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PREVENÇÃO SAÚDE
MICRONUTRIENTES NA “RESPOSTA” À COVID-19
Os nutricionistas defendem que é importante reforçar o sistema imunitário com micronutrientes como o selénio, vitaminas D e C. Um organismo mais robusto é mais uma arma para resistirmos aos vírus, nomeadamente o SARS Cov-2.
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Um estudo publicado na prestigiada revista científica Nature, diz que até ao momento, não existe nenhum alimento ou medicamento que previna ou ajude no tratamento da infeção por covid-19. No entanto, de acordo com a investigação, a falta de determinados micronutrientes pode ajudar a explicar a razão de surgir uma resposta inflamatória grave em pessoas com covid-19, causando uma resposta hiperinflamatória, e potencialmente letal. O estudo, realizado por um grupo de cientistas noruegueses, suecos e russos, aponta a falta de micronutrientes específicos, entre eles o selénio, o zinco e a vitamina D. SISTEMA IMUNITÁRIO MAIS FORTE
A nutricionista Mariana Duarte defende que o estado nutricional é extremamente importante para a resposta do nosso organismo perante uma infeção viral. «Sabemos até ao momento que a prevenção é feita através do isolamento social, da higienização e da utilização de equipamentos de proteção individual (máscaras). No entanto, quando já estamos na presença de uma infeção por SARS CoV-2, a severidade da doença (covid-19) pode ser diminuída se houver uma adequada resposta imunitária. Um bom
funcionamento do sistema imunitário depende de uma ingestão adequada de diversos nutrientes, nomeadamente vitaminas e minerais». Quer isto dizer que o organismo precisa ser reforçado com variados nutrientes e alimentos para poder “resistir” de forma mais eficaz à covid-19. «Nesta época do ano já é habitual muitos portugueses reforçarem o consumo de alimentos ricos em vitamina C. De acordo com a informação transmitida pela comunidade científica, tem sido sugerido a importância de manter um consumo correto de selénio, zinco e vitamina D para auxiliar as defesas naturais bem como diminuir a fragilidade do hospedeiro (ser humano) na presença de um vírus como o SARS CoV-2», reitera. Os micronutrientes não previnem a covid-19, mas melhoram a imunocompetência, ou seja, a capacidade de resposta perante a invasão por parte do SARS-CoV-2. Este será um dos motivos pelos quais, no ser humano, a apresentação clínica desta doença é diversa, variando de um estado assintomático, ou com sintomatologia ligeira até a um estado crítico, bastante mais severo. MAIS VITAMINAS E SELÉNIO
Uma alimentação equilibrada é suficiente para garantir o aporte de vitaminas e minerais que o nosso organismo precisa? De acordo com Mariana Duarte «é importante perceber que, neste momento, a suplementação pode ser uma ferramenta de apoio à melhoria do estado nutricional porque, com a utilização da agricultura intensiva e o uso de agrotóxicos, atualmente, o solo está bastante mais empobrecido». E anota que importará fazer um reforço de selénio, um dos nutrientes que é deficitário na alimentação dos portugueses. «O selénio é um dos nutrientes que hoje provavelmente não atingimos em concentrações adequadas. Este mineral está presente em várias fontes alimentares, mas a verdade é que o solo onde são muitas vezes produzidos estes alimentos está empobrecido. Estudos conduzidos em Portugal concluem que existe na população portuguesa uma ingestão deficitária deste micronutriente (inferior ao VRN estabelecido), que conduz necessariamente a uma concentração sérica abaixo do que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde». Para a nutricionista, outro bom exemplo é a vitamina D, que «tem sido amplamente estudada pelo seu efeito imunoregulador natural, ou seja, tem demonstrado reforçar a atividade antimicrobiana contra vários agentes patogénicos, incluindo vírus respiratórios». Até porque, nesta época do ano (inverno), «dificilmente conseguimos atingir um nível adequado de vitamina D porque há inevitavelmente uma menor exposição solar. Uma vez que se sabe que por via alimentar a quantidade obtida é diminuta não resta outra opção senão a suplementação por via oral», conclui.