ficar brava, vai ser só sorrisos.

Ela sorriu, me olhou profundamente, nos aproximamos lentamente até nossos lábios se encontrarem; os lábios dela eram grandes e estava com um batom vermelho, nossas línguas se entrelaçaram e nosso beijo esquentou; desci beijando seu pescocinho, deslizando minhas mãos pelo seu corpo. Ela falou meio sem jeito. - No primeiro encontro é melhor a gente ir devagar.

Concordei.

- Tá bom, vamos no seu ritmo.

E o ritmo acelerou, não demorou para que eu tirasse toda a roupa dela e beijasse cada parte do seu corpo. Passamos o dia fazendo amor e adiamos o chopp para o próximo encontro; uma das técnicas que aprendi no curso. Pressupor encontros, faz ela se imaginar mais vezes com você. E eu não parava de me imaginar com ela.

Antes do nosso próximo encontro, vi no curso que mulheres amam ouvir histórias. E também aprendi sobre a logística dos encontros.

Fui busca-la em casa e deixamos o carro na minha.

- Vamos andando, a choperia é aqui do lado e não é correto beber e dirigir.

Ela sorriu e concordou, com ela era só sorrisos.

Chegamos na choperia e nos sentamos nas cadeiras do lado externo, ambiente bem aberto e arejado. Pedimos uma torre de chopp, enchi os dois copos que estavam sobre a mesa de madeira envernizada; brindamos, conversamos muito e contei várias histórias das minhas viagens.

Ela perguntou.

- Mas você fazia essas viagens sozinho?

- Essa história do mergulho em Balneário Camboriú foi com minha primeira esposa.

Espantada ela perguntou. - Você já foi casado quantas vezes? - Só duas, ainda.

E dei risada.

- Meu Deus. Eu nunca namorei.

- Capaz! Por que você nunca namorou?

- Acho que ainda não apareceu a pessoa certa.

- A pessoa certa pode estar mais perto do que você imagina.

A Amanda sorriu e nos beijamos. - Quando os nossos lábios se afastaram ela perguntou: - Esse mergulho com os tubarões foi com a sua primeira esposa? Como é o nome dela mesmo?

- Alessandra. Não, foi com a Renata. Ela não era parceira que nem a Ale, mas foi massa a nossa viagem para o Rio.

E contei da viagem e mais algumas histórias. Depois fomos para minha casa que fica a duas quadras da choperia. Logística é tudo!

Nos vimos mais algumas vezes durante a semana e no final de semana ela fez um churrasco na casa dela, apenas nós dois, a melhor amiga e o namorado.

Foi divertido, comemos muito, bebemos e jogamos truco. Depois que a amiga e o namorado foram embora, ela veio toda brava falar comigo.

- Porra! Você não consegue contar uma história sem falar das suas

ex?

- Calma, Amandinha, se você quiser não conto mais nenhuma história da Renatinha.

A baixinha era brava! Continuo discutindo por quase uma hora; cansei.

- Tá bom Amanda, você tem razão. Vou embora.

Virei as costas e abri a porta para voltar embora de madrugada. Quando coloquei o pé para fora ela me puxou para dentro. - Você não vai embora!

- Eu não discutia nem com a Renata que fiquei anos, não vou discutir com você.

- Esquece sua ex, caralho!

Ela me puxou pelos braços novamente e me beijou, colocou as duas mãos no meu peito e me empurrou em direção ao sofá. Caí sentado e ela sentou por cima, começou a me beijar intensamente e tirou minha camiseta.

Esqueci da discussão, arranquei a calça dela, tirei minha calça, puxei a calcinha vermelha dela para o lado e ela sentou forte em mim. Grudei com as duas mãos na bunda dela, a levantei do sofá e peguei ela de pé; encaixada perfeitamente em mim. Levei ela para o quarto sem desencaixar do meu corpo, a coloquei deitada na cama, ergui e afastei suas pernas indo bem fundo dentro dela. Viramos a madrugada fodendo.

Pela manhã ela estava mais calma, conversamos e decidimos que era melhor não nos vermos mais. Me despedi para sempre da Amanda.

Mergulhei nos estudos do curso de sedução, eram 12 módulos com 10 aulas em cada; levava um ano para concluir tudo e o professor sugeria para praticar o que aprendíamos. Não perdi tempo, assistia às aulas e no meu tempo livre aplicava os conhecimentos na prática.

Foi durante a pandemia e eu dava muitas aulas particulares nessa época, foi quando a Bianca apareceu.

Ela era uma aluna da época do Zito, sem sombra de dúvidas a aluna mais linda que o Zito já teve, loira com uns peitões que chegavam a balançar a camiseta.

Como era minha aluna eu nem pensava em sair com ela e lembrava muito bem que quando eu era mais novo ela nem me dava bola.

Foi num final de aula que ela me fez um convite.

- Profe, sei que você treina muito, mas às vezes você pode sair beber?

- Amo beber chopp! Só não vou sempre por causa dos treinos. - Nossa Profe, eu também amo chopp! Desde que voltei da Espanha não saí beber nenhum dia. Tudo fechado por causa dessa pandemia.

- Conheço um lugar que não fechou. - Podemos ir lá se você quiser.

Mais uma noite na choperia perto de casa, puxei a cadeira para ela sentar, pedi uma torre de chopp e começamos a conversar. Não contava mais histórias das ex, agora contava minhas histórias. - Profe, suas lutas são muito violentas e você é bem sério, você é sempre bravo?

- Que nada! Sou sério só nas aulas e violento só contra meus oponentes. Pago para não me envolver em confusões. - Mas nunca teve uma briga em luta?

Março de 2014

- Eu vou matar esse filho da puta!

- Calma irmão. Amanhã você arrebenta ele na luta.

- Essa mina é uma vagabunda! Ela sabe que eu odeio esse cara.

- Relaxa, ela é sua ex, vamos focar na luta.

A ex do Moscão estava com o adversário dele na pesagem. E o pior é que a Carlinha sabia o que esse cara tinha feito para o Pablo. Quando ele era criança, era o gordinho zoado no colégio e o cara que ele vai enfrentar é um dos garotos que fazia bullying com ele. Esse cara não era só um adversário na luta, era pessoal.

A luta começou e o Moscão foi para cima com tudo! Não parava de atacar um segundo, passou 3 minutos arrebentando o seu algoz da infância e ganhou disparado o primeiro round.

O segundo round começou na mesma pegada, o adversário era duro, mas não estava sendo páreo para o Moscão. O Pablo acertou um cruzado de direita e o adversário foi a lona. No que o oponente apoiou as mãos para se levantar o Moscão deu um chutão na cara dele e o apagou.

Coloquei as duas mãos na cabeça e não acreditei que o Pablo fez isso numa luta de muay thai, não pode bater quando o oponente está no chão.

A torcida adversária pulou o octógono para bater no meu irmão, o Zito e toda nossa família da luta entrou no cage para proteger o Moscão.

- Esse seu amigo era muito louco né!? - Demais! E você, tem algumas histórias de quando estava na Europa?

Depois de ouvir uma boa história elas começam a falar sem parar, você precisa ser um bom ouvinte e prestar atenção nela; não tem erro, e o fim da noite é sempre no meu quarto.

Concluí o curso em menos de um mês e me tornei um imã de mulheres; quando criança eu era rejeitado por ser feio e gordinho,

agora eu queria aproveitar ao máximo.

Me bateu a saudade de uma pessoa e mandei uma mensagem.

“Oi Novinha, vi um lugar incrível que você vai amar.”

“Oi Bruno, como você está? Que lugar é esse?” “Tudo ótimo e você como está?”

“Estou bem. Mas me conta, que lugar é esse?”

“Não vou só te contar, vou te levar lá! O que você vai fazer amanhã de noite?”

“Não estou saindo por causa da pandemia. Mas pode me contar que fiquei curiosa.”

Elas nunca dizem não para mim, elas dizem para a situação. Por isso é sempre importante fazer as perguntas certas antes de um convite; afinal, não é não!

“Quando você puder sair vamos lá.”

Ela ficou brava de eu não contar onde era, mas quem sabe um dia levo ela lá.

E meus rolês não paravam, durante o dia treinava numa nova academia que fez uma parceria comigo e tinham vários atletas e um mestre conceituado. Às 19 horas dava aula na minha academia e depois sempre tinha um encontro.

Puxava a cadeira para uma se sentar e comíamos as delícias do meu restaurante favorito. Outrora ia no meu patrocínio de comida japonesa. Quando acontecia os lockdowns era perfeito, aí as levava direto para minha casa e pedia a porção do campeão: uma porção que o meu patrocinador fez em homenagem a mim, ia camarão à milanesa, coraçãozinho empanado e uma mandioquinha frita. Mulheres amam sair para comer, esse é sempre o melhor rolê.

Eu conhecia essas mulheres no tinder e principalmente no Instagram. Ela curtiu três fotos e começou a te seguir, ela te quer e na

dúvida todas te querem; sempre com respeito, sabendo a hora de chegar e a hora de se retirar. Nunca insistia, se quer vamos, se não quer “fique bem e quem sabe um dia nossos caminhos se cruzam.”

E falando em caminhos se cruzarem não acreditei em quem me seguiu, era a Dani.

Meados de 2012

Após meu primeiro treino do dia fui correr no parque Bacacheri, estava muito sol e eu todo suado, sem camisa.

Enquanto corria na pista em volta do lago, avistei uma loira muito linda, alta, cerca de 1,80m de altura, passei correndo e ela não desviou o olhar; dei mais uma volta e ela me olhou de novo, pensei “o não eu já tenho, vou lá falar com ela.”

Quando me aproximei ela era mais alta do que eu imaginava, tive que olhar para cima para falar com a loira. Falei sorrindo. - Bora correr comigo?

Ela sorriu.

- Sou sedentária, se correr e suar igual a você eu desmaio. - Capaz que não treina!? Então sua genética é muito boa.

O assunto fluiu, peguei o Facebook dela e combinamos de conversar por lá. Fui me despedir com um beijo no rosto e ela abriu os braços para me abraçar. A alertei. - Eu estou todo suado

- Não tem problema.

Ela me abraçou e me beijou no canto da boca, retribui beijando os seus lábios.

Durante a semana mandei várias mensagens e ela me ignorou, um outro dia fui correr no parque e ela estava nos maiores amassos com outro cara.

Além de me seguir, ela curtiu três fotos, era o sinal. Entrei no perfil dela e ela estava casada e já tinha um filho; meu interesse se esvaiu.

“Oi Bruno, lembra de mim?”

Como esqueceria? Me ignorou e trocou por outro.

“Oi Dani, quanto tempo.”

Ela me chamou no direct, mas eu não estava interessado, quero distância de mulher casada. Ela estava toda empolgada na conversa e já cortei o mal pela raiz.

“Que linda suas fotos com seu marido e seu filho, parabéns.”

“Você acredita que conheci o Luiz um dia depois que nos vimos no parque? Mas agora tudo mudou, estou pensando em me separar.”

Então era esse cara que estava com ela no parque? Meu interesse acaba de voltar!

Demorou um pouco mais do que o habitual, gosto de marcar o primeiro encontro de 1 a 3 dias de conversa, mais que isso pode esfriar o contato ou acabava esquecendo da conversa por ter outras. Mas com ela fui paciente, até que apareceu a oportunidade certa.

“Você acredita que bem hoje que vou sair mais cedo o Luiz não pode me buscar porque vai jogar bola com os amigos.”

“Que horas você sai do trabalho hoje?”

Não perdi tempo, fui busca-la no shopping Muller e levei ela onde tinha planejado ir com a minha Novinha. Fiz tudo o que queria fazer com ela.

No outro dia ela mandou uma mensagem toda apaixonada.

“Ontem foi perfeito! Eu te quero demais, vou largar o Luiz e quero muito namorar com você.”

O troco veio a cavalo, a ignorei como ela fez comigo em 2012. Me mandava mensagem todos os dias e eu apenas visualizava.

Durante os treinos da tarde, que era só eu e o Beans, sempre contava para ele as histórias.

Comentei.

- Hoje que é o aniversário do Zito tenho que viver uma história mais louca em homenagem a ele.

- Amanhã você me conta essa história.

A verdade é que não era só o aniversário do Zito, era o aniversário dela também. Nessa noite eu fiquei em casa sozinho.

No outro dia de tarde, a aula do Beans acabou e estávamos nos arrumando para treinar, ele comentou. - Pelo jeito o rolê não deu boa ontem, está quietinho. - Não era só o aniversário do Zito né irmão, 20 de agosto é o aniversário da Renata também.

- Putz, mas você sai com várias minas, não esqueceu ela ainda?

- Eu sei que a gente não dá certo, não queremos a mesma coisa para o nosso futuro, é melhor eu ficar longe dela, mas ainda penso nela todos os dias.

Um aluno que é meu amigo e patrocinador ouviu a conversa e nos contou algo que eu não queria saber. - O irmão, ouvi vocês comentando. Você viu que a Renata está ficando com um piá lá da academia que você treina?

Arregalei os olhos e perguntei instintivamente.

- O quê? Quem?

Ele me mostrou a foto deles juntos. - Esse bosta nem treina lá. Irmão, faz um favor, nunca mais me fala nada da Renata. O que ela faz agora é problema dela.

- Só comentei porque achava que ele treinava com você, essas talaricagens é foda.

- Ele não treina lá, mas essa vai ter volta!

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