#14 Revista Visagismo Novembro

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BIMESTRAL

Beleza Negra

Edição 14 Novembro 2022

O luxo silencioso


Revista Visagismo "Visagismo sem cientificidade não é visagismo acadêmico"

Diretor e redator: Fábio Ritter Colunistas do mês: Luciana Brandão, Hellen Grasso, Simone Ribeiro e alunos da Universidade Anhembi Morumbi. Design: Fábio Ritter Periodicidade: Bimestral Idioma: Português

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Um livro para você compreender a potencialidade de todos os elementos da sua imagem pessoal.

Fábio Ritter

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Índice

Nota do editor, pág. 06

Conheça nossa edição

Colunistas do mês, pág. 07 Conheça nossos colunistas

Visagismo Acadêmico?, pág. 09 Matéria

Entenda por que o dia da Consciência Negra é celebrado dia 20 de novembro, pg. 13 Cultura

Luxo silencioso e high fashion Qual a diferença?, pág. 22 Moda

Métrica da vaidade das redes sociais, pág. 26 Branding

Visagismo e as idealizações da beleza negra no mercado de trabalho, pág. 32

Artigo

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A Revista Digital VISAGISMO é a primeira revista especializada em visagismo do mercado nacional e internacional. Influente, criativa e relevante, a publicação é referência nacional e internacional por sua curadoria apurada e por apontar tendência no universo do visagismo, beleza, tricologia, moda, wellness e lifestyle. A revista é editada online, tem periodicidade bimestral, usa como língua de trabalho o português, desenvolvendo uma perspectiva cosmopolita e interdisciplinar. Há dois anos, a Revista Visagismo empodera o conhecimento prático e teórico de forma leve e criativa, celebrando o livre debate. A Revista Visagismo é referência dos estudantes e profissionais do setor e sinônimo de matérias instigantes e inteligentes. Nossa revista olha para o futuro com otimismo, permanece global em sua visão, se mantém comprometida a celebrar a diversidade, as diferentes belezas e culturas sobre tudo todas as formas de conhecimento lícitas. Representamos os valores de que apenas a educação transformará o Brasil e nosso setor.

DIRETOR DA REVISTA VISAGISMO

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Nota do Editor Bem vindos a mais uma edição da revista digital Visagismo. Neste mês as matérias foram escritas por Luciana Brandão, Simone

Ribeiro

Incluímos

a

elaborado

pelos

e

Hellen

publicação alunos

Grasso. do

artigo

do

curso

superior bacharelado em estética da Universidade Anhembi Morumbi.

Uma boa leitura,

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Colunistas do mês

Luciana Brandão @lubrandao.curly

Simone Ribeiro

Hellen Grasso

@si.ribeiro

@hellengrasso

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VISACAST O podcast do visagismo

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VISAGISMO ACADÊMICO? Por Revista Visagismo

O que é Visagismo Acadêmico? O visagismo acadêmico é o uso de múltiplas técnicas visuais aplicadas na imagem pessoal sempre com um objetivo final. Cabelo, maquiagem, sobrancelhas, barba, vestuário, cores e acessórios por exemplo, são algumas das práticas e técnicas que são avaliadas e utilizadas pelo profissional formado em visagismo acadêmico. Para isso, é aplicado uma ficha de anameses nos clientes para que o profissional com formação superior possa desenvolver o dossiê estratégico da imagem pessoal do seu cliente.

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O que é visagismo é só rosto? Embora equivocadamente algumas pessoas tenha traduzido a palavra visage apenas como rosto a sua origem tem significado de aparência, imagem pessoal, consequentemente o visagismo acadêmico utiliza esta origem e compreende a imagem pessoal na sua totalidade e não apenas o rosto. Quando surgiu o visagismo? O visagismo foi idealizado e codificado pelo francês Fernand Aubry em 6 de abril de 1937. Fernand Aubry era cabeleireiro, maquiador e produzia looks em grandes desfiles. Sobre o visagismo acadêmico O professor mestre Fabio Ritter estuda e pesquisa a alfabetização visual aplicado ao visagismo a mais de 20 anos sendo o precursor na pesquisa e divulgação do Visagismo acadêmico no mundo. Seu primeiro livro que aborda o visagismo na forma acadêmica foi publicado em 2020 e encontra-se esgotado desde então. Fabio Ritter atua a mais de 18 anos na área da beleza o que foi de extrema importância para estruturar o visagismo na academia consequentemente a sua teoria e aplicabilidade na imagem pessoal, o que é a grande dificuldade das antigas teorias do visagismo. Para ele, o visagismo acadêmico não se trata de julgar, ler alma e personalidade através de linhas faciais, mas sim projetar a imagem de seu cliente através de seus inúmeros objetivos, afinal somos seres evolutivos e o que necessitamos hoje talvez seja diferente amanhã. Seus conhecimentos hoje estão à disposição na Universidade Anhembi Morumbi de São Paulo através do curso de Visagismo & Terapia Capilar. Fabio também ministra cursos de curta e longa duração para turmas exclusivas.

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Por que o visagismo se tornou acadêmico? Entender o propósito do visagismo fica mais fácil quando entendemos o processo de alfabetização visual dentro do ambiente universitário para fugir da padronização individual ou de conceitos racistas, misóginos, etaristas, gordofóbicos que se construiu nas outras gerações, o que explica a descredibilizarão do visagismo dos anos 90. Além disso, nossa sociedade e profissionais não se satisfazem com informações soltas de cunho pessoal e ser principalmente tratados como robozinhos que replicam as mesmas técnicas e leituras padronizadas em todos os clientes. Veja vídeos sobre o assunto Se você é o tipo de pessoa que assimila melhor conteúdos no formato audiovisual, saiba que é possível encontrar diversos vídeos sobre visagismo acadêmico na internet. O próprio Professor Mestre Fabio Ritter mantém um canal no youtube e no instagram aonde compartilha inúmeros textos e vídeos sobre o assunto.

Revista Visagismo

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ENTENDA POR QUE O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA É CELEBRADO DIA 20 DE NOVEMBRO Por Luciana Brandão

Desde o início da década de 1970, os brasileiros têm comemorado o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Essa data é o dia em que Zumbi dos Palmares, foi assassinado em 1695. Com objetivo de reflexão sobre a inserção do negro em nossa sociedade junto com a questão da igualdade racial no Brasil, essa data foi idealizada para abrir o debate sobre as políticas de ações afirmativas para acesso dos negros, ao que um Estado democrático de direito deve oferecer para todo e qualquer cidadão, que se trata de: direito à educação (inclusive superior), à saúde, à justiça social, entre outros aspectos e também pelo pensamento politicamente correto, que precisamos ter a consciência de que as feridas abertas por três séculos de regime escravocrata no Brasil, precisam ser sanadas verdadeiramente; assim como o déficit social e a carga de preconceito que o rastro desse longo período deixou.

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O Dia Nacional da Consciência Negra surgiu por meio do professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira (1941 – 2009). Ele era um dos fundadores do Grupo Palmares, que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, em Porto Alegre. Em 1971 ele propôs uma data que comemorasse a tomada de consciência da comunidade negra sobre seu valor e sua contribuição ao país, escolhendo o dia 20 de novembro, por ser o possível dia da morte de Zumbi dos Palmares, que ocorreu em 1695. Zumbi por sua vez, entrou para a história do Brasil sendo o símbolo marcante da resistência negra contra a escravidão e como o último chefe do Quilombo dos Palmares, um dos mais emblemáticos quilombos da época colonial e dos maiores já existentes, que eram redutos, afastados dos centros urbanos, que reuniam principalmente ex-escravos negros que fugiam de seus senhores em busca de liberdade. É claro que essa mudança não é automática nem simples, pois foram séculos e anos de uma prática educacional onde o negro só aparecia nos pontos que discorriam sobre a escravidão no Brasil. É preciso fazer reconhecer a participação dos africanos na construção do nosso país, seu legado cultural e sua participação no desenvolvimento brasileiro; inclusive, partindo da visão dos africanos e dos afro-descendentes e não somente do ponto de vista eurocêntrico (dos europeus) ou dos ditos dominantes, que acabavam dominando as leituras didáticas. “A luta pela cidadania plena para milhões de brasileiros, independentemente de cor, raça ou classe social, continua e permanece acesa na atuação dos movimentos que impulsionam as transformações no país” ( Neto, 2008 pg 8 ). Portanto, entender e reconhecer a importância do ponto de vista do negro é valorizar a sua origem, contribuindo com a sua enorme riqueza multicultural, étnica e religiosa, para a construção da sociedade brasileira. Fonte: https://org.com.br/consciencianegra

Luciana Brandão Visagista e Terapeuta Capilar - Brasil Educadora

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LUXO SILENCIOSO E HIGH FASHION QUAL A DIFERENÇA? Por Simone Ribeiro

O dinheiro fala - A riqueza sussurra Desde o século XX a psicologia social e a microsociologia vem sendo estudadas para entendermos melhor, o “como” e o “porque” da necessidade de uma construção de identidade pessoal e de autodefinição de cada um. É a partir dessa autorreflexão e questionamento de “como me mostro diante dos demais,” que vai nos permitir relacionarmos em sociedade, aliás a própria arqueologia confirma a utilidade de objetos para definir a quem os possuem, é um diálogo mudo entre o “eu” e a “sociedade.” Visualizando as marcas e suas respectivas identidades, já pararam para pensar que, se as marcas se comportam como pessoas, o que elas poderiam contribuir a nós consumidores? Os hábitos de consumo da moda de luxo estão mudando, e isso impacta também as marcas, suas produções,

como desenham e principalmente

linguagem visual que utilizam.

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como se comportam através da


Existe algo que também não posso deixar de fora que é a “teoria da classe ociosa,” uma análise de Thorstein Veblen ( 1857 - 1929 ) sociólogo e economista americano, que seu legado de pensamento se cristalizaria nas reflexões sobre a sociedade de consumo ( algo importante para reflexionar). Um dos aspectos que mais impacta na modificação de hábitos de consumo, é sem dúvida a crise econômica e foi assim que meados do ano 2000 eram tempos das “it girls” (quem não se lembra ?) tendo como protagonista Paris Hilton fazendo uso do consumo de ostentação ( que tanto nos fala Thorstein Veblen), gerando a democratização da moda, onde todos se apropriaram das logos e das marcas, foi nesse momento que emergiu a necessidade de um novo tipo de consumo: O luxo silencioso. A chave aqui nesse tipo de marca de consumo é a falta de necessidade de presumir ou mostrar riqueza, não fazem muita publicidade, usam somente de materiais de altíssima qualidade, desenhos e modelagem tomam o lugar dos logos, não fazem produção em massa, ao contrário o artesanato ( feito a mão ) é muito destacado. Muitas marcas estão no mercado a mais de um século e estão baseadas na tradição. Dessa forma somente os que verdadeiramente conhecem, (sem falar do poder aquisitivo) são capazes de identificar-se entre si, seu diferencial é a exclusividade e identidade única, como se fosse um clube, onde somente os membros sabem as regras. Assim que cuidado, porque se você esta pensando em investir um alto valor para adquirir uma bolsa ou uma peça com a sua logo favorita, com a ideia de estar comprando o verdadeiro luxo, você pode estar falhando nessa missão. Existem cinco necessidades de vestimenta, sendo elas básica, física, psicológica, social e estética. O consumo de produtos de luxo definitivamente não é uma necessidade básica, mas sim psicológica ou social. - Você já parou para pensar em quais são as suas? Então vamos agora diferenciar o luxo silencioso do High Fashion. Levando em consideração que no setor de luxo silencioso o que se vende é em essência, um conceito. Por outro lado temos o High Fashion, um consumo que emerge ainda mais no momento atual póspandemia. As marcas de luxo High Fashion criam tendencias buscando atender o “desejo do momento,” produzem em massa e utilizam acabamentos de muita qualidade, mas não optam pelos mais exclusivos, o que gera uma grande popularização da marca e do produto em si, fazem campanha de marketing inteligente para tornar seus grandes logotipos e padrões mais reconhecíveis, criando quase um grande “Olhe para mim!” Um exemplo é a icônica estampa monograma de Louis Vuitton, ou o “duplo G” da Gucci. Mas nem de longe o High Fashion é uma inversão barata, ainda está ao alcance de poucos poder permitir-se este luxo. Dois pesos, duas medidas… o conceito de luxo tem uma conotação positiva relacionada com a qualidade e o conforto, mas também outra negativa, pois ao meu parecer esta vinculado à exageração.

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A percepção de uma grande maioria de pessoas em relação ao luxo tem se modificado. O significado REAL de luxo, não é necessariamente algo onde unicamente os ricos e milionários tem acesso. O luxo autentico se caracteriza por materiais nobres, qualidade de fabricação e desenhos mais exclusivos e não necessariamente por preço. Porém, considero que uma verdadeira peça de luxo é aquela que durará por muito tempo em nosso armário e que são clássicas. E por falar em peças clássicas, você sabe qual é a diferença entre básico e clássico? É um tema quase de utilidade de pública, assunto para o nosso próximo encontro.

Simone Ribeiro

Consultora de Imagem - Espanha

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Um livro para você compreender a potencialidade de todos os elementos da sua imagem pessoal.

Fábio Ritter

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MÉTRICA DA VAIDADE DAS REDES SOCIAIS Por Hellen Grasso

A métrica da vaidade é algo mais comum do que você imagina! Encontrada não apenas em personalidades das redes sociais, como também em grandes ou pequenas empresas. É uma métrica que quase ninguém considera, mesmo conseguindo atrasar o crescimento de negócios, organizações ou empresas. Mas afinal, o que é a métrica da vaidade e como saber se você ou sua empresa sofrem desse mal? Se você fica mais preocupado com o número de seguidores ou inscritos em suas redes sociais, ou na quantidade de curtidas e comentários, isso fará com que você acabe se esquecendo do mais importante, que é ter clientes e então a resposta seria: sim, você sofre desse mal. Você provavelmente já ouviu a seguinte frase: "seguidores não pagam boletos".

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Pois bem, essa frase se encaixa perfeitamente quando nos deparamos com esse tipo de métrica. Muitas vezes as pessoas preferem focar em criação de conteúdo de baixa qualidade enfatizando a quantidade, pensando em alcançar o tão almejado engajamento, porém, isso só afasta os seus clientes. A forma mais inteligente seria: criar conteúdos com altíssima qualidade, mesmo que em pouca quantidade, pois isso fará com que você se aproxime muito mais da audiência que realmente irá comprar de você. Lembre-se, antes um perfil com poucos posts, mas elaborados com qualidade, que um perfil cheio de posts ruins. Sendo assim, você descobre que a métrica da qualidade, quando aplicada na sua entrega de conteúdo, pode te diferenciar exponencialmente dos seus concorrentes. Afinal de contas, todos nós já sabemos que tratando-se de redes sociais, estamos o tempo todo disputando por um momento de atenção da nossa audiência, para assim nos conectarmos e vender. Então, foque no que vai trazer dinheiro para o seu negócio, gere conexão e não no que só vai te trazer uma "boa imagem" ou no que apenas alimenta o seu ego. Mais qualidade que quantidade, acesse esse código… Pense nisso.

Hellen Grasso

Branding Pessoal - Inglaterra

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VISAGISMO E AS IDEALIZAÇÕES DA BELEZA NEGRA NO MERCADO DE TRABALHO Pelos acadêmicos da graduação em estética da Universidade Anhembi Morumbi: Fabiana Ferreira, Juliana Avedo, Letícia Cruz, Mikaela Mascarenhas e Simaele Santana.

Atualmente a padronização da beleza vem sendo um grande divisor na estrutura social, a pressão exercida por esse fenômeno incide de forma negativa para aqueles que são vistos como fora desse “padrão”, a descrição das qualidades estéticas tidas como “belo” está ligada aos atributos físicos, disseminados pelas plataformas midiáticas. ¹ A indústria fez do corpo um nicho de mercado, aos corpos femininos foram atribuídos a estética da magreza, cabelos longos e lisos e pele clara ². Neste contexto as mulheres negras são mais penalizadas com a imposição de determinada beleza que na experiência da sociedade brasileira as excluem por não apresentarem os elementos que compõem o padrão, estabelecendo inferioridade ². A super valorização da aparência tornou-se um meio de qualificar e desqualificar pessoas, seja na vida social ou profissional ¹.

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Desde os primórdios a imagem feminina vem sofrendo mudanças devido a padronização da beleza, o conceito do belo tornou-se efêmero algo visto como um objetivo a ser alcançado. O conceito do termo belo é mutável de acordo com a sociedade em que está inserido. Além disso, interfere diretamente no que uma estrutura social dita como padrão estético, que por sua vez também possui o elemento da mutação ². A partir do século XX a estética e o belo passam a ter a padronização de uma maneira mais global e menos espaçada, as tendencias do que é belo passam a ter vigência por décadas, não mais por séculos. ² Na sociedade contemporânea, os corpos perdem o significado de templos, e ganham significado de objetos de mercado. Com a expansão da industrialização e a globalização, além do processo de aculturação entre as sociedades, onde as culturas se difundem e se permutam, a indústria fez do corpo um nicho de mercado. Aos corpos femininos foram atribuídos a estética da magreza, cabelos longos e lisos, e pele clara. ² A supervalorização da imagem hoje, tem o poder de inclusão e exclusão na sociedade, pessoas que não se encaixam no padrão tido como “certo” acabam por sofrer, tendo dificuldade para se adaptar por não estar dentro do “padrão”, a mulher, em específico a negra historicamente vem sendo discriminada pela sua estética, tida como inferior perante a sociedade. Nas palavras de Gomes: O corpo humano e seu fenótipo forneceram os dados a partir dos quais foram formuladas teorias que agrupam os seres humanos. Delegaram às chamadas raças brancas o lugar de padronização da beleza, o ápice da pirâmide estética, e relegou as raças não brancas, especialmente a negra, a base da hierarquização - pode se citar outras esferas da hierarquização como as das qualidades morais e intelectuais. Neste sentindo, percebemos que características físicas são bases identitárias, especialmente num jogo interligado onde raça, cor e estigmas misturam-se e colocam os negros em severas desvantagens representacionais. ² O padrão estético da mulher negra se contrapõe ao padrão eurocêntrico. A beleza da mulher negra é vista como a construção da sua identidade sociocultural seus traços, a textura do seu cabelo, seus penteados e acessórios acometem a desconstrução do padrão europeu. ² “O cabelo e o corpo são pensados pela cultura. Nesse sentindo, o cabelo e o corpo podem ser considerados expressões e suportes simbólicos da identidade negra no Brasil. Juntos, eles possibilitam a construção social, política e ideológica de uma expressão criada no seio da comunidade negra: a beleza negra. Por isso não podem ser considerados simplesmente como dados biológicos.” ²

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O conceito do visagismo surge para acabar com a padronização do conceito de beleza padronizada, pois cada um tem sua beleza própria e com ela seus valores, história e cultura.³⁻⁴ No visagismo a beleza é vista de forma individual, pois procura compreender e avaliar as experiências do indivíduo como um todo, o visagista do século XXI vai além da replicação das técnicas e toma consciência de que a imagem carrega consigo valores históricos e culturais que precisam ser valorizados ³. De forma conceituada o termo visagismo deriva da palavra “visage” no francês, porém tem destaque de sua derivação do francês para o latim “visus”, que significa “o ato de ver”, “aparência’, “imagem” ³. O sufixo “ismo”, que foi agregado a tradução e carrega o significado de “técnica”. A palavra “técnica”, no grego significa “maneira de realizar uma ação ou conjunto de ações”, é o procedimento ou conjunto de procedimentos que têm, como objetivo, obter/alcançar um determinado resultado/objetivo intencional/desejado. ³ O visagismo acadêmico do século XXI usufrui de maneira plena e máxima a tradução dessa nomenclatura com referências na academia, endossando a ideia de que ele é manipulação de técnicas voltadas à multiplicidade imagética. ³ O visagismo utiliza técnicas voltadas a linguagem visual. Os elementos visuais correspondem ao ponto, linha, forma, escala, movimento, dimensão, tom, cor e textura, que, combinados constituem a comunicação imagética. A imagem pertence, portanto, há uma linguagem que possibilita uma leitura baseada na capacidade de apreciação global e, simultaneamente na apreciação de seus detalhes, ambas as ações acontecendo de maneira associada. ³ A comunicação visual chama-nos a atenção para imagens que tem o objetivo de transmitir mensagens: “as formas e cores têm significados especiais que representam algo que deve ser compreendido”. ³ Em se tratando do mercado de trabalho, a mulher negra é a maior força de trabalho do nosso país, mas devido à discriminação sofrida pela mesma essa realidade não se sustenta no mercado de trabalho atual. ⁵ Algumas mulheres negras, apesar de terem se dedicado aos estudos e possuírem uma boa qualificação profissional acabam por não serem respeitadas e reconhecidas em cargos de chefias, ou de alta importância, pelo simples fato de serem mulheres e negras, acabam sendo substituídas por homens brancos, que muitas vezes possuem até menos conhecimento e são menos qualificados do que elas ⁶. O preconceito sofrido pela mulher negra na área profissional é visível, a hierarquia hegemônica ainda enxerga a mulher negra como minoria devido ao seu passado histórico. “Ascender socialmente é algo muito difícil para a mulher negra, são muitos obstáculos a serem enfrentados. O período escravocrata deixou como herança o pensamento popular, em que, elas só servem para trabalhar como domésticas ou exibindo seus corpos. As que se destacam, tiveram que se provar mais vezes do que as mulheres brancas a sua competência.” ⁷.

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E foi ponderando este descaso que as mulheres negras iniciaram seus próprios movimentos para a igualdade de direitos, “atestamos e promovemos uma perspectiva feminista negra que aflora da situação específica do que é ser mulher negra e, comumente pobre, traçamos por fim o papel que essa concepção tem na luta antiracista no Brasil” ⁷. É possível entender que para a mulher negra ganhar um pequeno espaço nessa sociedade rica em raça e cultura foi necessário que a mesma batalhasse para que isso ocorresse, contando apenas com o suporte de suas companheiras negras que buscaram e lutaram pelos mesmos ideais, a liberdade profissional e de gênero tal luta resultou em vitórias profissional não tão consideráveis comparando a situação em que se encontram. ⁷ “Ainda que, avanços tenham sido alcançados pelas mulheres no mercado de trabalho, operando posições relevantes a nível profissional, este avanço foi muito circunscrito referindo-se à população negra. Há uma pequena parte de mulheres negras trabalhando como executivas, médicas, juízas, dentre outras profissões de destaque; a grande maioria ainda realiza trabalhos domésticos e recebe pouco por isso”. ⁷ O OLHAR DO VISAGISTA PARA A BELEZA ESTÉTICA NEGRA Uma das características peculiares do preconceito vivenciado pelos negros brasileiros é o processo do branqueamento ou ideologia do branqueamento, “uma pressão cultural exercida pela hegemonia branca, sobretudo, após a abolição da escravatura, para que o negro negasse a si mesmo no seu corpo e na sua mente, como uma espécie de condição para se integrar”. ⁸ O ideal estético europeizado vem sendo aceito e repassado, através de um modelo que diminui ao máximo, ou simplesmente exclui a participação dos “não-brancos” na construção de um imaginário de beleza ⁸. Prontamente, as características físicas mais valorizadas esteticamente na sociedade brasileira pouco remetem à africana. ⁸ Na atualidade, este processo de negação de características positivas aos não brancos ainda permanece. Entretanto, se vê cada vez mais uma aceitação social dos caracteres negros, principalmente no que se refere à manutenção dos cabelos naturais, portanto, cacheados ⁸. A aceitação deve-se ao fato de a estética capilar ter exercido um papel de resistência, luta e posição política em diversos momentos históricos para os afrodescendentes ⁸. Por intermédio dos movimentos sociais (Rastafári Jamaicano, Black Power nos Estados Unidos) de oposição ao padrão que lhes eram impostos, que estimulava a modificação dos seus caracteres (cor da pele e textura dos cabelos). Oferecendo assim, sinais da expressão da negritude, consequentemente contrária à hegemonia do processo de branqueamento imposto. ⁸ Para o profissional visagista a beleza é relativa e, realmente, está nos olhos de quem a vê ⁴. Portanto, não podemos nos fixar em um padrão para determinar se um rosto ou corpo é bonito ⁴.

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O visagismo nos auxilia única e exclusivamente a encontrar harmonia pois busca personalizar a imagem pessoal e através dessa personalização, atingir o objetivo/ necessidade do indivíduo, utilizando técnicas para personalizar essa imagem como maquiagem, corte, coloração, roupas e acessórios, e através disso é feito um estudo de todos os elementos para criar uma imagem personalizada. ⁴ A maquiagem, por exemplo, que deriva da palavra “masque” e significa “máscara" em francês, nos possibilita formar essa “máscara” através de linhas e formas que expressem as emoções que desejamos ⁴. Em se tratando da mulher negra o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, e, devido a essa mistura de raças, a mulher afro-brasileira apresenta muitas nuances de tom em sua pele viçosa ⁴. O belo na maquiagem para a pele negra passaria necessariamente pelo realce da suposta naturalidade: "os olhos e a boca devem ficar em evidência, como mandam as novas tendências da estação ⁹. É essencial que a maquiagem não fuja do tom da pele negra, parecendo mais clara no rosto que no pescoço e colo. As cores são um aliado importante para a composição da beleza estética e da arte de maquiar". ⁹ A maquiagem negra circunscrita à reprodução de um estilo afro "autêntico ou estilizado" remete para a importância do rosto na valorização de traços e do tipo físico, tornando o cabelo um elemento fundamental na constituição do que seja a beleza negra. ⁹ No que se refere ao cabelo, as mulheres negras estão aceitando seu crespo e seu cacheado como forma de reafirmação da sua beleza e identidade perante a sociedade. Ao processo de rompimento com a lógica de branqueamento da estética e o período em que se espera que a química de alisamento ou efeitos de alisamentos causados por instrumentos que alisam os cabelos saia dos fios é dado o nome de transição capilar ². Este momento é o início de uma reconstrução da identidade, pois, anteriormente, o significado do cabelo crespo para essas mulheres possuía sentido pejorativo. A partir deste momento de transição, ocorre a mudança de sentido do cabelo para as mulheres ganhando conotação positiva. ² O Big Chop é o momento logo após a transição capilar. Big Chop tem origem no inglês americano e significa “grande corte” ². O grande corte se trata do momento em que a mulher negra após a transição capilar corta toda a parte do cabelo que está alisado ². Este é o momento que representa a mudança que acontece internamente na concepção das mulheres sobre o que representa seu cabelo e sua estética negra. ² Notamos a importância do cabelo na construção da estética negra na assimilação da população negra entre seus cabelos e sua autoestima, além de se mostrar para a sociedade com o orgulho de serem negros e negras, orgulha de suas histórias. ²

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O EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA O cuidado com a estética negra representou a luta para reverter à imagem negativa da população negra construída socialmente no decorrer do processo histórico brasileiro. Aconteceu a incorporação de uma representação negativa de si mesmo, construída pelo outro e por uma condição histórica e social de desigualdade, que fez com que a população negra tivesse que significar tal representação. ¹² “Esta recusa de integração que se traduz na manutenção da desigualdade por parte do dominador branco, provoca a revolta do negro e, finalmente, a ruptura com o sistema escravocrata e colonial. O negro se dá conta de que a sua salvação não está na busca da assimilação do branco, mas sim na retomada de si, isto é, na sua afirmação cultural. Moral, física e intelectual, na crença de que ele é sujeito de uma história e de uma civilização que lhe foram negadas e que precisava recuperar. A essa retomada, a essa afirmação dos valores da civilização do mundo negro deu-se o nome de ''negritude".” ² Hoje, na contemporaneidade, podemos falar em “beleza negra”, expressão tomada de empréstimo do movimento black is beautiful, cuja denominação marcou forte presença nos movimentos na luta da população negra nas décadas de 1960 e 1970. Pois, se tratando de estética, a mulher negra foi buscar em seus cabelos o meio de mostrar sua representatividade na sociedade, levando essa temática aos movimentos sociais negros e feministas, com o intuito de fazer com que a mulher negra se sinta bonita e se enxergue para além da sua cor de pele e a textura de seus cabelos. ¹² Esse empoderamento provém principalmente do protagonismo do feminismo negro, que proporcionou um movimento de combate ao alisamento compassivo dos cabelos das mulheres negras. Um processo denominado de transição capilar, que consiste em deixar o cabelo crescer para gradualmente ir cortando toda química restante até deixá-lo definitivamente natural. Essas mulheres têm utilizado o seu protagonismo para influenciar outras mulheres a também assumirem seus cabelos naturais e reconhecerem em seus cabelos crespos sua identidade, libertando-se das amarras históricas da branquitude, da síndrome de inferioridade constante. ¹² A MULHER NEGRA NA SOCIEDADE COLONIAL A chegada da mulher negra no Brasil foi apontada pela inferiorização feminina pelo fato de terem sido levadas como animais de suas terras de origem, seus “senhores” as tratavam como objetos, nas colônias eram forçadas a realizar todo e qualquer tipo de trabalho que lhe fosse imposto, em fazendas realizavam todas as tarefas domésticas, em muitos casos eram amas de leite dos filhos dos fazendeiros, além de sofrerem abusos sexuais, e serem agredidas por suas “senhoras” ⁷. A história da mulher negra na sociedade colonial era de objeto, sendo apenas usufruto. Ela foi de escrava para empregada, seja do lar ou até mesmo sexual, uma das formas de trabalho tida como “errada” por grande parte da sociedade, mas que foi a forma que elas encontraram para obter seu sustento por um certo período de tempo ⁷.

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A MULHER NEGRA E O MERCADO TRABALHO A mulher negra sempre foi deixada de lado na sociedade sendo menosprezada, e quando a mesma saiu da condição de escrava para se tornar “livre” não teve nenhum plano nem apoio profissional, ficando assim por um longo tempo sem apoio político e da sociedade, até que surgiram algumas leis para regularizar o trabalho feminino de forma geral. ⁷ Analisando esses graves problemas a primeira Constituição Brasileira que se manifestou sobre a mulher foi a 1934, vetando a discriminação de seu trabalho quanto ao salário, barrando o trabalho em locais nocivos e permitindo a licença remunerada antes e depois do parto ¹³. Para a mulher ter seu o espaço no mercado de trabalho foi preciso uma legislação para regularizar as condições de trabalho, mas este ato não era caracterizado em nenhuma lei que afirmasse uma vida profissional apropriada às mulheres negras, concernindo que elas foram as que mais sofreram com a sociedade em todo o seu passado histórico no Brasil. ¹³ A discriminação da trabalhadora negra é traduzida na forma desigual de acesso ao emprego, às posições de ocupação no mercado de trabalho, nas diferenças salariais e nas atividades desenvolvidas. ¹⁰ É explicito que a mulher negra atualmente ainda se ver obrigada a ocupar cargos inferiores, devido ao padrão imposto pela sociedade, sendo os cargos mais altos designados a mulheres brancas ou “morenas de pele clara”, mesmo quando ela consegue ocupar um cargo melhor ainda precisa se provar ainda mais capacitada que uma pessoa considerada “padrão” devido a cor da sua pele e sua história. ⁷ “A mulher negra vem sendo apontada como aquela que experimenta a maior precariedade no mercado de trabalho brasileiro. Entretanto os estudos que aprofundaram a perspectiva de gênero raramente levam em consideração a variável cor.” ⁷ É possível compreender que, a introdução da mulher negra no âmbito do trabalho possui muitas provações que são resultantes de seu passado histórico e retidos na mente da população através dos meios de comunicação, como, a televisão e redes sociais. ⁷ “Resumindo o quesito “boa aparência”, um eufemismo regularmente denunciado pelas mulheres negras, como uma forma suave de barrar os negros em geral, e das mulheres negras, em especial, revelava em números no mercado de trabalho, todo o seu potencial limitado” ⁸. De acordo com o Núcleo de Pesquisas Econômicas e Gênero (NPEGen) , com o objetivo de analisar os dados relativos à inserção das mulheres negras no mercado de trabalho, a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD) contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi feito um levantamento do ano de 2021. ¹⁴ Neste, os número são apresentados dados referentes ao 1º trimestre de 2021. Ressalta-se que o ano de 2020 foi marcado por uma crise sanitária de tal forma que o 1º trimestre de 2021 ainda reflete os efeitos gerados pelo contexto socioeconômico em particular. ¹⁴ Resultados: As mulheres negras representam a maioria nas demais subcategorias: pessoas subocupadas (33,4%), pessoas desocupadas (34,3%), fora da força de trabalho (FFT) (33,9%), na força de trabalho potencial (FTP) (39,1%), pessoas indisponíveis (40,2%), desalentadas (38,1%), na força de trabalho ampliada (FTA) (33,3%) e na subutilização da força de trabalho ampliada (35,8%).

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Apenas nas pessoas fora da força de trabalho potencial (FFTP) a maior parcela esteve com as mulheres brancas (31,6%), sendo o segundo lugar das mulheres negras (25,2%). A análise do grupo que se coloca como extremo oposto às mulheres negras, os homens brancos, deixa ainda mais evidente a desigualdade entre os dois grupos em análise. Eles representaram a menor parcela em todas as categorias que mostram uma inserção mais precária no mercado de trabalho: pessoas subocupadas (14,7%), pessoas desocupadas (16,5%), fora da força de trabalho (FFT) (16,1%), na força de trabalho potencial (FTP) (13,5%), pessoas indisponíveis (13,6%), desalentadas (13,4%), fora da força de trabalho potencial (FFTP) (16,7%), e na subutilização da força de trabalho ampliada (15,1%). Assim, mesmo com uma diferença pequena entre os percentuais desses dois grupos no plano individual de atendimento (PIA) (7,3 pontos percentuais), a diferença foi muito maior nas categorias que indicam uma pior inserção no mercado de trabalho, como, por exemplo, a subutilização da força de trabalho ampliada cuja diferença foi de 20,7 participação percentual (p.p.), chegando ao auge de 26,6 (p.p.) de diferença na categoria das pessoas que se encontram indisponíveis para o mercado de trabalho entre homens brancos e mulheres negras. Esses dados também evidenciam que a taxa de participação da força de trabalho e plano individual de atendimento (FT/PIA) e o nível de ocupação (PO/PIA) dos homens negros e brancos foram bem maiores do que a das mulheres negras e brancas. Enquanto a taxa de participação deles foi de 67,1% e 66,5%, a delas foi de 47,7% e 48,2%, respectivamente. O nível de ocupação deles foi de 57,7% e 59,9% e o delas de 37,5% e 41,5%. Destaque-se aqui, então, que a maior parte das mulheres negras e brancas em idade ativa não se encontravam ocupadas (sobretudo as negras), diferentemente dos homens. Assim, o nível de ocupação médio do Brasil extremamente baixo no 1º trimestre de 2021 (48,4%) é determinado pela baixa ocupação das mulheres, em especial, das negras. ¹⁴ CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde a sua chegada em nosso país a mulher negra têm sofrido preconceito e discriminação, foi a arrancada de seu berço e trazida para uma terra desconhecida, sendo obrigada a servir como mão de obra escrava, vivendo as piores condições de vida possível, sendo forçadas a trabalhar tanto fora, como dentro da fazenda, foi objetificada, abusada sexualmente pelos senhores de fazenda, agredida pelas senhoras, a mulher negra era vista como margem da sociedade, um mero objeto para uso. Esse sofrimento perdurou até a abolição da escravatura, com a abolição a mulher negra começou a procurar emprego, sem planejamento nem preparação foi deixada a própria sorte, algumas continuaram a trabalhar como domesticas que era o que sabiam fazer, outras usavam seus corpos para conseguir o seu sustento. Atualmente em nossa sociedade a mulher negra é inferiorizada por sua estética e cor da pele, considerada fora do “padrão”. Cansada de ceder os padrões eurocêntricos, as mulheres negras viram protagonistas de sua própria história e através da aceitação da sua estética considerada “inferior” pela sociedade, elas reafirmaram sua identidade e posição na sociedade, ajudando outras mulheres a se imporem contra o padrão.

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No que se refere ao mercado de trabalho atual, de acordo com os estudos a mulher negra é a maior força de trabalho em nosso país, e a que tem o índice mais alto de desemprego, se comparado a outros grupos. Também é a maior mão de obra nos trabalhos domésticos. Historicamente falando a sociedade brasileira enxerga a mulher negra como uma mera subalterna, ocupando cargos pequenos, não habituados em ver mulheres negras de belezas diferentes das impostas pela sociedade ocupando grandes cargos limitando a inserção e ascensão da negra no mercado de trabalho. Os resultados da pesquisa apontam que a mulher negra ocupa uma posição inferior se comparado a outros grupos, mesmo sendo a maior força de trabalho em nosso país. Este estudo se faz necessário para atualização das informações do mesmo.

Confira a entrevista completa

REFERÊNCIAS 1 ARAÚJO, A.M.; SEBBEN, M.; ELERRY F.M.T. Fisionomia: um estudo para melhor compreensão do visagismo na estética facial. 2 ANTUNES, Fabio.Ritter. Visagismo Acadêmico no século XXI: Parte 1 - Linguagem Visual, 2020. 3 CAMARGOS, C.L.; MENDONÇA, C.A.; DUARTE, S.M. Da Imagem Visual do Rosto Humano: Simetria, textura e padrão. 4 VIGARELLO, G. História da beleza: o corpo e a arte de se embelezar, do renascimento aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. Orientação: Negrão, Mariana1; Antunes, Fabio Ritter 2 ; Lupatelli, Angelica de Almeida3 1 Mestre e docente da graduação em estética da Escola de Ciências da Saúde, Universidade Anhembi Morumbi, UAM, São Paulo, Brasil. Orientadora da pesquisa. 2 Mestre e docente da graduação em estética da Escola de Ciências da Saúde, Universidade Anhembi Morumbi, UAM, São Paulo, Brasil. Coorientador da pesquisa. 3 Mestre e docente da graduação em estética da Escola de Ciências da Saúde, Universidade Anhembi Morumbi, UAM, São Paulo, Brasil. Coorientadora da pesquisa.

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Agradecimento Caro leitor, tenho você em conta e alta estima. Sei que as possibilidades da rede são imensas, e tê-lo como leitor, como leitora é muito especial. Sei que do outro lado, à frente de uma tela, não há um robô, uma máquina, mas sim um ser

humano.

Agradeço

por

me

privilegiar caros leitores, anônimo ou não, amigo virtual ou real, colegas e exalunos e claro meus familiares,

sem

vocês não haveria porque idealizar este projeto, nem porque dedicar boa parte da minha vida a pesquisa e a leitura. Tenho sorte em tê-los comigo! Até a próxima edição.

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