GNARUS - 5
Artigo
UMBANDA: TERRITÓRIO DE DIVERSIDADE, RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA Por Frederico Ricardo de Medeiros Lima e João Paulo Carneiro
RESUMO: O presente artigo trata especificamente da Umbanda como espaço de promoção de diversidade, resistência e construção identitária diante dos debates a respeito da intolerância e discriminação religiosa. No âmbito da questão da construção identitária lançamos mão da análise teórica que compreende o sujeito na dimensão pós-moderna e da relação com a Umbanda no sentido de uma religião híbrida (HALL, 2014; CANCLINI, 2013; BIRMAN, 1983). Palavras Chaves: Umbanda; Identidade; Resistência
Introdução
L
embramos de um caso que tomou repercussão midiática no Estado do Rio de Janeiro sobre a materialização da intolerância e da discriminação religiosa quando a adolescente Kaylane Campos de 11 anos de idade fora atingida na cabeça por uma pedra após sair de um culto religioso de matriz africana. Kaylane estava na companhia da avó, ambas caracterizadas com vestimentas que representam a religião quando foram surpreendidas por dois homens através de insultos, ou seja, violência verbal.1 1
Disponível em: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/
Este não é um caso isolado, mas infelizmente muito pelo contrário, os exemplos vão se avolumando nos noticiários e nos relatórios policiais tanto no âmbito regional quanto nacional. A intolerância religiosa no esteio jurídico é considerado crime no Brasil, através do dispositivo legal amparado na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. De acordo com a Constituição Federal Brasileira, o país não tem uma religião oficial, isto é, o Brasil consiste como um Estado nos parâmetros da laicidade. Portanto, tipificado como crime de ódio, inafiançável e imnoticia/2015/06/crianca-vitima-de-intolerancia-religiosa-no-rio-se-encontra-com-dom-orani.html. Acesso em 28 de julho de 2019.
Gnarus Revista de História - VOLUME X - Nº 10 - SETEMBRO - 2019