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No interior, conveniência é loja de vizinhança
Fora dos grandes centros urbanos, as lojas de conveniência fogem um pouco ao conceito tradicional. Embora ainda tenham como diferencial o funcionamento 24 horas e os itens para atender compras de emergência, as lojas competem (inclusive em preço) com os pequenos varejos, e muitas vezes suprem a falta de uma boa loja de vizinhança
n Por Rosemeire Guidoni
Apesar das dificuldades (como problemas de suprimento), as lojas de conveniência localizadas em cidades de menor porte, fora dos grandes centros urbanos, podem ter um desempenho tão bom quanto as situadas nas principais capitais. Exemplos não faltam, como demonstra esta reportagem.
Em comum, tais lojas têm a preocupação de adequar seu mix aos clientes locais, suprindo desde compras de emergência até itens impensáveis em empreendimentos semelhantes localizados em regiões com outros perfis nelas, podem ser encontrados desde produtos de jardinagem e pet shop, até adegas bastante sofisticadas. Contrariando a visão do especialista em varejo Nelson Barrizelli, que em entrevista à Combustíveis & Conveniência (edição 81, de março de 2010) afirmou que as lojas de conveniência não competem com outros varejos, já que seu perfil é justamente o de atender a uma compra rápida e de emergência, as lojas de cidades interioranas concorrem sim com o varejo de vizinhança. E, diga-se de passagem, muitas vezes em condição de vantagem.
“O consumidor que reside nas pequenas cidades tem características distintas. Como as distâncias são menores, em geral as pessoas almoçam em suas casas, por exemplo. Mas podem existir poucas opções de serviços 24 horas, ou ainda pequena oferta de fast food
E com isso, as lojas encontram nichos para crescer”, disse Julio Panzariello, diretor da JS Treinamentos de Varejo e consultor das redes Aghora e Entreposto. Com estas características, aliadas à criatividade dos operadores, algumas lojas de cidades pequenas chegam a ter faturamento de fazer inveja a empreendedores do segmento localizados em regiões mais populosas, nas quais o consumidor já se habituou ao canal.
Panzariello, que também mantém um blog sobre treinamento e varejo (http://jstreinamentos.blogspot. com), considera que as dificuldades do empreendimento podem ser contornadas com algum jogo de cintura. A dificuldade de abastecimento, comum às cidades menores, pode ser resolvida com a organização dos estoques e dos pedidos, além da seleção de fornecedores locais para os itens perecíveis. No quesito preços, a sugestão é de que estas lojas pratiquem valores justos, ou seja, nos mesmos patamares da concorrência. A concorrência com os mercados locais, aliás, não chega a ser tão intensa, já que estes estabelecimentos também são pequenos e não têm um poder tão grande de negociação com os fornecedores , opinou. Mas um dos itens mais importantes é o treinamento da mão-de-obra, que em geral é um dos grandes atrativos da conveniência. Quem frequenta uma loja de conveniência quer ser bem atendido, com cortesia e agilidade. Por isso é essencial que os funcionários sejam bem preparados e orientados