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É possível competir com o varejo de vizinhança em cidades de interior?
De acordo com Julio Panzariello, diretor da JS Treinamentos de Varejo e consultor da rede Aghora, a resposta é afirmativa. Afinal, nestas cidades de menor porte, as demais opções de varejo também não têm grande poder de compra, e com isso não conseguem preços expressivamente mais baixos. Para se destacar, o consultor orienta:
4 manter sempre a equipe motivada e bem treinada;
4 ter uma política de precificação justa (baseada nos valores praticados pela concorrência);
4 organizar estoques e pedidos junto a fornecedores, para evitar problemas com abastecimento;
4 incluir itens regionais no mix, especialmente no caso de produtos perecíveis;
4investir em uma boa oferta de fast food, de acordo com o público local; nossos segredos é conhecer nosso cliente e procurar atender suas necessidades”, contou Denucci. E as armas para conhecer e melhor atender este cliente são criativas: a loja promove, aos domingos, o chamado Clube do Champagne, onde um grupo se reúne para apreciar a bebida. Além disso, periodicamente o empresário convida grupos de consumidores para palestras e degustação de vinhos, cativando um público fiel. Outra iniciativa de sucesso é o serviço de delivery. “Fazemos entrega de todos os itens da loja, em hotéis da região, residências, empresas e até aeroporto. Procuramos sempre inovar e suprir da melhor forma possível as necessidades dos clientes”, disse o empresário.
4 serviços são um bom elemento gerador de tráfego, mas não devem ocupar tempo da mãode-obra (que deve estar focada no atendimento das atividades principais da loja).
Embora a principal atividade da loja seja a alimentação, itens de mercearia e até souvenirs não faltam no local. “Ter uma boa margem é uma questão de eficiência na gestão”, acredita Denucci.
Alimentação é o carro-chefe
Embora Santos, no litoral paulista, não seja uma cidade tão pequena assim (tem 417 mil habitantes, segundo o IBGE, mais a população de turistas), pode-se dizer que o varejo local não conta com as mesmas vantagens de cidades maiores. O abastecimento de produtos perecíveis, por exemplo, é uma das dificuldades. Mas quem consegue alternativas para contornar os problemas tem resultados bastante expressivos.
É o caso da loja de conveniência do Posto Santour, uma BR Mania que já se tornou referência na cidade. “Fomos a primeira loja da BR a investir na oferta de alimentação, no sistema full service. No início, tivemos de negociar isso com a bandeira, mas hoje a companhia já se convenceu dos bons resultados deste tipo de empreendimento. Tanto que boa parte das novas lojas BR Mania agora inclui este serviço”, contou o empresário Ricardo Rodriguez Lopez.
Com 220 m2 de área de exposição, a loja do Santour conta com uma ampla área de alimentação, com a oferta de itens variados (além dos tradicionais salgados, a loja investe também em saladas e omeletes) e bom espaço para consumo (que ocupa cerca de um terço da área total do empreendimento). O faturamento médio é de R$ 370 mil. Considerando que o ticket médio da loja, em fevereiro de 2010, foi de R$ 7,80, é possível imaginar a quantidade de consumidores que frequentam o estabelecimento diariamente.