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UMA REVOLUÇÃO NA COMIDA PRONTA-A-COMER?
A história da Plantz teve início no Mestrado em Inovação e Empreendedorismo
Tecnológico. Empresa entrega refeições
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100% feitas de plantas, práticas e nutritivas em todo o país.
Saborosas, nutritivas e totalmente feitas à base de plantas. É assim que a Plantz, empresa fundada por estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), assume a sua lista de refeições prontas-a-comer. “Diminuir o consumo de proteína animal é um dos grandes desafios a enfrentar nos próximos anos. A nossa missão é facilitar a alimentação plant-based, com refeições deliciosas, nutritivas e incrivelmente práticas”, avança Jorge Boabaid, cofundador da startup criada no âmbito do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico (MIETE) da FEUP.
Entre férias e aulas, o projeto arrancou com Jorge e Felipe Souza, também alumnus do MIETE e com ligações à indústria alimentar, ao comando, apostando numa candidatura ao programa de empreendedorismo StartUP Voucher. O resultado foi positivo, “com nota máxima em todos os pontos de avaliação do programa”, refere Jorge Boabaid.
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A formação na FEUP foi essencial na aquisição de competências e estratégias de marketing, vendas, produção e logística. “Aplicámos todas as ferramentas de Ideation da disciplina de Introdução ao Empreendedorismo. Demos bom uso às noções de Business Construction Project e Investimentos para construção e validação do plano de negócios. Numa fase final, os conhecimentos adquiridos conduziram a um estudo exploratório do mercado de foodtech em Portugal, dando uma perspetiva sobre as dificuldades enfrentadas pelos empreendedores”, desvenda o alumnus da FEUP.
Da teoria à prática, a Plantz, que também integra o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), faz atualmente entregas em todo o país, com espaço físico com cozinha e escritórios na Avenida Fernão de Magalhães, no Porto.
22 mil euros depois, a partir do StartUP Voucher, aos quais se adicionam 60 mil euros de capital próprio, juntam-se à equipa Matheus Martins, também alumnus do MIETE ligado à área de Deep Tech e programação, e Lucas Oliveira, estudante da licenciatura em Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP).
O financiamento inicial foi aplicado numa cozinha comercial e em equipamentos específicos de confeção de alimentos, como é o caso do ultracongelador. “As nossas refeições possuem uma tecnologia fresh freeze que permite uma ultracongelação, ajudando a reduzir o desperdício alimentar e a prolongar o prazo de validade sem necessidade de conservantes”, esclarece a equipa.
Esta técnica ajuda ainda a preservar os nutrientes da refeição e a torná-la mais acessível. “90% da população mundial não recebe a dose diária recomendada de frutas e vegetais porque comer bem simplesmente não é conveniente. Alimentos congelados ricos em nutrientes podem ajudar neste processo”, destaca Jorge Boabaid.
SABIA QUE…
Comer alimentos feitos com microalgas e insetos pode reduzir emissões de C02 em cerca de 80%? A conclusão é da equipa de Rachel Mazac da Universidade de Helsínquia, que publicou um estudo recente na revista Nature Food que modelou quais seriam os impactos de transformar a dieta europeia (rica em carne) com o de uma alimentação vegan ou que use alimentos novos ou de futuro, como insetos e carne de laboratório.
De acordo com os investigadores, substituir alimentos de origem animal na dieta dos europeus por alimentos inovadores pode reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, o uso de água e de terrenos agrícolas na ordem dos 80%, se compararmos com a dieta europeia atual.