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Recuperar ouro do lixo eletrónico? Investigação FEUP explica.

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Days to Remember

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Ideia inovadora de duas investigadoras da Faculdade de Engenharia

Ideias de Negócio da U.Porto.

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Em cada tonelada de resíduos de placas de circuito impresso utilizadas em produtos eletrónicos comuns existem centenas de quilos de metais com valor acrescentado, tais como cobre, ouro, estanho, ferro e outros metais preciosos raros. Foi precisamente para os recuperar que Helena Soares e Liliana Martelo, investigadoras do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do REQUIMTE (Laboratório Associado para a Química Verde-Tecnologias e Processos Limpos), lançaram o projeto E-RecyOuro.

Premiado recentemente pelo iUP25k (Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto), propõe um método económico e amigo do ambiente para reciclar metais presentes nos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE). “O nosso projeto consiste em recuperar metais com elevado valor acrescentado, nomeadamente ouro, cobre e também a fibra de vidro, que existem no lixo eletrónico que todos nós produzimos e que temos de tentar recuperar para sermos ambientalmente responsáveis”, clarifica Liliana Martelo.

Computadores, telemóveis, eletrodomésticos e televisões em fim de vida são alguns dos equipamentos que se incluem na variedade de REEE’s.

“Esta é uma ideia de negócio que tem muita viabilidade económica, visto que o que nós recuperamos tem um valor acrescentado muito grande”, elucida a investigadora.

O arranque dos trabalhos aconteceu em 2017, com apresentação do projeto à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para obtenção de financiamento. Em colaboração com António Torres Marques e Margarida Bastos, professores da FEUP, e de Ana Claúdia Dias e Luís Arroja da Universidade de Aveiro, foi possível desenvolver um método para recuperar os metais através de um “processo que é economicamente viável e sustentável”, como explica Helena Soares.

Já validado à escala laboratorial, o projeto procura agora financiamento junto de agências de inovação, fundos europeus ou investidores privados que lhes permita avançar para a escala piloto e, depois, a fase industrial. A ideia inovadora, que valeu à dupla um prémio monetário no valor de 5.000 euros, já deu origem a um pedido de patente a nível europeu.

Sabia que...

Na sua investigação, Helena Soares aborda ainda outra área de estudo, igualmente impactante no que toca ao desenvolvimento sustentável europeu: o desenvolvimento de novos produtos de base biológica para fins agrícolas. Com o expectável crescimento da população mundial nos próximos 30 anos, “é urgente encontrar novas alternativas sustentáveis aos produtos químicos tradicionalmente usados na agricultura”, explica.

“SAFE CITIES” LANÇA ECOSSISTEMA

INTELIGENTE DE “INTERNET DAS COISAS” PARA CIDADES SEGURAS

Com um financiamento superior a 16 milhões de euros, a parceria estratégica da U.Porto - através da Faculdade de Engenharia (FEUP) e Faculdade de Ciências (FCUP) - com a Bosch Security Systems (Ovar) permitiu o desenvolvimento inovador de produtos e soluções computacionais inteligentes.

Acriação de um ecossistema IoT (Internet of Things) que permita aproximar o mundo digital do mundo físico das coisas fazendo-os interagir, é o principal objetivo do projeto “Safe Cities”. Estruturados em cinco subprojetos de cariz técnico e tecnológicos em áreas que vão do Data Mining e Big Data, Sensorização Urbana Inteligente, passando pelas Comunicações Multimédia, até às Aplicações de Software e Ciber-Segurança e Privacidade, foram desenvolvidos produtos inovadores e de elevado potencial para solucionar desafios que enfrentam as sociedades urbanas modernas baseadas no paradigma da internet das coisas (IoT).

Que soluções são estas? Protocolos avançados de distribuição de áudio e controlo dos sistemas que permitem disseminar mensagens de áudio por diferentes subsistemas do ecossistema de ioT; uma nova geração de amplificadores de áudio que podem ser usados em grandes espaços de concentração e pessoas de forma a maximizar a eficiência da transmissão de mensagens como mensagens de avisos. Podemos ainda elencar o desenvolvimento de soluções computacionais avançadas de inteligência artificial para sistemas de deteção de incêndio de forma a prever e a analisar inteligentemente o seu comportamento, maximizando a sua eficiência e robustez a falhas e, assim, garantir a seguranças dos cidadãos e das infraestruturas.

Também as potencialidades dos sensores de vídeo como sensores de qualidade do ar podem ser exploradas, o que permitirá que câmaras de vigilância tipicamente usadas em cidades possam também contribuir para monitorizar a qualidade do ar destes centros urbanos.

Ao longo dos quatro anos de duração do projeto, 85 investigadores ligados à U.Porto tiveram ainda oportunidade de desenvolver um novo dispositivo com sensores de imagem e de rangefinder que permitem uma melhor caraterização visual de cenas urbanas, ao possibilitar imagens de cor sincronizadas com mapas de distância 3D. Foram também criadas soluções computacionais avançadas de inteligência artificial para interpretação de cenas urbanas usando análise de vídeo e áudio, como por exemplo a deteção e a caracterização de ajuntamentos de pessoas, a deteção de situações anómalas como as resultantes de explosões, a análise e a estimativa do movimento de peões e de veículos, a deteção de quedas de idosos e de objetos, a análise estrutural de infraestruturas urbanas, o reconhecimento automático de sons de eventos perigosos baseado em sensorização avançada. A ferramenta permitiu ainda gerar rotas seguras para a evacuação de infraestruturas; soluções para proteção de privacidade em ambientes big data e para comunicações edge-cloud resilientes a falhas.

“Acredito que num futuro muito próximo sejam disponibilizados novos produtos para ecossistemas de internet das coisas para cidades seguras com base no que aqui foi largamente explorado”, acredita João Manuel Tavares, professor catedrático da FEUP e coordenador do projeto na U.Porto, sem deixar de referir que alguns destes desenvolvimentos se encontram já integrados em produtos previamente existentes, contribuindo assim para a sua atualização e melhoramento.

Esta parceria da U.Porto com a Bosch Ovar integrou um novo ciclo de investimento na inovação em Portugal pela empresa alemã e teve como foco o desenvolvimento de soluções nas áreas da mobilidade, cidades inteligentes e seguras e indústria conectada.

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