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FEUP integra maior consórcio de AI do mundo

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Days to Remember

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O anúncio foi feito no decorrer da edição da Web Summit 2022 que decorreu em novembro, em Lisboa, por Paulo Dimas, um dos responsáveis de inovação e produto da Unbabel, empresa que vai liderar este projeto de “inteligência artificial responsável”.

São 78 milhões de euros para aplicar num grande consórcio “de inteligência artificial responsável”. A Unbabel, plataforma portuguesa baseada em inteligência artificial de “Language Operations” assume a liderança “provavelmente do maior consórcio à escala mundial nesta área” que integra ainda 10 startups – Feedzai, Sword Health, Apres, Automaise, Emotai, NeuralShift, Priberam, Visor.ai, Ydata, Yoonik – oito centros de investigação espalhados por Lisboa, Porto e Coimbra – Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), Fundação Champalimaud, CISUC, Fraunhoffer Portugal AICOS, INESC-ID, Instituto Superior Técnico e Instituto de Telecomunicações – e ainda parceiros da área da saúde (Bial, Centro Hospitalar São João, Luz Saúde), do Turismo (Grupo Pestana) e Retalho (Sonae).

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É uma grande oportunidade, que irá permitir criar mais de 210 novos postos de trabalho altamente qualificados e que se reveste de enorme importância estratégica face aos riscos apresentados pela área de inteligência artificial, atualmente. E que riscos são estes?

Carlos Soares, professor do Departamento de Engenharia

Informática da FEUP, explica-nos que “com a popularização das tecnologias de Inteligência Artificial e Machine Learning, rapidamente nos apercebemos de que, como com qualquer tecnologia, a par com o valor que a sua utilização correta cria, a sua utilização indevida pode promover o preconceito, em termos de género, raça e outras dimensões”. Por “utilização indevida” não se depreende apenas o uso mal-intencionado de determinada ferramenta, como explica o especialista da FEUP em Data Science, até porque muitas vezes é “consequência de uso bem-intencionado mas erra- do, por falta das competências adequadas”. E deixa uma analogia interessante: “Da mesma forma que todos os medicamentos têm uma bula com informação sobre a sua composição, utilização correta e riscos associados, nós acreditamos que os modelos e algoritmos de IA terão que ser acompanhados de uma ficha técnica (um “model card” ou “algorithm card”) com toda a informação relevante para a sua utilização correta”.

A União Europeia tem estado atenta a estes riscos e tem-se mostrado interessada na regulação do setor. Prova disso são os 51 milhões de incentivo provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no consórcio. A previsão aponta para um impacto na economia portuguesa na ordem dos 250 milhões de euros em exportações até 2030, resultado do desenvolvimento de 21 novos produtos de inteligência artificial.

A Import Ncia Das Tecnologias De Machine Learning

A participação da FEUP vai acontecer a partir do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores (LIACC). No topo das prioridades está o desenvolvimento de técnicas de metalearning (meta-aprendizagem, ou seja, a utilização de técnicas de machine learning para analisarem o comportamento de outras técnicas de machine learning) para suportar o desenvolvimento semiautomático de “model cards” e “algorithm cards”. Para isso, está prevista a criação de uma equipa composta por doutorados e mestres, que “permita manter a FEUP e o LIACC na vanguarda da inteligência artificial responsável, assim como empresas parceiras que contratam na FEUP os recursos humanos avançados nestas áreas”, esclarece Carlos Soares.

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