Revista Fecomércio-BA Edição 31

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Revista do Sistema Fecomércio-BA

EDIÇÃO 31 MARÇO 2021

Cresce o varejo de itens para o lar na pandemia p.15

Tendência: escritórios híbridos e trabalho remoto p.06

DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM 5 MUNICÍPIOS DA BAHIA

p.19


ANÚNCIO

para você e sua empresa


mensagem do presidente

Já estamos no último mês do primeiro trimestre de 2021. Mês em que completamos 1 ano em que a pandemia se instalou em nosso país e quando tivemos nossa economia parada pela suspensão das atividades do comércio, serviços e turismo. Um ano depois, estamos vivendo o período mais crítico da pandemia, recordes de mortes e de casos, instalação de toque de recolher e lockdown para diminuir a lotação nos equipamentos de saúde do nosso estado. O comércio da Bahia está unido e vigilante. A Fecomércio-BA subscreveu carta do Fórum e também está em linha com as autoridades junto com FCDL Bahia, CDL Salvador e ACB, formando o bloco“Por um Comércio mais forte”. Confiamos no diálogo com os poderes municipais e estadual para a manutenção das atividades a partir do aumento do número de leitos e de novas medidas. Também pleiteamos um comitê de crise públicoprivado, com a participação conjunta do Governo do Estado, Prefeitura de Salvador e das entidades empresariais, com a finalidade de estudar o enfrentamento à crise. Neste momento de diligência para contenção do coronavírus e de grave crise enfrentada pelos empresários do comércio, abatidos pelas medidas que perduram há quase um ano, as principais entidades do comércio baiano declararam o seu Manifesto na Luta contra o Coronavírus,

com os seguintes itens: A PRESERVAÇÃO DAS VIDAS estará sempre em primeiro lugar nas nossas ações; Todos os esforços dos governantes devem ser para o avanço da VACINAÇÃO, pois só com a ampla imunização, teremos nossas vidas e a economia restauradas; É FUNDAMENTAL o PARCELAMENTO TRIBUTÁRIO, nas esferas municipal, estadual e federal, para garantir a sobrevivência das empresas e de empregos, evitando um colapso econômico no Estado; A concessão de LINHAS DE CRÉDITO, sem a burocracia do sistema bancário, é medida urgente para a manutenção das empresas e da própria arrecadação pública; A reativação ou abertura de NOVOS LEITOS E HOSPITAIS DE CAMPANHA pelos poderes públicos é imprescindível; Apoiamos a rígida fiscalização e aplicação de multas a empreendimentos e cidadãos que promovam aglomerações irresponsáveis no período da pandemia; Por meio do citado comitê público-privado, o setor produtivo pleiteia estar presente nas reuniões cujas decisões possam interferir nas atividades do segmento.

Carlos de Souza Andrade Presidente do Sistema Fecomércio-BA

Confira nesta edição, a matéria de capa em que ouvimos os principais prefeitos da Bahia, seus desafios com a pandemia e as expectativas do mandato com relação ao Sistema S. Ouvimos também a ABRHBA que fala sobre o trabalho remoto, as empresas de itens para o lar e reformas e seu desempenho nos últimos meses e a história de sucesso da A Fórmula que manteve os resultados com a digitalização.

Boa leitura!


Foto: cedida pela assessoria de comunicação

sumário

Prefeitos de 5 municípios da Bahia apontam os principais obstáculos e estratégias para vencer a crise

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Entrevista p.06

Sindicatos p.25

Tendência: escritórios híbridos e trabalho remoto

Equilíbrio e segurança jurídica nas CCTs 2021

Senac p.11

Passos Certos p.27

Um novo começo

Digitalizar é preciso

Especial p.14

Sesc p.29

Cresce o varejo de itens para o lar na pandemia

Fazendo arte no Sesc em casa!

Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2021


expediente

Tiragem 1.500 exemplares

CAPA p.19 Desafios da administração municipal em 5 municípios da Bahia

SINDICATOS FILIADOS

DIRETORIA Presidente da Fecomércio-BA Carlos de Souza Andrade

Acesse nossas redes

@fecomercio-ba @fecombahia

Vice-Presidentes nominados 1º Kelsor Gonçalves Fernandes, 2º Herivaldo Bittencourt Nery, 3º João Luiz dos Santos Jesus

Vice-Presidentes inominados Benedito Vieira dos Santos, Francisco de Assis Ferreira, Geraldo Cordeiro de Jesus, Juranildes Melo de Matos Araújo, Luis Fernando Coelho Brandão, Marcos Antônio Lamego Mendonça

Diretores-Secretários 1º Arthur Guimarães Sampaio, 2º Antônio Augusto de Oliveira Lopes e Costa, 3º Fabiano Leal Santiago Oliveira

Diretores-Tesoureiros 1º Roberto Brasileiro Lima, 2º Ruy Argeu do Amaral Andrade, 3º Antônio Chaves Rodrigues

Diretores Afonso Ramos da Rocha, Alberto Vianna Braga Neto, Allisson Alves Ferreira, Américo Soares Sales de Campos, Antônio Pithon Barreto Neto, Avani Perez Duran, Antonio Mário Almeida Reis, Cíntia Freitas Lima Modesto, Edvaldo Lima de Oliveira, Erivelto Ribeiro Melo, José Carlos Moraes Lima, Luiz Gonzaga do Amaral Andrade, Marcelo Ferraz Nascimento, Maria da Conceição Gomes Cardoso Valente, Nilton Raimundo Ávila Filho, Paulo Henrique Barreto de Andrade, Paulo Schetini Motta, Rosemma Burlacchini Maluf, Sérgio da Silva Sampaio

SESC BAHIA Presidente do Conselho Carlos de Souza Andrade

Diretor Regional

CURTAS p.09

José Carlos Boulhosa Baqueiro

INSIGHTS

SENAC BAHIA Presidente do Conselho

p. 08 por Carlos Andrade VACINAÇÃO JÁ!

p. 17 por Guilherme Dietze Feriados e a economia baiana

Carlos de Souza Andrade

Diretora Regional Marina Almeida

REALIZAÇÃO FECOMÉRCIO-BA Superintendente Jamerson Barreiro

Coordenadora de Comunicação Délia Coutinho

p. 24 por Bruno Nou receita federal tenta tributar reduções de ICMS concedidas pelos estados aos contribuintes

Assistente de Comunicação Brenda Ferreira

Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindal), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Cidade do Salvador (Sindalimentos), Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção da Cidade do Salvador (Sindamac), Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos da Cidade do Salvador (Sincamed), Sindicato do Comércio Patronal de Camaçari e Região (Sicomércio Camaçari), Sindicato do Comércio Atacadista de Salvador (Sindacs), Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos da Cidade do Salvador (Sindtav), Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares da Cidade do Salvador (Sindbeleza), Sindicato do Comércio Armazenador do Estado da Bahia (Sindarmazenador), Sindicato dos Lojistas do Comércio da Cidade do Salvador (Sindilojas), Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado da Bahia (Sirceb), Sindicato dos Vendedores Ambulantes e dos Feirantes da Cidade do Salvador (Sindfeira), Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado da Bahia (Sincodiv), Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio), Sindicato do Comércio Varejista de Irecê e Região (Sincom), Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos de Eletrodoméstico da Cidade do Salvador (Sindeletro), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Ribeira do Pombal e Região (Sincomvrpr), Sindicato Patronal do Comércio Varejista de Jacobina e Região (Sindpat), Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Sindicato do Comércio Varejista de Alagoinhas e Região (Sicomercio Alagoinhas), Sindicato do Comércio Varejista de Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Belmonte (Sindescobrimento), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis da Cidade do Salvador (Secovi-BA), Sindicato do Comércio de Vitória da Conquista (Sicomerciovc), Sindicato do Comércio Varejista de Ilhéus (Sicomercio Ilheús), Sindicato Patronal do Comércio de Paulo Afonso e Região (Sinpa), Sindicato do Comércio Varejista de Santo Amaro (Sindcom), Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes e dos Vendedores Ambulantes de Ilhéus (Sicovfamil), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sincofarba), Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-BA). Sindicato do Comércio Varejista de Teixeira de Freitas (Sincomércio Teixeira de Freitas), Sindicato do Comércio Varejista de Juazeiro (Sindilojas Juazeiro), Sindicato do Comércio Varejista de Eunápolis (Sindicomércio Eunápolis), Sindicato do Comércio Varejista do Município de Itabuna (Sindicom Itabuna), Sindicato do Comércio Varejista de Senhor do Bonfim e Região, Sindicato do Comércio Varejista e dos Feirantes de Jequié (Sicomércio).

CONTATOS E SUGESTÕES: 71 3273-9848 comunicacao@fecomercioba.com.br www.fecomercioba.com.br Avenida Tancredo Neves, nº 1.109, Ed. Casa do Comércio, 9º andar, Pituba. CEP: 41820-021 Salvador - Bahia - Brasil

Assistente Marketing Abel Marcelino

Produção Editorial e Diagramação Comunicativa Agência de Comunicação

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entrevista

Escritórios híbridos e trabalho home office são tendência para o futuro por Ana Maria Simono

Presidente da ABRH Bahia aponta desafios e mudanças incorporadas com a transição do trabalho remoto nas empresas

O mundo do trabalho se modificou. Para manter o isolamento e evitar a propagação da COVID-19, no contexto da pandemia, muitas empresas apostaram em modalidades de trabalho remoto.

gadores apontam para uma tendência de mercado. Estudos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) estimam que o home office, no Brasil, possa crescer 30% após a pandemia. Mas será que a modalidade veio para ficar?

E se o início das atividades home office exigiu adaptação de trabalhadores e empresas – que precisaram incorporar ferramentas online, flexibilizar estruturas e modelos corporativos –, após quase um ano, as vantagens do formato para empregados e empre-

Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Bahia (ABRH Bahia), Wladimir Martins alerta para as transformações nas relações laborais e as perspectivas para o futuro.

Sistema Fecomércio-BA - As circunstâncias impostas pela pandemia devem mudar definitivamente as modalidades de trabalho? O home office deve permanecer?

que não eram possíveis antes. Trocaram o tempo no trânsito por academia, por exemplo, ou outras atividades que podem ser feitas mesmo em casa. Nesse sentido, traz vantagens. Para isso, entretanto, é necessário fazer uma dosagem adequada do uso do tempo.

WM - Uma das preocupações em relação ao modelo home office, é o afrouxamento dos limites entre o horário de trabalho e o tempo de descanso. Para que essa rotina dê certo, é preciso um esforço tanto das empresas quanto dos profissionais contratados. Primeiro, o empregador precisa ter o cuidado e a flexibilidade de entender que não é por estar em casa que o funcionário estará disponível em qualquer horário. Já o empregado precisa ter disciplina e planejamento do dia para não misturar trabalho com as demandas da casa. É preciso ter em mente que, nas horas dedicadas à empresa, ele está disponível para a empresa. Além disso, é importante o cuidado, por exemplo, nos momentos de reunião, para que não haja intervenções das pessoas da casa ou algo que possa prejudicar o trabalho.

Wladimir Martins - Com a pandemia, muitas empresas precisaram quebrar a resistência que tinham a esse formato e com isso verificaram que é possível reduzir o custo operacional. Acredito que elas adotarão modelos híbridos, parte no presencial e parte home office. Essa é uma tendência que deve ocorrer mesmo após a volta da normalidade. SF - Além de vantajoso para as empresas, o home office traz benefícios relevantes para os profissionais? WM - O modelo remoto de trabalho permite um melhor aproveitamento do tempo que era gasto em deslocamentos. Com o home office, as pessoas conseguem fazer atividades

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SF - Quais são os principais desafios para as empresas na implantação de modelos híbridos? WM - Com a distância, há uma perda do contato mais pessoal com os colegas de trabalho, então as empresas precisam fazer um esforço maior na gestão das pessoas que não estão no escritório presencialmente, especialmente para que elas não fiquem à parte da cultura e dos processos do dia a dia. SF - E no caso dos trabalhadores, que cuidados devem adotar para a adaptação a formatos híbridos?

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SF - Em termos de legislação, como fica a questão do trabalho remoto?


entrevista

WM - O teletrabalho entrou na legislação faz pouquíssimo tempo. Com a pandemia, essa demanda aumentou porque requer mudanças que não estão claras na lei. Algumas dessas questões envolvem o tipo de estrutura que a empresa precisa fornecer para o empregado e benefícios como auxílio para contas de energia e internet. Também há uma lacuna para questões de saúde e segurança do trabalho, com o empregado em casa, por exemplo. Já houve alguns avanços na legislação, mas é preciso evoluir mais.

SF - Para finalizar, o que podemos esperar do futuro, em relação a essas modalidades de trabalho? WM - A pandemia foi um verdadeiro laboratório experimental para o modelo de home office. Precisamos agora tirar os melhores resultados para que, no futuro, esse modelo seja algo benéfico não só para o empregador, mas, em igual medida, para o empregado.

Bio Especialista em gestão organizacional e desenvolvimento humano, Wladimir Martins tem uma trajetória de mais de 20 anos na área de Gestão de Pessoas. Ele é presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Bahia (ABRH-BA) e sócio-diretor da Opus Human.

O modelo remoto de trabalho permite um melhor aproveitamento do tempo que era gasto em deslocamentos”

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insight

VACINAÇÃO JÁ! N

o momento em que surgem os sinais de uma segunda onda de contágio do coronavírus é indispensável que o governo brasileiro dê início à vacinação o mais rápido possível. Essa é a principal ação no âmbito da saúde pública e, também, a principal medida de política econômica como, aliás, reconheceu o Ministro da Economia, Paulo Guedes. É verdade que, frente ao aumento de casos de Covid-19 e a possibilidade de a taxa de ocupação das UTIs chegar ao limite, não há outra alternativa senão seguir o que manda a ciência valendo-se de medidas como o uso de máscaras, a higiene das mãos e a adoção do distanciamento social. E a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia vai se unir às autoridades e a todos os baianos no sentido de colocar a vida em primeiro lugar. É preciso ter em mente, no entanto, que a ampliação do isolamento social deve ser feita com cautela já que com o fim do auxílio emergencial, milhões de pessoas precisarão trabalhar para sobreviver. Por isso, o início da vacinação é fundamental porque, ao priorizar os profissionais de saúde e as populações de alto risco preserva os grupos mais vulneráveis e à medida que se expande, as internações vão se reduzindo, a taxa de ocupação das UTIs fica menos pressionada, o sistema de saúde pode administrar com mais eficiência a pandemia e a população, sem esquecer os cuidados que ainda devem permanecer, podem gradualmente voltar ao trabalho.

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Na verdade, o ideal seria a manutenção do auxílio emergencial por mais alguns meses, afinal há, neste momento, quase 15 milhões de desempregados no país e, com o agravamento da pandemia, a tendência será de ampliação desse contingente. Fundamental também será a manutenção das medidas de apoio aos pequenos e médios empresários inclusive medidas que facilitem o adiamento do pagamento de impostos. É verdade que as contas públicas requerem cuidados especiais, mas nessa hora cumpre cortar os gastos supérfluos e as extravagâncias de Brasília para socorrer a população e os pequenos empresários. Não há dilema entre saúde e economia, ambos precisam ser preservados, assim é preciso adotar uma política racional, que coíba as aglomerações, faça intervenções localizadas e exija a observância rigorosa dos protocolos de segurança. Ao mesmo tempo é preciso manter o funcionamento da economia que gera emprego e renda e constrói o futuro de uma nação.

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Carlos de Souza Andrade é presidente do Sistema Fecomércio-BA

Em Salvador, por exemplo, 70% do PIB é gerado no setor serviços, o que mais sofreu no ano passado, e as empresas do setor que chegaram ao limite da sobrevivência, precisam ser tratadas com cautelas pelas autoridades, pois elas não suportarão mais um período de restrições amplas. Na economia baiana a retomada dos negócios é uma realidade, e isso mostra a eficiência de nossa base produtiva, mas ainda estamos longe dos níveis de atividade verificados antes da pandemia. Não podemos interromper essa recuperação, por isso o caminho para o Brasil e para a Bahia é o da vacinação imediata.


curtas

Fotos: César Vilas Boas

“Não poderia passar em outra instituição primeiro, a não ser esta”, declara prefeito de Salvador em reunião com diretoria executiva da Fecomércio-BA

Visita do prefeito de Salvador à Fecomércio-BA

Diretores executivos da Fecomércio-BA, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e equipe de Governo, se reuniram em janeiro, no Restaurante Escola Senac, na Casa do Comércio, para apresentar ações do Sistema ao gestor municipal, eleito este ano. Os anfitriões, Carlos de Souza Andrade, presidente da Fecomércio-BA e Kelsor Fernandes, vice-presidente, declararam estar otimistas com esta nova gestão e agradeceram aos convidados logo no início do evento. O prefeito Bruno Reis, que tem uma relação longa e firme com o Sistema S, declarou estar esperançoso em continuar o trabalho ao lado da instituição, que segundo ele, foi permanente durante o ano de 2020. “Eu, que estou no início do meu mandato, não poderia deixar de começar minha caminhada conversando com outros segmentos, que não esse do comércio, do turismo, da educação e do lazer. Não poderia passar em outra instituição primeiro, a não ser esta”.

“Eu lembro que o presidente Carlos, em todas as decisões que foram tomadas, conversamos previamente, e nós tínhamos a compreensão exata do que o setor estava enfrentando e das dificuldades”, complementou o prefeito. “Tenho certeza de que juntos vamos dar continuidade ao trabalho que foi feito na gestão de [ACM] Neto. Entendemos que estamos passando por um momento difícil, mas temos certeza de que podemos contar ainda mais com nosso novo prefeito. Uma visita como esta, neste dia de Senhor do Bonfim, é um privilégio”, afirmou o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade. Os diretores do Sesc e Senac Bahia, José Carlos Boulhosa e Marina Almeida, respectivamente, tiveram a oportunidade de apresentar as instituições – que são os braços sociais da Fecomércio-BA – e propostas de projetos planejados em parcerias, além de reafirmar a relação que têm com a Prefeitura de Salvador.

Na ocasião, também estiveram presentes: a vice-prefeita e secretária de governo, Ana Paula Matos, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Mila Paes, o vereador e diretor da Fecomércio-BA, Alberto Braga, o vereador Daniel Alves, o secretário de Desenvolvimento Urbano, João Xavier e o secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza, Kiki Bispo.

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ANÚNCIO


Senac

Um novo começo por Alice Santiago

À

s vezes, a realização de um sonho só precisa de uma dose de oportunidade. Recomeçar em uma nova profissão ou começar a empreender pode ser um desafio, mas, com as ferramentas certas é possível transformar a realidade de muitas famílias. Esse é objetivo do programa Recomeçar Sempre, da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), em parceria com Senac. Ao todo, são ofertadas oito qualificações profissionais nas áreas de Beleza, Gastronomia e Tecnologia da Informação. As atividades são voltadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social, e faz parte do conjunto de ações de retomada econômica para a população carente, mais impactada em função da pandemia do coronavírus.

Fotos: Jefferson Peixoto/Secom

Para Islan Maurício, de 31 anos, aluno da capacitação em bombons e tru-

fas, todo dia era uma aventura e um aprendizado diferente. “Eu aprendi a empreender, a conhecer os produtos e a saber como lidar com os meus clientes", contou. Já para Karine Jesus, 42 anos, aluna do curso de Corte e Costura, essa é uma oportunidade para começar a ter uma renda extra: “Estou tão feliz em participar desse curso. Vou agarrar essa oportunidade, aprender muito. Quero trabalhar com isso e ganhar meu dinheirinho”, revelou. Segundo a diretora do Senac, Marina Almeida, os cursos em parceria com a SEMPRE são um diferencial prático para as pessoas que querem empreender. “É preciso entender que a educação é uma ferramenta de transformação social e de geração de renda. A equipe Senac está nesse projeto para oferecer todos os conhecimentos necessários para

colocar os alunos no mercado de trabalho e despertar o empreendedorismo”, disse, acrescentando que o projeto prevê a capacitação de mais de 400 pessoas. O secretário Kiki Bispo destacou o papel social da capacitação.

A qualificação profissional gera oportunidades e mudanças de vida. Para além de alimentação, acolhimento, é fundamental promover ações para que as pessoas em vulnerabilidade social possam desenvolver seus potenciais, sua autonomia”, afirma.

PRÓXIMOS PASSOS De acordo com a gerente de Relacionamento com o Mercado do Senac, Leila Dantas, a escolha das capacitações foi pensada para que as pessoas tivessem a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho e empreender. Além disso, a parceria entre a Prefeitura e o Senac já estuda a ampliação dos cursos para as ilhas de Bom Jesus dos Passos e de Maré.

Fotos: Paulo Lima

CERTIFICAÇÕES Mais de 70 alunos do programa Recomeçar Sempre já receberam o certificado de qualificação profissional do Senac. Emocionada, Lívia Lopes, de 39 anos, declarou que o curso proporcionou um leque de possibilidades em sua vida. “A oportunidade foi excepcional para mim, porque eu estou desempregada e concluir essa capacitação me deu bastante incentivo. Fiz o curso de preparo de pizza e me apaixonei pela experiência. Já penso em fazer kits de pizzas para começar a vender”, disse. Entrega do Certificado Recomeçar Sempre Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2021

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câmaras

Câmara de Inovação e Tecnologia

Made in Bahia: Fecomércio lança Câmara para fortalecer a inovação no estado

Solenidade inaugural da nova Câmara foi conduzida pelo presidente em exercício da Federação, Kelsor Fernandes, e pelo coordenador Rodrigo Paolilo

Impulsionar novos negócios, fomentar a inovação e realizar networking. A Câmara de Inovação e Tecnologia (CIT), inaugurada no mês de fevereiro pela Fecomércio-BA, reúne alguns dos objetivos fundamentais para o sucesso do empreendedorismo em um mundo cada vez mais automatizado e imediatista. O projeto conta com parceria do Sebrae.

Ligada ao Centro de Inovação e Tecnologia da Fecomércio-BA (Inovacom), a Câmara chega para agregar no desenvolvimento de iniciativas através da conexão destes negócios com sindicatos e empresas. De acordo com Paolilo, o setor tem sido fundamental para a economia do estado como um importante gerador de emprego e renda.

O evento de lançamento, realizado na Casa do Comércio, reuniu representantes da própria Federação, do SESC e Senac, Sebrae Bahia e integrantes da nova câmara, como o coordenador Rodrigo Paolilo e a subcoordenadora Mel Oliveira.

“Precisamos apoiar iniciativas que corroborem e deem suporte através de discussões e ações efetivas para que tenham mais empresas com qualidade, recursos e destaque a nível local, nacional e internacional para que nosso estado se desenvolva mais”, analisa.

Ao todo, 30 instituições foram convidadas para integrar a CIT – entre elas, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur). Fazem parte, ainda, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Hub Salvador.

Entre as ações previstas e apresentadas no evento, estão encontros mensais presenciais e virtuais. Para o presidente em exercício da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes,“o investimento em inovação é um sonho concretizado pela Federação”.

Conheça alguns dos integrantes da CIT: • ABAS • AJE Bahia • Antecipa • Assespro • CDL

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• Clara Idea • CNC • Cubos • FAPESB • Founder Institute

• Hub de Inovação do BNB • Hub do Sudoeste • Hub Feira • Hub Salvador • IEL

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• LekaUp • Parque Social • Pos Controle • Rede+ • Sebrae

• Secis • Secti BA • Segetec • Semdec • Semit

• Senac BA • Sesc BA • Solutis • UFBA • Vale do Dendê


câmaras

Câmara Empresarial do Comércio Argentina-Bahia

Nova Diretoria da Câmara de Comércio Argentina Bahia toma posse para o triênio 2021 – 2024

Carlos Andrade, Alessandra Nascimento e Pablo Virasoro

A nova Diretoria da Câmara Empresarial de Comércio Argentina -Bahia (CECAB) tomou posse no dia 06 de fevereiro, na Casa do Comércio. O Cônsul-geral da Argentina, Pablo Virasoro, presente à cerimônia de posse, falou sobre as ações do Consulado. "O Estado da Bahia é um grande parceiro do comércio com a Argentina". O presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, felicitou a

nova Diretoria. "Parabenizo a todos e quero dizer em nome da Federação que estamos aqui para apoiar as ações e trabalhar juntos". A nova Presidente da Câmara Argentina-Bahia, Alessandra Nascimento, saudou o novo corpo diretivo e revelou o plano de ação 2021, que traz uma série de atividades, dentre elas a aproximação estratégica junto à

Câmara Argentina do Paraná, visando ações a serem desenhadas em conjunto “Vamos iniciar parceria estratégica com o presidente Juan Cruz Irigo, gestor no Brasil da empresa argentina Sancor Seguros, e que também preside a Câmara do Paraná buscando fomentar novos negócios entre os sócios de ambas as câmaras", declarou.

Câmara da Mulher Empresária

Fecomércio-BA comemora criação da Frente da Mulher Empreendedora da Câmara Municipal de Salvador A vereadora de Salvador, Roberta Caires (Patriota), foi recebida, na Casa do Comércio, pela coordenadora da Câmara Estadual da Mulher Empresária da Fecomércio-BA, Rosemma Maluf, e da CME Salvador, Sueli de Paula. O grupo celebrou a instalação da Frente Municipal da Mulher Empreendedora por iniciativa da vereadora.

Fecomércio recebe vereadora Roberta Caires


câmaras

“Este pleito era um anseio da nossa Câmara Estadual e já começamos a trabalhar para enviar nossas demandas para construção de políticas públicas em prol do fortalecimento do empreendedorismo feminino”, declarou a empresária Rosemma Maluf.

“Queremos acompanhar a política de combate à desigualdade e fomentar o empreendedorismo feminino, para que as mulheres possam aumentar seus rendimentos, gerar empregos, ter sustentabilidade no mercado e, sobretudo, ser independentes e protagonistas de suas vidas”, disse Roberta Caires em suas redes sociais.

Câmara Empresarial do Turismo

Fecomércio-BA assina acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil Coréia do Sul

Acordo foi assinado na Casa do Comércio

No dia 10 de fevereiro, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, recebeu o diretor geral da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Coreia do Sul, Pablo Palhano, que cumpria agenda de visitas a instituições públicas e privadas na Bahia. Foi assinado um memorando de entendimentos entre a Federação e a Câmara com a finalidade de proporcionar o intercâmbio de informações, especialmente relacionadas ao Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Pablo Palhano também reforçou o interesse em expandir o idioma da Coréia do Sul nas capitais brasileiras. No campo acadêmico, a Câmara irá assinar acordo de cooperação com o IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, proporcionando a aproximação e promoção de intercâmbio educacional entre as universidades sul-coreanas e o Instituto.

Este ato é um primeiro passo para intensificarmos as relações bilaterais de comércio entre o estado da Bahia e o país asiático, além de promover a aproximação entre empresas baianas e sul-coreanas”, reforçou o presidente Carlos Andrade.

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especial

CRESCE O VAREJO

de itens para o lar na pandemia

O confinamento e a transição de escritórios convencionais para modelos híbridos aceleram a tendência de investimento em artigos para a casa por Ana Maria Simono

Impulsionado por uma nova lógica de enxergar e se conectar com a casa, no contexto da pandemia, o comércio de itens para o lar ganhou força. As vendas do segmento cresceram, no último ano, mesmo diante de um cenário de retração econômica na maioria dos setores, e o consumidor – que se viu atravessado, na quarentena, por novas necessidades dentro da própria casa – passou a buscar formas de adaptar as mudanças de hábito e rotina ao lar. A tendência foi sentida economicamente. Na avaliação realizada em setembro de 2020 pela assessoria econômica da Fecomércio, as vendas do varejo baiano apontaram para um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda

que em um cenário de expansão da COVID-19. Segundo a pesquisa, no entanto, o aumento nas vendas foi assimétrico: enquanto lojas de vestuário, calçados e concessionárias de veículos apresentaram queda, segmentos de móveis e decoração, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, além de materiais de construção, cresceram e se mostraram destaques da economia no estado, com altas respectivamente de 48,9%, 44,6% e 43,9%. Para o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção da cidade de Salvador (SINDAMAC), Geraldo Cordeiro, fatores como o auxílio emergencial, no último ano, somados a mudanças

na rotina, a modalidades de trabalho home office e ao próprio isolamento contribuíram para o crescimento do setor – o que não significa, porém, que a curva continue ascendente em 2021. “Se as pessoas ficam mais restritas, em casa, começam a enxergar alguns problemas e tentar resolvê-los. Muita gente não tinha recurso, mas o emergencial ajudou”, avalia. Apesar dos resultados promissores no último período, Geraldo Cordeiro acredita que, em 2021, a inflação, a alta no preço dos produtos e os índices de desemprego possam dificultar o cenário de vendas. “Somos otimistas por natureza e seguimos trabalhando para que o ano seja positivo. Os dados reais, do mercado, contudo, não têm demonstrado isso”, conclui.

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especial

Alavancada em tempos de desafio Atentas às mudanças de comportamento, consumo e estilo de vida, empresas dos setores de móveis, eletrodomésticos, decoração, materiais de construção e itens para o lar se adaptaram às tendências, investiram em soluções práticas e transformaram o desafio de vender – diante de um cenário atípico – em oportunidade. No caso do Baianão, empresa do varejo de móveis e eletro, o resultado superou as expectativas. “Nós tivemos março, abril e maio em queda. Em junho, as coisas começaram a melhorar. Em julho também avançamos e agosto foi nosso recorde de vendas. Para se ter uma ideia, a gente chegou a vender, em agosto de 2020, 80% acima do mês de dezembro de 2019”, relata Rafael Bacetto, vice-presidente da empresa. Segundo ele, o ano foi também de expansão para o Baianão no estado, com a inauguração de 9 lojas, investimento em e-commerce, parceria com fornecedores locais e redução do tempo de entrega, já que o consumidor passou a valorizar ainda mais a resposta rápida para as suas necessidades.

“Aqui em Salvador e região, as festas e comemorações são muito fortes. Foi um ano em que as pessoas não tiveram festas para gastar, ficaram mais restritas às casas e tivemos também o auxílio emergencial, então foi a hora de trocar o sofá, a cama. Houve um aumento significativo na venda de camas, estofado, mesa e colchão”, aponta Rafael Bacetto. A previsão é que o Baianão – que fechou 2020 com mais de 280 contratações – inaugure, ainda no 1° quadrimestre de 2021, novas unidades, chegando a 28 lojas em funcionamento na Bahia. Em volume de vendas, entretanto, o início do ano foi de queda de aproximadamente 30%. “Acreditamos que os 4 primeiros meses do ano serão complicados, até porque ainda faltam produtos e os preços subiram. A partir de abril, maio, esperamos que isso normalize”, afirma o vice-presidente da empresa, que continua apostando em proporcionar ao cliente a melhor experiência para acelerar o ritmo de vendas.

Ressignificando espaços Os móveis de área externa e ambientações ao ar livre também tiveram vendas impulsionadas. Com a casa incorporando novas funções, foi necessário tornar os espaços mais práticos, confortáveis e acolhedores. O segmento de design e mobiliário projetado para essas áreas, nesse sentido, acompanhou a alta nas vendas de residências e apartamentos com varanda, terraço ou jardim. Segundo levantamento da ImovelWeb, realizado em julho de 2020, a procura

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por imóveis com quintal cresceu 96% durante os primeiros meses de pandemia, no Brasil. Conhecida pelo conceito de outdoor living, com móveis fabricados à mão, na Bahia, a marca Tidelli registrou crescimento sensível no último ano. “Houve um incremento muito forte. As pessoas começaram a valorizar mais os ambientes e cuidar das suas casas. Uma cadeira velha, trocou-se por uma nova. Nós temos vendido muito balanço, por exemplo”, ressalta Lon Mene-

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zes, diretor da Tidelli. De acordo com ele, o setor está em expansão e a marca encerrou 2020 com um aumento médio de 30% em contratação. São hoje, aproximadamente, 400 colaboradores diretamente envolvidos na produção das peças. “A Tidelli Bahia é a 4ª maior revenda do Brasil e nosso foco é crescer ainda mais, rumo a EUA e América Latina”, afirma Lon Menezes, sobre a loja conceito que já tem pontos de venda em Dubai, no México, Panamá, Uruguai, Noruega e EUA.


insight

Feriados e a economia baiana O

calendário nacional de feriados nunca sofreu tanta interferência quanto agora na pandemia do coronavírus. No ano passado, até o carnaval, conseguiu-se manter as atividades com normalidade. E a partir de março, quando começaram os casos da COVID-19 no Brasil e iniciaram-se as medidas de isolamento e restrição das atividades, datas como sexta-feira da paixão, dia do trabalho e Corpus Christi, perderam as suas características e tornaram-se dias como outro qualquer.

Todavia, para a Bahia, os feriados e pontes são excelentes para o setor de serviços, sobretudo o turismo. O estado é “importador” de turistas do todo o Brasil, e isso é comprovado em pesquisas, como a realizada pela Submarino Viagens, na qual Porto Seguro e Salvador figuraram entre as cidades mais procuradas para o verão. E a capital baiana posiciona-se, nas demais pesquisas de empresas do ramo de buscas de passagens, entre os cinco destinos mais buscados ao longo do ano.

Portanto, por mais que a maioria dos setores varejistas possa ser afetado pelos feriados, é importante entender que há o descolamento de renda para outras atividades também relevantes. O turismo será um grande motor da recuperação da economia baiana, pois tem uma intensa utilização de mão de obra qualificada e tem um efeito multiplicador importante, pois a sua cadeia é extensa, fazendo parte os meios de hospedagem, transportes, alimentação, eventos, guias turísticos, etc.

Para 2021, o cenário não se alterou muito, até pela chegada da segunda onda contra um ritmo relativamente lento da vacinação. Tanto que o Governo do Estado e a Prefeitura de Salvador decidiram por não ter o ponto facultativo no Carnaval. De acordo com cálculos da Fecomercio-BA, o tradicional período festivo do início do ano chega a movimentar pouco mais de R$ 2 bilhões na economia baiana entre serviços e vendas no comércio.

A movimentação aeroportuária de Salvador, conforme dados da concessionária, mostra claramente a importância do Carnaval e turismo para o estado. Em fevereiro do ano passado, foram no total 670 mil passageiros embarcados e desembarcados. Como o evento em 2019 foi realizado em março, a comparação não fica adequada. Porém, só para se ter uma ideia, em março de 2019, a movimentação doméstica total foi de 641 mil passageiros, ou seja, alta de 4,5%.

No momento a pandemia que limita gastos no geral, no comércio e nos serviços. Porém, quando a situação voltar a sua normalidade, ou o que se chama do “novo normal”, cabe aos varejistas trabalharem a melhor estratégia para faturar mais nos dias úteis, até porque o calendário está posto, e a economia baiana como um todo se beneficia por ser um dos principais destinos turísticos do Brasil.

Para algumas regiões do país, o feriado é sinônimo de perdas no comércio, por exemplo. As pessoas circulam menos nas ruas, buscam mais lugares de serviços para consumir como cinemas, bares e restaurantes. A estimativa feita pela Entidade é que o varejo do estado deve deixar de faturar R$ 620 milhões ao longo dos feriados de 2021. O dado é influenciado pelas reduções das compras por impulso, quando há o deslocamento até o trabalho ou no horário de almoço, sempre há um período em que as pessoas circulam em shoppings ou lojas de ruas.

Ainda sobre esses números, os períodos de férias e festas são os que mais movimentam os passageiros. Janeiro é o principal mês, seguido de dezembro, março ou fevereiro (depende do mês do carnaval) e julho.

Guilherme Dietze Consultor Econômico da Fecomercio-BA

Quem perde mais no comércio são setores como os supermercados, farmácias e vestuário. Os dois primeiros, por serem essenciais de consumo, sofrem até menos. Já as vendas de vestuário tiveram forte impacto em 2020 pela restrição de renda das famílias e que se agravam nestes momentos de menor circulação nas ruas.

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curtas

Perspectivas Econômicas 2021

Evento online discutiu os caminhos que a economia baiana deve tomar este ano. Foi na manhã do dia 25 de fevereiro que aconteceu mais uma edição do já tradicional e esperado evento Perspectivas Econômicas. Neste ano, o tema foi Previsões para a economia baiana e brasileira em 2021: PIX e Comércio. Pela primeira vez online, o evento contou com a apresentação de Kelly Carvalho, consultora da Fecomércio-SP, sobre PIX; Isis Ferreira, economista da CNC que trouxe um panorama nacional; e Guilherme Dietze, consultor da Fecomércio-BA que trouxe um panorama local.

PIX Em sua apresentação, a consultora econômica da Fecomércio-BA Kelly Carvalho falou sobre o PIX como uma inovação nos meios de pagamento, sobretudo das vantagens para o comerciante. O novo meio de pagamento faz parte da Agenda BC# que visa fomentar a inovação, a competi-

BRASIL O panorama e expectativas para o comércio e serviços trazido por Isis Ferreira, economista da CNC, aponta um cenário de incertezas com a nova rodada do auxílio emergencial. O custo total deverá alcançar R$ 32 bi – o que representa despesa extra teto neste ano fiscal, por isso a necessidade de condicionar o pagamento do novo auxílio às medidas de consolidação fiscal futura. A previsão também é de

O presidente da Fecomércio-BA Carlos de Souza Andrade iniciou o evento agradecendo pela presença da imprensa, presidentes e representantes de sindicatos e de representantes do comércio baiano. Ele lamentou ainda o fato do evento ter que acontecer de forma remota, mas torce para que a próxima edição volte a ser da forma como a Fecomércio-BA e seus convidados estão acostumados – com o calor da presença e dos abraços.

tividade no sistema financeiro nacional, a inclusão financeira e a promoção da educação financeira. Segundo ela, o cadastro das chaves PIX não é obrigatório, mas é um diferencial para o setor de comércio e serviços oferecer essa modalidade de pagamentos, melhorando a experiência do cliente. Dentro

que as poupanças circunstanciais e precaucionais devem seguir canalizadas para consumo e contratação de dívidas, além do pagamento de despesas. Para ela, os preços de commodities importantes para a atividade produtiva seguem subindo, mesmo com a taxa de câmbio mais estável em 2021. E mais: os preços das matérias-primas, combustíveis, energia, os repasses cambiais devem seguir pressionando a inflação nos próximos

BAHIA Na análise do comércio da Bahia feita pelo consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, entre os desafios para 2021 para o nosso estado, estão: a renda média relativamente baixa; economia dependente de programas de transferência de renda; inflação de alimentos muito acima da média; segunda onda da pandemia; a dificuldade das empresas e consumidores em tomarem crédito com risco de aumento da inadimplência; a vacinação como saída definitiva da crise, porém, ainda num ritmo muito lento no Brasil e no mundo; e a expectativa de melhora a partir do segundo semestre.

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da agenda evolutiva do PIX junto ao Banco Central, estão a inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis pelo PIX; o saque PIX; o PIX por aproximação; o PIX garantido. Esta última novidade permitirá pagamentos parcelados, trazendo uma função similar ao cartão de crédito. Essa funcionalidade pode potencializar o uso do PIX no varejo.

meses. A Selic pode começar a subir já em março, quando acontece a próxima reunião do Copom, o que deverá impactar negativamente a inadimplência. Uma sinalização de ajuste fiscal à frente pode ajudar a reverter o mau humor nos mercados, com impacto favorável na taxa de câmbio. Por fim, o agravamento da pandemia e atraso na vacinação da população em geral deve inibir a recuperação da atividade econômica no primeiro trimestre (PIB -1,0%).


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DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DAS CIDADES EM TEMPOS DE PANDEMIA

Frente a um cenário de poucas certezas na área econômica, de queda na arrecadação, altos índices de desemprego, desvalorização do real e inflação dos alimentos, os gestores que saíram vitoriosos da corrida eleitoral, em 2020, têm um novo desafio: estimular o desenvolvimento, levando em conta o contexto local, para garantir recursos que possam ser aplicados em setores fundamentais, como saúde, educação, moradia, transporte e segurança. A arrecadação das cidades – que, no geral, engloba ISS, IPTU, verbas estaduais, repasses do governo federal e Fundo de Participação dos Municípios (FPM) –, entretanto, está em queda. Isso porque, à exceção do IPTU, os demais impostos incidem sobre consumo, ou seja, dependem da atividade econômica, que teve retração, no último ano.

Prefeitos de 5 municípios da Bahia apontam os principais obstáculos e estratégias para vencer a crise por Ana Maria Simono

Dados da Confederação Nacional de Municípios revelam que o repasse do FPM, no fechamento de 2020, foi 16,14% menor que no mesmo mês do ano anterior e, na Bahia, a estimativa é que aproximadamente 85% das cidades sobrevivam diretamente dessas verbas – o que significa que os prefeitos terão obstáculos na gestão da crise.

econômicas favoráveis para o desenvolvimento, gestores têm adotado estratégias que incluem o fomento a negócios do setor produtivo, incentivos fiscais, programas de capacitação e empreendedorismo, fortalecimento da educação profissional com o apoio de organizações do Sistema S, entre outras ações.

Além disso, a logística de vacinação tem sido prioridade nas agendas municipais. As estratégias adotadas na Bahia ganharam destaque no país, embora a quantidade de imunizantes ainda não acompanhe o fluxo e a demanda necessária.

A Fecomércio-BA conversou com 5 dos principais prefeitos eleitos na Bahia – Bruno Reis (DEM), Colbert Martins (MDB), Zé Cocá (PP), Mário Alexandre (PSD) e Sheila Lemos (DEM) – para saber quais são os planos de desenvolvimento para essas cidades. Todos eles responderam a questões sobre planejamento estratégico de crescimento econômico, desafios impostos pela pandemia, imunização contra o novo coronavírus e importância do Sistema S.

Para retomar as atividades econômicas, garantir a celeridade do programa de imunização, diminuir os impactos na saúde e reverter a queda de arrecadação em condições

GESTÃO Na capital baiana – única cidade do Norte e Nordeste considerada referência internacional, na plataforma “Cities for Global Health”, pelas práticas de enfrentamento à pandemia –, o prefeito Bruno Reis (DEM) investe em obras de urbanização integrada, estimula ambientes de negócios, avança com soluções de tecnologia

e inovação, simplifica processos de licenciamento e abertura de empresas, apoia a qualificação profissional e oferece incentivos para impulsionar o desenvolvimento. “Trabalhamos pela melhoria constante do ambiente de negócios. Vamos dar sequência à política de

incentivos fiscais para os setores mais afetados pela pandemia, assim como às demais áreas estratégicas e essenciais à vitalidade da economia da capital”, afirma. Segundo ele, investimentos públicos e privados da ordem de R$ 7 bilhões devem criar cerca de 50 mil empregos este ano, em Salvador.

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“A gestão do prefeito Herzem Gusmão, da qual muito honrosamente faço parte, conseguiu alinhar o enfrentamento à COVID-19 com a manutenção de renda, tanto que o

Ministério do Trabalho apontou Vitória da Conquista como um dos municípios baianos que mais gerou emprego durante a pandemia. Vamos continuar investindo em obras de infraestrutura, que geram empregos diretos e indiretos, e prosseguir com ações para a melhoria do ambiente de negócios”, destaca Lemos. Um Parque Tecnológico também está sendo implantado na cidade. Em Feira de Santana, o governo municipal incentiva a geração de emprego e renda por meio de obras estruturantes, com a construção de complexo de mobilidade, duplicação de avenidas, implantação de esco-

“Sancionamos leis com algumas isenções tributárias e estímulos fiscais que garantem a manutenção de atividades empresariais e a atração de novos negócios, incentivando a construção civil e a rede hoteleira, muito atingida durante a pandemia”, aponta Mário Alexandre, o “Marão” (PSD), prefeito reeleito no município de Ilhéus. No sudoeste da Bahia, em Jequié, a Prefeitura une esforços para a recuperação do distrito industrial – que conta com mais de 40 indústrias – para incrementar a economia. “Estamos buscando atrair novas indústrias e, em nível de gestão municipal, queremos fomentar os setores produtivos, que em Jequié são bastante diversificados, com o incentivo e fortalecimento da produção agrícola, da psicultura e da produção leiteira”, observa o prefeito Zenildo Brandão Santana, conhecido como “Zé Cocá” (PP).

Sancionamos leis com algumas isenções tributárias e estímulos fiscais que garantem a manutenção de atividades empresariais e a atração de novos negócios” – Mário Alexandre, prefeito de Ilhéus

las, creches e um novo Centro de Diagnóstico por Imagem. “Há ainda o Projeto Centro, que significa uma grande e radical mudança no centro comercial de Feira de Santana, implantando ruas compartilhadas e recuperando praças”, salienta o prefeito Colbert Martins (MDB). Os investimentos públicos em obras, para a recuperação econômica, também são realidade em Ilhéus, onde a gestão vem promovendo melhorias em escolas, acesso a serviços básicos, unidades de saúde e mobilidade urbana, sem perder de vista o fomento aos negócios.

Crédito: Fotos cedidas por ASCOM/Ilhéus

A geração de postos de trabalho é também uma das principais apostas de Vitória da Conquista para enfrentar a crise. De acordo com a prefeita em exercício, Sheila Lemos (DEM), o município tem modernizado a administração pública, com a redução de processos burocráticos que criavam entraves para os setores produtivos, e vem atuando de forma articulada para um crescimento planejado da cidade.


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Os 5 municípios – Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Jequié – assim como todo o estado, receberam novos lotes de vacina no último dia 24 de fevereiro, e a Bahia totaliza aproximadamente 945 mil doses do imunizante recebidas, entre Coronavac e vacina de Oxford, até o momento. Para a imunização, as gestões municipais seguem a prioridade: profissionais de saúde da linha de frente do combate à COVID-19, idosos residentes em instituições de longa permanência ou instituição psiquiátrica, população com idade acima de 80 anos e povos indígenas estão entre o público-alvo, nesta etapa. Segundo prefeitos entrevistados pela Fecomércio-BA, os planos municipais

estão alinhados às definições do governo estadual e do Plano Nacional de Imunização. Com a medida recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a aquisição de vacinas por estados e municípios, gestores já estão articulando também a compra direta dos imunizantes. “Neste momento, nada é mais importante do que imunizar toda a população”, enfatiza Bruno Reis. O prefeito de Salvador ressalta ainda que uma estrutura completa, que prevê 202 salas e 506 boxes de aplicação das doses, foi montada na capital baiana para garantir a logística segura de imunização. Feira de Santana, Jequié, Ilhéus e Vitória da Conquista também contam com estrutura planejada para a vacina, que ainda chega, entretanto, em quantidade reduzida.

Neste momento, nada é mais importante do que imunizar toda a população”

Crédito: Foto cedidas pela assessoria de comunicação

PLANOS DE IMUNIZAÇÃO COVID-19

– Bruno Reis, prefeito de Salvador

Além da oferta de cursos e serviços na plataforma online, durante a quarentena, entidades do Sistema S reforçaram atividades de proteção social, segurança alimentar, capacitação e apoio a empresas, como forma de contribuir para a redução dos impactos provocados pela pandemia. Em um contexto de retração do mercado, a parceria de instituições que administram redes de tecnologia, formação profissional e promoção do bem-estar social não apenas ampara uma parcela significativa da população diretamente atingida pela crise como retorna para a sociedade, em forma de aumento da competitividade no mercado, qualificação, empreendedorismo e inovação. Para o prefeito de Jequié, iniciativas

que nascem a partir da atuação do Sistema S são cada vez mais importantes para o desenvolvimento dos municípios. “O Sistema S é um grande parceiro da iniciativa pública e de toda a sociedade. O SEBRAE, por exemplo, assim como SENAI e SESC, vem prestando um papel fundamental aos micro e pequenos empreendedores neste período de pandemia”, avalia Zé Cocá.

Crédito: ACM/SECOM

CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA S

Coelbert Martins também reforça a importância do Sistema para Feira de Santana. “A ação na vida socioeconômica e cultural do município é expressiva, notadamente na formação de mão-de-obra e incentivo ao empreendedorismo, como forma de ampliar, cada vez mais, as opções de geração de trabalho e renda”, pontua o gestor municipal.

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Foto: Renaque Barbosa

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Em Ilheus, o apoio prestado pelo Sistema S obteve um resultado promissor no que concerne a capacitação. “Temos realizado parcerias de sucesso com algumas instituições do Sistema S, como o SENAR, que contribuiu qualificando feirantes de modo que pudessem desenvolver seus trabalhos com segurança na pandemia. Ilhéus foi o 1° município da Bahia a realizar a Feira Segura e este ano já estamos na 2ª edição”, ressalta o prefeito Mário Alexandre. Já em Vitória da Conquista, a parceria da Prefeitura com entidades do Sistema S resultou em Projeto de Biscoitos Caseiros, em fortalecimento de empresas através do associativismo, na inédita participação dos produtores de cafés especiais do Planalto da Conquista na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, e em programas como Cidade Empreendedora e a Sala do Empreendedor. “O Sistema S tem uma forte atuação em Vitória da Conquista e impactos altamente positivos nos setores produtivos e na área social, contribuindo de forma efetiva com a geração de emprego e renda e com a promoção do desenvolvimento socioeconômico”, destaca a prefeita em exercício, Sheila Lemos. Na capital baiana, não é diferente. “Essa atuação abrangente dimensiona a importância dessas entidades, que estimulam a atividade econômica, contribuem para aumentar a competitividade das empresas, com incentivos à tecnologia e inovação, e ampliam a empregabilidade dos trabalhadores”, conclui Bruno Reis, prefeito de Salvador.

Foto: SECOM/Prefeitura de Vitória da Conquista

O Sistema S é um grande parceiro da iniciativa pública e de toda a sociedade”

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– Zé Cocá, prefeito de Jequié

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conecta

Fecomércio-BA avalia os impactos do Bolsa Família e Auxílio Emergencial na economia baiana O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, avalia que o Auxílio foi criado no ano passado para ajudar especificamente neste período de calamidade pública, e que teve o seu término no final de dezembro. “Embora, com a segunda onda aparecendo de forma expressiva, de números elevados de contaminações, mortes e internações, surge de novo no debate político a necessidade de voltar o auxílio, porém com outro valor”, pontua. “O primeiro programa, o Bolsa Família, por sua vez, está consolidado e tem outro perfil, muito mais de tirar as famílias da extrema pobreza, para dar o mínimo de condições de consumo”. Confira a matéria completa no nosso site!

Aniversário Casa do Comércio No dia 28 de janeiro, o prédio mais famoso de Salvador completou 33 anos! Mas você sabe o que acontece lá dentro? Confira o post que preparamos em comemoração ao aniversário da Casa do Comércio!

Perfil no Twitter A Fecomércio-Ba também está no Twitter! Já segue a gente lá? Só procurar por @FecomercioBa.

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insight

Receita Federal tenta tributar reduções de ICMS concedidas pelos estados aos contribuintes A

Receita Federal do Brasil publicou, no final de Dezembro de 2020, atos normativos que tratam das Subvenções para Investimentos concedidas pelos Estados e pelo Distrito Federal. A rigor, estas subvenções são benefícios tributários que reduzem o ICMS devido pelos contribuintes mediante a concessão de descontos, créditos presumidos e isenções fiscais. A Receita Federal já havia publicado, em março de 2020, a Solução de Consulta COSIT nº. 11 de 2020, a qual tratou do assunto e, aparentemente, encerrava uma disputa com os contribuintes que se arrastava há anos nos tribunais administrativos e judiciais do Brasil. Basicamente, a Solução de Consulta nº. 11 de 2020 deixou claro que as subvenções (benefícios fiscais) concedidas pelos Estados e Distrito Federal, desde que observadas as condições estabelecidas pela Lei 12.973/2014, poderiam ser excluídas da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.

No entanto, no final de dezembro a Receita Federal publicou a Solução de Consulta nº. 145 de 2020, que, modificando a Solução de Consulta nº. 11 de 2020, estabelece que somente as subvenções relativas à implantação ou ampliação de empreendimentos é que poderiam ser excluídas da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, restringindo assim os benefícios tributários que estariam excluídos da tributação federal. Parece ser uma modificação ínfima, mas que, em verdade, representa uma clara insistência da Receita Federal em ampliar a arrecadação sobre uma base que não representa receita da empresa (descontos de tributos concedidos por outros entes tributantes), mesmo que isto claramente contrarie o quanto disposto na própria lei 12.973, com as alterações previstas na Lei Complementar 160/2017.

Em outras palavras, a solução de consulta deixava claro que não seria tributável pela Receita Federal, as reduções de ICMS concedidas pelos Estados e pelo Distrito Federal, desde que preenchidos os requisitos legais.

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Bruno Nou Advogado Sócio do Mendonça e Associados Advogados, membro da Câmara de Assuntos Tributários da Fecomércio-BA

É um alerta para que o contribuinte se mantenha vigilante e não pague mais tributos que os efetivamente devidos. Em tempos de pandemia e de crise fiscal dos entes tributantes, questionar cobranças irregulares deve ser uma atividade constante para manter a saúde financeira das empresas.


sindicatos

Sindicatos do comércio baiano prezam por equilíbrio e segurança jurídica nas CCTs 2021 por Délia Coutinho

Início de ano é também marcado pela celebração das CCTs – Convenções Coletivas de Trabalho. Uma das funções elementares do sistema sindical no Brasil, o fechamento das convenções entre sindicatos patronais (representantes dos empregadores) e laborais (empregados) é fundamental para o equilíbrio da relação capital/trabalho, proporcionando muitos benefícios às partes envolvidas. Aspectos como o momento econômico e, principalmente, a fase de pandemia, terminam por impactar nas negociações, nas quais o diálogo é a palavra-chave. A CCT tem o poder de mudar regras pré-estabelecidas, definindo condições especiais para determinada categoria de trabalhadores, podendo complementar o que está proposto na legislação trabalhista contida na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.

Aliás, um dos pontos de destaque do texto da Reforma Trabalhista brasileira, que passou a vigorar em 2017, foi a chamada valorização do “acordado sob o legislado”, que é justamente o resultado desses instrumentos coletivos firmados entre representantes empresariais e laborais. Dentre os 35 sindicatos filiados à Fecomércio-BA, o Secovi-BA conseguiu firmar um número recorde de CCTs neste início de ano: 9 convenções coletivas para o exercício de 2021, em sua maioria para 2021/2022 (bianuais), abrangendo boa parte do estado da Bahia, a exemplo da CCT com o Sindbombeiros, representante dos bombeiros profissionais civis e salva-vidas dos condomínios residenciais, de shopping centers, condomínios comerciais e mistos, da Bahia.

Temos certeza de que estas convenções são de suma importância para as categorias tanto patronal como laboral. Entre reajustes dos salários e benefícios concedidos pelo patronato, esses documentos ainda nos trazem o que consideramos ser o mais importante: a segurança jurídica”, declara o presidente do Secovi-BA e vice-presidente da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes.

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sindicatos

A experiência de mais de 70 anos da criação do sistema sindical no Brasil atesta que o processo de negociação sindical nem sempre é tarefa fácil, podendo correr de forma simplificada ou se arrastar até mesmo por anos. É o caso do Sindilojas Bahia, que desde o ano de 2018 não consegue acordo com o Sindicato dos Comerciários de Salvador. Entretanto, conforme sua abrangência estadual, o Sindilojas vem obtendo sucesso nas negociações de 2021 em municípios onde possui delegacias distritais, a exemplo de Poções e Coaraci, de acordo com o seu presidente, Paulo Motta.

“A relação capital/ trabalho pelo poder normativo das CCTs é uma competência constitucional dos sindicatos. É o fato que os diferencia das demais entidades”, cita Motta,

Entre os sindicatos baseados no interior, o de Vitória da Conquista é um dos que já assinaram convenção. “Só foram alteradas as cláusulas econômicas da CCT e o processo negocial com o sindicato ocorreu dentro da maior normalidade”, comentou o presidente do Sincomércio Vitória da Conquista, João Luiz dos Santos Jesus. Em outras cidades, a exemplo de Ribeira do Pombal, as tratativas da CCT serão iniciadas em março.

defendendo a importância da continuidade desse sistema.

ACORDOS COLETIVOS A relação sindical também responde pela celebração de acordos trabalhistas para normatizar questões específicas. Em Alagoinhas, o Sicomércio e o Sicomerciário acordaram, no mês de fevereiro, a transferência do feriado do Dia do Comerciário de 2021 naquele município para o dia 15 de fevereiro. A data é tradicionalmente comemorada em outubro. “Atendendo ao apelo do sindicato laboral, desfizemos um acordo anterior, que estabelecia o dia 18 de outubro como feriado dos comerciários e em novo acordo o transferimos para a segunda-feira de Carnaval”, explica o presidente do Sicomércio Alagoinhas e Região, Benedito Viera. 26

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passos certos

Digitalizar é preciso! Desde o início da pandemia, com o fechamento do comércio e a mudança de hábitos de consumo, manter-se produtivo e atuante tornou-se um desafio para muitos empresários. O que pudemos perceber é que as empresas que conseguiram rapidamente

organizar-se para modernizar suas operações e digitalizar sua jornada de compra, fecharam 2020 com o saldo positivo e bastante aprendizado. Uma história local de sucesso é a da farmácia A Fórmula que conseguiu

virar a chave da digitalização do seu negócio e, assim, manteve as vendas mesmo no período mais rigoroso para o comércio. Conversamos com Anick Andrade, diretora técnica da empresa para nos contar melhor como se deu esse processo.

Unidade da rede no bairro da Pituba

Sistema Fecomércio-BA: Quando a pandemia começou, quais os principais desafios que vocês enfrentaram?

empresa. Além deste aspecto humano, obviamente foi bastante complicado manter o negócio somente com quatro lojas de rua.

Anick Andrade - O principal desafio foi o fechamento das lojas de shopping que representa grande parte do nosso quadro de colaboradores, além de implantar todos os protocolos de biossegurança e cuidados para aqueles que continuaram trabalhando. O saldo foi super positivo, pois tivemos um número baixo de infectados na

SF: O que A Fórmula adaptou em sua jornada de compra para atingir o consumidor? AA - Alguns meses após a pandemia se instalar, começaram a faltar produtos em geral. Por aqui, nós nos antecipamos, aumentando a compra de insumos e embalagens para que

a escassez não tivesse um impacto muito grande e, desta forma, não fosse sentida pelos nossos clientes. Foi assim que conseguimos atender bem todos eles desde então. Com as quatro lojas de rua abertas, conseguimos manter um atendimento presencial e também percebemos um aumento significativo no atendimento pelo call center. SF: Como a empresa avalia esse novo momento no negócio?

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passos certos

AA - A área de saúde em si foi muito requisitada na pandemia e a demanda aumentou – seja para cura ou para prevenção. Em alguns momentos, tivemos dificuldade em atender à demanda, sobretudo pelo quadro reduzido e por atenção aos protocolos impostos. Ainda assim, tivemos um resultado super positivo com o atendimento remoto através do call center – registramos um crescimento de 500% nas vendas! Nós já caminhávamos para esta solução e a pandemia veio antecipar modalidade de compra como prática e viável tanto para nós quanto para os nossos clientes. Neste período, ampliamos e aprimoramos o serviço de call center.

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SF: Pretendem manter a digitalização como uma nova realidade? AA - Além das nossas 33 lojas espalhadas pelo estado, nossos clientes já contam com o atendimento remoto através do call center, com a modalidade de compra online na loja virtual e com o nosso app. Além de tudo isso, hoje já temos 05 armários inteligentes (lockers), em que o consumidor pode efetuar a compra em qualquer uma das modalidades e retirar no armário mais próximo. Uma prática inclusive fora do país, esta modalidade representa comodidade para os nossos clientes e traz segurança do ponto de vista de menor contato em tempos de pandemia.

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Anick Andrade


Sesc

Fazendo Arte no Sesc – em casa! Sesc Bahia oferece gratuitamente onze cursos de artes! por Ascom Sesc Bahia

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m março, o Sesc Bahia realiza a primeira temporada 2021 do Fazendo Arte no Sesc – em casa, projeto que oferta cursos e oficinas gratuitos em diversas modalidades artísticas. As atividades acontecem em ambiente online e são ministradas por instrutores da Instituição. Foram mais de 1500 pré-inscritos para 400 vagas nas áreas de música, teatro, artes visuais e dança. As aulas começam dia 22 de março. O projeto disponibiliza onze opções de cursos com duração que variam de um a três meses.

Teatro Serão três opções de oficinas: “Interpretação Teatral – Narrativas Rítmicas” - focará na interpretação rítmica da narrativa para atuação teatral e contação de histórias através de técnicas que envolvem o trabalho vocal, articulação, respiração, projeção, direção da emissão, exercícios rítmicos para a oralidade, construção de personagens a partir da voz e presença cênica na atuação; “Teatro em tempos de cuidado” – proposta lúdico-pedagógica tendo a linguagem teatral como eixo agregada a uma pedagogia em construção, visando abrir espaço para que os/as participantes exerçam as suas potencialidades, seus sonhos cênicos, valorizem a sua cultura em diversas formas de manifestações; e “Teatro Lambe-lambe” – visa capacitar o aluno na manipulação e animação de pequenos objetos, tornando-os aptos para a criação e montagem de espetáculos de curta duração.

Dança “Dança Livre” trabalhará diversas possibilidades de movimentos ao estabelecer um diálogo com diferentes concepções e estilos de danças; “Dança Afro” – propõe relacionar a técnica com os estudos dos movimentos rituais do candomblé ao valorizar a cultura afrobrasileira, especialmente ligada às religiões de matrizes africanas; “SAMBA NO PÉ: “Dos Pés à Cabeça” – focará no estudo das técnicas, do vocabulário e fundamentos iniciais do Samba; e “Zouk Only” – visa o desenvolvimento das habilidades corporais, rítmicas, físicas e artísticas dessa dança.

Música “Iniciação ao violão popular” abrange exercícios de caráter rítmicos, dedilhados, com cifras, notação musical elementar, repertório popular adaptado ao violão, teoria musical elementar. Já o curso “Desenvolvimento Musical” – tem por objetivo estimular a percepção musical dos participantes e desenvolver a linguagem musical escrita e prática. A proposta busca implementar através dos conceitos de Musicalização que abrange desde os que não tem nenhuma bagagem musical até os músicos que já possuem uma prática musical fluente, mas não tem tanta proximidade com a teoria musical, permitindo assim que os estudantes aprimorem quaisquer habilidades relacionadas a música. E “Percussão” – ensino conceitual dos ritmos básicos de percussão, análise da percepção visual, auditiva e rítmica, introdução e desenvolvimento das habilidades técnicas, exercícios práticos para a execução dos instrumentos percussivos, estudo aplicado dos ritmos afro-brasileiros, tais como: Samba Reggae, Timbalada, Samba, Candomblé, Capoeira.

Artes Visuais A oficina “Introdução ao desenho” visa promover a percepção e a compreensão da função do desenho enquanto meio de expressão através de técnicas de carvão e grafite sobre papel e materiais específicos de desenho.

Acesse as redes sociais do Sesc Bahia e saiba mais sobre os cursos ofertados pela instituição! Instagram • @sescba Facebook • facebook.com/sescbahia

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curtas

Caso confirmada, nova etapa do auxílio emergencial pode injetar R$ 2,2 bilhões na economia baiana, calcula Fecomércio-BA Apesar de ainda não haver uma confirmação de uma nova etapa do auxílio emergencial para 2021, o Governo Federal e o Congresso estudam um valor mais baixo, de R$ 250, para um período de três meses e para a metade do público atendido no ano passado, aumentando as exigências. Trazendo para a realidade da Bahia, o potencial de beneficiados nessa nova leva deve ser de 2,9 milhões de pessoas em todo o Estado, distribuindo R$2,2 bilhões, o que representaria 2,2% do que o comércio estima vender em 2021, pouco menos

de R$ 100 bilhões. De acordo com a avaliação do consultor da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, o governo precisa encontrar meios de ter essa receita para o auxílio com redução de despesa para não estourar o teto de gastos. “Discute-se sobre um crédito extraordinário, mas tem que ter a aprovação do Congresso. De qualquer forma, não será tão rápida esta decisão, e caso o governo dê sinais de que estourará o teto de gastos para cumprir com o benefício, pode gerar um efeito danoso de aumento

da inflação com aumento de juros, penalizando exatamente a população que receberá o benefício”, afirma o economista.

Fecomércio-BA reprova decisão da Febraban de decretar feriado bancário no Carnaval Em ofício enviado à presidência executiva da Febraban, a Fecomércio-BA manifestou sua posição contrária aos feriados determinados para o setor bancário, nos dias de Carnaval, em todo o Brasil. O presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, destacou o impacto negativo para o setor do comércio, bem como o prejuízo ao controle da pandemia, uma vez que as viagens e aglomerações serão favorecidas.

“Em muitas das capitais brasileiras, a exemplo de Salvador, conhecida como a capital do Carnaval, não haverá feriado ou ponto facultativo e o comércio funcionará normalmente. O fechamento das agências bancárias termina por afetar diretamente na dinâmica do setor comercial”, disse o presidente da Fecomércio-BA, em carta endereçada ao presidente executivo da Febraban.

Área de logística ganha destaque com a alta do e-commerce Mesmo diante de um cenário de mudanças significativas - comportamentais e financeiras - desde o último ano, alguns setores da economia conseguiram crescer. O consumidor, impulsionado pela quarentena, saiu das lojas físicas para as lojas online, fortalecendo o comércio eletrônico brasileiro, que alcançou, até o mês de novembro, a marca de R$ 115,3 bilhões, segundo a Câmara Brasileira de Economia Digital e a empresa Neotrust. Esse número é 122% maior que o valor acumulado no mesmo período de 2019.

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A consultoria inglesa, PageGroup, colocou a área de Logística como uma das 38 profissões em alta e com perspectiva de contração. De acordo com Enoch Santos, instrutor de logística do Senac, a área oferta muitas oportunidades e também vagas “Hoje nós temos a presença de grandes empresas na instaladas na região metropolitana de Salvador, como Mercado Livre, Boticário e Continental. Para o segmento logística existem demandas para as partes de suprimentos, manufatura, produção e também logística reversa”, explicou.

Revista do Sistema Fecomércio-BA Março 2021

Capacitação – Para atender a demanda do mercado, o Senac lançou o curso de Técnico em Logística – que contempla as bases de planejamento, operacionalização, segurança e controle da cadeia produtiva e seu fluxo logístico. O título tem carga horária de 800h e começa no primeiro trimestre de 2021. As aulas são presenciais, de segunda a sexta, com opções para turmas nos turnos matutino e noturno – na unidade do Senac em Camaçari. Mais detalhes da formação podem ser vistas na página do curso.


empreendedorismo

Empreendedorismo baiano: Startups são grande destaque entre empresas locais por Vivianne Ramos

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os últimos anos, a Bahia tem se destacado nos setores de inovação e tecnologia. Reconhecido historicamente como um grande polo cultural e turístico, o estado está em primeiro lugar no volume de iniciativas na região Nordeste. O dado é da Associação Brasileira de Startups. Em 2021, mais um importante passo foi dado para o setor com a criação da Câmara de Inovação e Tecnologia (CIT), lançada em fevereiro.

Coordenada por Rodrigo Paolilo, CEO da Rede+ - uma impulsionadora de negócios, a Câmara vem para unir o setor público e privado no fomento da inovação e no desenvolvimento do estado através da geração de emprego e renda que o setor vem realizando. Ao todo, trinta entidades estão diretamente ligadas à Câmara na construção dessa agenda. Entre os nomes de destaque, está a Antecipa. Uma fintech – como são chamadas as startups da área financeira – criada e sediada em Salvador. Comandada por Camilo Telles, como o nome já diz, proporciona a antecipação de recebíveis, criando estratégias automatizadas entre os fornecedores e compradores. Diferente dos serviços normalmente oferecidos, a proposta da plataforma é para empresas e não para um usuário direto. De acordo com Telles, os planos para este ano são de popularizar o produto através do aumento da operação no varejo. O que pode ser facilitado, claro, com a CIT.

valor de 300 mil reais, só aconteceu depois que a empresa já estava funcionando. Atualmente, Telles e sua equipe atendem mais de 50 mil empresas em todo o Brasil e, desde o ano passado, têm a gigante XP Inc. como sócia majoritária. Como funciona – O recebível é o termo utilizado para representar o valor que pequenas e médias empresas precisam receber quando fornecem serviços ou produtos. A Antecipa é uma alternativa econômica que possibilita o pagamento antecipado deste valor através do uso da tecnologia. Camilo Telles da Antecipa

“Acho um importante passo no aumento da densidade empresarial e espaço de discussão. O comércio está mudando e é necessário entender esse processo e acompanhar as mudanças”.

Com a expertise da análise de dados e o uso dos algorítimos, conseguem fazer uma avaliação individualizado de cada fornecedor e oferecer taxas mais atraentes para os dois lados da negociação. O valor cobrado pela antecipação deste dinheiro varia de acordo com a negociação. De forma prática, é possível qe fornecedores consigam taxas mais atrativas e os compradores (clientes) garantem uma melhor rentabilidade.

- afirma Telles.

História de sucesso - A Antecipa nasceu em 2016 com o investimento próprio de Telles, que já possuía experiência na área. Seu primeiro investimento-anjo, no

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insight

Representatividade importa H

á exatos 89 anos, no dia 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. No cenário político, local e global, dois fatos recentes causaram grande repercussão na mídia: o número de mulheres no primeiro escalão da nova equipe do prefeito eleito Bruno Reis, dos 24 gestores do novo secretariado, 10 são mulheres, ou seja, 42% e a posse de Kamala Harris, a primeira mulher negra eleita vice-presidente dos EUA. A Receita Federal já havia publicado, em março de 2020, a Solução de Consulta COSIT nº. 11 de 2020, a qual tratou do assunto e, aparentemente, encerrava uma disputa com os contribuintes que se arrastava há anos nos tribunais administrativos e judiciais do Brasil. A sub-representação das mulheres nos espaços de poder tem raízes histórico-culturais longínquas e reflete a profunda desigualdade existente entre homens e mulheres. À medida que a sociedade foi se transformando nós, mulheres, fomos nos emancipando, passamos a pertencer a esfera pública do trabalho, a ocupar cargos, funções e espaços de poder que durante muito tempo foi percebido socialmente como um universo de domínio masculino. Adquirimos direitos e autonomia financeira, trazendo um novo dinamismo às organizações públicas e privadas, alinhado com os anseios da sociedade moderna que busca novas referências de liderança e formas de exercer o poder com mais transparência, colaboração e empatia. De acordo com artigo publicado na Harvard Business Review Home, assinado por Jack Zenger e Joseph Folkman, da Zenger / Folkman, consultoria de desenvolvimento de liderança, mulheres foram classificadas como líderes mais eficazes durante pandemia da Covid-19, indicando que a liderança feminina tem um melhor desempenho durante um período desafiador.

mitido que um número cada vez maior de mulheres ocupem espaços na gerência de órgãos, no comando da gestão pública e na política. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são maioria no serviço público, representando 55% do funcionalismo nos âmbitos federal, estadual e municipal. No entanto, apesar de grandes conquistas, dos significativos avanços e do aumento da participação feminina na política ao longo dos últimos anos, ainda enfrentamos desafios que precisam ser superados e somos sub-representadas se comparado ao número de homens, indicando que a desigualdade no campo político e nos espaços de poder também pode ser reflexo de uma desigualdade nos campos cultural, social e econômico. Apesar de representarmos mais de 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, ainda somos minoria na política. E os números das Eleições Municipais de 2020, levantados pela área de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostram a baixa representatividade feminina na política do país. Foram eleitas, neste ano, 651 prefeitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Já para as câmaras municipais, foram 9.196 vereadoras eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%). Ou seja, a cada 100 prefeituras, apenas 12 são coman-

A evolução nos modelos gerenciais públicos, baseados na meritocracia, tem per-

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Rosemma Burlacchini Maluf é empresária, vice-presidente da Associação Comercial da Bahia e Coordenadora Estadual da Câmara da Mulher Empresária da Fecomércio Bahia

dadas por mulheres (Fonte:https://www. tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2020). Na esfera empresarial o cenário não é muito diferente, quanto mais alto o cargo, menor é a presença de mulheres no comando, principalmente a partir dos postos de alta liderança. No mundo, só 4,4% das vagas de CEO são ocupadas por mulheres segundo o estudo Mulheres nos Conselhos realizado pela Deloitte. No Brasil, esse percentual é menor ainda, apenas 0,8% (Fonte https:// 6minutos.uol.com.br). As abordagens mais modernas de gestão valorizam um trabalho que abrace os diferentes gêneros e a diversidade de uma forma ampla, principalmente porque diversas visões de mundo e experiências de vida são uma vantagem competitiva e ajudam na formulação de políticas públicas e tomadas de decisão. Temos desafios a serem superados, mas é muito importante nos vermos representada em uma equipe de governo e nos espaços de poder, é uma sinalização de mudança. Queremos participar como protagonistas e dividir responsabilidades na tomada de decisões que definem o rumo da nação. Para nós, mulheres, representatividade importa.


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